Jornal O Ponto - abril de 2010

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Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social Ano 11

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Número 77

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05 de abril de 2010

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Belo Horizonte / MG

Distribuição gratuita

Que venha

Uma vez conquistado o direito de sediar as Olimpíadas, é hora de cumprir o prometido

A

promessa do Rio de Janeiro é sediar, em 2016, jogos inesquecíveis que irão se valer do espírito brasileiro de celebrar a humanidade. Mas para conquistar o título de primeira cidade sul-americana a acolher os jogos Olímpicos, muitas promessas foram feitas. A Cidade Maravilhosa tem seis anos para atender a todos os requerimentos técnicos e padrões exigidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) quanto à infra-estrutura para as competições. As instalações para os jogos ficarão localizadas em quatro Zonas – Barra, Copacabana, Deodoro e Maracanã. Parte delas já se encontra em operação e várias foram desenvolvidas ou reformadas para os Jogos Panamericanos Rio 2007. Conforme sumário executivo apresentado para a candidatura do Rio à sede Olímpica, o estádio do Maracanã e os outros quatro estádios nas cidades que poderão sediar o Futebol (Belo Horizonte, Brasília, Salvador e São Paulo) sofrerão reformas para a Copa do Mundo da FIFA de 2014, quando atingirão padrão olímpico. Mais nove estruturas de competição serão construídas na capital carioca. Para tanto, foram garantidos investimentos no valor de US$ 240 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. Esses recursos serão investidos em infra-estrutura no Rio e demais capitais que receberão os jogos. Além disso, os governos deverão dar suporte aos custos ligados à organização dos jogos. As administrações estadual e municipal terão de destinar recursos para complementar o financiamento da União. Passada a euforia que tomou conta do país, em outubro de 2009, repercutida pela grande imprensa e alimentada pelas instâncias governamentais municipal, estadual e federal, algumas preocupações também

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ganharam destaque. Como evitar que não se cometam “abusos”, como o estouro do orçamento, no estilo do que se verificou nos Jogos Panamericanos? A resposta a essa questão, pelo menos, foi rápida. O Ministério Público do Rio formou uma força-tarefa para fiscalizar os gastos com as Olimpíadas. Mas a roubalheira não seria o único problema que aflige os cariocas. Tanto o COI quanto a opinião publica nacional e internacional se preocupam também com as mudanças necessárias no quadro do transporte público e da segurança local. Foi só abaixar a poeira da festa e duas ocorrências graves trouxeram à tona os gargalos da administração municipal e estadual. Os eventos em questão, os quebraquebras em algumas estações do sistema ferroviário que liga a Baixada Fluminense ao Centro do Rio, ainda na primeira quinzena de outubro de 2009, e a guerra entre traficantes de droga na Zona Norte da cidade, na segunda quinzena de outubro do ano passado. Como é de conhecimento geral, os desafios que se pronunciam são velhos conhecidos dos brasileiros. Se por um lado há a perspectiva de benefícios e ganhos que se tornarão permanentes para o pais, por outro, essas melhorias em áreas vitais como a segurança e o trânsito necessitarão de investimentos permanentes – que já deveriam estar em andamento. Agora é vez de o Rio organizar esse mega evento do mundo esportivo. O know-how para isso os cariocas têm. Esse já é um sonho antigo dos brasileiros e dos sul-americanos. Uma luta que começou tímida, mas, vencido o primeiro round, não há espaço para falhas. Que venha 2010, mas também que se cumpra o prometido. Editor e diagramador:Ana Carolina Freitas, Gabriel Assunção e Jaime Hosken

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02 • Opinião

Editor e diagramador da página: Equipe O Ponto

Belo Horizonte, 05 de abril de 2010

O Ponto

BH sem Time Olímpico? IGOR MOREIRA E FRANCO SERRANO 3º PERÍODO No início de 2010, a Prefeitura do Rio de Janeiro lançou visando os jogos olímpicos de 2016 o “Time Rio”, onde atletas receberão suporte financeiro e de treinamento até 2012. Atletas consagrados como Diego Hypólito e Kaio Márcio já fazem parte deste projeto, que custará aos cofres públicos cerca de R$ 12 milhões. Em meados de março foi a vez de São Paulo confirmar a formação de seu time que, diferentemente da capital fluminense, contará com suporte até o ano das Olimpíadas no Brasil. A verba total a ser gasta ainda não foi definida, mas estima-se que será bem maior que a do Rio, uma vez que os atletas paulistas terão quatro anos a mais de suporte que os cariocas. Já Belo Horizonte não seguirá o mesmo caminho. É o que afirma o secretario Municipal de Esportes Fernando Blazer. Mas, segundo ele, BH não ficará desamparada, uma vez que já conta com a estrutura do Minas Tênis Clube (MTC). Embora não tenha divulgado o valor dos investimentos da prefeitura da capital, Blazer afirmou que os mesmos serão destinados para o clube. “BH não irá ter um time próprio. Se você tem um clube da magnitude do Minas, não há necessidade de investir somente em alguns atletas. A idéia é incentivar quem os forma”, assegura Blazer. Embora o secretário siga esta linha de raciocínio, o próprio MTC possui esportistas como Joanna Maranhão, Nicolas Oliveira, Luciano Correa e Ketleyn Quadros, que poderiam contar com um suporte maior caso fosse montado o Time BH. Ainda não se sabe se a decisão será benéfica ou prejudicial para os competidores mineiros, uma vez que

os atletas de grande porte do Rio e São Paulo terão muito mais apoio financeiro. Em contrapartida, Minas Gerais investirá mais na formação de novos atletas, apostando na estrutura “pronta” do MTC, conforme Blazer, essa é a coisa mais coerente a se fazer. “Vamos confiar em quem já tem tradição há mais de 30 anos e tentar agregar valores, não podemos inventar moda.” Em princípio, a idéia de investir em um clube, no caso o Minas, não parece ruim, mas, então, por que São Paulo não fará a mesma coisa com o Pinheiros, que também tem tradição em formar atletas? Mas não há como ter certeza de que as iniciativas de São Paulo e Rio de Janeiro são as ideais: investir a grande maioria da verba em poucos atletas já consagrados. O Brasil tem a necessidade de formar esportistas, uma vez que o país sede das olimpíadas é obrigado a ter competidores em todas as modalidades. E se a idéia inicial é investir em atletas consagrados, não se sabe como surgirão novos nomes para modalidades como hóquei na grama, badminton, softbol, entre outros. Fernando Blazer ainda afirma que se o Brasil tivesse o foco em um só esporte, conquistaria mais medalhas. Ele cita países como Quênia e Etiópia, que têm o enfoque somente nas corridas de longa distância e possuem mais medalhas que o Brasil na história dos Jogos Olímpicos. Enfim, não se sabe quem está certo nessa história – São Paulo e Rio, ao investirem em atletas consagrados, ou BH, que deverá investir no Minas? O resultado só saberemos em 2016. Mas não se pode dizer que a capital mineira está totalmente fora do circuito olímpico, uma vez que haverá investimentos, mas de maneira diferente das outras capitais do sudeste do país.

o ponto Coordenação Editorial Prof. Aurélio José (Jornalismo Impresso) Professores orientadores Profª. Dunya Azevedo (Planejamento Gráfico) Profª. Beatriz de Resende Dantas (Fotografia) Prof. Reinaldo Maximiano Pereira (Produção e revisão de texto) Monitores de Jornalismo Impresso Franco Serrano e Igor Moreira Monitores da Redação Modelo Ana Clara Maciel e Ana Paula Marum Projeto Gráfico Dunya Azevedo · Professora Orientadora Pedro Rocha · Aluno voluntário Roberta Andrade · Aluna voluntária Logotipo Giovanni Batista Corrêa Universidade Fumec Rua Cobre, 200 · Cruzeiro Belo Horizonte · Minas Gerais Tel: 3228-3127 · e-mail: oponto@fch.fumec.br Presidente do Conselho Curador Prof. Air Rabello Filho Reitor da Universidade Fumec Prof. Antônio Tomé Loures Diretora Geral Profª. Thaïs Estevanato Diretor de Ensino Prof. João Batista de Mendonça Filho Diretor Administrativo e Financeiro Prof. Antônio Marcos Nohmi Coordenador do Curso de Comunicação Social Prof. Sérgio Arreguy Monitores de Produção Gráfica Raoni de Faria Jardim e Danielle Cristine Vaz Monitores do Laboratório de Publicidade e Propaganda Lorena Emídio de Mendonça e Marina Magalhães Barbosa Colaboradores voluntários Amanda Lelis, Pedro Gontijo e Álvaro Castro Tiragem desta edição: 3000 exemplares

foto: Franco Serrano

“BH não irá ter um time próprio. Se você tem um clube da magnitude do Minas, não há necessidade de investir somente em alguns atletas. A idéia é incentivar quem os forma” Fernando Blazer, Secretário Municipal de Esportes

Leia nesta edição Reforma BH é palco olímpico

Sustentabilidade Olimpíada verde

Revitalização do gigante da Pampulha para a Copa de 2014 dará ao estádio excelência para sediar as partidas de futebol olímpicas. Mineirão estará reformado, segundo o governo de Minas, até dezembro de 2012. Página 04

Comitê Organizacional Rio 2016 foca em projeto sustentável baseado em quatro diretrizes: conservacão das águas, gerenciamento do lixo, energia renovável e emissão neutra de carbono. Página 05

Minas Tênis Clube Formação de atletas

Esporte Futsal na espera

Clube mineiro prepara um verdadeiro exercíto de atletas para ajudar o país a conquistar vitórias nos jogos olímpicos do Rio e ficar entre os 10 primeiros no ranking de medalhas. Páginas 06 e 07

Após o sucesso nos jogos Panamericanos de 2007, Comitê Olimpico Brasileiro tenta incluir modalidade nas Olimpíadas Rio 2016. Entrada da modalidade nos jogos do Rio depende de acordo internacional. Páginas 08 e 09

Jornal Laboratório do curso de Comunicação Social da Faculdade de Ciências Humanas · Fumec

Os artigos publicados nesta página não expressam necessariamente a opinião do jornal e visam refletir as diversas tendências do pensamento

Erramos Na edição 75 de O Ponto, publicada em outubro de 2009, na reportagem “O que o espelho mostra e o que eu vejo”, sobre os problemas causados pela anorexia, foi divulgado que Tânia Nogueira é coordenadora do curso de Psicologia da Fumec. Na verdade, a entrevistada é coordenadora do Laboratório de Exames e Avaliação Psicológica (Leap). A coordenadora do curso de Psicologia é a professora Carmem Cristina Rodrigues Schffer.

