Jornal O Ponto - Fevereiro de 2009

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Poesia com novos sabores Artistas independentes de BH propõem novas formas de divulgação de suas obras, aproveitando o espaço urbano e a internet como meio de apresentar seu trabalho a um público cada vez mais disperso.

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F e v e r e i r o

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Surge um novo cidadão: o jornalista

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D I S T R I B U I Ç Ã O G R AT U I TA

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Laura Aguiar 7º Período

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JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

D I S T R I B U I Ç Ã O G R AT U I TA

A internet abre espaço para a participação de não jornalistas na produ-

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Os preços mais acessíveis são um chamariz para os centros de co-

Comércio popular afeta comércio formal

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J u n h o

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AZEVEDO E AURÉLIO JOSÉ.

A caminho da Irlanda... Brasileiros buscam melhores condições de vida

Esporte para os que buscam a liberdade, o vôo livre estimula os praticantes a descarregarem as tensões do dia-a-dia. Com vários campeões mundiais, o Brasil é o cenário perfeito para essa prática, que exige conhecimento, habilidade e atitude! Mas praticantes veteranos advertem o perigo para os iniciantes: “cuidado para não se viciar”.

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TEMÁTICA PROPOSTA PELOS COORDENADORES DE LABORATÓRIO DUNYA

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Pelos ares

N ú m e r o

REPENSAR A ATIVIDADE JORNALÍSTICA SEM PRESCINDIR DA QUALIDADE,

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JORNAL ADOTA UM CONCEITO PRÁTICO E MODERNO, TENDO COMO DESAFIO

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AO JORNAL LABORATÓRIO DA FUMEC. ALÉM DO TAMANHO REDUZIDO, O

A n o

O NOVO PROJETO EDITORIAL E GRÁFICO PROPÕE UMA CARA MAIS LEVE

JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

A PARTIR DA PRÓXIMA EDIÇÃO, O JORNAL O PONTO TRARÁ NOVIDADES.

H o r i z o n t e / M G

NOVO PROJETO GRÁFICO

À moda antiga Para quem procura “fugir da ditadura da moda”, uma excelente opção são os brechós, que ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, não possuem apenas roupas velhas, mas, sim, um estilo reciclado que resgata tendências, além de acessórios exclusivos e inusitados. O hábito de reaproveitar peças de vestuário remonta à Idade Média. Nessa época, o costume era repassar as roupa de geração em geração, como verdadeiras relíquias.

1999

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Claudia Lapouble - 5ºG

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Belo Horizonte à deriva musical Longe dos grandes festivais e fora dos catálogos culturais de vanguarda, Belo Horizonte vem perdendo espaço dentro do cenário cultural brasileiro. A capital mineira perde espaço para cidades como Curitiba, Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo.

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Em busca da origem do universo Nos bastidores do Alto Falante Em entrevista ao jornal O Ponto, Terence Machado, diretor e apresentador do Alto Falante, da Rede Minas, relata a trajetória do programa que completou 11 anos em 2008. Além de revelar os bastidores da música mineira e nacional, Machado aponta bandas de rock, pop e eletrônico que merecem destaque no cenário musical. Confira!

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Cientistas se debruçam em experimento para recriar as condições que propiciaram a grande explosão que teria dado origem ao universo e trazem à tona o debate histórico sobre o tema que aguça a curiosidade do homem desde o século XV.

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Negritude à flor da pele

Política esportiva é negligenciada

A cultura negra ganha espaço não somente no calendário cultural de BH, como também no íntimo de seus moradores. Manifestações culturais como a capoeira passam a ter mais visibilidade, após a inclusão da história da cultura e do continente africano no currículo das escolas de ensino médio e fundamental.

Escassez de incentivos dificulta a formação e o desenvolvimento de novos talentos no esporte do país, diferente das inciativas norteamericanas que formam equipes vitoriosas e possuem centros de referência de alto nível.

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Editor e diagramador da página: Equipe O Ponto

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Belo Horizonte – Fevereiro/2009

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Alguns pontos... Durante os últimos anos, acompanhamos vários debates e perspectivas postos quanto ao futuro do jornal impresso frente às novas mídias. Lançado no ano passado, o livro “O Destino do Jornal”, de Lourival Sant’Anna, registra a situação dos grandes jornais brasileiros num momento histórico de crise do setor devido à presença da internet. Traduzido e lançado em 2007, The Vanishing Newspaper (com um título mais provocativo em português: Os Jornais Podem Desaparecer?), de Philip Meyer, apesar de anunciar um fim próximo para o jornal também aponta caminhos para salvar o impresso na era da informação. Que caminho devemos seguir? Atualizações periódicas, como todos sabem, são sempre necessárias e bem-vindas. Nesse sentido, iniciamos nos últimos semestres discussões para reformular o Jornal O Ponto. Para nós, neste espaço privilegiado de produção de conhecimento que é a academia, torna-se importante repensarmos qual o modelo ou formato para o jornalismo impresso no mercado editorial daqui a 10 ou 20 anos, por exemplo. Sendo assim, arregaçamos as mangas e estamos mudando a cara do jornal-laboratório. A reformulação gráfica de O Ponto está sendo apresentada nesta edição, nas páginas 8 e 9, e será efetivada no próximo número. As mudanças não visam descaracterizar o jornal, premiado em vários

concursos, mas, sim, atualizálo. Quanto ao conteúdo, continuamos a primar por reportagens aprofundadas, com textos bem redigidos e abordagens inovadoras para temas nem sempre novos. Coordenado por Dúnya Azevedo, professora de Planejamento Gráfico, e desenvolvido por alunos voluntários, o novo projeto também contou com a colaboração dos alunos do jornalismo, que fizeram propostas em sala de aula, no decorrer da disciplina, e participaram com várias sugestões. Algumas incorporadas ao novo layout. Por meio de concurso aberto a todos os cursos de Comunicação e Design Gráfico da Fumec, escolheu-se um novo logotipo para o ponto. Mais moderno e fazendo um diálogo direto entre imagem e significado, a nova proposta certamente agrada aos olhos. Parabéns aos alunos do design, únicos participantes do concurso. A nova proposta gráfica constitui uma mudança significativa e introduz alterações visíveis face ao formato anterior. A principal seria o tamanho do jornal. Acompanhando tendências contemporâneas do design e pensando também na praticidade do manuseio, a publicação passa do atual formato (31,5 x 56cm) para o tablóide (28,9 x 43cm). Enquanto o próximo número não vem, aproveitem o que preparamos para esta edição e tenham uma boa leitura... AURELIO JOSÉ

Futebol sem identidade THIAGO PRATES DE OLIVEIRA 4º PERÍODO Um fenômeno típico da modernidade tardia chegou ao futebol, a “crise de identidade”. Como afirma Stuart Hall, as velhas identidades estão em declínio e o que vemos é um sujeito cada vez mais fragmentado, sem raízes. Diferente de antigamente, quando os jogadores defendiam seus países como os soldados, nas grandes guerras, dando o sangue pela pátria. O que se vê, atualmente, é um certo patriotismo de aluguel no qual os jogadores se naturalizam e defendem bandeiras por comodidade e não por identificação. Nos dias atuais, os jogadores não possuem aquele patriotismo, eles são sujeitos fragmentados que esquecem sua cultura, suas raízes e acabam se naturalizando e defendendo uma cultura completamente diferente. Se analisarmos uma Seleção como a francesa, onde uns cinco jogadores não são originalmente franceses, percebemos que chega até a ser patético observar os jogadores cantando o hino nacional francês e não do seu país de origem. É cada vez maior o número de jogadores de todas as partes do globo que estão deixando sua pátria original para

assumirem uma nova bandeira. Exemplo disso é o brasileiro naturalizado alemão Kevin Kuranyi. Ele nasceu no Brasil, é filho de pai alemão e mãe panamenha. Uma boa amostra do sujeito pós-moderno, com raízes fragmentadas, envolvido por diversas culturas diferentes. Contudo, mesmo em tempos de “crise de identidade”, ainda temos exemplos no próprio futebol de que ainda existe o sujeito com uma identidade forte e enraizada. Esse exemplo vem do País Basco, mais precisamente do Athletic Club de Bilbao. Este clube do futebol espanhol, da cidade de Bilbao, é um símbolo emblemático do que representa ser basco, pois não permite que atletas não nascidos ou não desenvolvidos no País Basco, ou seja, aceita apenas jogadores que tem a cultura, as raízes e tem orgulho de ser basco, que têm uma unidade definida, típica do sujeito moderno. Esse é um exemplo cada vez mais dificil nesses dias atuais pois, com o ritmo alucinante que os valores pós-modernos vão se estabelecendo dentro de nossa individualidade, chegará o dia em que será estampado nas placas dos campos, nas camisas dos jogadores e nas ruas: Procura-se Identidade, pagase bem.

Surge um novo nome na História KELYSSON FERNANDES 4º PERÍODO

Ilustração: Amanda Lelis

A nova Gafieira MAURO FERNANDES LOPES E SOUSA 4º PERÍODO Houve um tempo em que, quando nos referíamos à dança de salão, vinham à mente “danças populares”; simples, prazerosas e fáceis de praticar. Uma dança que nasceu nos guetos e subúrbios do mundo, praticada por gente de baixa renda, negros, mulatos, empregados, por aqueles que não têm acesso para entrar nos salões mais nobres e, por isso, vista com maus olhos pela sociedade. Nesse contexto social nasce, no Brasil, a gafieira. As pessoas passaram a dançar mais juntinhas, de uma maneira tão atraente que chamou a atenção dos mais diversos tipos. A gafieira se encarregou de abrir caminho por todas as camadas da sociedade, mostrando o quanto é relaxante o contato a dois, valorizando o nome da dança e tornando-a uma prática não mais marginalizada, muito pelo contrário, uma dança cara e para poucos. O termo “Gafieira” vem de “gafe”, por serem os bailes da época lugares em que se podia quase tudo, desde jogar as mulheres para cima até se acabar de tanto beber e dançar. Em pouco tempo a dança de salão se elevou ao patamar de arte; subindo aos palcos, aparecendo na televisão e sendo praticada por gente famosa. Mas a que preço? Por que essas mudanças aconteceram? Naturalmente a dança de salão deveria mesmo se lapidar já que, agora, não era praticada só por gente de baixa renda, mas tornara paixão de pessoas com melhores situações financeiras e era praticada também por aqueles que apreciam a boa dança, mas não viam na gafieira possibilidades de evolução, caso uma mudança brusca não ocorresse. O grande professor de danças Jaime Arôxa se encarregou dessa mudança. Com um apetite pelo novo e pelo “limpo”, Jaime trouxe a mãe da classe e leveza de todas as danças – o balé clássico -, para essa nova dança de salão. De um jeito muito peculiar acrescentou melhor colocação corporal, uma musicalidade lapidada e variações mais complexas para os movimentos. Devemos também a ele a ruptura na maneira de se dançar ritmos diferentes, de maneiras diferentes. Na gafieira se dançava de uma mesma forma o bolero, o samba e o que mais viesse a tocar no baile. Arôxa, à custa de muitos estudos, inovou mais uma vez, mostrando que cada ritmo, assim como as pessoas, tem suas particularidades. Escutar a música, ouvir o que ela nos propõe só veio a se tornar, de fato, uma coisa importante para a dança de salão

depois de seus incansáveis estudos, assim a dança tem uma grande e impagável dívida para com este mestre. Contudo, durante essas mudanças, a dança perdeu um pouco de sua essência: a simplicidade. O que conta na dança é a liberdade de expressar o sentimento de cada um para com a música em sua particularidade, ou seja, deixar o sentimento brotar de dentro para fora de seus corpos. Com a quebra da gafieira para a técnica Jaime Arôxa de dança, os dançarinos passam a ser superficiais ao dançar. O “sentimento” passa primeiro pelo meio externo para só depois se interiorizar. E isso é perigoso. Perde-se aí um tantinho de “dança popular”, um pouquinho da essência da dança de salão. Outro problema é a questão das “variações e passos”. Hoje, saber 100 passos se tornou mais importante do que escutar a música. Os passos são consequências do aprendizado e não o contrário. O professor e/ou instrutor de dança deveria sentir no movimento dos alunos as possibilidades a serem exploradas para novas variações e não se preocupar em ensinar “tranças” ou “molinetes” sem que primeiro o aluno tenha aprendido a deslocar e conseguir dialogar com a música. Ensinar passos é fácil, porém torna a dança do aluno mecânica, limitada e sem personalidade. Uma ânsia por novidades tomou o lugar da criatividade e da atenção para o que acontece em sua própria dança. Câmeras nas mãos, lá vão eles! Essa nova geração de “professores de dança” está sempre pronta para captar no outro um movimento novo a ser incorporado à sua vasta lista de passos. Movimentos diferentes, passos diferentes surgem o tempo inteiro enquanto dançamos. Mas alguns dançarinos insistem em calar seus corpos, para que possam ver em outros indivíduos o que poderão “copiar” de novidade. Por vezes chegam ao absurdo de filmar escondido outras pessoas dançando em pleno baile. A dança de salão já foi conhecida como dança social. Dança que promove o contato com o outro e precisa de atenção com o espaço de se dançar, que é de todos e deve ser respeitado. Aquela velha história de que “seu direito termina onde começa o do outro”, deveria ser levada ao pé da letra pelos praticantes e freqüentadores de bailes. Girar o salão no sentido anti-horário e assim pregar a necessidade da linha de baile hoje dá lugar ao exibicionismo forçado. A dança nasceu para elevar o espírito e o astral de seus praticantes e admiradores. E a dança de salão é como diz Jaime Arôxa: Simples, agradável e fácil de praticar. A dança melhora as pessoas.

Um novo líder político se ergue em nível global. O nome que ecoa aos quatro ventos é o de Barack Obama, eleito pelo partido Democrata com vitória esmagadora. Este homem governará uma população estimada em 301,6 milhões de pessoas das quais 15% são hispânico-latinas, 13,4% negras e 5% asiáticas, além de imigrantes europeus que também ajudam a compor sua diversidade étnica. Em Obama está, inversamente proporcional à aversão à Bush, a esperança de dias melhores. Alguns o chamam de Kennedy achocolatado, outros dizem que poderá ser um Roosevelt em meio a uma guerra velada, mas qualquer comparação talvez seja descabida. Obama é singular. O primeiro desafio será governar para uma sociedade cada vez mais heterogênea e complexa. A nação americana se tornou o principal destino dos fluxos migratórios. Não obstante à crise financeira vigente, a América ainda é um grande refúgio econômico pelo fato de consumir a maior fatia do PIB do mundo e de ter uma moeda forte de liquidez internacional. Outro desafio é a questão do Iraque. Há quase 150 mil soldados naquele país, mesmo depois de deposto Sadam Hussein e acabada a guerra. Obama deverá ter uma posição taxativa em relação a isto. Outra questão é como lidar com a crise que já soma, por enquanto, um prejuízo total de quase três trilhões de dólares. Sabemos que é o governo que tem bancado a conta da irresponsabilidade dos agentes financeiros. A crise causa importantes rupturas na economia e quando ela acabar, certamente uma nova ordem econômica global, que não sabemos qual, será instaurada. Os neoliberais já devem ter percebido, a exemplo do que ocorreu em 1929 e que ocorre agora, que com o Estado mínimo o capitalismo não prevalece. As diferenças, hoje cada vez mais preponderantes, terão de ser mediadas pelo novo líder, que de certa forma, também liderará o mundo. Se a luta de Lincoln foi com as diferenças raciais e econômicas, a de Obama será muito além. Terá de lidar com o ódio islâmico, negociar melhor com os emergentes (Brasil, China, Índia, etc.) e também com os fornecedores de matéria-prima, mão de obra e energia. O governo Obama terá de calcular mais o risco de seu próprio país e se haver com o problema ambiental que a cada dia se engrandece, posto que os EUA é o maior poluidor e que, portanto, não quis assinar o protocolo de Kyoto. Não será tarefa fácil suceder o pior presidente americano da história.

Os artigos publicados nesta página não expressam necessariamente a opinião do jornal e visam refletir as diversas tendências do pensamento

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Jornal Laboratório do curso de Comunicação Social da Faculdade de Ciências Humanas-Fumec Tel: 3228-3127 – e-mail: oponto@fch.fumec.br

Coordenação Editorial Prof. Aurélio José (Jornalismo Impresso)

Monitores de Produção Gráfica João Paulo Borges, Diogo Mathoso e Aline Chamon

Conselho Editorial Profª. Dunya Azevedo (Produção Gráfica) Profª. Maria Fiúza (Fotografia)

Monitores do Laboratório de Publicidade e Propaganda Isabela Myrrha e Marcelo Antinarelli

Monitores de Jornalismo Impresso Amanda Lelis, Bárbara Camargo, Pedro Leone, Natasha Muzzi e Poliana Bosco Monitores da Redação Modelo Bárbara Rodrigues

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Projeto Gráfico Prof. José Augusto da Silveira Filho Tiragem desta edição 3000 exemplares

Universidade Fumec Rua Cobre, 200 – Cruzeiro Belo Horizonte – Minas Gerais

Profª. Thaís Estevanato Diretora Geral

Professor Emerson Tardieu de Aguiar Presidente do Conselho Curador

Prof. Antônio Marcos Nohmi Diretor Administrativo e Financeiro

Profª. Antônio Tomé Loures Reitor da Universidade Fumec

Profª. Cláudia Fonseca Coordenadora do Curso de Comunicação Social

Prof. João Batista de Mendonça Filho Diretor de Ensino

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Editor e diagramador da página: Frederico Dutra e Rafaella Bosco - 6º período

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Criança leve quero que leve como ar quero de leve sombra suave cinza fica pálido ... as areias do chão de cimento brilham na sombra pálida de sol milhões de grãozinhos esparramados e presos no passeio piscando no movimento a sombra de cócoras (Marcos Assis)

Na cidade da poesia

criatividade e interatividade marcam uma nova forma de divulgar poesia em bh Claudia Lapouble 5º Período Poesia viva se desprende dos livros, está no ônibus e no metrô, nas estações e praças, está no mundo digital e até cresce em árvores. Mas por trás dela e nela estão os poetas, que procuram levar seu trabalho às pessoas das formas mais variadas, fugindo do padrão clássico, em que o único intermediário entre o escritor e seu público era o livro. Mesmo com leis de incentivo, o mercado editorial é ainda bastante restrito, assim, vem crescendo entre os escritores a procura por novas formas de divulgar seu trabalho. O blog ganha o status de importante ferramenta dos novos artistas não só para ganhar visibilidade frente a um novo público leitor, que cada vez mais procura as novas tecnologias para consumir cultura, como também para trocar experiências com outros artistas. É o caso do Sociedade Mutuante, grupo de artistas, criado a menos de um ano, que reúne jovens poetas que divulgam seu trabalho de forma independente. Seja por meio de blogs ou de trabalhos impressos. Vendidos diretamente para os leitores, o grupo se auto define como “um espaço para desmistificar o conservadorismo imóvel, calcado nas grandes produtoras, editoras, gêneros e derivados”. Além do blog, em que são publicados trabalhos de artistas mineiros e de outros estados, o Sociedade Mutuante promove a troca de experiências poéticas e divulga o trabalho de escritores independentes, por meio do Sarau Urbano e da publicação de livretos e fanzines, como a coleção “Vermes Poéticos”, que teve seu primeiro volume lançado neste ano. A brochura de bolso, se apresenta sem nome e reúne poemas de 4 integrantes do grupo, Marcos Assis, Luciano Nunes, Luana Aires e Sylvia Martelelo. Realizado no coreto da Praça da Liberdade, toda primeira segunda-feira do mês, às 19h19, o Sarau Urbano é uma oportunidade para que os poetas interajam diretamente com o público e troquem experiências, “a idéia do sarau é chamar a atenção. Quem vai à Praça da Liberdade só para fazer caminhada ou apenas passa por lá tem um contato, mesmo sem querer, com a poesia, e o que a gente quer é isso, tirar as pessoas da rotina. O próprio horário 19h19 já mostra isso, se existe o minuto 19 porque usar só hora redonda, porque seria 19h20 ou 19h30? A idéia é essa”, conta Luciano Nunes. Claúdia Lapouble - 5º Período

