Nº 17 - JULHO DE 2019 - R$ 12,90
EXPOCRATO
9 772178 578001
ISSN 2178-5783
EVENTO SE REINVENTA E QUER ENTRAR NA LISTA DOS TOP 5 FESTIVAIS DO PAÍS
É HORA DO ARRASTA-PÉ MÚSICO FÁBIO CARNEIRINHO MODERNIZA O FORRÓ EM COMPOSIÇÕES PRÓPRIAS, MAS NÃO DEIXA DE LADO A ORIGINALIDADE DO RITMO NORDESTINO
PATATIVA DO ASSARÉ O CARIRI DO POETA QUE COMPLETARIA 110 ANOS EM 2019
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Mastologista e cirurgião da mama João Paulo Correia Mendes passou anos se especializando em Recife
MASTOLOGIA NO CARIRI DE CARA NOVA O POVO CARIRI
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MÉDICO MASTOLOGISTA JOÃO PAULO MENDES RETORNA AO CARIRI APÓS ANOS DE APERFEIÇOAMENTO EM MASTOLOGIA E RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA médico mastologista e cirurgião da mama João Paulo Correia Mendes (CRM – CE 13474 / RQE 9739/ RQE 9745) está de volta à sua terra natal após anos de estudo, trabalho e pesquisa em Recife. Natural do Crato, o jovem profissional é especialista em Cirurgia Geral pela Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará, com residência médica no Hospital Regional do Cariri, e especialista em Mastologia e Cirurgia da Mama com residência médica pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP/Recife), um dos maiores e mais importantes complexos hospitalares do País, reconhecido em Pernambuco como Centro de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) e referência no tratamento do câncer de mama. Com cursos de extensão e estágio no Hospital do Câncer de Barretos e no Centro de Atenção à Saúde da Mulher da Universidade de Campinas, ambos no Estado de São Paulo, João Paulo prioriza o estudo como forma de qualificação e engrandecimento profissional. “A mastologia, especialidade médica responsável pelo diagnóstico, tratamento e reabilitação das patologias mamárias, ainda é uma área pouco conhecida. A maioria das mulheres procura o mastologista quando surge alguma alteração na mama ou quando são encaminhadas por outro profissional, enquanto o ideal é se ter um acompanhamento com o mastologista desde cedo, realizando os exames de rastreio e avaliações médicas regulares”. Após o término da sua residência médica em mastologia, o profissional estabeleceu vínculos de trabalho em Recife. Ingressou na carreira militar, tornando-se chefe do serviço de Mastologia do Hospital Militar de Área de Recife e
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VOCÊ SABIA? Muitas dúvidas surgem quando o assunto é doença nas mamas. Abaixo, João Paulo desvenda mitos: Todo nódulo na mama é câncer? Nem todos, porém sempre é necessária avaliação com o especialista. Machucados podem causar câncer de mama? Não. O câncer de mama é derivado de alterações genéticas e não tem relação com pancadas no seio. Tenho implante de silicone. Posso fazer mamografia? Sim e faz-se importante comunicar isto ao técnico de radiologia durante o procedimento. Homem pode ter câncer de mama? Sim. É raro, mas cerca de 1% dos casos de câncer de mamas são em homens.
atuou como mastologista e preceptor da residência médica no IMIP, local de sua formação. “Foi um período de grande crescimento pessoal e profissional e sou muito grato ao Exército e ao IMIP pelas oportunidades”, ressalta João Paulo. Acreditando que sua atuação na área da mastologia e cirurgia mamária é uma contribuição de grande valia para a melhora da saúde da mulher na região do Cariri, o médico optou por retornar à nossa terra e engrandecer a região com seus conhecimentos. Adepto do conceito de cirurgia oncoplástica da mama, defende a união de técnicas de cirurgia plástica aliadas ao tratamento cirúrgico do câncer de mama, de forma que as pacientes mantenham sua autoestima. “A função da mama ultrapassa a amamentação. É o símbolo da feminilidade e a feminilidade é vital para a mulher”, afirma João Paulo. Enfatizando sempre a importância do acompanhamento da mulher com o mastologista, João Paulo é um forte defensor da prevenção e autocuidado. O médico defende a realização do exame de mamografia anualmente para toda mulher após os 40 anos. “A prevenção ainda é a melhor arma contra o câncer de mama”, finaliza.
SERVIÇO ONDE: Crato - Centro Médico Cory; Juazeiro do Norte - Doctors Center; Barbalha - Hospital Santo Antônio TELEFONES: (88) 3521-2411 / (88) 3115-1000 / (88) 3532-3700 INSTAGRAM: @dr.joaopaulomendes FANPAGE: facebook.com/ dr.joaopaulomendes SITE: drjoaopaulomendes.com.br O POVO CARIRI
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COLCHÃO MAIS VENDIDO Simmons Smart Response Renew: o colchão traz um tipo de espuma que se adapta ao corpo do usuário, permitindo um conforto mais amplo
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QUALIDADE DE DORMIR PARA TODO O CEARÁ DESDE 2017, A BOUTIQUE DOS SONHOS TRAZ CAMAS DE MARCAS DE RENOME INTERNACIONAL PARA TODO O ESTADO
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pós atuar no mercado de venda de colchões e camas, a empreendedora Karla Cedraz viu em Juazeiro do Norte uma demanda de consumidores que ainda não havia sido explorada pelo mercado local. A partir dessa percepção e de uma pesquisa do cenário, Karla iniciou a Boutique dos Sonhos em 2017, junto ao esposo, Cristiano Cedraz. A empresa traz no acervo produtos de renome internacional. Após o primeiro ano de atuação, uma nova sede da Boutique foi inaugurada no Crato. Já em 2019, uma terceira unidade do empreendimento foi aberta, já sendo a segunda loja em Juazeiro do Norte. De acordo com Karla, o foco da empresa é o mercado de camas macias, em especial os produtos da marca Simmons, que possui mais de 100 anos de mercado. “[O mercado] está muito bom, a gente não tem do que reclamar. Temos procura boa, estamos trabalhando para divulgar cada vez mais, é uma loja muito bem aceita. Entramos com muita credibilidade no mercado porque a Simmons é muito conhecida”, conta Karla. Entre as principais vantagens dos produtos, Karla cita a durabilidade e o conforto dos colchões. Além da região do Cariri, a Boutique dos Sonhos também vende para o mercado de Fortaleza. Karla credita isso ao justo valor
Karla e Cristiano Cedraz comandam a Boutique dos Sonhos
cobrado pelo frete, o que aumenta a competitividade com outras marcas na Capital. No caso das compras presenciais, a primeira etapa junto ao cliente é a realização de uma consultoria. O objetivo é entender qual o biotipo dele, os objetivos do colchão, com qual tipo ele irá se adaptar de forma mais adequada, entre outros detalhes. Karla exemplifica que, caso o produto atual do interessado seja um colchão firme e ocorram reclamações de dores, uma avaliação é necessária para ver qual compra será a mais indicada nesse contexto.
SERVIÇO BOUTIQUE DOS SONHOS ONDE: Cariri Garden Shopping (Av. Padre Cícero, 2555 - Triângulo, Juazeiro do Norte) CONTATO: (88) 2141 6209 ONDE: Rua Carolino Sucupira, 163 - Loja 101 - Centro - Crato CONTATO: 2141-2058 LA PLAZAMALL ONDE: Rua José de Matos França, 690 - Loja 12 e 13 - Lagoa Seca CONTATO: 88 9 9966-2178 O POVO CARIRI
Fundado em 7 de janeiro de 1928 por Demócrito Rocha Presidente e Editora: Luciana Dummar Vice–Presidente: João Dummar Neto Diretor Institucional: Plínio Bortolotti Diretor-Geral de Operações: André Azevedo Gerência-Geral: Ranilce Barbosa Diretora Administrativa: Cecília Eurides Diretor de Marketing: Cliff Villar Diretor de Mercado Leitor: Victor Chidid Diretor-Geral de Jornalismo: Arlen Medina Néri Diretora-Executiva da Redação: Ana Naddaf Diretor-Adjunto da Redação: Erick Guimarães
LAB 282 Diretora Comercial: Aline Viana Editores-Executivos: Paula Lima e Raphael Góes
PALCO DA FESTA
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Cariri está no calendário dos melhores festivais do País. Agora, em meio à explosão de alegria que invade a região com o Expocrato, não há dúvidas de que o Festival está maduro, profissional e arrastando gente de todo Brasil. Esta edição da O POVO Cariri conta as histórias dos donos dessa festa. O empresário Marcelo Rocha, diretor da Multi Entretenimento, revela detalhes . "É uma experiência completa com diversão, entretenimento, opções para fazer nos intervalos e durante o evento", diz lá nas páginas 32 a 35. Quem também é narrador do Expocrato é Gilberto Ricarte, o dono do Camarote do Rei. Ele mesmo confessa os segredinhos do point mais badalado do Festival. E como julho é mesmo só festa nesse Cariri, a capa dessa edição é o músico Fábio Carneirinho, que ultrapassa as fronteiras e leva o som do forró para o mundo todo. Boa leitura! Paula Lima Editora-executiva do Lab282
REVISTA O POVO CARIRI Gerente-Geral: Gil Dicelli Edição: Paula Lima Textos: Alana Soares, Amanda Araújo, Gabriela Custódio, Hamlet Oliveira e Letícia do Vale Projeto Gráfico: Andrea Araujo Edição de Arte: Raphael Góes Design: João Maropo, Isac Bernado e Raphael Góe Foto de Capa: Fabiano Jr Manipulação e Tratamento de Imagem: João Maropo Criação Publicitária: Jesus Freitas Produção: Felipe Barreto Representante no Cariri: Cássia Rocha A REVISTA O POVO CARIRI é uma publicação do Grupo de Comunicação O POVO Av. Aguanambi, 282 CEP: 60055-402. Fortaleza/CE PABX: +55 85 3255 6000 www.opovo.com.br
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CAPA Músico Fábio Carneirinho revela os passos que o levam a tocar forró pelo mundo
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EXPOCRATO O empresário Marcelo Rocha fala dos investimentos no maior festival do Nordeste
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CULTURA Qual o Cariri de Patativa do Assaré no ano que o poeta complateria 110 primaveras
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PODCAST As vozes da juventude do Cariri se orgulham do sotaque e conquistam o País com histórias regionais e futebol
PUBLIEDITORIAL 21 DIVULGAÇÃO
ARTE PARA TODOS OS GOSTOS PARA ATENDER AOS AMANTES DE ARTES PLÁSTICAS DO CARIRI, A GALERIA DANIELLE ARAÚJO INAUGURA A PRIMEIRA FILIAL EM JUAZEIRO DO NORTE spaço para a divulgação e venda de diferentes obras de arte, a Galeria Danielle Araújo atua há nove anos em Fortaleza. Ao perceber o potencial da região do Cariri, a artista plástica Danielle Araújo inaugurou, em março deste ano, uma filial em Juazeiro do Norte. O foco da Galeria é levar opções de arte para todos os tipos de clientes, do empresarial ao colecionador.
