Jornal O Ponto - junho de 2008

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Mayra Decicino 5ºG

Estudantes da Fumec contam suas histórias e revelam seus talentos nas artes, esporte, personalidade e expectativas profissionais

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JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

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D I S T R I B U I Ç Ã O G R AT U I TA

PT e PSDB juntos: como assim?! POSSÍVEL ALIANÇA ENTRE HISTÓRICOS ADVERSÁRIOS PROVOCA POLÊMICA E DIVERGÊNCIA Algum dia você imaginou que PT e PSDB poderiam se unir? Articulada pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e pelo prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, uma possível aliança entre esses históricos adversários da política brasileira está gerando muita polêmica e discussão entre eleitores da capital mineira e também entre as lideranças partidárias locais e nacionais. A chapa, que envolve ainda o PSB, foi aprovada pelos diretórios municipal e estadual do PT, mas encontrou

um bloqueio no comitê nacional do partido, que vetou a coligação com os tucanos. No entanto, o presidente Luís Inácio Lula da Silva disse ser a favor da aliança, o que, posteriormente, pode mudar a opinião do Partido dos Trabalhadores. De olho na Presidência da República, Aécio Neves defende a coligação ao lado de Fernando Pimentel, que visa o Palácio da Liberdade. Especialistas analisam a unificação entre PT e PSDB e avaliam se o debate político em Minas Gerais pode ser esvaziado.

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Vinil volta às lojas e resiste à era digital

Estudante vira gari por um dia Fotos: Samuel Aguiar 6ºG

Os famosos bolachões, que já embalaram muitas gerações nas pistas de dança, voltam a se tornar mania entre os aficcionados pelo som que ressalta a naturalidade e qualidade das gravações.

Bom humor Repórter encara a difícil jornada dos garis. Mesmo com todas as adversidades, os profissionais estão sempre de bom humor, o que torna mais leve o dia-a-dia da profissão.

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Libras: linguagem contra a exclusão Educadores enfrentam a árdua tarefa de inclusão dos deficientes auditivos numa sociedade cheia de preconceitos e limitações para defender dignamente os direitos dos portadores.

Invisibilidade A reportagem também aborda a importância deste trabalho e questões como a invisibilidade pública, a discriminação de parte da sociedade e o baixo salário que os garis recebem.

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Brasileiro sofre com carga de impostos Com uma carga tributária de país escandinavo e serviços públicos de nação subdesenvolvida, o povo brasileiro aceita de maneira passiva cada aumento de imposto estabelecido pelo país. Há 200 anos insurgiu a Inconfidência Mineira, liderada por Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, motivada pelas altas tarifas cobradas na época, que eram muito mais leves e com reajustes relativamente menores que os de hoje. Apesar da inflação estável, o povo brasileiro ainda sofre com inúmeras e pesadas tarifas cobradas pelo governo.

Preparo físico A necessidade de um excelente preparo físico foi uma das dificuldades enfrentadas pelo repórter, que sentiu na pele o esforço dos profissionais da limpeza urbana.

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1968 e a herança esquecida Ensaio: (...) Rio de Janeiro, 28 de março de 1968, morria com um tiro no coração o estudante secundarista Edson Luís de Lima durante uma repressão policial a um protesto em frente ao restaurante “Calabouço”. Cinquenta mil pessoas, entre trabalhadores, estudantes, intelectuais e artistas, foram acompanhar o enterro do jovem. Desde o início da ditadura militar, os conflitos entre estudantes e as forças policiais eram diárias nas ruas das principais cidades do país. (...) Um mundo embalado ao som contestador do beatle, John Lennon. Um mundo com cheiro de pólvora e sangue fresco (...)

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Editora e diagramadora da página: Adriana Gabriel - 4º período

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O retorno da alma dos vira-latas FERNANDO KELYSSON 3º PERÍODO Estive no Mineirão assistindo ao jogo ansiosamente esperado pelos mineiros (Brasil e Argentina). Na noite de 18 de junho, não ocorreu apenas um jogo, mas um grande evento, aliás, muito mais este último. A festa estava incrementada de luzes, shows musicais e diversas melhorias que foram realizadas no estádio. Isso pelo fato de Minas estar pleiteando ser uma das sedes da Copa de 2014. O Mineirão florescia de autoridades e celebridades, até o Pelé apareceu e recebeu uma homenagem do governador de Minas como o mineiro que conquistou o título de Atleta do Século. Tudo que ocorreu no estádio foi orquestrado de modo a promover a campanha para Belo Horizonte sediar a copa e, claro, fortalecer ainda mais a imagem de Aécio Neves como candidato à presidência da República em 2010. Apenas uma coisa saiu errado: o futebol brasileiro. Inversamente proporcional à grandiosidade do evento, o jogo se mostrou medíocre, com Brasil e Argentina retrancados e tímidos. Pouco

Alexandre Lacerda 5ºG

se criou, pouco se ousou em campo e, fatidicamente, o resultado não pôde ser outro: zero a zero. Esse jogo me remeteu à frase de Nelson Rodrigues: “só quando a seleção foi campeã mundial em 1958 que o Brasil se livrou da alma dos vira-latas”. Ontem vi esta alma reencarnar. Nossa seleção não ladrava e, muito menos, atacava como um pitbull como é do seu feitio, mas balbuciava timidamente como um viralata qualquer. Inevitavelmente, a torcida vaiou, protestou e pediu a cabeça de Dunga. Este, no ápice de sua teimosia, montou um time defensivo, sem criatividade no meio de campo e sem arremate no ataque. Não deu a chance a Pato, a mais nova esperança do futebol brasileiro e, no final, tirou Adriano, o velho carrasco da Argentina, colocando Daniel Alves, um jogador que não oferece o mesmo perigo. E por final, Dunga, insensato, foi mais uma vez áspero com a imprensa crítica. Agora, sem o apoio da torcida, com a antipatia da imprensa e sem bons resultados, não há espetáculo que o ajude a permanecer no cargo, senão, a vitória em campo.

A arte da loucura BÁRBARA RODRIGUES 5º PERÍODO Fui ao fechamento da Mostra de Arte Insensata, que ocorreu de 28 a 31 de maio, e apenas um dia foi suficiente para confirmar a minha suspeita de que uma pitada de loucura traz mais Arte para a vida. Reunindo usuários e artistas do serviço de saúde mental para apresentar seus trabalhos e promover a integração social dos mesmos, o evento comemorou o dia da Luta Antimanicomial (18 de maio) com palestras, oficinas e exposições, fechando com chave de ouro com shows do Trem Tan Tan e Tom Zé. A crise institucional da Divisão de Saúde Mental dos anos 60 fez com que os manicômios fossem substituidos por centros de convivência, deslocando o doente mental de um ambiente angustiante para um espaço de criações artísticas, de trabalho. Com isso, os pacientes puderam dar vasão a seus conflitos, recuperando a auto-estima, desenvolvendo o auto-conhecimento e, aos poucos, reconquistando uma identidade, um lugar no convívio social. Foi o primeiro ano de um evento que representou uma conquista para todos os funcionários, psicólogos e, principalmente, para os portadores de sofrimento mental, que, ao longo dos anos, vêm lutando para vencer o preconceito que os impede de serem aceitos tanto

Belo Horizonte – junho/2008

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no âmbito da cultura quanto na sociedade. Para muita gente, "louco" ainda é uma figura medonha, que deve viver isolado num quarto escuro. Mas as pessoas que têm essa opinião ainda não pararam para pensar que a linha entre a loucura e a sanidade é absurdamente tênue. Prova disto é que muitos usuários diagnosticados com esquizofrenia acreditam sofrer apenas de uma “depressão profunda” que, na verdade, foi a causa do desenvolvimento da doença. Por sua vez, sabemos que frustrações e perdas, por exemplo, levam à depressão, e aí é que está: eu e você estamos sujeitos a tais causas a todo tempo, ou seja, vivemos à beira da loucura. É preciso perceber que o que nos separa de um esquizofrênico é apenas a capacidade, que nós ainda possuímos, de sair de determinadas situações e que eles a perderam. E no momento de desespero se apoiaram em pessoas ou substâncias não confiáveis. A arte na vida destas pessoas é a tábua de salvação que eles precisaram naquele momento em que o barco furou, e que ainda precisam, para reconstruir uma nova embarcação e remarem por contra própria. E confesso: para mim a arte representa a mesma coisa, quando não quero me afogar em mágoas e me sinto sufocada pelos meus próprios fantasmas e pela hipocrisia que assola este nosso mundo “louco”.

Retorno da censura ou da inquisição? JOÃO PAULO BORGES 5º PERÍODO

Quando iremos começar a refletir? ADRIANA GABRIEL 4º PEREIODO Pelo fim das caras-de-pau e pela formação de uma sociedade mais justa, que lute pelos seus interesses, foi criada a ONG Pró Cidadania, coordenada pelo professor de Marketing Marcílio Augusto Moreira. Depois de assistir pelos meios midiáticos aos absurdos sobre o parlamentar Renan Calheiros, viu que não poderia continuar de braços cruzados. Já que seu filho de 11 anos, o futuro da nação, precisaria ter uma base social para poder conviver em uma sociedade justa e humana. O objetivo de sua ONG é instituir a ética e tentar reduzir drasticamente os índices de corrupção no cenário político nacional, tentando formar parlamentares dispostos a lutar pelos objetivos da sociedade e não somente deles. Difícil, não? Para se fazer uma reforma política no cenário em que o Brasil se encontra, é preciso o apoio de pessoas que estejam realmente a fim de lutar por justiça e não fiquem sen-

tadas esperando que alguém faça algo por elas. Precisamos lutar por uma sociedade digna, honesta e valorizar os nossos votos nas eleições. Mas como? Investir nas reformas Tributária e da Previdência, dando ao cidadão oportunidade de participar dos interesses nacionais, que, afinal, também lhe dizem respeito. Adianta eleger um político e não cobrar dele as promessas de campanha? É o que acontece no país. A população brasileira precisa perceber que possui em suas mãos uma ferramenta que ninguém pode furtar. A força do voto efetiva a participação política de cada cidadão brasileiro que deve ter, antes de tudo, a responsabilidade da escolha. A mudança tem que partir da própria sociedade. Escolher bem e acompanhar os passos dos políticos seria uma das formas de se acabar com esse Brasil corrupto e de desigualdades socio-econômicas. Que os cidadãos saiam da inércia e lutem pelo interesse do país, não permitindo que ninguém lhes passe a perna. Como afirma Marcílio Moreira, "Reforma Política Já".

Fim da "prosperidade" LUCAS DE MENDONÇA 6º PERÍODO Em 1914, Lênin teorizou, sob as bases do marxismo, um estudo intitulado “Imperialismo: fase superior do capitalismo”, que abordava a emergência de um novo processo no capitalismo, quando se constitui o capital monopolista, isto é, a ditadura mundial das multinacionais, dos trustes e bancos aliados aos Estados. O liberalismo clássico, de competição entre empresas de um mesmo setor produtivo, deu lugar a um novo processo de acumulação, que é o capital monopolista ou, o imperialismo. Esta nova ideologia da economia política utiliza os Estados na repressão de “inimigos externos”, como o Irã, Cuba, Venezuela, e “inimigos internos” como partidos revolucionários, líderes sindicais, organizações dos direitos humanos e ecológicos. Tais repressões acontecem nos EUA, Colômbia, México, Afeganistão, entre outros. Tais países contam com a Segurança Nacional, oferecidas pelos EUA e as instituições “democráticas”. A elite organizada detém os grandes meios de produção do mundo e conta com 17 prisões secretas¹.

A elite do Império Romano avaliava um domínio tão seguro, que se alienou frente à realidade que estava porvir, levando à derrocada. Tal situação pode se repetir. Trabalhadores dos EUA vivem uma piora das condições de vida. A classe média se encontra endividada e enfrenta a inflação, queda do dólar e o desemprego. Tal situação coloca em xeque o controle “democrático” das elites nos centros do capitalismo. Cuba e Venezuela representam a certeza de que há várias alternativas não (neo)liberais. Após a expansão econômica que dura desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a economia se afoga em crises. O mercado financeiro, a partir da crise da bolha de especulação imobiliária nos EUA, está levando a economia real à falência. O petróleo atinge 140 US$ o barril. A vida humana está em risco. Mudanças na raiz destes problemas serão tomadas pelos trabalhadores ou o será pela elite organizada, com golpes de Estado e a volta dos regimes fascistas. As lutas históricas devem ser resgatadas pela ruptura com o capitalismo e pela construção do poder realmente democrático dos trabalhadores, camponeses, estudantes, intelectuais e todos os aliados da luta pela emancipação humana. ¹ http://resistir.info/eua/prisoes_secretas.html

Alguns títulos de RPG foram recolhidos das lojas, mas pelo site da Devir, editora nacional dos livros da WhiteWolf, descobri que as novas publicações continuam chegando ao país com censura para menores de 16 anos. O motivo alegado é que livros como “Vampiro: o Réquiem”, levam à prática de assassinato, agressão física, consumo de drogas ilícitas e exposição de cadáver. Esse tipo de justificativa remete ao Index Librorum Prohibitorum, medida da Igreja banindo livros teologicamente imorais no século XVI, levando à destruição de obras importantes e ao atraso mental geral da população por anos. O ser humano possui livre arbítrio. Pode-se proibir o RPG, mas a opção por cometer infrações sempre existirá. Nos anos 80, por exemplo, havia o modismo entre jovens americanos, fascinados pela morte, de invadir necrotérios. Com exceção do assassinato, que é mais comum em rituais religiosos que em sessões de RPG, nada daquela lista é ilegal e nem faz sentido, pois livros não coagem, informam. O princípio de toda a confusão foi o caso da famosa menina de Ouro Preto. Aquela que, supostamente, foi assassinada em uma sessão de RPG, durante um ritual satânico, por seus amigos. O fato gerou sucessivas matérias praguejando contra o jogo e até uma risível interpretação de Arnaldo Jabor, no Jornal da Globo, utilizando de toda sua parcialidade para dizer em rede nacional: “RPG é coisa do diabo”. O que a maioria da população não faz nem idéia, é que a menina em questão estava envolvida com o tráfico e não com o jogo, mas pessoas superticiosas soltaram essa versão fantasiosa. Muito tempo depois, os jornais publicaram erratas sobre o acontecimento, mas tão pequenas que ninguém deve ter reparado. Agora, graças à mídia, as pessoas acreditam num tal de “jogo que mata pessoas”. Nesse rítmo, nosso país não proibirá apenas os jogos de RPG, mas também Nietzsche, Marx e qualquer outra coisa que lhes pareça ofensiva. Já existem até processos para banir os mangás. A proibição da literatura só vai resultar num país mais ignorante, mas o que estou falando? Afinal é isso mesmo que os políticos pretendiam desde a velha República... Se voltarão com a ditadura ou o Index, façam de vez e parem de comer pelas beiradas. Erramos Na edição número 68, abril/ maio de 2008, a página 03 de política não foi editada pelos alunos Luiza de Sá e Tiago Haddad e, sim, pelos monitores de O Ponto.

Os artigos publicados nesta página não expressam necessariamente a opinião do jornal e visam refletir as diversas tendências do pensamento

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Jornal Laboratório do curso de Comunicação Social da Faculdade de Ciências Humanas-Fumec Tel: 3228-3127 – e-mail: oponto@fch.fumec.br

Coordenação Editorial Prof. Aurélio José (Jornalismo Impresso)

Monitores da Produção Gráfica Diogo Mattoso e João Paulo Borges

Conselho Editorial Profª. Dunya Azevedo (Produção Gráfica) Profª. Maria Fiúza (Fotografia) Profª. Ana Paola Valente (Edição)

Monitores do Laboratório de Publicidade e Propaganda Isabela Myrrha e Marcelo Antinarelli

Monitores de Jornalismo Impresso Carlos Eduardo, Cristina Barroca e Poliane Bôsco Monitores da Redação Modelo Bárbara Rodrigues e Letícia Bethônico

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Tiragem desta edição 5000 exemplares Colaboradores voluntários Adriana Gabriel e Pedro Henrique Vieira

Universidade Fumec Rua Cobre, 200 – Cruzeiro Belo Horizonte – Minas Gerais

Profª. Thaís Estevanato Diretora Geral

Professor Emerson Tardieu de Aguiar Presidente do Conselho Curador

Prof. Antônio Marcos Nohmi Diretor Administrativo e Financeiro

Profª. Antônio Tomé Loures Reitor da Universidade Fumec

Profª. Cláudia Fonseca Coordenadora do Curso de Comunicação Social

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Editor e diagramador da página: Carlos Eduardo Marchetti - 6º período

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M Í D I A 03

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Blogs versus grandes meios ENTRE CASOS E FATOS JORNALÍSTICOS CONHECIDOS DO GRANDE PÚBLICO, UMA CONVERSA COM O JORNALISTA LUIS NASSIF EM BELO HORIZONTE MOSTRA A EXPERIÊNCIA DE QUEM VIVEU DENTRO DA GRANDE IMPRENSA MOMENTOS SUFICIENTES PARA JULGÁ-LA DIANTE DOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS QUE A DESAFIAM Fotos: Pedro Henrique Vieira 5ºG

RAFAELA GAMA 5º PERÍODO O PONTO - Você considera que a internet e, num termo usado por você a "blogosfera", mesmo no Brasil, onde os blogs ainda não cumprem o papel destinado a eles, seria alternativa para que a mídia se torne maisw isenta na cobertura política? NASSIF - Hoje é a alternativa. Mas ainda é uma primeira geração. A internet tende a criar uma diversidade que a mídia tradicional não oferece e o blog é uma primeira tentativa. Mas vai ter outras formas mais aprimoradas, incluindo o blog e outros recursos. OP - Em 2003, você escreveu o livro "O jornalismo dos anos 90" no qual analisava a cobertura da imprensa em diversos casos, como Impeachment de Collor e Escola Base. Caminhando um pouco, como você avalia a cobertura do Caso Isabella, tendo em vista que você já trabalhou em vários veículos como a própria Veja, Folha de S. Paulo, TV Gazeta? N - No caso Isabella houve uma precipitação inicial. Foram atrás de conversa de delegado e da promotora. Depois disso vários jornalistas começaram a insurgir contra esse tipo de cobertura. Uma parte deles aprendeu com a Escola Base que não se pode acreditar cegamente em promotor e delegado. Eu tenho uma filha pequena que entra no Google pra ver outros casos de crianças desaparecidas. Nos jornais, depois do exagero inicial, eles estão começando a criticar o relatório e daí passa-se a ter uma cobertura um pouco mais seria. Mas esse show de horrores não tem jeito, isso continua.

que ocorreu com esse grau de investimento. Ainda mais de uma agência que se desmoralizou nos EUA por não prever a crise por lá, e que dá uma classificação dessas no meio de uma turbulência internacional. Isso, aí, não é sério.

