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Direção do FC Famalicão propõe constituição de SAD Clube não se conforma com as decisões dos órgãos federativos e promete ir até às ultimas consequências para impedir descida

O Riba d’Ave Hóquei Clube (RAHC) promete não calar a revolta. O emblema ribadavense não se conforma com a consumação da descida à 2ª Divisão Nacional de hóquei em patins pela via administrativa, fruto da aplicação de falta de comparência em três jogos da 1ª Divisão Nacional (Juventude de Viana, Tomar e Paço de Arcos) pelo Conselho Disciplinar (CD) da Federação de Patinagem de Portugal (FPP), e promete encetar todos os esforços para reverter esta decisão. Na base da sentença do órgão federativo está a inscrição irregular do delegado Daniel Valpaços. Confrontado com a primeira sanção, reportada ao jogo com a Juventude de Viana (em que o RAHC venceu por 3-2), os ribadavenses defenderam-se, garantindo ter tomado as providências necessárias e imputando responsabilidades à FPP e à Associação de Patinagem (AP) do Minho. No entanto, o recurso apresentado ao Conselho de Justiça (CJ) foi negado, a que se seguiu, na passada semana, as sanções nos encontros com o Tomar e Paço de Arcos. Decisões que determinaram a descida automática ao segundo escalão e causaram indignação nas hostes do RAHC. Num processo com diversos capítulos, o clube ribadavense fala de irregularidades no acórdão do CJ da FPP e queixa-se de desigualdade de tratamento. Tudo, defendem os responsáveis do clube, para beneficiar o Valença Hóquei Clube (HC), adversário direto na luta pela manutenção. Mas vamos por partes. Todo este processo iniciou-se em abril deste ano. Já depois de ter vencido a Juventude de Viana, no dia 8 desse mês, o RAHC foi notificado de uma sanção do CD, na qual foi aplicada uma derrota (0-10) e falta de comparência aos ribadavenses por alegada inscrição irregular do delegado Daniel Valpaços, que iniciou funções no clube em outubro. O clube recorreu para o CJ desta decisão, argumentando ter provas do envio de documentação para proceder à inscrição junto da AP Minho em novembro de 2016. A demora no envio do cartão do delegado motivou, na altura, um pedido de esclareci-

José Araújo

Riba d’Ave dá grito de revolta

Presidente Rui Santos (à dir.) mostrou-se bastante crítico com a postura da Federação

mento do RAHC junto dos serviços do organismo minhoto, tendo recebido a garantia de que a mesma estaria regularizada. Face a esta anuência, o delegado passou a constar nas fichas de jogo. O clube estava confiante da regularidade da situação, até porque, defendem os responsáveis, a obrigatoriedade de as fichas de jogos serem escrutinadas semanalmente pelo Comité Técnico e pelo CD da FPP pressupunha que nada de errado existia. No entanto, “a bomba” caiu em Riba de Ave a 22 de junho: o CJ não deu provimento ao recurso e o CD

decidiu ainda aplicar duas faltas de comparência nos jogos do RAHC frente ao Tomar (novembro de 2016) e ante o Paço de Arcos (janeiro de 2017). Três sanções que deliberam a descida automática à 2ª Divisão Nacional, mas que o RAHC não aceita. “Federação está a agir de má-fé” As decisões tomadas pelos órgãos federativos (Conselho Disciplinar e Conselho de Justiça) não foram recebidos de ânimo leve pelo RAHC. O presidente Rui Santos foi o porta-voz da indignação, apontando vá-

Bruno Serôdio continua e João TT contratado Enquanto esgrime argumentos para ver revertido o castigo imposto pelo Conselho Disciplinar da Federação de Patinagem de Portugal e, por inerência, saber em que divisão irá atuar na próxima temporada, o Riba d’Ave Hóquei Clube já está a delinear o plantel. O conjunto ribadavense continuará a ter Hugo Azevedo como treinador-jogador, estando ainda garantida a permanência de Bruno Serôdio (na foto) e a aquisição de João Campos TT.

