Esperança em 5ml Página 4 vu Di ç lga ão
Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo Ano 12
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Número 82
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6 de Maio de 2011, | Belo Horizonte / MG
Distribuição gratuita
Rivais
Divulgação
Arquivo Pessoal
Ídolos Cinema Bruna Surfistinha
Entrevista Ismar Madeira
Filme sobre garota de programa, famosa após lançar um blog, é sucesso de bilheteria
Coordenador do curso de Jornalismo da Fumec aponta novos rumos para a profissão
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Páginas 6 e 7
Foto cedida por Sérgio Lucarelli
Isabella Monteiro
Com o sucesso de argentinos no futebol brasileiro, torcedores esquecem a rivalidade e aplaudem os hermanos Violência Homofobia
Números de agressões contra homossexuais no Brasil são os maiores do mundo Páginas 8 e 9
Cultura St. Patrick`s day
Festa irlandesa agitou Belo Horizonte. A movimentda Avenida Getúlio Vargas, e outros sete pontos da capital foram pintados de verde Página 10 Eduardo Nogueira
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02 • Opinião
Editores e diagramadores da página: Ana Cecília Carneiro e Victor Duarte - 5º período
Belo Horizonte, 06 de maio de 2011
O Ponto
Luiza Paula da Silveira, 14 Larrisa dos Santos Atanásio, 13 Samira Pires, 13 Milena dos Santos Nascimento, 14 Rafaes Pereira da Silva, 14 Igor Moraes da Silva, 14 Lucas Rage 5º período A caça por informação na rede vai ficar ainda mais difícil, dando dor de cabeça não só aos internautas como a sites de busca como o Google e Yahoo. Antes que você se engane – como se alguém declarasse aos quatro ventos o fim da sociedade da informação tal qual a conhecemos hoje - não pretendo aqui anunciar o Apocalipse perante a escassez de informação disponível nessa rede de conhecimento que, convenientemente, batizamos de “web”. Muito pelo contrário, com a explosão de blogs, vlogs, twitters e redes sociais, se existe uma coisa à qual temos em excesso, é conteúdo. O cerne do problema não se encontra na quantidade e, sim, na qualidade do produto acessado 24 horas por dia por leitores ao redor do globo. Voltemos ao início. No sexto dia, Deus criou o homem. Este por sua vez – incontáveis anos depois - criou a internet. Mas o homem – ao contrário do Criador - não ficou satisfeito com sua criação, pois esta era imperfeita, confusa (como o próprio homem, mas isso já é outra estória). Imagine que você, caro leitor, é um ávido estudioso, faminto por todo e qualquer tipo de conhecimento ao seu alcance. Agora imagine a internet diante de você como uma biblioteca vasta, infinita em suas estantes, andares e seções. Como conseguir aquilo que você tanto procura sem perder metade da sua vida em buscas intermináveis? Em toda sua sabedoria, coube ao homem criar uma ferramenta capaz de realizar o trabalho sujo por ele. E assim nasceu o Google, e uma eternidade tornou-se milissegundos. A premissa (ou promessa) era simples: todo o conhecimento desejado, com o simples digitar de uma palavra-chave. Ou era o que pensávamos. A dor de cabeça supracitada possui não só nome próprio, mas também endereço: DemandMedia.com – a “mídia sob demanda”, segundo declara o próprio site. Criado em 2006 por Shawn Colo e Richard Rosenblatt (um dos responsáveis pelo crescimento do site de relacionamentos MySpace), o conglomerado promete em seu manifesto “começar cada dia
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ouvindo o cliente”. Sim, os leitores de outrora não mais são reconhecidos como tal, recebendo agora a alcunha de “clientes”. Isso se deve ao norte proposto pelo grupo: proporcionar conteúdo online visando retorno de custo e maior quantidade de acessos. O “visto” toma o lugar do “bom” e a qualidade do produto vira segundo plano. Anunciantes 1 x 0 “clientes”. Responsável por domínios como EHow, Cracked, LIVEStrong e TypeF. com, o conglomerado distribui conteúdo online voltado para os mais diferentes nichos. Se associarmos esta variedade à capacidade do Demand Media de “burlar” os algoritmos propostos por ferramentas de busca para atingir o topo das pesquisas, podemos vislumbrar um monopólio do grupo na internet, em um futuro próximo. Visibilidade em detrimento de qualidade não seria a mesma coisa que os critérios de noticiabilidade vêm pregando desde o início dos tempos? Dálton Leal, professor de Mídias Digitais da Universidade Fumec, discorda: “Qualquer produto, ainda que seja vendido um único exemplar por ano, pode ser lucrativo no espaço digital. Dessa forma, cresce o interesse por nichos de mercado cada vez menores - até chegar ao indivíduo. Como os critérios de noticiabilidade têm como base atender um grande volume de pessoas, observaremos o surgimento de novos critérios, baseados em nichos e individualidades”. Ao contrário das mídias impressas ou rádio/TV, a internet se baseia em um conceito mais específico. O poder está completamente nas mãos do leitor e a oferta é tão variada quanto a procura. Imaginemos o seguinte: você busca uma revista de culinária em uma banca, mas não possui nem um nome específico em mente. Seus olhos correrão pelas estantes e você analisará todas as opções à vista até encontrar aquilo que o apetece. Caso você fique satisfeito com a escolha, na próxima vez sua busca será mais específica ou até mesmo desnecessária. Imagine agora que, nesta mesma banca o jornaleiro está sempre colocando a mesma revista de culinária à vista do leitor, deixando as outras em segundo ou terceiro plano. Quanto mais difícil for o seu acesso ao mate-
rial menos escolhas você terá no final. A busca ficará mais complicada ainda caso não se saiba o que realmente está procurando, certo? A internet funciona da mesma maneira, mas a quantidade de opções se apresenta infinitamente maior. Não saberemos se algo é realmente bom se não o virmos, ou seja, um conteúdo excelente não possui valia se ele se encontra em quinto ou sexto lugar no ranking de resultados, pois ele nunca será acessado pelos leitores. Vale mencionar também outra grande diferença entre a web e os outros meios de comunicação: enquanto o conteúdo feito para o rádio/TV/impresso é produzido por profissionais (ou assim se espera), o produto acessado online pode ser produzido e publicado por qualquer indivíduo com um computador e conexão de internet. Imagine se o Jornal Nacional fosse produzido, editado e apresentado pelo “Joãozinho do boteco” todas as noites? O surgimento de tablets como o Ipad e e-readers como o Kindle, aliado ao aumento no consumo de conteúdo online sob o impresso agravam esse cenário. Se o jornal como o conhecemos está em seu ocaso, haveria local para o profissional jornalista nesta aurora que se anuncia? Leal afirma que sim, desde que este se adapte às mudanças: “As novas dimensões para a elaboração e organização de conteúdos no ambiente digital exigem habilidades diferentes daquelas utilizadas pelo jornalismo tradicional. Estruturar um banco de dados, lidar com linguagens de programação, usar o poder viral da rede, conhecer softwares de edição e técnicas de arquitetura da informação são apenas alguns exemplos.”. O surgimento e “boom” do conglomerado Demand Media – a recente entrada do grupo na bolsa de valores de Nova York apresentou um dos crescimentos mais rápidos da história de Wall Street, com ações chegando a valer 40 dólares no final do dia – se apresenta como a ponta de um iceberg ainda maior e mais perigoso. Seria a “mídia sob demanda” o futuro? Se esta realmente é a nova cara da comunicação, onde todos são fonte, repórteres e leitores, a quem cabe o papel de editor?
Bianca Tavares da Rocha, 13 Géssica Guedes Pereira, 15 Laryssa Silva Martins, 14 Karine Lorraine de Oliveira, 14 Ana Carolina Pacheco da Silva, 13
o ponto Coordenação Editorial Prof. Aurélio José (Jornalismo Impresso) Orientação Editorial e Gráfica Profª. Dunya Azevedo (Planejamento Gráfico) Monitores de Jornalismo Impresso Marina Bhering e Igor Moreira Monitores da Redação Modelo Ana Clara Maciel e Renato Mendes Projeto Gráfico Dunya Azevedo · Professora Orientadora Pedro Rocha · Ex aluno voluntário Roberta Andrade · Ex aluna voluntária Logotipo Giovanni Batista Corrêa Universidade Fumec Rua Cobre, 200 · Cruzeiro Belo Horizonte · Minas Gerais Tel: 3228-3127 · e-mail: oponto@fch.fumec.br Presidente do Conselho Curador Prof. Custódio Cruz de Oliveira e Silva Reitor da Universidade Fumec Prof. Antônio Tomé Loures Diretora Geral Profª. Thaïs Estevanato Diretor de Ensino Prof. João Batista de Mendonça Filho Diretor Administrativo e Financeiro Prof. Antônio Marcos Nohmi Coordenador do Curso de Jornalismo Prof. Ismar Madeira Monitor de Produção Gráfica Victor Duarte Campos Colaborador voluntário Franco Serrano Tiragem desta edição: 3000 exemplares Jornal Laboratório do curso de Jornalismo
Os artigos publicados nesta página não expressam necessariamente a opinião do jornal e visam refletir as diversas tendências do pensamento
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Opinião • 03
Editor da página: Equipe O Ponto. Diagramado da página: Victor Duarte - 5º período
O Ponto
Belo Horizonte, 06 de maio de 2011
MARIA EDUARDA RAMOS 3º PERÍODO Todo ano, no dia sete de abril comemora-se o dia do jornalista no Brasil. Em 2011, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) fez a leitura do manifesto pela valorização da profissão do jornalista, ao mesmo tempo em que sindicatos, juntas trabalhistas e todo tipo de conglomerados da classe, discutiam as pautas referentes aos desafios e ao futuro da profissão. Desafios esses, sabidamente grandes e que requerem mais do que um dia no calendário anual para sua reflexão.
