exercício democrático
Os debates sobre democracia e participação política do projeto Político, eu?!?, realizado pela Fundação Demócrito Rocha e pela Universidade Aberta do Nordeste em parceria com a Camâra Municipal de Fortaleza, alcançaram jovens estudantes do oitavo e nono ano, capacitaram professores e impactaram toda a sociedade
EDITORIAL
Cidadão no centro do debate
Neste caderno, você vai encontrar uma síntese das ações desenvolvidas ao longo das duas edições do projeto Político, eu?!?, realizado pela Fundação Demócrito Rocha e Universidade Aberta do Nordeste com patrocínio da Câmara Municipal de Fortaleza. Também apresentamos o impacto que essas ações tiveram no dia a dia de jovens e professores participantes do projeto. É um convite para adentrar no universo de transformação proporcionado pelo projeto “Político, Eu!?!”, onde educação e cidadania se entrelaçam para construir uma sociedade mais engajada, informada e participativa. Este registro busca não apenas documentar os resultados alcançados, mas também inspirar novas iniciativas e reforçar a importância de uma educação política acessível e de qualidade como ferramenta indispensável para o fortalecimento da democracia.
Nas páginas a seguir apresentamos todas as etapas do projeto que foram realizadas em 2023 e 2024. Também trazemos mais uma vez para a pauta os conceitos centrais que nortearam os produtos em artigos assinados pelos pesquisadores Monalisa Soares, Paula Vieira, Gabriela Bezerra e Emanuel Freitas.
Avançamos entendendo sempre que é a partir da escola e das ruas que a promessa de democracia será finalmente cumprida.
Boa Leitura!
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA
Presidente: Luciana Dummar
Diretor Administrativo-Financeiro
André Avelino de Azevedo
Gerente-Geral: Marcos Tardin
Gerente de Criação de Projetos
Raymundo Netto
Gerente de Audiovisual: Chico Marinho
Gerente Editorial: Lia Leite
Gerente de Marketing e Design:
Analistas de Projetos: Aurelino Freitas e Fabrícia Góis
Analista de Contas: Narcez Bessa
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE
Gerente Educacional: Prof. Dr. Deglaucy Jorge Teixeira
Coordenadora Pedagógica: Cavalcante
Coordenadora de Cursos e Secretária Escolar:
Marisa Ferreira
POLÍTICO, EU!?!
Coordenadora Geral
Valéria Xavier
Analista de Operações
Alexandra Carvalho
Analista de Projetos
Daniele Andrade
Textos
Juliete Costa da Rocha
Ana Penélope Soares de Menezes
Edição
Paula Lima
Designer
Jansen Lucas
Ilustrador
Carlus Campos
Social Media
Beatriz Araújo
Capacitação, sensibilização e educação
A Fundação Demócrito Rocha e a Uane realizaram duas edições do projeto Político, eu?!?, programa de educação político cidadã, e impactou a vida de estudantes por toda a capital e a sociedade em geral ao despertar a consciência da participação política para a construção democrática
A Fundação Demócrito Rocha e a Uane realizaram duas edições do projeto Político, eu?!?, programa de educação político cidadã, e impactou a vida de estudantes por toda a capital e a sociedade em geral ao despertar a consciência da participação política para a construção democrática
O projeto Político, Eu!?! teve como motivador principal a constatação de que há um descrédito crescente de parte considerável da população brasileira em relação à política, como aponta o alarmante resultado da pesquisa “Panorama Político 2022”, realizada pelo Instituto de Pesquisa Data Senado, no qual 47% da população acima de 16 anos demonstra baixo interesse pela política, principalmente pela falta de compreensão sobre o sistema político brasileiro e pela deficiência no sistema de ensino, que não transmite informações sobre o funcionamento da política de forma clara e eficaz.
Com objetivo, portanto, de contribuir com a educação política e cidadã de adolescentes, jovens e adultos, despertando o interesse para a importância da política no seu dia a dia, nasceu o projeto “Político, Eu!?!: Educação Política para Cidadania”. O projeto caracteriza-se pelo cunho educativo e plural na abordagem dos temas “política” e “cidadania”, partindo da premissa de que é dever do Estado e da sociedade civil organizada estimular os indivíduos a exercerem sua cidadania de forma plena, cientes de seus direitos e deveres, e conscientes de seu papel na escolha dos representantes políticos e na fiscalização da implementação das políticas públicas. Realizado em duas edições, a primeira em 2023 e a segunda no primeiro semestre de 2024, o alcance e sucesso do projeto motivaram a elaboração deste livro de forma a registrar os impactos das ações.
Importante destacar o caráter multidimensional de abordagem do projeto “Político?!?, Eu”, tendo como alicerce o tripé: a.) capacitação de professores; b.) sensibilização da sociedade; e c.) ação educativa voltada para adolescentes, alunos do ensino fundamental II.
Entendendo o papel fundamental da escola na formação de jovens cidadãos, a capacitação de professores se deu através da realização do curso de extensão “Educação Política para Cidadania”, na modalidade de ensino à distância, com 70 horas, ofertado de forma gratuita, abordando temas como cidadania participativa e estrutura e funcionamento do estado brasileiro, fornecendo instrumentos pedagógicos para aplicar esses conceitos em sala de aula.
A sensibilização da sociedade se deu através da elaboração e veiculação de uma série de conteúdos editoriais em linguagem simples e didática, em veículos de comunicação de grande alcance, a respeito de temáticas como cidadania participativa, protagonismo juvenil e democracia. Ao longo das duas edições do projeto formam produzidos uma série de cadernos especiais, podcasts, matérias para Portal de Notícias, programas de TV e lives, com par-
ticipação de especialistas em política e democracia, professores e sociedade civil organizada.
Compreendendo a relevância de despertar o interesse dos adolescentes e jovens pela política como forma legítima de exercício da cidadania e continuidade do regime democrático, realizamos a ação “A Escola vai à Câmara”, através da qual alunos de ensino fundamental II de 16 escolas de Fortaleza, viveram a experiência de ser vereador por um dia, votando um projeto de lei que os próprios alunos elaboraram, no plenário da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). O depoimento dos alunos e dos professores que tiveram a oportunidade de viver essa experiência nos revela o grande impacto da ação na sua vida, experiência que certamente foi com a família, com os amigos da escola e com a comunidade.