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Com mais de 20 anos dedicados ao mundo das artes, Danielle Araújo, também formada em Administração e Design de Interiores, conta que um dos motivos que incentivou a inauguração da filial em Juazeiro foi a demanda dos clientes da região do Cariri. “[Juazeiro do Norte] É uma cidade rica, que valoriza a arte. Além dos meus quadros, eu represento mais de 30 artistas e tam-
bém exponho as obras deles na Galeria. Trabalho com clássico, abstrato, figurativo, escultura, gravuras, peças de decoração. Tudo isso a gente mostra na galeria de Juazeiro e Fortaleza”. A Galeria possui um acervo que atende do corporativo ao colecionador. Fazemos a finalização em prédios residenciais e empresas. "Para o cliente que quer mobiliar sua residência, conseguimos atender todas as suas expectativas. Consigo ter obras que decore todos os ambientes de acordo com a proposta do projeto e gosto do cliente, do moderno ao clássico", diz Danielle. Outro atrativo para os clientes é a equipe de atendimento da Galeria Danielle Araújo, que é capacitada para auxiliar nas dúvidas de decoração. De acordo com a proprietária, o objetivo é dar uma assessoria para quem ainda está decidindo o que comprar. Danielle é responsável pela formação do acervo da Galeria e está sempre em busca de novos nomes no mercado. “Procuro trabalhar com artistas que têm preços acessíveis. Caso o cliente tenha interesse por obras assinadas e catalogadas, também trabalhamos com esse mercado diferenciado. Procuramos a obra de arte dos seus sonhos", conta.
SERVIÇO GALERIA DANIELLE ARAÚJO – JUAZEIRO DO NORTE Onde: Pátio Cariri, Rua Catulo da Paixão Cearense, 175 – loja 05/06 Bairro: Triângulo Contato: (88) 2155 3438
MARCELO JENECI EM JUAZEIRO DO NORTE Uma das vozes mais queridas da nova MPB, Marcelo Jeneci vai fazer show no projeto Estacionamento da Música do Sesc de Juazeiro do Norte, dia 31 de agosto. O show do cantor terá abertura da banda Nazirê. O Estacionamento da Música é um projeto que leva os principais artistas da música popular brasileira para apresentações pelas unidades do Sesc em todas as regiões do Ceará com ingressos a preços populares. Além disso, o projeto arrecada, junto à venda de ingressos, alimentos não perecíveis destinados a instituições carentes beneficiadas pelo programa Mesa Brasil Sesc.
SERVIÇO
A ACCOR CHEGA A JUAZEIRO DO NORTE A primeira cidade do Interior do Ceará a receber um hotel Ibis será Juazeiro do Norte. Vislumbrando hóspedes do turismo religioso, do polo universitário e atraídos pelas multinacionais e indústrias, o Ibis Juazeiro do Norte tem 140 apartamentos, espalhados em dez andares. Além de hospedagem, o Ibis convida todos a utilizarem o lobby para trabalhar, tomar um drinque após o expediente ou aproveitar para experimentar o café da manhã. O hotel aceita cães com até 15 quilos hospedados no mesmo quarto dos seus donos.
SERVIÇO IBIS JUAZEIRO DO NORTE ENDEREÇO: Rua Beato José Lourenço, 85, Triângulo – Juazeiro do Norte - CE CONTATO: h9745-gm@accor. com ou (88) 3102-6650 DIÁRIAS: a partir de R$ 134 O POVO CARIRI
FELIPE ABUD/DIVULGAÇÃO
ESTACIONAMENTO DA MÚSICA – MARCELO JENECI DATA: 31 de agosto de 2019 HORÁRIO: 21h LOCAL: Sesc Juazeiro do Norte INGRESSOS: 2kg de alimento + R$ 25 público geral/R$15 comerciário/R$ 18 empresário/R$ 20 conveniado
RAFAEL VILAROUCA
FOTO KARIRI O Festival de fotografia FOTO Kariri vai ocorrer entre 23 e 26 de outubro. O tema do evento é “Olhares Descentralizados”, e é o primeiro festival de fotografia e artes visuais do Cariri idealizado completamente por fotógrafos. Durante os quatro dias, o Festival vai transformar Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha e Nova Olinda em polo de experimentação para fotógrafos e artistas visuais profissionais e amadores de todo o Brasil. Na programação estão incluídas exposições, fotoperformances, projeções e exibições de filmes; mesas redondas, oficinas, leitura de portfólios e saídas fotográficas. Estarão presentes no Foto Kariri, Silas de Paula, Tiago Santana, Rosely Nakagawa, André Parente, Luiz Santos, Miguel Chikaoka, além de coletivos e grupos de diferentes regiões do País. OUTRAS INFORMAÇÕES: Instagram: @fotokariri E-mail: fotokariri@gmail.com
O ANO DE SÉRVULO O cratense Sérvulo Esmeraldo completaria 90 anos neste 2019 e a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará aprovou o Projeto de Lei, encaminhado pelo governador Camilo Santana, que institui o Ano Cultural Sérvulo Esmeraldo. Ao longo de 2019, por meio da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult-CE), serão promovidas ações culturais para fomentar a arte e a cultura cearense, reconhecendo a contribuição do artista visual. A celebração já tem logo oficial, assinada pelo renomado artista plástico Guto Lacaz. Ainda será divulgada a agenda de comemoração no Cariri.
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O FORRÓ DOS
NOVOS TEMPOS EM ENTREVISTA, O MÚSICO FÁBIO CARNEIRINHO FALA SOBRE CARREIRA E COMO PERCEBE O ATUAL CENÁRIO PARA O RITMO NORDESTINO. PARA ELE, OS MÚSICOS PRECISAM ESTAR MAIS ATENTOS ÀS NOVAS NECESSIDADES DE MERCADO
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Gabriela Custódio gabrielacustodio@opovo.com.br
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ianista e sanfoneiro, Fábio Carneirinho tem levado a música nordestina para a Europa. Nascido em São Caetano do Sul, município de São Paulo, o músico chegou a Juazeiro do Norte aos quatro anos de idade. Após período de oito anos morando em outros estados, voltou para o Cariri em 2005, de onde ele nunca quis ter saído. A primeira oportunidade de tocar fora do País veio em 1999, quando fazia parte de uma banda que tocava em um cruzeiro. Com trabalho solo, porém, a primeira viagem aconteceu em 2015. Percebendo o interesse do público europeu pelo ritmo nordestino, resolveu montar portfólio e buscar organizadores de eventos em que pudesse se apresentar. Foi assim que o sanfoneiro passou a levar o “forró autêntico” para cidades europeias. Na agenda do artista, as duas próximas viagens já estão marcadas para setembro próximo, quando vai passar por quatro países, e para abril de 2020. Em entrevista à revista O POVO Cariri, Fábio Carneirinho fala sobre influências musicais, carreira e percepção sobre o atual mercado para o forró.