Hipismo foto: Gabriela Campolina

NOVA GERAÇÃO • Alunos iniciantes em centro hípico de Belo Horizonte; atletas compartilham expectativa de vencer disputas no Rio em 2016. Páginas 14 e 15

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Especial • 03

Editor e diagramador da página: Raoni de Faria Jardim 6º G

O Ponto

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Uma festa de

INCERTEZAS Desde 1896, existe a tradição de o país sede das Olimpiadas apresentar sua arte e cultura. Depois da tão comentada abertura dos jogos de Pequim, começam as especulações de como será a abertura em 2016

Foto: Divulgação/ Site oficial

A baiana Ivete Sangalo prometeu fazer uma música para o Rio de Janeiro

Foto: www.vagalume.uol.com.br

Carlinhos Brown pode se apresentar com o Olodum

O título de Rei deve garantir Roberto Carlos no evento

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Especulação O blog Som na Caixa divulgou uma lista hipotética sobre quais artistas poderiam se apresentar na abertura. Entre os nomes citados estão: Roberto Carlos, que tem o título de Rei da música brasileira; Ivete Sangalo, que poderia repetir a performance de seu aniversário se vestindo de Carmen Miranda, resgatando uma das figuras brasileiras mais conhecidas no exterior; Carlinhos Brown, junto com o grupo Olodum da Bahia, apresentando um show de luzes, algo com o espetáculo chinês das Olimpíadas de 2008; As escolas de samba do Rio e de São Paulo, com as passistas; a

Prováveis atrações da festa de abertura

Foto: Ana Fuccia / Site oficial

No dia 8 de agosto de 2008, a abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, na China, deixou todo o público maravilhado com uma grande apresentação, mostrando a cultura chinesa com danças, artes circenses e um show de luzes e efeitos. “Foi um espetáculo maravilhoso. De disciplina, de muita tecnologia, de luz, de delicadeza. Eles não brincaram em serviço... Foi muito bonito, “clean”, limpo e objetivo. Virou-se a página em questão de aberturas de Olimpíadas. Quem fizer a próxima vai ter que se esforçar para superar” diz Renato Lage, especialista em levar efeitos especiais para a Marquês de Sapucaí, em entrevista ao site globo.com. No dia 2 de outubro do ano passado, o COI (Comitê Olímpico Internacional) divulgou que o Brasil será palco dos Jogos Olímpicos de 2016 e, como sede, o Rio de Janeiro. Com a abertura confirmada para o dia 5 de agosto e o encerramento no dia 21 do mesmo mês, os dois eventos, bem como os jogos de futebol, serão realizados no Estádio do Maracanã. Resta saber quais serão os artistas que estarão em evidência no ano das Olimpíadas.

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), deve apresentar o Hino Nacional e a música tema das Olimpíadas

Foto: Divulgação / Riotur

Foto: Divulgação/ Site oficial

Prováveis artistas que animarão a festa de abertura das Olimpiadas Brasileiras

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), devido ao fato de todas as cerimônias de abertura, até hoje, mostrarem a principal orquestra do país executando hinos nacionais e a música tema dos jogos. O resultado de uma enquete feita neste mesmo blog mostra que os brasileiros querem ouvir músicas de todos os tipos. Uma nota do site O Globo diz que Eduardo Paes, Prefeito da cidade do Rio, convidou a superstar Madonna para cantar no réveillon deste ano e também para se apresentar na abertura das Olimpíadas, o que não agradou os brasileiros, pois a abertura é o momento de mostrar e valorizar a cultura nacional. Mas, segundo Paes, “a abertura de 2016 é especulação distante com Madonna. Certo mesmo é reveillon 2010/2011. Esse dá para o prefeito garantir”. A cantora Ivete Sangalo prometeu em seu twitter que se o Rio fosse eleito para a sede do jogos iria fazer uma música para a cidade. “Vou fazer uma música bem massa se o Rio ganhar”, disse ela. Os organizadores das Olimpíadas do Rio planejam chamar para dirigir a cerimônia de abertura Scott Givens, o mesmo que dirigiu a abertura do PanAmericano de 2007 e que já dirigiu outras oito cerimônias de abertura de Jogos Olímpicos e espetáculos da Disney. A representação da cultura brasileira pode incluir aspectos de cada região do Brasil em particular, como a dança folclórica, o frevo, a capoeira, o samba, o cangaço entre outros. A chance de todos estes gêneros de músicas e danças aparecerem na abertura é muito grande, pois esta mistura é o que valoriza o Brasil. E a partir dela, a apresentação poderá superar todas nossas expectativas para que a imagem do país seja lembrada de forma positiva e as Olimpíadas de 2016 seja um grande marco para nossa história.

Passistas de escolas de samba, atrativos do Carnaval no Brasil, devem se apresentar na abertura

Foto: http://herzog.gazetaesportiva.net

MARIANA SOUSA 2º G

Pelé, o maior símbolo do esporte nacional, também será muito esperado no evento

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04 • Especial

Editor: Francisco Vorcaro - Diagramadores: Pedro Gontijo e Raoni Jardim

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O Ponto

Mineirão de cara nova Gigante da pampulha ganha estrutura mais moderna para a Copa do Mundo e para a Olímpiada 2016

DA

2012. Com isso, o estádio ganhará estacionamento para 2.660 vagas cobertas e 1.040 vagas descobertas, sendo o total previsto de 3.700 vagas; e construção de uma grande esplanada de 69.190 metros quadrados que circundará todo o edifício e terá capacidade para abrigar mais de 70 mil pessoas.

REDAÇÃO

Vários fatores influenciaram a aprovação do Rio como sede Olímpica em 2016, mas um deles se destaca: as benfeitorias ligadas à realização da Copa do Mundo dois anos antes. Neste contexto, os investimentos diretos que serão feitos nos estádios Morumbi, Mineirão, Mané Garrincha e Fonte Nova, ícones do futebol no país, contribuíram diretamente para a conquista da Cidade Maravilhosa na corrida para organizar o evento. Belo Horizonte desponta entre as 12 cidades confirmadas pela Federação Internacional de Futebol e Associados (FIFA) para sediar os jogos da Copa de 2014 e, também, está entre as capitais incluídas no documento de candidatura do Rio para abrigar as partidas olímpicas de futebol. As obras de modernização do Mineirão para a Copa já começaram e o governo de Minas se comprometeu a cumprir o cronograma estabelecido pela FIFA e concluir as benfeitorias até 2012. Isso dará ao estádio a excelência necessária também para sediar as partidas de futebol olímpicas, conforme orme projeto aprovado

Foto: Divulgação/Arquivo Gustavo Penna

Reprodução do estádio do Mineirão após terminado o projeto de modernização pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). A administração estadual prevê que, a partir do de junho de 2010, o Mineirão seja fechado para prosseguir com as intervenções que visam modernizar o estádio, o que deve demorar dois anos e meio. Passo a passo Em relatório apresentado à Secretaria Administrativa do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, no último dia 10 de março, o governo de Minas

apresentou o status das obras da primeira fase do projeto de modernização do estádio. Essa etapa – com prazo estipulado de janeiro a junho – compreende a manutenção, prevenção e correção de anomalias estruturais existentes no Mineirão, medidas indispensáveis às obras previstas para as fases seguintes. Na segunda etapa, serão executados os serviços de escavação – que permitirão o rebaixamento do campo em 3,5 metros,, para que a visibilidade em todo o estádio seja garantida – e

as demolições necessárias às intervenções previstas para a última fase da reforma. Conforme o governo de Minas, a licitação para essa parte da obra está prevista para ser publicada ainda no mês de abril e as obras terão início em julho. A terceira etapa da obra compreende o acabamento na estrutura do edifício, instalação das bilheterias, equipamentos de segurança e câmeras de circuito interno. A promessa do Estado é concluir as obras até dezembro dee

Recursos financeiros Para viabilizar financeiramente o projeto, conforme a assessoria do governo de Minas, o presidente do Comitê Executivo do Núcleo Gestor das Copas do Governo de Minas Gerais, Tadeu Barreto, afirmou que o Estado deverá utilizar a linha de crédito, de até R$ 400 milhões, oferecida pela União para financiamento das obras de modernização dos estádios das cidades-sede da Copa. O anúncio formal do valor que será gasto ainda aguarda a finalização do projeto executivo da modernização do Mineirão e deverá acontecer antes do prazo final estipulado pelo governo federal - 3 de junho unho de 2010.