No entanto, algo se perdeu ao longo dos anos. Poucos são os que sabem o porquê do dia sete de abril ser dedicado ao profissional da notícia. Em um país jovem como o Brasil, a história da conquista da democracia e da liberdade de imprensa se misturam, criando um passado rico em personagens, dos quais herdamos muito mais do que uma simples data no calendário sindical. Um desses personagens foi Giovanni Battista Líbero Badaró (ou Dr. João Batista Líbero Badaró), jornalista, político e médico, que chegou da Itália no ano de 1826, com 28 anos, quando foi morar em São Paulo, filiando-se imediatamente à corrente liberal. Líbero Badaró também foi o editor do segundo jornal distribuído na província de São Paulo: “O Observador Constitucional”, que circulou entre 1829 e 1832, incitando os brasileiros a seguirem o exemplo das revoluções européias, como a de 1930 em Paris. Seu estilo direto de crítica ao sistema monárquico que
imperava no Brasil acabou culminando em seu assassinato, quando na noite do dia 20 de novembro de 1830, levou um tiro de pistola, falecendo alguns dias depois, sem antes deixar de dizer: “morre um liberal. Mas não morre a liberdade”. Apesar de não constar nos registros históricos quem foi o mandante do crime, sua morte aumentou o clima de insatisfação e desconfiança em relação ao absolutismo de Dom Pedro I, que abdicou da coroa no dia sete de abril do ano seguinte. Quase um século depois, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) recomendava a data, que coincidentemente também é a da sua fundação, para a comemoração do dia do jornalista. A relevância da data mora no fato de nunca antes um jornalista ter sofrido tamanho ato de repressão por expressar o que pensava. Alguns dos seus contemporâneos de posicionamento liberal, também foram perseguidos pelo imperador, porém, nenhum chegou a ter a vida tomada como lhe ocor-
reu. E a história se repetiu mais tarde nas páginas da tragédia política brasileira. O famoso episódio vivido pelo jornalista e opositor político de Getúlio Vargas, Carlos Lacerda, em 1954, quando este foi baleado por um membro da guarda oficial do então presidente da República, nada mais é do que a história de Líbero Badaró recontada em um outro contexto, com outros personagens, só que mais confusa, porque contada por uma imprensa com requintes de dissimulação que a do médico e jornalista italiano ainda não conhecia. Ou seja, o breve passado da profissão jornalística já proporciona ingredientes para uma reflexão que vai muito além das lutas pelos direitos imediatistas da classe. No novo contexto político, social e econômico em que vivemos, a violência não se faz mais através da agressão física, pois fazemos parte de um serviço de trocas no qual a notícia se torna, a cada dia, uma moeda mais valiosa quanto menos imparcial. Dessa forma, o jornalismo
se vê às cegas em meio a teorias que prometem retirar-lhe dos vergonhosos paradigmas, mas sua atuação não se renova de forma consciente. Ou melhor, segue o fluxo desse turbilhão de mudanças técnicas e estruturais sem tomar as rédeas de seu destino enquanto parte viva e primordial do que chamamos sociedade. Serve de consolo pensar que não só a comunicação, mas outras áreas, se fazem as mesmas perguntas. Perguntas existenciais do tipo: “Quem sou eu?” se tornam inquietações coletivas e representam mudanças, novas diretrizes, o que quase sempre culmina em um processo de evolução. Recordar a história do dia sete de abril não significa, dessa forma, despertar velhos discursos ou ansiar por um novo herói do jornalismo, mas enaltecer o orgulho e a gratidão pelo caminho já percorrido. Nesse sentido que envio um glorioso parabéns a todos os estudantes e profissionais da prática jornalística deste país.
http://jlemes.blogspot.com
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ÀS
9:30 PALESTRA: MARCEL SOUTO MAIOR
Jornalista e escritor, foi editor da Globonews, do Fantástico e diretor do Profissão Repórter. Autor do best seler “As vidas de Chico Xavier”, que deu origem ao longa metragem de Daniel Filho.
24 A 26 OFICINAS · Oficina de mídias digitais: conteúdo para Ipad · Oficina de voz
27/05 EXPOSIÇÃO E DEBATE
O cinema que habita a cidade Apresentação de vídeo / documentário Apresentação de produto da oficina de mídias digitais Lançamento do projeto de documentário Fumec / Rede Minas
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04 • Saúde
Editor da página: Juliana Pio - 5º período. Diagramador da página: Victor Duarte - 5º período
Belo Horizonte, 06 de maio de 2011
O Ponto
5ml de água matam a sede? 5ml de gasolina levam ao destino? 5ml de sopa acabam com a fome? Aparentemente, para muitos, essa quantidade parece não representar nada. Mas, você sabia que é possível salvar uma vida com apenas 5ml? AMANDA GAMA ANA FLÁVIA BELLONI 7ºPERÍODO Há cerca de um ano, o pequeno Arthur de Morais, de 3 anos, vem travando uma dura batalha pela vida. Ele tem passado por várias sessões de quimioterapia e internações para combater a Leucemia Linfócita Aguda (LLA), um tipo de câncer comum na infância. “Descobrimos no dia do aniversário de dois anos dele, 19 de junho de 2009. Dias antes, ele estava com febre, por isso, o levamos ao médico”, lembra Guilherme Donâncio, produtor artístico e pai de Arthur. Pessoas portadoras dessa doença apresentam uma produção anormal de células sanguíneas, responsáveis pelo transporte de oxigênio na circulação, produção de plaquetas que atuam na coagulação do sangue e na manutenção do sistema de defesa do corpo humano. Como consequência, os pacientes ficam mais suceptíveis a desenvolver infecções, anemia, febre, dentre vários outros sintomas que caracterizam a baixa imunidade. A leucemia pode ser controlada por meio de tratamentos como a quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia, dependendo do tipo, idade do paciente e suas condições clínicas. No entanto, a maior chance de cura se encontra no transplante de medula óssea.
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Esse é o caso do garoto. Embora o tratamento tenha lhe trazido bons resultados, a leucemia retornou. “Desde que soubemos da doença dele, vivemos em um entra e sai de hospitais. Somos de Patos de Minas (Alto Paranaíba), mas viemos tratá-lo no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG). Foram 13 meses de tratamento. Quando achávamos que a cura estava próxima, ele teve uma infecção que sinalizou a volta da doença e a necessidade de um transplante”, conta Guilherme. Infelizmente a chance de encontrar um doador compatível é pequena, sendo de um para cada 100 mil e, aproximadamente, 30% para pessoas com um alto grau de parentesco. Ciente disso, e com o objetivo de lutar pela vida do filho, o produtor artístico conheceu, no hospital, o publicitário Bruno Demétrio, portador da mesma doença. Juntos, e em parceria com grupos de voluntários, como o Força do Bem, lançaram a campanha 5ml de esperança, para estimular e captar doadores. “No primeiro momento, iniciei uma divulgação focada nos meus contatos, amigos e parceiros. Depois, comecei a usar a rede social, pedindo às pessoas que fizessem o cadastro para ser doadoras de medula óssea”, explica Guilherme. Além disso, como já trabalhou com dezenas de artistas mineiros,
com seus próprios recursos, gravou vídeos com grupos como Jota Quest, a banda 14 Bis e a dupla César Menotti e Fabiano, em que os famosos estimularam os fãs a se tornar voluntários. De acordo com Guilherme, os riscos do transplante não são a maior dificuldade enfrentada, mas sim, a falta de doadores compatíveis com Arthur. Cerca de 70% dos pacientes não encontram um doador na famiília e é a partir disso que começa a busca no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Só que, neste caso, a pequena quantidade de voluntários inscritos diminui a chance de encontrar alguém compatível. Segundo os dados do Instituto Nacional de Cancêr (Inca), hoje, existem no Brasil somente 2 milhões de pessoas cadastradas. ”Desde o início, quando começamos a campanha, percebemos que a maior barreira ao crescimento desse número era a falta de informação”, afirma. Embora o Brasil seja o terceiro país com maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (5 milhões) e da Alemanha (3 milhões), muita gente ainda deixa de doar por medo ou por desconhecimento do que é a doação. No entanto, por mais assustador que o nome “transplante” pareça, ser um voluntário é algo muito simples. “As
pessoas não sabem que com apenas 5ml de sangue podem salvar várias vidas. A nossa causa é em benefício de todos os que precisam. Não quer dizer que haverá entre os doadores algum compatível com meu filho, mas poderá beneficiar outro que também está à espera”, ressalta Guilherme. 5ml de esperança Com a reincidência da doença, a família de Arthur começou uma verdadeira batalha em busca de um doador compatível. “Estamos, ao mesmo tempo em que ele realiza quimioterapias, buscando o controle da doença, correndo atrás de novos cadastros em todo o Brasil”, conta Guilherme, otimista. Somente nos primeiros dois meses de campanha, foram feitos cerca de 10 mil cadastros. A intenção, de acordo com Guilherme, é chegar no final do ano com 100 mil. Minas Gerais
já é o terceiro estado brasileiro com maior número de inscrições. “Realizamos campanhas permanentes em várias cidades que possuem unidades da Hemominas. Em conjunto com a fundação, já fizemos em média dez coletas externas no estado. Nossa previsão é que o número aumente cinco vezes mais”. Entre 1984 e 2010, os transplantes de medula óssea cresceram 57,51% no Brasil. A evolução no número de doadores deveu-se aos investimentos e campanhas de sensibilização da população, promovidas pelo Ministério da Saúde e órgãos vinculados, como o INCA. Essas campanhas mobilizaram hemocentros, laboratórios, ONGs, instituições públicas e privadas e a sociedade em geral. Desde a criação do Redome, em 2000, o Sistema Único de Saúde (SUS) já investiu R$ 673 milhões na identificação de doadores para transplante de medula óssea. “Ficamos emocionados por toda a solidariedade que estamos recebendo. Esta luta não é apenas pela vida do Arthur, é uma luta pela vida de 1,3 mil pessoas que dependem de um doador compatível para terem uma nova chance”, ressalta Guilherme. Para saber mais informações sobre a campanha entre no site www.5mldeesperanca.com.br e confira a agenda de coletas no estado.