Quais foram as suas influências no início da sua formação musical? O que o influenciou e o levou para o forró? As primeiras influências foram as bandas de forró da época: Mastruz com Leite, Banda Magníficos, Limão com Mel. Eu vim me debruçar sobre o forró autêntico de Luiz Gonzaga, de Dominguinhos, que hoje é a minha principal influência, depois que já vivia de música. Quem me incentivou foram as bandas da época, que estavam na moda, e também a música baiana. Na época, era o que se sobressaía. Depois, fui entrando no universo da música brasileira e hoje posso dizer que minhas influências são Dominguinhos, Gilberto Gil, Caetano [Veloso], Alceu Valença, Geraldo Azevedo. O POVO CARIRI
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Fábio Carneirinho, por conta própria, investe em estratégias de redes sociais, impulsiona talentos do Cariri e percorre a Europa com sua sanfona
Como começou sua carreira solo? Eu fiquei três anos tocando na banda do padre João Carlos, uma banda de música religiosa lá em Recife, e fazendo meus shows periodicamente, principalmente aqui no Cariri. Começaram a aparecer muitos convites [para] festa de formatura, bares, festas particulares. Até que em 2014 eu decidi de fato abandonar os outros trabalhos e focar só na minha carreira. Qual sua avaliação sobre o atual cenário Do forró autêntico? Nós estamos vivendo um paradigma que para mim é intitulado como novo cenário musical. Não no sentido dos artistas que estão em cena, mas de como O POVO CARIRI
ESSE NEGÓCIO DE LATA D`ÁGUA NA CABEÇA, DE SECA, DE PASSARINHO, DE NINHO; EU ACHO QUE O JOVEM, HOJE, NÃO CONSOME
você tem que lidar com a nova realidade da música. Percebo que os colegas que tocam forró na mesma linha que eu não se atentaram para esse novo cenário musical. Isso faz com que fiquemos à margem do mercado. Culpamos o mercado, o governo, o povo, mas eu não entendo assim. Entendo que a culpa é nossa, [como] profissionais, que não conseguimos nos adaptar ao novo mercado. É estar sempre na mídia social, produzir novos conceitos. Muitos colegas tocam um forró que fala do Nordeste de 50 anos atrás, e eu acho que isso não funciona. Nordestino tem smartphone, vai ao shopping, viaja. Esse negócio de lata d’água na cabeça, de seca, de passarinho, de ninho; eu acho que o jovem, hoje, não consome mais isso. Então, nós temos que ser autênticos, mas temos que viver na realidade de hoje. É preciso que os artistas de hoje que tocam o dito forró tradicional o tornem mais atual do ponto de vista da mensagem. Não é do ponto de vista da roupa que veste, daquela pirotecnia que é vista nos shows. Eu estou falando do conceito. O que o senhor tem feito sobre essa questão? Fazendo o mercado entender o meu jeito, e não eu me adaptar ao mercado. Quando não tem orçamento para contratar profissionais para fazer isso, eu mesmo vou atrás de me especializar. E estou fazendo um curso agora de Facebook para artistas. Tenho investido nessa capacitação que tem uma rotatividade muito alta. Os conceitos de hoje, daqui a três meses, talvez já não sejam os mesmos. Se não ficarmos antenados a isso, vamos ficando para trás. Então, tenho tido o cuidado de postar fotos e vídeos com certa qualidade do áudio, da iluminação, sem tentar fazer aquela coisa parecendo cinema. Uma coisa caseira, mostrando o que eu sou, mas que a pessoa que assista, veja uma qualidade de áudio e vídeo aceitável que faça ela
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voltar na minha página e ver de novo o que estou postando. Às vezes erramos, mas na maioria das vezes temos acertado. Pelo menos o feedback que tenho recebido é positivo. A cada mês aumenta significativamente o número de seguidores na minha rede, a cada mês eu tenho recebido mais convites para shows, a cada mês vêm aparecendo novas ideias a partir de conversa com colegas de outras profissões, o networking que a gente chama, a gente absorve ideias e visão de mercado. Agora mesmo vamos lançar um festival de dança para pessoas da terceira idade. O vencedor ou a vencedora vai viajar comigo para Roma no próximo ano para dançar em um clipe que vamos gravar. São ideias de mercado, não é meramente artístico. Eu não estou preocupado só em tocar, em aprender a música e fazer um bonito arranjo, estou preocupado em encontrar uma forma de fomentar isso e as pessoas interagirem comigo. Em 2018, o senhor lançou o “I Festival de Talentos do Cariri para o Mundo”, para que um jovem talento do Cariri participasse da gravação do seu novo DVD na Europa. o que motivou a criação do festival? Eu decidi gravar um DVD em Paris, uma coisa meio inusitada. Não é todo dia que você vê gente dançando forró embaixo da Torre Eiffel. Pensei em convidar algumas pessoas, mas comecei a pensar e me veio a ideia: “Não vou convidar ninguém, vou fazer um festival e o vencedor vai”. Então, fiz uma ação social, porque foi um festival direcionado para alunos da escola pública da região do Cariri, e, a partir disso, passei a ter um argumento forte para captar recursos para a gravação do DVD. Ficou mais fácil chegar à Secretaria de Educação, ao Sistema S, em empresas da nossa região. Não cheguei oferecendo uma
propaganda na gravação do meu DVD, cheguei oferecendo a eles a possibilidade de levar alguém que não tem chance de participar desse DVD. Do seu ponto de vista, há incentivos para os jovens artistas do Cariri? A nossa região, apesar de ser um celeiro de grandes artistas, acho que deixa a desejar. As ações que poderiam fomentar novos artistas são pequenas. Eu só vejo o Sistema S fazendo isso, o Sesc sobretudo. Nós tínhamos aqui o Centro Cultural Banco do Nordeste, que sempre abria portas para esses grupos iniciantes ou alternativos, e que agora foi anunciado o fechamento, depois desse novo governo. Era uma porta pequena e, além de pequena, agora está fechada. Tenho visto que, aqui em Juazeiro, a última gestão tem dado oportunidade aos artistas locais, mas aos que já têm uma estrada, que é o meu caso, o caso do [músico e compositor] Luiz Fidélis. Sempre tocamos aqui, não temos do que reclamar. Mas para novos talentos ainda não temos um programa que incentive. No Cariri, estou achando falho. Uma das suas primeiras experiências com a música foi tocando em igreja e recentemente o senhor gravou CD e clipe com o Padre Zezinho. Qual a importância da religião na sua trajetória? A religião tem uma importância mais no caráter pessoal e espiritual do que no profissional. Apesar de eu ter gravado com o padre Zezinho, e inclusive nós temos já projetado o lançamento de um novo trabalho ainda este ano, a minha atividade musical profissional não é na igreja. É música popular mesmo. Participamos de eventos, inclusive eventos ligados à igreja, mas tocando música popular. Como temos um repertório de música autêntica, O POVO CARIRI
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NA ESTRADA PELA EUROPA
de músicas que têm certo conteúdo, a nossa exigência é muito grande em relação ao repertório, então tocamos um tipo de música que dá para tocar na igreja, na praça pública. Mas isso, inclusive, não impede de no futuro eu ter um trabalho mais consistente no mercado da música cristã. Além de tocar piano e sanfona, o senhor também compõe. Como começou? Componho, hoje bem menos, mas teve uma época que, no início da carreira, eu compunha mais. Hoje, infelizmente, não tenho encontrado tanto tempo, tanta inspiração [para compor]. Isso é um defeito nosso, de quem vive na estrada e que trabalha tocando, viajando, fazendo show e se preocupando com logística. Mas sou compositor. Inclusive, no meu novo disco, 40% das músicas são de minha autoria. Fui desenvolvendo aos poucos. Eu já vivia da música, mas comecei a compor. Não gostava das composições, até que comecei a mostrar a alguns amigos, alguns foram gostando, e eu fui começando a achar interessante. Até [que chegou o dia de] eu ter coragem e tomar iniciativa de gravar o primeiro disco, em que a maioria das músicas é de composições autorais. O POVO CARIRI
SOU COMPOSITOR. NO MEU NOVO DISCO, 40% DAS MÚSICAS SÃO DE MINHA AUTORIA
Fábio Carneirinho coleciona países como França, Inglaterra, Holanda e Dinamarca entre os que já visitou e para os quais levou o forró pé de serra. Nas primeiras vezes em que se apresentou fora do Brasil, como quando passou cinco meses na Alemanha, em 2005, ainda fazia parte de outras bandas. Dez anos depois, resgatou contatos e decidiu investir em shows internacionais já em carreira solo. Com uma busca rápida na internet, encontrou opções de festivais dedicados ao estilo musical. Montou e enviou portfólio. O resultado foi que, em 2015, esteve na Europa por 60 dias. “Do nada, sem empresário, sem nenhum agente artístico, só mesmo na iniciativa própria de ir atrás”, relata. Há um movimento crescente da música nordestina e do forró pé de serra na Europa que, segundo explica o artista, é estimulado por professores de dança. “Brasileiros que vivem lá promovem workshop, dão aulas de dança em academias particulares e têm inserido o forró no cronograma. A juventude europeia tem começado a consumir isso. [...] Eu percebi esse movimento, comecei a mandar propostas e sempre vou.” O retorno financeiro, pelo alto custo das despesas nesses países, não é o maior atrativo da experiência. “Mas voltamos com mais uma turnê internacional e [isso] agrega muito valor aqui no mercado do Nordeste”, afirma.