016 2 a r a p s a t is v e r p s a ç Mudan Reformas e acessos os; mpletamente reformad • Os vestiários serão co com acessos diretos , zes juí e as de atletas áre is ma de s da ma for • Re ectadores; to com imprensa ou esp nta co ja ha e qu sem s, e exclusivo luindo espaços desl metros quadrados, inc • A área “VIP” terá 8 mi criação de mais de 100 com possibilidade de tinados aos lounges e novos camarotes

Meio ambiente

uções que dernização buscam sol mo de ra ob da s pa eta • Todas as ambiente, buscando a edificação sobre o meio reduzam o impacto da mbiental; responsabilidade socioa

Bilheteria e entradas

de atendimento; heterias, com 64 guichês • Construção de novas bil , que permitirão a á por meio de 120 baias • O primeiro acesso ser ra; mil espectadores por ho entrada de mais de 100 rão o acesso de ssi catracas que po bilita 0 25 ão ser , do un seg • No s de uma hora; or do estádio em meno todo o público ao interi

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Segurança

Cidades escolhidas para sediar os jogos da Copa 2014 Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP)

al tal ilância vídeodigita com um sistema de vig icic ci a pa ca • O Mineirão contará e giratório externas com suporte e as ern int ras me ole câ ntr com uma sala de co ão operadas a partir de dade de zoom, que ser central.

Informatização

á equipado com um trônicos; - O estádio ser ele ão ser sos res ing Os • fechamento de sistemas de abertura e o, ess ac de ole ntr co de sistema nicos; portas e sistemas eletrô vídeo vigilância; serão acoplados ao de as tem - Todos esses sis

Área para a imprensa prensa; acesso exclusivo da im a na • Ampliação da área de cia, zon missão, sala de conferên ns tra de ios úd est de • Criação etas; vistas rápidas com os atl es; es mista e área para entre escadas e elevadores de io al oeste, por me ntr ce na bu tri à , o res ess do Ac • 75 observa ras, capacidade para 1.3 me câ ra pa a orm taf • Pla ntaristas e 300 postos para come 1.000 mesas de trabalho

Cidades sedes dos jogos olímpicos no projeto Rio 2016: Belo Horizonte Brasília Salvador São Paulo

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Editor e diagramador da página: Ana Paula Marum, Mariana Campos, Taissa Renda 6ºG

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Sustentabilidade nas Olimpíadas do Brasil Reprodução

Imagem projeta o estádio do Mineirão após as reformas

ALESSANDRA ABRAHÃO COSTA JADE MATOS 2º PERÍODO “Uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz as suasnecessidades sem diminuir as possibilidades das gerações futuras de satisfazer as delas”. Essa afirmação é de Lester Brow, fundador do Worldwatch Institute, uma organização dedicada ao estudo e promoção de uma sociedade ambientalmente sustentável. A vitória do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016 traz quertionamentos sobre a viabilidade dos projetos e o impacto dos mesmos para o meio ambiente. A escolha colocou Belo Horizonte no roteiro das competições de futebol e novos investimentos serão feitos pelo Governo,

com propostas que priorizam a sustentabilidade. O Brasil tem importante papel nas mudanças climáticas, como destacado por uma pesquisa realizada pelo Greenpeace Brasil. Segundo o estudo, o país que está entre as dez maiores economias do mundo, é o quarto emissor de gases do efeito estufa, e possui grande quantidade de recursos naturais. A capital mineira está fazendo sua parte: Belo Horizonte mantêm um Comitê Municipal sobre Mudanças Climáticas e Eco-eficiência que estuda formas de estimular a ampliação de políticas públicas já existentes, como o aproveitamento dos gases produzidos pelo lixo do aterro sanitário, o uso da energia solar nas residências e reciclagem do lixo. O conceito de sustentabi-

lidade é um elemento chave no movimento global. Outras ONGs e instituições agem em prol do meio ambiente, e visam encontrar soluções viáveis para os problemas. Pensando nisso, a Associação Mineira de Defesa do Ambiente (AMDA) busca conciliar a proteção da biodiversidade com o desenvolvimento de atividades econômicas necessárias ao bem-estar humano, através da influência em políticas públicas e atividades privadas, mobilização da sociedade, alianças e parcerias. “O que fazemos, e vamos continuar, também nas Olimpíadas, é trabalhar pra que todas as ações governamentais estejam em consonância com a preservação do meio ambiente e a legislação vigente, exigindo, por exemplo, o cumprimento de condicionantes para aliviar pos-

síveis impactos ambientais”, afirmou Débora Drumond, assessora de imprensa da AMDA. A escolha de Belo Horizonte como uma das cidades-sede da Copa de 2014, já coloca a capital mineira um passo à frente. Novos projetos serão lançados para revitalizar o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida dos habitantes da capital mineira e das inúmeras pessoas que Belo Horizonte irá receber para os eventos esportivos de 2014 e 2016. Até 2012, o principal cartão postal da cidade, a Lagoa da Pampulha, passará por um processo de despoluição, para isso, está previsto um investimento de cerca de R$ 60 milhões em obras pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). O projeto de modernização

de estádios segue as exigências para a realização dos jogos da Copa do Mundo da FIFA de 2014. De acordo com informações divulgadas pelo Governo de Minas, o projeto do Mineirão será desenvolvido com apoio de uma consultoria técnica em sustentabilidade seguindo os requisitos e créditos da Certificação Leed – Greenbuilding, que prevê medidas que buscam o aumento de eficiência no uso de recursos, sem deixar de lado a preocupação com os impactos sócio-ambientais, em edificações civis. A proposta é se aproximar dos preceitos de sustentabilidade de outros Estádios, ao redor do mundo, e obter a certificação “Green” garantindo a redução do impacto da edificação sobre o meio ambiente desde a sua construção.

Por falar em sustentabilidade... Com o objetivo de melhorar a qualidade do meio ambiente, da vida das pessoas e a economia, o Plano Ambiental feito pelo Comitê organizacional das Olimpíadas Rio 2016 será focado em quatro áreas:

Gerenciamento de lixo: Os resíduos sólidos, gerados durante o período das Olimpíadas de 2016, serão tratados e reciclados através de uma cadeia de desenvolvimento sustentável com vantagens sociais diretas para as comunidades vizinhas.

Conservação das águas: Objetivos de curto e longo prazo para recuperação de rios e córregos do Rio de Janeiro. Iniciativa de construir unidades de tratamento, ampliação da rede de esgoto e implantação de programas de educação ambiental

Emissão neutra de carbono: Energia renovável: Amplo uso de fontes renováveis de energia e criação de novos modelos para o controle e redução do consumo energético, implementando tecnologia de ponta brasileira com a utilização de pilhas que usam combustível de hidrogênio, além de células geradoras em todas as instalações esportivas

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As emissões de gases de efeito estufa, produzidas pela realização dos Jogos Rio 2016, serão neutralizadas por reflorestamento. Mais de 3 milhões de árvores serão plantadas em áreas estratégicas da Floresta da Tijuca, totalizando 24 milhões até 2016, plantadas pelo Estado.

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Editores: Carolina Costa, Daniela Souza e Flávia Leão 6º período - Diagramador: Pedro Gontijo 7º período

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O Ponto

Minas reforça exército olímpico

Foto: Leandro Gontijo e Marlene Tavares

Para atender às expectativas do Comitê Olímpico Brasileiro de o país figurar entre os dez primeiros no ranking de medalhas, o clube mineiro concentra esforços também na formação de novos competidores

IGOR MOREIRA PAULA SOARES 2º PERÍODO A escolha do Rio de Janeiro para sede das Olimpíadas de 2016 já está mobilizando todo o país. E não é diferente com o Minas Tênis Clube, um dos maiores formadores de atletas em modalidades olímpicas do país. Há hoje no Minas todos os tipos de atletas, desde meninos que sonham em participar dos jogos no Rio até atletas consagrados que almejam mais medalhas. E o clube sabe que mais uma vez será imprescindível para um bom resultado da delegação brasileira, por isso, já está se preocupando em formar um verdadeiro “exército” de atletas para ajudar o país em uma árdua missão estipulada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB): ficar entre os dez primeiros no ranking de medalhas. O clube tem hoje cerca de mil atletas federados, em oito modalidades olímpicas: vôlei masculino e feminino, natação, basquete, ginástica artística e de trampolim, tênis e judô. A grande maioria desses atletas é formada por garotos e garotas em busca de um lugar ao sol, e de alguém que invista em seu potencial. E no Brasil, o MTC é um dos poucos que proporcionam esse tipo de oportunidade. Dentro de um curto espaço de tempo, esses jovens atletas começarão a ser preparados já visando às olimpíadas de 2016. Os projetos e parcerias da entidade para as Olimpíadas do Rio se encontram no início, mas para o diretor de esportes do Minas, Luiz Gustavo Lage,

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já deveriam estar em um estágio mais avançado, mesmo sete anos antes da competição. Segundo ele, a diretoria minastenista irá se reunir nos próximos meses para decidir o que será feito, para que o clube possa ter ainda mais atletas em condições de brigar por medalhas em 2016. “A diretoria do Minas se reunirá para decidir o que será feito. Podem ter certeza que vem coisa boa por aí. Mas os maiores investimentos continuarão sendo na natação, no vôlei, e no judô, que são os ‘carros chefes’ do Clube”, confirma Lage. Dois atletas do vôlei estão sendo tratados com grande atenção e têm tudo para brilhar no Rio. São eles Ivna Marra e Maurício Borges, ambos com 19 anos e formados no próprio Minas. Ivna foi revelada pelas categorias de base, já Maurício, que foi eleito recentemente o melhor atacante do Mundial Juvenil de Vôlei, chegou ao Minas com 15 anos através de um processo de formação para não sócios do Clube. Maurício chegou inclusive a ser convocado pelo técnico da seleção principal, Bernardinho, para integrar a seleção principal na Copa dos Campeões, disputada no Japão, mas uma lesão o impediu de disputar a competição. Para o chefe do departamento de vôlei masculino, Sérgio Velloso, o jogador estará no auge da carreira nos jogos do Rio e ajudará o Brasil a lutar por mais uma medalha de ouro. “Um atleta que ainda tem idade para ser juvenil, e que é convocado para a seleção principal, é diferenciado. Com toda a certeza Maurício estará ‘voando’ em 2016”, assegura Velloso.