Pão e poesia: arte ilustra saquinhos de pão

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Vanussa Dias Neres/Divulgação

A poesia crescendo em árvores: projeto "Árvore dos Poemas", de Diovvani Mendonça, integra manifestações artísticas e educação ambiental O blog porém, é uma ferramenta usada não somente por jovens artistas, mas também por escritores que contam com livros publicados e com certo renome no mercado editorial e que utilizam o instrumento como forma de se aproximar do público, principalmente os jovens. É o caso de Tânia Diniz, 59, fundadora e editora do jornal mural Mulheres Emergentes, que mantêm há 19 anos. Além da versão impressa, Tânia tem um blog em que são postadas noticias e eventos relacionados a literatura. Segundo a poetisa a publicação nasceu de sua necessidade de reunir e divulgar seu trabalho e o de outras pessoas que trabalhassem o mesmo tema por ela explorado, a sensualidade feminina. O M.E. é publicado trimestralmente e traz sempre poesias e ilustrações de artistas brasileiros e estrangeiros, convidados pela editora ou selecionados através de concursos. Tânia conta que começou a escrever tarde, “eu não me sentia escritora, tinha marido e filhos pequenos para cuidar e também certa vergonha do que escrevia”, relata. O incentivo partiu dela própria depois de ler trabalhos de outras escritoras que a fizeram perder a timidez e querer mostrar seus poemas e contos. Além do blog e do Mulheres Emergentes, Tânia está entre os autores que faz parte do projeto “Literatura para Todos”, que coloca textos literários em ônibus urbanos e no metrô. Recentemente a poetisa teve alguns de seus poemas expostos na mostra “Aspectos Urbanos”, organizada pela artista plástica Iara Abreu, entre os dias 14 e 28 de outubro, no saguão da biblioteca pública de Belo Horizonte. Iara ilustrou poemas que tinham como tema o universo das cidades. Foram expostos também telas e esculturas com essa mesma temática. Novamente em parceria com Iara Abreu, Tânia desenvolveu seu mais recente projeto: a 1ª Mostra Mineira de Haicai Mulheres Emergentes, que esteve entre 14 e 26 de novembro na galeria da Rodoviária e se estenderá até o mês de dezembro nas pilastras e jardins do terminal. A organizadora conta que a mostra se pretende itinerante, “a idéia é levar a mostra a outros lugares e até mesmo a outras cidades,

Tânia Diniz/Divulgação

Um dos haikais expostos na rodoviária em BH para mostrar o haicai e o próprio M.E.”, completa a poetisa. Frutos-poema, a poesia nascendo em árvores. Essa foi a idéia de Diovvani Mendonça, ao criar a arvore dos poemas, que consiste em colocar poemas dentro de garrafas pet que são por sua vez penduradas em uma árvore. “Depois que criei o fruto-poema e fiz a árvore dos poemas, criei ali a possibilidade de mostrar para as pessoas meus poemas, sem precisar pegar em casa um livro, a poesia passou a habitar o meu quintal”, conta Diovvani. O analista de sistemas, Diovvani conta que foi ouvindo uma música de Fagner, “Mucuripe”, que passou a prestar atenção ás letras de canções e a partir daí até a compor, “foi as-

sim que cheguei à poesia”, explica. Segundo o poeta a “árvore dos poemas” é a mãe de todos seus projetos, já que foi a partir desse que ele pensou em novas formas de aproximar a poesia das pessoas, “Pensei que poderia colocar poesia em alguma coisa em que as pessoas consumissem de graça. Um amigo meu, Renan, tem uma distribuidora para padarias e aceitou a idéia de imprimir poesias no papel de pão”, conta o poeta. Nasceu assim o “Pão e Poesia”, projeto que leva poesia ao café da manhã das pessoas. Com o apoio de empresas parceiras, que se interessaram pela idéia, e amigos Diovvani conseguiu tornar realidade o projeto que neste primeiro momento produziu 300 mil embalagens, que foram distribuídas em padarias principalmente de Contagem. O projeto inicial era que os sacos de pão tivessem impressas poesias do próprio Diovvani, mas segundo ele, isso faria com que um dos potenciais do projeto deixasse de ser explorado: o de apresentar outros poetas para o público, ‘Além disso,imagina 200, 300 mil embalagens de poesias minhas”, diz Diovvani, Com o projeto aprovado Diovvani postou um anuncio para que os interesados em participar do “Pão e Poesia” mandassem seus trabalhos.Começou então o trabalho de montagem das peças. A primeira tiragem de saquinhos de pão têm na parte da frente a reprodução de uma pintura do artista italiano Guido Boletti e um poema de um artista homenageado –no caso dessa primeira edição, André Carneiro-, já o outro lado traz poemas de diferentes artistas nos 26 modelos confeccionados. Mas as idéias desses apaixonados por poesias não param por ai, e não se limitam a essas pessoas, cada vez mais surgem blogs, e publicações independentes, provando que a poesia pode alcançar todo lugar e pode chegar cada vez a mais pessoas, transcendendo o livro. Desmistificando a imagem do poeta e querendo mostrar que como nas palavras de Diovvani Mendonça, é preciso que o poeta, ou candidato a poeta “esqueça os manuais de sobrevivência e seja um esboço da sua própria experiência”.

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O PALCO É O SINAL O SINAL É O PALCO Foto: arquivo pessoal

Marcelo, o Merréu, faz de sua profissão uma forma de brincadeira e diverte os que passam ADRIANA GABRIEL BÁRBARA RODRIGUES LETÍCIA BETHÔNICO 5º, 6º E 7º PERÍODOS O dia-a-dia de quem passa pelo cruzamento das avenidas Bias Fortes e Gonçalves Dias tem um colorido diferente. Ao pararem no sinal vermelho, os motoristas podem assistir de camarote a apresentação de malabaristas que desafiam a gravidade equilibrando bolinhas de acrílico pelo corpo e arremessando ao céu seus diabolôs, em uma altura que faz os expectadores duvidarem que voltarão a cair com perfeição nas mãos dos artistas. Éder Martins, Ingrid Manuelle e Marcelo dos Santos,

mais conhecidos como palhaço Pirolino, palhaça Didá e palhaço Merréu, respectivamente, são os habilidosos artistas do sinal vermelho. Há cinco anos no ponto, eles formam a trupe Arson (palavra do dialeto inglês que significa incêndio proposital), que também se apresenta em praças, festas e eventos, que vão de aniversários de criança a badaladas trances. O casal Merréu e Ingrid se conheceu na Praça da Glória, em Contagem. Foi lá que os dois, movidos pela curiosidade, começaram a observar os amigos que já sabiam as técnicas de malabarismo. Natural da cidade de São Paulo e há onze anos em Belo Horizonte, Merréu conta que já

teve vários empregos e foi conhecendo aos poucos o malabarismo, fazendo da arte, seu meio de sustento: "vivo de malabares e sou muito feliz. Considero uma arte que requer dedicação, treino e estudo diários." O paulista, que está há dez anos no ramo, diz que antes somente praticava malabarismo como hobby, e que começou a se apresentar no sinal a convite de um amigo, que fez a experiência e viu que dava certo. Depois de um tempo o amigo acabou seguindo outros caminhos, deixando o ponto da Bias Fortes para Merréu, que aos poucos foi se aperfeiçoando. Segundo eles, a vantagem do ponto é que por ali passam mais carros e o sinal

Bruno Chiari 6ºG

No sinal fechado, Ingrid faz graça com a bolinha para os motoristas retidos pelo semáforo é mais demorado, com duração de um minuto e 15 segundos. A rotina do grupo é acordar cedo, às 5h30, trabalhar na rua das sete da manhã à uma da tarde e treinar o resto do dia. Segundo Merréu, eles procuram dormir cedo para terem energia no dia seguinte, porque senão, se desconcentram e erram muito. Em média, conseguem arrecadar cerca de 40 reais por dia, mas o principal motivo das apresentações nos sinais é a divulgação do trabalho da trupe Arson. Nas semanas em que conseguem arrecadar bastante dinheiro e pagar todas as contas, eles tiram um dia para ficar só treinando, e frequentam festas de música

eletrônica, desta vez, por diversão, não a trabalho. Éder, que se juntou à dupla no início de 2008, acrescenta que para a trupe o malabarismo é mais do que um trabalho, é uma filosofia de vida. O jovem de 23 anos, nascido em Divinópolis afirma que são muito respeitados pelos demais trabalhadores do sinal da região, inclusive pelos policiais, que nunca demonstraram hostilidade, pelo contrário, elogiam e até contribuem com algum dinheiro. Em relação à convivência com outros artistas, Éder afirma que não existe rivalidade ou concorrência, mas sim uma relação de "descontração, alegria, de família mesmo", destaca. Porém, ele confirma que ainda

sofrem muito preconceito e que alguns motoristas, além de não darem atenção quase os atropelam, quando não furam o sinal: "as pessoas não acreditam que a gente faz esforço, ficam procurando quais truques e trapaças usamos; já ouvi muito 'vai trabalhar, vagabundo!', ou 'vai arrumar uma faculdade!'Já até mandaram a Ingrid ir arrumar uma trouxa de roupa pra lavar”, comenta. Éder fala ainda do preconceito existente para com pessoas como eles que não passaram por escolas de circo, argumentando que aprendem muitas técnicas através de vídeos na internet, e que a melhor escola é a rua ou o próprio talento e opção de vida de cada um.

Malabarismo e preservação ambiental Fundada em 2006 por Gustavo Camargo, Rodrigo Sponquiado e Ramon dos Santos, a Trupe Gaia é um grupo de jovens artistas que une malabarismo, manobras circenses, contação de histórias, representação e música. Assim como a trupe Arson, se apresentam em praças e eventos, mas também trabalham como voluntários em diversos projetos sociais, carregando a bandeira da conscientização ambiental. O grupo nasceu a partir do Projeto Manuelzão, promovido pela UFMG, que consiste em realizar expedições de canoa pelo Rio das Velhas, entre outros, e ir parando nas cidades às suas margens para realizar discursos, panfletagem e palestras em prol da conscientização da população para a preservação dos rios de suas cidades. Depois de um tempo no projeto, Gustavo foi percebendo que muitas crianças assistiam e teve a idéia de incrementá-lo com algo que chamasse a atenção delas.Logo elaborou uma peça em que, fantasiados de peixe, falavam da importância da preservação das águas para não colocar a vida dos seres vivos em risco.

A idéia foi evoluindo e de peixe passaram a palhaços, acrescentando número de malabarismo que já haviam aprendido com amigos, fazendo o maior sucesso não só entre a criançada, mas com a população de todas as idades. Rapidamente passaram a ser contratados para se apresentarem como palhaços e malabaristas em festas infantis e eventos, o que tomou tamanha proporção que decidiram montar a Trupe para se dedicar somente a esta demanda. O nome Gaia vem da mitologia grega da deusa da Terra, conhecida como a “MãeTerra”, o que engloba toda a proposta ambiental da trupe. Em abril, o grupo participou do evento "Deixem o Onça beber água Limpa”, realizado no trecho do ribeirão do onça que passa pelo bairro Ribeiro de Abreu, para alertar a população que vive no

local sobre a importância de preservar o rio e de lutar pela revitalização de suas águas. Vestidos de palhaço, os sete integrantes da Trupe transmitiram a mensagem de forma alegre e inusitada, com malabarismo e acrobacias, divertindo crianças e adultos. Sobre as vantagens do malabarismo, o grupo é unânime em responder que a prática trabalha a percepção, a concentração e a atenção, além de, segundo Ramon, melhorar o campo de visão e ajudar na relação em grupo, uma vez que nesta arte, o trabalho de um depende do outro. Segundo Gustavo, o malabarismo mudou sua vida: “com este trabalho tenho um grande retorno pessoal. Ao palhaço é permitido o erro; se todas as pessoas agissem dentro desse pensamento, teríamos um mundo melhor”, argumenta.

Contatos .Trupe Arson (31)3452 3446 cel:8484 904 merreuarson77@yahoo.com.br

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Ilustração Amanda Lelis

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Editor e diagramador da página: Tarsila Costa e Felipe Chimicatti - 6º período

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A evolução do pensamento sobre o universo e o infinito MÁQUINA LHC É A NOVA TENTATIVA DA CIÊNCIA DE DESVENDAR A ORIGEM DO UNIVERSO Foto: Maximilien Brice

TARSILA COSTA 6ºG Em algum momento na formação do universo, a matéria superou a antimateria (matéria escura localizada dentro dos buracos negros). Essa é a razão pela qual ainda estamos aqui, por que, do contrário, haveria uma grande possibilidade de sermos sugados pelos temidos buracos negros. Os mistérios que estão em torno desse acontecimento e da explosão que deu início ao universo - o Big Bang - são questões que os físicos buscam entender ao longo da evolução dos estudos desenvolvidos sobre o universo. O LHC (Grande Colisor de Hádrons) é a tentativa mais recente de entendimento do que houve no instante em que ocorreu o Big Bang. O LHC foi inaugurado por nove mil cientistas de vários lugares do mundo no mês de julho deste ano. O custo do colisor pode ter chegado a mais de seis bilhões de dólares e a máquina possui uma grade de 60 mil computadores. O invento está enterrado na fronteira da Suíça com a França e possui 27 Km de extensão que serão usadas para tentar simular a explosão que deu ori-

gem ao universo e há também a possibilidade de descobrir se há uma quarta dimensão, vista ,até hoje, apenas por teorias. O LHC, que atualmente está parado devido a uma falha mecânica, volta a funcionar até o fim deste ano, e acelerará os prótons (partículas contidas no núcleo de átomos) a velocidades colossais. A colisão dessas partículas pode produzir outros tipos de partículas, possibilitando aos físicos investigar do que é composta a matéria bem como compreender melhor o fenômeno do Big-Bang. Mas

o que os físicos estão ansiosos para ver é uma colisão liberando o bóson de Higgs. Segundo a teoria, essa partícula cria um campo de força que interage com as demais, conferindo massa a elas. O LHC trás questões que poderão transformar a maneira na qual olhamos e encaramos o universo e o infinito. Segundo o professor de matemática Luís Leivas: “Galileu, Newton e Descartes colocaram uma nova maneira de pensar, principalmente Descartes com

o pensamento cartesiano. Com a física quântica e inventos como o LHC percebo que passamos por um momento de transição. Estamos rompendo com a perspectiva cartesiana e começamos a considerar as possibilidades que estão além dessa perspectiva.” O professor, ainda coloca que apesar das controvérsias entre astrólogos e afins, a Era de Aquarius traz uma nova forma de pensar aos seres humanos, que leva em conta o homem como todo. Este pensamento nos faz voltar a atenção para o Oriente. A física quântica, por exemplo, já era algo vislumbrado por determinados povos da região antes mesmo do Ocidente registrar tais estudos. Com o definhamento do pensamento cartesiano e as novas possibilidades que a física quântica traz, o ser humano, agora, contemplará mudanças infinitas nos modos de relacão com o espaço-tempo. Considerando que o pensamento cartesiano antes conseguia vislumbrar apenas duas dimensões, com a terceira e com a hipótese de uma quarta dimensão - o tempo -, o indivíduo poderá, então, rever seu conceito temporal tão arraigado nas perspectivas históricas modernas.

O LHC, mesmo fora de operação, deixa cientistas otimistas

Breve apanhado histórico das descobertas filosóficas acerca do universo No tempo de Copérnico, século XV, não havia nenhuma maneira de calcular a distância a qual estamos das estrelas, mas a teoria copernicana demonstrou que as estrelas não são pontos pequeninos e brilhantes. Para as enxergarmos a olho nu, com toda a distância que existe entre nós e estes corpos celestes, o tamanho e a luminosidade delas são colossais. Mas os estudos de Copérnico o levaram, e mais tarde Newton, a acreditar que o sol é o centro do sistema, observação esta que descentralizou a Terra quanto referência filosófica e existencial humana. Este pensamento colocava-a na perspectiva da infinidade do universo, diferente da perspectiva científica aristotélica que defendia que a Terra era o centro do sistema. O pensamento copernicano rompe com a ciência clássica, mesmo que com algumas limitações se considerarmos que a obra de Copérnico "Das revoluções das órbitas celestes" foi publicada depois de sua morte, no ano de 1543, em plena Idade Média. A nova concepção científica e filosófica sobre o planeta Terra fomentou uma série

de indagações que se sucederam ao longo do período da idade média, renascimento e modernidade sobre questões relativas ao universo, a infinidade, a gravidade e em seguida as teorias da relatividade pensadas por Einstein. Ao longo do século XX estudiosos levantaram questões sobre o infinito através da mecânica quântica, nas teorias sobre os buracos negros e nas teorias de Einstein. A cosmologia quântica demonstra em suas recentes publicações a possibilidade da existência de infinito de universos parecidos com o nosso, mas o filósofo italiano Giordano Bruno na passagem do século XV para o século XVI já havia falado sobre a infinidade dos universos e as realidades paralelas existentes. Giordano dizia que a Terra é um simples planeta perdido na imensidão do infinito. Por causa de suas idéias conflitantes com o sistema aristotélico que regia as Universidades Européias na época e do crescente descontentamento da Igreja com suas idéias, Giordano foi queimado no ano de 1600 na sua volta para a Itália pelos

tribunais da inquisição. Na antiga Grécia o filósofo Zenão já havia refletido sobre a impossibilidade de chegar ou concluir uma jornada, afirmando que para transpor qualquer distância era necessário efetuar um número infinito de atos. Mas Galileu, quando observou o universo através de sua luneta e pensou sua teoria a luz do que Copérnico havia pensado, demonstrou que para entendermos o mundo e a nossa existência é preciso certo distanciamento. No final do século XIX Minkowsky estudou a hipótese de uma quarta dimensão que é o tempo, é daí que surge o termo espaço-tempo. Nessa época o imaginário humano se surpreendeu com a possibilidade de podermos viajar no tempo, romances como “the time machine” de Herbert George Wells, revelam a inquietação humana perante as novas descobertas sobre as dinâmicas do universo. Estas e outras questões acerca do universo e sobre o infinito sempre foram temas presentes nos diversos modo de expressão da mente humana.