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FOTOS: FABIANO JR
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EXPO CRATO MAIOR DO QUE NUNCA GRANDES ATRAÇÕES E UM PACOTE COMPLETO DE EXPERIÊNCIAS FORA DOS SHOWS: O EXPOCRATO ENTRA NA DISPUTA PARA SE TORNAR UM DOS TOP 5 FESTIVAIS DO BRASIL
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Alana Soares lab282@opovo.com.br iante de uma das maiores estruturas nordestinas, um palco de 60 metros de comprimento por 21 metros de altura com a Chapada do Araripe como fundo deslumbrante, o empresário Marcelo Rocha, diretor da Multi Entretenimento, conta detalhes sobre a organização, desafios e novidades do maior evento de música do Norte e Nordeste brasileiro, o Festival Expocrato, que acontece em julho, no Crato, sul do Ceará. Após 14 anos sob comando da RBA Produções, anos de massificação do setor de shows da Exposição Centro-Nordestina homônima, em 2018, a Multi e Mega Som assumem a Expocrato entregando um novo conceito e o título de Festival de Música pela diversidade de gêneros e atrações. Entre as mais de 50 atrações deste ano, estão Marília Mendonça, Anitta, Zé Neto & Cristiano, Dilsinho, Ferrugem, Nando Reis, Léo Santana, Wesley Safadão, Xand Avião, Simone & Simaria, Bruno & Marrone, Jonas Esticado e o fenômeno do sertanejo romântico Gusttavo Lima, que escolheu a Expocrato para gravar seu novo DVD. Caminhando pelo Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcanti, reformado tanto na parte de feira quanto de shows, agora com piso intertravado e capacidade ampliada para 30 mil pessoas, é possível vislumbrar no olhar do diretor Marcelo Rocha o orgulho e a excitação de estar encabeçando o reposicionamento da Expocrato e deixar a marca de qualidade no imaginário cearense sobre o evento.
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O POVO CARIRI
“QUEREMOS COLOCAR O FESTIVAL EXPOCRATO NO TOP 5 DOS FESTIVAIS DO BRASIL E ACHO QUE ISSO JÁ ESTÁ ACONTECENDO”, AFIRMA O SÓCIO-DIRETOR MARCELO ROCHA
EXPOSIÇÃO CENTRONORDESTINA Com mais de 120 expositores e dez mil animais, o Grupo Gestor da Exposição CentroNordestina homônima estima faturamento de R$ 60 milhões em diversos setores. Em 2015, a Expocrato chegou a atingir R$ 100 milhões em negócios.
Empresário Marcelo Rocha, diretor da Multi Entretenimento comanda a Expocrato
“Não se trata apenas de shows puros e simples. É uma experiência completa com diversão, entretenimento, opções para fazer nos intervalos e durante o evento”, afirma Marcelo, citando as atrações instaladas para este ano, como uma das maiores Rodas Gigantes do País, uma tirolesa de 70 metros em queda livre, o food park, os estandes de patrocinadores e os serviços exclusivos de massagem, spa, barbearia e cabeleireiro nos camarotes. A nova roupagem foi um passo além para as produtoras e para o Cariri. Mesmo com a expertise em grandes eventos com artistas internacionais como Paul McCartney, Elton John e Beyoncé, a Multi Entretenimento e a Arte Produções (montadora oficial e braço da Multi) tomam a Expocrato e a maratona de 100 horas de shows e experiências como o maior desafio até agora. De
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‘EU VOU PRO CRATO’
quebra, assumem a responsabilidade de levar o nome do Crato e da região do Cariri para o Brasil. Nesse cenário, um sonho começa a ser desenhado: “Enxergamos que a Expocrato pode se transformar em uma festa como é a do Peão de Barretos (SP) e o Festival de Parintins (AM)”, diz o diretor, exprimindo o desejo de que, um dia, a Expocrato seja transmitida ao vivo para todo o País pela Multishow, como faz com o VillaMix, em São Paulo. “Queremos, ano após ano, fazer algo cada vez mais grandioso. Eu brinco com minha equipe que aqui é o ‘Rock in Crato’. Qualquer comparação conosco é Rock in Rio e Lollapalooza. É nesse nível que queremos trabalhar”, afirma Marcelo, confiante das palavras. “Queremos levar o Crato para o mundo e temos todo o potencial”.
RECORDE DE ARTISTAS LOCAIS
Por aqui são esperadas 500 mil pessoas ao longo dos nove dias de evento, público que aquece a economia em todos os setores, do transporte, combustível, restaurantes até o comércio informal, fortalecendo o Crato e região, segundo o secretário Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico Sustentável, Luís Carlos Saraiva. Segundo maior destino em oferta no Estado com 10 mil leitos, as principais cidades do Cariri atingem ocupação máxima na rede hoteleira. No setor de transportes, são esperados cerca de 54 mil passageiros no Aeroporto Regional e, pelo menos, 68 viagens diárias da empresa Guanabara nos terminais rodoviários de Fortaleza e Juazeiro do Norte, a maior operação dos últimos anos.
Uma das novidades do Festival Expocrato já em 2018 foi a inclusão de artistas regionais na grade de shows. Este ano, 19 artistas e bandas vão dividir noites de shows com grandes nomes da música nacional.
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Alana Soares lab282@opovo.com.br
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o alto do palco do Garota Vip, em Fortaleza, o forrozeiro Wesley Safadão avistou o empresário Gilberto Ricarte da área premium no front stage. Olhando para ele disse, enfatizando as sílabas e gesticulando: “O Rei do Cariri!”. O registro está gravado no celular de Ricarte, junto a milhares de outras fotos e vídeos com artistas e personalidades do Ceará, Recife e Salvador, locais onde atua frequentemente. Sem timidez com o título monárquico, o idealizador do Camarote do Rei, da Expocrato, se vê onde sempre quis estar: entre o glamour e a exclusividade. Juazeirense, nascido em 1979, Gilberto Ricarte criou para si um império na produção de eventos sofisticados e de festas de alto padrão em ambientes desenhados para o conforto e o luxo. O Camarote do Rei, serviço exclusivo que oferece nos principais eventos do entretenimento caririense, é alvo de desejo e luxúria por oferecer status de exclusividade e relevância no meio social. “É o camarote mais ‘top’ do Cariri. Todo mundo quer uma foto no Camarote do Rei”, diz ele. O segredo do sucesso está em saber o que o cliente quer, diz Ricarte. Para isso contou com sua própria experiência de consumidor “do bom e do melhor”, aliando o lado de produtor ao lado pessoal, festivo e folião. Somou ainda anos de farra nos camarotes em Salvador, Fortaleza e Rio de Janeiro, onde aproveitou para captar ideias, tendências e experimentações. Por fim, revelou-se um conhecedor íntimo do que o high society caririense procura em uma noite de entretenimento. “Por gostar muito de festas e frequentar muitos lugares, sempre apreciei algo mais reservado, que me assegurasse mais conforto, segurança, sem filas, com banheiros sempre limO POVO CARIRI
FOTOS: FABIANO JR
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LÁ VEM
GILBERTO RICARTE OFERECE EXCLUSIVIDADE E PRIVILÉGIOS NAS PRINCIPAIS NOITADAS DA REGIÃO
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AMBIÇÕES E FARRAS
Caririrense, Gilberto Ricarte promete luxo e diversão nas mais badaladas festas da high society da região
pos… Como cliente, passei a me imaginar dentro do que seria o Camarote do Rei”, revela sobre a concepção do projeto ainda em meados de 2013. A primeira edição, no entanto, só viria a tomar forma em 2017, na Festa de Santo Antônio de Barbalha. Extravagância, luxo e mordomia inauguraram a marca do Rei. No mesmo ano, o convite para instalar o camarote na Expocrato e a revelação do sucesso. “Esgotamos a noite do sábado em duas horas de venda”, orgulha-se. “Foi um passo arriscado, mas era o que as pessoas queriam. Quando se criou a ‘área vip’, foi uma febre por ser diferenciado, mas agora quase não se distingue da chamada ‘pista’ e foi preciso criar algo exclusivo dentro daquilo que já era exclusivo”, analisa. Para conquistar e fidelizar o cliente que desembolsa ingressos de R$ 220 a R$ 500, apostou em serviços exclusivos e mimos: bar com uísques, vodkas, cervejas e espumantes (pagante), garçons volantes, buffet com frios, pães, carnes, camarão e caviar, spa com massagem, barbearia e salão, mesas e sofás, área coberta e livre, banheiros próprios, shows nos intervalos e uma vista privilegiada em 22m de comprimento por 12m de largura, com capacidade para 450 a 500 pessoas. O POVO CARIRI
´´EU ANDO, CONVERSO, BRINCO E AINDA BEBO. TODOS AMIGOS, SE DIVERTINDO E ASSIM QUE É BOM``
Desde a adolescência Gilberto Ricarte se vê em festas e badalações. Morou em Fortaleza, frequentemente está em Recife e atualmente passa os fins de semana e feriados entre Rio de Janeiro e Salvador. “Fiz muita festa eletrônica no Cariri e adoro as baladas das capitais”, comenta. Quando está em Juazeiro do Norte, prefere ater-se aos eventos sociais e dedicação ao trabalho. Impulsivo, alegre e ambicioso, trabalhou como assessor de personalidades políticas, produtor de eventos, publicitário e marqueteiro para marcas de automóveis na região. Entre 2010 e 2014 também foi jornalista para programas de TV locais e mais recentemente embarcou na onda do digital influencer. “Sou muito conhecido e as pessoas gostam do meu jeito espontâneo de ser”, diz. Ricarte se orgulha de nunca ter ocorrido nenhuma briga no Camarote e de seu poder de persuasão e apaziguamento. “Eu ando, converso, brinco e ainda bebo. Todos amigos, se divertindo e assim que é bom.” Ao final, fica difícil separar o homem alegre da marca que promete alegria neste mundo focado em entretenimento. Ouvinte de axé, forró, sertanejo e pop, Ricarte precisa estar sempre atualizado das tendências da música, da moda e dos serviços para a peteca não cair e para os planos de expansão caminharem. Seus amigos são também parceiros de negócios e patrocinadores em eventos. Prova disso é sua festa de aniversário que virou evento fixo na agenda caririense. “O ‘Gilfolia’ é uma grande micareta fora de época”, diz Ricarte. “Trago cantores e bandas de axé da Bahia, organizo abadás e fechamos um hotel pelo fim de semana”. Em média, são 300 convidados que pagam pelo abadá. A festa recebe patrocínio de cervejarias e praticamente se banca sozinha. “No meu ramo, eu não vejo crise”, afirma. “O importante é ter uma rede de contatos e experiência na área para entregar o que o público está querendo. Por viver isso, eu sei que meu cliente quer glamour e que a festa não pare”.