Para a coordenadora do curso de vôlei, Cláudia Caldeira, que trabalha no clube há 19 anos, esse sucesso acontece, principalmente, pelo fato de o clube ser uma grande família de atletas e associados apaixonados pelo esporte, além de visar primeiro a educação e, depois, a competição. Opinião que também é compartilhada por Marcelo Aquino, coordenador do curso de natação do clube há 32 anos. Ele ressalta que seu departamento já deu início ao projeto “Integra Ações”, feito em conjunto com a gerência de esportes para que a passagem dos jovens do nível de aprendizado para a competição seja menos traumática. Tudo isso visando a melhoria dos

métodos de produção esportiva. Porém, para Sérgio Velloso, o segredo está no exemplo que as equipes profissionais do clube provocam nos atletas de base. O contato com campeões olímpicos e mundiais durante o dia a dia de treinamentos faz com que a motivação de um atleta jovem aumente. Enfim, o principal motivo para o sucesso do clube, segundo seus dirigentes, é a preocupação com a formação intelectual e cultural, além da esportiva. Enquanto outras instituições estão focadas apenas em produzir “máquinas de competir, o Minas está preocupado também com a formação do cidadão.

André Nascimento

Ouro Olimpico 2004

Conhecido pela força na mão esquerda, o “canha” é um dos símbolos da geração mais vitoriosa da história do voleibol mundial. Conquistou a medalha de ouro em Atenas (2004) e a de prata em Pequim (2008). Chegou ao Minas com 17 anos e hoje está de volta ao clube após passagens pelo voleibol italiano, russo e grego.

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Especial • 07

Editores: Carolina Costa, Daniela Souza e Flavia Leão 6º período - Diagramador: Pedro Gontijo 7º período

O Ponto

Belo Horizonte, 05 de abril de 2010

Destaques do MTC nos jogos O nadador Fernando Pavan foi o primeiro atleta minastenista em uma Olimpíada. Ele chegou às semifinais dos jogos de Helsinque em 1952. Em 1960, nos jogos de Roma, veio a primeira medalha. O dono do feito foi o jogador de basquete Moisés Blás, que conquistou o bronze com a seleção brasileira. Nos jogos de Munique em 1972, dois dos atuais diretores do Minas fizeram parte da seleção de vôlei masculino, o gerente de esportes Luiz Eymard Zech Coelho e o chefe do departamento de vôlei feminino, Mário Marcos Procópio. Em 1980, o nadador Marcos Matiolli conquistou uma medalha de bronze no revezamento 4x200 livre, nas Olimpíadas de Moscou. A década de 80 poderia ter sido ainda mais gloriosa para o Minas, pois a equipe masculina de vôlei do clube possuía jogadores do nível de Pelé, Henrique Bassi e Helder. Mas estes não eram convocados pelo então técnico da Seleção Brasileira de Vôlei Bebeto de Freitas, que sempre optava pelos jogadores do Bradesco, time rival do Minas, como Xandó, Willian, Montanaro, Renan, Bernard entre outros, que fizeram parte da famosa “geração de prata”. Para Luiz Gustavo Lage não houve boicote e sim um favorecimento da comissão técnica a atletas dos times de São Paulo, por estes atuarem juntos. Soma-se a isso o lobby da imprensa. Um nome que também merece grande destaque é o nadador Rogério Romero, que possui cinco Olimpíadas no currículo, feito alcançado por poucos atletas na história dos jogos. O nadador chegou ao Minas em 1991, ficando no clube durante 13 anos até encerrar a carreira em 2004. Nos dias atuais, vários nomes se destacam. Na natação, Thiago Pereira, que foi finalista nas duas últimas Olimpíadas e Joanna Maranhão, finalista em Atenas/2004, sendo a primeira mulher desde Piedade Coutinho, em 1936, a chegar a uma final olímpica nesta modalidade. No judô, o destaque é Ketleyn Quadros, que foi medalha de bronze em Pequim, se tornando a primeira mulher brasileira a conseguir uma medalha em esportes individuais. Já no caso do vôlei, o grande nome é André Nascimento, que é “prata da casa” e possui duas medalhas olímpicas no currículo, ouro em Atenas e prata em Pequim. O atleta chegou ao

Minas com 17 anos e após uma primeira passagem vitoriosa, retornou ao clube recentemente depois de jogar em países como Itália, Rússia e Grécia. André ressalta a importância do Minas para sua carreira “Quando cheguei ao clube, ainda novo, tive oportunidade de disputar uma superliga, e no ano seguinte chegaram jogadores consagrados como Giba, Maurício e Carlão, o que me ajudou ainda mais”, afirma Nascimento. Tanto Rogério Romero quanto André Nascimento pensam que as categorias de base são fundamentais na formação de novos talentos. Se tal preocupação existisse em todos os clubes do Brasil, estaríamos entre as maiores potências do esporte. Com um investimento maciço e um treinamento firme desde a base, os atletas que participarão das Olimpíadas do Rio terão mais chances na disputa por medalhas. História do Minas Fundado no dia 15 de novembro de 1935, numa reunião em um dos salões do Automóvel Clube de Minas Gerais, por personalidades de Belo Horizonte que almejavam tanto um clube para lazer, quanto para representar a cidade em competições esportivas, o Minas Tênis Clube não só alcançou ambos os objetivos como se tornou uma das maiores potências da história dos esportes especializados no Brasil. Seu primeiro presidente foi Necésio Tavares, um atleta de vôlei que já possuía a ambição de construir um clube poliesportivo nos arredores do bairro Serra. Mas que ao ficar sabendo que a prefeitura da capital mineira já estava construindo um complexo dessa magnitude na Rua da Bahia, juntamente com Waldomiro Salles foram até o prefeito Otacílio Negrão de Lima para que o clube pudesse ser cedido a eles, que passariam a administrá-lo. O que foi prontamente aceito, com somente uma restrição, o nome de Clube passaria de Serra Tênis Clube, nome inicial do projeto de Necésio, para Minas Tênis Clube. Com certeza, nem o mais otimista dos idealizadores desse projeto imaginou que o clube iria obter resultados tão expressivos ao longo de sua história, chegando a ceder inúmeros atletas para os jogos olímpicos, com conquistas desde o passado mais remoto, passando pelos dias de hoje, e com a perspectiva de um futuro de vitórias .

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Fotos dos Atletas: Centro de Memória Brenno Renato

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Editor e diagramador da página: Alexandre Carvalho / Fre

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O Po onto

Inclusão que vale

OUR

Depois de participar dos Jogos Panamericanos no Rio de Janeiro, Futsal tenta fazer parte do pacote de esportes para as Olimpíadas de 2016 CÉZAR VOUGUINHA VICTOR DUARTE 2º PERÍODO Uma quadra, dez pessoas e uma bola. Não é difícil imaginar o que acontecerá ali. Até o mais desinteressado não tem dúvidas que uma partida de futsal, no popular, a famosa “pelada”, está prestes a começar. Essa é uma cena muito comum em todo o país, seja nas escolas, nos clubes ou até mesmo nas ruas. Um dos esportes mais praticados no Brasil busca o seu lugar ao sol, ou melhor, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. São duas versões que explicam a origem do esporte. A primeira diz que o futsal surgiu nos anos 40, no Brasil, para suprir a ausência de campos de futebol. No início jogavam até sete atletas em cada time, mas logo estabeleceram que cinco seria o número ideal. Era praticado em quadras de basquete ou handebol, e ficou conhecido como o “esporte da bola pesada”, pelo fato de os praticantes usarem uma bola que não saltasse muito. A outra versão conta que a modalidade nasceu por volta de 1934, no Uruguai, mais precisamente na Associação Cristã de Moços de Montevidéu e foi batizado como “Indoor-foot-ball”. Devido ao grande crescimento, em 1989, a Fifa assumiu o comando do esporte se tornando a entidade responsável pelos campeonatos internacionais. Independente de qual seja a versão correta, em relação à origem, o Brasil pode ser considerado o país do futsal, pois é o maior detentor de títulos mundiais - seis vitórias em nove edições. Dois destes títulos (1982/1985) foram conquistados quando a organização do Campeonato Mundial ainda era de responsabilidade da extinta Federação Internacional de Futebol de Salão. O país é o maior celeiro mundial de jogadores. Vários atletas

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vão para o exterior (e se naturalizam), para atuar em seleções extrangeiros. E foi do Brasil que saíram dois grandes jogadores da história do futsal, o ex-atleta Manoel Tobias e o atual melhor jogador do mundo, Falcão. O esporte evolui cada vez mais e já possui todos os prérequisitos para conquistar a tão sonhada vaga nos Jogos Olímpicos. É praticado em 140 países em todos os continentes, por homens e mulheres, tem as suas regras unificadas pela Fifa e é constituído como esporte paraolímpico. Preenchendo todas as obrigações para se tornar uma modalidade olímpica, a expectativa divide opiniões entre os profissionais.