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Saúde • 05
Editor e diagramador da página: Mariana de Sousa e Mariana Resende - 5º período
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Remédios para emagrecer
Belo Horizonte, 06 de maio de 2011
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O Ponto
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saúd e? LAÍS SEIXAS ANA LUIZA ARAÚJO 1º PERÍODO
Com o número de obesos aumentando no país (subiu de 11,4% para 15% nos últimos cinco anos), e a indústria da beleza cobrando um corpo perfeito, são muitos os métodos utilizados para se chegar ao “peso ideal”. Entre cirurgias, dietas, receitas, remédios ou academia, muitas pessoas acabam esquecendo a saúde e pensando somente na estética, mas é preciso avaliar os riscos. Os remédios para emagrecer têm sido cada vez mais procurados por prometerem, além da redução de medidas, resultados em pouco tempo e sem sofrimentos. Sejam anfetaminas ou sibutraminas, não devem ser considerados como tratamentos apenas estéticos, por mais que a oferta seja tentadora, o que parece um milagre pode se tornar um problema se não tiver um acompanhamento médico. E a partir do momento em que muitos efeitos colaterais, como irritabilidade, depressão e perda
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de memória aparecem, há também o chamado “efeito sanfona”, assim que o tratamento é suspenso, o peso perdido é retornado. Patrícia Araújo, estudante de 23 anos, já procurou esse tipo de solução. “Quando comecei a tomar, já não sentia tanta fome e o meu peso foi diminuindo, mas me sentia mal, não conseguia dormir e estava sempre com tonturas. Fiquei muito magra, mas parei com o remédio e o peso voltou”, confessa Patrícia. Assim como ela, Thaís Muscelli, 18 anos, diz que também já passou por vários métodos. “Já fui ao endocrinologista, nutricionista, já tomei remédio, e consegui emagrecer 10 quilos. Mas acabei ficando muito estressada e descontava tudo na comida, ficava triste, ansiosa, e carente, tudo ao mesmo tempo.
Agora, que parei com o medicamento, estou mais bem disposta, frequento academia e procurei uma nova nutricionista, que me disse que toda essa mudança de temperamento foi por causa dos remédios”, relata Thaís. A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pretende proibir as vendas dos inibidores de apetite à base de anorexígenos anfetamínicos, assim como fez com a sibutramina no final de 2010. Esses remédios já não são vendidos na Europa ou nos EUA, pois atuam no cérebro e aumentam a sensação de saciedade, mas tem sucesso incerto. Algumas pessoas emagreceram 20 kg e outras nem sequer um. E por afetarem o sistema nervoso podem aumentar o risco de problemas cardiovasculares. Mas essa atitude não agradou a todos os médicos. De acordo com a endocrinologista Ana Resende, os remédios
O uso de medicamentos que inibem o apetitie, sem orientação médica, pode trazer riscos à saúde
devem ser liberados, e o profissional da saúde deve saber se prescreve ou não de acordo com o paciente. “Não existem drogas que substituam a sibutramina, e com a retirada do medicamento de circulação, o paciente corre risco de ter maior dificuldade em perder peso, podendo desenvolver outras doenças como hipertensão ou problemas cardiovasculares. Embora os medicamentos não sejam essenciais, é preciso que
tenhamos ele como uma opção”, alega. O único medicamento liberado será o Orlistat, conhecido pela marca Xenical, que emagrece menos que a sibutramina, mas causa diarréia, flatulências e inchaço. “Se a Anvisa seguir com essa idéia, vai causar um imenso prejuízo a milhões de brasileiros que não conseguem emagrecer de outra forma”, disse Ricardo Meirelles, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, em entrevista à revista Época, recentemente. De acordo com a Associação Brasileira para Estudo da Obe-
sidade e Síndrome Metabólica (Abeso) somente pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC), entre 26 a 30, com colesterol alto, pressão alta ou diabetes, ou acima de 30, que podem tomar esse tipo de medicação. O IMC é calculado a partir do peso dividido pela altura ao quadrado. “Esses remédios precisam ser banidos. Não vamos esperar que alguém morra para tomar uma atitude”, diz Maria Eugênia Cury, chefe do Núcleo de Investigação em Vigilância
Sanitária. O problema é que a cirurgia, que só é recomendada para pacientes com IMC acima de 35, por ser de alto risco e causar problemas neurológicos e perda óssea, passará a ser a uma das saídas para os que usam os remédios. E, segundo endocrinologistas, muitos irão recorrer ao uso de hormônios tireoidianos e outros tratamentos que podem causar problemas maiores. Por isso, o correto é sempre buscar a ajuda de um profissional, para guiar o tratamento de perda de peso sem prejudicar a saúde.
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Editor e diagramador da página: Cézar Vouguinha Cunha - 5º Período
Belo Horizonte, 06 de maio de 2011
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Palmas para los
HERMAN
S
Quando interessa, brasileiros deixam rivalidade de lado e adotam argentinos como ídolos DIEGO DUARTE TÚLIO KAIZER 3º PERÍODO Vizinhos territorialmente, Brasil e Argentina nem sempre fazem valer a política da boa vizinhança, principalmente quando o assunto é futebol. Rivais históricos na América do Sul e com craques espalhados por todo o mundo, brasileiros e argentinos já travaram duelos épicos dentro das quatro linhas, sempre com futebol em alto nível e uma pitada de “catimba”. Mas, infelizmente, algumas partidas, terminaram em violência. Diante de tamanha rivalidade, seria impossível imaginar um torcedor brasileiro aplaudindo um craque argentino, mas hoje, isto é cada vez mais comum em nosso futebol. A idolatria aos “hermanos” deve-se ao fato de os clubes brasileiros encontrarem na terra de Maradona soluções para os seus elencos. E essa importação tem gerado bons resultados aos investidores. Ano passado, Darío Conca, do Fluminense, foi eleito o Craque do Brasileirão, enquanto em Minas Gerais, Walter Montillo, do Cruzeiro, recebeu o Troféu Guará de craque do ano, premiação máxima da crônica mineira. O futebol argentino está em alta no Brasil! O camisa dez do Cruzeiro chegou ao clube em agosto de 2010. Não precisou de muito tempo para ter seu nome entoado pela torcida cruzeirense e tornar-se ídolo do clube. Com fantásticas atuações, Montillo foi o símbolo do vice-campeonato nacional. Com 26 anos de idade, o gringo comemorou a rapidez na adaptação ao futebol brasi-
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leiro, “acho que foi tudo muito que após os fracassos da sele- A maior transação da histórápido, achava que seria mais ção brasileira nas Copas de 82 ria do futebol pentacampeão difícil, porém, foi mais fácil que e 86, os principais treinadores mundial envolveu justamente eu pensava. Estou feliz de estar brasileiros começaram a prio- os dois países. Em dezembro aqui e vestir a camisa do Cru- rizar jogadores de meio-campo de 2004, o argentino Carlos zeiro, que é um grande clube”. que possuem um perfil técnico Tevez deixou o Boca Juniors, Devido ao grande sucesso de mais marcação e fôlego, do de Buenos Aires, para defendos argentinos no Brasil, o que qualidade técnica e visão der o Corinthians. Para contar Villa Nova, equipe de Nova de jogo. Para ele, os jogadores com o argentino no Parque São Lima-MG, resolveu apostar em argentinos de meio-campo, Jorge, o Timão desembolsou um “hermano” pela primeira ainda conseguem reunir técnica pouco mais de R$ 33 milhões. O caminho inverso não é feito vez em sua história centenária. e capacidade para marcar e rouMatías Palermo, 24 anos, foi bar bolas, requisitos que estão tão constantemente, mas uma contratado no início da tempo- em falta no futebol brasileiro há transação envolvendo um jogarada para defender o Leão do pelo menos 20 anos. “Os argen- dor brasileiro e um clube argenBonfim. Palermo declarou que tinos, não importa se volante tino chamou atenção em 1993. esta contente com a oportuni- central, ou meia de criação, são O atacante Charles, que brilhou dade e que o elenco está unido jogadores mais táticos, ou seja, no Bahia, e na época atuava e focado. Para ele, a língua e a trabalham pelo time, quando pelo Cruzeiro, teve seu passe falta da família são as principais têm a posse de bola, e também, comprado por quem os argendificuldades na adaptação, mas quando são atacados pelo adver- tinos chamam de “Dios”. Diego Armando Maradona foi a vontade que os argentiquem resolveu apostar nos demonstram em campo no talento do atleta e o facilita na adequação ao tirou do time mineiro futebol brasileiro. “Acho que para levá-lo ao Boca o argentino gosta do bom Juniors. Porém o sucesso jogo e está com muita fome não foi o mesmo daqui, e de bola. Aqui temos mais o artilheiro não repetiu na espaço para jogar o que facilita pelo nosso estilo”. Lélio Gustavo, comentarista da Itatiaia capital argentina os mesmos feitos que desperO sucesso dos argentinos impressiona não só os torcedo- sário. Exemplos disso na atuali- taram a atenção de Maradona. Apesar de não se ver brasires, como também os jornalis- dade são o volante Mario Bolatti tas. O comentarista esportivo (atualmente no Internacio- leiros com destaque no futebol da Rádio Itatiaia, Lélio Gus- nal-RS), que marca muito bem, vizinho, Zanata lembra que tavo, aponta algumas razões sem dar carrinhos criminosos, atletas daqui já brilharam por para explicar a eficácia dos e tem ótimo passe. E na criação, lá e se tornaram ídolos. “Difehermanos no futebol brasileiro. o Montillo (Cruzeiro), o Conca rentemente do que muita gente “Pelas características deles, (Fluminense) e o D'Alessandro no Brasil pensa e repete por principalmente pela luta. Geral- (Internacional-RS), os melho- aí, o futebol argentino admira mente são jogadores raçudos e res meias do Brasil, junto com muito os jogadores brasileiros. caem no gosto da torcida com Paulo Henrique Ganso, uma O hoje treinador Paulo Silas, exextrema facilidade, além da excessão brasileira que con- meia do São Paulo e da seleção técnica, por isso, os argentinos firma a regra,” completou. brasileira nas décadas de 80 e hoje se destacam na Europa e A valorização da moeda bra- 90, é considerado um grande em nosso país.” Renato Zanata, sileira é um atrativo a mais para ídolo da torcida e do clube San comentarista do canal Esporte os argentinos. Os altos valores Lorenzo de Almagro, cores que Interativo e pesquisador tático pagos pelos times brasileiros defendeu com sucesso em meado futebol argentino, reforça o seduzem não só os craques dos da década de 90. O grande comentário e ainda acrescenta como também os clubes de lá. zagueiro Domingos da Guia,
“Dentro de campo é guerra, sempre foi. A rivalidade é muito grande em qualquer tipo de esporte, no futebol não precisa nem falar”
e outros jogadores de menor expressão, como Iarley e o zagueiro Luis Alberto, já jogaram no popular Boca Juniors.” Em menos de um ano atuando nos gramados brasileiros, Montillo acredita que no Cruzeiro tenha a visibilidade necessária para crescer e quem sabe atuar ao lado de Messi na seleção argentina: “Fiz a escolha certa. Foi um passo muito importante sair do futebol chileno e vir para o futebol brasileiro. Para um jogador de futebol é importante estar em um clube grande, onde possa crescer”.