Os blogs e o futuro do jornalismo

OP - Em relação à despedida de Paulo Henrique Amorim do portal IG, qual a sua postura? A mídia alternativa é uma saída para grandes nomes como você, Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, dentre outros?

“O BLOG NOS OBRIGA A TER UM DISCERNIMENTO JORNALÍSTICO MUITO MAIS APURADO. O QUE É RELEVANTE, O QUE É VEROSSÍMIL. ACABOU O JORNALISMO CONVENCIONAL.”

N - É uma saída. O PHA teve problemas pessoais com o Caio. São dois grandes jornalistas que têm temperamento forte. Mas é a alternativa. Ele continua com o blog, mas com menos visibilidade porque ele estava no IG. Mas o caminho é por aí. Se não fosse a blogosfera, o PHA estaria só na Record. E ele é um grande jornalista e está conseguindo fazer jornalismo na internet. A internet quebra com a hierarquia emissor-mensagem-receptor mas, por outro lado, ela classifica, no sentido amplo da palavra, o público; porque só tem acesso quem tem computador, só sabe usar quem tem discernimento. Como podemos lidar, no blog, com este novo modo de produção jornalística? A internet é realmente uma inovação, ou apenas um rearranjo das mídias tradicionais? A internet é uma revolução. Isso porque acabou aquele poder absoluto que o jornalista ou o jornal tinham sobre a informação. Então, quando vem o leitor e questiona a informação, agrega, ou discute, faz mudar de opinião. Isso é um outro jogo, uma outra geração. A mídia convencional é como se fosse uma furreca com um avião à jato.

Apuração jornalística “OS PRINCÍPIOS JORNALÍSTICOS PERMANECEM, MAS AS FERRAMENTAS SÃO DIFERENTES.” Novas ferramentas “QUANDO VOCÊ ESTABELECE UM CÓDIGO DE CONDUTA, O LEITOR VAI SE ADEQUAR AQUELAS REGRAS. QUANDO COMEÇAMOS A PRIVILEGIAR AS INFORMAÇÕES DO LEITOR ELE SE SENTE MAIS ESTIMULADO A DAR MAIS INFORMAÇÕES.” O leitor como fonte “O JORNALISTA TEM QUE APRENDER A SER UM PROVOCADOR. EU SOU UM PROVOCADOR. O QUE EU FAÇO NO MEU BLOG: AS VEZES JOGO UMA OPINIÃO INACABADA E POLÊMICA PARA QUE O PESSOAL ME AJUDE A TER UMA CONCLUSÃO MELHOR SOBRE O TEMA.”

”O BLOG É ABERTO E OS GRANDES MEIOS TÊM DIFICULDADES DE ENTENDER ESSA NOVA ROUPAGEM, POIS TÊM QUE ABRIR MÃO DO PODER. O LEITOR É UMA FONTE PRECIOSA DE INFORMAÇÕES".

OP- Depois de 14 anos da implantação do Plano Real, criado para por fim à escalada inflacionária, o Brasil subiu um degrau na escala de investimentos, recebendo a classificação de risco BBB- (menos), atribuida pela agência Standard & Poor's. Estamos, realmente, num bom momento? A tendência da economia é se estabilizar em todos os países emergentes, como é o caso dos concorrentes do Brasil, Rússia, China e Índia, ou a condição atual é passageira? N - Não, o Brasil não tem visão estratégica. Esse grau de investimento é horroroso, pois vai trazer mais capital especulativo pra cá e o câmbio vai mais pra baixo. E o governo Lula, com exceção das políticas sociais, não tem visão estratégica nenhuma. Como não teve o governo Fernando Henrique Cardoso, que não tinha nem políticas sociais. Essa classificação é boa para o especulador, que sabe que pode vir, porque tem segurança e sabe que vai ganhar fácil, sem risco com o dólar caindo ainda mais. É um oba-oba injustificável o

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O jornalista como provocador "NÓS ESTAMOS NUM MOMENTO DE CAOS QUE PRECEDE UMA NOVA ORGANIZAÇÃO E QUE NÃO VAI SER RÍGIDA COMO A IMPRENSA CONVENCIONAL. MAS VAI TER QUE TER ALGUMA HIERARQUIZAÇÃO E UMA ORDEM. O PAPEL DOS BLOGS FOI FUNDAMENTAL, DE TRÊS ANOS PRA CÁ, COMO FATOR DE CONTENÇÃO DOS ABUSOS QUE FORAM COMETIDOS PELA MÍDIA NESSE PERÍODO. VIMOS UMA QUEDA DE PADRÃO JORNALÍSTICO COMO NUNCA HAVIA VISTO. A MÍDIA TINHA ESSES FATORES DE CONTENÇÃO. QUANDO HOUVE ESSE GRANDE PACTO EM QUE NINGUÉM MAIS CRITICAVA NINGUÉM, A MÍDIA PASSOU A SE REVESTIR DE UM APARENTE PODER ABSOLUTO."

OP - Você afirmou no Portal Vermelho que o Alkimin não seria um bom presidente para o Brasil. Você considera que Aécio Neves seria um bom presidente? N - Ele (Aécio Neves) tem amadurecer mais, mas ele tem muito mais jogo de cintura do que o Alkimin. Ele não tem, ainda, uma visão de... ele tem uma visão de gestão importante que trouxe para Minas Gerais, mas não vi, ainda, uma visão de país. Uma coisa é governar um Estado, porque a visão de futuro é simples: você tem que ter uma boa gestão e tem que criar um ambiente adequado pra investimentos. Quando seu projeto vai para um país, você tem que ter um pensamento muito mais amplo, sofisticado e diversificado, que eu não vi, ainda, nele (Aécio). Mas é um cara que sabe escolher bem os seus assessores. Ele sabe fazer política, ou seja, a arte de criar maiorias. Então, nesse sentido, se ele tiver bons ideólogos, digamos, para um projeto de país ele pode ser um bom presidente. Mas ele ainda não tem. Não tem.

Novos fatores de contenção “O SETOR DE MENOR COMPETIÇÃO NO BRASIL É A CHAMADA GRANDE MÍDIA. ELA JÁ ESTÁ ESTABILIZADA. NENHUM JORNAL VAI ENTRAR EM SÃO PAULO PARA COMPETIR COM A FOLHA OU COM O ESTADÃO . É O ÚLTIMO SETOR FECHADO DA ECONOMIA.” Sobre a grande mídia Perfil

No mês de maio, Luis Nassif participou do evento 1ª Terça, um Fórum de Debates realizado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. Na ocasião, o jornalista concedeu entrevista ao jornal O Ponto. Também participou do debate o repórter do Portal Uai/Estado de Minas, Ivan Satuf.

Mineiro de Poços de Caldas, Nassif começou cedo no jornalismo. Desde os treze anos de idade já editava um jornal de sua cidade natal. Trabalhou profissionalmente na Veja e em 1974 se tornou repórter de economia da revista. Anos depois transferiu-se para o Jornal da Tarde como pauteiro e chefe de reportagem de economia. Em 1983, foi trabalhar na Folha de São Paulo, onde criou o projeto da Datafolha e a seção "Dinheiro Vivo". Atualmente Nassif é comentarista de economia do jornal da TV Cultura e mantém um blog na internet. Nassif é formado pela Escola de Comunicação e Artes de SP.

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Editor e diagramador da página: Lucas de Mendonça Morais - 6º período

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o ponto Belo Horizonte – junho/2008

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Dengue se espalha pelo país A PRINCIPAL EPIDEMIA DOS ÚLTIMOS ANOS RETORNA NA REGIÃO METROPOLITANA DE BH ANA CLÁUDIA BRUNO DÁVILA 6º PERIODO Só neste ano, no período de janeiro a março, o Ministério da Saúde registrou cerca de 121.000 casos de dengue no Brasil, dentre eles, 48 óbitos. Só em Minas Gerais foram 46.500 casos, sendo 12.091 deles na capital. Não é de hoje que esta epidemia preocupa toda a população e o governo brasileiro, que vem tomando medidas mais intensas de combate e prevenção da doença. Rio de Janeiro, Paraná e Mato Grosso do Sul, estão entre os Estados mais infectados. Mesmo com tantas medidas preventivas a Dengue insiste em aparecer. Não se sabe se é a falta de cuidado da população ou se é algum condicionamento físico da natureza que nos castiga pelo aquecimento global. Informação para não contrair a doença não falta, mas alguns descuidos de comunidades não permitem seu bloqueio. A doença começa quando de 10 a 14 dias depois de picar alguém infectado, o mosquito pode adquirir o vírus da dengue, espalhando-o pela população através de suas picadas. Nem sempre os mosquitos estão infectados, mas quando estão, carregam o vírus até o fim da vida, no qual costumam viver em média 45 dias, deixando para trás uma procriação já feita em grande velocidade. De acordo com a gerente do centro de saúde Santa Rita de Cássia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, Sirlene Vilela Amaral, o número de pacientes com suspeita de Dengue aumentou nos meses de março e abril, chegando de 5 a 6 suspeitas por dia. “A maioria dos pacientes estavam no Rio de Janeiro antes de apresentarem os sintomas da doença, o que nos preocupou bastante.” Ainda segundo ela, estes números foram baixos em relação a outras regiões do país e da capital. “A região centrosul é a região com menos foco da Dengue, chegando a um índice de apenas 0,54% dos casos apresentados”. Mara dos Santos, enfermeira do centro de saúde, revelou que neste mês os índices abaixaram ainda mais: não passaram de 1 a 2 casos de suspeita de Dengue por dia. “O mais recomendado é que em casos de dor de cabeça, nos olhos e no corpo, febre alta, manchas vermelhas pelo corpo, desânimo, sangramentos de boca e nariz, procure o posto de saúde mais próximo de sua região”, aconselhou Dr. Fernando Diniz, clínico geral e pediatra do posto Santa Rita de Cássia. “Devemos ter muito cuidado com as crianças para não confundirmos os sintomas com um simples resfriado”, ressaltou. A maior preocupação da Prefeitura da capital está nas regiões Norte e Nordeste, onde houve um surto da doença. Os postos de saúde da região ficaram lotados e muitos casos foram confirmados, sendo 2 casos de morte suspeitos pela complicação da doença. Segundo Odilon Ferreira, agente de prevenção de pragas urbanas da zoonoses de Belo Horizonte, o que diferencia a intensidade dos casos de uma região para a outra é a falta de informação e conscientização de cada comunidade. “As pessoas pensam que é só fazer a prevenção uma vez na vida, que a Dengue irá acabar, e não é assim. O ovo do mosquito pode ficar até 400 horas armazenado em um local, mesmo sem água parada. No frio a tendência é diminuir os focos, mas se cada um não ficar esperto, no verão a Dengue volta a atacar.” Segundo Juliana Prado, consultora do Programa de combate à Dengue da Secretaria de Estado de Saúde, o verão é o clima preferido dos mosquitos. “O clima quente favorece a reprodução mais rápida dos mosquitos, pois há maior índice de chuvas e umidade, acumulando águas paradas e bem quentinhas.” Em relação á concentração de casos nas regiões Norte e Nordeste da capital, Juliana revelou que tudo isto se deve à estas regiões serem mais quentes, pois se situam na parte mais baixa da capital, além dos bairros localizados ali, que são cheios de lotes vagos, lages e alojamentos de ferro-velho, focos prediletos da reprodução do inseto. Além disto, Juliana explica que a Dengue é uma doença antiga, “No Brasil os primeiros casos foram registrados em 1986 no Rio de Janeiro, e em 1998 em Belo Horizonte, no qual o vírus obteve um surto em 2001 e 2002, devido à entrada do sorotipo da Dengue 1 e 2. Hoje já temos a entrada do sorotipo da Dengue 3, que já é um estágio mais avançado. ”Ainda segundo ela, a tendência é a doença aumentar cada vez mais devido ao aquecimento global provocado pelo homem, deixando o clima cada vez mais quente. A área tropical do planeta é a mais atingida devido ao seu clima quente úmido. Um dos exemplos disto no Brasil é a cidade do Rio de Janeiro, que se caracteriza por este clima. “No Rio a situação é ainda pior do que

no Brasil inteiro, pois os agentes de saúde têm medo de subir nos morros e nas favelas que apresentam grande violência urbana. Além disto, o SUS da cidade não está capacitado para o atendimento de tantas pessoas infectadas, provocando o proliferamento do vírus pela cidade”, completou. O Ministério da Saúde vem fazendo inúmeras campanhas de combate aos focos da doença. As prefeituras de suas respectivas cidades realizam mutirões para eliminar os possíveis focos. Em Belo Horizonte, agentes da zoonoses são distribuídos periodicamente nas regiões da capital para controlar a situação. Donos de lotes vagos descuidados estão sendo notificados e multados se não tomarem as providências necessárias, os ferros-velhos estão sendo limpos, e de casa em casa a população está sendo informada sobre os possíveis focos. O resultado tem sido satisfatório. A Dengue não escolhe classe social ou raça, pode escolher ficar na piscina de luxo de uma mansão ou na lage de uma favela. A prevenção não é momentânea, pois não existe uma previsão de extermínio da doença. Se nos descuidarmos, ela volta. É preciso um esforço conjunto das comunidades para que os focos não aumentem cada vez mais.

" O CLIMA QUENTE FAVORECE A REPRODUCAO MAIS RÁPIDA DOS MOSQUITOS,POIS HÁ MAIOR ÍNDICE DE CHUVAS E UMIDADE ACUMULANDO ÁGUAS PARADAS." Juliana Prado, consultora do Programa de Combate à Dengue Vacina contra a Dengue pode ser criada A Agência Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) noticiou na última semana que a vacina contra a Dengue será produzida e testada no Brasil.Um acordo de transferência de tecnologia entre o Instituto Butantan, em São Paulo, e os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos vai permitir a produção em fase de teste da vacina. Primeiramente, o imunizante será produzido apenas para testes clínicos, e só depois o Instituto poderá fabricar a vacina para comercialização. O instituto paulista irá receber do BNDES um total de R$ 32 milhões para desenvolver as vacinas de dengue, rotavírus e leishmaniose canina, que farão parte do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. Com a chegada da vacina, os índices de pessoas contaminadas pela doença tendem a diminuir, mas é preciso deixar bem claro que é fundamental fazer a limpeza dos focos periodicamente, pois de nada adiantará a vacina se os focos da Dengue não forem eliminados. A previsão é de que a vacina seja testada no ano que vem e, se aprovada, começará a ser comercializada em 2010. Ela não será a cura da doença, mas sim, a prevenção dela, juntamente com o extermínio dos focos da Dengue e a redução do aquecimento global. É com certeza uma medida preventiva muito interessante, já que está ficando cada vez mais alarmante o problema gerado pela doença não só em Minas,mas em todos os Estados do Brasil. No Rio de Janeiro, por exemplo, o surto se espalhou rapidamente com vários casos graves na capital, gerando uma preocupação muito grande da prefeitura, da sociedade e, sobretudo, do Ministério da Saúde. De acordo com pesquisadores do Laboratório de Imunopatologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a vacina tem que ter uma eficácia total no organismo para não ser pior do que não ter a proteção, surtindo um efeito contrário, aumentando a possibilidade de a pessoa imunizada contrair Dengue Hemorrágica. Outro grupo de pesquisadores da Fiocruz trabalha para conseguir um medicamento que evite a dengue hemorrágica, que pode matar. Estão sendo feitos testes em plantas como a unhade-gato, que seriam capazes de interromper a proliferação no organismo de substâncias que causam as hemorragias. A dengue hemorrágica ocorre quando uma pessoa que já obteve a doença é infectada por um outro tipo do vírus.

Saiba como se previnir O que é a Dengue? A dengue é uma doença febril causada por um vírus, que é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Principalmente com a chegada do verão e com o início das chuvas, a dengue volta a ser uma ameaça à saúde pública no Brasil, poeque as altas temperaturas favorecem a reprodução mais rápida e, consequentemente, o aumento da quantidade de mosquitos. Aparência do mosquito O Aedes aegypti mede menos de um centímetro, é escuro com listras brancas e costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde (dentro ou fora de casa). Sua picada não dói e nem coça. Transmissão O mosquito transmissor da dengue adaptou-se às áreas urbanas e vive, preferencialmente, dentro das casas ou perto delas. A fêmea deposita seus ovos em recipientes com água parada, dando origem às larvas que, após uma semana, transformamse em mosquitos adultos. De 10 a 14 dias depois de picar alguém infectado, o mosquito pode adquirir o vírus da dengue, que carregará durante o resto da vida. O Aedes aegypti procria em grande velocidade e vive, em média 45 dias. Sintomas Os sintomas surgem de uma hora para outra, geralmente de 3 a 5 dias depois da picada, e variam de acordo com o tipo da dengue: - Dengue clássica: febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, perda do paladar e do apetite, manchas e erupções na pele, náuseas, vômitos, tonturas, cansaço, moleza e dores no corpo, nos ossos e nas articulações. - Dengue hemorrágica: além dos sintomas da dengue comum, há outros que agravam o quadro: dores abdominais fortes e contínuas, vômitos persistentes, pele pálida, fria e úmida, sede excessiva, sonolência, agitação, confusão mental, dificuldade para respirar, perda de consciência e manchas vermelhas na pele. Pode haver hemorragias pelo nariz, boca e gengivas, mas nem sempre ocorre sangramento.