“Se não for em 2016, acho que devemos esquecer Olimpíadas e pensar em fortalecer o futsal na Fifa. Se é que ela quer realmente o esporte.” Marcos Sorato Técnico da Seleção Cabreúva, 25 anos, ala da Unisul/Seguridade/Penalty e da Seleção Brasileira, está confiante na inclusão do esporte nos jogos de 2016. “As expectativas são as melhores possíveis. Acho que chegou a hora, um momento muito esperado. Temos que aproveitar que as Olimpíadas serão aqui”, disse. Porém, o otimismo de Cabreúva não é compartilhado pelos treinadores Perdigão, da V&M/Minas, e Marcos Aurélio Sorato, da Seleção Brasileira. Para o treinador da equipe mineira, o futsal ainda está muito longe das Olimpíadas. “Vou ser extremamente sincero. Eu não acredito. Gostaria muito, seria um solavanco que o esporte poderia ter, mas eu não acredito, acho que já está muito em cima. Pelo o que eu li a respeito os esportes já foram

escolhidos”, lamenta Perdigão. Sorato declara ser a última chance para incluir o esporte. “Talvez seja nossa última oportunidade, é o último trem que está passando. As desculpas já acabaram. Os pré-requisitos já estão cobertos. Se não for em 2016, acho que devemos esquecer Olimpíadas e pensar em fortalecer o futsal na Fifa. Se é que ela quer realmente o esporte”. A cautela dos treinadores quanto à inclusão do futsal não é em vão. Além de questões políticas, financeiras e culturais, o quadro de esportes dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 já atingiu seu limite. Em outubro de 2009, o golfe e rúgbi foram aprovados como modalidades olímpicas para os eventos de 2016 e 2020. Com a entrada destes esportes, o número de modalidades confirmadas sobe para 28 e o futsal só conseguirá ser incluído caso ocorra uma substituição, o que é realmente pouco provável. Segundo Aécio de Borba Vasconcelos, presidente da Confederação Brasileira de Futebol de Salão, uma hipótese levantada foi a saída do futebol de campo para dar lugar ao futsal. Em defesa de sua modalidade, Perdigão brinca que seria a favor até da saída do vôlei, mas não acredita que a troca do gramado pela quadra aconteça. “Sou completamente a favor desta troca. Sou a favor de trocar até o vôlei feminino, o vôlei masculino. A questão é que envolve muito mais do que vaidade, é uma questão política e financeira. Como tirar o esporte que mais movimenta dinheiro nas Olimpíadas para colocar o futsal, que é um esporte muito praticado no Brasil, mas no resto do mundo não? Então vou ser honesto, eu gostaria, mas envolve muito dinheiro. Dizem que as placas de patrocínio, as primeiras a serem vendidas, e se vendem com anos de antecedência, são do futebol. Como vão abrir mão de um Ronaldinho Gaúcho, de um Kaká? Não tem jeito!”.

BASQUETE 1904 – Nos jogos de Sant Louis, Estados Unidos, o Basquete foi incluído como esporte demonstração. Passou a ser regular em 1936, Berlim. O Brasil conquistou três medalhas de bronze no masculino e uma de prata e uma de bronze no feminino.

GINÁSTICA 1896 – A ginástica faz parte das Olimpíadas desde a primeira edição em Atenas.

ATLETISMO 1896 – Muito praticado na Grécia Antiga, foi um dos principais esportes da primeira edição dos Jogos Olímpicos, em Atenas. Esteve presente em todas as edições e são diversas as modalidades disputadas nas Olimpíadas.

1896 - A natação foi incluída logo na primeira edição, em 1896, Atenas, Grécia. Porém, as competições eram disputadas no mar, rios e lagos. Nos jogos Olímpicos de 1908, em Londres, Inglaterra, foi criada a Federação Internacional de Natação (Fina) e o esporte passou a ser disputado nas piscinas.

NATAÇÃO

TÊNIS 1896 – O tênis também fez parte da primeira edição, mas deixou o quadro em Londres, em 1928. Retornou em 1988, nos Jogos Olímpicos de Seul, Coréia. O Brasil nunca conquistou uma medalha olímpica nesta modalidade.

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valho / Frederico Rossin / Henrique Carvalho - 6 º Período

O Po onto

Belo Horizonte, 05 de abril de 2010 Sérgio Moraes / Reuters

FUTEBOL 1900 – Foi incluído como esporte exibição na segunda edição, em Paris, na França, sendo considerado oficial em 1908 em Londres. O Brasil nunca conquistou o ouro, ganhando duas medalhas de prata e duas de bronze. A modalidade feminina entrou na grade de esportes em 1996, em Atlanta, Estados Unidos. O Brasil foi prata em duas oportunidades, 2004 e 2008.

HANDEBOL 1936 - O esporte dominado pelos europeus foi incluído em 1936, nos Jogos de Berlim, Alemanha. Porém foi disputado no campo com 11 atletas para cada lado. Retornou ao programa olímpico em 1972, em Munique, já com as regras atuais. As mulheres passaram a competir em 1976, nos Jogos de Montreal, Canadá.

Apesar dos vários títulos, o Futsal não recebe o mesmo reconhecimento que o futebol de campo

Futsal depende de acordo Mesmo sem o poderio financeiro do futebol de campo, Marcos Aurélio Sorato, técnico da Seleção Brasileira de Futsal, não acredita que este seja o principal problema. O técnico da Seleção Brasileira cita o exemplo das Olímpiadas em Barcelona. “Se nós tivemos pelota basca em Barcelona como esporte-exibição, e não é nada rentável, por que não o futsal? Eu morei na Espanha por 13 anos e sei que esse esporte não é nada rentável. Não é pelo rendimento ou pelo econômico, acho que é um problema político. Nós estamos inseridos na Fifa e temos que saber se realmente eles querem brigar por nós, assim como o Comitê Olímpico Internacional aceitar o futsal, que eu acho que tem pré-requisitos suficientes para se tornar olímpico”. Já Aécio de Borba foi breve para explicar a situação. “Quem decide é o COI, e a Fifa pleiteia. Falta eles entrarem em um consentimento capaz de deixar que o futsal não seja moeda de troca. Porque para admitir o futsal eles pedem algo em troca, e a Fifa não dá”. Agora ou nunca O COI informou que em 2013, após os jogos de Londres, em 2012, acontecerá uma revisão em relação aos esportes já confirmados no programa olímpico e esta será a última chance do futebol de salão. Visando esta reunião que decidirá o futuro do futsal nas Olimpíadas de 2016, o presidente da CBFS já está se movimentando para conseguir o objetivo. “Já foi falado com o

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presidente Lula, com o ministro dos esportes, Orlando Silva, com o governador do Rio de Janeiro, com o secretário de esportes do Rio, e com João Havelange, expresidente da Fifa. Tudo que é possível ser feito a Confederação está fazendo.” Para os otimistas, um fator que pode colaborar na inclusão é o Rio de Janeiro como cidade sede das Olimpíadas. A capital carioca foi o local dos Jogos PanAmericanos de 2007 e foi nesta edição que o futsal participou pela primeira vez do evento. A Seleção Brasileira, comandada por Falcão, ganhou a medalha de ouro do torneio, com fantásticas exibições, lotando os ginásios e levando o público à “loucura”. Porém o sucesso na cidade maravilhosa não se repetirá em Guadalajara, cidade sede do Pan em 2011. Em reunião, a Assembleia Geral da Organização Desportiva Pan-Americana, incluiu duas outras modalidades e deixou de fora o futsal. Questionado sobre a exclusão do esporte, o presidente da CBFS mostrou total desinformação. “Não estou sabendo disso não. Porque quem faz o Pan é a Odepa, e ela não deu ainda uma posição sobre a não inclusão”. Visando o processo de transição na Seleção Brasileira, Sorato afirma que as modificações já estão sendo feitas para o Mundial de 2012, e caso seja incluso como modalidade olímpica, essa reciclagem servirá também para 2016. É tarefa difícil encontrar meninos e também meninas, com talento para as quadras. O futebol e o futsal feminino vêm crescendo cada vez mais com a imagem da Marta, (melhor

jogadora do mundo). A modalidade ganhou maior visibilidade e interesse entre as garotas de todo o país. Com a inclusão do esporte no quadro olímpico, o futsal atrairia ainda mais a atenção das crianças em todo o Brasil. “Fazendo parte dos Jogos Olímpicos, o esporte passa a ser mais atraente para as crianças, que não terão tanta pressa para deixar as quadras”, defende Gildo Duarte, professor de Educação Física e coordenador de futsal do Colégio COC/Efigênia Vidigal de Belo Horizonte. Mesmo sendo um dos esportes mais populares do Brasil, o futebol de salão ainda está longe de obter a grandeza do futebol de campo. A falta de patrocínio e a pouca divulgação faz com que a modalidade não tenha o mesmo prestígio dos gramados. Outro ponto que impede o crescimento do futsal no país é a questão cultural. O Brasil já é conhecido como o país do futebol, e mesmo com os títulos conquistados nas quadras, o esporte não conseguiu os milhões de seguidores do campo. Rio 2016 Buscando reconhecimento e visibilidade, o futsal luta por uma vaga nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. Esta inclusão acarretaria na valorização dos profissionais e na solidificação de uma modalidade tão popular e praticada. Incluí-lo nos primeiros Jogos Olímpicos realizado no Brasil, seria uma forma de agradecimento pelos grandes títulos conquistados e talentos revelados, não só para o futebol de salão, mas também para os gramados mundiais.

VÔLEI 1964 - A primeira participação do Vôlei foi em 1964, em Tóquio, Japão. Em 1996 foi incluída uma nova modalidade, o vôlei de praia, para duplas masculinas e femininas.

JUDÔ 1964 – O esporte inventado pelos japoneses foi incluído pela primeira vez nas Olimpíadas disputada em Tóquio. Os inventores dominam a modalidade e são os maiores vencedores de medalhas olímpicas.

FUTSAL

2016?