O pensamento renascentista apresenta mudanças nos paradigmas culturais e comportamentais da época, e também no modo de

"ESTAMOS ROMPENDO COM A PERSPECTIVA CARTESIANA E COMEÇAMOS A CONSIDERAR AS POSSIBILIDADES QUE ESTÃO ALÉM DESSA PERSPECTIVA." LUIZ LEIVAS, MATEMÁTICO pensar,produzir e distribuir ciência. Embora, há quatro mil anos atrás os povos babilônicos já se admirassem com o universo, registrando em desenhos galáxias existentes nos céus daquela época, ainda existentes hoje, apesar de não podermos enxergá-las a olho nu como os babilônicos em seu tempo. Infografia: Felipe Chimicatti

PERCEPÇÕES HISTÓRICAS

ATÉ O SÉCULO XIV TERRA PLANA

FINAL DO SÉCULO XIX

SÉCULO XX E SÉCULO XXI

QUESTIONAMENTOS SOBRE O PENSAMENTO CARTESIANO

FÍSICA QUÂNTICA E COMEÇO DA RUPTURA CARTESIANA

ALBERT EISTEIN E MINKOWSKY

STEPHEN HAWKING

IGREJA

SÉCULO XV TERRA ESFÉRICA

NEWTON, DESCARTES E GALILEU

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UMA NOVA ERA SE INICIA

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Nos bastidores dos eventos TRABALHADORES ANÔNIMOS DE VÁRIOS SETORES GARANTEM A DIVERSÃO DO PÚBLICO MAX VALADARES 6º PERÍODO Os setores de turismo e de eventos se destacam como grandes máquinas de circulação de dinheiro. Juntos, formam um dos ramos que mais emprega em uma cidade. Além disso, ajudam a trazer visibilidade para os municípios onde atuam, principalmente no período de baixa temporada. E a economia belohorizontina não foge a regra. A movimentação de capital na cidade se deve muito aos grandes eventos realizados por aqui. Alguns deles são reconhecidos nacionalmente, como o Axé Brasil, Churrascão do Cruzeiro e Pop Rock Brasil. Além do FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos), FID (Festival Internacional de Dança) e o FIT (Festival Internacional de Teatro). Juntos, eles geram benefícios não somente para organizadores e artistas, mas também para cidade e envolvidos. Aquecem a economia local e geram novos empregos, movimentando a rede hoteleira, shoppings, bares e restaurantes. Segundo a administradora de empresas Ana Paula Pinheiro de Barcellos da DM Promoções e Eventos, o setor terciário de turismo e eventos, se destaca no cenário econô-

mico. Ela aponta como exemplo, o Axé Brasil, que no ano passado reuniu nos dois dias de evento, mais de 120 mil pessoas - o que movimentou milhões de reais nos bares e hotéis da capital. Conforme a administradora, foi contabilizada a presença no festival de quase dois mil turistas oriundos de outros estados e quatro mil do interior mineiro. Isso representa um gasto médio de R$ 250 para cada visitante, com diárias e traslados em BH. Outro dado representativo é aquele que mostra o númenro de cargos temporários gerados para o evento: foram gerados mil novos postos de trabalaho. O que faz com que o Festival de música bahiana seja um dos principais eventos turísticos no Estado, além de promover Belo Horizonte como uma das principais capitais brasileira nesse ramo, mesmo a passos lentos. Independente do evento, ele é considerado como um dos segmentos do turismo, pois utiliza a mesma infra-estrutura deste setor. A sua realização em época de baixa temporada, gera e mantém empregos devido ao turismo, trazendo um equilíbrio ao longo do ano nesses setores. Ligada ao departamento de Marketing do Cruzeiro, Priscila Rocha afirma que eventos como o Churrascão, Arraiá e Una

Notte In Itália, promovidos pelo Clube, somados às visitas do mascote do time, "o Raposão", às cidades do interior de Minas, fazem com que os torcedores se aproximem do Clube. Para ela, esses tipos de ações, trazem visibilidade para a cidade, assim como para a torcida e para a marca Cruzeiro, sendo um excelente negócio. Priscila cita como exemplo, o Churrascão do Cruzeiro, que tem um público estimado de nove mil pessoas e conta com o envolvimento de diversos profissionais do clube para o planejamento, execução e balanço final. Conta, ainda, com a participação da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, para garantir a segurança, e de órgãos como a prefeitura, para sua aprovação. "Um time com milhões de torcedores só tem a acrescentar para a cidade. Inclusive aqueles que promovem eventos relacionados ao Cruzeiro", conclui. Marina Purri, diretora de planejamento da Malab Produções, explica que realizadores, produtores, assistentes de produção, administrativo e financeiro, jurídico, decoradores, montadores, profissionais do áudio e vídeo, entre outros, estão ligados a uma fase "senão todas" do evento, e explica que elas estão divididas em pesquisa, concepção, desenvolvimento,

viabilização, execução e avaliação. Isso serve para qualquer tipo de projeto para realização de um evento. O gerente de logística e comercial da Estação da Luz, empresa prestadora de serviço do segmento de iluminação, Cleverson Antão, diz que pra se produzir um evento é necessário muita experiência e, principalmente, planejamento. Segundo ele, eventos do porte do Axé, Pop Rock e Creamfields empregam centenas de pessoas e devem ser gerenciados por produtoras experientes, para não sofrerem surpresas desagradáveis, pois qualquer deslize pode comprometer o evento como um todo. É importante contratar empresas idôneas e profissionais, não importando sua área de atuação. Conforme Antão, as instalações de equipamentos utilizados em eventos, deve ser realizado por técnicos das empresas locadas, que são qualificados esse tipo de serviço. Segurança Para garantir a eficácia e segurança deste serviço e a segurança do público e de funcionários, o operador de áudio da DGC Áudio e Vídeo, Dênio Costa, explica que vários cuidados devem ser tomados pelos profissionais envolvidos no processo de montagem e instalação dos equipamentos.

Segundo ele, é necessário ter máxima atenção no manuseio destes materiais e aconselha o treinamento em Segurança do Trabalho para os profissionais envolvidos. Ele diz, ainda, ser de suma importância o uso constante de EPI (Equipamentos de Proteção Individual) como luvas, capacetes, óculos, entre outros. Esse tipo de medida serve para resguardar e assegurar e a integridade física do profissional e público da área. Outro assunto abordado por ele, é tempo de duração de um evento. Conforme o operador, se o público e operários ficarem muito tempo expostos a volumes elevados, eles podem sofrer danos irreversíveis ao sistema auditivo, podendo ocasionar surdez parcial ou definitiva. Para isso não acontecer, cabe ao operário garantir a integridade de todos os presentes no evento, trabalhando com os níveis de pressão sonora dentro do limite permitido. O mercado tecnológico evolui rapidamente e com isso é necessário que estes profissionais se dediquem a busca de conhecimentos na área de segurança, montagem e manuseio de equipamentos para que possam continuar nesse mercado, que é cada vez mais exigente."É muito importante participar, não somente de cursos, mas, também, de fei-

ras, congressos, treinamentos e workshops", conclui Dênio. Profissionais de eventos A categoria de profissionais que trabalham no mercado cultural e entretenimento, ainda não é reconhecida. Muitos buscam a graduação em segmento de turismo, publicidade e propaganda, relações públicas, entre outras, para serem inseridos no mercado. Segundo Marina Purri, não existe formação melhor para a produção de eventos do que a prática, mesmo que seja para organizar o jantar de natal da família. Já Barcelos, diz que, hoje, existem cursos especializados, mas que somente a sala de aula não seria a melhor alternativa para a formação desse profissional. Eles se profissionalizam em 'produção de eventos' através da prática e pela troca de conhecimento e finaliza dizendo que qualquer um pode realizar um evento, mas é impossível realiza-lo sozinho, pois, pra isso, é necessário a participação de todos. CURSOS DGC Áudio e Vídeo 3374-7726/2555-7726 Homosapiens 3227-3100 www.7homosapiens.com. brwww.dgcaudio.com.br

Foto: Max Valadares 6ºG

Vocalista do 14Bis na passagem de som e iluminação momentos antes do show no Grande Teatro do Palácio das Artes. A regulagem de luz e som compõem um bom evento.

Mais um evento de peso à caminho: BH pode ser sede da Copa de 2014 Em 2014, 12, das 18 cidades candidatas, a uma das vagas como sede, aparecerão em cena com uma nova cara. As Reformas e construções de novos estádios marcarão essas cidades por exigência da FIFA, que determina, ainda, diversas outras medidas para essas sejam oficializadas como cidade sede. As melhorias vão desde a facilidade de acesso, quanto as acomodações nos estádios e melhorias na rede hoteleira, bares e da segurança para realização do evento. Direito assegurado Mesmo confirmado como sede da copa do mundo, o Brasil não está totalmente assegurado. Se houver algum descumprimento por parte dele, a FIFA pode nomear outro país como sede. Em 1986, a Colômbia perdeu esse direito quando assumiu que não tinha como

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concluir as obras. A FIFA nomeou, então, o México como sede daquele mundial. Para ser sede, Belo Horizonte terá o Mineirão como palco que passará por reformas. Entre elas está sua cobertura, o rebaixamento do gramado e melhorias em seu estacionamento. Mineirão Para passar por reformas, o Mineirão terá que regularizar sua situação perante a prefeitura, pois não possui o registro de imóvel e nem licença de operação. A falta desses documentos nunca impediu a realização de jogos ou eventos, mas dessa vez, as reformas terão parceria pública privada, o que exige essa regularização. A administração do estádio é realizada pela ADEMG, mas não é a proprietária. A detentora desses direitos é a UFMG, Universidade Federal de Minas Gerais, que doou o terreno

ao estado para a construção do estádio, mas desde então as providências para transferência não foram tomadas. De acordo com Marina Purri, diretora de planejamento da Malab Produções, a Fifa ainda não aprovou nenhum estádio do Brasil. Com as mudanças bruscas do cenário global, é precipitado especular sobre a Copa de 2014, pois é necessário investimento de todos os âmbitos (Federal, Estadual, Municipal e privado) para sua realização. "Sediar um megaevento como esse, depende de muito planejamento desde já", finaliza. Prós e contras Segundo o gerente de logística e comercial, Cleverson Antão, 34, a cidade de BH, no que diz respeito às questões técnicas, está apta a receber a Copa por contar com equipamento

de ponta e de pessoal qualificado para sua realização, mas a questão da infra-estrutura é um fator que deve ser melhor avaliado e é preocupante, principalmente no setor hoteleiro, onde são encontradas as maiores dificuldades, que apresentam grades problemas para produção de um evento na cidade. "BH está preparada para receber os jogos da copa de 2014 na área técnica, mas na infra-estrutura não". Esse tipo de investimento, apesar de ser muito caro e arriscado tem seu lado positivo. Mais empregos serão gerados antes, durante e depois dessa obras, e ficarão de herança para população. Ele fomenta a cidade,com isso todos saem ganhando, seja com transporte ou segurança, ou ainda, com geração de novos empregos, além de contribuir com a arrecadação de impostos para o núcleo receptor e cidades vizinhas.

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Editor e diagramador da página: João Paulo Borges, Max Valadares, Michelle Andrade e Rafaela de Angeli 6º G

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Profissionais do entretenimento

Equipamentos culturais Públicos • Palácio das Artes • Casa do Conde • Expominas (O mais moderno centro de convenções da América Latina) • Minascentro • Mineirão • Mineirinho • Serraria Souza Pinto Privados

Wellington Fernades Costa, Porteiro da Multi Music, trabalha há cinco anos com eventos. Conforme ele, o controle de entrada e saída de pessoas dos estacionamentos, são muito importantes, pois é ali que começa a segurança do evento.

• • • • • • •

Alambique Arena Juscelino Kubitschek Espaço Folia Espaço Séculos Estação do Conde Mega Space Marista Hall

* Equipamentos culturais são espaços adaptados ou construídos para apresentações Culturais.

Legenda

Cleverson Antão, gerente de logística e comércio da Estação da Luz, no mercado há anos, diz que o planejamento é o processo mais importante. Para garantir o evento temos, ainda, que trabalhar com empresas renomadas para evitar problemas.

Dênio Costa, operador de áudio da DGC Áudio e Vídeo, já trabalhou em vários eventos como Pop Rock Brasil e Rock'in'Rio. Segundo ele, é necessário capacitar e treinar os profissionais envolvidos nesse processo para se prevenirem contra acidentes.

Principais eventos e festivais em Belo Palco / Camarins Horizonte • • • • • • • • • • • •

Ana Paula Pinheiro, da DM Promoções e Eventos, trabalha na organização do Pop Rock e Axé Brasil. Para ela, somente cursos de graduação não basta e que, somente com a prática e com a troca de conhecimentos é que se consegue trabalhar no ramo dos eventos.

Priscila Rocha, do Departamento de Marketing do Cruzeiro, diz ser viável a realização de eventos pelo clube. Segundo ela, esse tipo de ação é um bom negócio, tanto para cidade, quanto para a torcida e a marca Cruzeiro.

Principais envolvidos Entrada • Produtores e promotores Banheiros • Analistas, coordenadores e supervisores • Equipe administrativa, financeira, jurídica e contábil • Equipes de carregadores, decoradores, limpeza e segurança • Cinegrafistas, fotógrafos e jornalistas • Técnicos de áudio e visual, iluminação e informática

Principais empresas no mercado de entretenimento artístico e cultural • • • • •

Legenda Palco / Camarins Camarote Organização

Segurança

Camarote

Axé Brasil Art Mov Organização Creamfealds Campanhas de Popularização Segurança de Teatro e da Dança Eletronika Posto médico Festival de Arte Negra (FAN) Fetival Internacional de Corais House Festival Internacional demix Curtas Festival Internacional de Bares Dança (FID) Festival Internacional de Teatro de Bonecos (FITB) Enérgia Festival Internacional de Teatro, Palco e Rua (FIT) Pop Rock Brasil Posto Policial/Juizado

Art Bhz Produtora de Espetáculos DM Promoções e Eventos Malab Produções Multi Music Eventos Nenety Eventos

Principais empresas de luz, áudio e vídeo • • • •

DGC Áudio e Vídeo Estação da Luz Gabisom On Projeções

Posto médico House mix Bares Enérgia Posto Policial/Juizado Entrada Banheiros

infografia: João Paulo Borges e Max Valadares 6º G

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Editor e diagramador da página: Pedro Leon

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O JORNAL LABORATÓRIO INICIA OUTRA FASE, COM NOVO FORMATO GRÁFICO E EDITORIAL

O PONTO, DA REDAÇÃO

Nova Logomarca

O jornal O Ponto foi reformulado e, na próxima edição, traz várias inovações no seu formato e um novo logotipo. As mudanças gráficas foram operadas ao longo do segundo semestre de 2008, coordenadas pela professora Dúnya Azevedo, auxiliada por dois alunos que participaram de uma seleção para o trabalho voluntário. Segundo a coordenadora do projeto, qualquer publicação periódica deve se renovar de tempos em tempos. “Além disso, a redução do formato é uma tendência mundial, facilita a leitura, e atende a uma necessidade de flexibilização de custos, que é uma realidade de todas as instituições hoje.” A equipe trabalhou com um estilo inspirado na linguagem de revistas, já que o jornal é mensal e prioriza reportagens, que têm um tempo maior para sua elaboração e planejamento da diagramação. “Adotamos uma limpeza maior da página, utilizando o conceito de ponto e linha, elementos básicos da imagem”, explica a coordenadora. Os alunos envolvidos no projeto, Pedro Leone e Roberta Andrade, então no 5º período do curso de Jornalismo, foram escolhidos, segundo Dúnya, devido ao interesse especial em planejamento gráfico e disposição para o trabalho. Antes, porém, os universitários participaram de uma ampla discussão sobre a linguagem visual nos jornais. O processo de reformulação de O Ponto foi desenvolvido após pesquisas de referências e, ao final, foram usadas três famílias tipográficas: a Gill Sans para títulos, a Myriad para bigodes e Utopia para textos corridos. Na capa, o cabeçalho e o logotipo foram mudados. O grid passou a ter cinco colunas e o formato foi reduzido para 28,9 X 43 cm. Segundo a coordenadora, foram criadas medidas falsas para as colunas da matéria principal que ocupará as páginas centrais, com margens externas maiores para dar coesão entre a mancha gráfica. Criouse também um espaço para o editorial e para a inserção de anúncios produzidos pela Totem, agência modelo do curso de Publicidade e Propaganda. Quanto a logotipo, o processo de escolha envolveu também alunos do curso de Publicidade e Jornalismo (FCH) e do Design (FEA). “Foi interessante envolver mais alunos nesse processo. Recebemos algumas inscrições de alunos de design e quatro professores (três da FCH e um da FEA) fizeram a seleção através de alguns critérios prédefinidos no edital”, afirma Dúnya.

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A nova logomarca do Ponto, escolhida por concurso entre estudantes de Comunicação Social e Design Gráfico, se assemelha à logo antiga, ganhando dessa vez uma forma mais moderna e arrojada, trazendo o ponto gráfico inserido em sua fonte.

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A capa do Ponto passa a chamar a atenção pela leveza sem perder em conteúdo. Com um texto mais sucinto e objetivo, a capa traz todas as manchetes do jornal em uma disposição diferenciada, com uma librerdade maior quanto à orientação da página, podendo concentrar as matéria de formas distintas, dependendo da edição.

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Inhotim

Roberta Andrade e Pedro Henrique Leone: editores e diagramadores

O Ponto

Seguindo o conceito de ponto e linha usado no todo do jornal, o cabeçalho ganhou maior leveza e simplicidade, adotando o ponto gráfico antes do nome da editoria. O ponto também cria uma identidade entre as paginas enquanto a linha delimita a mesma.

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A nova Belo Horizonte segundo seu novo prefeito Pismod euiscid uismolor sed minibh et luptat. Cil in el ipit nonsequis alit praesse exerosto dolortie feummy nonsequamet volobor tionum exero od magna augueraese el et lum zzril doloborer sed elit nim zzrilisim nim ipsustin velessit prat volum dolore consectet, volorpe raestrud te enibh exeriliquat. Ut praestrud diam ipit acidunt ad tat prat. Vullaore magna feuissectet num essi ex ea corem ipsuscin er iriure modolum nullumsan ea feugait dolestrud min hendre dunt ilit am eros eu faccummy num velestrud molore te mod ming ea ad tat, vulla con erit lutpat et augait, con ulla commoloreet velesequat iure tatum dolore feugiam, cor sequat at. Dui bla facillum quam vullan vel dunt atin hent ut dit veliquam nulputpat acipsum dolor si. Olutpat nismolor alisi tie eu faccummy non venim nos dolore voloreet, sum ver iurem vullaorem venit dolobortie dip erosto dolut landio essi tet nostis adionsecte min ulla feuguer sequat. Ut in ut lut autpat erilit lut accummodolor adignis exeraessed tat at. Duis diat nisim do odolore do dolorti scinim volenit luptatu ercing eriurem volobor sustio diat verosto cor sum atuero dolenisisl iure modignim ad deliquisit volutpa tuerapicos ab

Andiat volor in vel doloreet, sum nim nulputem zzril eu feugiat. Ut praessi. Ratuero core vel ullandi psuscid uismodolorer sum adiam at, consequi blam do dipit, velendit utate vulla facipit, sis digna feugiat, veliquisit nulput iniatum qui tatummy nim dolum zzriureet wis er secte tat, sis nos nibh erat luptat. Ut augueraessis nonse magnibh eugait adiam vel utpat. Ut ullaorem et lut ip enibh essis acillamconse modit ad dit ex ero erostrud dolum nonsequis at. Met adignibh eril diam velenim duissis modionum et am vercinci tismolor summolorpero dolum irillam alit augait la cortie te magnim dunt lutat iureraesecte con henibh et do odolore dolore tie feum nonsequatue euis augueros num vel iustion sequatie et accummy nos diat, volobortie exer ipit volor alit ute dio del utpatuerit lorper autpatio ercilla mcommy nulput elit doloborem diamet eugiat. Iquisi. In ulputat. Duisi bla feuiscilit, sequam, consequipit alit veril dit in hent lumsandit vendre tem dolorperos nis autpat, quat. Igna faccum ilis aliquipis nos dolore tionsequat augait, qui te magna facipit pratisim aliquat. Ut augait accumsan volorer si blan heniat. Ommy nit ulla faccum aut wisl utpat diat ad dolenisl delis nulla faccum zzrilit velit diagol

o ponto

Editorial A página de opinião do Ponto muda também de cara, e a primeira mudança é a adição do Editorial. Escrito pelo Coordenador do Jornalismo Impresso, o Editorial se faz importante para que se coloque também em pauta o trabalho feito na construção do ponto, bem como um ponto de vista diferenciado sobre os grandes assuntos da atualidade.