Tratamento O tratamento consiste em reposição dos líquidos perdidos, repouso e alívio da febre com dipirona ou paracetamol. Não use medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico. A fase mais perigosa da doença ocorre de 3 a 5 dias depois do seu início. Por isso, é fundamental voltar à Unidade de Saúde nesse período. Como combater a Dengue na sua casa e no seu bairro - Retire a água das embalagens, latas, copos plásticos e tampinhas; - deixe os pneus em local seco e protegido da chuva ou jogue-os fora em lugar apropriado; - jogue fora as garrafas PET e as de vidro vazias ou vire-as de cabeça para baixo, para que a água não fique armazenada; - não deixe acumular água em vasos de plantas e jarros de flores.Coloque areia no prato do vaso; - tampe as caixas d'água, tambores, latões e cisternas para impedir a entrada do mosquito; - feche bem os sacos plásticos e mantenha a lixeira tampada e seca; - trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana; - guarde vasos e baldes vazios de boca para baixo; - lave bem o suporte de garrafões de água mineral; - esfregue, por inteiro, com escova e sabão, em água corrente, os potes em que os animias de estimação bebem água, mesmo as bordas, pois os ovos do mosquito podem sobreviver sem água por períodos de 1 ano ou mais; - deixe as tampas dos vasos sanitários sempre fechadas. Em banheiros pouco usados, deve-se dar descarga uma vez por semana; - nos cemitérios, coloque terra ou areia nas floreiras e jardineiras, evitando o acúmulo de água e a foramação de craidouros de mosquitos; - mantenha as calhas do telhado desobstruídas. - não acumule água parada em nenhum recipiente vazio para evitar a reprodução do mosquito. Dados da Secretaria de Estado da Saúde de MG

Focos do acúmulo de lixos que geram a transmissão da dengue

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Editoras e diagramadoras da página: Eloisa Ribeiro e Ludmilla Rangel - 6º período

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C I D A D E 05

Surdo, mas não sem expressão

O USO DAS LIBRAS - LINGUAGEM BRASILEIRA DE SINAIS, FAZEM DOS SURDOS PESSOAS NORMAIS, QUE CONSEGUEM VENCER OS PRECONCEITOS E SE DESTACAR. BRUNA VALLE E CAROLINA PERSICHINI

6º PERÍODO A vontade de incluir os surdos na sociedade sem existir nenhum tipo de discriminação vem desde o ano de 1872, quando o escocês Alexander Graham Bell, filho de uma mulher surda, abriu uma escola para surdos e se casou com uma jovem que havia perdido sua audição. Atualmente, os educadores possuem duas propostas de inclusão social para os deficientes auditivos: incluir os surdos nas escolas dos ouvintes e construir escolas especiais para os surdos, o que vem gerando muitos debates e diferentes opiniões. Força de vontade e coragem de superar as dificuldades fazem com que um surdo ou qualquer outro tipo de portador de deficiência não seja considerado um anormal. Pode-se destacar ao longo da história vários personagens que, mesmo possuindo limitações, obtiveram sucesso em suas carreiras. Ludwig van Beethoven ficou completamente surdo no ano de 1807 e mesmo assim continuou regendo orquestras, tocando piano e compondo. Suas obras mais famosas foram feitas quando o músico estava parcialmente surdo, como por exemplo, a Nona Sinfonia “Coral”. O pianista e compositor Beethoven teve sua glória alcançada ao compor sinfonias longas e complexas que duravam mais que o dobro das músicas de Mozart ou Haydn. Para o artista plástico e lutador de vale-tudo Ricardo Tannus, a surdez não foi uma adversária tão difícil. Ricardo teve 90% de sua audição comprometida e aprendeu a enfrentar o mundo em silêncio. O atleta nunca encarou a surdez como deficiência sendo campeão nos tatames e nas pinturas. Em Alabama, nos Estados Unidos outro exemplo de superação mudou a vida de muitas pessoas. Após ter uma febre alta aos 18 anos, Hellen Keller (1880-1968) ficou cega, surda e muda. Tendo apenas o tato como sentido, Hellen, se alfabetizou através do Braille, e se comunicava por imitações e vibrações da garganta. O esforço que Keller tinha em se comunicar aflorou uma inteligência excepcional, o que foi considerada a maior vitória da história educacional. Tornou-se educadora, advogada e escritora e percorreu 35 países promovendo campanhas com a finalidade de melhorar a situação dos cegos e surdos. No Brasil, o coral “Somos todos iguais” participa de diversas apresentações. É um coral composto apenas por surdos e mostra que não há limites para a superação. No ano de 2002, a Língua Brasileira de Sinais, mais conhecida como Libras foi aprovada e reconhecida pela lei Nº. 10.436, tendo o objetivo de atender os surdos. A solicitação de intérpretes e o uso da língua para comunicações variadas são exemplos de que atualmente as Libras têm sido socialmente aceitas. Para os deficientes auditivos, as Libras destacam-se como a primeira língua universal. O processo de alfabetização é complexo, sendo necessária a utilização de recursos diferentes, pelo fato dos surdos serem alfabetizados pela segunda língua deles, o português. De acordo com Janete Rocha Leite, o surdo assim como qualquer outro deficiente é discriminado socialmente, sendo que a maior parte desse isolamento ocorre devido as dificuldades encontradas durante a comunicação. “Acredito que dentro das associações e instituições a convivência entre eles é grande, por isso o preconceito não interfere. Fora, poucas pessoas possuem algum tipo de conhecimento sobre Libras”, alega. Outro ponto fundamental é a forma com que todas as pessoas se dirigem a um surdo: “A palavra que a sociedade deve esquecer é surdo-mudo, pois nem todo surdo é mudo. Eles possuem a ca-

pacidade de emitir sons, só que de forma diferente, da maneira deles”, completa a psicopedagoga. Segundo a fonoaudióloga Carla Lemos o mudo é aquele que não emite som algum, o que não acontece com o surdo. “Existem aqueles que possam ter sofrido algum tipo de trauma, ter tido um câncer e isso provocou a mudez, mas o surdo não pode ser considerado mudo”, salienta Carla. Antônio Abreu é surdo, contador da Usiminas e voluntário na Feneis (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos), que tem o objetivo de apoiar a comunidade surda, ajudar a pessoa a desenvolver sua identidade, ensinar a linguagem das Libras, oferecer cursos às famílias e inserir o surdo no mercado de trabalho. Quanto a este último, Antônio explica que a sociedade pensa que os surdos não podem trabalhar, que não são capazes. “Eles são capazes sim, apesar da barreira da comunicação, várias empresas fazem contato conosco e empregam os surdos como digitadores, contadores, entre outras funções que podem fluir normalmente”, afirma. Ele ainda completa que a sociedade está mais aberta e a barreira entre os ouvintes e os surdos está cada vez menor com a presença de intérpretes, legendas e cursos. Antônio pede que haja mais dedicação da sociedade e que os profissionais do jornalismo nunca tratem a comunidade surda com os termos: “que pena”, “eles não conseguem”, “eles não fazem”, menosprezando-os assim. O Senador Eduardo Azeredo é um dos grandes militantes na inclusão dos surdos através da criação e implementação da legislação que os defende, e declara. “A legislação brasileira de proteção à pessoa surda é uma das mais avançadas do mundo. No entanto, um dos desafios é tirar a lei do papel e garantir melhor qualidade de vida e inclusão social a essas 24,6 milhões de pessoas. A atuação insuficiente do estado, quanto a aplicação e a efetivação da legislação que versa sobre o tema, torna necessária a continuação da atuação contundente e eficaz desta casa legislativa através de uma subcomissão permanente, que dará continuidade aos trabalhos já iniciados, trazendo soluções reais para as questões pertinentes a essa parcela tão importante e significativa de cidadãos brasileiros”. Em 2007, o tema da Campanha da Fraternidade se voltou para os portadores de necessidades especiais, tendo como lema a frase: “Levanta-se e vem para o meio”. A campanha teve como maior finalidade a inclusão dos deficientes na sociedade. A psicopedagoga e professora Janete Rocha Leite afirma que no estado de Minas Gerais estão sendo criados Centros de Capacitação que oferecem cursos de Libras, além de outros tipos de cursos. Até 2007, os centros voltavam somente para a profissionalização, mas no começo do ano de 2008 após uma resolução na secretaria, especificamente, o curso de Libras foi ampliado para os profissionais da saúde e para os militares. A professora indica associações de surdos, instituições como igrejas e a FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos surdos) para os maiores interessados em aprender a língua. O mercado de trabalho tende a ampliar cada vez mais. Embora com o passar do tempo, as pessoas estão se esclarecendo e se informando melhor sobre o assunto (o que resulta em adquirir mais conhecimentos sobre a capacidade do surdo), na maioria das vezes, são oferecidos para os surdos subempregos. Esse tipo de “cargo” facilita principalmente o contratante, que terá gasto apenas com o salário da pessoa que foi contratada e não com o acréscimo de intérpretes ou cursos que devem ser obrigatoriamente promovidos para que alguém da empresa consiga se comunicar com o surdo

Federaçao Nacional de Educaçao e Integraçao dos Surdos (Feneis) Rua Albita, 144 Bairro Cruzeiro (031) 3225- 0088 www.feneis.org.br

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Alfabeto em Libras O Alfabeto de Libras (Língua Brasileira de Sinais) teve sua origem ainda no Império. Em 1856, o conde francês Ernest Huet desembarcou no Rio de Janeiro com o alfabeto manual francês e alguns sinais. O material trazido pelo conde, que era surdo, foi adaptado e deu origem à Libras. Este sistema foi amplamente difundido e assimilado no Brasil. A Libras quase mudou de nome e só voltou a vigorar em 1991, no Estado de Minas Gerais, com uma lei estadual. Só em agosto de 2001, com o Programa Nacional de Apoio à Educação do Surdo, os primeiros 80 professores foram preparados para lecionar a língua brasileira de sinais. A regulamentação da Libras em âmbito federal só se deu em 24 de abril de 2002, com a lei n° 10.436.

Miss Ceará venceu suas limitacoes Arquivo Pessoal

Conhecida em todo o Brasil não só por sua beleza, mas também determinação, Vanessa Vidal é surda e Miss Ceará 2007, um grande exemplo de superação. “minha história sempre foi de muita luta e determinação. Sofri preconceitos e descrimição, mas sempre tive apoio da minha família, principalmente da minha mãe, que tudo fez e faz para o meu crescimento, consegui mostrar para todos que é possível, consegui mostrar para todos que é possível, consegui realizar todos os sonhos, pois barreiras sempre vão existir, por isso o mais importante é acreditar.” O PONTO - Você teve alguma dificuldade em se relacionar com as pessoas? Sejam amigos, namorados, etc.? Vanessa Vidal - Não, gosto muito de fazer amizades. Apesar da minha surdez, sempre tive muita facilidade de me aproximar das pessoas. Quanto a relacionamentos, já namorei rapazes surdos e ouvintes. Sou oralizada e tenho uma boa leitura labial, consigo compreender e ser compreendida. O.P. - Como funcionou o seu processo de alfabetização? V.V. – Estudei em escola especial e fui alfabetizada, não pude aprender a língua de sinais na primeira idade (infância), pois na época era proibido, precisava primeiro “aprender a falar”. Somente aos 13 anos pude aprender minha língua oficial, as Libras. A partir daí, fui estudar em uma escola normal e fiquei até entrar para a faculdade. O. P. - E na carreira? A sua deficiência atrapalhou em algum instante? V.V. - Sofri alguns preconceitos, mas como sempre fui muito guerreira, mostrei que é possível sim, enfrentar barreiras e chegar à superação.

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Editor e diagramador da página: Paula Póvoa Tavares e Pedro Henrique Vieira - 6º e 5º períodos

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ENTRE FATOS E CONVERSAS DOIS ALUNOS DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA UNIVERSIDADE FUMEC FALAM SOBRE SUAS EXPERIÊNCIAS,IDEAIS E EXPECTATIVAS. COM VISÕES DISTINTAS, E OPINIÕES CHEIAS DE PERSONALIDADE ELES TRAÇAM O PERFIL DO NOVO COMUNICADOR Ele tem sempre uma opinião para dar. Seu sadismo não combina com a figura simpática que entra na sala de mochila nas costas. Em pouco tempo você percebe o espírito competitivo e mordaz que ele carrega.É extremamente educado, principalmente com pessoas desconhecidas. Apesar de sua insegura tentativa de não parecer, aparece até demais. Uma das figuras mais caricatas e divertidas desses corredores já fez de tudo, de campeão mineiro de kart a curso de tiro instintivo. Com apenas 27 anos, Alexandre Cabral da Costa, parece ter muito a dizer. Por Paula Tavares 6º G O Ponto - A mudança do curso de Direito para Comunicação Social, alterou sua forma de ver o mundo? Alexandre Cabral - Sim, e muito. Fui do conservadorismo de um vovô para o radicalismo de um anarquista inglês do século 19. Parei de acreditar em muitas coisas, nas pessoas e até mesmo na Faculdade em si. Perdi a paciência pela vida alheia e parei de me importar com coisas que no fundo são importantes. Na época do direito, caso perdesse meus professores seria mais combativo. Quais são seus teóricos preferidos? Miguel Reale, Sérgio Buarque de Holanda e Paulo Freire. Cito apenas brasileiros para não entrar no pedantismo do "vamos socializar o mundo". Você tem crises de sadismo durante as aulas. Qual razão pra tanta hostilidade? Veja bem, minha hostilidade nunca é direta a alguém. Sempre debato idéias, e às vezes fico acalorado. Mas não sou lá muito paciente com a ingenuidade alheia. Ignorância eu até suporto, mas a ingenuidade em certas idéias e ideais chega a me provocar urticária. Vai ver é por isso da minha mordacidade. Ser mordaz é ser legal hoje em dia.(risos) Em qual área do Jornalismo pretende atuar quando formar ? Minha paixão sempre foi o jornalismo impresso, eu gosto tanto que não há preferência. Fico feliz cobrindo de cidades a economia.

Certa vez você disse que não entende apenas sobre três assuntos. Flores, peixes e árvores. Obviamente foi mais uma de suas ironias. Você se considera uma pessoa sábia? De jeito algum. Ainda não atravessei a ponte. Se bobear nem na metade estou. Brinco com as pessoas falando isso, como uma provocação. Parece que elas não reconhecem e não buscam o conhecimento.

Bárbara Rodrigues 5ºG

"HÁ DUAS CORRENTES DE MOVIMENTOS ESTUDANTIS. OS FANTOCHES E OS VISLUMBRADOS." Apesar do seu humor ácido, seus colegas parecem gostar de você. Alguma vez já teve problemas sérios por ser tão crítico? Isso indica que as assopradas que dou após as machucadas são sempre melhores! (risos). Brincadeira a parte, acho que voltamos ao assunto do criticar uma postura, mas respeitando a pessoa. Sempre trato todos a minha volta com uma educação inglesa. E ali na sala de aula não há quem não goste. Sou usuário do "escolha seus inimigos e deixe que seus amigos o escolham". E também tenho certeza que muita gente já nem liga para o que eu falo.

Alexandre Cabral: um persongagem polêmico e divertido

Qual foi o último livro que você leu? Foram 2 no mesmo dia, semana passada. Isso que dá ler vários livros ao mesmo tempo, custa acabar a leitura, mas quado acaba pelo menos conseguimos aumentar a prestação. Um deles foi uma história juvenil escrita por um tio-avô meu. Ganhou Jabuti na mesma categoria. Chama-se "As Aventuras de João Longo". O outro livro são memórias de um honorável advogado fluminense, filho de Joaquim Nabuco, José Thomaz Nabuco chamado "Arresto do Windhuk".

Há duas correntes de movimentos estudantis. Os fantoches e os vislumbrados. E isso sempre ocorreu. Sei do que falo pois meu avô foi fundador da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), e quase ganhou a eleição da Une. E isso com 18 anos de idade. Hoje em dia vemos "estudantes" beirando os 30 se gabando pela luta estudantil do presente. E digo mais, nada é mais alienante que o movimento estudantil. Eles aprendem Karl Marx em botequins, praticam a democracia do "eu mesmo", e não aceitam o que não lhes interessa. A culpa do abestamento da política nacional está realmente na base, pois já há todo um nivelamento por baixo nos movimentos estudantis.

Como você vê o movimento estudantil no cenário atual?

Em botequins? Como vão ficar os professores de sociologia ao lerem isso?(risos)

Para eles não fará diferença, pois alunos que participam de movimentos estudantis não vão à aula. Você pretende terminar o curso de Direito algum dia? Além de ser minha vontade, é preciso que acabe o curso de direito. É muito feio não terminar o que começou e ainda bem no seu final. Pretendo concluí-lo em 2009. Como você se enxerga daqui dez anos? Não conseguiria me imaginar como um homem médio. Seria ou na bancarrota absoluta ou na efervescência do poder com duas coisas necessárias, dinheiro e sexo. Quando o homem não tem dinheiro e sexo, não consegue pensar em outra coisa.

''Quando acertei a manobra mais difícil, pensei: é isso!" A estudante do sétimo período de jornalismo da universidade Fumec, Tereza Lobato, começou a andar de skate aos 14 anos de idade, e com 17 fez suas primeiras manobras em um esporte que ainda era novidade na capital mineira, o wakeboard. Hoje, aos 21 anos, Tereza desponta como uma das mais promissoras atletas de wake do país e ocupa o primeiro lugar na classificação feminina do campeonato nacional de Wakeboard. Por Ana Paula Amaral 6º G

O Ponto - Como surgiu seu interesse pelo wakeboard? Tereza Lobato -Meu interesse por esportes de prancha praticados na água surgiu alguns

anos depois que comecei a andar de skate. Certo dia meu irmão e um amigo me convidaram para andar de wake. Gostei tanto que resolvi pesquisar sobre os praticantes do esporte daqui de BH para ir até eles e continuar a praticar o esporte.

po comecei a arriscar algumas manobras para ser convidada mais vezes pelo pessoal dos barcos, nesta época não possuía sequer a minha prancha. Passei a me “jogar”, a competir e fazer de tudo para ganhar campeonatos e obter certo respeito entre os praticantes.