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Editor: Fernando Kelysson 6º período - Diagramador : Pedro Gontijo 7º período

Belo Horizonte, 05 de abril de 2010

O Ponto Foto: Pedro Gontijo

DOPING um parceiro nada olímpico Com o desafio de sediar as Olimpíadas de 2016, cresce no Brasil a preocupação com a reputação dos atletas anfitriões em relação ao uso de substâncias proibidas; dezenas de atletas já foram flagrados FRANCO SERRANO 2º PERÍODO Passada a euforia da escolha do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016, muitos são os desafios que se colocam diante dos brasileiros e principalmente da comissão do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) que irá organizar os jogos. Um deles é a reputação de seus atletas. Os anfitriões, mais do que ninguém, devem ser os primeiros a dar exemplo. Em 2009, o aumento de casos de doping envolvendo brasileiros atingiu o número de 38 atletas, a maioria deles no atletismo. Isto levanta uma discussão ética que gera muita polêmica entre comentaristas, atletas, médicos e treinadores. Até agora, o Brasil possui vários atle-

tas condenados e muitos respondendo a processos, entres eles, a nadadora Rebeca Gusmão e a ginasta Daiane dos Santos, e ainda sete da equipe bragantina Rede Atletismo. Alguns atletas culpam seus treinadores pela má orientação quanto ao uso de substâncias proibidas e os treinadores, por sua vez, acusam seus atletas de displicência no uso de medicamentos de caráter pessoal. O que muita gente não sabe é que as substâncias dopantes podem estar presentes em muitos medicamentos de uso comum, como no caso do jogador Romário que foi pego por uso de Finasterida, uma substância diurética que como efeito colateral provoca redução de queda no cabelo. A World Anti-Doping Agency (Wada) condena o uso desta substância, mas já existem meios de descobrir a

quantidade de ingestão, por isso Romário não foi condenado e ficou suspenso 30 dias preventivamente. A Finasterida é conhecida de longa data no futebol. No começo de 2007, o zagueiro Marcão, que então atuava pelo Inter–RS, foi pego e ficou 120 dias suspenso. Ainda no futebol, temos como exemplo um caso considerado grave: O jogador Dodô, que atuava pelo Botafogo–RJ, foi pego por uso da substância Femproporex, um medicamento controlado da classe das anfetaminas. Segundo Dodô, ele não tomou o medicamento por vontade própria, se dizendo coagido. Após trocas de acusações e de ter recorrido em vários órgãos da Justiça Desportiva, Dodô foi suspenso pela pena máxima de 2 anos. Umas das saídas para um atleta bem intencionado não ser pego despreve-

Como surgiu a prática Registros históricos confirmam que o homem descobriu substâncias dopantes a mais ou menos 3000 anos antes de Cristo. Naquela época, os sumérios extraíam um látex da papoula que denominaram de Ópio. Desde então o homem vem descobrindo várias sustâncias que estimulam nas mais diversas situações, desde aplacar uma dor qualquer até desmaios súbitos e anestesias gerais. No esporte, acredita-se que o doping tenha surgido na Europa do século XVI, através de estimulantes a base de cafeína. Muito depois, em 1806, um aprendiz de farmacêutico chamado Friedrich Sertuner isolou o principal alcalóide do ópio e, em alusão a Morfeu, a batizou de morfina. Em 1919, um famoso farmacêutico japonês, conhecido como Ogata, sintetizou a anfetamina, tornando o doping cada vez mais incidente no esporte. Durante as Olimpíadas de Inverno de 1968, em Grenoble, na França, o Comitê Olímpico Internacional (COI) formou uma comissão de

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cinco médicos, um bioquímico e um químico que unificaram todas as deliberações e leis existentes, criando o primeiro código unificado de doping. Antes dos jogos do México, em 1972, todos os comitês nacionais receberam aquela que seria a primeira “lista proibida” (a lista de substâncias proibidas pela WADA), como ficou conhecida entre os atletas e comitês olímpicos, mas devido ao acesso tardio à lista, muitos atletas ameaçaram não disputar os jogos de inverno do México e alguns até protestaram na Vila Olímpica. O doping no esporte, com o passar dos anos, se sofisticou. Com o montante de dinheiro envolvido em premiações e o patrocínio insuficiente, na maioria dos esportes, os atletas se vêem tentados a alcançar o topo e muitas vezes utilizam meios ilícitos para isso. Muitas vezes alia-se a ganância com a vontade desmedida por resultados,daí as proibições homologadas não se tornam um grande obstáculo a ser transposto por um competidor.

nido no exame anti-doping é uma sincronia de trabalho entre médico, treinador e o próprio atleta. É o que aconselha o ex-nadador do Minas e representante do Brasil em 5 Olimpíadas, Rogério Romero. “Não é só o atleta o culpado, mas sim toda uma conjuntura. Cada caso deve ter uma motivação, mas o objetivo final é a medalha ou o recorde” explica Rogério. Não existe uma comissão formada pelo COB, mas mesmo assim a federação se mostra decepcionada com os 26 casos de doping confirmados no Brasil. Ela cobrará explicações convincentes dos atletas e de seus treinadores. Somado ao escândalo da equipe Rede Atletismo, outros 10 casos foram confirmados no atletismo, quatro no ciclismo, dois no vôlei e um na natação, na ginástica artística e no triatlo.

Caminhos da Justiça Para o advogado especialista no assunto e presidente da associação anti-doping da confederação brasileira de atletismo, Thomas Mattos de Paiva, o Brasil precisa urgentemente de uma agência anti-doping unificada, pois sem ela o país não tem condições nem de sediar a Copa de 2014 e nem as Olimpíadas de 2016. Ele acredita que ela será criada ainda em 2010 e precisa apenas de aprovação na câmara e no senado. Thomaz também acredita que devem ser estipuladas penas próprias para punir os treinadores e médicos julgados culpados, mas ressalva que hoje, o regimento antiAcervo pessoal doping está mais equilibrado com os dos países considerados potências no esporte. “Quando um atleta é acusado no exame anti-doping ele deve apresentar um comunicado formal à sua federação se explicando e defendendo, após isso ele será julgado em algumas esferas, que vai desde o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) até a Corte Arbitral do Esporte. A suspensão máxima é de dois anos para o réu primário, sendo reincidente ele pode ser até banido Dr.Thomas Mattos do esporte”. Conclui o advogado.

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Editor: Fernando Kelyson 6º período - Diagramador: Pedro Gontijo 7º período

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Belo Horizonte, 05 de abril de 2010

Os casos que marcaram o Brasil e o mundo Maurren Maggi Às vésperas do PAN de Santo Domingo, em 2003, Maurren Higa Maggi foi acusada de uso da substância Clostebol, um cicatrizante encontrado no creme Novaderm, o qual a atleta fez uso após uma depilação definitiva. Com isso Maurren ficou de fora das Olimpíadas de Atenas, em 2004, e voltou a competir em 2006.

Site oficial - Pequim 2008

Maurren brilhou no PAN de 2007 no Rio, levando o ouro, já havia conseguido o feito também em 99, no PAN de Winninpeg. Um ano mais tarde Maurren chegou como uma das favoritas às Olimpíadas de 2008. Os comentaristas viam apenas a russa Tatiana Lebedeva como potencial candidata a desbancar Maurren, as duas travaram uma disputa emocionante. No primeiro salto, a brasileira marcou 7,04 m, e a russa teve de correr atrás para se igualar. Maurren queimou todos os outros saltos, com exceção do último, que marcou 6,76. Ladeneva tinha o último salto para pegar o ouro, mas saltou 7,03 e ficou a um centímetro da marca brasileira. Depois de ficar suspensa por dois anos em função do doping, Maurren foi campeã olímpica.

Rebeca Gusmão Muitos espectadores se assustaram ao ver, no PAN do Rio de 2007, uma nadadora de corpo másculo, com um desempenho surpreendente nas piscinas, conquistando um caminhão de medalhas. Enquanto ela comemorava seu alto rendimento dentro da água, a comissão antidoping da ODEPA (Organização Desportiva Pan-Americana) já analisava suas amostras de urina. O resultado seria divulgado apenas no mês de novembro, momento em que a dúvida foi sanada: níveis de testosterona no sangue de Rebeca estavam muito acima do permitido. No exame contra-prova, exames de DNA constataram que a urina do segundo exame não pertencia à mesma pessoa do primeiro. Além de ser suspensa por dois anos, Rebeca enfrentou um processo por falsidade ideológica, que por falta de provas foi arquivado. Logo após o PAN, em setembro de 2007, foi divulgado mais um resultado positivo de Rebeca, o processo se arrastou por 2 anos e no final, o Tribunal Arbitral do Esporte determinou que por ser reincidente em um caso de doping, e julgada culpada em ambos, Rebeca seria banida do esporte profissional.

www.globoesporte.com

Daiane dos Santos No dia 30 de outubro, o Brasil foi pego de surpresa com a notícia de que a ginasta Daiane dos Santos havia sido pega no exame anti-doping, realizado em junho de 2009. Foi encontrada furosemida no corpo da atleta, um diurético proibido pela Federação. A ex-técnica de Daiane, Adriana Alves, que já tinha aconselhado a atleta a se aposentar devido ao desgaste do seu corpo, disse que o doping de Daiane só pode ter dois motivos: tratamento para emagrecer ou intenções de mascarar algum remédio mais forte que pudesse ajudá-la em sua recuperação após a cirurgia. Daiane recorreu, através de seu advogado e ainda aguarda uma posição da WADA. Site oficial - Pequim 2008