Coordenação Editorial

Prof. Aurélio José (Jornalismo Impresso)

Professores orientadores

Profª. Dunya Azevedo (Planejamento Gráfico) Profª. Beatriz Dantas (Fotografia)

Monitores de Jornalismo Impresso

Carlos Eduardo, Natasha Muzzi e Poliane Bôsco

Monitores da Redação Modelo Bárbara Rodrigues e Letícia Bethônico

Projeto Gráfico: Dunya Azevedo - Professora Organizadora Pedro Rocha - Aluno voluntário Roberta Andrade - Aluna Voluntária Universidade Fumec Rua Cobre, 200 – Cruzeiro Belo Horizonte – Minas Gerais Tel: 3228-3127 – e-mail: oponto@fch.fumec.br

Professor Emerson Tardieu de Aguiar Presidente do Conselho Curador Prof. Antônio Tomé Loures Reitor da Universidade Fumec Profª. Thaís Estevanato Diretora Geral Prof. João Batista de Mendonça Filho Diretor de Ensino Prof. Antônio Marcos Nohmi Diretor Administrativo e Financeiro Profª. Cláudia Fonseca Coordenadora do Curso de Comunicação Social

Monitores voluntarios iniciam o processo de reformulação Veliquam, qui blamet ad mod tatuero ex enibh erit lut verit lamcommod modiamet aliquisl et euipis accum acillam, quam, veliquis nibh ex etum do ea facillaorem nit praesed dio ea feummy nulla conulput et ad tio ex eliquat loborpero con venim quis alit lorpero dolorper. Na coreet augait ilisci tet, consed tem am ver sum irit utat, quipit, veriustin eum eum et, sectem velendreetum zzrit lum dolobore tem illutat. Ut prat ilit in ullan ut utpat wisit aliquamet delisit, sectet, susto dolor si estionu msandre faccum vel ing eugiat nosto diatum nostrud exer si. Is alisit vero delit aut esequat iusto consequisi. Volor alit, venit dio dolore diatis et velenisim iriuscip erillametue min utpat, si blam duisi tat la adion voloreet utpat. Ut iustrud te tio dui tat. Quipsusto dit lamcons endiamcore dolenisis non etum ing ea faccum ilit lam,

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Monitores de Produção Gráfica Diogo Mattoso e João Paulo Borges

volesent augiat, quis auguerit ut augait volum vel digna facipit, quatio od molorperit accum euipsum velendit nonum eu faci euis amet iustinci tincil del er sum dipit wismodo loreetue veliquat. Utat, cor sum init lum quisim alisit et vulputpat diam, veliquat.Pismod euiscid uismolor sed minibh et luptat. Cil in el ipit nonsequis alit praesse exerosto dolortie feummy nonsequamet volobor tionum exero od magna augueraese el et lum zzril doloborer sed elit nim zzrilisim nim ipsustin velessit prat volum dolore consectet, volorpe raestrud te enibh exeriliquat. Ut praestrud diam ipit acidunt ad tat prat. Vullaore magna feuissectet num essi ex ea corem ipsuscin er iriure modolum nullumsan ea feugait dolestrud mimus dabliil in el ipit nonsequis alit praesse exerosto dolortie feummy nonsequamet volobor tionum exero od magos

Expediente A diferença que mais chama a atenção na página, o expediente do jornal se adequa à linguagem mais leve, perdendo o fundo cinza e se encaixando na lateral da página, na vertical, criando mais espaço para os textos

Monitores do Laboratório de Publicidade e Propaganda Isabela Myrrha e Marcelo Antinarelli Colaboradores voluntários Pedro Henrique Leone Rocha e Roberta Andrade

Tiragem desta edição 5000 exemplares Jornal Laboratório do curso de Comunicação Social da Faculdade de Ciências Humanas-Fumec

Os artigos publicados nesta página não expressam necessariamente a opinião do jornal e visam refletir as diversas tendências do pensamento

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Pedro Leoni e Roberta Andrade - 6º período

o ponto

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Cultural

Roberta Andrade e Pedro Rocha editores e diagramadores Belo Horizonte, 10 de Outubro de 2008

O Ponto

Página Central

Cultural 11

Roberta Andrade e Pedro Rocha editores e diagramadores

O Ponto

Belo Horizonte, 10 de Outubro de 2008

Inéditas de Apocalypse saem do armário

O novo projeto gráfico do jornal prevê uma disposição destacada quanto à página central, sempre com matérias de página dupla. O título, assim como a disposição das imagens, passam a ser organizados como se as duas páginas cumprissem o papel de uma só, se aproximando do formato revista.

Conhecido em todo país, o Teatro de Bonecos Giramundo tem como um de seus principais criadores o artista plástico Álvaro Apocalypse RobeRta andRade 5º PeRiodo

Conhecido em todo país, o Teatro de Bonecos Giramundo tem como um de seus principais criadores o artista plástico Álvaro Apocalypse. As obras e os desdobramentos de sua carreira não são novidade. Mas aproximadamente um ano após sua morte, em 2004, uma descoberta surpreendeu suas filhas, elas resolveram dividir os trabalhos e ao abrirem suas mapotecas e armários encontraram um grande arquivo com obras inéditas do multiartista. Pinturas, desenhos à caneta e principalmente a carvão eram a maior parte deste grande acerv Sua família sentiu a necessidade da criação de um arquivo para que essas obras fossem expostas. Tamanha a grandiosidade e a importância cultural de expor estas obras, criaram então em 2004 o Arquivo Apocalypse, entidade cultural sem fins lucrativos que tem como objetivo resgatar a proposta artística do autor. A partir daí, ressurgiu também o desejo que esses objetos fossem divulgados em Lagoa Santa, cidade em que Apocalypse viveu por tanto tempo. A partir do empenho de suas filhas, nasce o projeto do “Centro Cultural Álvaro Apocalypse”. Iniciou-se o processo para tornar esse sonho realidade. O artista tinha uma paixão pela cidade de Lagoa Santa, então Adriana Apocalypse, uma de suas filhas, procurou a Secretária de Turismo e Cultura de Lagoa Santa onde através da Lei 2781 de 22 de fevereiro 2008 concede ao Arquivo Apocalypse em regime especial de comodato o espaço físico para a instalação do centro. O local é o antigo Iate Clube da cidade, um exemplar da arquitetura modernista mineira, situado na orla da lagoa que é o principal cartão postal do As obras estão sendo catalogadas e restauradas. O Centro Cultural contará com uma Sala de Memória, com exposições permanentes e temporárias; oficinas, como de marionetes, artes plásticas e artesanais, conservação, restauração, cenografia, iluminação; espaço verde para apres e nt a ções; au-

Me lembro da ocasião quando meu pai estava pintando um painel no perguntou nossa opinião sobre a obra, achávamos graça, e nos perguntávamos como íamos avaliar o trabalho de um artista.

Entrada de olho O olho ganha um novo espaço na página central do jornal. Aproveitando a criação de colunas falsa na página, as intervenções na página passam a interferir menos na formatação da coluna, ultrapassando o limite das mesmas e se destacando do texto sem interferir na densidade gráfica do mesmo.

ditório; café-livraria e ainda uma biblioteca Álvaro Apocalypse. A contribuição do artista para a história das artes plásticas é muito expressiva. Ele revolucionou a maneira de ensinar e fazer arte, e retratou como ninguém o povo, seus dramas e seus mitos, foi sem dúvida um artista completo. Motivo que explica a mobilização para divulgar ainda mais suas obras tão pouco tempo depois de sua morte. A falta de conteúdo impediu preencher este lo.

O homem Apocalypse Caçula dos seis filhos de D. Quitéria, que era professora, Álvaro teve a arte presente em sua casa desde a infância. Quando criança sua brincadeira preferida era criar “bonequinhos” de papel, uma espécie de teatrinho, que anos mais tarde deixaria de ser uma brincadeira do menino Apocalypse e se transformaria no projeto Giramundo. Na década de 50 veio para Belo Horizonte, conciliou o curso de direito – desejo da família – e o de Belas Artes, sua verdadeira vocação. Foi aluno de Guingnard e logo se tornou professor. As artes plásticas se tornaram parte da sua vida, e sua carreira artística cresceu a cada dia, se tornando um ícone. Suas obras se tornaram internacionalmente conhecidas, mas sua vida também foi uma obra de arte. Casou-se com a artista plástica Terezinha Veloso, que era sua ex-aluna. Ela participou e contribuiu com a carreira de Álvaro, principalmente na criação do grupo de Teatro de Bonecos Giramundo. Álvaro que foi mais conhecido pelo seu trabalho com o teatro de bonecos estava sempre rodeado pela família e amigos. Um artista talentosíssimo e uma pessoa maravilhosa são as características que mais o definem. Tinha muitos amigos, era uma pessoa extremamente simpática e humilde. “Você acha que está bom?” Esta era a pergunfamiliata que o multiartista sempre fazia às seus familia res. Sua filha Adriana Apocalypse se lembra dos momentos de trabalho do pai em que ele sempre queria saber a opinião de todas. “ Me lembro da paiocasião quando meu pai estava pintando um pai nel no restaurante do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, e nos perguntou nossa opinião sobre a obra, achávamos graça, e trabanos perguntávamos como íamos avaliar o traba lho de um artista. A arte sempre esteve presente em nossa casa”, conta Adriana. Todos que eram próximos do Álvaro sabiam de sua paixão pela cidade de Lagoa Santa, onde setinha uma casa e passava todos os finais de se adomana. Possuía muitos amigos na cidade e ado rava freqüentar o bar do “Barão”, lugar onde fez amizades e falava de música e artes plásticas. Foi nesse bar que José Geraldo Hudson da Silva o adconheceu, e afirma que o mais ad mirável no Álvaro era a sua simplicidade. “A primeira acrevez que eu o vi nem acre esditei que era ele, pois es

tava com roupas muito simples, com os cabelos soltos, muito humilde e alegre. Até me pediu que cantasse para ele a música Iracema e até se emocionou ao ouvi-la.” Recorda Silva. Sensível, ligado aos amigos e a família e um profissional incrível, essa é a imagem que um dos maiores artistas do país deixou por onde passou. Para o genro de Álvaro, o comerciante Maurício José Assis, esse centro cultural é uma grande homenagem. “Ele era uma pessoa maravilhosa, honesta, digna, que merece o que teve e mesmo não estando mais aqui merece muito mais.” Outro casal amigo de Apocalypse, Suely Freesz de Lima, 66, e Martinho Carvalho de Lima Júnior, 75 também têm boas lembranças. “Conhecemos Álvaro quando nos mudamos para Lagoa Santa, em dezembro de 1979. Freqüentávamos o antigo Bar Bela Vista mais conhecido como Bar do Barão, que era o apelido do proprietário, de família tradicional da cidade. Todo sábado a mesma “turma” se reunia neste ambiente e os encontros eram sempre com muita música (com uns quatro violeiros tocando serestas), tira-gosto e “uma pinguinha da boa” na mesa para quem quisesse degustar.” Conta Suely. “Era um amigo extremamente alegre, simples e de boa convivência. Tempos bons!”,completa Lima Júnior. Parceira de Álvaro na criação do grupo Giramundo, a artista plástica Madu Vivacqua conta que “ele era um homem muito bem humorado e engraçado, tivemos uma amizade de 30 anos, e o que sempre me chamou a atenção foi a dimensão da capacidade de criação que ele possuía. Temos hoje no Giamundo, um dos maiores acessadores

OFICINA TEATRAL dos momentos de trabalho do pai em que ele sempre queria saber a opinião de todas. “ Me lembro da ocasião quando meu pai estava pintando um painel no restaurante do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, e nos perguntou nossa opinião sobre a obra, achávamos graça, e nos perguntávamos como íamos avaliar o trabalho de um artista. A arte sempre esteve presente em nossa casa”, conta Adriana. Todos que eram próximos do Álvaro sabiam de sua paixão pela cidade de Lagoa Santa, onde tinha uma casa e passava todos os finais de semana. Possuía muitos amigos na cidade e adorava freqüentar o bar do “Barão”, lugar onde fez amizades e falava de música e artes plásticas.

O Teatro de Bonecos Giramundo, obra mais conhecida do Álvaro foi criado em 1970. Ele tinha fascinação por bonecos, e após passar um ano na França graças a uma bolsa de estudos, conheceu o teatro de bonecos francês e se apaixonou mais ainda. Voltando para o Brasil, ele e a esposa Tereza Apocalypse, e sua amiga e ex-aluna Madú se juntaram e começaram a montar o Giramundo. A primeira oficina foi na própria residência dele em Lagoa Santa. O Giramundo teve sempre a preocupação de inovar, criar novos bonecos e espetáculos. Segundo Madú, Álvaro sempre foi interessado nos mecanismos. “Ele queria entender como funcionava, se interessava por todas as áreas básicas do teatro de boneco, os bonecos de luva (o fantoche), o de vara e o de fio O Giramundo hoje conta com oficinas, teatro, e museu. Tem o maior acervo de bonecos do Brasil. Já foram montados 33 espetáculos, um número grande no campo de teatro de bonecos. Caçula dos seis filhos de D. Quitéria, que era professora, Álvaro teve a arte presente em sua casa desde a infância. Quando criança sua brin-

res. Sua filha Adriana Apocalypse se lembra dos momentos de trabalho do pai em que ele sempre queria saber a opinião de todas. “ Me lembro da ocasião quando meu pai estava pintando um painel no restaurante do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, e nos perguntou nossa opinião sobre a obra, achávamos graça, e nos perguntávamos como íamos avaliar o trabalho de um artista. A arte sempre esteve presente em nossa casa”, conta Adriana. Todos que eram próximos do Álvaro sabiam de sua paixão pela cidade de Lagoa Santa, onde tinha uma casa e passava todos os finais de semana. Possuía muitos amigos na cidade e adorava freqüentar o bar do “Barão”, lugar onde fez amizades e falava de música e artes plásticas. Foi nesse bar que José Geraldo Hudson da Silva o conheceu, e afirma que o mais admirável no Álvaro era a sua simplicidade. “A primeira vez que eu o vi nem acreditei que era ele, pois estava com roupas muito simples, com os cabelos soltos, muito humilde e alegre. Até me pediu que cantasse para ele a música Iracema e até se emocionou ao

Museu Giramundo faz parte da memória de Alvaro Apocalypse cadeira preferida era criar “bonequinhos” de papel, uma espécie de teatrinho, que anos mais tarde deixaria de ser uma brincadeira do menino Apocalypse e se transformaria no projeto Giramundo. Na década de 50 veio para Belo Horizonte, conciliou o curso de direito – desejo da família – e o de Belas Artes, sua verdadeira vocação. Foi aluno de Guingnard e logo se tornou professor. As artes plásticas se tornaram parte da sua vida, e sua carreira artística cresceu a cada dia, se tornando um ícone. Suas obras se tornaram internacionalmente conhecidas, mas sua vida também foi uma obra de arte. Casou-se com a artista plástica Terezinha Veloso, que era sua ex-aluna. Ela participou e contribuiu com a carreira de Álvaro, principalmente na criação do grupo de Teatro de Bonecos Giramundo. Álvaro que foi mais conhecido pelo seu trabalho com o teatro de bonecos estava sempre rodeado pela família e amigos. Um artista talentosíssimo e uma pessoa maravilhosa são as características que mais o definem. Tinha muitos amigos, era uma pessoa extremamente simpática e humilde. “Você acha que está bom?” Esta era a pergunta que o multiartista sempre fazia às seus familia-

ouvi-la.” Recorda Silva. Sensível, ligado aos amigos e a família e um profissional incrível, essa é a imagem que um dos maiores artistas do país deixou por onde passou. Para o genro de Álvaro, o comerciante Maurício José Assis, esse centro cultural é uma grande homenagem. “Ele era uma pessoa maravilhomerece o que teve e mesmo não estando Outro casal amigo de Apocalypse, Suely Freesz de Lima, 66, e Martinho Carvalho de Lima Júnior, 75 também têm boas lembranças. “Conhecemos Álvaro quando nos mudamos para Lagoa Santa, em dezembro de 1979. Freqüentávamos o antigo Bar Bela Vista mais conhecido como Bar do Barão, que era o apelido do proprietário, de família tradicional da cidade. Todo sábado a mesma “turma” se reunia neste ambiente e os encontros eram sempre com muita música (com uns quatro violeiros tocando serestas), tira-gosto e “uma pinguinha da boa” na mesa para quem quisesse degustar.” Conta Suely. “Era um amigo extremamente alegre, simples e de boa convivência. Tempos bons!”,completa Lima Júnior. Parceira de Álvaro na criação do grupo Giramundo, a artista plástica Madu Vivacqua conta que “ele era um homem muito bem humorado e engraçado, tivemos uma amizade de 30 anos, e o

que sempre me chamou a atenção foi a dimensão da capacidade de criação que ele possuía. Temos hoje no Giamundo, um dos maiores acervos do mundo. Ele é com certeza um dos maiores artistas plásticos do Brasil”, disse. Oloboree tumsan hendre feugue molumsan henisi tet volessed molorer ostrud tem endio duissi. Reetuero doluptat, quis duis num autem zzrit aut luptat. Ut adigna feuisi. Isci bla feuisisl ulluptat utpatis autat wis ercinciduip eugait lum el ulput loborercin utat wisisit nummy nos nulpute te facip ex eril dolor si bla feu feu facin ullutpatum il iure volobor percipit, consed digna faccums andreet, volorerosto odigna feugue mod tiniatuer sequi tie ming eros dolorerat aciliquam do dunt vendre modolenit aliquiscip exerat. Olore commy nonum eros alisit, vullaorem incil ipissed dolor sis nosto dolore minis augait iriliquatem velessi. Giamcon sequating eraessecte conse tate modit lummy nonsent utat. Ugait aliquam duipsum ver sum vero dolore faci ea facipiscilis at. At ip essi. Delestis aut lam do commodo lobore eniat vel in ullandre vullam zzriustie delit, velit digna cor sisl inciliquisi blam veliquis autet ullan ver ipsusci et autat voloreet dolor am irit prat adipis nonse dolore eumsan venibh euisisi tat velit lum irilluptatum vel ipit delestie et aliquam velit inim amconum in ullaoreet lut eugue facil dolore vulput adipisi. Lestie dunt lum duis am nulpute doloreet venim quipsus ciduisit, suscincilit lutat. Feugait loreet, quat ullam nonulluptat, velismod ese core modolortin henim num euguero digniate magna commolore con utat, sequismodio eliquamet nos dipit am euguer irillum sandre dunt iriure dolor in ut pra

Colunas falsas Diferentemente das outras páginas, a matéria central apresenta colunas falsas que se distanciam das margens externas do jornal, se aproximando do centro. Essa colunagem aproxima o texto das duas páginas criando uma mancha gráfica diferente, como se as páginas se unissem, dando volume ao texto sem comprometer o peso visual equilibrado pelos espaços maiores na lateral.

Entrevista

Roberta Andrade e Pedro Henrique Leone: editores e diagramadores Belo Horizonte, 10 de Outubro de 2008

A nova Belo Horizonte segundo seu novo prefeito

Andiat volor in vel doloreet, sum nim nulputem zzril eu eugiat. Ut praessi. Ratuero core vel ullandi psuscid uismodolorer sum adiam at, consequi blam do dipit, velendit utate vulla facipit, sis digna feugiat, veliquisit nulput iniatum qui tatummy nim dolum zzriureet wis er secte tat, sis nos nibh erat lupat. Ut augueraessis nonse magnibh eugait adiam vel utpat. Ut ullaorem et lut ip enibh essis acillamconse modit ad dit ex ero erostrud dolum nonsequis at. Met adignibh eril diam velenim duissis modionum et am vercinci tismolor summolorpero dolum irillam alit augait la cortie te magnim dunt lutat iureraesecte con henibh et do odolore dolore tie feum nonsequatue euis augueros num vel iustion sequatie et accummy nos diat, volobortie exer ipit volor alit ute dio del utpatuerit lorper autpatio ercilla mcommy nulput elit doloborem diamet eugiat. Iquisi. In ulputat. Duisi bla feuiscilit, sequam, consequipit alit veril dit in hent lumsandit vendre tem dolorperos nis aupat, quat. Igna faccum ilis aliquipis nos dolore tionsequat augait, qui te magna facipit pratisim aliquat. Ut augait accumsan volorer si blan heniat. Ommy nit ulla faccum aut wisl utpat diat ad dolenisl delis nulla faccum zzrilit velit

Entrevista 3

Roberta Andrade e Pedro Henrique Leone: editores e diagramadores

O Ponto

Belo Horizonte, 10 de Outubro de 2008

Retomada de fôlego após Beijing De volta das olimpíadas, onde ficou entre os dez melhores da natação Thiago Pereira afirma estar mais maduro e se prepara para encarar novos desafios

O jornal O Ponto adota agora um visual novo para as entrevistas. O novo modelo prevê uma abertura destacada, em apenas uma coluna, para que se dê maior liberdade à entrevista em si sem perder em conteúdo na matéria.