Diferente do skate, o wake é um esporte caro, que depende de muitos acessórios para a sua prática além de um barco e combustível. No início, como você fazia para custear os gastos com o esporte? Isso sempre foi um problema. No começo, quando me apaixonei pelo wake,ia para o clube (localizado na Lagoa dos Ingleses), sentava aonde param os barcos e esperava uma alma bondosa me chamar pra andar. Com o tem-

Quando decidiu seguir carreira no wakeboard? Desde a primeira vez que andei (muito mal por sinal) já sabia que era isso que queria fazer. Quando acertei uma manobra mais difícil pensei: “é isso!”. Além do skate e do wake, costuma praticar outras atividades? Escrevo uma coluna para uma revista especializada em wake, a Wakebrasil e paJuliana Pizzaro 5ºG ra um pequeno jornal de uma escola de idiomas. Pratico e dou aula de capoeira, faço yoga uma vez por semana, trabalho como terapeuta corporal, mais especificamente com massagem ayurvédica e quando sobra tempo gosto de pintar minhas telinhas. Sou completamente hiperativa! Você tem algum ídolo no esporte? No wake mundial a Dallas Friday, no Brasil tem uma amiga minha, Mariana Martins queadoro, e é um exemplo de superação. Ela andou cinco anos sem

ligamento, sentindo dores e ganhando campeonatos. Por ser uma esportista, você também cuida da alimentação? Não como carne vermelha, nem gosto de fritura. Tirando isso, como de tudo. Poderia viver de granola, fruta, chocolate, pão integral e macarrão. Você costuma sair à noite, ir a festas? Apenas em raras excepções, para ouvir uma boa música, em lugares que não fiquem lotados e que tenha lugares para sentar. Mas, se o Led (Zeppelin) se juntar de novo e resolver tocar na sala da minha casa...(risos) A verdade é que costumo ficar bastante cansada por causa dos treinos e campeonatos, por isso não costumo sair com frequência na noite de Belo Horizonte. Como uma estudante de jornalismo, faz da leitura um hábito? Infelizmente não tenho tempo de ler tudo o que eu quero, possuo listas intermináveis. No momento estou lendo o Bhagavad Gita pela segunda vez (Livro sagrado hindú que revela a consciência e os ensinamentos de krishna). Costuma assistir televisão? Não, apenas filmes de surfe, de wake ou de skate. Sempre que tento assistir a televisão aberta não acho nada, perco a paciência e desligo o aparelho. Seria viável dedicar sua vida ao wakeboard no Brasil? Fazer dele sua profissão? No Brasil para uma parte muito restrita de atletas do surfe isso já acontece.Infelizmente, no wake, ainda existe pouco apoio. Eu tive sorte, corri atrás de patrocínios e hoje já consigo percorrer o circuito (etapas do campeonato nacional) e pagar meus treinos, mas viver disso ainda não dá. Ainda falta incentivo, de empresas privadas, do governo...

Tereza Lobato: Wakeboard, yoga e jornalismo

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Editores e diagramadores da página: Ana Paula Amaral, Bruno Chiari e Rodrigo Espeschit - 6º período

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E C O N O M I A 07

A FORÇA DO FI CO ENFORCA PASSADOS MAIS DE 200 ANOS DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA, POPULAÇÃO BRASILEIRA SOFRE AINDA MAIS COM ALTA CARGA TRIBUTÁRIA INCIDIDA SOBRE A RENDA DO TRABALHADOR Bruno Chiari 6ºG

Lula enforca Tiradentes, de forma simbólica, em manifestaçao ocorrida no dia 27 de maio contra a abusiva carga tributária nacional: brasileiro trabalha 148 dias, ao ano, para pagar impostos. BRUNO CHIARI E RODRIGO ESPESCHIT 6º PERÍODO - Achei, achei!! Achei ouro! O crioulo gritou e logo se calou ao achar aquela pepita. As pedrinhas ainda não eram difíceis de se achar naqueles 1792, o difícil mesmo era ficar com o que encontrava nos cascalhos dos rios. Era preciso ser discreto. A coroa intensificara o controle fiscal no final do século XVIII e D. João V sorria os louros do ‘quinto’. Tudo o que era explorado em terras tupiniquins tinha que passar pelas ‘Casas de Intendência’ e aqueles que tentavam burlar o forte esquema de fiscalização, ou acabavam os seus dias em uma masmorra ou eram degradados para a África. O escravo fugido não queria nem uma coisa nem outra. E a Metrópole, não satisfeita com a quinta parte a que era reservada, criou um imposto suplementar ao quinto, a ‘Derrama’. Foi o estopim, ele ouvira falar de um grupo de intelectuais e poetas, militares, sobretudo descontentes com o controle outorgado pela coroa que começavam a se reunir ensaiando uma conspiração. Queriam eliminar o controle exercido por Portugal. Era pe-

rigoso, sabia-se. Alguns membros do grupo estavam desaparecidos há algumas semanas. O mineiro escravo tentou pelas ruas de Vila Rica achar alguma informação a respeito. A pepita estava a salvo, mas era tarde. No começo de 1792 os conspiradores eram denunciados pelo Coronel Joaquim Silvério dos Reis ao Visconde de Barbacena, traindo os seus companheiros e seus ideais. A maioria foi condenada à pena de morte, com as penas muitas vezes comutadas. Todos, menos Tiradentes. Joaquim José da Silva Xavier não negou a conspiração e foi enforcado, seu corpo esquartejado e exibido em praça pública em 21 de abril de 1792. Naqueles tempos, não tinha televisão, tinha a escravidão, mulheres não podiam votar e a bandeira de Minas Gerais ainda não tinha o símbolo idealizado pela inconfidência. Em tempo: na primeira noite que a cabeça de Tiradentes foi exposta, roubaram-na. O seu paradeiro é desconhecido até hoje. NOS ANOS 2000... Já vimos Che Guevara ganhar a América e Lampião ascender no sertão, Zumbi levantar palmares e Antônio Conselheiro erguer

Rodrigo Espeschit 6ºG

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Canudos, e hoje nos sentimos desassistidos. diretamente, sobre sua renda. A Câmara de Nos encontramos atados aos ideais de consu- Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/ mo capitalista e à banalização do ridículo que BH) e o Sindicato do Comércio Varejista de deixamos passar despercebidos o abuso ou- Derivados de Petróleo no Estado de Minas torgado pelo sistema que nos molda: não bas- Gerais (Minaspetro) proporcionaram naquela tasse os nossos políticos beberem nas águas terça-feira a venda de gasolina com desconto da corrupção, eles próprios se asseguram em de tributos. manter o nosso país com a maior carga tribuCalculou-se que o preço médio da gasolitária da América Latina e uma das maiores do na era de R$ 2,395, com a dedução de imposmundo. tos (PIS/Confins, ICMS) que totalizaram R$ Em 2008, o brasileiro nasce condenado a 0,984. Assim, a gasolina foi vendida ao valor trabalhar quase metade da sua vida para pa- de R$ 1,411. gar impostos. É o que aponta estudo realizado Desde 2004, a Associação da Classe Média pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tri- ( ACLAME ) promove a venda de produtos butário (IBPT). Segundo a pesquisa, a carga como gasolina, gás em botijão e outros sem tributária sobre renda, consumo e patrimônio impostos. A programação inclui outras ações, já consome 148 dias de trabalho do cidadão. como caminhadas com estudantes e professoEm 2000, consumia cerca de 120. Só para se res da rede municipal de ensino, palestras e ter uma idéia, enquanto nós trabalhamos 2/5 afins. É o segunto ano consecutivo que estes do ano só para quitarmos impostos, na Ar- protestos ocorrem em postos de gasolina na gentina trabalham-se em média 97 dias, en- capital mineira. Em 2007, assim como neste quanto no México, 91. No nosso vizinho Chile ano, foram distribuidos 5.000 litros isentos de 92 dias e no império estadunidense, 102. Isso impostos em cada um dos dois postos partifaz com que o Brasil tenha uma das maiores cipantes. cargas tributárias do munA grande aposta de do, perdendo apenas para uma ação como esta é jusalguns países ricos, como tamente trazer o assunto Suécia, Dinamarca e Nopara que o consumidor ruega. questione nossa absurda Ou seja, o Brasil tem carga tributária. Não apeimposto de primeiro munnas no momento em que, do e condição social de paatravés da iniciativa priís subdesenvolvido e sistevada, possa comprar promas de saúde e educação dutos por até a metade do precários. Na mesma mepreço, e sim que seja uma dida, o país é conhecido discussão constante e sémundialmente como um ria, servindo de impulso dos mais corruptos do Osvaldo Coutinho - Proprietário de um dos inicial para um movimento planeta, aí fica mais fácil em massa que cobre ações entender. Parece claro, é postos participantes da campanha de nossos governantes e necessária uma reforma os responsabilizem por tributária para otimizar os gastos públicos, tornar-nos escravos de um sistema que não mas mais do que isso, torna-se urgente uma nos protege. reforma fiscal e política para coibir e evitar a Em entrevista com o proprietário de um corrupção. Vale lembrar que o governo não é dos postos participantes da ação, Osvaldo dono do dinheiro arrecadado com os impos- Coutinho, fica perceptível sua insatisfação tos, e sim o responsável por administrá-lo de com a alta taxa tributária imposta pelo Estaforma a beneficiar a população. do. "Para se ter uma idéia, 47% do preço da Para tais reformas acontecerem, é im- gasolina, hoje, é imposto. Paga-se, em méportante a mobilização de toda a sociedade dia, R$ 31.500 em 15.000 litros de gasolina, e agentes produtores de informação qualifi- dos quais R$ 14.805 são de impostos direcada, de estudantes e políticos – até eles! De tos", infoma o proprietário. Na opinião do modo geral, deve haver uma cobrança, contí- empresário, o Estado não retorna de maneinua e intensa, do bom andamento da máquina ra eficiente os impostos pagos em benefícios pública, da boa gestão do dinheiro público à população e este tipo de ação leva as pese, principalmente, assegurar que o cidadão – soas a cobrarem mais de seus governantes. hoje carente – possa desfrutar de boa educa- "Tiradentes insurgiu por 1/5. Hoje, o goverção, sistema público de saúde eficiente, infra- no cobra quase metade em impostos. O povo estrutura básica e segurança plena. tem que reclamar o que é direito", indigna-se Coutinho. DIA DA LIBERDADE FISCAL Cabe à sociedade se organizar e pressioNo dia 27 de maio, simbolicamente, é o dia nar o governo no intuito de promover as tão que o trabalhador brasileiro começa a traba- distantes e necessárias reformas tributária, lhar em benefício próprio. Nesta data foi re- política e fiscal. E é responsabilidade das míalizado em Belo Horizonte um ato buscando dias pautar e cristalizar este tema na agenda a conscientização da população sobre a enor- na tentativa de esclarecer e conscientizar o me carga de impostos que incide, direta e in- público desavisado.

"TIRADENTES INSURGIU POR 1/5. HOJE, O GOVERNO COBRA QUASE METADE EM IMPOSTOS. O POVO TEM QUE RECLAMAR O QUE É DIREITO."

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Editores e diagramadores da página: Flávio Campos, Mariam

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Aliança entre oposiç

PARTIDOS POLÍTICOS DEIXAM DISPUTAS HISTÓRICAS DE LADO PARA SE UNIREM RUMO ÀS ELEIÇÕ FERNANDO PIMENTEL PRETENDEM APOIAR O MESMO CANDIDATO. O CASO JÁ CHEGOU AO PRES PEDRO HENRIQUE VIEIRA 5º PERÍODO Os caminhos da política no Brasil são às vezes surpreendentes. Ainda mais num estado como Minas Gerais, marcado por tradições históricas. Difícil imaginar que um dia partidos com ideologias distintas poderiam se unir em torno de um objetivo comum. O bom entendimento entre o governador Aécio Neves (PSDB) e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), fez com que uma possível aliança para as eleições municipais fosse articulada. A aliança entre os antigos adversários políticos ganha força na coligação que envolve também o PSB. Na chapa, o candidato a prefeito da coligação na capital mineira é Márcio Lacerda (PSB), ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do governo Aécio Ne-

ves e ex-integrante do Ministério de Integração Nacional no governo Lula. O candidato a viceprefeito é o petista Roberto Carvalho. Em setembro de 2007 começaram as conversas nos bastidores sobre essa possível aliança. Em meados de abril, a Executiva Nacional do PT vetou por 13 votos a dois a aliança com o PSDB, alegando que a eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte interferiria na campanha presidencial em 2010, pois uma eventual candidatura de Aécio Neves seria contra um nome apoiado pelo presidente Lula. Na segunda-feira, dia 26 de maio, a Executiva Nacional do PT manteve o veto na capital mineira pelo mesmo resultado e aprovou alianças com PSDB, PPS e DEM, que fazem oposição ao governo Lula, nos municípios de Palmas (TO), Montes Claros, Linhares (ES), Nova Friburgo (RJ), Criciúma (SC), Itajaí (SC), Guarujá (SP),

Canoas (RS), São Vicente (SP) e Cárceres (MT). Além de Belo Horizonte, o partido da estrela vermelha rejeitou aliança com os tucanos em Açailândia (MA), Cláudia (MT), Cabo Frio (RJ) e Xanxerê (SC). Numa recente visita a Belo Horizonte, o presidente Lula afirmou ser a favor da aliança com o PSDB na capital mineira. Dias depois, o diretório nacional do PT manteve o veto, mas acenou para um possível apoio informal do PSDB. O dia 5 de julho é o prazo final para que os partidos registrem suas candidaturas na Justiça Eleitoral às eleições municipais, realizadas em outubro. O juiz aposentado Cássio Gonçalves, que atuou na política entre os anos de 1978 a 1986 como deputado estadual e federal, tem uma posição crítica em relação à atuação partidária e ressalta que, embora essa aliança possa prevaNatália Fernandes 5ºG

lecer e ser boa do ponto de vista administrativo para a capital mineira, não é uma união dos partidos. “Há uma aliança entre Aécio Neves e Pimentel, ambos com interesses em suas respectivas carreiras. O que o Pimentel quer é ser governador do estado com apoio do Aécio. E o que Aécio, possível candidato a presidente em 2010, quer é manter um prefeito com quem ele tenha vínculos visando à união de Minas Gerais, que é feita muito mais em torno de carreiras políticas do que de partidos”, acredita Cássio. O deputado federal e presidente do diretório municipal do PMDB, Leonardo Quintão, candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, criticou a aliança entre PSDB e PT. “Esta união se deve ao bom entendimento entre o prefeito e o governador, que também faz uma política de boa convivência com o presidente. O bom relacionamento entre eles é louvável, mas não é nenhuma vantagem”. Opinião diferente tem o presidente do diretório municipal do PT em Belo Horizonte, Aluísio Marques. Segundo ele, a aliança é estritamente municipal para as eleições deste ano, que visa manter um bom entendimento entre a prefeitura, o governo do estado e o governo federal. “O PT terá candidato a presidente da República. Nós vamos disputar com a ministra Dilma ou com o ministro Patrus, ou com qualquer outro, assim como o PSDB”, explica. Debate Político Essa proposta de aliança em Minas abre uma outra discussão. Pelo fato de os dois partidos terem sido históricos adversários na política tanto em nível municipal e estadual quanto nacional, fica a dúvida sobre o que será do debate político em Belo Horizonte. Para a deputada federal e candidata à Prefeitura de Belo Horizonte pelo PCdoB, Jô Moraes, a população da capital estranha muito esta aliança por acreditar que não se mudam propostas políticas de uma hora para outra. “Nos últimos 15 anos houve uma permanente disputa entre PT e PSDB em relação à prefeitura. Tinham propostas e metas administrativas diferentes. Portanto, durante esses anos, a população fez sua escolha, e agora vai querer saber quem abriu mão dos projetos”. Nos Estados Unidos, por exemplo, sempre houve disputa entre os partidos Democrata e

R tr ja a su si a e b lid pe go d p pe fe Pi de po ou po m ol P le m ra m fi p fu p re qu qu ta pr p po 46 ci pa D ta Lu n qu e

IRREGULARIDADES ANTES MESMO DAS PROPAGANDAS ELEITORAIS COMEÇAREM Somente a partir do dia 6 de julho os candidatos podem começar a fazer propaganda eleitoral. Porém, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) já autuou 121 candidatos por propaganda extemporânea até maio deste ano. Só em Belo Horizonte, foram oito. Nas últimas eleições municipais de 2004, o TRE julgou, em todo o estado, 102 recursos por propaganda extemporânea. Destes, 61 pagaram multa. Os outros 41 recursos acabaram não concluindo em penalização. O Tribunal conta com a Comissão de Fiscalização da Propaganda Eleitoral, composta por três juízes, cerca de 18 promotores e um grupo de oito servidores da Justiça Eleitoral que colaboram na fiscalização e nos procedimentos internos. As denúncias de propagandas irregulares são feitas pelo Ministério Público, por outros candidatos ou por qualquer cidadão através do sistema “Denúncia on line”, que está no site da Justiça Eleitoral mineira.