Foram elaborados também dois gibis, um em cada edição do projeto, com conteúdo paradidático sobre política e cidadania, que, além de despertar o interesse dos alunos pelo tema, serviram como conteúdo de apoio ao trabalho dos professores na abordagem do tema junto aos alunos em sala de aula. Os gibis foram impressos e distribuídos para 42 mil jovens, alunos do 8º. e 9º. ano das escolas públicas de ensino fundamental II, das escolas de ensino fundamental II da cidade de Fortaleza.
Cabe ressaltar, ainda, neste texto introdutório o grande alcance do curso de extensão “Educação Política para Cidadania” com 11.015 alunos inscritos, uma marca que certamente reflete o interesse e urgência do tema, mas sobretudo a qualidade do conteúdo produzido.
Valéria Xavier, coordenadora do projeto Político, eu!?!
O curso “Educação Política para Cidadania”
O Curso “Educação Política para Cidadania”, realizado no âmbito do Projeto “Político, eu?!”, tem sua estrutura, em torno de temas e de conteúdos articulados, que dão aos docentes, e à população em geral, essa noção fundamentada sobre a democracia, a participação política, o estado, as instituições políticas e, obviamente, a centralidade da educação para a cidadania. Pautado na relevância da educação política como estratégia para habilitar as crianças, os jovens e a população em geral com vistas a participação na vida pública. O conteúdo Programático oferece uma jornada que vai da teoria (Módulos 1 a 4) à prática (Módulos 5 e 6) como fundamentos da educação política.
O Curso, como as demais iniciativas no âmbito do “Político, eu?!”, está orientado para a desmistificação da noção de política como algo distante e insulado de nosso cotidiano. O chamado é para que nos reconheçamos parte da dinâmica política, reconhecendo suas repercussões em nossas vidas e também as possibilidades de atuação na coletividade. O sucesso de adesão ao curso com o total de 11.015 alunos/as inscritos nas duas edições demarca sua relevância e confirma a necessidade de ampliá-las abarcando novas temáticas e conteúdos. Ao contrário da ideia disseminada de que “não se discute política”, o Curso de Extensão “Educação Política para Cidadania” evidencia um amplo interesse no tema, desde que o debate seja fundamentado e promova uma conexão com as dinâmicas concretas da vida cotidiana.
Monalisa Soares, professora do Departamento de Ciências Sociais da UFC, do Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS-UFC) e do Mestrado Profissional de Sociologia (Profsocio-UFC). Coordena o Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (LEPEM-UFC). Coordenadora de Conteúdo do Projeto de Extensão Educação Política para Cidadania, do Projeto Político, eu?!. E-mail: monalisaslopes@gmail.com
Linhadotempo
1) Evento de lançamento na Câmara Municipal de Fortaleza
Palestra “A democracia e o papel da educação política para a cidadania”, proferida pela coordenadora de conteúdo do curso, Monalisa Soares, e fala de abertura do Presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Gardel Rolim.
EVENTO LANÇAMENTO
Local: Plenário da Câmara Municipal de Fortaleza
Data: 22/8/2023
2) Ação de mobilização e sensibilização
Articulação nas escolas públicas de ensino fundamental e ensino médio da cidade de Fortaleza, gestores públicos e líderes comunitários, além de campanha nas redes sociais da Fundação Demócrito Rocha e do O POVO
3) Curso de extensão “Educação Política para Cidadania”
Carga horária total de 70 horas, com emissão de certificado pela Uece, Uane/FDR para os aprovados. O curso contemplou seis fascículos, disponibilizados no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), hospedado no site da FDR.
Fascículo 1
Tema: Política, Democracia e Cidadania Data da veiculação: 11/09/2023
Fascículo 2
Tema: Estado brasileiro: estrutura e funcionamento Data da veiculação: 18/09/2023
Fascículo 3
Tema: Poder Legislativo: conhecendo a Câmara
Municipal Data da veiculação: 25/09/2023
Fascículo 4
Tema: Cidadania participativa: a participação política na sociedade democrática
Data da veiculação: 02/10/2023
Fascículo 5
Tema: Educação política e cidadania: práticas pedagógicas no ensino fundamental e médio
Data da veiculação: 09/10/2023
Fascículo 6
Tema: O papel da escola para a aprendizagem dos/as jovens sobre participação política e cidadania
Data da veiculação: 16/10/2023
4) Seis videoaulas
Com 20 minutos de duração cada, produzidas com base nos temas de cada um dos seis fascículos e com objetivo de ampliar a discussão do respectivo tema no formato audiovisual. Essas videoaulas foram disponibilizadas para os cursistas inscritos, no AVA hospedado no site da FDR e veiculadas no Canal FDR em uma exibição inédita e uma reprise.
Videoaula 1
Data de veiculação inédita: 11/09/2023
Data veiculação reprise: 13/09/2023
Videoaula 2
Data de veiculação inédita: 18/09/2023
Data veiculação reprise: 20/09/2023
Videoaula 3
Data de veiculação inédita: 25/09/2023
Data veiculação reprise: 27/09/2023
Videoaula 4
Data de veiculação inédita: 2/10/2023
Data veiculação reprise: 4/10/2023
Videoaula 5
Data de veiculação inédita: 9/10/2023
Data veiculação reprise: 11/10/2023
Videoaula 6
Data de veiculação inédita: 16/10/2023
Data veiculação reprise: 18/10/2023
5) Seis radioaulas
Debates de 60 minutos de duração cada com a participação de um educador especialista no tema (conteudista) e um convidado. As radioaulas foram disponibilizadas para os cursistas inscritos no curso, no AVA e transmitidas na Rádio O POVO CBN AM 1010.
Radioaula 1
Tema: Política, Democracia e Cidadania
Data de veiculação: 11/09/2023
Radioaula 2
Tema: Estado brasileiro: estrutura e funcionamento
Data de veiculação: 18/09/2023
Radioaula 3
Tema: Poder Legislativo: conhecendo a Câmara
Municipal Data de veiculação: 25/09/2023
Radioaula 4
Tema: Cidadania participativa: a participação política na sociedade democrática
Data de veiculação: 2/10/2023
Radioaula 5
Tema: Educação política e cidadania: práticas pedagógicas no ensino fundamental e médio
Data de veiculação: 9/10/2023
Radioaula 6
Tema: O papel da escola para a aprendizagem dos/as jovens sobre participação política e cidadania
Data de veiculação: 16/10/2023
+ Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)
Hospedado no site da FDR, que agregou todos os conteúdos produzidos no curso de extensão, além de contemplar tutoria on-line, exercícios, conteúdo extra, calendário, fórum, chat, avaliação final e certificação on-line.