Brasil x Argentina Se Lélio e Zanata dividem a opinião que os argentinos se adaptam facilmente ao Brasil pelo seu estilo de jogo, sobre a rivalidade entre os dois países, os jornalistas apresentam pontos de vista diferentes. Para Lélio, “dentro de campo é guerra, e sempre foi. Embora nunca tenhamos tido uma guerra, de fato, contra a Argentina, a rivalidade é muito grande em qualquer tipo de esporte, e no futebol não precisa nem falar.” O comentarista da Itatiaia citou o caso da Copa de 1990, para exemplificar sua opinião. Na ocasião, o massagista da seleção argentina distribuiu água para os seus jogadores e deu à famosa “água batizada” ao jogador Branco, que se sentiu mal logo em seguida. “Você fica imaginando o que mais será possível um time argentino ou brasileiro fazer para atingir o seu objetivo, que é ganhar o jogo do rival”. Já Zanata acredita que a rivalidade é uma questão mais dos brasileiros com os argentinos.
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Editor e diagramador da página: Cézar Vouguinha Cunha - 5º Período
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Para ele, o primeiro e histórico rival dos argentinos foram os uruguaios, decidindo Jogos Olímpicos e final de Copa do Mundo, antes mesmo de o Brasil possuir expressão no futebol mundial. “Muito dessa quase 'raiva' do brasileiro pelo argentino deve-se à falta de informação correta e à desinformação que muitos meios de comunicação e comunicadores brasi-
leiros divulgam e amplificaram por vários anos. Poucos sabem que no museu do Boca Juniors podemos encontrar uma camisa do Pelé, e uma homenagem ao fantástico time do Santos da década de 60. Os jornais argentinos divulgam com constância informações sobre o futebol brasileiro, como recentemente fez o diário Olé, exaltando as atuações do garoto Neymar no pré-olím-
pico Sub-20, realizado no Peru. “É deplorável assistirmos pela TV uma grande empresa brasileira de bebidas, divulgando seus produtos estimulando não a rivalidade no futebol, mas ofendendo o povo argentino com insinuações preconceituosas”, lamentou o comentarista. Devido ao clima hostil em algumas partidas, muitos torcedores brasileiros acreditam
que os argentinos tratam mal a imprensa daqui. De acordo com os jornalistas, a imprensa brasileira é tratada com muito respeito na Argentina. Existe um relacionamento muito bom entre ambos os meios de comunicação, mas cada um defendendo o seu lado, até mesmo com humor, na hora de passar informações. A discussão sobre a soberania na América do Sul e a eterna
pergunta: “Quem foi melhor, Maradona ou Pelé?”, continuará acirrando os ânimos entre brasileiros e argentinos. A rilvalidade entre ambos já ficou marcada no cenário mundial, mas é fato que os “hermanos” vão conquistando espaço no coração dos torcedores brasileiros. O futebol verde e amarelo aos poucos vai ganhando tons albicelestes e um sotaque bem castelhano.
Argentinos premiados com a `Bola de Prata` da revista Placar Andrada
Cejas
Bola de Prata e Ouro: 1973
Bola de Prata: 1971
Tevez Seu estilo de jogo polivalente e aguerrido o tornou um dos maiores ídolos da história do Cruzeiro. Foi capitão de sua seleção e no Brasil foi campeão em cinco oportunidades, inclusive da Copa do Brasil.
Vipcomm
Bola de Prata: 2000
www.globoesporte.com
Foi a maior contratação da história do futebol Brasileiro (R$ 33,3 mi). Em 2005 foi campeão nacional pelo Corinthians. Suas atuações lhe renderam também o prêmio Craque do Brasileirão, da CBF.
Guiñazú
Bola e Prata e Ouro: 2005
Montillo
Vipcomm
Bola de Prata: 1976 eusouflamengo.com
www.taringa.net
Sorín
Como atacante jogou por dois times cariocas, Flamengo e Fluminense, mas fez história no Flu, onde em 1976, integrou a lendária “Máquina Tricolor”.
Chegou ao Brasil para atuar no Santos em 1970. Em 73, recebeu da Revista Placar não só a Bola de Prata, como também a de Ouro. Em 1976 jogou pelo Grêmio.
Goleiro, Andrada chegou ao Vasco em 1969 e ficou inicialmente marcado por ter sofrido o milésimo gol do Pelé. Consagrou-se com o título brasileiro de 1974.
encontrarse.com
Doval
Contratado com status de craque, Montillo chegou o Cruzeiro em agosto de 2010 e conquistou não só prêmios individuais, como também a confiança da torcida celeste. Já nos primeiros meses levou seu clube ao vice-campeonato nacional e mostrou ao Brasil sua categoria diferenciada.
Volante, com extrema garra e determinação, chegou ao Brasil em 2007 para atuar pelo Internacional. Conquistou a torcida e tornou-se capitão do clube no ano do centenário Colorado. Foi campeão da Copa Libertadores em 2010. Bola de Prata: 2009
Vipcomm
Conca Baixinho e habilidoso, chegou no Brasil em 2007 para atuar pelo Vasco. Não se firmou, e se tranferiu para o Fluminense. No Flu conquistou o título Brasileiro em 2010, e venceu também o Craque do Brasileirão. Bola de Prata e Ouro: 2010 Antonio Scorza/AFP/
Bola de Prata: 2010
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Editor e diagramador da página: Isabell
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O Ponto
Dados alarmantes revelam que, embora o Brasil festeje os homos
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número de assassinatos vem crescendo ano após ano. Em 2007 foram 122 mortes, em 2008 esse número subiu para 189, em 2009 , 198 indivíduos foram mortos e, no ano passado, ocorreram por volta de 252 assassinatos. Fundado há 32 anos, o Movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) brasileiro não mede esforços para combater a discriminação e permanece na luta para a criação de uma sociedade mais justa e igualitária, para isso exigem que a homofobia seja reconhecida como um crime grave, passível de prisão. Projeto de Lei Com base nestes dados alarmantes, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLBT), em conjunto com mais 200 organizações afiliadas, desenvolveram um Projeto de Lei que propõe a criminalização da homofobia. No projeto, que iguala esta situação a discriminação por raça, cor, etnia, religião, nacionalidade, sexo e gênero, o autor do crime fica sujeito a reclusão, pena
nados cidadãos. Ramaís defendeu que a denúncia dessas atitudes preconceituosas seja um dever de todos os brasileiros. Walkiria La Roche, diretora do Centro de Referências de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais de Minas Gerais, propôs que o Estado elabore campanhas voltadas para o público LGBT. Para o deputado estadual Durval Ângelo, presidente da Comissão de Direitos Humanos , o aumento da intolerância com homossexuais é lamentável, e a homofobia encontra-se disfarçada em discurso supostamente ético e religioso. “Um exemplo desses discursos pode ser visto na madrugada em vários canais televisivos, nos horários vendidos para igrejas”, disse. Violência Os crimes envolvendo homossexuais chocam não só pela ignorância desse preconceito, mas também pela brutalidade que são cometidos. As vítimas
o:
A violência contra homossexuais não é um problema recente, manchetes sobre o assunto estão cada vez mais presentes no cotidiano do brasileiro. Pesquisas revelam dados alarmantes sobre homofobia no Brasil. O
ou multa. Em participação de uma audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, o secretário Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Presidência da República, Ramaís de Castro Silveira, defendeu a elaboração de leis para criminalizar as ações e discurso homofóbicos. “A tipificação de crimes relacionados à homofobia teria um efeito direto da sociedade brasileira, reduzindo as práticas homófobicas existentes na sociedade hoje”, completou. A audiência foi realizada para discutir o assassinato de dois travestis em Belo Horizonte. O primeiro crime ocorreu dia 26 de setembro de 2010 e teve como vítima Ademir Nascimento,31, morto com quatro tiros na Avenida Afonso Pena. O outro ocorreu em 2 de março deste ano, e Gustavo Brandão de Aguilar, conhecido também como Priscila, 22 anos, foi morto com nove tiros na mesma Avenida , mas na altura do bairro Funcionários. Ramaís lembrou que esses assassinatos em BH não são fatos isolados. “Essa violência é fruto de preconceito contra uma parcela que representa 10% da população brasileira”, afirmou. Apesar de a sociedade brasileira apresentar-se como moderna, ainda existem direitos civis básicos que são negados a determi-
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ALESSANDRA COSTA PAULA SOARES 5º PERÍODO
quase sempre sofrem muitas agressões. Frequentemente ocorrem casos de estrangulamento, esfaqueamento e tiros a queima roupa. Um fato recente ocorreu no carnaval deste ano. Um travesti de apenas 22 anos foi morto com nove tiros, na Av. Afonso Pena, na capital mineira. O assassinato foi registrado por uma câmera de segurança de um prédio da região. Em depoimento, Ana Laura Guimarães, parente próxima da vítima, contou que “desde pequeno ele já apresentava traços de homossexualidade. Por volta dos 19 anos resolveu virar travesti e colocou silicone. A única coisa que sua mãe não apoiou foi quando ele decidiu virar garota de programa. A mãe ainda está muito abalada, é uma dor irreparável.”