Casos de grande repercussão mundial Após bater o recorde mundial e levar o ouro nos 100 metros rasos, ainda durante as Olimpíadas de 88 em Seul, na Coréia do Sul, o canadense Ben Johnson também foi pego no exame anti-doping. Após perder a medalha de ouro, Johnson confessou ter se dopado no mundial de 1987, tempos depois, seu treinador confessou que ele se dopava desde 1981. E não para por ai, há outros grandes casos de doping no esporte, alguns foram descobertos e outros não. Andre Agassi, Maradona, Usain Bolt e Michael Phelps, admitiram o uso de drogas durante suas carreiras esportivas. Também Marion Jones, velocista, que teve de devolver cinco medalhas que conquistara em Sydney 2000.

www.sporting-heroes.net

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Editores: Rodrigo Ottoni e Nathália Barros 6º período - Diagramador: Igor Moreira 3º período

Belo Horizonte, 05 de abril de 2010

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Sucesso alia esporte e educação Receita dos EUA é investir nos atletas desde a infância, preparando os competidores para que obtenham um bom desempenho físico e psicológico, comprometendo-se também com a qualidade da educação RENATO BLASI MARINA BHERING 2º PERÎODO “Eles conseguem interligar o esporte com o estudo criando um bom balanço para as crianças” - afirma Gustavo Velloso, atleta da University of Colorado há um ano e meio. Nascido em BH, e com passagens pelo futsal do Minas e Atlético-MG, foi selecionado para jogar futebol nos EUA e ganhou bolsa para estudar na universidade. O segredo do sucesso norte-americano nas Olimpíadas está na preparação. Os atletas são preparados física e psicologicamente desde cedo para serem futuros campeões. Eles crescem sabendo que seus talentos em diversos esportes e bom desempenho acadêmico podem garantir uma oportunidade nas melhores faculdades norte-americanas. Grande parte dos bairros possui centros esportivo para uso constante dos moradores. Neste sentido, o Brasil ainda deixa a desejar. Falta incentivo e boas condições à prática de esportes. Assim como Velloso, vários outros jovens do mundo inteiro ingressam em diversas universidades nos EUA buscando melhores condições para atingir seus objetivos no esporte. Hoje é possível encontrar empresasque promovem essa oportunidade , além dos olheiros. Bernardo Cozzi, coordenador regional de bolsas esporti-

www.chicagotribune.com

O presidente norte-americano Barack Obama durante evento na Universidade de Oregon vas da empresa Daquiprafora, em Minas Gerais, explica: “para ser selecionado para jogar e competir por uma universidade nos EUA, o atleta vai precisar ser avaliado pelo técnico da universidade. Como é difícil esses técnicos irem para outros países, fazemos vídeos desses atletas e encaminhamos para os treinadores.” Ele procura atletas com o perfil exigido pelas universidades norte-americanas, ou seja, ótimo nível técnico e inglês intermediário. Segundo Cozzi, a estrutura nos Estados Unidos é a melhor entre todos os países. Somente nas técnicas de reabilitação o Brasil é superior em alguns pontos. “Trazemos com a gente a

inteligência do jogo e somamos com o alto condicionamento físico adquirido aqui,” afirma Marcella Braz, atleta brasileira do Midland College – Texas desde agosto do ano passado. Um dos principais fatores que diferencia os dois países é o investimento. Os EUA possuem mais recursos para investir; e sabem onde aplicar “Lá, esporte e educação andam juntos. O atleta não precisa deixar de lado os estudos para se tornar profissional; ao contrário - se a vida acadêmica não vai bem, adeus competições. Ou seja, a preocupação não é apenas em formar atletas, mas cidadãos”, relata Cozzi. Desde a High School, os estudantes norte-americanos

são incentivados a praticar esportes. O que não acontece no Brasil. “Fui vista por um empresário que me fez o convite. Aceitei por amor ao voleibol, pois estava chegando a hora de me decidir entre o vôlei e os estudos. No Brasil, infelizmente, essa conciliação nem sempre é possível, enquanto aqui é o segredo do sucesso”, conta Marcella. Nos EUA, as universidades custeiam todos os gastos de competições, treinos e viagens, enquanto no Brasil somente atletas de grande porte conseguem patrocínio. O nadador brasileiro César Cielo, fez sua preparação para as olimpíadas de Pequim nos EUA e foi

o único competidor do país a conquistar uma medalha de ouro em sua modalidade. Antes de Cielo, Gustavo Borges e Ricardo Prado já haviam trilhado esse caminho: estudar e treinar nos EUA para obter sucesso profissional. Uma vez nas universidades, os estudantes participam de campeonatos promovidos pelas chamadas ligas universitárias, entre elas a “National Collegiate Athletic Association” (NCAA). A NCAA é a entidade máxima de esportes universitários nos EUA. Ela organiza e gerencia competições regionais e nacionais entre as universidades do país. Os principais esportes em que a liga organiza competições são: Beisebol, Basquete, Boliche, Boxe, Cross Country, Esgrima, Hóquei de Grama, Futebol Americano, Golfe, Ginástica, Hóquei no Gelo, Atletismo, Lacrosse, Tiro, Remo, Esqui em equipe, Softbol, Futebol, Natação, Tênis, Voleibol, Pólo Aquático e Luta Livre, sendo comprometida com a qualidade de educação dos estudantes/atletas. Os times profissionais das grande ligas norte-americanas buscam seus atletas em seleções denominadas drafts, formadas com os melhores atletas das universidade em cada modalidade. Esse comprometimento é um dos motivos de os EUA ser a maior potência olímpica da história, ficando 15 vezes no topo do quadro de medalhas.

Lendas Olímpicas Michael Phelps

Mark Spitz campeonatos mundiais de Atletismo, oito delas de ouro. Sua carreira se estendeu de 1979, quando alcançou uma posição na classificação mundial, até 1996, quando ganhou seu último título olímpico. Michael Johson foi detentor do recorde mundial dos 200 metros rasos entre 1996 e 2008 com 19,32 segundos (superado

apenas em 20 de agosto de 2008 por Usain Bolt) e detentor dos recordes mundiais de 400 metros rasos (43,18 segundos) e revezamento 4 x 400 metros. Ganhou quatro medalhas de ouro olímpicas e foi campeão do mundo de atletismo nove vezes. Foi o primeiro homem a vencer os 200 e 400 metros rasos na mesma olimpíada, em 1996 em Atlanta. Michael Jordan, o maior jogador de basquete de todos os tempos, participou de dois Jogos Olímpicos ganhando a medalha de ouro em ambos. Primeiro foi em Los Angeles, 1984, derrotando a Espanha na final ainda como universitário e, posteriormente, em 1992, em Barcelona, liderando o Dream Team original, provavelmente a melhor equipe de basquete-

Michael Jordan

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Michael Fred Phelps II, conhecido mundialmente como Michael Phelps, é considerado um dos maiores atletas de todos os tempos. Já quebrou trinta e sete recordes mundiais, além de ser o atleta norte-americano com mais medalhas na história das olimpíadas com dezesseis outros, se tornado o principal concorrente ao posto de recor-

dista de medalhas douradas que é ocupado por Larissa Latynina da extina União Soviética, com dezoito. Além disso, conquistou o maior número de medalhas de ouro (oito) em uma única Olimpíada, feito este realizado nos jogos de Pequim, em agosto de 2008. O recorde e a condecoração de maior atleta olímpico por muito tempo pertenceram a Mark Spitz, que entrou para a história dos jogos olímpicos em Munique, 1972, ao conquistar sete medalhas de ouro na natação. Entre as provas vencidas por Spitz, estão os 100 e os 200 metros livres, consideradas as provas mais importantes da modalidade. Carl Lewis ganhou 10 medalhas olímpicas, sendo nove de ouro, além de 10 medalhas nos

bol da história. O time contava com lendas como Magic Johnson e Larry Bird. A tenista Serena Willians está incluída na restrita lista de jogadoras que tem em seu currículo, todos os Grand Slams da turnê feminina e duas medalhas de ouro conquistadas nas duplas, em 2000 nos jogos de Sidney e em 2008 em Pequim.

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Editor e diagramador da página: Lívia Martins e Raquel Garcia

O Ponto

Belo Horizonte, 05 de abril de 2010

Governo se prepara para financiar os Jogos Olímpicos Os gastos com infraestrutura e melhorias para os jogos do Rio devem consumir cerca de R$ 29 bilhões

A cidade do Rio de Janeiro vai sediar as olimpíadas de 2016, após três tentativas malsucedidas nos anos anteriores. Agora, o governo brasileiro pode se preparar para colocar a mão no bolso. Os gastos com infraestrutura e melhorias para o Rio visando, exclusivamente, os Jogos Olímpicos de 2016, devem consumir R$ 29 bilhões, segundo previsão da Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro. Deste total, a estimativa é que a esfera estadual seja responsável por menos de R$ 1 bilhão, enquanto o restante deverá ser repartido pelos governos federal e municipal e pela iniciativa privada. “São investimentos que a cidade precisa. Todos os cariocas querem que aconteça para melhorar a cidade” , comenta o prefeito do Rio, Eduardo Paes. O secretário geral do Rio 2016, Carlos Roberto Osório, comentou o orçamento apresentado, justificando que ele foi planejado levando em consideração a crise financeira mundial e que a cidade apresentou uma proposta segura com todas as garantias do Comitê Olímpico Internacional (COI). Para o governo federal, a situação parece estar sob controle. A então Ministra-chefe da Casa Civil e candidata do PT à presidência nas eleições de 2010, Dilma Rousseff,

afirmou que o governo vai montar uma estrutura especial na Controladoria Geral da União (CGU) para garantir a transparência dos gastos para a realização dos jogos. Em entrevista coletiva concedida logo após o anúncio da vitória do Rio, Dilma afirmou que “sem sombra de dúvida” a CGU acompanhará os gastos e informou ainda que as despesas deverão ser publicadas no Portal da Transparência do governo federal, na internet, assim como fazem com todos as demais despesas. Comissão Especial Os projetos, as obras e os investimentos das Olimpíadas de 2016 e da copa de 2014 serão acompanhados também por uma nova comissão do Ministério Público do Rio. Em uma ação pioneira, o MP anunciou a criação da Comissão Especial, em que promotores e procuradores da Justiça atuarão. O principal objetivo da comissão é acompanhar, desde o início, todas as ações que envolvem os dois eventos esportivos que serão realizados no Rio de Janeiro. De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal The New York Times, antes da escolha do Rio para sediar as olimpíadas, já apontava-se o favoritismo da Cidade Maravilhosa. Para o jornal norte-americano a candidatura do Rio de Janeiro é a que faz “mais sentido economicamente”. Ainda

foto: Divulgação/ www.rio2016.org.br

BRÁULIO MACHADO VICTOR ANTONINI 3º PERIODO

segundo o jornal, a maioria dos candidatos mantiveram os custos em um nível razoável, mesmo com a cidade de Chicago prometendo financiar os Jogos Olímpicos com a iniciativa privada e Madri em

Divulgação: www.urutau.proderj.rj.gov.br

O prefeito do Rio, Eduardo Paes

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que 80% de todas as instalações já estariam construídas ou com as construções em andamento. A proposta do Rio de US$14 bilhões está bem acima das outras em termos de custo.