5) Duas lives
Transmitidas nas redes sociais da FDR e do O POVO, com moderação da jornalista Paula Lima e participação de dois convidados entre gestores públicos e especialistas em ética e política.
Live 1
Tema: Política, Democracia e Cidadania
Data: 22/08/23
Convidados: Paula Vieira e Emanuel Freitas
Live 2
Tema: Educação Política - O Papel da Escola e Participação Juvenil
Data: 29/08/23
Convidados: Marcos Paulo Campos e Monalisa Soares
6) Quatro programas de TV
Entrevistas com a participação de especialistas e gestores públicos sobre os desafios e importância do envolvimento da população na vida política como exercício pleno de cidadania. Os programas foram transmitidos no Canal FDR em uma exibição inédita e uma reprise.
Programa 1
Tema: Política Democracia e Cidadania
Datas de exibição: 9/10/23 e 16/10/23
Convidados: Maria Clara Ribeiro e Monalisa Soares
Programa 2
Tema: Organização dos Poderes e a Câmara Municipal
Datas de exibição: 10/10/2023 e 16/10/23
Convidados: Paula Vieira e Jaime Alencar de Oliveira
Programa 3
Tema: Práticas Democráticas e Formas de Participação Política
Datas de exibição: 11/10/2023 e 16/10/23
Convidados: Marcos Paulo Campos e Monalisa
Torres
Programa 4
Tema: Educação Política: O papel da escola e participação juvenil
Datas de exibição: 12/10/2023 e 16/10/23
Convidados: Luizete Vicente e Daniele Lins
7) Quatro cadernos especiais
Veiculados no jornal O POVO
Caderno 1
Tema: Qual seu lugar de cidadão nesse país?
Data de veiculação: 22/08/2023
Caderno 2
Tema: O cotidiano é político
Data de veiculação: 24/08/2023
Caderno 3
Tema: Pelo direito de envelhecer
Data de veiculação: 29/08/2023
Caderno 4
Tema: Por uma infância cidadã
Data de veiculação: 31/08/2023
8) Cinco webcontents
Matérias desenvolvidas especialmente para o ambiente virtual.
Webcontent 1
Tema: Igualdade racial: como a garantia de direitos potencializa trajetórias
Data: 22/08/2023
Webcontent 2
Tema: A importância da participação política na vida das mulheres
Data: 24/08/2023
Webcontent 3
Tema: Longevidade aumenta, mas garantia de direitos ainda é desafio
Data: 29/08/2023
Webcontent 4
Tema: A cidadania na infância e na adolescência
Data: 31/08/2023
Webcontent 5
Tema: Curso gratuito ensina de forma didática como exercer a cidadania plena
Data: 26/09/2023
9) Gibi Política, e?!?
Distribuidos nas escolas municipais de ensino fundamental 2. Com tiragem de 45 mil exemplares.
10) Ação "A Escola vai à Câmara"
Concurso para selecionar as escolas participantes
Período do concurso: 14/08/2023 a 14/09/2023
Escolas inscritas: 8
Quatro escolas vencedoras: Escola José Bonifácio de Sousa
Escola Municipal José Ramos Torres de Melo Colégio Ateneu
EMTI Deputado Roberto Mesquita
Oficinas preparatórias e visitas
As oficinas foram conduzidas pela Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Márcia Paula Chaves Vieira.
> Oficina com a escola 1 - 28/09/2023
> Oficina com a escola 2 - 05/10/2023
> Oficina com a escola 3 - 10/10/2023
> Oficina com a escola 4 - 17/10/2023
> Visitas guiadas à CMFor
> Visita guiada 1 - 02/10/2023, com presença de 37 estudantes
> Visita guiada 2 - 09/10/2023, com presença de 36 estudantes
> Visita guiada 3 - 16/10/2023, com presença de 28 estudantes
> Visita guiada 4 - 23/10/2023, com presença de 42 estudantes
- Webdocs
Quatro pequenos documentários sobre a experiência dos alunos das quatro escolas durante as visitas guiadas à CMFor. Os webdocs foram veiculados no canal digital do projeto e nas redes sociais da FDR.
11) Campanha Publicitária
Divulgação do projeto no Jornal O POVO, Portal O POVO, TV O POVO, Redes Sociais Facebook e Instagram FDR, O POVO CBN Cariri, Vida&Arte, O POVO Online
Entre 21 de agosto a 27 de novembro de 2023
1) Evento de lançamento na Câmara Municipal de Fortaleza
Apresentação da síntese das ações da primeira edição e o escopo da nova edição, por Valéria Xavier, coordenadora geral do projeto. Palestra com o tema “Juventudes, participação política e formação cidadã”, proferida pela coordenadora de conteúdo do curso, Monalisa Soares.
EVENTO LANÇAMENTO
Local: Plenário da Câmara
Municipal de Fortaleza
Data: 22/2/2024
2) Ação de mobilização e sensibilização
3) Segunda turma do Curso de extensão
“Educação Política para Cidadania” Carga horária total de 70 horas, com emissão de certificado pela Uece, Uane/FDR para os aprovados
Fascículo 1
Tema: Política, Democracia e Cidadania
Data da veiculação: 1/04/2024
Fascículo 2
Tema: Estado brasileiro: estrutura e funcionamento
Data da veiculação: 8/04/2024
Fascículo 3
Tema: Poder Legislativo: conhecendo a Câmara
Municipal
Data da veiculação: 15/04/2024
Fascículo 4
Tema: Cidadania participativa: a participação política na sociedade democrática
Data da veiculação: 22/04/2024
Fascículo 5
Tema: Educação política e cidadania: práticas pedagógicas no ensino fundamental e médio
Data da veiculação: 29/04/2024
Fascículo 6
Tema: O papel da escola para a aprendizagem dos/as jovens sobre participação política e cidadania
Data da veiculação: 6/05/2024
Pasta colecionadora
Para acondicionar e guardar os seis fascículos do curso, a capa foi encartada junto com o primeiro fascículo no jornal O POVO.