Quando a denúncia chega ao TRE, a Comissão verifica se ela é procedente e, se for, o juiz notifica o infrator para que ele retire a propaganda. Caso não seja retirada, abre-se uma representação que pode gerar a multa. No que diz respeito à propaganda fora de época, a lei estabelece que a taxa mínima seja de R$ 21 mil, mas pode variar. No último dia 3 de março, a Comissão condenou o vereador Wellington Magalhães ao pagamento da multa de R$ 53 mil por propaganda extemporânea. Isso porque no dia 17 de fevereiro, Magalhães fez um showmício com direito à participação de um evento sertanejo que fechou parte da Avenida Américo Vespúcio, região Noroeste de Belo Horizonte. Neste caso, o político cometeu duas infrações: a propaganda fora de época e a prática do showmício (contratação de artistas e animadores de comício). As mudanças na lei estabelecem que vários tipos de propaganda eleitoral sejam irregulares. Está proibido, desde 2006, gastos

com showmício, distribuição de camisas, canetas, bonés, chaveiros, cestas básicas, ou quaisquer bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor; veiculação de qualquer propaganda em bens públicos e nos de uso comum, inclusive nos postes de iluminação, viadutos, postes, passarelas, árvores etc; outdoor; propaganda na imprensa escrita, entre outras. Fiscalização Para o coordenador de Comunicação Social do TRE, essas mudanças na lei resultaram na diminuição das irregularidades. “Temos um trabalho maior na área de prestação de contas. Como a legislação endureceu nessa área, isso pode até gerar a perda de mandato. Foi o caso do deputado federal Juvenil Alves (PRTB), que foi cassado em abril, por unanimidade, pela Corte do TREMG. Ele é acusado de formação de caixa dois em campanha eleitoral. A fiscalização está sendo mais rigorosa”, finaliza.

Historicamente opostos, PT ano após anos, se dirigirem

PT PT 1980 Fundação do Partido dos Trabalhadores com segmento esquerdista.

Charge: Mariamma Fonseca 6ºG

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PT 1989 Lula se candidata à Presidência da República. Vai para o segundo turno, mas é derrotado por Fernando Collor (PRN).

PT 1994 Lula se candidata mais uma vez e perde para Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

PT 1998 Lula é derrotado pelo mesmo adversário da eleição anterior.

2002 Lula é eleito Presidênte da República.

PT 2006 Lula é reeleito com nova vitória sobre o PSDB.

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ção confunde eleitor EIÇÕES MUNICIPAIS DE 2008. EM BELO HORIZONTE, O GOVERNADOR VER AÉCIO NEVES E O PREFEITO RESIDENTE LULA, QUE NÃO SE OPÔSS À ALIANÇA, REPROV REPROVADA AD PELO DIRETÓRIO NACIONAL Natália Fernandes 5ºG

ios e ser o m le s, o-

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Republicano. A oposição de um partido a outro é bem delimitada e necessária para que haão que, q ja debates e esclarecimento à população rmar a partir de oposições definidas, podem formar suas opiniões sem dúvidas. No Brasil, onde há o sistema de pluripartidarismo, um exemplo que a população tinha de briga política, de disputa e de extrema esquerda era o Partido dos Trabalhadores. A aliança com o PSDB, se conso-ue lidada, dará um “nó” na cabeça do eleitor, que m perderá a referência do que é oposição em um do governo. A partir do momento que um partido a de oposição se desvincula de suas ideologias para alcançar um objetivo, essas referências se perdem. oLeonardo Lamounier, cientista político e proão fessor da Escola de Governo da Fundação João o Pinheiro e da PUC-MG, se preocupa com o fato de que, com essas grandes coligações, o debate político se esvazie por não ter um contra-ponto, ou seja, as diferenças não se evidenciam. “Se por um lado você vivencia essa capacidade administrativa, por outro lado, politicamente, aos olhos do eleitor, os partidos ficam todos iguais. Para a construção do sistema partidário brasileiro, seria bom se os partidos dissessem com mais clareza a quê vieram. Eles precisam ter cara, se apresentar aos eleitores com uma postura mais transparente. É isso que vai criar identificação ou não do eleitorado brasileiro com os partidos”. Cássio Gonçalves, que foi do MDB e um dos fundadores do PSDB, critica as atitudes dos partidos no Brasil: “Os partidos não se fazem respeitar. Não há nenhum compromisso com qualquer tema que interesse o país. É preciso que o povo saiba que o partido que ganhar estará comprometido com alguns temas, alguns projetos, para depois a sociedade cobrar. Os partidos não têm compromissos claros com a população, nem em campanha”. O advogado e eleitor Ricardo Leal de Melo, 46, tem uma posição muito crítica a essa tendência da esquerda que usa do processo eleitoral para fazer um governo único. Para ele, PT e PSDB não têm ideologias distintas, são clientelistas, não têm idéias claras de gestão. “O governo Lula apenas deu continuidade ao que fazia Fernando Henrique”, critica. Melo destaca ainda que esta aliança faz parte dos planos de Aécio e Pimentel de buscar o poder, mas evidencia

que o debate político polí co esvazia esvazi muito a partir do momento quee fica fi sem uma ma clara oposição. Com sua à prefeitura da a candidatura ca d capii tal mineiraa definida há mais de seis meses, Jô d Moraes não acredita que o debate político irá esvaziar com esta união entre PT e PSDB, mas crê que o assunto é corrente na cidade pelo fato de ter provocado tanta estranheza e incômodo na população. O nome de Márcio Lacerda No atual momento da política belo-horizontina, não há um grande nome do PT e do PSDB para disputar as eleições para prefeito. Os petistas teriam Patrus Ananias, que não quer se candidatar porque tem um projeto político que visa o governo de Minas Gerais ou, ainda, a presidência da República. Patrus, que é da ala contrária à aliança com o PSDB, tem o mesmo interesse de Pimentel, que está construindo sua candidatura a governador. O PSDB teria o senador Eduardo Azeredo, mas ele esteve envolvido no suposto caso do mensalão mineiro

– esquema uema de arrecadação ilegal de recursos na sua ca campanha às eleições para o governo de Minas Gerais em 1998. Logo, como não há um nome natural de nenhuma destas duas grandes lideranças no estado, é mais fácil provocar esse entendimento apostando no nome de Márcio Lacerda (PSB). O professor Lamounier ainda destaca que, mesmo que Márcio Lacerda não tenha uma tradição na política, sendo pouco conhecido, ele será o candidato do prefeito de Belo Horizonte e do governador de Minas Gerais, ambos muito bem avaliados. “Ele parte com uma estrutura muito forte. Tem muito recurso em todos os sentidos: financiadores, grande espaço na mídia e na propaganda eleitoral, porque são vários partidos que vão lhe dar sustentação. É um candidato muito competitivo e creio que ao longo do tempo se tornará favorito”. Há quem critique a candidatura de Lacerda. Leonardo Quintão, um dos candidatos à prefeitura da capital, por exemplo, acredita que os eleitores cobrarão do prefeito e do governador

explicações sobre a escolha do candidato. Enquanto isso, Jô Moraes sabe que é cedo para dizer que a vitória é certa, especialmente, porque a história política de Márcio Lacerda não tem vínculos com a cidade de Belo Horizonte. Em contrapartida, o presidente do diretório municipal do PT, Aluísio Marques, defende Lacerda como um homem sério que sempre apóia os candidatos de esquerda e que dará continuidade aos projetos da prefeitura de BH. Na política brasileira, nada mais assusta. As contradições e as infidelidades partidárias aliadas à corrupção, a busca inescrupulosa pelo poder, projetos sem clareza, alianças quase inimagináveis, ideologias não definidas, são ingredientes que contribuem para que a população não se entusiasme com a atual fase política que o Brasil vive. A sociedade precisa estar atenta aos movimentos da política, escolher seriamente seu candidato, votar com convicção, pois como dizia Bertolt Brecht, “o pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”.

Fotos: Natália Fernandes 5ºG

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"Essa aliança é um amadurecimento político da democracia brasileira na sua forma municipal. Encaro isso como uma questão positiva. Não vejo isso como um retrocesso, sim como uma união em torno da governabilidade."

"Essa unificação parcial, apenas no município, é muito tendenciosa. Teria que ser uma união nacional. A tendência deles é ir para onde está a maioria. A curto prazo isso vai trazer um retrocesso no cenário político."

eim oos c; "Apesar dessa divergência histórica, o que se viu nas últimas campanha do PT foi um achatamento de um programa político caminhando cada vez mais para a direita. Essa aliança que vem agora não me espanta."

as s. mo de B), Eei-

Davi Toledo Estudante

"Essa aliança é de políticos 'espertos'. Eles têm que formar alianças para conseguir apoio político. Hoje em dia o cenário é bem mais diversificado, o poder fragmentado, por isso é interessante formar alianças."

Fernando Augusto Mestrando

Fabiana Cristina Estudante de Publicidade

Luiza de Sá Estudante de Jornalismo

"Essa aliança se forma pela falta de candidatos fortes para a prefeitura de BH. Eles estão se unindo para fazer algo que não seja tão bom. Eu não estaria disposto a votar no candidato deles." Pedro Henrrique Rocha Estudante de Jornalismo

, PT e PSDB vêem seus ideais, girem para o mesmo ponto.

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2006 Geraldo Alckmin é derrotado por Lula no segundo turno.

2002 José Serra perde para Lula no segundo turno.

1998 Fernando Henrique Cardoso é reeleito com nova vitória sobre Lula.

1994 Fernando Henrique Cardoso é eleito Presidente da República.

1989 Nas eleições presidenciais, Mário Covas (PSDB) fica em 4º lugar.

1988 PSDB foi fundado com linha centro-esquerda.

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Editor e diagramador da página: Pedro Henrique Vieira - 5º período

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Gari por um dia REPÓRTER DO JORNAL O PONTO ENCARA A DURA JORNADA DOS PROFISSIONAIS QUE TRABALHAM NO CAMINHÃO DA COLETA DE LIXO NAS RUAS DE BELO HORIZONTE Fotos: Samuel Aguiar 6ºG 10 9 8

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Já uniformizado, repórter conversa com os garis e ensaia o começo dos trabalhos... 10 9 8

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Na manhã da quarta-feira, 28 de maio, vivi na pele a árdua rotina dos garis que trabalham no caminhão de coleta de lixo da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). O tempo máximo que consegui acompanhar estes valentes trabalhadores foi de aproximadamente 40 minutos, pois percebi, logo no início da jornada, que esta é uma profissão que exige preparo físico de atleta, além de agilidade, esperteza e muita coragem. Na companhia dos garis Eugênio Gomes, Lúcio Emiliano, José Carlos, Arestino Estevão e Helbert José, fui conduzido pelo motorista Daniel Soares e colaborei no recolhimento dos lixos nos bairros Sion e Anchieta, região sul de Belo Horizonte. No começo senti um pouco de insegurança, com medo de cair do caminhão. Mas com o incentivo e as dicas dos “meus colegas de trabalho”, aprendi algumas técnicas e me empolguei. Já nos primeiros saltos com o caminhão em movimento, nas corridas para alcançá-lo e na agilidade necessária para realizar aquele tipo de trabalho, senti a adrenalina que estes profissionais vivem diariamente. Foi uma grande aventura, uma experiência única e um aprendizado inesquecível. Naquele sobe e desce do caminhão, pegando todo tipo de lixo (muitos sequer consegui carregar de tão pesados) e tendo que suportar o constante mau cheiro que exala dos resíduos, os garis estão sempre bem humorados, fazendo graça com tudo e todos, tornando mais leve o dia-a-dia da profissão. Na rua, brincam com os moradores dos prédios, com as crianças e com as pessoas que passam. Antes mesmo de começar os trabalhos, o gari Helbert José me falou que quando passar por uma obra, tem que gritar: “Ô ‘oreia’ seca”. E os peões de obra devolvem: “ô cheiroso”. Crianças e bebês são apelidados carinhosamente pelos garis de “batatinhas”.

manter a limpeza da capital, recebem pouco mais de R$ 500,00, mais 40% de insalubridade, além do vale alimentação (R$ 7,00) e do vale transporte. Muitos dos profissionais são casados, chefes de família e se queixam dos baixos salários para um serviço tão essencial à saúde de cada cidadão e à higiene da cidade. O gari Lúcio Emiliano, um dos responsáveis pela limpeza em Belo Horizonte, por exemplo, mora no centro de Nova Lima e tem sete filhos. Se o salário é considerado baixo, o volume de trabalho é crescente. Para se ter uma idéia, cada gari recolhe 1.185 toneladas de lixo por ano, peso equivalente a 237 elefantes. Por dia, o profissional retira das portas das casas cerca de 3,8 toneladas. Durante as oito horas que trabalham diariamente, cada gari percorre um trecho de aproximadamente 20 km, na base de muita corrida e sobe-desce do caminhão. Daí a necessidade da preparação física atlética. Questionados se já encontraram algo de valor no lixo, o gari Eugênio Gomes disse que já achou uma jóia. Mas a maior preocupação do grupo é com o respeito profissional e a colaboração dos cidadãos. Em tom educativo, fizeram questão de ressaltar que os lixos têm que ser embalados em sacolas resistentes, bem fechadas, para evitar que se abram e se espalhem pelas ruas, o que pode dificultar muito o trabalho. Objetos cortantes como vidros, estiletes, pregos, lâmpadas, precisam ser embalados com segurança para evitar ferimentos. Além disso, os motoristas precisam ter paciência quando estão atrás do caminhão de coleta. Com uma velocidade média de 5 a 7 km/h, às vezes ele tem que parar para que o lixo seja esmagado e enviado para a parte central do caminhão. Atualmente, a SLU possui 3.200 garis, sendo 800 servidores da prefeitura e 2.400 profissionais terceirizados pelas empresas RNV Engenharia, Arclan e Fossil, que são contratadas por meio de licitação. A empresa Alsco é a responsável pela limpeza e higiene dos uniformes dos garis. Segundo o assessor de imprensa da SLU, Delano Laine, a instituição governamental desenvolve projetos com o objetivo de valorizar e qualificar o profissional de limpeza urbana. No Projeto de Alfabetização de Adultos (PAA), criado em 1995, estão matriculados 56 alunos; no Telecurso 2000, 55; e no Grupo de Estudos Preparatórios para o Vestibular (Geve), 10 alunos estão inscritos. De acordo com Laine, 114 servidores foram alfabetizados pelo PAA, 17 concluíram o 1° grau, nove terminaram o 2° e seis garis foram aprovados no vestibular do ano passado. Também para valorizar o profissional, o dia 16 de maio foi instituído como Dia do Gari. E de onde vem o nome gari? É uma homenagem ao francês Pedro Aleixo Gary, que foi a primeira pessoa a assinar um contrato de limpeza pública com o Ministério Imperial, organizado em 11 de outubro de 1876, com o objetivo de recolher o lixo das casas e praias do Rio de Janeiro. Após a passagem dos cavalos, os cariocas, acostumados com a limpeza das ruas, mandavam chamar a turma do Gary. Aos poucos o nome se popularizou e hoje é assim que são chamados os profissionais da limpeza urbana. Apesar do trabalho árduo, a grande lição deixada por esse grupo de profissionais é a realização, com alegria, das tarefas que poucos gostariam de fazer, mas que todos necessitam e devem valorizar mais.

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JÁ NOS PRIMEIROS SALTOS, COM O CAMINHÃO EM MOVIMENTO, SENTI A ADRENALINA QUE ESTES PROFISSIONAIS VIVEM DIARIAMENTE.

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Dificuldades Mesmo buscando sempre uma forma extrovertida de encarar um trabalho tão difícil, eles sentem que nem todas as pessoas os respeitam. Segundo o gari Eugênio Gomes, ainda há muita discriminação. “Tem algumas pessoas que nos cumprimentam, brincam com a gente. Mas, infelizmente, algumas nos olham de forma estranha. Sinto que merecemos mais respeito.” Há pessoas que sequer os percebem. Segundo o psicólogo Fernando Braga da Costa, autor da pesquisa de mestrado Garis – um estudo de psicologia sobre invisibilidade pública, a divisão social do trabalho faz com que a sociedade olhe para o gari como uma função, não como pessoa. Ele defende que a invisibilidade pública opera em dois planos: consciente e inconsciente. Quanto mais próximo se está desse sujeito 'invisível', mais consciência dela se tem. Braga destaca que o resultado é que pessoas passam a ser entendidas como coisas, chegando a ser imperceptíveis. Durante o curso na faculdade, o psicólogo trabalhou cinco anos como gari de um a três dias por semana no Campus da Cidade Universitária da USP. É inquestionável a necessidade desse profissional para a manutenção do saneamento público, mas, por outro lado, parece não haver uma valorização salarial desse trabalho de fundamental importância. Os concursados da SLU, autarquia da Prefeitura de Belo Horizonte que é responsável por

Confira o vídeo da reportagem no site: www.pontoeletronico.fumec.br

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... após 40 minutos de muito esforço físico, repórter desiste.