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ágina: Isabella Monteiro e Renata Willig
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omossexuais no Carnaval e na Parada Gay, violência é crescente Os assassinos foram reconhecidos pela filmagem, mas ainda assim estão foragidos e impunes. Outra informação que causa espanto é que a maioria dos assassinos tem menos de 21 anos. Recentemente o Deputado Federal pelo PSOL-RJ e ex-BBB Jean Wyllys tornou pública as ameaças de morte que vem sofrendo de fanáticos religiosos em suas páginas na internet. Para a igreja, a homossexualidade é vista como um grave pecado, uma ofensa a Deus, algo abominável em todas as suas formas. Um fato que causa contradição é que durante o carnaval e em outras festas comemorativas, muitos homens que se vestem de mulher e entram na brincadeira, mas depois acabam demonstrando seu preconceito. Uma pesquisa divulgada pelos estudantes da Universidade Católica de Brasília mostra que a maior Parada Gay
do mundo ocorre em São Paulo, porém, a cidade apresenta também o maior número de homicídios e violência do país .Dentre os 500 entrevistados LGBT, 416 já haviam sido vítima de algum tipo de agressão motivada pela orientação afetivo-sexual. Muitos atores e cantores vêm assumindo sua opção sexual como as cantoras Maria Gadú, Adriana Calcanhoto, Ana Carolina, e o cantor Ricky Martin. A televisão é um importante veículo de comunicação de massa, e um grande aliado para que diminua essa rejeição. Deve-se destacar a representação dessa classe nas novelas, por exemplo, tendo como ênfase as produzidas pela Rede Globo. Ao todo foram nove aparições de gays de 1980 a 1989, porém ,sem nenhum tipo de carinho explícito. Agora, praticamente todas as novelas contam com personagens masculinos com trejeitos femininos, romances homossexuais assumidos publicamente e
livres de estereótipos. Segundo a estudante de psicologia Camila Matias, o preconceito sofrido pelos homossexuais pode acarretar sérios problemas emocionais, como a depressão, baixa de auto-estima, e outras patologias como a fobia social. Mulheres e homens devem estar satisfeitos com a sua própria sexualidade para que se possa respeitar a do próximo. Conhecido mundialmente por sua população diversificada, o Brasil ainda precisa evoluir e sanar problemas relacionados a preconceitos, sejam eles quanto a cor, credo, raça ou opção sexual. Esse cenário alerta para o papel da educação no país, uma vez que essas diferenças não são um fato recente. Aos poucos, a comunidade homossexual no Brasil vem ganhando mais espaço e lutando para conseguir , cada vez mais , conquistar seus direitos e passar por cima da homofobia.
Foi aprovado por unanimidade, no dia 05 de maio, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o Projeto de Lei que reconhece a união estável entre casais do mesmo sexo. Dos 11 ministros que possuiam direito de voto, dez votaram a favor, e o ministro Antônio Dias Tofolli se declarou impedido de votar por ter atuado em uma das ações julgadas quando era advogado geral da União. Votaram a favor, o relator do processo Carlos Ayres Brito, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cézar Peluso além das ministras Carmen Lúcia Antunes Rocha e Ellen Gracie. Com o resultado da votação, os homossexuais passam a ter os mesmos direitos jurídicos dos heterossexuais com relação à união estável. A votação foi marcada pela arguição dos parlamentares, com destaque para a fala da ministra Carmen Lúcia, que usou Guimarães Rosa para expressar sua opinião. “ A vida é do outro e a forma escolhida para se viver não esbarra nos limites do direito. O direito existe para a vida; não é a vida que existe para o direito” afirmou. Outro argumento jurídico de destaque foi proferido pelo Ministro Luiz Fux: “A homossexualidade caracteriza a humanidade de uma pessoa. Não é crime. Então por que o homossexual não pode constituir uma família? Por força de duas questões que são abominadas por nossa Constituição: a intolerância e o preconceito.” Vale ressaltar que a aprovação do Supremo foi para a união entre casais do mesmo sexo e, não, para o casamento, que ainda continua proibido em terras brasileiras.
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Editor e diagramador da página: Lucas Rage - 5º período
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O Saint Patrick’s Day – ou Dia de São Patrício – é uma das datas mais aclamadas do calendário Irlandês, marcada por festa com fortes referências culturais ao país: cor verde, música, comidas e bebidas típicas
Originalmente, a cor associada à festa era o azul. Com o passar dos anos, o verde e sua ligação com a Irlanda e com o dia de São Patrício aumentou. Além de ser uma das cores da bandeira do país, o verde foi utilizado ao longo da história nas bandeiras de vários grupos revolucionários irlandeses. A Irlanda se auto-intitula de Ilha Esmeralda, isto porque conta com uma exuberante paisagem. Para os irlandeses, o verde também é a cor da renovação, da esperança e do início da primavera, em meados do mês de março. As pessoas também usam o verde porque, de acordo com o folclore irlandês, São Patrício usava um trevo de três folhas como método de evangelização, para explicar a doutrina da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). De lá pra cá, o trevo virou símbolo de boa sorte, esperança e virtude. Diante disso, é praticamente obrigatório festejar a data usando a cor verde. De acordo com a tradição, aqueles que quebram as regras podem levar constrangedores beliscões pelas ruas.
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Um pouco da Irlanda em BH Na capital mineira, a tradicional festa irlandesa foi realizada no dia 19 de março, na Avenida Getúlio Vargas, entre as ruas Paraíba e Rio Grande do Norte, coração da Savassi. De acordo com dados da Polícia Militar, cerca de 30 mil pessoas comemoraram o dia de São Patrício, embaladas por muita música e cerveja. O público teve entrada livre na festa, que contou com DJs, bandas, comidas, bebidas, souvenires, músicas típicas e gnomos irlandeses que beliscavam aqueles que não estavam vestidos com a cor verde. Em sua 5ª edição, o evento foi organizado pelo BH Rugby em parceria com o bar Major Lock, com apoio da Belotur, do vereador Leo Burgês, da BH Trans e da Polícia Militar. De acordo com o site institucional, o objetivo da realização foi mostrar aos mineiros um pouco mais sobre o jogo de rugby e as tradições irlandesas.
Rita Pinho, integrante da assessoria de comunicação do BH Rugby ressalta que, na Irlanda, o rugby é um esporte bastante popular e que a comemoração do dia de São Patrício é uma tradição entre vários times do mundo.
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Desde que o feriado começou na Irlanda em 1903, a data vem sendo comemorada em várias partes do mundo. Isto porque o dia marca a morte do padroeiro do país, São Patrício, um religioso que após ter sido escravizado, tornou-se missionário e propagou o Cristianismo por toda a região. Por isso, para muitos, a data representa renovação da espiritualidade e tempo de oferta de orações aos descendentes. Devido à emigração de muitos irlandeses para outros países no passado, o dia de São Patrício tornou-se a ocasião perfeita para celebrar a nacionalidade irlandesa, bem como a integração bem sucedida com os povos de culturas diferentes. O evento, de origem religiosa, cresceu e transformou-se em uma grande manifestação de patriotismo e reafirmação da cultura do país, projetando em todo o mundo a identidade do povo irlandês. As cores usadas pelos foliões retratam o simbolismo da data, com o verde representando os católicos, o laranja os protestantes e o branco a paz entre os credos. Com muita música, dança, desfiles e cervejas típicas da região, a festa verde em home-
nagem ao santo atravessou as fronteiras do país e hoje é comemorada com sucesso em várias cidades do mundo, inclusive em Belo Horizonte.
Segundo Gabriela Tavares, estudante de direito, a comemoração possibilitou às pessoas terem um contato maior com uma cultura diferente. “Além disso, a realização do evento na Savassi garantiu um número maior de foliões”. Para a produtora cultural, Sirlene Magalhães, o grande sucesso de público inesperado acarretou uma superlotação e problemas de organização, principalmente na venda de cerveja. “O local estava muito cheio, difícil até para se respirar”, lamenta. O que para alguns foi um problema, para outros foi um prêmio. De acordo com o dono do bar Rei do Pastel, Alexandre de Assis, o estabelecimento ficou sem cerveja durante duas horas. “A princípio, pensamos que o movimento seria parecido com o do ano anterior, então nos surpreendemos com a quantidade de pessoas nas ruas. O faturamento foi excelente”, garante o proprietário. Próximo à Avenida Getúlio Vargas, em outro foco do evento, a popularidade da festa não valeu a pena para alguns pontos comerciais. Em entrevista para o site Na Savassi, Anderson Rodrigues, gerente do res-
Eduardo Nogueira
JULIANA PIO 5 PERIODO
Clive Flanery foi ao evento Irlandês, que já está com a cara do Brasil
taurante Assacabrasa, disse que muitos clientes fiéis não compareceram na data por causa do trânsito, tumulto e da sujeira nas proximidades. “Enquanto pessoas comiam no bar, alguns mal educados urinavam na garagem ao lado, demonstrando uma total falta de respeito”, lamentou o gerente. Um dos grandes atrativos da festa foi o chope verde, tradicional nas festas de comemoração do feriado do padroeiro da Irlanda. A Heineken, patrocinadora do evento, forneceu mais de 10 mil litros, que foram servidos juntamente com anilina, o corante responsável pela mudança de cor da bebida. O inglês descendente de irlandeses Clive Marriot Flannery, que já mora no Brasil há quatro anos, acredita que a quantidade de bebida alcoólica oferecida e consumida durante o evento não faz com que a festa perca o seu verdadeiro sentido, que é comemorar o dia de São Patrício. “Isto já é uma tradição. Na Irlanda as pessoas bebem muito”. No entanto, ele se sentiu incomodado com o som dos carros estacionados próximos ao local, que tocavam gêneros musicais que em nada se assemelhavam à cultura irlandesa. “Mas o que podemos fazer. É uma festa irlandesa com jeitinho brasileiro”, ironizou Clive.