4) Seis videoaulas
Videoaula 1
Data de veiculação: 01/04/2024
Videoaula 2
Data de veiculação: 08/04/2024
Videoaula 3
Data de veiculação: 15/04/2024
Videoaula 4
Data de veiculação: 22/04/2024
Videoaula 5
Data de veiculação: 29/04/2024
Videoaula 6
Data de veiculação: 06/05/2024
5) Seis radioaulas
As radioaulas foram disponibilizadas para os cursistas inscritos no curso, no AVA e transmitidas na Rádio O POVO CBN AM 1010.
Radioaula 1
Tema: Política, Democracia e Cidadania
Data de veiculação: 1/04/2024
Radioaula 2
Tema: Estado brasileiro: estrutura e funcionamento
Data de veiculação: 8/04/2024
Radioaula 3
Tema: Poder Legislativo: conhecendo a Câmara
Municipal Data de veiculação: 15/04/2024
Radioaula 4
Tema: Cidadania participativa: a participação política na sociedade democrática
Data de veiculação: 22/04/2024
Radioaula 5
Tema: Educação política e cidadania: práticas pedagógicas no ensino fundamental e médio
Data de veiculação: 29/04/2024
Radioaula 6
Tema: O papel da escola para a aprendizagem dos/as jovens sobre participação política e cidadania
Data de veiculação: 6/05/2024
+ Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Hospedado no site da FDR
5) Três webinários
Seminários no ambiente virtual com inscrições gratuitas, foram transmitidos em sala fechada no aplicativo Zoom
Webinar 1
Data: 10/04/2024
Painel 1 - Tema: Política, Democracia e Cidadania
Painel 2 - Tema: Estado brasileiro: estrutura e funcionamento Número de inscritos: 156 pessoas
Webinar 2
Data: 30/04/2024
Painel 1 - Tema: Poder Legislativo - Conhecendo a Câmara Municipal
Painel 2 - Tema: Cidadania participativa - A participação política na sociedade democrática Número de inscritos: 309 pessoas
Webinar 3
Data: 22/05/2024
Painel 1 - Tema: Educação política e cidadania: práticas pedagógicas no ensino fundamental e médio
Painel 2 - Tema: O papel da escola para a aprendizagem dos/as jovens sobre participação política e cidadania Número de inscritos: 157 pessoas
6) Quatro lives
Transmitidas nas redes sociais da FDR e do O POVO
Live 1
Tema: Redes Sociais e Desinformação
Data: 14/03/2024
Convidados: Francisco Fabrício e Emanuel Freitas
Live 2
Tema: O processo eleitoral e o voto consciente
Data: 21/03/2024
Convidados: Mariana Dionísio
e Marcos Paulo Campos
Live 3
Tema: Pluralidade e Representatividade
Data: 28/03/2024
Convidados: Raulino Chaves e Rodrigo Mello
Live 4
Tema: A escola como socializadora
Data: 9/04/2024
Convidados: Danyelle Nilin
e Márcia Gabrielle
7) Dois programas de TV
Programa de TV 1
Tema: Sistema Eleitoral Brasileiro
Data de exibição: 08 e 10/04/24
Programa de TV 2
Tema: Protagonismo Juvenil na Política
Data de exibição: 10 e 12/04/24
8) 16 podcasts
Veiculados no Spotify e no canal digital projeto.
Podcast 1
Tema: O impacto das ações de educação política para juventude
Data de veiculação: 13/03/2024
Podcast 2
Tema: Escola vai à Câmara: Escola Municipal José Bonifácio de Souza
Data de veiculação: 21/03/2024
Podcast 3
Tema: Escola vai à Câmara: Escola Municipal José
Ramos Torres de Melo
Data de veiculação: 28/03/2024
Podcast 4
Tema: Escola vai à Câmara: Colégio Ateneu
Data de veiculação: 3/04/2024
Podcast 5
Tema: Escola vai à Câmara: Escola Municipal Deputado
Roberto Mesquita
Data de veiculação: 3/04/2024
Podcast 6
Tema: Representação de Gênero Data de veiculação: 8/04/2024
Podcast 7
Tema: Representação étnico-racial
Data de veiculação: 8/04/2024
Podcast 8
Tema: Como abordar a desinformação na sala de aula
Data de veiculação: 8/04/2024
Podcast 9
Tema: Conteúdos complementares para educação política voltada para juventude (jogos)
Data de veiculação: 8/04/2024
Podcast 10
Tema: Conteúdos complementares para educação política voltada para juventude (música)
Data de veiculação: 26/04/2024
Podcast 11
Tema: Conteúdos complementares para educação política voltada para juventude (cinema)
Data de veiculação: 26/04/2024
Podcast 12
Tema: Escola vai à Câmara: Escola Municipal josé Carlos de Oliveira Neto
Data de veiculação: 26/04/2024
Podcast 13
Tema: Escola vai à Câmara: Escola Municipal Cláudio
Frota Bezerra
Data de veiculação: 23/05/2024
Podcast 14
Tema: Escola vai à Câmara: Escola Municipal Professor Militão de Albuquerque
Data de veiculação: 10/06/2024
Podcast 15
Tema: Escola vai à Câmara: Escola Municipal Professor
Agerson Tabosa Pinto
Data de veiculação: 10/06/2024
Podcast 16
Tema: A Escola vai à Câmara: Escola Municipal Professor Eduardo Pinheiro Campos
Data de veiculação: 10/06/2024
8) Cinco webcontents
Matérias desenvolvidas especialmente para o ambiente virtual.
Webcontent 1
Tema: Estão abertas as inscrições para o curso "Educação Política para Cidadania", edição de 2024
Data: 11/03/2024
Webcontent 2
POLÍTICAEDUCAÇÃO PARA CIDADANIA
Tema: Webinar gratuito com tema "educação política para cidadania"
ocorre no dia 10 de abril
Data: 4/04/2024
Webcontent 3
Tema: Segundo webinar sobre educação política para cidadania ocorre no dia 30 de abril
Data: 18/04/2024
Webcontent 4
Tema: Webinar vai debater práticas pedagógicas e papel da escola na formação política
Data: 15/05/2024
Webcontent 5
Tema: Curso gratuito ensina de forma didática como exercer a cidadania plena
Data: 26/09/2023
9) Gibi Político, eu?!?