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Scott Adams

OS DEGRAUS DA LOUCURA DIFICULDADES EM LIDAR COM PROBLEMAS COTIDIANOS LEVAM ALGUMAS PESSOAS AO ISOLAMENTO E CAUSAM DISTÚRBIOS MENTAIS FERNANDO KELYSSON 3º PERÍODO Miriam, 45 anos, era secretária em uma rede de hipermercados em Belo Horizonte, sofria de Fibromialgia, o que a levou a se aposentar. Seu irmão mais novo foi assassinado, em conseqüência ela tornou-se consumidora de drogas e desenvolveu assim transtorno bipolar e esquizofrenia. A dona de casa tentou o suicídio ao ingerir 40 comprimidos de um forte medicamento. Miriam hoje toma medicação controlada para depressão e ansiedade. Edson escreve poemas. Atualmente ambos recebem tratamento pelo Centro de Referência de Saúde Mental (CERSAM) e buscam a recuperação. Do início da década de oitenta para cá, conforme estu-

dos de epidemiologia, cerca de 20% da população mundial, apresentou transtornos mentais que exigiu tratamento médico, 3% destas pessoas foram diagnosticadas com patologias graves. Estes transtornos possuem duração prolongada, que ultrapassa o período de dois anos, prejudicam o convívio social e o auto cuidado do indivíduo. Psicose, Esquizofrenia e transtorno bipolar enquadram-se nesta categoria. Os transtornos de gravidade mediana se manifestam em crises efêmeras e são marcados pela depressão e neuroses. Não é de hoje que doenças mentais assolam indivíduos, eles sempre existiram, porém não eram diagnosticadas e tratadas com a eficácia atual. É certo que o ritmo de trabalho do mundo globalizado,

as novas regras sociais e as lacunas deixadas pela deturpação e ausência da função familiar interferem muito na mente do indivíduo moderno. Porém, para alguns especialistas, os tipos de transtorno que vemos hoje não constituem novidade para a ciência. Segundo o Psiquiatra Dr. Políbio José de Campus, vários são os fatores que desencadeiam doenças psíquicas: uso de substâncias químicas, traumatismo cerebral, derrames, febres altíssimas, porém os conflitos sociais, ainda é grande vilão. A forma que o indivíduo encara o mundo externo é determinante nos processos de patologias da mente. O psiquiatra ressalta que qualquer um pode ter um surto psicótico e que diversas pessoas consideradas “normais” pelo

senso comum, já apresentaram transtornos passageiros. Para os familiares e a sociedade, isolar o doente em clínicias de saúde mental, extraindo-o do convívio social ainda é cômodo. Atualmente, de acordo com a assessoria de imprensa da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, o estado possui 22 hospitais psiquiátricos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), cinco deles estão em processo de descredenciamento. Juntas estas instituições mantêm quase três mil leitos, destes, 1.400 são ocupados por pacientes com males crônicos que residem nos hospitais, ou seja, pessoas que costumam ficar mais de dois anos internadas nestas casas de saúde. Entretanto a falta de assis-

tência aos doentes internos dificulta a sua recuperação. Em 1993, a prefeitura de Belo Horizonte, inaugurou o primeiro CERSAM (Centro de referência de saúde mental) no bairro São Paulo com o objetivo de substituição do modelo hospitalocêntrico (manicômio) por uma rede de serviços articulados e mutuamente dependentes onde os usuários poderão ser assistidos por equipes de saúde mental e física, serviços residenciais e terapêuticos. O projeto visa um tratamento mais humano e eficiente aos portadores de sofrimento mental, além de mantê-los integrados ao convívio social. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 3% da população - mais de 5,2 milhões de pessoas - sofra de transtornos mentais. Marina Rigueira e Ana Lúcia 5º G

* CERCA DE 120 MILHÕES DE PESSOAS EM TODO O MUNDO ENCONTRAM-SE, NESTE MOMENTO, DEPRIMIDAS.

*Dados da Organização Mundial de Saúde

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por Milton de Andrade* Estou aqui como um defunto semi-morto e resolvi relembrar de todo os amores de minha vida. Mas não recomendo que acredite nessa estória, pois ela é contada por um melancólico senhor na beira da morte. Já passei por muita coisa nessa vida e por mais incrível que pareça sou um senhor de 23 anos que vai morrer em breve. No momento em que escrevo essas memórias estou internado numa clínica. (...) Certo dia tive uma experiência interessante. Fui chamado de louco. Acharam que eu tinha tido um surto psicótico. Que eu sou depressivo você já sabe a essa altura. (...).

Mas não queria que os outros parassem de se preocupar comigo. Amo todos eles, pelo apoio. Do porteiro ao médico, passando pelo carteiro, pelo mendigo, pelo ladrão, todos estão do meu lado. Vocês, que infelizmente têm o desprazer da minha convivência, são o lado negro da força. (...)

*ESTIMA-SE QUE EM 2020, ELA SERÁ A SEGUNDA, PERDENDO APENAS PARA AS DOENÇAS CARDÍACAS.

* DE UM TOTAL DE UM MILHÃO DE PESSOAS QUE SE SUICIDAM ANUALMENTE, 600 MIL SOFREM DE DEPRESSÃO OU ESQUIZOFRENIA.

Desabafo de um jovem que já passou por várias internações em clínicas de saúde mental de Belo Horizonte

A loucura é tentadora. Se o que eu passei e ainda estou passando for realmente loucura, gostaria de viver toda a minha vida louco. Pois quando estamos assim as pessoas fazem o que nós queremos. Você se transforma no super-homem nietszchiano. (...)

*A DOENÇA É A QUARTA CAUSA DE INCAPACITAÇÃO DO PLANETA.

* 10 A 15 % DOS DEPRIMIDOS TENTAM SUICÍDIO.

Estranho no ninho

Cada um diz o que pensa. Faz merda. Eu fiz até uma hoje. Literalmente. Mas a vida é mesmo dura. Resta-nos a escolha. Viver ou sofrer. Eu prefiro viver sendo feliz. Quando posso. Quando quero. (...)

Manifestantes durante passeata realizada dia 16 de maio na praça Sete de Setembro, na região central de Belo Horizonte

Luta Anti-manicomial mobiliza a capital mineira No início da década de 60, surgiu na Itália um movimento liderado pelo psiquiatra Franco Basaglia, com a intenção de abolir os hospitais psiquiátricos do país. Em outros lugares deste país, começaram a surgir movimentos sociais com esse mesmo objetivo. Ligado ao partido comunista, o movimento, a princípio era político, engajado em causas sociais e de defesa dos direitos humanos. No Brasil, a luta anti-manicomial surge no ano de 1987 na cidade de Bauru, no estado de São Paulo. A semana compreendida do dia 12 a 16 de maio foi marcada por atividades que celebram e difundem a luta anti-manicomial no Brasil. Dia 16 de maio, na Praça Sete de Setembro, centro de Belo Horizonte, uma manifestação em prol da causa foi or-

ganizada. Na ocasião, compareceram profissionais da área de saúde mental envolvidos no projeto e usuários em recuperação. Os manifestantes se uniram através do bloco musical Liberdade ainda que Tan Tan, que abordou a causa através de seis alas. Esse ano o tema foi "Minas faz da luta pela liberdade sua diferença". Às três horas da tarde o bloco desfilou pela avenida Afonso Pena, apoiado por dois trios elétricos. No Centro cultural Casa do Conde aconteceu uma mostra da arte dos usuários do programa e também o lançamento do CD do grupo Trem Tan Tan. Aqueles que desejarem maiores informações sobre este projeto poderão entrar em contato com sua coordenação pelo telefone (31) 3277- 7793.

E você o que faz para mudar seu mundo? Cria sereias e bichos imaginários ou simplesmente não faz nada? Se você consegue ser um desses, eu simplesmente o admiro. Pois que mortal gostaria de trabalhar arduamente de segunda a segunda e ainda ter que escrever essas tristes páginas para desabafar um problema tão comum na vida dos outros. Mas enfim caboclo. Isso faz parte da vida. (...) Reencontrar-se. Essa é a chave para os loucos tornarem-se sãos. E salvos. *O nome do autor foi modificado para preservar a sua identidade.

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LUCAS

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MENDONÇA MORAIS 6ºPERÍODO

Vinte e três anos após a derrota do nazi-fascismo pelas forças Aliadas na Segunda Guerra Mundial, os países europeus conseguiram se reestruturar graças à realização de políticas econômicas de bem-estar social, conhecidas como Welfare State, diante da destruição provocada pelo conflito inter-imperialista global. Tais concessões às classes populares por parte dos Estados nacionais, foram necessárias para o restabelecimento da ordem capitalista, que se estenderam pelas sociedades européias ocidentais no período do pós-guerra. Na Espanha franquista, o movimento estudantil se organizou em torno de mobilizações contra o autoritário governo monarquista. Na Polônia, é montada uma forte estratégia repressora e violenta pela ditadura soviética para afastar o movimento estudantil da classe trabalhadora. Na Itália, as revoltas estudantis se iniciaram em 1966. Métodos pedagógicos e tradições eram contestados nas universidades, várias ocupações e manifestações se deram com o “maggio rampante” italiano, que iria terminar somente no outono de 1969. No Oriente, a tentativa da renovação do marxismo de inspiração soviética durante a Revolução Cultural da China, iniciada em 1966, persistiu sem sucesso, enquanto a União Soviética continuava sob a orientação do stalinismo de desenvolver o socialismo em um só país, reforçando o planejamento centralizado da economia e o controle político total da sociedade pelos representantes da burocracia estatal-monopartidária, contrariando radicalmente a proposta marxista original da necessidade da internacionalização da revolução socialista através da organização democrática dos próprios trabalhadores. No Leste europeu, onde ocorriam imposições de políticas econômicas da Rússia via Comecon (Conselho para Assistência Econômica Mútua), Alexander Dubcek fora eleito como Primeiro Secretário do Comitê Central do Partido Comunista da antiga Tchecoslováquia, questionando a “cortina de ferro” russa e propondo reformas para a construção de “um socialismo com rosto humano”, na tentativa de reformar o Estado e as estruturas internas do Partido, no sentido de democratizá-los, em oposição ao autoritarismo e ao despotismo vigente. Os EUA continuavam com a política econômica keynesiana, com forte presença e intervenção do Estado na economia, em plena Guerra Fria com a URSS e com a discriminação racial

A culta cidade de Praga, terra natal do escritor Franz Kafka, é tomada pelo descontentamento da intelectualidade com as políticas autoritárias do stalinismo praticado pelo Partido Comunista da Tchecoslováquia no governo do país, que retiravam todas as liberdades políticas, econômicas e artísticas que fossem contra a imponente ordem russa. No Partido Comunista Tchecoslovaco, um grupo de intelectuais formulam propostas para promover a desestalinização do país, retirando os vestígios de autoritarismo e despotismo, considerados por Alexander Dubcek, então secretário-geral do PCT, como aberrações no socialismo. Este líder político acreditava na possibilidade de uma economia coletivizada e uma política democrática aos moldes ocidentais. Sendo assim, a Constituição foi revista e seria garantida a liberdade de organização (fim do monopólio partidário), liberdade de imprensa, independência do poder judiciário e a retomada da tolerância à religião. A população apoiou as reformas e se organizou pela objetivação das medidas que promoveriam as liberdades civis e o processo de abertura política. Em reação à luta popular, que contava com o apoio da classe operária tchecoslovaca e ficara conhecida como a “Primavera de Praga”, a burocracia da URSS, temendo perder o controle

fortemente presente na vida dos americanos, o que culminou com o assassinato do líder do movimento de emancipação dos negros, Martin Luther King, no dia 4 de abril de 1968, no Tennessee, quando este defendia a “Campanha dos Pobres”, que tinha como objetivo a ajuda e assistência econômica às comunidades pobres dos EUA. Nas Olimpíadas do México, no evento que ficou conhecido como “Massacre de Tlatelolco”, cerca de 500 jovens estudantes que lutavam por liberdades democráticas foram massacrados pelas forças do governo. Os atletas olímpicos estadunidenses Tommie Smith e John Carlos, ouro e bronze, respectivamente, nos 200 metros rasos, usavam luvas pretas nas mãos, levantaram para cima os punhos, cabisbaixos e realizaram o cumprimento Black Power, dos Panteras Negras, durante a premiação, o que os levou a serem afastados do Comitê Olímpico Norte Americano.

UM MUNDO EMBALADO AO SOM CONTESTADOR DO BEATLE, JOHN LENNON. UM MUNDO COM CHEIRO DE PÓLVORA E SANGUE FRESCO. UM MUNDO CONECTADO PELO GLOBALIZANTE SISTEMA DE TELEVISÃO, COM OLHOS VOLTADOS PARA AS GUERRAS E OPINIÕES DIVIDIDAS PELA FRIEZA DE DOIS IMPÉRIOS. EM 1968, O CÉU ESTAVA VERMELHO. Enquanto isso, a brutalidade da política do governo estadunidense exterminava a população do Vietnã. Esta sociedade, que resistia armada na guerrilha comunista liderada por Ho Chi Minh pela libertação nacional da ocupação japonesa e a independência de sua metrópole, a França. As imagens da sangrenta guerra imperialista contra o pobre país oriental correram o mundo, gerando mobilizações de grandes proporções e um sentimento antiguerra nos EUA e em todos os povos do mundo.

Belo Horizonte – junho/2008

Os países periféricos do capitalismo imperialista das superpotências - conhecidos então como “Países do Terceiro Mundo” continuavam subordinados às grandes economias de países do norte (Primeiro Mundo), principalmente na África, Oriente e Extremo Oriente. A América Latina não fugia à regra. Os países latino-americanos seguiam, em sua maioria, subordinados ao imperialismo norte-americano com as sangrentas ditaduras militares que sufocavam todas as tentativas de transformação revolucionária antiautoritária, democráticas ou socialistas. Enquanto isso, no Brasil, o AI-5 - Ato Institucional Número Cinco - que fechava o Congresso Nacional por prazo indeterminado (no total, foi quase um ano) inaugurava um período em que o cerceamento e a supressão de liberdades democráticas passava a estar previsto em lei, bem como o terrorismo de Estado, que intensificou as torturas, os assassinatos, as prisões e os “desaparecimentos” de militantes. Em meio à intensificação das políticas autoritárias na América Latina, a famosa e polêmica ilha caribenha, Cuba, continuava remando contra a maré capitalista ocidental em seu processo revolucionário de libertação nacional dos EUA e de tentativa de construção do socialismo, mesmo sob intensos ataques à sociedade cubana via utilização de ofensivas militares, políticas, ideológicas e o bloqueio econômico que permanece até hoje. Esta revolução inspirou grande parte dos movimentos libertários de todo o mundo, que propagou fotos em cartazes do falecido intelectual e guerrilheiro comunista internacionalista, Ernesto ‘Che’ Guevara, assassinado covardemente em 9 de outubro de 1967 por forças militares bolivianas orientadas pela CIA que o haviam capturado na selva. Um mundo embalado ao som co ntestador do beatle, John Lennon. Um mundo com cheiro de pólvora e sangue fresco. Um mundo conectado pelo globalizante sistema de televisão, com olhos voltados para as guerras e opiniões divididas pela frieza de dois impérios. Em 1968, o céu estava vermelho.

político-econômico sobre um país socialista independente e potencialmente influente, utilizou do Pacto de Varsóvia (firmado pelos principais países da URSS) para invadir a cidade de Praga com milhares de tanques, com fins de suprimir a situação revolucionária. Dubcek foi enviado à Moscou e, em seguida, isolado do cenário político sendo forçado à renúncia. O massacre ali produzido fora assim como o de 1956, quando houve a invasão de tanques soviéticos na Hungria e na Polônia, na Comuna de Gdansk, onde classe operária e o movimento estudantil unidos lutavam pelo verdadeiro socialismo, com o poder democrático vindo dos conselhos operários e uma economia socializada e gerida pelos próprios trabalhadores. A ditadura de um partido só, voltou a vigorar e, conseqüentemente, todas as reformas foram canceladas. Um jovem chamado Jan Palach ateou fogo sobre si mesmo em manifesto contra a perda das liberdades. Milan Kundera, escritor reconhecido internacionalmente, retrata no livro “A insustentável leveza do ser”, o romance de dois casais tchecoslovacos no contexto histórico deste ano em que os povos lutaram pela verdadeira liberdade.

Alguns filmes e livros importantes para se compreender melhor o ano de 1968: - O ano que não acabou - Zuenir Ventura (Livro) - Os Sonhadores (Filme de Bernardo Bertolucci - 2003) - Amantes Constantes (Filme de Philippe Garrel - 2004) - Os dias de maio (Filme de William Klein - 1978) - Greve ocupação (Filme de Marin Karmitz) - Morrer aos 30 anos ( Filme de Remain Goupil) - A Chinesa (Filme de Jean-Luc Godard)

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- Documentário (em francês) sobre o movimento de maio de 1968: http://www.youtube.com/watch?v=BcDC sCGdOm4&feature=related - Algumas cenas da greve geral que abalou a França: http://www.youtube.com/watch?v=rWkcVt5GYI&featu re=related

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ABANDONANDO O TOM SAUDOSISTA APLICADO PELA GRANDE MÍDIA MUNDIAL, O JORNAL O PONTO RESGATA O HISTÓRICO DO ANO DE 1968 E OS EXEMPLOS DE SUAS LUTAS.

As transformações culturais e demográficas provocas pelo período do pós-guerra na França marcaram a década de 60. Com uma população incrivelmente rejuvenescida após o que ficou conhecido como “baby boom”. A juventude adquiria uma força inédita nas relações sociais da França de 1968. Sufocada por um país ainda marcado por valores tradicionais e pela rígida moral francesa, a geração do “baby boom” aspirava autonomia, liberdade e emancipação. Em 22 de março, após a prisão de um militante da Juventude Revolucionária Comunista durante uma manifestação contra a Guerra do Vietnã, um grupo de estudantes invadiu a reitoria da Universidade de Nanterre. O grupo ficaria conhecido como Movimento 22 de março, e teria como um dos seus líderes, o jovem franco-alemão Daniel Cohn-Bendit (conhecido como “le Rouge”, ou, “o Vermelho”), que hoje é membro do Partido Verde com mandato no Parlamento Europeu. A resposta do poder viria em 27 de abril com a prisão de Bendit e o fechamento da Universidade de Nanterre em principio de maio. A partir daí, o movimento tomou as ruas e as universidades de Paris, chegando ao seu ápice no dia 10 de maio, a famosa “noite das barricadas”, com forte enfrentamento dos jovens com a polícia francesa. O conflito estava explícito nas ruas de Paris, com bombas de gás lacrimogêneo vindo das forças reacionárias e paralelepípedos alçando vôos vindo das forças libertárias.

Estudantes foram para a porta das fábricas conclamar os trabalhadores à luta. Os operários tomaram partido pela luta dos estudantes e centenas de fábricas foram ocupadas. No dia 13 de maio os trabalhadores convocam a greve geral, que levou cerca de 10 milhões de trabalhadores à paralisação. Diversos setores da sociedade francesa estavam de alguma forma ligados ao movimento que contestou o poder, as tradições e a cultura vigente, com várias intervenções com cartazes, boletins, jornais, grafites, frases de efeito e pixações, feitas por distintas organizações como os situacionistas e os anarquistas, agrupamentos trotskistas e maoístas e o enfrentamento direto com as forças do governo. O general veterano, Charles de Gaulle, então presidente, chegou a abandonar o país por um curto espaço de tempo, enquanto os estudantes declaravam a anarquia. O regime tremeu; porém, na volta do general De Gaulle, apoiado pelo exército, tudo iria mudar. O Partido Comunista Francês (PCF) e os sindicatos conclamavam os trabalhadores a voltar ao trabalho enquanto novas eleições foram convocadas. A vitória dos conservadores representou um fracasso pela falta de um projeto político revolucionário das organizações da esquerda francesa, que se encontrava sob hegemonia do PCF, de orientação stalinista. Os conselhos operários, ocupações de fábricas e universidades, assembléias populares, comitês revolucionários não conseguiram se articular sem um partido revolucionário conseqüente e logo o movimento desapareceu tão rápido quanto surgiu, deixando a herança das lutas para as próximas gerações, que continuaram de diversas formas as lutas.