Aos 22 anos, o nadador Thiago Machado Vilela Pereira, ou simplesmente o Thiago Pereira, como é conhecido nacionalmente, tem muito do que se orgulhar. Natural de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, o jovem atleta desembarcou em Belo Horizonte aos 16 anos, onde passou a treinar e competir nas piscinas do Minas Tênis Clube. Mas para quem acompanha a história do nadador, sabe que a vontade de cair nas águas veio cedo. Seu quadro de medalhas começou a ser preenchido aos 12 anos, quando venceu uma competição regional. Hoje, após participar de sua segunda olimpíada, o jovem se diz mais maduro e seguro para competir nas provas de alto nível. Embora tenha participado de duas finais olímpicas em Pequim e não ter ganhado medalhas, Thiago não desmereceu sua colocação. O brasileiro terminou a disputa dos 200 metros medley em quarto lugar. Nesta entrevista exclusiva, ele topou contar um pouco sobre sua experiência nas competições mundiais e sobre os desafios que deve encarar futuramente. Ainda arriscou comentar sobre a candidatura do Brasil como sede das olimpíadas de 2016. Confira. RobeRta andRade 5º PeRiodo

Editor e diagramador da página: Alexandre Lacerda - 6º período

o ponto

Belo Horizonte – Fevereiro/2009

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política esportiva nas universidades

6 Editoria

e s p o r t e s ##

Roberta Andrade e Pedro Henrique Leone: editores e diagramadores

O Ponto

ciam ão volesent augiat, quis auguerit ut augait volum vel digna facipit, quatio od molorperit accum euipsum velendit nonum eu faci euis amet iustinci tincil del er sum dipit wismodo loreetue veliquat. Utat, cor sum init lum quisim alisit et vulputpat diam, veliquat.Pismod euiscid uismolor sed minibh et luptat. Cil in el ipit nonsequis alit praesse exerosto dolortie feummy nonsequamet volobor tionum exero od magna augueraese el et lum zzril doloborer sed elit nim zzrilisim nim ipsustin velessit prat volum dolore consectet, volorpe raestrud te enibh exeriliquat. Ut praestrud diam ipit acidunt ad tat prat. Vullaore magna feuissectet num essi ex ea corem ipsuscin er iriure modolum nullumsan ea feugait dolestrud mimus dabliil in el ipit nonsequis alit praesse exerosto dolortie feummy nonsequamet volobor tionum exero od magos

O Ponto: Como surgiu seu interesse pelo esporte? Thiago Pereira: Desde bem pequeno eu sentia grande atração pela água. Minha mãe conta que quase me afoguei numa piscina com apenas um ano e meio. No dia seguinte, ela me matriculou numa escolinha de natação. Fiquei lá até os 11 anos e, às vésperas de completar 12, entrei para a equipe de natação do Clube dos Funcionários em Volta Redonda. Com seis meses de equipe, eu comecei a bater os recordes da região. Depois entrei na equipe do Estado do Rio e, aos 16 anos, recebi o convite para começar a treinar no Minas Tênis Clube, onde estou até hoje. OP: Gosta de outro esporte? Qual? TP: Eu gosto muito de futebol, mas não tenho mais jogado. Já fiquei fora de um Mundial porque na véspera da competição fui jogar com amigos e tive um problema no joelho, deslocamento na rótula. A contusão me deixou fora do Mundial de Montreal, em 2005, e fiquei bem chateado. Agora, jogar bola, só nas férias. OP: Após os jogos Pan Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, a natação ganhou mais

PERfil DO ENTREViSTADO idade: 22 anos (Volta Redonda, Rio de Janeiro - 26/01/1986) Site: www.thiagopereira.com.br Namora: sim, com a estudante Paula Travesso Quando está de folga, curte fazer o que: ficar na internet, sair para almoçar, jantar, ficar com a namorada Signo: Aquário Música: todas do U2 filme: Tropa de Elite e 300 Ídolo da Natação: Rogério Romero e Gustavo Borges Ídolo internacional: Michael Jordan Algum outro lugar em Belo Horizonte que se sente em casa: no Minas Tênis Clube.onde passa o

destaque no país. Você se considera uma referência esportiva? TP: Não só eu, mas todo mundo que ajudou a colocar o nome da natação no topo do pódio. Jamais vou esquecer o Pan do Rio, seja pela oportunidade de competir em casa, seja pelas oito medalhas que conquistei. Sem falar do apoio do torcedor brasileiro a cada braçada. OP: Qual é a sensação de participar de uma Olimpíada? TP: Tive a chance de participar de duas Olimpíadas. Ter nadado os Jogos Olímpicos com 18 anos me ajudou a amadurecer rapidamente. O resultado (5º lugar na final dos 200m medley) também foi ótimo para um estreante. Já em Pequim, cheguei mais maduro e seguro. Fiz duas finais olímpicas (8º nos 400m medley e 4º nos 200m medley). Sei que fiz o meu melhor, nadei no limite, mal conseguia andar depois da prova. Claro que eu queria a medalha, sonhei e continuo sonhando com isso. Mas em uma final olímpica, todos têm chance de subir ao pódio. O nível é fortíssimo. Agora, é bola pra frente e pensar nos próximos objetivos. Ano que vem tem Mundial em Roma, Itália. OP: Muitos atletas brasileiros foram anunciados pela mídia como favoritos em suas competições, mas não atingiram os resultados esperados. Em sua opinião, o que falta aos nossos atletas? TP: Falta incentivo na base, nas escolas, universidades... Lá fora, nos Estados Unidos, por exemplo, o mesmo lugar onde o cara estuda, ele almoça, dorme. Vive focado para o esporte. No meu caso, eu não posso reclamar, tenho excelentes patrocinadores, que me ajudam e me dão todo o suporte para treinamento. Mas são poucos que têm essa mesma chance. OP: Você chegou a treinar um ano nos Estados Unidos, potência número 1 da natação mundial. O que faz deles esse celeiro de bons nadadores? TP: Nos Estados Unidos, o esporte em geral, seja natação ou outra modalidade, começa na escola e também é muito valorizado nas universidades. Há excelentes centros de treinamento e toda uma infra-estrutura vol-

tada para o atleta. No Brasil, não. Cada um tem de se virar como pode. Nas grandes cidades então, é ainda mais complicado. Tem o deslocamento, trânsito, dificuldade para conciliar estudos com treinamento por causa das distâncias e horários de treinamento.

o incentivo existe, mas ainda não é suficiente para a formaÇão de novos talentos

OP: O Brasil está em campanha para sediar as Olimpíadas de 2016. Você acha que o país tem condições de se envolver num projeto dessa grandiosidade? Em sua modalidade, natação, por exemplo, o que precisaria ser feito? TP: Eu procuro não me envolver nessa questão política. Mas o Brasil precisa melhorar muita coisa se quiser sediar os Jogos Olímpicos, desde transporte a instalações. OP: Nas olimpíadas de 2004 (Atenas), você disse ter se sentido muito pressionado. Também pudera, era um garoto de 17 anos na competição mais importante do mundo. Agora em Beijing o que foi feito para barrar essa pressão, já que foi o maior medalhista do Pan-Americano de 2007? TP: Em Atenas, eu era muito novo. Tudo tinha acontecido muito rápido na minha carreira.

pre vai existir. Hoje, mais maduro, procuro não pensar nisso. Penso sempre em cair na água e fazer o meu melhor, sempre. OP: Sua mãe, dona Rose, inventou o bordão mais famoso da natação brasileira: O “vai Thiago!”. Qual foi a primeira vez que ela disse isso? TP: Desde que eu era criança, quando comecei a competir em Volta Redonda, no Clube dos Funcionários. Ela sempre me incentivou. OP: Quais são seus projetos de agora em diante? De que competições participa? TP: Estou nadando o Troféu José Finkel (a competição terminou no dia 7 de setembro), em São Paulo, e depois volto para Belo Horizonte. Estou negociando com meu técnico, Fernando Vanzella, após o Finkel, tirar alguns dias de folga. Desde que voltei de Pequim, tive um dia de descanso. OP: Como é sua rotina de treinamento? TP: Até a Olimpíada de Pequim, eu estava treinando em dois períodos, de segunda a sábado, e intercalava treinos na água e musculação.

Peças publicitárias Retomando uma prática comum no Ponto em outras épocas, o jornal laboratório volta a contar com um espaço para a produção publicitária. Sem o intuito comercial, mas como forma de divulgação de informação, além de estimular a prática publicitária, esse espaço será criado para que todo o curso se envolva na produção do Ponto.

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Colunas diferenciadas O novo projeto gráfico do Ponto tem como base um grid com cinco colunas. Esse formato, porém, pode ser mudado, reduzindo-se o número para quatro colunas apenas, como é feito, por exemplo, na entrevista. Essa flexibilidade permite uma liberdade maior para a diagramação além de possibilitar uma clareza na página que não compromete a qualidade do texto.

Roberta Andrade e Pedro Henrique Leone: editores e diagramadores Belo Horizonte, 10 de Outubro de 2008

Quinta Mostra Fumec

traz estudantes de toda a cidade

Inhotim se na arte br

A Mostra Fumec abre as portas aos estudantes do ensino médio de Belo Horizonte

Bigode Bigode Bigode Bigode B

Serra, próximo à Nova Lima. Mas a graduação não é ministrada lá. A Fumec possui um convênio, estabelecido com a Academia da Polícia Militar, que tem duração de quatro anos Um dos grandes destaques das Universida- e deve se encerrar no fim de 2008, com posdes norte-americanas é a grande qualidade dos sibilidade de ser prorrogado por mais quatro jovens esportistas formados nos centros de re- anos. “O convênio existe porque aqui, ainda ferência no desenvolvimento de atletas de alto não temos a estrutura necessária para abrigar nível. Mas por que lá a política esportiva com as necessidades do curso. Porém, o Ginásio jovens universitários funciona e aqui o mesmo Poli-esportivo da Polícia Militar é o melhor não acontece? O professor de Educação Físi- da América Latina", afirma o Coordenador do ca da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e curso e Professor de Educação Física, Maurícelo de Melo Silva, destaca a grata ao público, em dos queSantos. o pricio Teixeira coordenador do Complexo Esportivoaberto da UniPedRo Rocha Aindauma segundo Maurício, no Centro de versidade, Daniel Marangon, atribuimeiro essa resurpresa da interação dos alunos lugar ganha máquina eRiodo alidade 5º ao P fato da ausência de maior cultura Treinamento da PM existe toda uma estrutudo ensino médio com os alunos da fotográfica. Todo esse material está ra para os esportes de maior divulgação no esportiva no país. Fumec, “as características deles são exposto decomo convivência do Brasil, o Vôlei, Basquete, Futebol, Han“No Brasil isso não existe, por isso não hána área A quinta Mostra Fumec, veio debol, De acordo comparecidas o profes- e isso os aproxima, como dar continuidade ao atleta aquiCampus na Uni- I, que muito seNatação, localiza etc. na Rua maisversidade. uma vez Quando para abrir portas sor, além de piscinas, conjunto de quadras e eleas chega até nós, já está a linguagem é muito próxima”. Os Cobre, número 200, bairro Cruzeiem uma idade Aqui de a criança é leva- equipamentos, o ginásio possui também uma aos estudantes doavançada. ensino médio O não horário de de funcionamento pista atletismo em éboasalunos-monitores condições, que acabam auxilianjá cedo para clubes deverá privados. Oro. que BelodaHorizonte. A os mostra do os futuros alunos, já que conhede e8h e a entrada é gratuita. plenamente as exigências do curso. é errado, pois no caso, o Minas Tênis o às Pi-21hatendem receber nos seus cinco dias 5.000 sobre os esportes menor vi-a faculdade, como nheiros são responsáveis por bons resultados cemdebem tanto A mostraQuestionado é planejada durante alunos que em poderão assistir às pa-Entretanto, os sibilidade, ou aqueles que requerem maiores obtidos nível internacional. os cursos. O professor afirma, “essa todo o ano, por uma comissão de moldes norte-americanos só que poderiam ser se- recursos para serem praticados, ele afirma: lestras referentes aos 26 cursos aproximação é muito importante”. quatro professores que se reúnem “Equipamentos como o da ginástica custam guidos caso houvesse uma outra mentalidade", a universidade oferece. caro,para são poucos possuem explicou. grande diferencial que a Mosuma vez pormuito semana discutiros locaisOque As escolas são comunicadas da estrutura. Naa maioria vezes, são clubes Ainda segundo o professor, é necessário Fumec oferece é a participação as licitaçõestalnecessárias, prepa- das tra queFumec comecemos refletir sobre o assunto, já privados, em poucas regiões do país que os mostra atravésa da assessoria direta dos alunos, que sãodeosAltetismo moni- com medidas oficiais da International Association of Athletics Federations ração das palestras e as parcerias pista possuem”. que, num epaís o nosso, a política esporda faculdade se como houver interesse tores e falam espontaneamente sem que poderão ser feitas. Este ano a tiva é algo difícil de acontecer e provavelmenpodem entrar emestabelecido contato para que prazo. For- Formação de equipes Os próprios alunos mostram seus cursos aos visitantes te algo a ser a longo qualquer orientação prévia. Ainda parceria foi com a empresa telefôa fundação disponibilize ônibus Sobre a formação de equipes, ou descotalecer o esporte, para que ele caminhe junto segundo o coordenador Marcelo nica Oi e o canal de televisão MTV, o currículo seria o ideal. "Lá fora berta de talentos, possíveis caminhos para paracom buscar e levar. escolar, Foram seleciopessoas souberem como lidar com comentou de como é interessante de Melo, “acredito que esta aproxique têm público-alvo a melhoria do nível que dos atletas que residem funciona assim, mas não se pode esquecer dao mesmo nadas 40 escolas próximas geograaqui, Maurício acredita ainda falta realidade econômica brasileira. Portanto, seria No isso, a chance de uma decepção é conhecer a estrutura da universié quemuitrás os alunos não só a Fumec. stand montado por quemação ficamente, que receberam o contato fazer. “Oque localsão é alugado e ainda não mas também de bom encontrar uma maneira de começar o to a se minimizada e as chances de sucesdade, “a Fumec é uma ótima unido ensino médio, elesisso acontecem palestras rápido possível, para que no futuro con- temos à disposição profissionais para cuidar paramais disponibilizar algum horário so aumentadas. versidade disso eu já sabia, mas é outras faculdades” . Já que a univerpresenciais ou via transmissão de especificamente disso. Também, em função sigamos elevar o possam nível esportivo”,completou. que seus estudantes fazer a 3) O formato da Mostra Fumec importante vir aqui para conhecer sidade recebe televisão. Além disso, eles oferecem do aluguel, seria mais custoso abrir outrosmuitos pedidos de visitapreocupação que dura duas horas. social horários com essa intenção”. não é a ideal, e a universidade já o espaço físico e até mesmo saber transferência. para os alunos da universidade um A universidade oferece diversos Gestor do Complexo desde 2003, Daniel Mesmo com uma estrutura em formação, a vem repensado isso desde o ano das regras que a regem”. Os alunos estão mostrando um sorteio de estágio em empresas dizque quecontam o mesmoum passou por reformas através Fumec possui equipes de Futsal em categorias stands pouco sobre passado. Acho que estamos camiA importância da Mostra Fumec extremo interesse em conhecer os conveniadas a eles. de uma parceria com o Ministério do Espor- variadas, e já conquistou torneios pelo país. os 26 cursos, como fazer o vestite e hoje atende cerca de 15 mil pessoas, em Formado em eEducação pelajáUnivernhando para uma mostra itineranpode ser mostrada através da entrecursos, que estão em um momenSegundo o professor coorde- Física bular, osgrande cursosmaioria, de pós-graduação, sua alunos. “O trabalho aqui sidade em Pedro Henrique Barreiros te, em que a divulgação dos cursos vista com a coordenadora do curso to especial da vida deles, momento nador da Mostra de 2007, Radiojornaocorre por meio de um pla-entre relata sua experiência cadastramento de currículos seja feita o ano inteiro, por meio de de Comunicação Social. Acompadecisão. futura aluna Janaína lismo do curso de Comunicação nejamento estratégico quedeste como de aluno: “Pelo Afato outros. A grande novidade "lá fora funciona visitas a colégios e cursinhos, ativinhe a entrevista de Cláudia ChaCelina fez inscrição para o vesSocial-Jornalismo, Antônio Marcoloca o esporte como insda Academia sersua locaano trumento é o Campeonato de Xadrez, assim, mas não se pode lizadatibular para a inclusão no Prado, os aludades culturais, etc. ves: de Psicologia, e teve dúvidas social, lazer e qualidade de do curso de Educaesquecer da realidade nos Não vejo prejuízo para os alu2) Creio que é sempre interesse faria no turno da manhã ou da vida, a questão do atleta de ção Física só têm acesnos, tem um lado até interessante, sante a relação entre alunos. Atumas as de monitoras lhe auxialto rendimento depende econômica brasileira. ” so ao noite, local nos dias da implantação dessa culaulas liaram práticas”. Pedro que é sair da rotina, movimento no almente os jovens que terminam e ela acabou encontrando a tura do esporte”. A PUC é afirmasaída, também que os pátio, etc. Os monitores têm horáo ensino médio possuem muita fará de noite, para obter mais Daniel Maragon, professor de Educação Física quem abriga os meninos e D.A’s (Diretórios Acario definido de trabalho, no nosso informação, mas pouca vivência e chance de ainda estágios. “A estrutura é meninas do projeto Criandêmicos) estão curso poucos são os que atuam pela maturidade paraCoração esco- eucarístico muito bacana, tirei todas as minhas ça Esperança em Belo Hoem processo de forFachada do Complexo esportivo daemocional pUC, no bairro rizonte. Além disso, ano que vem a idéia é de mação e não são influentes. dúvidas “Existemeapenas manhã. lher uma profissão. É uma das essó tive mais certeza do que a utilização do Complexo seja expandida divulgações de campeonatos de inúmeras mo- desempenho nas Olimpíadas é necessário pri- seguir competir com países desenvolvidos e 4) É a que defini acima. A Unicolhas mais importantes que temos que eu quero, além do mais conheci para um melhor aproveitamento da área. dalidades em Belo Horizonte e no estado de meiramente a valorização e o apoio dos go- com grande investimento no esporte”. versidade está repensando não só que fazer na vida. Física Então, o contato onde poderá ser minha futurae sala Na prática, o professor afirma ser inviável Minas Gerais, onde a Universidade FUMEC vernantes do conselho de Educação As instituições particulares têm feito esforuma maior participação da universidade nos e o coordenador do curso de Educação aosmeus seus futuros profissionais. O incentivo à prática çosé em do esporte e deestratégia todo o bem a Mostra, mas sua geral entre alunos e vestibulandos sau-benefício e onde possoFísiresolver torneios devido à legislação. Isso acontece ca fornecem total apoio aosproblemas” alunos interesdesportiva deve começar primário, empara es- passar que eleostraz.de Ambos os locais são realidivulgação. Eu,onde particularmente, dável.noNão apenas . Já o estudante Daniel porque a lei não permite influência direta da sados”. colas públicas e particulares, dando condições zadas as aulas de Educação Física são amplos não acho que Mostra seja o melhor pontos de positivos, mas até emesmo de Faria acabou curso desfrutem instituição, cabendo apenas aos DCE’s (DireMas Pedro vê boas perspectivas. Segun-de concluir para queoalunos várias modalireúnem condições necessárias para a prática caminho. AFalta UFMG, exemplo, para dar se umadaptam "choquemede realidade". técnico e estáem se preparando para o nas tório Central dos Estudantes) a realização de do ele, a Universidade pretende construir dades e percebam quais de várias modalidades. apoiopor e atenção torneios entre as faculdades, sem um acompa- breve seu próprio centro devestibular treinamento no lhor. Sendo assim, vários problemas no nosso lá nocurcomeço, na escola. aulas de educação realiza um As evento muito bacana: Nenhuma profissão e nenhum de Engenharia de Produnhamento ideal das mesmas. Campus Saúde dedicado à pratica esportiva, país seriam diminuídos. Sem o investimento física são importantes, assim como a capaciem vez de uma mostra dos cursos. Alunos do ensino médio assitem palestra sobre a Fumec so são perfeitos e ideais, mas se as ção já veio certo do que queria, mas A Universidade Fumec conta com um cur- o que facilitará bastante a vida dos alunos da adequado nas escolas, a Universidade seria tação de profissionais e maior seriedade dos so de Educação Física que teve início em 2004, Fumec. Taxativo, o agora formado em Edu- apenas mais um lugar, como os clubes onde que investem no setor. sediado no Campus Saúde, no bairro Vila da cação Física posicionou-se: “Para um melhor alunos/atletas lutam pelo seu espaço sem conAlexAndre lAcerdA 6ºG

OP: A vida de um atle- Legenda Legenda Legenda Legenda Legenda ta exige muitos sacriMal tinha vencido um campeonato brasileifícios. O que você deixou de fazer para se ro absoluto e já estava lá, na final olímpica, dedicar ao esporte? entre os melhores do mundo. Eu só tinha 18 TP: Gosto de sair, mas tenho que evitar. Treianos. Desta vez, não, fui bem mais seguro e no muito, todos os dias, logo cedo, e balada tranqüilo. Sabendo como tudo funcionava, certamente não corresponde com o que predesde a vila olímpica até como saber como tendo para minha carreira. Prefiro, então, fisuportar a pressão da competição. car mais em casa, descansar bastante, navegar na internet e, quando possível, sair com a OP: Você se sente muito cobrado pela imminha namorada, para jantar, ir ao shopping prensa brasileira? com ela. TP: A pressão é natural. Essa cobrança semOP: Como ficam os estudos em sua vida? Pretende cursar faculdade? TP: Eu completei o segundo grau. Agora que passou essa loucura da Olimpíada, penso em retomar os estudos. Quero cursar Administração de Empresas.