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SERTÃ PARA CANTAR O
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TÃO
ANA ARAGÃO O POVO, EM 2/3/1999
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O CARIRI DE PATATIVA DO ASSARÉ, RICO EM MEMÓRIA CULTURAL
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Amanda Araújo amandaaraujo@opovo.com.br
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s pegadas do poeta social Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, que completaria 110 anos em março de 2019, estão vivas no Cariri cearense. Tanto em Assaré, cidade natal dele, como nos ateliês de artistas de Juazeiro do Norte, é possível sentir a presença do cantor do sertão. "Não deixamos de lado a Lira Nordestina, tipografia de cordel que imprimiu alguns folhetos do Patativa. Também vale a pena subir o Horto e visitar os lugares sagrados dos romeiros. Com o Geopark Araripe, entraram em evidência os sítios como a Ponte de Pedra, de Nova Olinda. O Riacho do Meio, de Barbalha e o Sítio Fundão, no Crato. Obrigatório comer um baião de dois com pequi, ir à feira do Crato, arriscar uma apresentação dos Irmãos Aniceto", descreve o professor, jornalista, escritor, pesquisador e doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo, Gilmar de Carvalho. O poeta Daniel Gonçalves, 32, neto de Patativa e gestor de projetos do Memorial Patativa do Assaré - também uma parada obrigatória-, lembra a delegacia de Assaré, onde o avô ficou preso menos de uma hora após a criação do poema "Prefeitura sem prefeito". "O Mercado Municipal, que o poeta frequentava para tomar café, a igreja Matriz, local esse que sua esposa Belinha O POVO CARIRI
ia aos fins de semana. Na Praça da Matriz, o poeta costumava se sentar e declamar seus poemas para repórteres, amigos, crianças e amantes da cultura. A casa onde o poeta nasceu, no sítio Serra de Santana, uma estrutura de pau-a-pique com 14 cômodos que relatam a história do Patativa agricultor", enumera. Para Gilmar, uma viagem pelo Cariri será sempre uma experiência rica, de todos os pontos de vista. As opções incluem engenhos em Barbalha, como o Engenho Padre Cícero, e ateliês em Juazeiro do Norte, como as Cândido, louceiras. Ainda há visitas ricas ao subir a Chapada do Araripe. "Por que não uma visita ao ateliê da Corrinha Mão na Massa, em Missão Velha. Subir a Chapada para visitar a oficina de Mestre Espedito Seleiro, o Museu dos Fósseis de Santana do Cariri e um picolé Menezes, de Jardim. Tanta coisa que a gente perde a conta...", acrescenta o professor Gilmar. O poeta da justiça social, dos direitos humanos, traduziu e cantou as belezas do Cariri. "Gosto de dizer que a obra e a vida dele não andavam separadas, a ética e a estética estavam ali, sempre juntas", diz o secretário da Cultura do Ceará, Fabiano dos Santos Piúba.
NA PRAÇA DA MATRIZ, O POETA COSTUMAVA SE SENTAR E DECLAMAR SEUS POEMAS PARA REPÓRTERES, AMIGOS, CRIANÇAS
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MEMORIAL
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O Memorial Patativa do Assaré, em Assaré, foi inaugurado em 5 de março de 1999 e possui aproximadamente 2.887 peças que falam sobre o poeta.
INSPIRAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO A beleza do sertão inspira novas gerações do Cariri a criarem projetos de inclusão e ensino. Em 4 de janeiro de 2018, nasceu a partir de conversas informais a Escola de Saberes Ave Poesia (ESAP), com apoio do cineasta Rosemberg Cariry. "Funciona para promover, organizar, realizar atividades de cunho cultural, artístico e educacional, especialmente voltadas para áreas culturais populares dos saberes tradicionais e contemporâneos. A gente também trabalha a questão do audiovisual, das artes cênicas, vai realizar também projetos de música futuramente, de literatura, que aqui é o berço da literatura popular, da ecologia e da cidadania", explica Caio Gérson, presidente da escola. Para Caio, é um prazer divulgar a obra do saudoso Patativa, que "representa a essência da poesia popular, não só no nosso município, mas no nosso Estado e no nosso País”. Em ocasião do aniversário de 110 anos, o grupo produziu o curta "A muié que mais amei", com direção de João Pedro Nunes. No Cariri também está uma das se-
des da Universidade Patativa do Assaré (UPA), localizada em Juazeiro do Norte. Um ano antes da morte de Patativa, em 2002, o professor Francisco Palácio Leite, acompanhado de outros educadores, visitava o poeta da roça. Ao falar da ideia de criar uma entidade para difundir a obra dele, o próprio Patativa sugeriu a criação de uma universidade. "Todo mundo calou-se, ficou olhando um para outro: Patativa, é impossível, precisa ter agrupamento de vários cursos acadêmicos. Ele deu outro tunco, mais forte ainda: Professor, não estou falando da academia, ela já tem desenvolvido muito as ciências, as tecnologias, eu estou falando da universidade que prima pelo número de ser universidade no sentido natural, aquela que universaliza saberes e conhecimentos. Todo mundo calou-se diante dessa lição", conta o professor Plácido. Hoje, a UPA tem escritórios espalhados em sete estados e presta serviços a vários órgãos federais, além de cursos gratuitos e capacitação profissional para pessoas em situação de vulnerabilidade social. "Somos agente de integração, realizamos concursos públicos com textos de obras do Patativa, disponibilizamos estagiários para prefeituras, temos 15 mil estudantes entre estágio e oportunidade de primeiro emprego", calcula. Essa preocupação social está entrelaçada na obra de Patativa porque ele levantou a bandeira do pobre, do agricultor sem-terra e dos analfabetos. "Através da sua poesia surgiu a oportunidade de defender esse povo, defesa essa feita com propriedade, já que o mesmo havia enfrentado secas, revoluções, guerras e a luta do seu povo de perto. Além da defesa por meio de crítica social, citadas em muitas das suas obras, como 'Mãe Preta", 'A morte de Nanã', 'Triste Partida'”, enumera o poeta Daniel. Poeta Daniel também tem na memória o Patativa pai, irmão e avô. “Reconhecido como grande poeta, os olhos do mundo se voltam para sua obra, assim surge a oportunidade de todas as classes conhecerem em poesia nossas causas e nossas lutas. Eu o vejo como poeta dos pequenos e, acima de tudo, um homem que não se curvou às riquezas oferecidas ou politicagem humana”. O POVO CARIRI
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BATE–PAPO Gilmar de Carvalho lançará o livro de textos O Melhor do Patativa do Assaré, com apoio da Secult-CE. OP - QUAL O DIFERENCIAL DA LINGUAGEM DE PATATIVA, EM RELAÇÃO AOS CONTEMPORÂNEOS? Gilmar de Carvalho - Patativa mantinha o encantamento dos poetas de cordel, mas se distanciava deles pela dicção política. Esta era sua marca. Ele fez poemas de gracejos, de amor, de ecologia, de registro dos costumes do sertão, mas foi incisivo ao defender a Reforma Agrária, ao votar em Lula e ao ironizar os poderosos de todos os tempos. Era um poeta da roça, mas não perdia as características do animal político que foi. Escrevia não apenas para deleitar, mas para conscientizar os "analfabetos políticos". Ele se fazia entender pelos camponeses. Seus poemas cresciam nas performances, quando o corpo todo falava. O homem de um metro e meio de altura se agigantava e sua voz ecoava.