Distribuidos nas escolas municipais de ensino fundamental 2. Com tiragem de 45 mil exemplares.
10) Ação "A Escola vai à Câmara"
Concurso para selecionar as escolas participantes
Período do concurso: 15/02 até 06/03/2024
Escolas inscritas: 21
Quatro escolas vencedoras:
01 - EMTI José Carlos de Oliveira Neto
02 - EMTI Reitor Roberto Cláudio Frota Bezerra
03 - Escola Municipal Professor José Militão de Albuquerque
04 - EMTI Prof Gerson Tabosa Pinto
05 – EMTI Professor Manuel Eduardo Pinheiro Campos
06 - Escola José Carlos da Costa Ribeiro
07 - Escola Municipal Dom Aloísio Lorscheider
08 - EMTI Nossa Senhora de Fátima
09- Escola Municipal Creusa do Carmo Rocha
10 – Escola Municipal Angélica Gurgel
11 - Escola Municipal de Tempo Integral Leonel de Moura Brizola
12 - Escola Municipal José de Alencar
Oficinas preparatórias nas escolas selecionadas
As oficinas foram conduzidas pela Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Márcia Paula Chaves Vieira.
> Oficina com a escola 1 – 21/03/2024
> Oficina com a escola 2 - 04/04/2024
> Oficina com a escola 3 - 11/04/2024
> Oficina com a escola 4 - 18/04/2024
> Oficina com a escola 5 - 25/04/2024
> Oficina com a escola 6 - 02/05/2024
> Oficina com a escola 7 - 09/05/2024
> Oficina com a escola 8- 23/05/2024
> Oficina com a escola 9 - 29/05/2024
> Oficina com a escola 10 - 06/06/2024
> Oficina com a escola 11- 13/06/2024
> Oficina com a escola 12 - 20/06/2024
Visitas guiadas à CMFor
> Visita 1 - 27/03/20z24, com presença de 37 estudantes
> Visita 2 – 08/04/2024, com presença de 36 estudantes
> Visita 3 - 18/04/2024, com presença de 28 estudantes
> Visita 4 - 22/04/2024, com presença de 42 estudantes
> Visita 5 - 29/04/2024, com presença de 37 estudantes
> Visita 6 - 06/05/2024, com presença de 36 estudantes
> Visita 7 - 13/05/2024, com presença de 28 estudantes
> Visita 8 - 27/05/2024, com presença de 42 estudantes
> Visita 9 - 03/06/2024, com presença de 37 estudantes
> Visita 10 - 10/06/2024, com presença de 36 estudantes
> Visita 11 - 17/06/2024, com presença de 28 estudantes
> Visita 12 - 24/06/2024, com presença de 42 estudantes
Webdocs
Doze pequenos documentários sobre a experiência dos alunos das quatro escolas durante as visitas guiadas à CMFor. Os webdocs foram veiculados no canal digital do projeto e nas redes sociais da FDR. 11) Campanha Publicitária
Divulgação do projeto no Jornal O POVO, Portal O POVO, TV O POVO, Redes Sociais Facebook e Instagram FDR, O POVO CBN Cariri, Vida&Arte, O POVO Online
Entre 21 de agosto a 27 de novembro de 2023
A política quando encanta
o Político, eu!?! e a ação Escola
vai à Câmara Municipal de Fortaleza
A professora facilitadora das Oficinas e das visitas à Câmara Municipal de Fortaleza na ação Escola vai à Câmara do projeto Político, eu!?!, Paula Vieira, descreve a experiência e o impacto das ações na vida dos estudantes
Oprograma Escola vai à Câmara Municipal de Fortaleza esteve inserido no projeto Político, eu?!?, realização da parceria entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). Considerando o conteúdo escolar, o projeto se aproximou da escola com o objetivo de contribuir para a formação cidadã.
A ação propunha levar aos estudantes o conhecimento sobre a dinâmica dos processos legislativos e suas diversas etapas. Vivenciar essa experiência passou pela elaboração de um projeto de lei, uma Oficina de Comissão Legislativa e, finalizando, pela visita à Câmara Municipal de Fortaleza. O objetivo: ser vereador por um dia. Nas oficinas, aos olhos dos estudantes, o espaço familiar da sala de aula era ocupado não apenas por eles, rostos conhecidos e cotidianos, mas também por uma nova professora que ministrava a oficina, técnicos de câmeras, jornalistas e seus microfones e fotógrafa. Ali, iniciava o “ser vereador por um dia”, compreendendo a responsabilidade pública e, por isso, as câmeras. Mas, também, sentiam como em um momento de “fama”, em que suas famílias e seus amigos estariam os assistindo na TV.
Em todas as Oficinas e visitas à Câmara Municipal, houve a transmissão, veiculada pela TV Câmara, de trechos e entrevistas com o professor-consultor e os estudantes. A presença da TV agitava os ânimos dos estudantes, que se dividiam entre o desejo de dar entrevista e aparecer na TV aberta e a timidez. Até para os mais desenvoltos na oralidade discursiva e/ou destaques nos treinamentos via tiktok, a presença de uma câmera manuseada por um técnico e de uma jornalista com microfone na mão gerava alguma ansiedade. Alguns se escondiam, outros se exibiam, outros observavam. Frente à câmera, alguns alunos e alunas se colocavam vencedores da timidez e falavam sobre a importância de se discutir o projeto de lei ou de indicação que estavam propondo. A preparação para a visita era feita desde a escolha da farda “mais nova” (solicitamos o uso dos uniformes, se possível, pois era uma atividade escolar), até as maquiagens e os estilos dos cabelos. Na chegada, conheciam os espaços de comunicação da CMF com a comunidade cidadã. No Escritório de Direitos Humanos Dom Aluísio Lorscheider (EDHAL), as perguntas dos estudantes passaram por preocupações raciais e de gênero.
Na Casa do Cidadão, reconheceram o espaço como o local para buscar documentações, embora um ou outro puxassem na memória as ações no seu bairro para finalidades similares. No ano de 2024, após a inauguração da sede da Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal, estudantes me procuraram para confirmar o número de telefone para denúncia. Essa informação, embora não crie alertas quantitativos, sensibilizam, mais uma vez, para a importância da formação cidadã desde a escola.