Belo Horizonte, 10 de Outubro de 2008

COLCHA de retalhos

entre cores meus pedaços, cortados cuidadosamente, formam a história que conto conto que me forma Quem conta um conto, aumenta um ponto!Participe! Envie suas criações para: balaio.retalhos@gmail.com

RobeRta andRade 5º PeRiodo UDuis nos nim quat. Am irit inibh et prat accum zzrit irilit ipismod igniam, commolortie etue tie dolore conumsandre tatumsandit loreetum quipis nulputet augait aliquat. Duisit exercip el ing ea atincidunt nos niamcom modigna feu faccum dignibh eu feummy nulluptat lore vel utatem am zzriustis do eum delenim quisi te vulput wisi blaorper irit amcoreros accummolute dolorerosto enis eniatue conulla acilit augue feuisi. Igna cortisim volorpe raestrud tin vel in heniam nulla faci tet, se dolenim volenim in ut dolor irillan vel utat. Ut pratin utpat, commy num zzrit nos nonsenim autat, volobortie dui bla augiam adit lortio od eu facipsumsan ute ex eugiam ipsusci duisim nos nonse ming et aliqui tet wis nonullam eriliquat ilisi tio do eugait prat. Ex estrud estisi te diamet nonse modolobortis elit elendre dolor inis alisi ex ero dio diamconsenit nullam, venim ing eum exerci ero erit la facidui smolore mod do ea feuisi. Ostio commod ese er sequat. Odolorem zzriurer incilla at, se doloboreet wisisl ipismodolor alis nosto ex essenibh elis nullutem zzrit utem augiam voloreros adiam exer am zzrit volor sissi bla facipismod tie dit wissit il dolesent am etuer sequam exerostio delestio od esse verciduipis alisismod dui blaorper se tet dion heniam dunt iriure magna augiam, suscin ulla am illamco rerostis num veniam non heniamc onulluptat. Amconse quisi. Utat, consequis nonsed eum diat nim vercin erit nulla feuisseniam et praesse exeros alit iniamet am, quipsum sandrem ip euis exeriureet veraessim er sed te do eseniam diamconsent lan utpatum sandit wis nummy nim zzrilla facillute vullaore magna feugait vullaoreet, commy nis nonullaore modolor ipisi. Ullute consed min utpatisi exeraestio dionsecte feuisi blandio odipit lortiscil dolor adip et laortie feugiat. Enim zzrit augiam, suscilit ut dolenit pratummod dunt volore modio con ut ip eum nulputpat, velesto ercidunt augait nibh exer senit ut lan vel doloreros eugait lore miniam veros et praesectem aliquis et vullamet, quis ad dolobor auguer sectet volortisl in ut aliquisi. Tumsandre del dolor amet veliquam, consecte dit wisl ulla adit doleniat, quipisi ex enit vulla consenibh ea faci et lam, qui et nis am zzriliquis nim dignim vulputat,

10/03/09 08:36:53

sed exer sit nulputp nullaor se doloreet magnim vero exerat vulput luptat am ad er sit laore euguera velit, commolore do cum aute dolessed praesse consequat. sequis nonsequisi. Sandit, quatin vo dre te faciduis aug met praesenim do ea feum zzrit lupta trud miniatuer sis nim vulput ipisisim duis nulla commy n psummod ignisisl e vel ip eliquam, con met alisi.

Legenda

Metueros dolobo lorpero od euip ex etue feumsan ute commy nos nibh ex na facing er sent w prat iure vel dolore tion ulputpat velit dionse faccum eug nosto enismod eug quip ismolorer ip Ut augiam dolorem loreetum iure dolor nullut wis eu faci b alit la feummy niam sumsandrem velisis irit lumsandrero eu nostrud tem autat w onsecte minis eugu oreraessenim veles feuguerit nit wisi er lor sit nim doleseq


Editor e diagramador da página: Bárbara Rodrigues, Lorenna Fortini e Rafaela Pio - 6º período

10 C U L T U R A

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o ponto

Belo Horizonte – Fevereiro/2009

A moda do fundo do baú Fotos: Rafaela Pio 6º G

BRECHÓS SÃO A OPÇÃO PARA QUEM PROCURA FUGIR DA PADRONIZAÇÃO DA MODA, CRIAR UM ESTILO PRÓPRIO RESGATANDO ROUPAS E ACESSÓRIOS PARA PROVOCAR TENDÊNCIAS Fotos: Rafaela Pio 6º G

BÁRBARA RODRIGUES LORENNA FORTINI RAFAELA PIO 6º PERÍODO Entrar em um brechó é como mergulhar no armário da avó. É viajar no tempo, revisitando o que esteve na moda em décadas passadas. Roupas, sapatos, colares, prontos para serem usados novamente e viverem novas emoções. Mas engana-se quem pensa que em brechós só se encontram coisas velhas. Hoje estes lugares também são considerados como lojas que reciclam a moda e que sustentam o estilo vintage (ver no quadro abaixo), e alguns se especializam também em artigos semi-novos atuais e exclusivos. É o caso do Santíssima! Brechó, reciclados e afins, localizado na Savassi, na rua Fernandes Tourinho. De acordo com a proprietária Ana Ester de Oliveira, a loja aposta no público que busca o diferente, que "quer fugir da ditadura da moda". Além de roupas e acessórios antigos, exclusivos e inusitados, na loja há também uma linha de camisetas originais e divertidas, a fim de atrair também aquelas pessoas que não costumam freqüentar brechós ou que não conhecem. Para Marli Rodrigues, dona do brechó Outra Vez, na avenida do Contorno, também na Savassi, ainda existe um preconceito com artigos de brechó. Segundo ela, alguns clientes entram na loja mas desistem de comprar quando percebem se tratar de roupas e sapatos usados. Porém, há quem não se importe e até prefira comprar em brechós. Para Lourdinha Viana, bióloga e contadora de histórias, usar roupas de brechó é como compartilhar manias e gostos: "Eu adoro comprar roupas usadas pois são diferentes e carregam a energia de outras pessoas". A jornalista Georgiana de Sá também considera positiva a opção por brechós, principalmente pela questão do reaproveitamento e da reciclagem das peças. "Em pleno auge do consumismo e do descartável, aproveitar roupas é também uma oportunidade de dizer não a essa futilidade que tem dominado o mercado da moda", declara. A designer de sapatos e estudante de moda Iara Rangel acredita que brechós são procurados por pessoas que geralmente entendem a exclusividade e o valor histórico das peças. Atraídas por um estilo retrô, os clientes pagam por uma roupa usada. "Amo brechós. Minhas roupas favoritas são de brechós; comprando roupas em brechó, consigo fugir um pouco do modismo da sociedade", afirma Iara. Para o alfaiate e artista plástico Marcelo Blade, os brechós são a solução para as pessoas que gastam dinheiro com roupas novas a cada festa e com roupas de marca, pelos preços acessíveis. As roupas dos brechós estão em constante ciclo, já que os clientes são também os principais fornecedores de mercadorias. Assim, muitas peças acabam voltando para as lojas. Raquel Fernandes, do Brilhantina, brechó localizado na rua Tomé de Souza, conta que sempre traz alguma peça de suas viagens para vender na loja. De uma viagem a São Paulo trouxe uma

camisola, comprada também em um brechó da cidade. "Depois de algum tempo, uma cliente entrou aqui e disse: 'essa camisola é minha! ' Eu ri, dizendo que seria impossível porque foi comprada em São Paulo, então ela disse: 'tenho certeza que foi minha, ela tem um furinho debaixo do braço esquerdo'. Fui conferir e realmente tinha, e a cliente disse que havia mesmo vendido em São Paulo, mas em outro brechó". Parte do acervo das lojas também foi cedido pelas proprietárias, como conta Marli Rodrigues, que já colocou para vender em sua loja um vestido seu que usou há muito tempo no casamento de seu irmão: "O vestido era rosa-choque, com um laço grande atrás, achei que não fosse vender nunca". Para sua surpresa, pouco tempo depois uma jovem entrou na loja procurando uma roupa para sua formatura e não só escolheu justamente o vestido como levou também um par de sapatos para combinar. Brechós: de onde vem essa moda? Existem, registrados na Telelista, pelo menos 20 brechós espalhados pela cidade, embora vários bairros da capital possuam lojas de artigos de segunda mão não registrados, sem contar os bazares que podem ser considerados como "brechós temporários". Reza a lenda que os brechós surgiram no Brasil no século XIX, no Rio de Janeiro, quando foi criada a primeira loja de objetos de segunda mão. O nome "brechó" teria sido uma adaptação ao longo do tempo do nome de proprietário, Belchior. De acordo com a pesquisadora de Moda Carla Mendonça, este hábito de usar artigos usados vem desde a época medieval em que as roupas da corte faziam parte dos bens da família, sendo herdadas pelos filhos e depois de desgastadas, passadas para os camponeses. Para ela "a moda sempre olha para trás", o que possibilita encontrarmos roupas novas com cara de antigas, no chamado estilo retrô ou vintage. Mas Carla deixa bem claro que o diferencial dos brechós é a qualidade das peças, que por serem antigas, em sua maioria, foram feitas sob encomenda, com costura melhor trabalhada. "As roupas de brechó duram bem mais. Você pode até achar uma roupa parecida em uma loja de departamento, por exemplo, mas em um brechó as roupas são mais resistentes e com preço mais acessível", explica. A rede de brechós também chegou à Internet. Os brechós online são uma nova opção que anda ganhando espaço para conquistar novos apaixonados por moda e pelas facilidades das tecnologias. Surgiram a partir de blogs de garotas que gostam de moda e resolveram vender suas roupas usadas pela internet. A "brincadeira" acabou se tornando um negócio sério que cresce cada vez mais em todo país. Como nas lojas, além do comércio de roupas usadas e semi-novas, estes sites oferecem bolsas, calçados, acessórios e até trocas de produtos entre os usuários. Além disso, são utilizados também como vitrine de lojas que já existem. Assim os clientes não precisam sair de casa para procurar os produtos de seus interesses ou para conhecer a loja.

Entrada do brechó Santíssima, na Savassi, com opções alternativas de vestuário e acessórios Fotos: Rafaela Pio 6º G

Marcelo Blade, em meio às suas criações: recuperação e atualização de estilo

Vintage e Retrô O estilo vintage mostra exatamente a que época determinada roupa, objeto ou imagem pertence. É uma recuperação de estilos dos anos 20, 30, 40, 50 e 60. A moda pin-up e até roupas com aparência envelhecida são exemplos vintage. Não são coisas encontradas facilmente e, por isso, seus preços geralmente são altos. Já o retrô é usado para denominar a roupa, objeto ou imagem feitos atualmente, porém copiados ou inspirados no estilo de algo antigo, e fica propositalmente claro que a idéia veio de outra época. Para ajudar a entender essa diferença, o artista plástico Marcelo Blade cita um exemplo: "Vintage é o que fiz uma vez

com um smoking que uma cliente trouxe, herdado de seu avô: peguei a peça e readaptei de acordo com as medidas dela, e vestiu super bem, combinando com uma calça jeans. Ela era alta, ficou elegante como a Julia Roberts", conta ele rindo. Segundo o artista plástico, o vintage é mais uma adaptação, uma reforma da peça, enquanto o retrô é o uso da própria peça original, ou a criação de uma peça inspirada claramente na versão original. Na opinião de Blade, ambos os estilos trabalham com o resgate de valores sentimentais, o que ajuda a fazer com que o retrô e o vintage estejam sempre atuais, paradoxalmente.

Fotos: Rafaela Pio 6º G

10 Cultura - Brechó.indd 1

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Editor e diagramador da página: Juliana Pizarro e Mayra Decicino - 6º período

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Belo Ho­ri­zon­te – Fevereiro/2009

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E n t r e v i s t a 11

Em alto e bom som a trajetória DE SUCESSO DO PROGRAMA ALTO-FALANTE É marcada PELA diversidade musical E pela INTERATIVIDADE Com O público, no âmbito do CENÁRIO NACIONAL Marina Bandeira 7º Período Parece que foi ontem! Nos anos 90, enquanto o mundo se embalava ao som do “poperô” da dance music – quem não se lembra de The Snap (“I’ve got the power...”) e do C+C Music Factory (“Everybody Dance Now…”)? -, a cena musical era invadida por uma onda eclética sem precedentes. A mistura do rock psicodélico dos anos 60 com elementos eletrônicos, foi a tônica das bandas Stone Roses, Happy Mondays e Charlatans, que “ferveram/derreteram” a cena da cidade de Manchester no final anos 80. O movimento lançou as bases para a cultura rave e ficou conhecido por “Madchester”. O rap invadiu a cultura popular, com MC Hammer, Public Enemy, e com o hip-hop de Puff Daddy, Dr. Dre e Eminem. A cena roqueira viu nascer o grunge, considerado movimento musical mais importante da

década: o sucesso de “Nevermind”, do Nirvana, popularizou nomes como Pearl Jam, Soundgarden, Alice in Chains, Screaming Trees, entre outros. Surgem grupos politizados como o Rage Against the Machine; grandes festivais como Lollapalooza e o Rock in Rio II. Ainda no Brasil, o rock revelava vários nomes, dos mineiros Skank, Jota Quest , Pato Fu,, entre outros passando pelos Raimundos e Mamonas Assassinas. Em um cenário tão diverso, surgia na Rede Minas de Televisão o programa Alto-Falante. Era 1997. Criado pelo jornalista Terence Machado, apostou, desde o princípio, em levar ao público música de qualidade. No país do “samba”, ousou abrir espaço para todas as vertentes do pop, rock, blues, jazz, e até da música eletrônica; através de coberturas de eventos, matérias especiais, exibição de videoclipes, entrevistas. O programa emplacou logo de início, e já é considerado um dos melhores do Brasil. Uma equipe composta por craques como Rodrigo James,Thiago Perei-

ra e o próprio Terence Machado, selecionam o melhor do universo musical para um público diverso, sem se prenderem ao que é “hype”. O reconhecimento veio em forma de prêmios nacionais, vencidos ao longo de sua trajetória, em várias categorias: Prêmio Bizz, Prêmio Dynamite, Prêmio Toddy de Música Independente, entre outros. E opções não faltam para os mais exigentes: além de sucesso na TV, onde é exibido na Rede Minas, e na TV Cultura; o Alto Falante já ganhou as ondas da rádio UFMG Educativa 104,5 FM de Belo Horizonte e as páginas da Internet www.programaaltofalante.uol.com.br, onde disponibiliza vários formatos multimídia (vídeo, vídeocast, áudio, podcast). Nesta entrevista, Terence Machado, diretor e apresentador do Alto-Falante nos conta um pouco mais sobre a trajetória do programa, bastidores da cena musical mineira e nacional, novas tecnologias e o mercado fonográfico, além de revelar shows imperdíveis e bandas que merecem ser ouvidas. Confira! Foto Divulgação

O Ponto: O Alto-Falante completa 11 anos de estrada sem perder a vitalidade. Qual é o "elixir da longa vida"? Terence Machado: Acredito que a longevidade tem muito a ver com o lugar que a gente sempre esteve, uma TV pública; primeiramente a Rede Minas, e num segundo momento, a TV Cultura de São Paulo. Numa TV comercial, certamente o programa não teria durado, não estaria aí até hoje, por causa das metas, da guerra de audiência que estamos acostumados a ver o tempo todo e que nem sempre caminham junto com a qualidade, com cultura. Penso que todas as TVs devem ter um pouco do intuito comercial; as TVs educativas não precisam ficar naquela espécie de limbo sem preocupar em captar recursos e dependendo apenas de recursos do Estado. A revolução da Internet, a expectativa da vinda do MP3, da música digital, e o Alto-Falante estava nesse meio justamente sem a pressão da guerra da audiência, sem aquela carga. O caráter mais experimental da TV educativa permitiu que ousássemos mais. O programa foi encontrando o caminho, o for- Para Tenence Machado, diretor do Alto Falante, o programa aos poucos foi encontrando a sua identidade na TV mato, então a gente teve tempo pra TM: Esse ano, depois de uma bata- TM: Sempre fui louco com música como editor desse programa e acertar e pra errar. lha longa, a oportunidade de ter via- desde criança, herança dos meus a minha paixão pela bateria me OP: A que você credita o sucesso jado em 2008 pra fora do país, fazer pais. Acabei contagiado pro bem; abriu mais uma porta: o diretor do o programa itinerante foi um sonho comecei a curtir mais do que o nor- programa Agenda tinha gravado do programa? TM: O sucesso tem a ver com o realizado. Até isso revela uma gran- mal, quis praticar um instrumento. um material sobre bateristas em público. A gente nunca fez o Alto- de mudança de mercado; de como Acabei tentando o violão, não deu Minas Gerais e queria transformáFalante esquecendo do público ou a música está pautada na TV bra- certo, escolhi então a bateria. Mas lo em documentário e precisava de uma pessoa para a edição. Ele pensando exclusivamente em gos- sileira: programas que cobriam os a minha bateria ainda espera. tos musicais próprios. Ao formatar primeiros festivais brasileiros, co- Paralelamente à música, sempre então me convidou e eu eceitei. As o programa, pensei no conceito de mo Abril Pro Rock, Porão do Ro- gostei de ler e escrever, e da área de coisas foram dando certo, fluindo revista, exatamente para comportar ck já não fazem mais esse tipo de humanas. Cursei Jornalismo na PUC na minha trajetória na Rede Minas e um leque mais aberto de conteú- cobertura; e lá está o Alto Falante e, no último ano, estava fazendo é por isso que eu estou lá até hoje. dos, falar de vários tipos de músi- no Roskilde na Dinamarca, no Be- edição de texto e de vídeo no OP: O que o rock representa para ca, pra que tivéssemos, num mesmo nicássim na Espanha; e não havia você? E para o Alto Falante? programa, a possibilidade de fazer nenhum outro programa. TM: Rock ficou associado à atitumini-documentários sobre diversos Há tempos não se via tanta movimentação, a cidade ficou meio adorde e a palavra atitude foi se desgasgêneros, jazz, rock, reggae. tando. Toda época foi marcada por Vamos falar da banda hype, da mecida nos anos 80, enquanto roum ícone do rock´n´roll, o Elvis foi banda do momento, mas não vamos lava o boom do rock nacional, do lá e começou a rebolar e horrorizar esquecer dos Beatles, do Elvis Pres- Rock in Rio; estouravam Barão Vera ala mais conservadora da sociedaley nunca; vamos mostrar de onde melho, Ultraje a Rigor; as bandas do de norte-americana; os negros romvieram determinadas referências. Sul e de Brasília. Durante esse tempendo barreiras, querendo seu esO sucesso tem a ver também com o po, artistas que se consagrariam paço no blues e no rock também. O retorno do público, que nos presti- nos anos 90, como Skank, Pato Fu rock sempre foi isso, quebrar paragia. Os prêmios são a materialização e do Jota Quest, estavam começandigmas, nunca deveria ter se transdesse reconhecimento; como o Prê- do a fazer uma espécie de "labora- Terence Machado formado nessa coisa certinha, comio Dynamite (de Música Indepen- tório" criando seu sucesso: a banda dente), e o prêmio da revista Bizz Pouso Alto, com o Samuel Rosa, que laboratório da faculdade e coincidiu mercial, em estampa de camiseta. (considerada a mais importante pu- depois virou Skank; o Haroldo e o que a diretora desse laboratório foi O Alto Falante tem o carimbo blicação do gênero no país), no qual Marco Túlio, que formaram a banda chamada para dirigir a programação do rock principalmente por causa vencemos na eleição do público e fi- Circuito Fechado, e posteriormen- da Rede Minas. Na época da minha do quadro Enciclopédia do Rock, camos em segundo lugar na eleição te integraram, respectivamente o formatura fui até ela e falei do meu que carrega esse nome em função da crítica; só perdendo para a série Skank e o Jota Quest; além do Pa- interesse em trabalhar na área. Não da produção musical dos anos 50, 60 "The Blues", de Martin Scorsese, o to Fu, que antes do reconhecimento tinha vaga; mas comecei a cobrir e 70, considerada por muitos a mais nacional tocava em espaços minús- férias, o famoso "quebra-galho", fértil de toda a história da música que não deixa de ser uma honra. culos, o "alternativo do alternativo"; o que me deu uma base ampla do pop e rock. Na verdade, as grandes bandas de gêneros diversos como OP: Desde o início da sua traje- enquanto São Paulo a cultura do un- funcionamento da TV. tória, o Alto-Falante transpõe as derground já existia, Belo Horizonte No final dessa etapa, pintou uma Beatles, Stones, Bob Marley, que vaga num programa de música, compõem a árvore genealógica da fronteiras, as montanhas, e traz ainda sonhava com isso. dirigido pelo Kiko Ferreira. Era música influenciaram o que estava para o público o que rola nos outros Estados e no mundo. Seria OP: Como e quando foi seu pri- um programa de clipes; referência por vir. esse o grande diferencial em re- meiro contato com música? E com em Minas na época, quando ele foi OP: Enquanto muitos migram, o criado a MTV nem tinha chegado Alto Falante fixou sua base em BH lação aos outros programas de o jornalismo? no Brasil. Eu cobria as férias e hoje é referência nacional. Pomúsica?