Durante o Maio de 1968 francês, houve a participação de vários intelectuais libertários, como por exemplo, a Internacional Situacionista, orientados por Guy Debord, autor d’A Sociedade do Espetáculo. Entre outros, também houve participações e influências de Simone De Beauvoir, Paul Lefebvre e Jean-Paul Sartre. Herbert Marcuse, filósofo alemão pertencente à Escola de Frankfurt (juntamente com Max Adorno, Theodor Horkheimer, Erich Fromm, Walter Benjamin, entre outros), inaugurava uma abordagem teórica que ficou conhecida como freudomarxismo, em que aborda a formação psíquica do indivíduo na sociedade capitalista moderna. Debord, em sua crítica radical à totalidade da vida humana, iniciava uma teorização e um combate prático ao que ele conceituou como “espetáculo", quando a alienação humana e as mercadorias atingem o mais alto grau de fetichização (torna-se algo com “vida própria”) e o indivíduo torna-se um espectador da sucessão de imagens em suas diversas formas e meios e deixa de ser um sujeito transformador de sua própria história, cedendo lugar à história das mercadorias. Segundo Debord, o espetáculo é dotado de um poder difuso e unilateral (como, por exemplo, no caso da TV), e sendo assim, o sujeito transformado em espectador deixa de intervir na sociedade e passa a somente consumir a mercadoria, que agora reconhece a si mesma e vende sua visão de mundo aos espectadores. O cotidiano não foge à crítica de Debord, que vê neste, o termômetro das autoproclamadas revoluções e também como o espaço de tempo que deve ser revolucionado, em todas as esferas das relações sociais. Em vida declarou sua recusa à tomar partido nessa alienação humana espetacularizada e dedicou sua vida, seu pensamento e sua prática a combater e negar, intervindo de forma artística na contestação do que se tornou a totalidade da vivência humana.

Rio de Janeiro, 28 de março de 1968, morria com um tiro no coração o estudante secundarista Edson Luís de Lima durante uma repressão policial a um protesto em frente ao restaurante “Calabouço”. Cinquenta mil pessoas, entre trabalhadores, estudantes, intelectuais e artistas, foram acompanhar o enterro do jovem. Desde o início da ditadura militar, os conflitos entre estudantes e as forças policiais eram diárias nas ruas das principais cidades do país. No início desta guerra ao regime, a juventude configurava a mais forte oposição aos militares, dado que os políticos progressistas haviam sido cassados. Em 26 de junho, na zona conhecida como Cinelândia, na capital carioca, foi realizada a Passeata dos Cem Mil, que contou com a adesão de parte dos setores religiosos, que exigiu o fim da censura, a redemocratização e o fim da repressão militar. A reação veio com o Comando de Caça aos Comunistas, o CCC, grupo paramilitar de extrema-direita que, apoiado pelo regime da ditadura militar caçava, atacava, torturava e assassinava qualquer sujeito considerado subversivo, entre eles, jornalistas, atores, músicos, líderes estudantis, intelectuais, professores. Mesmo com a proibição de greves durante o período de ditadura militar, a classe operária mostrava sua força perante o regime, com as grandes greves dos metalúrgicos em Osasco/ SP - que só terminaram com a invasão de tanques do exército - e a paralisação e ocupação de fábricas realizadas por 16 mil operários, em Contagem/MG. Os estudantes tentavam se rearticular. Em outubro, no 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) 1.200 estudantes foram presos em um sítio em Ibiúna, no interior de São Paulo, gerando mobilizações em todo o país. O coroamento do poder militar veio em 13 de dezembro com o Ato Institucional Número 5, o AI-5, que decretou o fechamento do Congresso Nacional e tornou legal a legislação

por decreto-lei. Pode-se dizer que o ano de 1968 começou no Brasil em 28 de março e terminou em 13 de dezembro, quando todas as liberdades foram de uma só vez aniquiladas pelo poder autoritário dos militares. Toda essa operação foi planejada em conjunto com instituições governamentais dos EUA, que utilizava do Brasil como laboratório de experimentação para a implementação das ditaduras nos demais países do Cone Sul. A próxima movimentação de massas no Brasil viria a ocorrer em 1970, com o início do ciclo de lutas operárias no ABC paulista (região industrial do estado de São Paulo) e com o movimento “Diretas Já”, em 1984. Estas lutas culminaram com as concessões dos militares para o processo de redemocratização do Brasil, com a Constituinte, e as eleições diretas de 1985, dando início aos anos 90, que foram marcados pelo triunfo da política neoliberal. A retomada neoliberal marcou uma profunda apatia política, que dura até hoje nos diversos setores da sociedade brasileira, inclusive nos tradicionais setores da esquerda, que foram incorporados à máquina burocrática do Governo e das centrais Sindicais.

O CONFLITO ESTAVA EXPLÍCITO NAS RUAS DE PARIS, COM BOMBAS DE GÁS LACRIMOGÊNEO VINDO DAS FORÇAS REACIONÁRIAS E PARALELEPÍPEDOS ALÇANDO VÔOS VINDO DAS FORÇAS LIBERTÁRIAS

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Colaborou Leonardo Fernandes (ex-aluno do curso de Comunicação Social da Universidade Fumec)

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JOVENS E MÚSICA ERUDITA CADA VEZ MAIS DISTANTE DO ESTIGMA DE COMPLEXA E INACESSÍVEL A OUVIDOS LEIGOS, A MÚSICA CLÁSSICA INVADE OS ESPAÇOS CULTURAIS E AVANÇA NA CONQUISTA DE JOVENS MARIANA CYRNE E MARIANA SILVEIRA 6º PERÍODO

“CANTÁVAMOS NO CORAL BACH, MOZART E OUTROS TANTOS COMPOSITORES DO CHAMADO MEIO ERUDITO. FAZÍAMOS TAMBÉM ARRANJOS DE MÚSICAS DE TOM JOBIM, FOLCLORES NACIONAIS E INTERNACIONAIS" Daniel Souza, estudante de regência No Brasil, a dificuldade de aumentar o número de adoradores da música erudita está diretamente ligada à dificuldade de levar às camadas mais baixas esse estilo musical. Esse abismo entre produtores da música e seus desejados novos consumidores se deve à falta de incentivo financeiro. No entanto, esse cenário começa a mudar. Através de iniciativas governamentais (leis de incentivo à cultura) e de instituições privadas, a música erudita é promovida gratuitamente ou a preços populares. Não é preciso ir muito longe para reconhecer que música clássica está disponível a todos. Quem for ao Parque Municipal num concerto de domingo, por exemplo, perceberá que um público completamente diversificado comparece ali para assistir à Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. E o que se vê é algo de encher os olhos: platéias lotadas

Arquivo pessoal de Roberto Tibiriçá

Há quem diga que as composições de gênios como Bach, Mozart, Beethoven, Liszt e muitos outros requer uma sensibilidade apurada para que a sofisticada sonoridade possa tocar as almas contemporâneas. Historicamente, a origem da música clássica é ligada aos monarcas e à aristocracia das antigas cortes do Velho Mundo. O que poucos sabem é que o estilo guarda passagens de intensa popularidade. A ópera na Itália nos séculos XVIII e XIX, por exemplo, era tão popular quanto o futebol é hoje no Brasil. Neste inicio de século XXI, em que estamos acostumados com uma atmosfera solene e silenciosa nos concertos, chega a ser inacreditável pensar em recitais em meio ao caos, com pessoas conversando, se provocando e até mesmo jantando durante as apresentações. É fato que a capacidade que algumas dessas composições têm de sensibilizar o público, faz com que muitas peças, além de imortais, permaneçam atuais e facilmente reconhecíveis. Mesmo quando não acostumados às salas imensas de grandes teatros, ou a pequenos espaços culturais, a música erudita permeia comerciais de sabonetes e filmes hollywoodianos, como “Amadeus” (1984), indicado a 11 Oscars, dos quais levou oito estatuetas, inclusive a de melhor filme. Ainda que o otimismo em relação a uma retomada da antiga popularidade da música clássica não vislumbre estádios lotados para a execução de um dos seis concertos de Brandenburgo, de Bach, movimentos sólidos de reaproximação entre o grande público e a música clássica apresentam sinais de reaproximação.

O regente Roberto Tibiriçá (ao centro) com os músicos da Orquestra Sinfônica de Heliópolis na escadaria do Teatro Municipal do Rio de Janeiro de jovens, em sua maioria. Já se chegou a registrar um público de 4 mil pessoas, incluindo tanto as que possuem intimidade com música erudita e aqueles que nunca ouviram uma orquestra. O repertório é sempre do mais alto nível, com a responsabilidade de ampliar o conhecimento das pessoas. Na opinião de Roberto Tibiriçá (54), Diretor Artístico e Maestro Titular da Sinfônica Heliópolis (SP), há sim uma grande procura pelo público para a música clássica, principalmente pelos jovens. “Penso que muito se deve às facilidades de informação pela internet e também por causa da inclusão de instrumentos de orquestra em shows de MPB com grandes intérpretes (shows ‘acústicos’)”. A aproximação do erudito com o popular também liga os jovens à música clássica. No imaginário coletivo, o coral é reconhecido como algo extremamente conservador e até religioso. No entanto, essa imagem está em transformação. O estudante de regência da UFMG Daniel Souza (21) é a prova disso. Ele conta com o seu interesse pela música começou, aos 11 anos, no coral do colégio Santo Antônio: “Cantávamos no coral Bach, Mozart e outros tantos compositores do chamado meio erudito. Fazíamos também arranjos de músicas de Tom Jobim, folclores nacionais e internacionais. Foi meu primeiro contato com compositores

de música escrita antes de nossos tempos. O repertório era bem eclético, cantados em até quatro vozes, o que despertou minha percepção auditiva desde muito jovem”.

“O INSTITUTO (BACCARELLI) TEM POR OBJETIVO PRINCIPAL DAR OPORTUNIDADE AOS JOVENS E PROPORCIONÁLOS UMA MELHORA DE VIDA ATRAVÉS DA MÚSICA. NÓS ENSINAMOS E DEPOIS OS COLOCAMOS NO MERCADO DE TRABALHO" Roberto Tibiriçá, Maestro Uma questão de Educação Certa vez, o maestro Eleazar de Carvalho declarou: "Amigos, mais escolas, mais escolas. Para mais orquestras, mais orquestras!". Por sua vez, o maestro Tibiriçá, explica que o Instituto Baccarelli (www.institutobaccarelli.com. br), do qual faz parte, atua justamente nessa questão. “O Instituto tem por objetivo principal

dar oportunidade aos jovens e proporcioná-los uma melhora de vida através da música. Nós ensinamos e depois os colocamos no mercado de trabalho. Cuidamos também da formação do caráter deles pela disciplina nos ensaios de orquestra e música de câmara. A educação começa na base e se propaga pela adolescência. Isso é muito importante e estamos fazendo nossa parte”. Nesse sentido, está em tramitação no Congresso Nacional uma lei que propõe a educação musical no ensino fundamental tanto na rede pública como na rede privada. Isso poderia ajudar nessa libertação da massa quanto à escolha do gosto musical. Um projeto como esse, de educação musical obrigatória, pode fazer com que as crianças gostem e façam música de qualidade, independente de ser popular ou erudita, e assim, no futuro elas nem precisarão escolher se gostam de um ou de outro, mas saberão como funcionam e poderão ensinar os seus filhos a também curtirem uma boa música. “Educação é tudo em um povo civilizado! Acredito que pela educação podemos dar uma vida muito melhor tanto para os jovens como para nós mesmos, pois estamos educando e colocando para a vida novas esperanças, com pessoas mais preparadas para viverem em sociedade.”, conclui Tibiriçá.

Falta de incentivo financeiro atrapalha na formação de prodígios Jovens como o regente venezuelano Gustavo Dudamel (27) e os chineses Peng Peng (12) e Chun Wang (16), fazem parte da nova geração de músicos no cenário internacional. Por outro lado, raramente ouve-se falar de prodígios brasileiros. “Infelizmente vivemos em um país totalmente abandonado em matéria de Cultura. Nossos Governantes só se lembram disso quando vem algum visitante importante. Um dos motivos também é a própria imprensa que não se interessa pelo assunto. Não vende! Haja visto que nem críticos mais têm espaço nos jornais e revistas. Por isso nossos talentos não são comentados e divulgados, porém existem sim. E muitos!”, ressalva Tibiriçá. Um exemplo da dificuldade de sobreviver no Brasil apenas contando com a carreira na música erudita é o estudante Pedro Ernesto Teles (17), que desde os nove anos de idade iniciou seus estudos musicais voltados para o piano e já se apresentou em recitais no Palácio das Artes, na Fundação de Educação Artística, na Assembléia Legislativa de Minas Gerais e também foi convidado para a gravação de um CD pela rádio do Ministério da

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“Infelizmente vivemos em um país totalmente abandonado em matéria de Cultura", ressalta Tibiriçá

Educação e Cultura em uma apresentação no Museu da República (Palácio do Catete no Rio de Janeiro). Chegou a vencer concursos como o Concurso Nacional de Piano Art-Livre, em São Paulo, o Concurso Nacional Villa-Lobos, em Vitória no Espírito Santo e o Furnas Geração Musical, que não era um concurso específico de piano, mas sim de vários instrumentos, com o objetivo de premiação no custeio dos estudos de três promessas da música erudita no Brasil, com idade de até 25 anos, com o professor de sua escolha em todo o território nacional. A bolsa de estudos acabou no final de 2006, quando Pedro optou por encerrar em definitivo seus estudos musicais. Hoje, mesmo com todo o premiado talento para música, se dedica exclusivamente ao colégio e prestará vestibular para Medicina. “Havia sim pensado em fazer música, mas não tive estímulo nem coragem suficiente, mesmo tendo a música como grande parte da minha vida”. Em um País onde a cultura musical está abandonada, a perda de um intérprete de Mozart e Chopin no piano não fará diferença.

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Editores e diagramadores da página: Carlos Eduardo Marchetti, Flávia Guerra e Letícia Bethonico - 6º período

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M Í D I A 15

Música na era digital DIVULGAÇÃO DA CENA MUSICAL INDEPENDENTE GANHA DESTAQUE COM AS NOVAS TECNOLOGIAS E GARANTE FORTALECIMENTO DOS FESTIVAIS ALTERNATIVOS MARINA BANDEIRA 6º PERÍODO A “era digital” está longe de ser apenas uma fase; ela é irreversível ao inaugurar um novo paradigma de proporções globais, que desvela transformações e tendências alterando, em definitivo, a nossa forma de encarar a realidade. A comunicação, como era de se esperar, acompanha o processo e revela novas mídias e possibilidades de interação. Nesse contexto, a revolução da tecnologia da informação foi o elemento básico para a “democratização” da produção e circulação de conteúdos na internet. Os métodos tradicionais de gravação e transmissão de dados foram gradativamente substituídos pelas novas tecnologias, que possibilitaram que novos paradigmas do fazer artístico se estabelecessem. Com a música isso não foi diferente. K7, CD, DVD. Siglas bastante conhecidas, abriram espaço para novas tendências. Segundo João de Castro, jornalista e professor de jornalismo digital da FUMEC, a evolução não é restrita a poucas áreas e em se tratando de música era esperado que isso acontecesse. “Se no início a gente tinha os LP’s e os CD’s, é natural que em breve chegaria uma tecnologia que mudaria isso tudo. A música sai do lugar comum - do aparelho de som - e muda pro computador”, explica João. A nova onda da música na “era digital” testemunhou a criação de poderosos instrumentos de veiculação de músicas e de troca de arquivos pela internet (via arquivos digitais). A facilidade, a mobilidade e a praticidade desse tipo de arquivo fazem com que a revolução tecnológica na música venha pra ficar. Maior qualidade de som, melhores arranjos, agilidade no processo de gravação, mixagem e de armazenamento. Os músicos, que antes dependiam de gravadoras e rádios para divulgarem suas obras, agora têm um canal direto com o público e essa nova realidade apresenta uma inversão de papéis: os consumidores de música e os artistas passaram de meros receptores para emissores de informações. Meios de divulgação Cada vez mais surgem sistemas diferenciados e mais evoluídos para troca de informações. Dentre os mais utilizados estão o Kazaa, o Emule, o Soul Seek entre outros. Se analisarmos o início dessa mania de troca de música pela internet temos o Napster, o grande precursor. Ele passou por um processo de direitos autorais, foi encerrado e acabou reabrindo; porém passou a cobrar taxas pela disponibilização de seus arquivos. Outro tipo de instrumento que auxilia nessa troca de informações musicais são os sites pessoais, como blogs onde os artistas e usuários buscam informações sobre música. Nessa onda, é impossível deixar de mencionar o Myspace, site onde os artistas publicam seu trabalho e os usuários têm a oportunidade de fazer pesquisas. Sobre o assunto, Marcela Machado, jornalista da Oi FM enfatiza: “Eu acho que as novas ferramentas, como o Myspace por exemplo, ajudam muito na divulgação de novas bandas. Um músico de Minas Gerais pode postar uma faixa na página e na mesma hora, ela pode ser ouvida em qualquer lugar do planeta!” Outra ferramenta é o compressor de arquivos MP3. Além de não afetar a qualidade musi-