NASCIMENTO 5 DE MARÇO DE 1909 SERRA DE SANTANA (pequena propriedade rural em Assaré)
MORTE 8 DE JULHO DE 2002 ASSARÉ
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OP - COMO O SENHOR DESCREVE O CARIRI DE PATATIVA? Gilmar - O Cariri foi sempre um oásis. Da Chapada do Araripe emana água límpida que deu origem aos canaviais e aos engenhos do Crato. Tudo ali é fértil. Patativa tinha consciência disso, cantava a natureza, mas esteve sempre muito preocupado com o homem, a reboque dos donos das terras, sujeito a regimes feudais de servidão e desassistido pelos poderes públicos. Ele tinha uma visão mais ampla e queria este homem como dono da terra na qual trabalhava. Aí, sim, o paraíso seria completo. OP - AO CANTAR TÃO BEM EM VERSO E PROSA, PATATIVA DEIXA QUAL LEGADO PARA A CULTURA CEARENSE? Gilmar - Patativa deixou um legado para a poesia brasileira. Levou uma vida marcada pela coerência, nos deixou uma poesia de altíssimo nível e foi, em todos os sentidos, um poeta cidadão.
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CRÔNICA
CANTO CÁ Nas estrofes finais do Poema Sujo, Gullar apreende que “a cidade está no homem / quase como a árvore voa / no pássaro que a deixa”. Até que ponto Assaré está em Antonio Gonçalves da Silva (homem) e no Patativa (pássaro), que o carrega no canto? O que Assaré, que do tapuia aça-ré significa atalho, tem de Cariri, de Brasil, de universal, nos poemas (árvores) de Patativa? No poema Cante lá, que eu canto cá, Patativa do Assaré ordena ao poeta urbano: “Cante a cidade que é sua, / Que eu canto o sertão que é meu”, consciente da distinção do fazer poético na cidade e no sertão. A começar que a poesia no sertão se confunde com o labor diário, seja trabalhando o dia inteiro “socado dentro do mato”, O POVO CARIRI
seja no manejo do barro para feitura de “uma paioça”. É um cotidiano sempre marcado pela “fome, a dô e a misera”, pois, “Pra sê poeta divera, / Precisa tê sofrimento” e “E a dô só é bem cantada, / Cantada por quem padece”. O poeta, então, enlaça vida, trabalho e sofrimento numa linguagem raiz, entranhada, feita a semente, “Que nasce iiriba do chão”, contrapondo-se à poesia da cidade, irreal, alienada e sem sustança, que “Nasceu no salão da rua”, de “rima pulida” e versa sobre “negoço impossive”. Mas nem por isso a poesia do sertão é triste, desesperançada, pois, com pouco ou nada, o verso explode: “Basta vê, no mês de maio, / Um poema em cada gaio / E um verso em cada fulô”. É a poesia assombro, que
brota de onde menos se espera, que transcende o cotidiano inóspito e árido: “Pra tôda parte que óio / Vejo um verso se buli”. Ou, no sertão carente de chuvas, a poesia, onírica, despenca líquida feito “um diluve de rima / Caindo irriba da terra”. A dicotomia no poema Cante lá, que eu canto cá é apenas aparente, entretanto. Para Patativa, só existe o “Canto cá”, que, prescindindo do “Canto lá” (“Por favô, não mêxa aqui”), vale por si mesmo, porque é rima nascida no afago do chão seco e duro, na bater rítmico da enxada e na persistência do viver/ sofrer sertanejo – particular no modo e universal na dor. LEONARDO JOSÉ MONTEIRO DE MACÊDO – Cratense.
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COM SOTAQUE
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CONHEÇA O BUDEJO E O ESQUENTA BANCOS, DOIS PROJETOS PRODUZIDOS NO CARIRI Gabriela Custódio gabrielacustodio@opovo.com.br
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entindo falta do sotaque e dos “causos” caririenses entre os podcasts brasileiros, um grupo resolveu unir-se para gravar conversas bem-humoradas sobre a região. O tema escolhido para iniciar a produção foi Pré-Carnaval, rendendo um bate-papo sobre histórias e personagens dessa época do ano no Cariri. E assim nasceu o Budejo, no último dia 20 de fevereiro. Publicado semanalmente, o projeto teve boa aceitação dos ouvintes e alcançou outras partes do Brasil. Com uma pluralidade que surgiu de forma “orgânica”, o grupo é composto por pessoas de diferentes orientações sexuais e raças. Fazem parte do Projeto o advogado Luan Alencar, 24, a antropóloga e cientista social Amanda Souza, 27, a professora de Sociologia Ana Torres, 29, e os jornalistas Felipe Azevedo, 27, Isaac Macêdo, 27, e Pedro Philippe, 29, que também é roteirista. “Percebemos que todo mundo consome muito podcast, mas todos feitos no Sudeste. Todo mundo é muito fã do Mamilos, do Jovem Nerd, do Braincast, mas ficamos ouvindo outros sotaques, outras vivências. E aí Felipe teve essa ideia de falarmos de nós mesmos”, conta Luan. Para o advogado, a diversidade presente na equipe ajuda para que os ouvintes se identifiquem.
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Turma no podcast Budejo: "Somos extremamente regionalistas"
Em todo o Brasil, 50 milhões de internautas — 40% dos cerca de 120 milhões — já ouviu algum podcast, segundo pesquisa do Ibope Inteligência divulgada em maio deste ano. Dentre as pessoas que já tiveram contato com essa mídia, 23% são da região Nordeste. Já a Podpesquisa 2018, realizada pela Associação Brasileira de Podcasters (Abpod) com a rádio CBN, apresentou que 647, ou 2,9%, das mais de 22 mil respostas obtidas eram do Ceará. No Cariri, segundo o advogado Alfredo Gomes, 25, que faz parte do podcast caririense sobre futebol Esquenta Bancos, é perceptível o aumento do consumo desse tipo de conteúdo. “Podcast sempre foi uma mídia de nicho, mas no último ano tenho percebido o aumento tanto do número de produções quanto de ouvintes falando sobre o tema. O Cariri não foge desse panorama.” Já a produção local, para o advogado, começou a ganhar força em 2018, apesar de ainda não ser comum. O POVO CARIRI
TEMOS, POR EXEMPLO, OUVINTES QUE GOSTARAM TANTO DO BUDEJO QUE ESTÃO PLANEJANDO LUA DE MEL NO CARIRI
BUDEJO Descrevendo-se como “extremamente caririense, extremamente regionalista”, Pedro afirma que participar do Budejo tem sido instigante e destaca o retorno do público, que em grande parte não é da região. “É maravilhoso saber que tem pessoas no Rio Grande do Sul [ou] brasileiros que moram em outros países que querem vir para cá e estão programando férias para passar no Cariri”, exemplifica. “Tratamos de diversos temas que são sociais, políticos, e falamos de nossas condições”, pontua o jornalista, que é negro e LGBT. Em menos de seis meses, são entre oito e nove mil ouvintes. Luan acredita que esse crescimento se deve a uma “retroalimentação” entre podcasts cearenses. O Budejo foi recomendado em episódios do Indo e Voltando, realizado pela equipe da página O Ceará Que Deu Certo, e do Chá com Rapadura, produzido por cearenses que moram na Inglaterra. “Temos, por exemplo, ouvintes que gostaram tanto do Budejo que estão planejando lua de mel no Cariri”, conta.
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ESQUENTA BANCOS Consumidor dessa mídia desde 2008, Luan já fez parte do Esquenta Bancos. Atualmente, além de Alfredo Gomes, a equipe é composta pelo advogado Yago Pontes, 24, e os estudantes Daniel Hermeson, 26, e Daniel Correia, 23. Criada em 2017, a iniciativa surgiu com a ideia de abordar o futebol “como arte e não só o entretenimento”, explica Yago. “Buscamos sempre debater questões gerais que transcendem um resultado específico, e também tratamos de temas mais históricos, filosóficos e
descontraídos dentro do futebol”, complementa Alfredo. O Esquenta Bancos tem mais de 60 episódios publicados. Um dos mais marcantes, citado pelos dois participantes, foi o 52º, do qual participa o jornalista, pesquisador e comentarista esportivo Celso Unzelte. Nele, equipe e convidado debateram sobre o movimento Democracia Corinthiana. “[Foi] um momento em que o esporte se misturou com política na luta por democracia, se posicionou e impactou a sociedade, além do que normalmente impacta, em um
período complicado de fim de ditadura militar”, conta Alfredo. Um aspecto comum às duas equipes é a perspectiva de futuro. “Temos nossas atividades paralelas, porque ainda não conseguimos monetizar o podcast. Mas nossa intenção é dar um passo profissional”, afirma Yago. “[O Budejo foi] uma coisa que surgiu despretensiosamente, mas sempre temos esse compromisso e pensamos em deixar mais profissional, até para melhorar a qualidade de áudio”, diz Luan Alencar.