"Sempre fui louco com música desde criança, herança dos meus pais, acabei contagiado pro bem".

11 Entrevista - Em alto e bom som.indd 1

de-se desmistificar a idéia de que o mercado de trabalho mineiro é inferior? TM: As coisas foram caminhando e a gente vai sempre ocupando os espaços. Muitos amigos foram para o exterior, outros foram para São Paulo alegando que o mercado mineiro fosse ruim, que não daria para sobreviver como jornalista. Com o tempo, olharam e constataram que o Alto Falante virou uma referência nacional, e a gente acompanhou o nascimento e o crescimento dos festivais que hoje compõem o calendário do ABRAFIN (Associação Brasileira dos Festivais Independentes). Então o programa na verdade está sendo absorvido e absorvendo ao mesmo tempo essa movimentação, as mudanças que vem ocorrendo no mercado da música. OP: Nesse redemoinho de informações e influências de que dispomos atualmente, como optar pela qualidade? TM: É cada vez mais difícil rotular um artista, ou banda, dada a infinidade de influências e fontes, e as bandas que soam de um único estilo parecem tão datadas, que a gente até chega a pensar, se existe o Black Sabath, para que outras bandas possam seguir. A gente tem dois estilos: a boa música e a música ruim. A música pop já foi inventada, ninguém vai reinventar a música pop. Quando você olha pra traz e vê uma banda igual ao Prodigy, parece uma banda velha, caquética, uma banda dos anos 90 que parecia que ia fazer uma revolução, que o eletrônico ia acabar com o rock, parecia que a gente ia virar um monte de robozinho cibernético, tomando drogas sintéticas. Ao mesmo tempo que você ouve coisas completamente eletrônicas apontando para uma vanguarda, ou algo parecido, você vê bandas que voltam lá atrás e querem resgatar alguma coisa do Stooges. No final das contas, vale a pena ouvir uma banda que seja de eletrônica que soe mais moderna e contemporânea do mundo ou uma que resgate o passado e avaliar: o que é bom ou ruim. É isso que interessa. OP: Que recado você deixa para quem realmente gosta de música? TM: O público deve instigar mais sua curiosidade e não se deixar engolir por essa música que é empurrada ouvido abaixo da maioria. Tem muita gente que ocupa cargos de poder na indústria fonográfica que pensam mais em grana do que na música em si. Eu acho que as pessoas deveriam ir mais a shows, se dar uma chance de conhecer as bandas novas e não ficar esperando que essas bandas se transformem num fenômeno da internet para prestigiálas.

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De coração para a massa o livro "O coração da massa" do jovem escritor Pedro Henrique Vieira, presta uma homenagem ao maior patrimônio do clube atlético mineiro: sua torcida Arte: Carlos Ribas

Ramon Curty 6º período “Um fenômeno magistral, uma verdadeira odisséia que as palavras não podem descrever – assim é a torcida atleticana, conhecida nacionalmente como 'A Massa'.” Com estas palavras, o jovem escritor Pedro Henrique Vieira começa a descrever no livro “O Coração da Massa” a belíssima homenagem feita aos torcedores do Clube Atlético Mineiro. O autor exalta a torcida atleticana e relata as conquistas, frustrações e várias aventuras vividas junto com a equipe. Ele ainda viaja pela história do Atlético através de personagens que acompanharam de perto a trajetória centenária do alvinegro de Minas. Pedro Henrique aproveitou as comemorações dos 100 anos do Atlético Mineiro para realizar o sonho de escrever o seu primeiro livro. Atualmente, cursando a faculdade de jornalismo na Universidade Fumec, este jovem autor, de apenas 20 anos, tem o privilégio de ser o porta-voz de milhões de torcedores fanáticos pelo Galo, afinal de contas, todo atleticano tem histórias pra contar, sejam boas ou ruins. Quem lê “O Coração da Massa” acompanha quase que uma auto-biografia do autor, mas uma auto-biografia que permeia apenas o universo da relação de Pedro Henrique com o Atlético, e isto leva ao leitor, por diversas vezes, à uma identificação com as histórias contadas na obra. Nos primeiros capítulos do livro, “Galo no coração” e “Tentando explicar o inexplicável”, o autor já demonstra o seu amor incondicional pelo Atlético, e na procura para encontrar uma resposta para sua fidelidade e paixão, cita versos de grandes escritores como Fernando Pessoa e o saudoso e ilustre atleticano Roberto Drummond. Pedro Henrique relata o seu amor à primeira vista pelo clube como alguém que relembra o primeiro encontro amoroso da vida. Mas diferente de uma paixão juvenil passageira, o autor deixa bem claro o quão fiel é a torcida atleticana, que apesar das decepções, que fazem parte do mundo do futebol, nunca abandona o time. É amor eterno. Dificilmente ele deixa de ir a um jogo, independente da situação que a equipe se encontra. Pedro Henrique faz questão de lembrar as pessoas que o acompanharam no Mineirão, os amigos, o pai e principalmente a mãe, sua grande amiga e companheira, que adotou o Atlético como o time do coração graças a insistência do filho. No capítulo seguinte, “Aventuras com e pelo Galo”, o autor mescla momentos de euforia e desespero. Primeiro ele relembra os títulos da última década e a dupla de ataque Guilherme e Marques, que marcou época no clube quando atuaram juntos. Marques, como não poderia deixar de ser, recebe elogios rasgados, dignos de um grande ídolo da torcida atleticana. Mas Pedro Henrique também viveu momentos ruins, não apenas pelas derrotas, mas principalmente pelo dia em que foi vítima da violência dos estádios brasileiros. Passado o susto, o leitor ainda pode acompanhar momentos que rendem fortes emoções

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e boas risadas, como o samente, representava dia em que Pedro Henria gigante Massa alvique, depois de persistir negra". E para mostrar bastante, subiu no camicomo a torcida atletinhão do Corpo de Bomcana é realmente granbeiros para comemorar de e apaixonada, o auo pentacampeonato da tor comprova, através seleção brasileira ao lade estatísticas, o apoio do do então campeão dos torcedores ao time do mundo Gilberto Sildo coração, inclusive va. Mais uma vez quem no momento mais difíestava ali para ajudá-lo Pedro Henrique Vieira, trecho do livro cil da história do clube, era sua inseparável mãe quando jogou a segune o atleticano Dudu. “E lá da divisão em 2006. Cofomos nós. Gilberto, seus pais, algumas crian- mo sempre, Pedro Henrique estava presente ças uniformizadas com o 'manto sagrado', Du- nos jogos, e junto com a massa - como ele mesdu, os bombeiros e eu. Naquele momento, senti mo faz questão de chamar – ajudou o Galo a como se fosse um embaixador que, orgulho- voltar para a série A.

“E lá fomos nós. Naquele momento, senti como se fosse um embaixador que, orgulhosamente, representava a gigante Massa alvinegra"

O Galo retornou à elite do futebol nacional, mas vive hoje um período de turbulência dentro e fora dos gramados. Enquanto isso, o autor vai vivendo suas aventuras e desventuras na vida, mas nunca deixando de lado o seu time querido. É, sem dúvida, aquele que torce contra o vento durante uma tempestade. Prova disso, é o capítulo “O Galo, 'minhas companheiras' e eu”, que fala das parceiras do autor durante quatro meses seguidos: as muletas, as tais “companheiras” de Pedro Henrique, que foi obrigado a interromper, por alguns meses, o futebol que ele tanto gosta após sofrer uma grave lesão no pé. Mas em momento algum ele deixou de fazer o que mais lhe dá prazer: ir ao Mineirão. Mesmo com suas muletas, Pedro Henrique acompanhou o Galo de perto e ainda viu o seu time ser campeão mineiro. Valeu o esforço. “O Coração da Massa” ainda percorre um pouco da trajetória centenária do Atlético. Relembra as fantásticas conquistas, as dolorosas decepções e as revoltantes injustiças. Mas como os bons momentos são mais importantes, o autor abre espaço para torcedores da velha guarda que acompanharam boa parte destes 100 anos do clube, tanto que um capitulo é dedicado a um antigo apaixonado pelo Galo. “Mario Lott Junior – história viva” fala dos casos deste atleticano que presenciou momentos inusitados e viu diversos ídolos encantarem um Mineirão lotado. A torcida não teve o ano que esperava, faltaram títulos e sobraram críticas, mas os torcedores ganham de presente esta justa homenagem à massa atleticana, que Pedro Henrique diz ser a mais fanática do planeta. São histórias que comovem e fazem rir, que prendem a atenção do leitor e o faz mergulhar dentro da simplicidade e o amor que conduzem o autor nesta obra. Um gol de placa que vai fazer vibrar o coração da massa. Fotografia: Bruno Cantini

A massa comemorando um gol em mais um desafio do Atlético no Mineirão. A festa fica ainda mais bonita com a empolgação da torcida.

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Política esportiva nas universidades o incentivo existe, mas ainda não é suficiente para A FORMAÇÃO DE novos talentos Alexandre Lacerda 6ºG Um dos grandes destaques das Universidades norte-americanas é a grande qualidade dos jovens esportistas formados nos centros de referência no desenvolvimento de atletas de alto nível. Mas por que lá a política esportiva com jovens universitários funciona e aqui o mesmo não acontece? O professor de Educação Física da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e coordenador do Complexo Esportivo da Universidade, Daniel Marangon, atribui essa realidade ao fato da ausência de maior cultura esportiva no país. “No Brasil isso não existe, por isso não há como dar continuidade ao atleta aqui na Universidade. Quando ele chega até nós, já está em uma idade avançada. Aqui a criança é levada já cedo para os clubes privados. O que não é errado, pois no caso, o Minas Tênis e o Pinheiros são responsáveis por bons resultados obtidos em nível internacional. Entretanto, os moldes norte-americanos só poderiam ser seguidos caso houvesse uma outra mentalidade", explicou. Ainda segundo o professor, é necessário que comecemos a refletir sobre o assunto, já que, num país como o nosso, a política esportiva é algo difícil de acontecer e provavelmente algo a ser estabelecido a longo prazo. Fortalecer o esporte, para que ele caminhe junto com o currículo escolar, seria o ideal. "Lá fora funciona assim, mas não se pode esquecer da realidade econômica brasileira. Portanto, seria bom encontrar uma maneira de começar isso o mais rápido possível, para que no futuro consigamos elevar o nível esportivo”,completou.

Serra, próximo à Nova Lima. Mas a graduação não é ministrada lá. A Fumec possui um convênio, estabelecido com a Academia da Polícia Militar, que foi renovado no fim de 2008 com prorrogação por quatro anos, através do qual os alunos podem usufruir de toda a estrutura da academia. “O convênio existe porque aqui, ainda não temos a estrutura necessária para abrigar as necessidades do curso. Porém, o Ginásio Poli-esportivo da Polícia Militar é o melhor da América Latina", afirma o Coordenador do curso e Professor de Educação Física, Maurício Teixeira dos Santos. Ainda segundo Maurício, no Centro de Treinamento da PM existe toda uma estrutura para os esportes de maior divulgação no Brasil, como o Vôlei, Basquete, Futebol, Handebol, Natação, etc. De acordo com o professor, além de piscinas, conjunto de quadras e equipamentos, o ginásio possui também uma pista de atletismo em boas condições, que atendem plenamente as exigências do curso. Questionado sobre os esportes de menor visibilidade, ou aqueles que requerem maiores recursos para serem praticados, ele afirma: “Equipamentos como o da ginástica custam muito caro, são poucos os locais que possuem tal estrutura. Na maioria das vezes, são clubes privados, em poucas regiões do país que os possuem”.

Formação de equipes Sobre a formação de equipes, ou descoberta de talentos, possíveis caminhos para a melhoria do nível dos atletas que residem aqui, Maurício acredita que ainda falta muito a se fazer. “O local é alugado e ainda não temos à disposição profissionais para cuidar especificamente disso. Também, em função do aluguel, seria mais custoso abrir outros Preocupação social horários com essa intenção”. Gestor do Complexo desde 2003, Daniel diz Mesmo com uma estrutura em formação, a que o mesmo passou por reformas através de Fumec possui equipes de Futsal em categorias uma parceria com o Ministério do Esporte e variadas, e já conquistou torneios pelo país. hoje atende cerca de 15 mil Formado em Educapessoas, em sua grande ção Física pela Univermaioria, alunos. “O trabasidade em 2007, Pedro lho aqui ocorre por meio Henrique Barreiros rede um planejamento estralata sua experiência cotégico que coloca o espormo aluno: “Pelo fato da te como instrumento para a Academia ser localizainclusão social, lazer e quada no Prado, os alunos lidade de vida, a questão do do curso de Educação Daniel Maragon, professor de Educação Física Física só têm acesso ao atleta de alto rendimento local nos dias de aulas depende da implantação práticas”. Pedro afirma dessa cultura do esporte”. A PUC é quem abriga os meninos e meninas também que os D.A’s (Diretórios Acadêmicos) do projeto Criança Esperança em Belo Hori- estão ainda em processo de formação e não zonte. Além disso, ano que vem a idéia é de são influentes. “Existem apenas divulgações que a utilização do Complexo seja expandida de campeonatos de inúmeras modalidades em para um melhor aproveitamento da área. Belo Horizonte e no estado de Minas Gerais, Na prática, o professor afirma ser inviável onde a Universidade FUMEC e o coordenador uma maior participação da universidade nos do curso de Educação Física fornecem total torneios devido à legislação. Isso acontece apoio aos alunos interessados”. porque a lei não permite influência direta da Mas Pedro vê boas perspectivas. Seguninstituição, cabendo apenas aos DCE’s (Dire- do ele, a Universidade pretende construir em tório Central dos Estudantes) a realização de breve seu próprio centro de treinamento no torneios entre as faculdades, sem um acompa- Campus Saúde dedicado à pratica esportiva, nhamento ideal das mesmas. o que facilitará bastante a vida dos alunos A Universidade Fumec conta com um cur- da Fumec. Taxativo, o agora formado so de Educação Física que teve início em 2004, em Educação Física posicionou-se: “Para um sediado no Campus Saúde, no bairro Vila da melhor desempenho nas Olimpíadas é neces-

Foto: Divulgação

Pista de Altetismo com medidas oficiais da International Association of Athletics Federations Foto: Divulgação

"Lá fora funciona assim, mas não se pode esquecer da realidade econômica brasileira. ”

COLCHA de retalhos

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Fachada do Complexo Esportivo da PUC, no bairro Coração Eucarístico sário primeiramente a valorização e o apoio dos governantes e do conselho de Educação Física aos seus profissionais. O incentivo à prática desportiva deve começar no primário, em escolas públicas e particulares, dando condições para que alunos desfrutem de várias modalidades e percebam nas quais se adaptam melhor. Sendo assim, vários problemas no nosso país seriam diminuídos. Sem o investimento adequado nas escolas, a Universidade seria apenas mais um lugar, como os clubes onde alunos/atletas lutam pelo seu espaço sem conseguir competir com países

desenvolvidos e com grande investimento no esporte”. As instituições particulares têm feito esforços em benefício do esporte e de todo o bem que ele traz. Ambos os locais onde são realizadas as aulas de Educação Física são amplos e reúnem condições necessárias para a prática de várias modalidades. O problema é a falta de atenção e apoio desde os primeiros anos da escola. As aulas de educação física são importantes, assim como a capacitação de profissionais e maior seriedade dos que investem no setor.

entre cores meus pedaços, cortados cuidadosamente, formam a história que conto conto que me forma

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Editores: Carlos Eduardo Doné e Ramon Curty / Diagramador da página: Pedro Henrique Vieira - 6º período

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Fora do eixo

Nos últimos anos, o Brasil retornou à rota das turnês internacionais no meio da música, mas Belo Horizonte pouco tem se beneficiado dessa tendência

