Nadador sagrou-se campeão mundial de 400 livres e juntou título às medalhas de prata e bronze
Mundial de excelência enriquece medalheiro de Adriano Niz Filipe Jesus Uma prestação exímia na nação dos magiares. Assim se pode classificar o desempenho de Adriano Niz no Mundial de Masters de Natação, realizado em Budapeste, na Hungria. O atleta do Grupo Desportivo (GD) de Vila Nova de Famalicão foi coroado campeão mundial na prova de 400 livres, na categoria 30-34 anos (escalão B), proeza que culminou uma participação que contemplou ainda uma medalha de prata (200 livres) e uma de bronze (200 costas). Natural da Póvoa de Varzim, o nadador reservou a consagração para o último dia do certame. Já depois de ter subido ao pódio em duas ocasiões (200 livres e 200 costas), Adriano Niz “namorou” o lugar mais alto e logrou seduzi-lo nos 400 livres. O duelo com o concorrente búlgaro foi bastante renhido e apenas uma décima os separou, com claro benefício do português. “Estou muito feliz pois era um título que ambicionava”, admitiu, revelando estar a viver “um momento de alegria imensa” por re-
petir o resultado alcançado no escalão A em edições anteriores da competição internacional. Ainda a refazer-se das emoções pela obtenção de mais um feito à escala mundial, Adriano Niz ficou, porém, com a sensação de que o resultado poderia ter tido ainda maior expressão: “na prova de 200 costas, poderia ter chegado a um lugar mais acima no pódio”. Ainda assim, vincou que “no desporto por um segundo se ganha e por um segundo se perde”, naquilo que poderá ser entendido como uma espécie de premonição, tendo em conta que a desejada vitória nos 400 livres foi arrancada por uma unha negra. Grato aos treinadores principais (Pedro Faia e Bruno Pereira) e à família – “são os complementos que ajudam a atingir os objetivos” – o nadador rejeita existir uma poção mágica para o sucesso. “Não há um segredo especial”, admite, apontando “o trabalho, dedicação e talento” como vetores indispensáveis na caminhada para o êxito. A campanha de luxo foi festejada com en-
tusiasmo no seio do clube famalicense. O técnico Pedro Faia mostrou-se “lisonjeado” com a performance de Adriano Niz, tendo em conta que “a conquista de três medalhas numa prova em que estão presentes os melhores atletas mundiais é realmente fantástico”. O indisfarçável orgulho por ser treinador
de “um campeão do mundo” não retirou discernimento na hora de identificar as razões do sucesso. “O Adriano esteve mais uma vez ao melhor nível, tendo demonstrado toda a sua competência, determinação e compromisso. É um nadador com uma extraordinária capacidade de superação e uma interminável vontade de alcançar o sucesso”, rejubilou.
Fonte de inspiração para os jovens A competição foi intensa e implicou muita preparação física dos atletas. Além das provas em que garantiu a subida ao pódio, Adriano Niz foi ainda presença notada nos 100 mariposa (4º lugar) e nos 100 costas (6º lugar). Muita atividade em tão curto período de tempo revelou uma das facetas inerentes à prática desta modalidade.
“A natação é um desporto complicado pois exige muito trabalho e envolve muito esforço e sacrifício”, asseverou o nadador, num claro apelo à persistência de quem está ainda a dar as primeiras braçadas. A experiência e o vasto palmarés fazem de Adriano Niz uma referência no GD Natação de Famalicão. Pedro Faia con-
fidencia ser “uma honra ter um atleta deste nível a representar o clube” e a servir de “exemplo para os mais jovens”. “Aos 33 anos, ainda consegue este sucesso e isso é uma demonstração de que com compromisso e seriedade tudo se consegue”, rejubila o técnico, para quem este feito faz com que “a responsabilidade do clube aumente”.