cal tem a vantagem de ocupar um espaço cinco vezes menor que o CD. As mudanças no palco da música focam te, poos holofotes em atores que já faziam arte, rém enfrentavam maiores dificuldauldades para entrar em cena: oss artistas independentes. Espalhados por um Brasil de proporções continentais, ais, estes artistas agitavam am as suas cenas locais, mas es não tinham maiores alprojeções nacionalmente. A internet possibilitou que seus trabalhos tivessem visibilidade e que seu som ecoasse além de fronteiras geográficas. Pode-se dizer que tudo aconteceu rápido para a banda Monno. Formada no final de 2005, já coleciona elogio de artistas consagrados e mídia especializada (como o progrma Alto Falante) e desponta na cena musical Alegre. Descentralização está na ordem independente. O primeiror EP rendeu shows do dia. E isso é ótimo”, afirma. por todo o país e participações em vários fesPara o proprietário d`A Obra e produtivais de peso. Bons exemplos são os convites tor de festivais independentes, Cláudio Pilha para tocar na abertura do lançamento do CD (Claudão), esse novo panaroma da música Carrossel da banda Skank numa renomada casa vem crescendo. “Isso facilita o contato entre de espetáculosde São Paulo, além de festivais as pessoas e potencializa ações colaborativas como Calango, Bananada, Labpop, Gig Rock, que geram o crescimento da cena musical”, Garimpo, Grito Rock. O grupo também marcou acrescenta. presença na MTV e TV Cultu“Música boa e música ruim ra, além de revistas especiasempre vão existir, mas com lizadas como Bizz e Rolling essa popularização tem-se Stone. Perguntado sobre os acesso a uma gama de artisnovos desafios da cena indetas que se fossem depender de pendente, Guilherme Cabral gravadoras talvez não iriam (Coelho), músico e guitarrisaparecer”. É assim que Coelho ta da Monno pondera que a define a relação da cena indeinternet é o principal gatilho pendente e a internet. Para ele, desse processo de mudanças não é preciso aceitar imposino mundo da música, inclusições alheias. Os papéis se inve ao influenciar o papel das verteram – antigamente eram gravadoras, da produção e as gravadoras, os empresários distribuição. “Esse é um fator e a mídia ditando todas as tenimportante pros artistas indedências. pendentes, porque já não de“O mainstream (cena tradipendemos mais de terceiros. cional) está meio decadente, Podemos fazer a música com Jõao de Castro - prof. de jornalismo mas ainda existe, e resiste; a nossa cara e criar uma coainda há grandes bandas que nexão direta com nosso público, o que é muito trabalham com gravadoras e tem uma expopositivo” comenta. sição relativamente grande na mídia. Mas a Coelho cita boas referências da música in- tendência é acabar o esquema tradicional, já dependente brasileira, como os colegas minei- que os meios de divulgação via internet são ros do “Dead Lover’s Twisted Heart”, “Trans- mais rápidos e baratos e passam à frente da missor”, “Moldest” e “Fusile”. “The Frames” e venda de CD`s, que sempre foram caros. Um “Grandaddy” são bandas gringas que caíram bom exemplo é a grande quantidade de banno seu gosto. das que estava no mainstream e agora são inOs festivais de música independente são dependentes. No entanto, poucas vão para a indícios de como a cena vem se fortalecendo cena tradicional, devido a essa decadência”, no país e reconfigurando o monopólio musical critica Coelho. comercial restrito ao eixo Rio - São Paulo. Dos cantos mais longínquos surgem referências de O novo papel das gravadoras música e eventos de qualidade, como demonsEssa nova conjuntura faz com que as gratra Rodrigo James, jornalista e produtor cul- vadoras revejam suas estratégias de negócios: tural. “Recife e Goiânia são os dois principais criem novas divisões internas nas empresas papólos. Mas nos últimos anos a polarização au- ra potencializar outros aspectos da carreira do mentou e atingiu lugares inimagináveis ante- artista, como a realização de shows e o merriormente, como Rio Branco e Cuiabá. Outros chandising; lucram com o crescente sucesso das pólos importantes são: Natal, Brasília e Porto lojas virtuais. Gigantes como Universal e EMI já

"A CADA DIA VÃO SURGINDO NOVAS TECNOLOGIAS E NOVOS ESPAÇOS ONDE AS PESSOAS PODEM TANTO POSTAR ARQUIVOS DE MÚSICAS, RELEASES QUANTO INFORMAÇÕES".

Gabriela Oliveira - 5º G

A banda Monno cria conexão direta com o público a partir da divulgação das músicas na rede

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disponibilizam faixas de seus catálogos c para dowload na internet. in Um bom exemplo é a banda inglesa Radiohead, que desde o início d sua trajetória em 1989 da eestava “antenada” com os n novos tempos. O grupo re revolucionou a indústria m musical ao disponibilizar as musicas do seu novo CD na internet ao preço sugerid do pelos próprios usuários. O curioso é que eles arrecadaram mais dinheiro do que se tivessem colocado um preço único pelo CD. Em terras tupiniquins, Marcelo D2 também inova ao propor o lançamento de seu próximo disco com faixas patrocinadas, em que cada faixa baixada vai ter o patrocínio de uma grande empresa. Enquanto os ouvintes baixarem as músicas gratuitamente, o artista e a gravadora não terão prejuízo. Gravadoras e artistas tem maneiras diferentes de lidar com a pirataria. No caso do Marcelo D2, o simples fato de lançar faixas patrocinadas é um meio de reprimir a falsificação, já que não há sentido em piratear um produto que é de graça. Em outros casos os artistas tentam coibir a pirataria de modo mais direto como é o caso da cantora Marisa Monte, que disponibiliza seus CD`s com uma espécie de programa que bloqueia a reprodução e a transferência de musicas para os arquivos de MP3. “Isso pode ser uma faca de dois gumes, pois já existe quem burle esses esquemas, decodificando esses arquivos protegidos; além do que, a repressão da cópia pode prejudicar a divulgação em massa do seu trabalho. Há muitos casos de artistas que não possuem CD ou clipes, mas que conseguem ter uma projeção considerável no mundo digital e ficaram famosos exclusivamente com a troca de informações e arquivos via net”, acrescenta João de Castro. Essa divulgação bem sucedida levou esses artistas a postos mais altos, fazendo com que as próprias rádios se interessassem em divulgar suas músicas. É o caso da cantora inglesa Lily Allen, que rompeu o isolamento das suas quatro paredes para ficar conhecida planeta afora. Da mesma Inglaterra surgiu a banda Arctic Monkeys, que fez da internet seu principal meio de divulgação, através do Myspace. A pirataria não chega a afetar os independentes porque eles não tem a venda de CD`s ou DVD`s como suas fontes principais de renda. Ganham dinheiro com shows, patrocínios, licenciamentos e coisas do tipo. A era da remuneração pelo CD acabou. Um dos caminhos interessantes é a remuneração via ringtones e truetones, além das lojas virtuais, mas ao mesmo tempo acho que quando isso “pegar” aqui no Brasil, como lá fora, este modelo estará velho”. A Internet trouxe muito mais do que variedade. Trouxe alternativas e, essencialmente, liberdade de escolha. Se é difícil mensurar seu poder, fácil é sentir seu efeito: o prazer de ter o universo da música ao alcance de um “click”.

Gabriela Oliveira - 5º G

Produtor de festivais independentes vê com satisfação o novo panorama da música

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Editora e diagramadora da página: Yany Mabel - 6º período

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C U L T U R A 16

O fascínio pelo vinil AVESSO A PREVISÕES NEGATIVAS, O VINIL RESISTE COMO UMA OPÇÃO DE MUSICA BOA MARINA BANDEIRA 6º PERÍODO Na contramão da era digital, que já superou o surgimento do CD com as novas mídias digitais e a efervescente utilização de computadores, o vinil resiste e parece querer ressurgir, desta vez, não apenas para aficionados e DJs, que o utilizam como matéria-prima em suas pick-ups, mas para os ouvidos curiosos e ávidos por um som de qualidade. Você não conhece um vinil? Eles são pretos, nasceram em 1948, desbancaram os antigos discos de goma-laca de 78 rotações por minuto, eram fabricados em cera e posteriormente em vinil, e decodificados por uma agulha... Os famosos e ancestrais “bolachões”, que representaram a fonte de música de várias gerações durante anos a fio, como a Fênix, voltam a se consolidar em ritmo crescente no mercado, só que agora, como objetos de desejo. As lojas de discos ressurgem com força total; o mercado de usados se estabelece em âmbito global através da Internet, que permite que se faça compras vendas e buscas de raridades com muito mais facilidade. Basta navegar na mesma net para constatar a qualidade de sites existentes sobre o assunto e descobrir que um bolachao e muito mais recheado do que se possa imaginar. Atualmente, a América Latina está sem fábrica de vinil. A Polysom, que ficava na Baixada Fluminense e reinou sozinha por um bom tempo até meados de 1996, fechou as portas no começo desse ano por problemas financeiros. Para driblar o contratempo, gravadoras e selos independentes (como a Monstro Discos), vem lançando compactos em vinil, provando que

o velho e bom bolachão não morreu. E o melhor de tudo, em excelente qualidade. Prova disso é que artistas da novíssima geração como Autoramas, Daniel Belleza & Os Corações em Fúria, Móveis Coloniais de Acaju entre outros já aderiram ao velhonovo formato, provando que o bolachão é uma tendência. A resitência Ainda em terras tupiniquins, o bolachão encontra defensores fiéis, como Ed Motta e Maria Rita. Já na gringa, ele é amado por ninguém menos do que Madonna, Bob Dylan, o grupo Radiohead, que disponibilizou seu último álbum “In Rainbows” com uma tiragem exclusiva em vinil; a banda britânica punk Sex Pistols, que em comemoração dos 30 anos de seu antológico disco "Never Mind The Bollocks. Here's The Sex Pistols" (1977), remasterizou quatro de suas canções e pretende vender o disco em vinil; entre outros. Outro bom exemplo da

"EU LUTO PELA PRESERVAÇÃO DO LP, QUERO QUE TODAS AS PESSOAS VOLTEM A ESCUTAR E CUIDAR BEM DELES". Edu Pampani - colecionador crescente presença do vinil na atualidade foi noticiado pelo jornal inglês The Guardian. Segundo um levantamento feito pelo grupo britânico BPI (Indústria Fonográfica Britânica), na contramão da tendência digital do mercado fonográfico, a venda dos vinis cresceu 13%, sendo que os principais responsáveis foram

os singles gravados no formato de sete polegadas. Não precisamos ir muito longe para descobrir que a paixão pelo vinil é genuína e contagiante. Aqui mesmo, em BH, temos o exemplo de Edu Pampani, produtor e grande conhecedor do universo musical que teve uma iniciativa ousada e inédita, pelo menos em solo mineiro. Com uma coleção particular de milhares de LP’s (Long Play´s), decidiu compartilhar sua paixão pelos bolachões com o público ao inaugurar, em 2005, a Discoteca Pública, um espaço cultural diferenciado que permite consultas, pesquisas e incursões a esses símbolos da memória cultural. O diferencial é que não há espaço para vendas, o que impera é a troca. Uma visita ao seu acervo é como fazer uma viagem pelo tempo, que logo se transforma numa retrospectiva sonora e visual. São nada menos do que 7 mil exemplares catalogados em um total de aproximadamente 12 mil LPs, devidamente armazenados e bem cuidados. A grande maioria deles é de musica brasileira, o que pauta o interesse do colecionador. As capas são um espetáculo à parte: contendo diversas informações, que perpassam pela ficha técnica aos nomes das canções, além de artes gráficas memoráveis (puro deleite de designers e curiosos), representam não apenas uma viagem no tempo, mas um retrato do espírito de uma época. Algumas capas foram tão marcantes que figuram em definitivo em livros exclusivamente dedicados a elas. Ainda nesse movimento de consolidação do vinil na cena musical, Pampani criou a Feira do Vinil e Cd’s independentes, que já vai para sua quarta edição. Reunindo um público de faixas etárias variadas, promove em seu próprio espaço cultural um encontro entre os diversos comerciantes de vinis e CD’s independentes de Belo Horizonte para troca e venda de exemplares.

Soltando o verbo

Carlos Eduardo Doné 5º G

Certos entusiastas defendem a superioridade do vinil em relação às mídias digitais em geral (CDs, DVDs e outros). O principal argumento utilizado é o de que as gravações em meio digital cortam as freqüências sonoras mais altas e baixas, eliminando harmônicos, ecos e batidas graves; o que prejudicaria a "naturalidade" e a “espacialidade” do som. Sobre a qualidade do disco de vinil, Pampani nos conta um pouco mais de suas características: “Se você tem um bom equipamento em casa, realmente o som é bem mais puro. O antigo bolachão não tem prazo de validade; tenho discos de 50 anos atrás em perfeito estado de conservação. Isso para não falar das capas, do encarte, do jeito que era gravado, tudo era mais trabalhoso feito com amor pela arte. Uma desvantagem é que de tão bom, o disco de vinil foi sen- Edu Pampani, mineiro colecionador e apreciador de vinis. do levado para outros países, e a cada dia fica mais difícil de ser foram deixados de lado, foram apenas ofusencontrado; disco que sai do país não vol- cados pela sedução digital que cresce a cata nunca mais. Outro, porém diz respeito da dia. Nesse sentido, ele afirma que o vinil à falta de cuidado de muitas pessoas, que nunca morreu e nunca morrerá; quem gosta podem deixar os LPs inutilizados”. toma conta, cuida e tem amor. Na Europa e nos Estados Unidos até hoje se grava e se A Novidade vende bem. No Japão mais ainda, podemos Em relação às transformações ocorridas encontrar os maiores consumidores de múno cenário musical que acarretaram a busca sica brasileira e novos lançamentos. frenética pelas novas tecnologias, Pampani Seja onde for, para os mais novos, é temtem uma visão aberta. “Vejo que estamos vi- po de experimenttar com a curiosidade próvendo no século XXI e que hoje em dia ficou pria de quem cresceu na era dos disquinhos muito mais fácil se gravar uma música, um prateados. Os mais velhos, que aposentadisco, um álbum, um CD e por aí vai. Co- ram os velhos LP's, têm agora oportnidade nheço bandas que gravam seus discos em de resgatá-los. casa, bandas de uma pessoa só, bandas de Para quem entende do assunto, apreciar dois componentes que, através de um sim- um bom vinil envolve todo um ritual – conples computador podem chegar a bons re- templa-se sua capa, sua textura. A preparasultados investindo pouco dinheiro. ção da vitrola é um evento único: alinha-se A volta triunfal do vinil é apenas modo de a agulha e já se pode curtir uma velha expefalar. Pampani alega que os bolachões nunca riência nova. Sem nostalgia.

Feira do Vinil une amantes da boa música

O disco de vinil não precisa de um aparelho de som propriamente para ser "tocado". Experimente colocar o disco rodando na vitrola, sem áudio, com as caixas de som desligadas. Você conseguirá ouvir o disco, pois seu princípio de funcionamento se baseia na vibração da agulha no sulco (espiralado, como um velodromo, tendendo ao infinito como uma linha reta) dentro das ranhuras, que nada mais são do que a representação freqüencial do áudio em questão.

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Ela completou sua 3ª edição e se consolida como a festa do vinil no calendário cultural de BH. Coordenada por Edu Pampani e realizada na Discoteca Pública, numa charmosa casa no bairro Floresta, a Feira do Vinil e dos CD’s Independentes reúne, bimestralmente, colecionadores, expositores, artistas e produtores para celebrar a paixão pela boa música. Para Alexandre Veloso, 36 anos, a paixão pelos bolachões é antiga. Tudo começou com o interesse por livros usados, que se transformou em busca por vinis. Alguns anos depois, o sonho se transformou em realidade, e hoje em dia ele é proprietário da loja “Usados com Arte”, onde se pode encontrar LP´s raros, CD´s de todos os gêneros e um grande acervo de livros. Ao todo, já se vão 13 anos na ativa. Para ele, a oportunidade de se conhecer pes-

soas e reunir colecionadores e clientes para troca de informações e produtos é a maior vantagem do evento. “Mais do que um ambiente de troca de produtos, a Feira do Vinil oferece a possibilidade de se compartilhar o gosto pela música”. Alexandre ainda observa que há uma tendência crescente da geração mais jovem em adquirir toca-discos e discos de vinil; e já prevê um crescimento no comércio desses produtos. Para difundir ainda mais sua paixão pelo vinil, ele planeja criar um programa de rádio na internet, que promete uma interação entre as pessoas sobre o universo do vinil. Seja um curioso ou um aficionado de plantão, mais de 200 pessoas prestigiam o evento, aproveitando para curtir uma experiência diferente/única. O perfil do público é bem variado, tanto na idade, quanto no gosto musical. Márcio Pereira (33 anos, designer) atribui sua admiração pelos discos de vinil à sua geração: não há como falar da década de 70 sem mencionar os bolachões. Apesar de no seu dia a dia fazer mais uso dos CD´s, e fazer parte do grupo que não baixa músicas no formato MP3, tem alguns vinis e curte escutar MPB, jazz, etc. Márcio ressalta a importância de um evento como a Feira do Vinil no res-

gate do conteúdo do bolachão: “O vinil traz mais informações do que o CD; na era do vinil, as bandas tinham uma preocupação maior em rechear seus trabalhos com informações das Artes Plásticas, Cinema, Literatura, Teatro, coisas que hoje em dia foram deixadas de lado ou não cabem mais nos formatos digitais. A turma do vinil Outra presença marcante na Feira foi a Turma do Vinil, que reúne cerca de 20 adeptos do bolachão, todos quarentões e ex-DJs que, nas décadas de 70, 80 e 90, comandavam as picapes de casas noturnas da cidade. A convite de Edu Pampani, eles mostraram para o público boa parte de suas relíquias, o que agradou em cheio os ouvintes mais rigorosos. O DJ Eugênio Braga, que faz parte da trupe, sempre esteve inserido no universo musical. Desde os primeiros compactos na infância, até o conhecimento pleno das viradas e mixagens de um set como um bom DJ, o vinil esteve presente na sua trajetória. Ele aponta a crescente facilidade trazida pela internet para a difusão dos trabalhos dos DJs e a conseqüente banalização do ofício: “Há DJ’s e DJ’s. O importante é manter a qualidade do trabalho e o respeito com o ouvinte”.

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