Carlos Eduardo Doné 6º período Recentemente, representantes do mainstream musical têm passado com freqüência pelo Brasil. Kanye West, U2 e Rolling Stones fizeram a alegria dos fãs ao tocarem em terras tupiniquins. No fim desse ano, a estrela pop Madonna dará o ar da sua graça no país. No cenário alternativo, o panorama tem sido o mesmo. Nomes como The Strokes, Kings of Leon, The Kills, Libertines, PJ Harvey, Kraftwerk, Primal Scream, Arctic Monkeys, Mudhoney, Peter Bjorn & John, Kasabian e Kaiser Chiefs, são apenas exemplos de uma lista quase interminável. Entre as capitais brasileiras que mais recebem músicos estrangeiros, São Paulo parece liderar com folga. Em qualquer gênero para o qual se volte o olhar, seja em festivais, em shows isolados, ou em apresentações intimistas, realizadas em casas noturnas que no máximo podem ser consideradas como médias, a capital paulista tem tido uma cena cultural pulsante. Nesta, inclui-se um festival de música sueca, que este ano teve a sua quarta edição – outros locais participaram da iniciativa, que não chegou a Belo Horizonte. Projetos paralelos de membros de bandas alternativas podem ser apreciados, como ocorreu na noite em que Owen Pallett, violinista do grupo canadense Arcade Fire, tocou no Sesc Santana – ele também se apresentou em Porto Alegre e em Recife. O dia oito de novembro é emblemático para representar esse volume de atrações e a força do mercado paulistano. Nesta data, em locais diferentes, a cidade recebeu o festival Planeta Terra que inclui em seu catálogo Jesus and Mary Chain, Breeders, Animal Collective, Mylo e Foals, entre outros como Kylie Minogue e Nightwish. Com um cardápio tão rico e variado, comumente recheado de atrações bem específicas, São Paulo chegou a ser comparada a Londres e Berlim, capitais da arte no mundo. Se há exagero nesse paralelo, ele não é tão grande. Belo Horizonte, por outro lado, cada vez mais se distancia desse rótulo. Ficar atrás do maior centro econômico do Brasil, onde o mercado para trabalhos artísticos e intelectuais é bem maior, sobretudo no que tange às obras mais qualificadas e desconhecidas, é algo natural. Perder para o Rio de Janeiro em função de proposições análogas, que devem ser entendidas em proporções menores, também se enquadra dentro da normalidade. No entanto, tais explicações saem de cena após a constatação de que Curitiba e Porto Alegre batem Belo Horizonte de goleada quando o assunto é shows internacionais, e que locais como Vitória e Recife chegam a vencer a capital mineira em algumas ocasiões. Na verdade, a própria disparidade da derrota para paulistanos, cariocas, curitibanos e porto alegrenses já é um indicativo de que há muitas razões que tiram dos belo-horizontinos a oportunidade de ver seus gringos favoritos. Os motivos desse cenário Dentro da cena alternativa, uma das principais razões que contribuem para a pequena quantidade de eventos que recebem estrangeiros em Belo Horizonte, é o baixo interesse dos moradores da cidade por esse tipo específico de arte. O ritual de conhecer novidades, de pesquisar sobre legendas do passado, é extremamente incomum. Basta a freqüência nos círculos sociais para entender esta tendência, que se espalha, em níveis variados, por todo o país. O músico Stefan Salej corrobora com essa tese. Para ele, o desconhecimento e a ausência de interesse do mineiro por qualquer coisa que saia dos modismos mais óbvios é facilmente detectável, e faz com que os empresários hesitem em contratar artistas que não freqüentam o maisntream. “Eu mesmo não arriscaria meu dinheiro trazendo

Mesmo vindo ao Brasil o público belo-horizontino não pode conferir o show da banda Pixies Foto: Divulgação

BH ficou fora do circuito de shows das bandas Oasis (foto), Franz Ferdinand, U2 e Rolling Stones um Kasabian para BH”, afirmou Salej, que já viajou várias vezes para outros centros do Brasil para ver shows que não vieram à sua cidade, como os realizados pelas bandas Oasis, Franz Ferdinand, U2 e Rolling Stones. Alexandre Cabral, estudante de jornalismo, também tem um longo histórico de viagens para ver seus músicos favoritos, que inclui idas ao Rio de Janeiro, à São Paulo e à Curitiba. White Stripes, Super Furry Animals, Pixies, Cat Power e Weezer são apenas alguns artistas que Cabral acompanhou fora de Belo Horizonte. De acordo com o estudante, as poucas oportunidades de ver shows desse tipo na capital mineira são pouco aproveitadas pelos moradores, como ocorreu na apresentação do Elvis Costello, em 2005, que teve um público pífio. Episódios como este diminuem ainda mais o ímpeto dos investidores. Coincidência ou não, após o fracasso Foto: Divulgação na passagem de Costello, que fazia parte do Tim Festival daquele ano, o festival não voltou mais a BH, mas permaneceu levando atrações à Vitória em todas suas edições, de 2005 até esse ano São Paulo e Rio de Janeiro também permaneceram na rota durante todo esse período, e Curitiba só saiu em 2008. Quanto aos eventos de maior apelo pop, os problemas são outros. O público para esse tipo de investida é maior, mas muitas vezes, o interesse dos belo-horizontinos pelas estrelas mais famosas é bem superficial, não se traduzindo na disposição para comprar ingresso para vê-las. Além disso, o custo para trazer grandes turnês é superior, tornando-se viável apenas através do comparecimento de uma grande platéia. Belo Horizonte muitas vezes não tem

público suficiente para estas empreitadas, e tendo em vista a imprevisibilidade que ronda a quantidade de pessoas dispostas a pagar pelos shows, tem-se mais um entrave. Por fim, o alto preço dos ingressos neste tipo de apresentação é um fator a se considerar, principalmente em um quadro no qual o ardor pela música não é dos mais altos. Para Lúcio Ribeiro, editor do blog “Popload” e jornalista de cultura pop da Folha de São Paulo, seja no cenário indie ou no maisntream, há uma combinação de obstáculos que dificulta a vinda de músicos estrangeiros para a capital de Minas Gerais. De acordo com ele, “a logística de um show internacional no Brasil é complicada, porque geralmente as bandas possuem poucas datas, e quando as têm, atendem os interesses de marcas que querem se consolidar em grandes mercados, como São Paulo e Rio”. No entanto, Lúcio acrescenta mais alguns elementos a esse quadro. O jornalista lembrou que “uma parcela menor de 'culpa' deve ser creditada aos produtores locais, que precisam se agilizar, e que no caso da cena alternativa, esta deve ser dividida com a galera indie da cidade, que não comparece muito, como nas apresentações do Interpol e do LCD Soundsystem”. Empecilho O fraco resultado obtido em boa parte dos eventos também é citado como empecilho pelo empresário Lúcio dos Santos Oliveira. Diretor da produtora de espetáculos ArtBhz e presidente da ABRAPE (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos), ele afirma que “os shows muitas vezes não tem o público esperado, desestimulando o empreendimento de outros e criando um círculo vicioso”. O produtor cultural disse ainda que Belo Horizonte é um local “conservador e resistente às inovações”. Completando a lista das razões relacionadas, vale mencionar as limitações ligadas à falta de locais apropriados para a realização de alguns espetáculos de maior porte. Gegê Lara, que tem no currículo a produção do Cirque du Soleil, salienta que muitas vezes há uma carência de espaços que permitam a cobrança de ingressos mais baratos nestas ocasiões. Segundo ele, se os investidores não têm muito interesse pelo mercado mineiro, dificuldades como essa agravam a situação. Todos os fatores já citados, juntamente ao alto custo do deslocamento das equipes dos artistas, dos equipamentos, fazem com que muitas vezes seja mais interessante para os músicos e para os empresários, a realização de shows extras onde a estrutura já está montada. Gegê afirmou que esse foi o caso da última turnê da Madonna.

A banda inglesa Kaiser Chiefs veio ao Brasil, mas não fez show em Minas Gerais

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No topo do mundo PARA QUEM NÃO CONSEGUE VIVER LONGE DOS CÉUS, O PARAPENTE VEIO PARA FICAR Foto: Divulgação

Parapente é uma adaptação do paraquedas que ganhou popularidade entre os adeptos do voo livre e é movido apenas pela força do vento.

C

LUCAS RODRIGUES 2°PERÍODO

onhecimento, habilidade e atitude. São esses os atributos que definem aquele que quer ser um praticante do voo livre, segundo o octacampeão brasileiro Frank Brown. “Você só descobre do que é capaz, se tentar. O grande desafio não é vencer os limites do corpo, mas da mente”, ele afirma. Com essas idéias, algumas pessoas no Brasil resolveram encarar o desafio. O resultado não poderia ter sido melhor: o esporte chegou para ficar. Os céus receberam os primeiros praticantes do vôo livre no Brasil na década de 1970. Em julho de 1974, a primeira façanha foi realizada por um piloto francês, de nome Stephan Segonzac, que voou do alto do Corcovado, no Rio de Janeiro. Foi o necessário para chamar a atenção de futuros aprendizes. Dois dos mais entusiasmados procuraram o piloto francês e iniciaram no voo livre, vindo a começar as aulas no morro do amigo Luiz Cláudio Mattos. Mais tarde, Luiz Cláudio viria a se tornar o primeiro piloto brasileiro de asa-delta, voando em 7 de setembro de 1974, em São Conrado, no Rio de Janeiro. O interesse pela prática se alastrou. Em novembro de 1975, quando o 1° Campeonato Brasileiro de Voo Livre foi realizado em São Conrado, o número de pilotos já superava uma dezena. O primeiro campeão foi André Sansol-

do, que conquistou o direito de participar do 1° Campeonato Mundial de Voo Livre, realizado em 1976, na cidade austríaca de Kossen. O número de adeptos continuou crescendo, até que uma nova rampa foi construída para “abrigá-los”. Desta vez, foi utilizado um morro de acesso à Pedra Bonita, local próximo à São Conrado. “Voar é um imenso privilégio, que não cansamos nunca. Queremos sempre mais, buscar novas paisagens. Só voando para sentir essa sensação”, afirma Wander Mota, instrutor da escola de parapente BHFly. Piloto há 13 anos, ele realiza seus vôos na Serra da Moeda, a 40 minutos do centro de Belo Horizonte. Novos locais favoráveis ao vôo eram explorados. O melhor ainda estava por vir... Um marco no voo livre A década de 1980 foi um marco na história do voo livre no Brasil, já que as primeiras experiências com o objetivo de adaptar o páraquedas para decolar de encostas foram realizadas, surgindo o parapente, um equipamento de vôo movido apenas pela força do vento. São Conrado e a Pedra da Gávea abrigaram alguns desses vôos em 1986. No mesmo ano, o Brasil mandou sua primeira equipe para o campeonato mundial, realizado na Áustria. De lá pra cá, o primeiro parapente foi introduzido no Brasil pelo suíço François Knebel, gerando o surgimento dos primeiros pilotos brasileiros. Pouco tempo depois, um número significativo de praticantes por todo o país já era uma rea-

"MINAS NÃO TEM MAR. MINAS TEM MONTANHAS, MATAS E TEM CÉU. MINAS NÃO TEM MAR. LÁ, QUEM QUISER NAVEGAR TEM DE APRENDER QUE O MAR DE MINAS É EM OUTRO LUGAR. O MAR DE MINAS NÃO É NO MAR. O MAR DE MINAS É NO CÉU, PRO MUNDO OLHAR PRA CIMA E NAVEGAR SEM NUNCA TER UM PORTO ONDE CHEGAR." Rubem Alves lidade. Atualmente, o voo é praticado por mais de três mil pilotos, que utilizam rampas espalhadas ao redor de nosso território. Segundo Mota, que já viu vários casos de pessoas que saíram da cidade para viver em função do esporte, “os três elementos que buscamos em nossa vida são: tempo, saúde e dinheiro. Quem muda sua vida para voar, é porque sente falta do seu tempo. A saúde não é a mesma de antes e, em muitos casos, já adquiriu uma instabilidade financeira”.

Com o clima tropical e o relevo bastante variado das regiões, o Brasil oferece locais diferenciados para a prática. O espírito aventureiro do voador brasileiro descobriu cidades como Governador Valadares, em Minas Gerais e Quixadá, no Ceará, reconhecidas mundialmente pelos amantes do esporte. Hoje, o Brasil é reconhecido no cenário mundial, graças à evolução de seus pilotos e às enormes possibilidades de vôo existentes. Na modalidade de asa-delta, o Brasil já conquistou um campeonato mundial individual, com Pepê Lopes, em 1982, no Japão. Na modalidade do parapente, conta com pilotos de ponta nos campeonatos mundiais. “O esporte, mesmo não sendo tão divulgado quanto gostaríamos, já faz parte da vida de muita gente. Hoje no Brasil, todo mundo quer voar. E para aqueles que querem sentir essa sensação, pode procurar pilotos de parapente habilitados, que realizam o voo duplo. Só tem que ter cuidado pra não viciar!”, adverte Mota. Ao pensar sobre a evolução do voo livre no Brasil, vemos como os veteranos focaram em seus objetivos e atraíram o despertar de novos pilotos, de modo que uma corrente foi sendo formada, onde aqueles que não possuem limites para a liberdade se uniram ao redor de “um amor pelas nuvens, pelo voo dos pássaros e pelo vento batendo no rosto a te chamar”, como diria o piloto Concessio, representante da Federação Mineira de Voo Livre.

Os campeões brasileiros de voo livre 1990

1994

2001

1991

1995, 1996, 1997

2002

Bruno Menescal Daniel Schmidt

1992, 1993 Ruy Marra

Luciano Tcacenco

Foto: Divulgação

André Modelo

Moisés Sodré

Rafael Carvalho

1998, 1999, 2000 2003, 2004, 2005, 2006

2007

Luciano Horn

FRANK BROWN

ONDE PRATICAR EM MINAS GERAIS:

EQUIPAMENTOS:

SERVIÇOS:

MODALIDADES:

- Serra da Moeda - Sete Lagoas - Cambuquira - Araxá - Governador Valadares

Asa Delta: asa, cinto de vôo, pára-quedas reserva, capaceta, bota, luva, GPS e variômetro (utilizado para medir a altitude)

A BHFly reaiza cursos de pilotagem e faz vôos duplos a duração do curso varia de acordo com a técnica de cada auno. O vôo duplo custa R$ 150. Contato: (31) 9988-2982.

- Asa Delta - Asa rígida - Parapente

CURSO: Para iniciar o curso de pilotagem exige-se um minínimo de 16 anos, com autori zação dos pais. Para o vôo duplo, é necessário somente a autorização dos responsáveis.

Parapente: vela (asa), selete (cadeira onde nos assentamos), acelerador, pára-quedas reserva, capacete, bota, luva, capacete, GPS e variômetro.

A escola de Vôo Livre Serra da Moeda também realiza estes serviços. Contato: (31) 9977-7816

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Editor e diagramador da página: Ana Lúcia Bahia, Marina Rigueira e Natália Moreira - 6º período

16 C u l t u r a

o ponto

Belo Ho­ri­zon­te – Fevereiro/2009

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Amanda Lelis 5ºG

Belo Horizonte é negra comemoração do dia da consciência negra na capital mineira reforça O reconhecimento da identidade afro no circuito cultural da metrópole Cláudia Lapouble 5º Período Em meio ao movimento do trânsito, os gritos de vendedores de loterias, barulhos de carros e buzinas, os conhecidos ruídos da cidade, se escuta o som metálico do berimbau, cadenciado pelo batuque do atabaque e o barulho de chuva do caxixi. A cidade para, se forma a roda, o apressado diminui a marcha, as crianças curiosas espiam por debaixo das pernas dos adultos, alguém tira uma foto com o celular. E no centro eles, a pele negra brilhando ao sol, os movimentos mágicos dos corpos se desafiando numa dança-luta. Sons e ritmos da áfrica na cidade selva, capoeira. A capoeira é apenas um exemplo dentre os inúmeros que traduzem a influência que a cultura negra exerce sobre nós, brasileiros. Belo Horizonte é palco para grupos de cultura negra, como o Teatro Negro e Atitude, e para festivais como o FAN – Festival de Arte Negra, que acontece anualmente. Contudo, apesar do grande número de manifestações artísticas típicas da cultura afro brasileira, nem todo mundo conhece e valoriza essa arte que já é antiga, vem da época de nossos mais antigos ancestrais. A capoeira, por exemplo, é uma herança dos escravos , que mantém-se viva até hoje como manifestação cultural tipicamente afro-brasileira. Com 30 anos dedicados à capoeira, mestre Ray, do grupo Oficina da Capoeira, acredita que para além de seu poder de alterar o cotidiano da cidade e “fazê-la viva” a capoeira “contribui junto com outras manifestações para manter viva a cultura herdada dos africanos, pelos seus cantos, movimentos, instrumentos, história”. Ainda segundo o capoeirista, tradição e contemporaneidade se mesclam nessa lutadança: “A capoeira e manifestação popular em sua essencia, a capoeira veio das ruas, dos grandes centros, no Rio de Janeiro, Recife, Bahia, ofereve entretenimento gratuito quando apresentada nas ruas da cidade e encanta pelos seus cantos, ritmos Luta por direitos Mas a cultura negra não se limita apenas a seu papel de valorizar a tradição africana, no mês em que se lembra a morte de Zumbi dos Palmares, considerado o símbolo da luta do negro por seus direitos. O dia 20 de novembro, que desde 1978 é o dia da consciência negra, foi escolhido pela comunidade afro-brasileira com uma data de luta política, em que não apenas o negro, mas toda a sociedade deveria refletir sobre questões como igualdade racial e social. Rita de Amorim, uma das coordenadoras da Fundação Centro de Referencia da Cultura Negra (FCRCN), contou à reportagem de O Ponto que durante o mês de novembro, a cultura negra ganha importância especial.

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Pedro Rocha 5ºG

Confraternização entre bailarinos após apresentação de danças africanas na Praça Sete Pedro Rocha 5ºG

Evandro Nunes, do Teatro Negro e Atitude, destaca a importancia do Festival de Arte Negra “Parece que as pessoas só lembram que existe o negro, e que ele luta por um espaço na sociedade, no mês de novembro. Nessa época chove gente querendo entrevista, querendo que indiquemos grupos para apresentações. Só porque tem o dia da consciência negra, mas nós temos consciência de ser negros e que precisamos lutar, o ano inteiro”, disse Rita. Muito atarefada com a organização dos eventos que o centro preparava para a semana

da consciência negra, Rita nos apresentou rapidamente a FCRCN, que desde 1999 é a entidade principal de coordenação e promoção de políticas e programas sociais para promover a igualdade racial e a valorização da cultura negra em Belo Horizonte. A licenciada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerias, Celeste Libania, 39, conta que, após a Lei 10639, de 2003 - que estabelece como obrigatório o ensino de histó-

ria da África e da cultura negra nas escolas - a produção literária de escritores negros, bem como o número de obras que tem como tema a questão racial ou a cultura afro-brasileira, aumentou significativamente. Porém, Celeste completa, “nem todo esse material é de qualidade, existe muita coisa errada, até absurda. É que a lei provocou uma verdadeira ‘corrida do ouro’, se abriu um mercado editorial que antes não tinha tanta rentabilidade para as editoras”. Fundadora da livraria Sobá, especializada em publicações que abordam aspectos da cultura afro-brasileira, Celeste e sua sócia Rosane Pires, mantêm um projeto de formação de professores, instruindo os educadores sobre como tratar a questão racial com os alunos para assim combater o racismo nas escolas. “Nossa proposta é que a escola dê à criança outras ferramentas, mostre que o negro não se limita apenas a seu passado de mão de obra escrava, que o aluno conheça e saiba valorizar a cultura negra, que é sua própria cultura, para que as vejam além e com essas informações combater situações de racismo em sala de aula”, explica Celeste. Ela conta que a Sobá nasceu das queixas que ela e a sócia recebiam dos professores para quem davam palestras, de que o acesso a obras que auxiliassem na abordagem da questão racial era difícil. “Enquanto fazíamos o curso de letras, a Rosana e eu fazíamos varias pesquisas. Procurávamos material que valorizasse o negro, não o mostrasse na condição de escravo, inferior, como aparece nos livros didáticos”, pontua Celeste. Assim como o mercado editorial, a Lei 10639 trouxe mudanças também na forma como as outras áreas da cultura são tratadas pelos poderes públicos. Conversamos com o presidente do Núcleo de artistas negros, o Negraria, Evandro Nunes, 33. Esse coletivo de artistas, das mais variadas áreas, principalmente teatro, foi apresentado à cidade neste ano, no dia 25 de outubro, em um encontro que reuniu representantes de 45 grupos de arte negra da capital. Segundo Evandro, que também é ligado ao grupo Teatro Negro e Atitude, outro importante expoente da cultura negra na cidade, o Negraria, apesar de recente, é produto de uma necessidade antiga de propor uma reflexão á cidade, fazer com que ela veja o artista negro e reconheça sua importância na construção da identidade cultural do belo-horizontino. Para Evandro, a arte negra tem suas particularidades e por isso deve ser valorizada , “como uma produção negra que não se limita à cor da pele dos artistas, ao contrário, trata-se de uma busca por outra linguagem, de matriz negra, que não segue os padrões do clássico, que foge dos padrões europeus.” Apesar da grande influência na formação do que hoje temos por cultura belo-horizontina, a cidade não agregou esse tipo de expressão artística ao circuito regular. Como já disse

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