As visitas passaram pelo setor da Redação e os estudantes conheceram a produção de comunicação da CMF, a sala de rádio, a sala das Comissões e, por último, antes de ir ao Plenário, conheceram a TV Câmara. Imagine, nesse momento, a euforia. Os jornalistas apresentadores explicaram a preparação prévia por meio de estudos sobre temas que iriam noticiar; demonstraram os deslocamentos para as câmeras e como circular no estúdio; ao apresentar a leitura dos prompts em tela, incentivaram o momento em que alguns dos estudantes saiam da timidez para testar suas habilidades frente às câmeras, sem a função de “inversão” para selfies que estão acostumados. “Ah, assim é bem mais difícil”, alguns diziam. Outras e outros viam naquele espaço um desejo de futuro, uma expectativa de profissão.
Na chegada ao Plenário, alguns se sentiram intimidados pela formalidade do espaço, outros externavam uma alegria eufórica. Em cada mesa de parlamentar, havia a placa com o nome do estudante que, naquele momento, estava com a função de ser vereador.
Na Mesa Diretora, as placas indicavam os cargos pelos quais tinham sido eleitos nas oficinas: Presidente, Vice-presidente, Relator/a, Secretario/a.
A/O Presidente da Mesa Diretora indicava a abertura da sessão e seguiam o roteiro ensaiado. Observavam a linguagem que, desde a etapa da oficina, fizeram usual no cotidiano escolar: “questão de ordem”, tratamentos por “senhor/senhora presidente”, “senhor/senhora vereadora”, solicitação pelo uso da “palavra, senhor/a presidente”. As lideranças de “situação” e “oposição” discursavam na tribuna, e, em seguida, os vereadores/as das bancadas. Finalizava-se com a leitura da aprovação do projeto.
A ação Escola Vai à Câmara proporcionou aos estudantes uma aproximação com a linguagem legislativa e seus processos. Correspondeu ao momento de aprendizagem acompanhado da complexidade do funcionamento do Legislativo. O estar presente no espaço físico permitiu a transição de uma noção abstrata sobre o par-
lamento, para iniciar o processo de materialização do significado de ser cidadão. Em uma das visitas, um estudante, negro, cuja escola tinha uma proposta de projeto vinculada às práticas antirracistas, disse: “Eu achava que não poderia entrar aqui, que seria parado na porta. Agora sei que posso ser até vereador”. Aqui cabe uma reflexão sobre o distanciamento entre a população e os espaços de representação política.
Mas, no Escola Vai à Câmara, a “moral da história” nos conduziu para outro caminho. O que assistimos foram estudantes propositores, dispostos a pensar suas realidades. O que observamos foram estudantes interessados em contribuir para a sociedade em que vivem. O que acompanhamos foi a construção de pertencimento à cidade e à comunidade nesse contínuo processo de formação cidadã.
PARA CIDADANIA
Nas oficinas, aos olhos dos estudantes, o espaço familiar da sala de aula era ocupado não apenas por eles, rostos conhecidos e cotidianos, mas também por uma nova professora que ministrava a oficina, técnicos de câmeras, jornalistas e seus microfones e fotógrafa
Acima, oficina na Escola Municipal Professor José Militão de Albuquerque, no Conjunto Ceará. Ao lado, a estudante da mesma escola animada com a preparação para ser vereadora por um dia
“A escola vai à Câmara”
beneficia a
sociedade
ao incentivar a participação dos jovens na política
Entre 2023 e 2024, foram selecionadas 16 escolas para a ação “A escola vai à Câmara”. Alguns projetos propostos pelos alunos até saíram do papel para serem concretizados em seus territórios
Durante a ação “A Escola vai à Câmara” os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer diversos espaços da CMFor e interagir com os profissionais. Na foto, alunos da EMTI Nossa Senhora de Fátima
No Brasil, atualmente, existe um cenário de descredibilização da democracia, que ganhou contornos ainda mais expressivos entre a juventude. Diante desse sentimento de desconfiança, é de suma relevância a promoção de ações que fomentem conhecimentos em relação ao processo político, principalmente aos jovens.
Com o intuito de incentivar a educação política, nas duas edições do projeto “Político, eu!?! foi realizado o concurso “A escola vai à Câmara”. A iniciativa levou estudantes do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental da Rede Pública à Câmara Municipal de Fortaleza para a apresentação de um projeto de lei. Durante a visita, os jovens viveram a experiência de ser vereador por um dia.
O projeto despertou nos alunos o interesse de participarem ativamente da política. É o que ressalta o professor Everton Pereira, da Escola Municipal José Carlos de Oliveira Neto. O colégio criou o projeto de lei Sistema de Telemedicina, que dispõe sobre a implementação da ferramenta nos postos de saúde de Fortaleza. Meses após a apresentação do projeto de lei, o educador descreve os impactos positivos, que ficaram explícitos durante o período eleitoral de 2024.
“Os alunos que participaram do projeto se mostraram muito mais envolvidos no processo eleitoral, dando as suas opiniões, fazendo as suas ponderações. Quando a gente via as manifestações dos alunos, a percepção que a gente teve é que aqueles que participaram do ‘Político, Eu?!’ tinham uma participação muito mais efetiva nesses debates em relação à eleição e uma visão muito mais crítica, muito mais elaborada, dentro daquilo que eles estavam percebendo”, comparou. Alguns projetos desenvolvidos foram efetivados, como foi o caso da Escola Municipal de Tempo Integral Leonel de Moura Brizola. O colégio elaborou o projeto de lei Horta nas escolas, um programa de cultivo de hortaliças e plantas medicinais nas instituições de ensino de Fortaleza.
A efetivação das ações da horta estão sendo realizadas pela gestão escolar e professores em parceria com os estudantes e famílias. “Foram feitas atividades de compostagem e produção de um canteiro com quatro tipos de hortaliças”, detalha a professora Tânia Maria Ferreira Farias. A educadora salienta ainda que após o “Político, Eu?!” os alunos compreendem um pouco mais o papel político, imprescindível em todas as ações da sociedade, bem como a importância de cada indivíduo no processo de exercício da cidadania.