A construção do Parque Olímpico do Rio faz parte do orçamento para a revitalização do bairro Barra da Tijuca

foto: Divulgação/ www.imprensa.rj.gov.br

Sérgio Cabral - Governador do Rio de Janeiro

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Editores: Gabriela Machado, Michelle Cristina, Raíssa Rodrigues 6º período - Diagramador: Amanda Lélis 8º período

Belo Horizonte, 05 de abril de 2010

O Ponto

Um salto para a conquista Embora pouco divulgado, hipismo brasileiro tem nomes de peso e a perspectiva dos atletas mineiros é ocupar o pódio no Rio, em 2016, fazendo festa e popularizando a modalidade no maior evento mundial Fotos: Gabriela Campolina - 5º período

Entenda a prova da Confederação Brasileira de Hipismo Cavaleiro e cavalo devem percorrer uma pista de aproximadamente 700 metros transpondo obstáculos numerados de 1 a 12 ou de 1 a 15. Cada conjunto inicia a prova com pontuação zero e a cada falta cometida, ou seja, a cada obstáculo derrubado por um toque do cavalo, acumulam-se quatro pontos. O vencedor será aquele que finalizar a prova com o menor número de pontos no menor período de tempo.

ISABELLA MONTEIRO RENATA WILLIG 2º PERÍODO Esporte conhecido pelo caráter nobre, elegância e beleza, o hipismo surgiu na Europa, especialmente na Inglaterra, através do costume dos ingleses de utilizarem cavalos na caça a raposas. Superar dificuldades como troncos, riachos e declives, que os caçadores encontravam pela floresta era a principal função desses cavalos. Porém, o desenvolvimento da atividade como esporte aconteceu apenas no século XIX, quando foram criadas as primeiras pistas com obstáculos exclusivamente para a prática de saltos. Foi neste mesmo século, no ano de 1896, na primeira Olimpíada da Era Moderna, em Atenas, que o Hipismo iniciou sua participação em jogos olímpicos. Entretanto, serviu somente como esporte de demonstração, sendo incorporado definitivamente aos jogos no ano de 1912, em Estocolmo, na Suíça.

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O Hipismo no Brasil Os primeiros clubes hípicos no Brasil tiveram início apenas um ano antes da realização das Olimpíadas de Estocolmo. A Hípica Paulista e o Clube Esportivo de Equitação do Rio de Janeiro foram os pioneiros, e sua criação foi uma consequência da difusão dos princípios de cavalaria, muito comuns nos exércitos e antes praticados somente na Europa. O esporte ganhou dimensões maiores no Brasil na década de 40, surgindo a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), em 1941, além das diversas federações estaduais como a Federação Hípica de Minais Gerais (FHMG), e também as novas regras do esporte que perduram até hoje. Os atletas de destaque Com o passar dos anos, começaram a surgir atletas brasileiros consagrados dentro e fora do território nacional. Nomes como Luiz Felipe de Azevedo, André Johannpeter,

Álvaro Affonso de Miranda, Victor Alves Teixeira e Bernardo Alves Rezende foram os responsáveis por trazer para o Brasil as principais vitórias nos circuitos hípicos mundiais. Além desses, a principal referência do hipismo nacional atualmente é o filho de Nelson Pessoa, Rodrigo Pessoa. Rodrigo teve a difícil tarefa de substituir o pai, considerado um dos melhores cavaleiros de todos os tempos, e vem obtendo sucesso. Ele integrou a equipe brasileira que conquistou a medalha olímpica de bronze em Atlanta (1996) e em Sidney (2000), além de ter ganhado medalha de ouro individual em Atenas (2004), sendo essas três as únicas vitórias do hipismo brasileiro nesta competição. Mas esses resultados prometem não parar por aí. Para Pedro Paulo Lacerda, professor de hipismo e proprietário do Centro de Preparação Equestre da Lagoa (Cepel), centro hípico localizado na

região norte de Belo Horizonte, os atletas brasileiros e mineiros têm grandes chances de conquistar medalhas nas duas próximas Olimpíadas, a de 2012,, em Londres, e a de 2016, no Rio de Janeiro. “Um dos cavaleiros brasileiros mais vitoriosos em todo o mundo, o atleta Bernardo Alves, treinou no Cepel e fez sua formação em Minas. Acredito que ele tem capacidade e técnica suficiente para trazer uma medalha para o nosso país. Além disso, tenho vários alunos que poderiam star nas Olimpíadas, pois não estar altam dedicação e dom, mas é faltam ecessário ter um bom cavalo. necessário Um bom conjunto é essencial”, declarou eclarou Lacerda. Participar de uma Olimpíada é, com certeza, o sonho de qualquer uer atleta, como afirma o cavaleiro iro Sergio Marins, campeão brasileiro rasileiro e mineiro, e representante entante do Brasil nos jogos de ydney Sydney 000), (2000), termirminando ando a

competição em 11° lugar. “Estar nos jogos olímpicos é o sonho de qualquer cavaleiro, porém é preciso ter o emocional preparado para possivelmente voltar frustrado , relatou Marins. frustrado”

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Editores: Gabriela Machado, Michelle Cristina, Raíssa Rodrigues 6º período - Diagramador: Amanda Lélis 8º período

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Especial • 15 Belo Horizonte, 05 de abril de 2010

Esporte é competitivo Assim como nos demais esportes, o grande número de bons atletas torna o hipismo um esporte competitivo. Mas este não é o único empecilho, cavaleiros e amazonas ainda têm que enfrentar outro problema. “Os grandes centros hípicos estão na Europa junto com os grandes campeões do mundo e com os melhores cavalos, o que acaba por fazer com que a maioria dos nossos atletas migrem para lá”, afirma Pedro Paulo Lacerda. “As hípicas brasileiras são consideradas de nível excelente pelos nossos cavaleiros e amazonas, mas ainda falta o investimento em cavalos aptos a competirem de igual para igual com os que vem de fora. O hipismo brasileiro está precisando de melhores animais para que os principais cavaleiros possam representar o país, como representaram no passado”, alerta Victor Alves Teixeira, cavaleiro mineiro que já foi campeão brasileiro e sul-americano, que montou durante grande parte da sua vida no Clube Hípico de Santo Amaro, em São Paulo. Esses animais de nível olímpico possuem um preço de compra altíssimo, que pode variar entre €500 mil até dois milhões de euros. No entanto, para quem quer começar a montar, não há necessidade de comprar logo um cavalo. As escolas de equitação oferecem animais para a ini-

ciação no esporte, sendo o custo mensal de apenas R$ 200 em média. Mas, para quem deseja ter seu próprio animal, existem aqueles com valor acessível O sonho e a persistência Entretanto, é necessário atrair a atenção dos patrocinadores dispostos a investir nos atletas para que mais conquistas aconteçam e consequentemente, o crescimento e divulgação do esporte. “A falta de estímulo não faz desaparecer em nós cavaleiros a vontade de representar o Brasil em uma Olimpíada. Pelo contrário, só faz crescer o desejo de divulgar o esporte e atrair a atenção de todo o mundo para o Hipismo Brasileiro” ressalta Bruno Sa Grise, 22 anos, cavaleiro do Cepel e que está no esporte há 11 anos. O Brasil irá investir na cidade do Rio de Janeiro mais de R$ 22 milhões em estrutura para receber os jogos olímpicos e nada mais justo do que reverter gastos e esforços em alegrias e comemorações, através de vitórias e consagrações brasileiras em território nacional. Por isso, dedicação, força de vontade, persistência, além de investimentos devem ser aspectos desenvolvidos nesses sete anos que restam até 2016. Desta maneira, o sonho de ver a bandeira brasileira estendida no alto do pódio, crescerá a cada dia em cada cidadão brasileiro apaixonado pelo hipismo.

Alunas mirins campeãs nas provas de equitação em centro de treinamento na capital

As hípicas mineiras oferecem infra-estrutura e cavalos para iniciantes no esporte

0 1 0 2 o ã o i ç a m c i ê Pr mun M aiores in o formaçõ C e n e s a A g ê d ncia Mod elo Tema: Copa do mundo - África do Sul 2010 Categorias: Jornalismo e Publicidade

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16 • Especial Belo Horizonte, de 05 abril de 2010

Editora e diagramadora da página: Equipe O Ponto

O Ponto

Fotos: Divulgação/Site Riotur

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