Batizado Maewyn Succat, São Patrício nasceu na Bretanha Romana, no século IV, em uma rica família romano-bretã. Aos 16 anos, foi raptado por piratas irlandeses e levado para o Oeste da Irlanda como escravo, onde ficou preso em cativeiro. De acordo com sua confissão, Deus lhe pediu, em sonhos, para fugir rumo ao litoral, com o objetivo de embarcar em um navio e retornar à Bretanha. Em sua volta, juntou-se à Igreja para se tornar padre. Em seguida, alegou novamente ter recebido um chamado para regressar às terras irlandesas com a missão de propagar o Cristianismo na região. Depois de quase 30 anos de evangelização, São Patrício morreu no dia 17 de março de 461, sendo considerado um dos maiores missionários encarregados de converter os irlandeses ao Cristianismo. Reza a lenda que Såo Patrîcio foi o responsável por expulsar todas as serpentes da Irlanda, jogando-as ao mar. Verdade ou nåo, o conto ilustra perfeitamente a propagaçåo do cristianismo na Ilha Esmeralda, uma vez que as serpentes såo simbolo notável do paganismo.
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uma licao de vida e cidadania ...E numa terra distante, que já foi palco para sonhos de riqueza e ambição, a equipe da Fumec desembarca em mais um Projeto Rondon. O cenário é rústico, o município é Curionópolis, o distrito Serra Pelada, no Pará, e parece esquecido no tempo. Os moradores são ainda rondados pelo fantasma da bamburra• do ouro e aguardam uma chance de sair da invisibilidade
*Bamburrar - enriquecer a partir da descoberta por acaso de ouro
...uma outra cultura.
Ser rondonista é conhecer um outro lugar...
...e mais ainda a aprender.
É ter a ensinar...
Rondonista sabe que mais importante do que dar a muda...
...é ensinar a plantá-la.
Mais um projeto, com o objetivo de promover a cidadania e desenvolver a capacitação de agentes multiplicadores de diferentes municípios brasileiros, foi concluído com sucesso! A Operação Carajás de janeiro de 2011, que transportou em um avião modelo Hércules da FAB (Força Aérea Brasileira) nove alunos e dois professores da universidade Fumec para Serra Pelada, se destacou pela capacidade de envolvimento da equipe com o projeto e pela união dos estudantes. Os participantes finalizaram sua tarefa com a sensação de dever cumprido e a certeza de que a experiência contribui para a formação do universitário como cidadão. Continua na próxima edição...
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rOTEIRO: ANA CLARA MACIEL 6º período, Fotos: Rondonistas, EDIÇAO: EQUIPE O PONTO, diagramação: ana clara maciel 6º período
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Editor e diagramador da página: Marina Bhering e Priscilla Mendes - 5º período
Belo Horizonte, 06 de maio de 2011
O Ponto
Raquel Surfistinha Bruna Pacheco
http://comunidademoda.com.br
Filme “Bruna Surfistinha” ganha o público e reforça hall do cinema nacional GABRIELA FERNANDES 8º PERÍODO O filme que conta a história de vida da prostituta mais famosa do Brasil gerou uma repercussão talvez não tão esperada pela própria personagem. Raquel Pacheco tem 26 anos de idade e fugiu de casa aos 18 com um propósito nada comum para uma adolescente de classe média alta: ser garota de programa. Com roteiro de Antônia Pellegrino e direção de Marcus Baldini, o longa tem elenco em sua maioria global, e ganhou o público com Débora Secco no papel de Raquel, que durante a “difícil vida fácil” da prostituição, se apelidou de Bruna Surfistinha. Há quem diga que a atriz está em seu melhor papel, marcado por cenas em que aparece despida. O filme mostra um pouco
da rotina que Bruna vivia com a família pela qual foi adotada ainda bebê, retratando desde o dia em que tomou a grande decisão que mudaria sua vida. Bruna Surfistinha ficou conhecida no Brasil quando passou a relatar sua vida e programas em um blog na internet. Escrever em um diário virtual era uma forma de desabafo da menina que se sentia sozinha. Foi também na internet, ferramenta que lhe proporcionou fama mundial, que as expectativas pelo filme pipocaram durante quatro anos, quando foi anunciado por ela em 2007 que seria produzido um filme biográfico. O filme levou 400 mil pessoas para a frente das telonas e faturou R$ 4,2 milhões entre os meses de fevereiro e abril. O estudante de jornalismo, Jaime Hosken, 22 anos, assistiu ao filme e ficou impressionado com a história de
vida da jovem. “Fiquei surpreso porque achei que ia ser um dramalhão. Mas apesar de muito nova, ví que ela sabia o que estava fazendo, assumiu as escolhas e não recuou em momento algum. A vida sofrida de uma prostituta fez com que ela amadurecesse”, disse. Mas nem todo mundo ficou satisfeito com a história de Bruna. A estudante de comunicação, Laura Campos Abreu Laender de Almeida, 25 anos, já tinha lido dois dos três livros escritos por Raquel e acredita que o filme não foi muito fiel à real história da prostituta. “Li em várias entrevistas que a intenção da produção não era reproduzir os livros, mas achei que a parte fictícia foi muito maior que a real e isso acaba decepcionando o público. Acho que seria bem mais interessante se alguns fatos não tivessem sido mudados”, afirmou a estudante.
“A prostituição nunca vai sair de mim”. (Programa Tudo é Possível) “Eu aceitaria se minha filha se decidisse que seria uma garota de programa , não abandonaria como meus pais fizeram comigo.” (Programa Tudo é Possível)
A programadora de uma empresa de cinema de Belo Horizonte, Karina Alves, 30 anos, disse que o percentual de público atingiu o esperado. “Não foi algo que se possa comparar à procura por Tropa de Elite, por exemplo. Mas tivemos um público bom”, explicou. Ainda de acordo com a programadora, a surpresa maior foi o público misto. “Pensamos que a maioria seria os homens. É o que chamamos de ‘público paletó’. Mas tinha muita mulher com amigas e casais. Até mães com filhos adolescentes, teve de tudo. Um filme que conta a história de uma prostituta causa curiosidade geral mesmo né?”, garante a programadora. Karina tem razão, já que justamente por despertar a curiosidade de todos, o filme teve lotação máxima em todo o Brasil já em sua primeira semana de exibição.
Minhas pérolas...
“Hoje não consigo imaginar outra atriz no lugar dela, tinha que ser a Deborah”. (Programa De frente com Gabi) “Calculo que tenho feito mil programas por ano , trabalhei 3 anos ou seja três mil programas.” (Programa Tudo é Possivel) “Uni o útil ao agradável. Eu queria ganhar dinheiro e gostava de fazer sexo. É uma difícil vida fácil” (Programa Tudo é Possível) http://comunidademoda.com.br
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Entrevista • 13
Editor e diagramador da página: Aline Perucci - 5º período
O Ponto
Belo Horizonte, 06 de maio de 2011
Brasil quer invadir a China Foto: Ascom/MDIC
Ministro propõe mudar relação comercial com o país e, além de matéria-prima, exportar manufaturados
O ministro Pimentel que, em abril, liderou visita de empresários a Hong Kong e Pequim Aline Perucci 5º Período Fernando Damata Pimentel é economista e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais. Foi eleito prefeito de Belo Horizonte para o mandato de 2005 a 2008, pelo Partido dos Trabalhadores (PT), do qual é um dos fundadores. Atualmente é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Dilma Rousseff. Em entrevista exclusiva ao jornal O Ponto, o ministro revela quais as principais diretrizes da sua gestão e o que Minas Gerais pode esperar de sua atuação. O Ponto: Ministro, em uma recente visita à China, o senhor afirmou que o Brasil vai propor uma relação comercial mais estratégica com a mesma. O que seria esta relação mais estratégica? Fernando Pimentel: O papel do Brasil na relação comercial com a China não pode se resumir ao de fornecedor de matérias-primas. É preciso vender produtos manufaturados, de alto valor agregado para o mercado chinês. O Brasil levou uma missão empresarial à China, com empresas das áreas do agronegócio, complexo de moda e de tradings. Alguma proposta concreta foi apresentada? As missões da Apex-Brasil, empresa vinculada ao Minis-
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tério, têm por objetivo colocar frente a frente empresários brasileiros e seus pares de outros países para vender manufaturados brasileiros. Em Hong Kong e Pequim, onde 34 empresários estiveram entre os dias 7 e 12 de abril, não foi diferente. O resultado foram US$ 120 milhões de vendas para empresários chineses, malaios, tailandeses, cingapurianos, vietnamitas e indonésios. As missões comerciais da Apex-Brasil acontecem mensalmente em diferentes países do mundo. Além das missões, a Apex-Brasil identifica áreas passíveis de cooperação bilateral e parcerias possíveis entre empresas brasileiras e de outros países. Foi esse trabalho que – no caso da China, realizado em parte pelo escritório da Apex-Brasil em Pequim - resultou nos convênios firmados entre empresas brasileiras e chinesas, num total estimado em US$ 1,5 bilhão. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do ministério está fazendo uma consulta pública para a consolidação das normas de comércio exterior. Quais serão as principais mudanças? Na área de Comércio Exterior, uma de nossas metas é intensificar as ações de defesa comercial para assegurar aos exportadores brasileiros condições de equidade na disputa dos mercados mundiais. O Brasil é o segundo país com mais vitórias na Organização Mundial de Comércio em processos de antidumping
(restrição a produtos importados á baixo custo). Obtivemos vitórias expressivas, como a do contencioso do algodão, sobre os Estados Unidos.