Outros projetos, entretanto, não puderam ser realizados em decorrência da complexidade de suas ações. A Escola Municipal de Tempo Integral Nossa Senhora de Fátima, por exemplo, propôs o projeto de lei que dispõe sobre a obrigatoriedade de palestras antirracistas em cursos de formação de empresas de segurança privada em Fortaleza. O professor Adriano Ferreira conta que os estudantes planejam enviar o projeto de lei para a CMFor. Ele destacou ainda os efeitos do projeto para a formação cidadã dos jovens. “Para o projeto atingir a comunidade em uma escala bem maior, ele teria de virar realmente um projeto de fato. Os alunos depois da visita à Câmara pensaram em escrever uma carta e mandar para algum vereador para que de alguma forma a gente tentasse colocar esse projeto em prática. Isso ainda não chegou a ser feito. Mas o projeto “A escola vai à Câmara” ficou muito na memória dos alunos, as atividades que fizemos na Câmara foram muito proveitosas”, ressalta.
POLÍTICAEDUCAÇÃO PARA CIDADANIA
artigo
Democracia, o espaço da informação e da verdade
Quando falamos em democracia, automaticamente somos remetidos à ideia de eleições, voto, políticos, partidos, dentre outras coisas que, no imaginário social ou mesmo no senso comum, constituem aquilo que se considera como “política”. Não temos dúvida de que a democracia corresponde a um elemento importante, senão o mais importante, desta coisa a que chamamos de política.
Essa associação imediata entre democracia e os elementos que citamos acima não é equivocada; pelo contrário, são pilares imprescindíveis daquilo que, historicamente, se constituiu como “a democracia” moderna, surgida a partir dos movimentos políticos que marcaram as revoluções culturais, econômicas e políticas europeias que contagiaram o mundo ocidental dos anos 1700 em diante, formatando aquilo que hoje nomeamos como “democracia representativa”.
Então, se a forma por excelência assumida pela democracia é a “representativa”, ou seja, a democracia se constitui como uma engrenagem política que nos leva, periodicamente, à escolha daqueles que nos governarão1, tal escolha exige de nós, enquanto eleitores, um grau de informação mais preciso possível, seja para que saibamos o que está em jogo naquele pleito, quais os problemas que nos afligem enquanto cidadãos, quais os modos de implementar-se políticas públicas para enfrentar tais problemas e, sobretudo, quem são aqueles e aquelas que se põem a disputar o que há de mais precioso em uma democracia: o voto, a decisão do/a eleitor/a!
A informação é um dos bens mais precisos de um regime democrático. Um cidadão é alguém que, por definição, detém informações e saberes necessários para a vida em sociedade, a vida na cidade, a vida política. Estar informado é uma condição para realizar-se plenamente o elemento central da democracia representativa: votar, fazer a escolha. Não apenas estar informado, mas estar bem informado!
Daí que, quando a democracia moderna deu seus primeiros passos, ainda nos anos 1700 e 1800, uma importante instituição surgiria: a imprensa escrita. Durante três séculos, os sujeitos informavam-se por meio daquilo que se publicava em jornais, que pouco a pouco foram circulando por diversos lugares, informando os fatos e produzindo a famigerada “opinião pública” sobre os assuntos que, considerados como os mais importantes, exigiam uma informação produzida que formasse os cidadãos/eleitores, instruindo-os acerca dos fatos e lhes auxiliando na tomada de posturas críticas em relação aos governantes. Assim, jornais impressos atuaram, por muito tempo, como agentes informadores e formadores da cidadania, sendo depois auxiliados (e, em alguns casos, substituídos) pela imprensa televisiva na era da comunicação de massa, que no Brasil começa a se popularizar nos anos 1950, atingindo seu auge nos anos 1980 e 1990, já em condições de redemocratização. Os brasileiros que viveram entre os anos 1970 e 2000 sabem o quanto as emissoras de TV atuaram de modo decisivo na produção de consensos, imaginários e polêmicas acerca de diversos problemas que o País enfrentou: podemos citar a campanha pelas Diretas Já, a primeira eleição presidencial, as secas do Nordeste nos anos 1990, o com-
bate à inflação e ao desemprego, as privatizações, os diversos escândalos de corrupção, dentre outros temas. Para onde quer que a democracia brasileira tenha sido lançada, observa-se a atuação da imprensa como veículo imprescindível de persecução de objetivos democratizantes.
Não podemos esquecer, contudo, que falar de imprensa é falar de mídia, o que significa dizer que estamos a tratar de um dispositivo tecnológico – mesmo porque a mídia está objetivada em instrumentos de tecnologia, tais como máquinas de impressão, rádios, tv´s e computadores. Se assim o é, então devemos considerar que toda transformação tecnológica produz transformações no campo da informação, e isso incide direta ou indiretamente na democracia.
Estamos a vivenciar transformações tecnológicas por meio do surgimento e aprimoramento da internet e, hoje, temos a possibilidade de atuar como consumidores, produtores e propagadores de informações das mais diversas, o que, muitas vezes, nos leva a pensar que um mundo de produção de informações em grande quantidade signifique um aprimoramento da democracia. Nem sempre! Basta que nos lembremos da quantidade de falsas informações que circularam durante a pandemia de Covid-19, desacreditando as diversas medidas de segurança sanitária, e mesmo as informações falsas sobre as urnas eletrônicas, que tiveram seu auge no ano de 2022.
Isso acontece porque um dos grandes problemas das democracias contemporâneas é o surgimento e a adesão em massa às notícias falsas, popularmente conhecidas como fake news, que têm sido produzidas de modo industrial, fazendo mesmo com que grupos econômicos e políticos lucrem de diversos modos com sua existência.
Não apenas distorções acerca de doenças e de urnas eletrônicas, mas mentiras deliberadamente propagadas sobre biografias de políticos ou candidatos, sobre políticas públicas, grupos vulneráveis e minoritários, discursos, países etc têm servido como insumo para tais fake news; em eleições, inclusive, elas têm enganado eleitores aos montes, produzindo resultados eleitorais ancorados em manipulações danosas ao jogo democrático.
Por isso, é importante que você colabore com a democracia, sendo, ao mesmo tempo, um leitor crítico, um telespectador atento e um denunciador sagaz das fakes propagadas sobre os mais diversos assuntos. Em outras palavras, a efetivação da democracia depende (e muito) de você!