rias críticas à FPP. “Os responsáveis estão de má-fé. Tínhamos o CJ como o órgão da legalidade e de justiça, mas o acórdão é, no mínimo, desonesto intelectualmente”, prosseguindo: “há graves omissões de pronúncia e fazem uma análise como bem entendem e de acordo com os desejos de quem tem raízes pessoais e de naturalidade numa localidade de um clube que beneficiou de toda esta situação”. Na mira dos responsáveis do clube ribadavense está o presidente do CJ, Fernando Douteiro, a quem acusam de estar a beneficiar o Valença HC. “Não nos peçam para encarar tudo isto como coincidências e com a leviandade que caracteriza este processo”, defendeu o presidente. Para sustentar esta posição, o clube socorre-se de uma decisão respeitante a um caso que envolveu o Hóquei Clube Ponta Delgada e Núcleo Sportinguista da Ilha Terceira no final da temporada 2015/2016. “O CJ que defende que não pode ser só a boafé a ditar a atuação da FPP é o mesmo que, em agosto de 2016, diz que deve ser a boafé a reger a estrutura da Federação e da análise das declarações de uma associação”, referiu Rui Santos. O presidente do RAHC afirmou que um funcionário da AP Minho admitiu ter havido “um erro de secretaria”, dado que o envio da documentação para a inscrição de Daniel Valpaços foi feito com aviso de receção, algo que não foi suficiente para a reversão do castigo. “É um fato à medida deselegante. Aquele que dizem ser o melhor campeonato do Mundo é dirigido, talvez, pela pior Federação do Mundo”, rebate Rui Santos. O dirigente aponta ainda “alguma falta de proteção da AP Minho a um filiado”, considerando que a mesma “deveria ter instado junto da FPP até às últimas consequências”. Rui Santos não se resigna e assegura que o RAHC vai “continuar esta batalha legal”. O recurso do acórdão do CJ e das duas sanções posteriores são procedimentos a tomar, existindo a intenção de recorrer aos tribunais civis caso as decisões não sejam favoráveis ao clube.

Chico, um dos símbolos da história mais recente do Futebol Clube (FC) de Famalicão, pendurou as chuteiras aos 35 anos. O anúncio foi feito na pretérita sexta-feira pelo clube famalicense, ao qual vai continuar ligado como coordenador do gabinete de apoio ao jogador. O trajeto do famalicense Chico no futebol ficará, desde sempre, associado ao FC Famalicão. O batismo futebolístico foi feito nas camadas jovens dos famalicenses, seguindo-se uma curta passagem pela formação do FC Porto. O regresso ao clube da terra natal foi o próximo passo de uma carreira que viria a ganhar projeção a nível sénior, com o tiro de partida a acontecer no FC Famalicão em 1999/2000. No currículo contam-se passagens por vários clubes, destacando-se três temporadas ao serviço dos romenos do Farul Constanta. O retorno ao FC Famalicão parecia inevitável e o impacto foi imediato, ao consagrar-se como o artilheiro da equipa em 2012/13. Depois de meia época no Grupo Desportivo de Ribeirão, o coração voltou a falar mais alto e tor-

FC Famalicão

Chico retira-se e integra estrutura do FC Famalicão

nou-se uma das figuras do ressurgimento do FC Famalicão no panorama do futebol nacional. Após duas campanhas na II Liga, Chico entendeu ser o momento de encerrar uma longa trajetória enquanto futebolista, preparando-se para iniciar

um novo desafio no desporto-rei. “Foi uma situação muito pensada. Apesar de ter sido uma decisão difícil acaba por ficar mais facilitada pois vou continuar ligado ao futebol”, admitiu, fazendo uma avaliação positiva da carreira como jogador: “sinto-me orgulhoso do percurso que fiz. Acabar no clube que gosto foi um objetivo concretizado até porque há memórias que me vão acompanhar e nunca vou esquecer a forma como os adeptos me acarinharam nos últimos quatro anos.” Numa carreira longa ficou apenas o lamento de “não ter conseguido atuar na I Liga”. Passar dos relvados para a secretária será o próximo passo e Chico sente-se preparado. “Serei o pai de cada jogador. Irei ajudar em tudo o que for preciso para o bem-estar deles”, vincou, elencando ainda outra das funções que lhe está destinado: “terei de transmitir a mística do clube e fazer perceber aos jogadores o que representa o FC Famalicão para milhares de pessoas”.


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