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GD Joane cimenta liderança do Pró-Nacional Momentos marcantes da história do clube contados numa publicação do escritor famalicense Jorge Reis-Sá

Dívida referente ao Caso Menad perto de ficar solucionada

85 anos do FC Famalicão perpetuados em livro O universo do FC Famalicão esteve reunido na Casa das Artes, no passado dia 30 de novembro, para assinalar o 85º aniversário do clube. A cerimónia teve como ponto alto a apresentação do livro “A História do Vila Nova”, da autoria do escritor famalicense Jorge Reis-Sá, que retrata os principais episódios de uma vasta história. A cerimónia foi presenciada por muitos sócios e simpatizantes, que tiveram a oportunidade de reviver ou, nalguns casos, conhecer momentos marcantes do clube. Para isso contribuiu a tertúlia conduzida pelo jornalista Carlos Daniel, na qual os famalicenses reviram duas caras bem conhecidas e que deixaram saudades no clube: o técnico José Romão, que orientou o clube na I Divisão durante a época 1992/93, e o antigo jogador Cacioli, que representou o FC Famalicão entre 1989 e 1991. Estes dois ícones são apenas duas das personagens que mereceram o seu lugar de relevo na obra. O escritor sublinha a importância da publicação para “fixar a história do clube, dado não existir, até este lançamento, qualquer relação que fosse minimamente coerente e aceitável da lista de presidentes e treinadores”. Confesso adepto fervoroso do clube desde a infância, Jorge ReisSá assume que “este é o livro que está mais perto do coração”. A paixão que nutre pelo FC Famalicão é transversal a muitos famalicenses e isso, defende, é que faz com que “seja um clube com mística, pese

FC Famalicão

Filipe Jesus

Livro “A História do Vila Nova” retrata os episódios mais relevantes do FC Famalicão

não ter um grande palmarés, e que sobrevivesse a períodos mais negros da história, pois é uma terra ligada umbilicalmente ao clube”. Para sustentar esta tese, Jorge Reis-Sá sugere que seja “feito um trabalho muito mais aprofundado por altura do centenário” pois “a história do clube merece isso”. Nesse sentido, o escritor reitera que o livro “A História do Vila Nova” será “a primeira pedra de um livro ainda mais abrangente que poderá ser escrito daqui a 15 anos”. Obra de gratidão pelos que serviram o clube Ao longo da obra, os famalicenses são convidados a puxar a fita do filme atrás e embarcar num compêndio de episódios inesquecíveis do FC Famalicão. O presidente do clube, Jorge Silva, mostra-se agradecido pela publicação de um livro que fazia falta ao clube e que torna

“a fortuna do FC Famalicão mais rica pois homenageia e serve de gratidão para muita gente que deu tanto de si ao clube”. Um novo livro por altura dos 100 anos poderá estar na forja e Jorge Silva até já reservou um espaço para um desejo que não esconde: “o próximo capítulo terá que ter um FC Famalicão mais fortalecido e com potencial para ambicionar outros voos, mas não a qualquer custo. No entanto, o destino do clube é, sem qualquer dúvida, a I Liga”. Ao serviço do FC Famalicão no mais alto patamar do futebol português esteve Cacioli. O brasileiro estreou-se no futebol europeu com a camisola do clube, onde viveu “dois anos marcantes na carreira”. Desse modo, o antigo jogador admitiu “ser uma honra ser convidado para representar o clube nesta noite”.

Ligação com autarquia é fulcral O trajeto do clube foi também enaltecido pelo presidente da Câmara. Paulo Cunha vestiu igualmente a pele de adepto e mostrou-se agradado pelo facto de o clube “ter sabido congregar vontades e envolver sinergias”, algo que permitiu afirmar-se “pela sua grandeza, história e identidade”. Em representação da Federação Portuguesa de Futebol esteve o vice-presidente João Vieira Pinto. O antigo jogador do SL Benfica e Sporting CP, entre outros, enalteceu “a vitalidade e mística do clube”, bem como o facto de “o clube movimentar muita gente, o que demonstra a força que tem”. Para além disso, o responsável da FPF elogiou a ligação existente entre Câmara Municipal e FC Famalicão, “uma sinergia algo rara de se encontrar em Portugal”.

A cerimónia de lançamento da obra “A História do Vila Nova” trouxe outros motivos de interesse para os responsáveis, sócios e simpatizantes do FC Famalicão. O vice-presidente da FPF, João Vieira Pinto, recuperou o Caso Menad, um tema que envolve o órgão federativo e o clube e que já se arrasta há vários anos, para garantir que “tudo se irá resolver muito em breve”. O caso remonta a 1991 e reporta-se a uma dívida do FC Famalicão à FPF devido à inscrição do argelino Menad, que foi contratado aos franceses do Nimes. O clube famalicense foi, então, condenado a pagar 120 mil contos (600 mil euros) e o imbróglio nunca foi devidamente resolvido. Dessa forma, a garantia do responsável federativo é uma boa notícia para o FC Famalicão. O presidente Jorge Silva refere que “esta dívida tem manietado o clube”, constituindo-se “como um fardo que carregamos há demasiado tempo”. Sem querer precisar os valores, o líder famalicense admitiu que o caso poderá ficar resolvido durante o mês de janeiro. Uma situação que vai fazer com que o FC Famalicão deixe “de continuar cativo e prisioneiro” de uma dívida que tem feito com que o clube não usufrua de determinadas receitas. pub


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