1No caso brasileiro, comparecemos às urnas para eleger prefeitos e vereadores numa eleição e, dois anos depois, deputados estaduais e federais, senadores, governadores de estados e o presidente da República; isso, como não podemos deixar de lembrar, após 1988, quando retomamos a realização de eleições livres e o funcionamento dos partidos políticos, com bastante luta política, que custou a vida de muitas pessoas nas duas décadas de ditadura militar instaurada, por meio de um golpe, em 1964.
EMANUEL FREITAS DA SILVA
Autor do Fascículo 1 do Curso de Formação Política Educação para a Cidadão, do projeto Político, eu?. Professor de Teoria Política da Universidade Estadual do Ceará, doutor em Sociologia. Desenvolve pesquisas em torno de eleições, religião, teoria política.
E-mail: emanuel.freitas@uece.br
POLÍTICAEDUCAÇÃO PARA CIDADANIA
artigo Os dilemas das democracias nas crises políticas recentes
Nos últimos dez anos, a preocupação com a conservação de regimes democráticos ganhou nova abordagem, diante da vitória de candidatos políticos ‘iliberais’ e extremistas. Desse modo, a recessão democrática estaria ocorrendo pela via eleitoral com a ascensão de políticos disruptivos e não tolerantes, o que moveu as preocupações para as possibilidades de sustentação democrática.
Apesar do sistema democrático ter se convertido em valor comum na contemporaneidade, é próprio dessa mesma disseminação a efusão de rupturas e crises, adjetivações e especificações (BOBBIO, 2000). O debate sobre a representação política e sua crise se refere às dificuldades do sistema político em cumprir suas promessas e em realizar adequadamente suas funções em sociedades, cada vez mais diversificadas. Em geral, recorre-se à expressão “crise de representação” para descrever o fenômeno, mas existem divergências sobre as causas e soluções para o problema.
Podemos elencar um conjunto de aspectos das democracias que podem desenvolver-se em direção a crises políticas mais intensas. Esses aspectos podem também ser divididos em dilemas internos e externos. Os dilemas internos referem-se às características das próprias instituições democráticas, como por exemplo: a organização das casas legislativas, suas regras e funcionamento, o comportamento dos atores políticos, as regras eleitorais e o sistema partidário. Os fatores externos referem-se a fenômenos sociais mais amplos, por exemplo: as transformações no sistema econômico, a emergência das tecnologias digitais, dentre outros. É possível acompanhar no debate público a preocupação com a dimensão da crise política e de um movimento global antissistema inclinado a apoiar candidatos políticos ‘iliberais’ e extremistas. A recessão democrática pela via eleitoral com a ascensão de políticos disruptivos e não tolerantes levanta questões sobre que fatores explicam como chegamos aqui depois de um avanço democrático inédito em 1980 e 1990. É um fenômeno novo? As causas são particulares ou são repercussão de uma crise internacional geral?
Para Rancière (2015), o descontentamento vem de uma percepção negativa com a modernidade. Seus críticos entendem que alguns de seus pilares produzem um novo totalitarismo, baseado no individualismo e na destruição dos valores coletivos e tradicionais. Haveria uma clara renovação do ódio à democracia e uma reedição das críticas tradicionais: o descontentamento hoje seria uma recusa à democracia. Ele defende que a crítica esconde a ojeriza e não teria, em essencial, o desejo de restaurar a democracia, ou melhor, esta restauração significaria sua descaracterização.
Muitos elementos que desestabilizaram as democracias antigas estão hoje presentes nas recentes democracias: a dominância de estruturas clientelistas e oligárquicas, mesmo depois de reformas institucionais, baixa participação política, crises econômicas agudas, ampliados por escândalos de corrupção, o crescimento da polarização étnica e religiosa, corroendo princípios de tolerância, chamado por alguns de uma crise moral da democracia. E nas democracias estabelecidas, o cenário também não é animador, especialmente diante da emergência de partidos extremistas e candidatos populistas e antissistema, a descrença com as ideologias tradicionais e alterações constitucionais radicais, que revelam descontentamento com as formas estabelecidas (HADENIUS, 1997).
A memória do autoritarismo se enfraquece e à medida que as elites instituídas sentem perda de poder iminente podem apelar para novas formas de centralização e líderes populistas com fortes tendências a desacreditar os partidos políticos. Segundo Castells (2017), a identidade política dos cidadãos vinculada ao Estado-Nação sofre uma transformação e vai sendo substituída por identidades culturais diversas, portadoras de sentido para além da política local, indicando uma mudança significativa na organização das demandas políticas, como uma das consequências da globalização e da sua constante crise. Alguns ressaltam o processo iliberal do discurso populista, pelo entendimento da categoria ‘povo’ como uma maioria incontestável, baseada em valores e vontades políticas, sem necessariamente estar posto o respeito aos grupos minoritários - já que pela lógica eles não fazem parte do ‘povo’ - e às regras constitucionais.
A relação entre democracia e capitalismo também é destacada. De maneira geral, o conjunto de pesquisadores busca compreender a natureza do projeto político neoliberal e as consequências do seu avanço para o sistema democrático. Especialmente, enfatiza-se o diferente tratamento das preocupações do mercado, consideradas fundamentais e centrais, das preocupações com os direitos sociais. Como consequência, para a democracia, há o esvaziamento das decisões voltadas para a melhoria das condições de vida pela ação de intervenção do Estado e protege o mercado de qualquer decisão coletiva ampliada, aumentando o descontentamento das populações com a democracia e os governos. A complexidade dos processos nos convida a seguir refletindo sobre os caminhos possíveis para a sustentação e fortalecimento da democracia.
GABRIELLA MARIA LIMA BEZERRA
Doutora em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Professora da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA. Pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (LEPEM- UFC). Vinculada ao International Postdoctoral Program (IPP) do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento - CEBRAP. Autora dos Fascículos 2 e 4 do Curso de Extensão Educação Política para Cidadania E-mail: gabriellamlb@gmail.com
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOBBIO, N. O futuro da democracia. rev. e ampl. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
CASTELLS, M. Ruptura: a crise da democracia liberal. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 2018.
HADENIUS, A. Democracy's victory and crisis. Cambridge University Press, 1997.
RANCIÈRE, J. O ódio à democracia. São Paulo: Boitempo, 2014.