O papel do Brasil na relação comercial com a China não pode se resumir ao de fornecedor de matériasprimas. É preciso vender produtos manufaturados, de alto valor agregado para o mercado chinês. Sobre as micro e pequenas empresas, o ministério tem alguma proposta? Já que na gestão do presidente Lula os mesmos reclamavam dos altos impostos? As micro e pequenas empresas têm recebido atenção especial do governo federal, principalmente a partir da entrada em vigor do Estatuto Nacional da MPE, em 2006. O estatuto instituiu tratamento diferenciado para essas empresas, com a implementação do sistema de tributação simplificado, o Simples Nacional e a definição do Fórum Permanente das MPEs, como a instância federal responsável por orientar e assessorar a formulação e coordenação da política nacional de desenvolvimento setorial. As MPEs representam uma
parcela expressiva do setor produtivo nacional, respondendo por cerca de 98% das empresas em funcionamento, 48% da força de trabalho e 42% da massa salarial do país. Essas empresas são favorecidas em licitações públicas. Pela legislação complementar, que deve ser seguida por Estados e Municípios, as compras governamentais de até R$ 80 mil são destinadas exclusivamente à participação de MPEs. Como resultado, a participação das micro e pequenas empresas nas compras governamentais, no âmbito do governo federal, saltou de 14% (R$ 2,8 bilhões) em 2002 para 27,8% (R$ 15,9 bilhões) em 2010, um crescimento de 439%. Ainda é importante destacar as ações direcionadas à expansão do financiamento para este segmento. Entre as medidas mais recentes constam a duplicação do limite de crédito no Cartão BNDES e constituição do Fundo Garantidor para Investimentos (FGI). Quanto à duplicação, de janeiro de 2003 a junho de 2010, foram realizadas 429 mil operações com o cartão BNDES, com investimentos totais de R$ 6,3 bilhões. Já em relação ao FGI, até junho de 2010, dez bancos estavam habilitados para usar o fundo e cinco estavam em processo de habilitação. Na sua gestão, o BNDES tem alguma prioridade de financiamento? O BNDES tem linhas de crédito para setores diversos da economia, complementado por
créditos dos demais bancos oficiais e bancos privados. Sempre que identificada uma necessidade específica, os técnicos do banco estarão aptos a pensar em crédito para áreas específicas, como foi feito para fomentar os investimentos em hotelaria visando à Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. O que os mineiros podem esperar do Ministro Fernando Pimentel? Dedicação total ao desafio de promover a inovação na indústria e no setor de comércio e serviços do Brasil e de agregar cada vez mais valor à produção e à pauta de exportações nacional. Também daremos atenção à defesa comercial e ao estabelecimento de relações estratégicas com parceiros comerciais importantes como China, Estados Unidos e União Europeia, sem abandonar a política de abertura de novos mercados consumidores dos produtos brasileiros Uma reportagem do jornal O Tempo, do dia 17 de março deste ano, diz que o PT de Minas articula o seu nome, como pré-candidato para 2014. Como o senhor avalia essa articulação? É uma gentileza dos meus parceiros políticos. Neste momento, embora atento às questões de Minas Gerais, estou totalmente dedicado aos desafios do ministério. Vai chegar a hora de discutirmos as questões político-partidárias.
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Editor e diagramador da página: Igor Moreira - 5º peíodo
Belo Horizonte, 06 de Maio de 2011
O Ponto
Novos caminhos para o jornalismo Coordenador do curso de Jornalismo da Universidade Fumec fala das pespectivas para a área de Comunicação com as novas diretrizes sugeridas pelo MEC e do futuro da profissão Arquivo Pessoal
Franco Serrano 5º período Nascido na cidade de Foz do Iguaçu (PR), Ismar Madeira começou sua trajetória em Brasília, na Rádio Nacional, passando ainda pela TV Educativa e TV Brasília. Está na TV Globo desde 1990, e a partir de 1996 passou a integrar a equipe do Jornal Nacional. Mestre em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) coordena o curso de Jornalismo da Fumec desde fevereiro deste ano. O Ponto: Ao assumir a coordenação do curso quais foram as suas primeiras impressões da Universidade, dos alunos e do curso? Ismar Madeira: O que me fez aceitar esse desafio foi exatamente a estrutura que a Fumec disponibiliza. Foi esse olhar para a qualidade do ensino que mais me atraiu. Pude perceber o interesse dos professores, também em estruturar um curso, onde somos pioneiros entre faculdades de todo país, que possuem o curso de comunicação social, com habilitação em jornalismo. Quanto aos alunos, vi a vontade de acompanhar essas mudanças. Na nossa área, deve-se se procurar cada vez mais uma formação específica e essa é a meta que nós vamos buscar dentro da universidade. Qual o perfil do profissional que o mercado busca ultimamente e como pretende trazer essa demanda para o curso de Jornalismo da Fumec? O mercado de trabalho quer profissionais que estejam preparados. É preciso ser jornalista. Queremos formar um profissional completo, até porque o caminho do jornalismo é cada vez mais abrangente. O grande debate é aonde isso tudo vai nos levar. É o que nós vamos discutir aqui dentro da universidade, temos de ter um jornalista que esteja apto a tra-
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Ismar Madeira: coordenador do curso de Jornalismo da Fumec balhar com estas mudanças, na velocidade que a comunicação social e o jornalismo vêm evoluindo . O Ministério da Educação e Cultura apontou novas diretrizes de para o curso de jornalismo, que ele deixasse de ser apenas uma habilitação e se tornar um curso específico? O MEC reconhece a Comunicação Social como uma área de conhecimento e aponta esses encaminhamentos para que os cursos se tornem cada vez mais específicos e nós estamos saindo na frente, enfocando ainda mais na formação específica do profissional. Com a expansão das novas mídias, como você vê o futuro do jornal impresso? Quando surgiu a televisão disseram que o rádio e o cinema iriam acabar e eles não acabaram. Isso porque são linguagens diferentes, o que irá ocorrer é uma adaptação. O rádio encontrou a sua forma de continuar levando a informação ao espectador. O mesmo ocorrerá com a mídia impressa, eu acho que ela vai continuar existindo e vai encontrar o seu lugar.
O Jornalismo está passando por uma transição. Como você encara o desafio de coordenar um curso neste momento? Penso que é um desafio da sociedade, por isso o debate está no congresso. Dependendo da ótica, o jornalismo pode ser considerado um poder, mas não é essa a questão , e sim a importância que ele tem no andamento da sociedade como forma de meio de informações. Em todo o mundo já houveram tentativas de abafar ou controlar o jornalismo e por isso acho que o debate é válido neste sentido. A Fumec possui a estrutura necessária para formar o tipo de profissional que o mercado procura? Com certeza. Seguimos as diretrizes do MEC, temos professores qualificados, laboratórios excelentes e com essa estrutura podemos fazer ainda mais. Esse é o nosso espaço de experimentação. As pessoas que mais vão crescer profissionalmente são aquelas que tem algo a acrescentar, a contribuir e isso só se consegue experimentando. Quais medidas para reconfigurar o curso que já estão sendo
tomadas na sua gestão e quais as eventuais mudanças na grade curricular? Neste semestre a principal meta é a estruturação do curso. As reuniões já estão acontecendo e nós estamos pensando nos caminhos que vamos seguir. A meta é focar a formação do jornalista, mais especificamente, para o jornalismo e não tão abrangente como era em comunicação social. Lógico que vamos ainda ter muita teoria da comunicação social, mas com um maior enfoque para o jornalismo. Quanto à matriz curricular ela deve ser adequada a esse pensamento. Devemos terminar esse semestre com um novo projeto pedagógico e uma matriz curricular prontos. Você pretende lecionar nos próximos períodos? Essa é a minha intenção, mas independentemente disso, eu sou um professor do curso e tenho participado de algumas aulas e vou continuar a fazer isso. É importante por causa da troca de informação, e não é a presença do coordenador em uma disciplina que vai fazer a diferença, mas sim em todas. A minha idéia é que se crie um núcleo de convergências de
matérias onde as disciplinas possam interagir. Ao que você atribui o seu sucesso na Rede Globo? Já trabalhei em jornal impresso, rádio, televisão, assessoria de imprensa, e penso que o caminho profissional de cada pessoa é individual, não existe uma fórmula específica. Mas existem alguns ingredientes, como a iniciativa profissional e a curiosidade, que são qualidades essenciais para o jornalista. Está em sua essência ser jornalista 24 horas por dia, isso faz diferença . O que ocorreu na minha trajetória foi saber aproveitar as oportunidades que surgiram. Dentro da TV Globo eu fui repórter, apresentador, editor, produtor, fui do esporte, da política, da economia, fui setorista do Jornal Hoje no congresso nacional, apresentei o Bom Dia Brasil... Hoje estou aqui na Fumec, porque dediquei meu tempo a um mestrado, na UFMG, mesmo trabalhando, e por isso tive que largar o Jornal Nacional por um tempo e fui apresentar o Bom Dia Minas, permitindo que eu fosse estudar até as 10 da noite. Ou seja, é preciso determinação e qualificação.