O QUE É PODCAST? Semelhantes a programas de rádio, são conteúdos produzidos em áudio. A diferença é que podem ser acessados pelos ouvintes, a qualquer momento, em sites próprios, nas plataformas de streaming ou em agregadores de podcasts. Pessoal do Esquenta bancos fala sobre futebol como arte e entretenimento O POVO CARIRI
ROBERTA FONTELLES PHILOMENO Jornalista e colunista do Grupo de Comunicação O POVO. Palestrante e especialista na área editorial de beleza e saúde. Apaixonada por cosméticos, perfumes e viagens
POLÊ MICA TELEMEDICINA ma pesquisa, realizada pela Associação Paulista de Medicina (APM) e pelo Global Summit Telemedicine & Digital Health, constatou que cerca de 82,6% dos médicos utilizam mecanismos de comunicação eletrônicos na sua prática clínica, do dia a dia. Estamos abordando aqui a Telemedicina, um assunto polêmico que está causando muitas discussões e desconfiança, entre os profissionais de saúde e entre a comunidade em geral. Para tirar nossas dúvidas sobre o assunto, entrevistamos o médico radiologista Esaú Santana (CRM: 10682), administrador de PACS (Certificado PARCA- EUA), MBA em Gestão da Tecnologia da Informação (FIAP), mestrando em Clínica Médica e Telemedicina, pela USP, e CEO RadCloud. “As principais polêmicas que giram em torno da Teleconsulta é a consulta médica por meio eletrônico”. E ele deixa bem claro: “O papel da Telemedicina não é substituir o médico e sim levar cuidados especializados a lugares remotos por meio da tecnologia”.
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a distância física na qual eu esteja. Na área de Cardiologia, por exemplo, exames de holter, mapa e eletrocardiograma são comumente realizados por Telediagnóstico. RFP - QUAIS AS PRINCIPAIS VANTAGENS DO USO DA TELEMEDICINA EM CLÍNICAS E HOSPITAIS? ES - São inúmeras, algumas delas são a agilidade nos resultados de exames, a disponibilidade 24h, a possibilidade de dispor online de um especialista que não esteja disponível próximo ao serviço e acesso a uma segunda opinião. Além de proporcionar comodidade aos pacientes, pois muitas dessas plataformas disponibilizamos resultados de exames online.
ROBERTA FONTELLES PHILOMENO - DE QUE SE TRATA A TELEMEDICINA ? ESAÚ SANTANA - Quem nunca mandou um WhatsApp para tirar uma dúvida sobre a medicação, enviou algum resultado de exames por e-mail ou mesmo fez uma ligação telefônica para o seu médico? Tudo isso é Telemedicina que, apesar de ser pauta de discussão recente, não é uma prática tão nova. Em 1940, na Pensilvânia, Estados Unidos, por exemplo, a primeira radiografia foi transferida entre duas universidades há centenas de quilômetros de distância e utilizando uma linha telefônica… Mas Telemedicina não quer dizer distância, mas sim a utilização de meios eletrônicos de comunicação. RFP - QUAL O PAPEL DA TELEMEDICINA? ES - O papel da Telemedicina não é substituir o médico e sim levar cuidados especializados a lugares remotos por meio da tecnologia. Imaginemos o cenário de um habitante de uma tribo indígena no interior do Amazonas, é praticamente impossível que ele consiga uma consulta
com médico especialista, um Pneumologista, por exemplo. Um simples aplicativo de videoconferência poderia intermediar a consulta com um médico em um grande centro, mesmo que seja como auxiliar do médico generalista local, o que é chamado de Teleinterconsulta. Outro assunto polêmico seria a Telecirurgia, parece coisa de ficção científica mas na verdade os grandes hospitais em São Paulo e de outras capitais brasileiras já possuem Robores Cirurgiões que podem ser manipulados por médicos em qualquer lugar do mundo, porém é obrigatório que se tenha na sala de cirurgia um outro cirurgião caso algum problema técnico ocorra. RFP - TEM COMO CONFIAR NOS APLICATIVOS QUE EMITEM LAUDOS A DISTÂNCIA EM ATÉ 30 MIN? ES - Confiança se constrói, com certeza no mercado já existem empresas sérias em Telemedicina. Eu mesmo trabalho em duas clínicas de radiologia e dois hospitais aqui da região prestando serviço de Telerradiologia, tentando sempre manter a qualidade dos resultados não importando
RFP - A TELEMEDICINA VAI SUBSTITUIR O MÉDICO? ES – Não, porém ela irá impactar em como o médico trabalha, essa revolução em curso exige esforço dos Profissionais de Saúde no sentido de adaptar-se às mudanças da medicina moderna. Essa deve ser também uma preocupação dos institutos de ensino que devem ter como objetivo a formação de profissionais preparados para os desafios do futuro. RFP - NO CARIRI, JÁ EXISTEM UNIDADES DE SAÚDE QUE SE UTILIZAM DA TELEMEDICINA? ES – Aqui, no Cariri, nós desenvolvemos uma plataforma de Telemedicina com foco em Telerradiologia. De maneira empreendedora e em conjunto com meus sócios Ramon Sousa e Júnior Siqueira, desenvolvemos a RadCloud. Com esse software qualquer médico radiologista cadastrado pode ter acesso aos seus exames de maneira automática e possui várias ferramentas que auxiliam o radiologista na confecção do laudo. Outra vantagem é o paciente ter a possibilidade de receber seu resultado online gerando economia de tempo e dinheiro. Já estamos funcionando 24 horas em várias clínicas e hospitais da região. Também oferecemos consultoria em infraestrutura de Tecnologia da Informação para clínicas médicas. Muitos serviços de saúde, principalmente no interior, carecem de uma infraestrutura de TI adequada para tirar proveito de todas essas novidades tecnológicas. O POVO CARIRI
SAÚDE & BELEZA
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aparelho Ultraformer III é novidade que está revolucionando o mercado de tratamentos estéticos, principalmente na Região do Cariri. E não é para menos, através do poder do ultrassom micro e macro focado, o Ultraformer III é capaz de devolver a firmeza da pele tanto do rosto quanto de outras regiões do corpo, estimulando a produção de colágeno nas camadas mais profundas da derme. Perfeito!!! “Essa maravilha da tecnologia estética, além de possuir alta eficácia no combate à flacidez, também garante um resultado rápido, desde a primeira aplicação. Numa única sessão você pode ganhar um aspecto até dez anos mais jovem! Não é o máximo? E o melhor de tudo: sem cortes e sem cirurgias”, conta a médica dermatologista Sephora Albuquerque, cap de uma das melhores clínicas de rejuvenescimento e estética avançada, de Juazeiro do Norte. O Ultraformer III é poderoso mesmo, é capaz de dar ao rosto o efeito de bichectomia sem cortes, afinando e delineando as maçãs da face. Para você entender: a bichectomia é uma cirurgia plástica que entrou na moda por conta das celebridades, consiste na remoção da gordura da região da bochecha, conhecida como bola de bichat, para afinar e desenhar o rosto e o aparelho Ultraformer III dá esse efeito sem bisturi, downtime (período de cicatrização). E o sonho de turbinar o contorno facial e minimizar rugas e sulcos também são possíveis, através do equipamento, tratando ao mesmo tempo a flacidez e a gordura localizada. “Dá o efeito lifting sem cirurgia plástica”. O equipamento é uma evolução do ultrassom que combina as tecnologias micro focada (usado na face para promover o efeito lifting, melhorando a aparência de linhas e rugas) e macro focado (indicado para redução de flacidez e gordura corporal). Os benefícios de se submeter às sessões com o aparelho são muitos, dentre eles: a melhora da espessura dérmica e linhas finas, tratamento de flacidez de pescoço e de colo, lifting facial não invasivo e em uma sessão, melhora expressiva da firmeza da pele já na primeira aplicação e contorno mandibular turbinado. “O procedimento demora pouco tempo e os pacientes sentem apenas uma leve sensibilidade na área, que diminui após 48 horas”, avalia a dermatologista Sephora Albuquerque.
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Redução de papada, efeito de bichectomia e lifting facial, tudo sem cortes
Médica dermatologista Sephora Albuquerque, cap de uma das melhores clínicas de Juazeiro do Norte, no Ceará, apresenta o aparelho Ultraformer III
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CONS CIEN O ANO TIZAÇÃO INTEIRO EM JUAZEIRO DO NORTE, CAMPANHA PROMOVE INCLUSÃO DE PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN EM ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS Letícia do Vale leticiadovale@opovodigital.com
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Dia Internacional da Síndrome de Down é comemorado no dia 21 de março, mas Ticiane Kelly luta diariamente pelo reconhecimento desse grupo. A psicóloga infantojuvenil organiza, há três anos, em Juazeiro do Norte, uma campanha que busca incluir pessoas com Síndrome de Down na publicidade de empresas. “Pensei que esse seria um veículo para mostrar a todos as potencialidades das pessoas com deficiência. Uma crian-
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ça, por exemplo, que vê um comercial com uma pessoa com deficiência, possivelmente vai ter um entendimento maior quando encontrar esse grupo em algum lugar. Quando se aproxima o dia 21 de março, geralmente as empresas têm uma grande procura para colocar esse grupo na mídia, mas a gente não quer só nessa data, a gente quer em todas, no Dia das Crianças, das Mães, dos Pais”, explica Ticiane, mãe da Ana Beatriz, 18. A partir do nascimento da filha com Síndrome de Down a vida de Ticiane tem sido quase completamente voltada a projetos envolvendo a conscientização sobre
a deficiência, desde o acolhimento psicológico de pais que acabaram de receber o diagnóstico do filho até a promoção de palestras informativas e exposições de fotos de pessoas com Síndrome de Down. Em 2016, o novo projeto era iniciado. A partir da observação da ausência de diversidade em anúncios publicitários, Ticiane fez um trabalho de “formiguinha” visitando várias empresas e oferecendo a proposta de incluir pessoas com deficiência na publicidade do negócio. Atuando, hoje, com uma equipe de cinco voluntários, a psicóloga oferece às empresas fotos publicitárias de pessoas com Síndrome de
SÍNDROME DE DOWN Causada pela presença de cromossomo extra nas células do indivíduo. Assim, a pessoa com Síndrome de Down apresenta 47 cromossomos em suas células, ao invés de 46.