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Cidades • 15
Editor da página: Renan Borges - 5 º período. Diagramador da página: Victor Duarte - 5º período.
O Ponto
Belo Horizonte, 06 de maio de 2011
Proposta de modernização do prédio, considerado referencial para a região, tem dividido as opiniões Hugo Lacerda 5º período
Visão panorâmica do Mercado Distrital do Cruzeiro hoje
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vendem poderia se encaixar na ambição dos construtores. Está marcada para este mês uma reunião entre a Associação dos Cidadãos do Bairro Cruzeiro (Amoreiro) e o Ministério Público Estadual (MPE) para discutir a questão da aceitação ou não do novo projeto para o mercado. O empreendimento responde a um chamado de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), aberto em junho pela prefeitura. O objetivo era viabilizar a revitalização do espaço sem o detrimento da atividade comercial dos atuais permissionários, mirando a Copa do Mundo de 2014. A Amoreiro critica a criação do projeto, pois acha que a modernidade do Mercado Distrital do Cruzeiro pode apagar uma área tradicional do bairro, fundada há 36 anos. “Onde se implanta um shopping e abrem
duas mil vagas, o impacto sobre o trânsito é terrível. Além disso, não queremos que o mercado seja descaracterizado. Ele precisa ser revitalizado, mas com uma área de lazer e convivência para os moradores. Um mercado não é um shopping”, critica a presidente da entidade, Patrícia Caristo. Porém, para alguns alunos da Fumec, instituição que está localizada na região da possível obra, o apoio para o novo projeto é forte: “Pra mim vai ser ótimo, pois vamos ter mais vagas para parar nossos carros, além de ter um lugar para freqüentar depois das aulas”, afirma Marco Aurélio Veloso, aluno do sexto período de Administração. Já Daniel Mafra, ex aluno de jornalismo da faculdade, acha que a destruição do antigo mercado pode trazer prejuízo não só para a região como
Antes
Renato Mendes
A modernização das obras públicas tem se tornado um planejamento constante do governo de Belo Horizonte para tentar dar nova cara a prédios históricos considerados ultrapassados para sua função inicial. Entre todas essas obras surge uma grande polêmica, a modernização do Mercado Distrital do Cruzeiro, considerado um prédio referencial para a região, que leva o mesmo nome do mercado. O novo projeto já está sobre avaliação do prefeito Marcio Lacerda (PSB) e, segundo o secretário-adjunto municipal de Gestão Administrativa, Hipérides Ateniense, a prefeitura ainda não tem uma posição e está avaliando a construção que pretende executar. Com a proposta de moder-
nizar e transformar por inteiro a estrutura do Mercado, a obra que pode custar cerca de R$ 200 milhões tem dividido opiniões de moradores e investidores. Com a proposta de criação de um complexo de hotéis, shopping e mais de duas mil vagas no estacionamento, em uma área de sete mil metros quadrados, os investidores veem com ótimos olhos a construção de um novo prédio. Já para moradores do local, esta mudança pode prejudicar mais ainda o transito e criar um impacto negativo para a área residencial, além de destruir um patrimônio cultural e tradicional da cidade e do bairro. Já os comerciantes locais têm opiniões dividas por acharem que o custo para abrir um comércio em um estabelecimento moderno pode sair caro e outros por não saberem se o tipo de mercadoria que
O projeto prevê a construção de um shopping, dois hotéis e um estacionamento
para comerciantes locais: “Tem alguns tipos de frutas e comidas que só achamos no Mercado do Cruzeiro, se tirarem alguns comerciantes daqui eles podem correr o risco de não ter mais lugar para abrir suas bancas e assim acabarem na falência”. Julio Armando, coordenador do projeto da Santec Empreendimentos, defende a modernização em vários aspectos e afirma que a construção do estacionamento será benéfica para toda a região, pois 800 vagas serão destinadas aos alunos da faculdade, evitando assim, que as ruas do bairro não fiquem congestionadas. Ele também promete que não será destruída nenhuma árvore em torno do estabelecimento e garante conforto para os freqüentadores do local. “Vai ter mais espaço ao ar livre, com área de lazer e caminhada”.
Depois
Divulgação
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Editores e diagramadores da página: Hugo Lacerda, Renan Borges e Victor Duarte - 5º período.
O Ponto
http://clubedochaves.com.br
Belo Horizonte, 06 de maio de 2011
CÉZAR VOUGUINHA VICTOR DUARTE 5º PERÍODO Morar em um barril, desejar uma bola quadrada, dever 14 meses de aluguel e não se misturar com a gentalha se tornou comum na América do Sul. Ha quarenta anos surgia o que se tornaria um dos seriados mais populares em toda América Latina. Criado pelo ator e protagonista da série, Roberto Bolaños, o humorístico Chaves estreou na TV mexicana no ano de 1971. Inicialmente, “El Chavo del Ocho”, nome original da série, era transmitida dentro de um programa humorístico chamado “Chespirito”. O seriado que levou milhares de pes-
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soas à frente das TV’s conta a história de um menino órfão, que se escondia em um barril, que ficava em uma vila. Nela, seus diversos moradores conviviam nem sempre em harmonia, gerando situações engraçadas que consagraram a série e seus personagens. No ano de 1983, o canal aberto SBT começou a comprar episódios da franquia. A atração estreou dentro do programa do palhaço Bozo, até conseguir seu lugar na grade de programação da emissora. Desde então, o sucesso foi imediato. Com excelente audiência no canal do empresário Sílvio Santos, Chaves tornou-se mania nacional. Vinte e sete anos após sua estréia na televisão brasileira, o sucesso continua vivo e cole-
ciona milhares de seguidores. “Desde criança eu assisto as séries Chaves e Chapolin, e parece que o fanatismo foi crescendo com o passar do tempo, quando na verdade deveria ser ao contrário, quanto mais crescemos mais deixamos de lado as coisas da infância, mas parece que com Chaves é diferente. Quanto mais assistimos aos mesmos episódios, mais damos risada e nos identificamos com os personagens. É algo interessante!” explicou Felipe Ernesto, 31 anos, fã de Chaves desde os oito. Se o público alvo da série eram as crianças, teoricamente a popularidade deveria ter diminuído com o passar dos anos. Mas não foi assim que aconteceu com o programa do
garoto órfão mexicano que foi conquistando fãs com o passar de cada ano da produção. Para dividir sua paixão e seu conhecimento sobre a série, Felipe criou o site Vila do Chaves (http://www.viladochaves. com), onde ele mantém contato com o fã clube e divulga diversas informações sobre os personagens, não só relacionado à série, mas também o que os atores andam fazendo, já que o seriado deixou de ser gravado em 1983. O chavesmaníaco, como ele mesmo se denomina, lamenta a dificuldade de obter novas informações. “É muito difícil conseguir alguma novidade para o site, visto que hoje encontramos tudo e mais um pouco na internet. Porém, as novidades acerca do universo
de Chaves não param, mesmo sendo um programa gravado há tanto tempo atrás. Tivemos visitas do Quico e do Sr. Barriga ao Brasil no início do ano, a inclusão das séries na grade de programação da Cartoon Network, entre outros. Enfim, assunto não falta”, disse. Como o seriado já está no ar há quase 30 anos no Brasil, é comum vermos a paixão sendo passada de pai para filho. Gustavo Pereira, 35 anos, até hoje assiste as aventuras da turma da Vila, agora na companhia de seu filho Pedro, de 8 anos. “Eu sempre fui fã, e desde que meu filho nasceu eu o coloco para assistir comigo. O tempo foi passando e ele começou a gostar da série. Agora tem dia que eu vou almoçar em casa e ele tá lá assistindo”.
Chaves
Seu Barriga
É um menino de oito anos, órfão, está sempre faminto e é muito tonto. Vive numa vila dentro de um barril. Apronta muito junto com seus amigos Quico e Chiquinha. Foi interpretado pelo ator Roberto Gomez Bolaños.
É o dono da Vila, e vai pessoalmente cobrar o aluguel de seus inquilinos. É sempre recebido por uma pancada do menino Chaves. Constantemente briga com Seu Madruga ao cobrar os atrasados. Foi interpretado pelo ator Edgar Vivar.
Chiquinha
Professor Jirafales
Mora com o pai, o Seu Madruga. Está sempre na companhia de Chaves e Quico. Tem uma queda pelo órfão e sempre defende seu pai de Dona Florinda. Foi interpretada pela atriz Maria Antonieta de las Nieves.
Educado e inteligente, Professor Jirafales é o ‘mestre’ de todas as crianças do seriado. Possui um romance com a mãe de Quico, Dona Florinda, a quem sempre leva flores. Foi interpretado pelo ator Rubén Aguirre.
Quico
Dona Florinda
É filho de Dona Florinda. Está sempre atazanando Seu Madruga. Mimado, Quico tem os melhores brinquedos da Vila. Foi interpretado pelo ator Carlos Villagrán.
Conhecida como “velha carcomida” é mãe de Quico e viúva de um comandante da Marinha. Tem um romance com o Professor Jirafales. Foi interpretada pela atriz Florinda Meza.
Seu Madruga
Dona Clotilde
Viúvo e pai de Chiquinha, Seu Madruga é desempregado. Vive fugindo dos tapas de Dona Florinda. Nunca paga o aluguel ao dono da Vila, Seu Barriga. Foi interpretado por Ramón Valdez.
Mais conhecida como a Bruxa do 71, Dona Clotilde guarda uma grande paixão pelo Seu Madruga. É sempre alvo de piadas. Foi interpretada pela atriz Angelines Fernández.
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Com suas peraltices, há 27 anos Chaves fascina uma legião cada vez maior de fãs
5/12/11 3:26:08 PM