INSTAGRAM DA CAMPANHA: @marco21_down A médica Ticiane Kelly e sua família encabeçam campanha de naturalização da Síndrome de Down pela publicidade
Down produzidas pela própria equipe da campanha. A ação não tem fins lucrativos. “Eu estou muito satisfeita e muito motivada com o resultado que a gente está tendo. A gente escutou muito as pessoas falando tipo: ‘Nossa, eles são muito lindos, eles fizeram as fotos muito bacanas’, e a gente como pai e mãe sabe que eles fazem isso. O que eu mais tento passar para as empresas é que pessoas com deficiência são tão consumidoras como qualquer outra. Minha filha, por exemplo, é muito vaidosa, e não precisa de nenhum produto específico por ter Síndrome de Down, ela usa os mesmos produtos que eu uso. Então, por que não colocar essas meninas e meninos para divulgar essas marcas? Essa é a nossa grande luta: que se torne algo comum, que já não seja mais impactante ver uma pessoa com deficiência na televisão, no outdoor”, aponta Ticiane. Além das cinco pessoas ativas no projeto, Ticiane conta com uma rede de cerca de 50 famílias reunidas em um grupo de WhatsApp chamado “Cromossomos do amor”, criado por outra mãe que se interessou pelo trabalho da psicóloga. Elas divulgam a campanha, compartilham vivências e participam de encontros promovidos para se conhecerem e trocarem informações. Além de Juazeiro do Norte, as famílias são de cidades do Interior do Ceará, como Barbalha, Milagres, Crato, Mauriti e até do estado de Pernambuco. Em geral, as ações organizadas são realizadas em Juazeiro ou no Crato. As reuniões ocorrem na casa de alguma das mães, na clínica em que O POVO CARIRI
O QUE EU MAIS TENTO PASSAR PARA AS EMPRESAS É QUE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA SÃO TÃO CONSUMIDORAS COMO QUALQUER OUTRA
Ticiane atende ou em lugares abertos, como praças, incentivando o estreitamento de laços entre o grupo. “As mães são extremamente participativas, no sentido de divulgar nosso projeto e de compartilhar suas experiências, porque, por exemplo, tem mães que têm adolescentes, outras com filhos que nasceram agora, então a gente compartilha o que a gente já sabe e material de profissionais que possam ajudar em relação ao conhecimento da síndrome, como estimular, o que fazer em cada período da vida”, declara Ticiane. Com o projeto, as pessoas conheceram a filha dela para além da Síndrome de Down, porque ela é muito mais do que isso. “Minha filha me trouxe um olhar diferente em relação a várias situações da vida, ela tem esse poder e é por isso que eu quero que se expanda cada vez mais”, completa.
Ana Beatriz, 18, a mãe e os irmãos
COM CASSINHA ROCHA
O QUE TEM DE BOM
JUNILEÃO 2019 AGITA A COMUNIDADE ACADÊMICA DA UNILEÃO Nos seus 18 anos de trajetória, o Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (Unileão) participou da construção de histórias de sucesso que são motivo de comemoração e orgulho para a Instituição. Como forma de celebrar tantas conquistas, a Unileão realizou, na quinta-feira, 27 de junho, uma grande festa junina: o Junileão 2019. A festividade ocorreu no campus Lagoa Seca e reuniu shows de Ananery Cidrão, Fábio Carneirinho e Wallas Arrais. O evento também promoveu um concurso de Rei e Rainha do Milho e contou, ainda, com um momento de homenagem à Instituição. FOTOS DIVULGAÇÃO
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Arretada por natureza, Cássia Rocha circula pelos principais eventos do Cariri. A publicitária não perde uma boa festa e está antenada com o melhor do social da região.
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1. Jaime Romero de Souza e Sônia Isabel Romero de Souza 2. Fábio Carneirinho e banda 3. Ana Ruth, João Witor Silva Araujo, Maria Erika de Oliveira Silva, João Alves de Almeida Neto, Alexandre Francisco Pereira e Gardênia Martins 4. Daniel Murrer, Simone Scandiuzzi e Rodrigo Murrer 5. Maria Erika de Oliveira Silva e João Witor Silva Araujo 6. Alexandre Francisco Pereira e João Alves Almeida Neto 7. Laura dos Santos e Ronielly Gracino Ramos 8. Thyago Campos, Gardênia Martins, Ana Ruth Sampaio, Flaviane Troglio e Cristiano Siebra 9. Washington Pinheiro, Paulo Dias, Marilia Barbosa e Victor Oliveira 10. Rivana Cavalcante Viana Cruz, Otto Rodrigo e filhas O POVO CARIRI
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NOVA LOJA DE SAPATOS No dia 19 de junho, aconteceu mais uma inauguração da Sagian Conceito na Lagoa Seca. Tudo lindo, como tudo que a Sagian realiza. Parabéns aos capitães Antonio Mendonça, Livia Feitosa e Vânia Borges. Sucesso!
FOTOS CARLOS LOURENÇO
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1. Emanuel Buenos Aires, Wedyslania Matias, Caroline, Cleidiane Duarte, Vânia Lucia Borges, Marília Mendes, Alessandra Maia Porto, Milena Melo, Emanuel Ermeson 2. Úrsula Andress e Lívia Feitosa 3. Cássia Rocha, Ladjany Costa, Ranilce Barbosa e Danielle Araujo 4. Pedro Sérgio, Eduardo Guimarães e Maxssuel Ruan 5. Livia Feitosa e Antonio Mendonça com Ana Angelina e Ana Clara 6. Joice Linhares e Emanuel Buenos Aires 7. Margarida Maia Porto 8. Emanuel Ermeson e Caroline Marinho O POVO CARIRI
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DIREITO EM CLIMA JUNINO O São João da OAB Juazeiro do Norte este ano foi uma festa linda. Dia 29 de junho, no Clube dos Comerciários, todos os advogados se encontraram para um mega São João. Ao som de Fábio Carneirinho e Jordian do Acordeon. FOTOS SEGUNDO FILMAGENS
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1. Adriana Leite, Vavá Lemos, Carolinne Castro, Candice Alencar, Glaucio e João Filho Borges 2. Adriana Leite, Vavá Lemos, Ladjany Castro, Cássia Rocha, Carolinne Castro e Otavio César Coutinho 3. Adriana Leite, Vavá Lemos, Fábio Grigório, Jesus e João Filho Borges 4. Ana Karenina, Thiago Morais, João Filho Borges, Adriana Leite, Vavá Lemos, Filipe Santana e Gabriela Mendonça 5. Cássia Rocha, James Madson e Ladjany Costa O POVO CARIRI
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6. Claudenia Luna, Nathalia Gonçalo, João Filho Borges, Tarso Magno, Carolinne Castro, Vavá Lemos e Adriana Leite 7. Otávio César Coutinho, Louise Castro e Carolinne Castro 8. Lucia Vieira e Socorro Luna 9. Vavá Lemos, Carolinne Castro e Reno Feitosa 10. João Filho Borges, Vavá Lemps, Juarez Saraiva e família O POVO CARIRI
68 RECEITA AFETO
CUSCUZ DE MACAXEIRA
INGREDIENTES 500g de macaxeira cortada em pedaços e sem casca 2 colheres (sopa) de manteiga de garrafa
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1 cebola branca pequena picada 2 dentes de alho picados 1 tomate picado 1 colher (sopa) de extrato de tomate 300g de carne sol cozida e desfiada 1/4 de xícara (chá) de azeitona verde picada 1/2 xícara (chá) de ervilha fresca 1/2 xícara (chá) de palmito picado Sal e pimenta do reino a gosto Pimenta de cheiro picada a gosto 1/2 xícara (chá) de coentro e cebolinha verde picados
MODO DE PREPARO
Marli Trajano é estudante de Gastronomia e pesquisadora na área da gastronomia do Cariri. Possui um site de entretenimento cujo foco principal são receitas práticas para o dia a dia. A macaxeira é um ingrediente presente no cardápio do brasileiro e o cuscuz é uma preparação muito apreciada pelo nordestino. Aqui procura-se unir esses dois elementos. Nesta receita de cuscuz, a macaxeira ganha um toque gourmet, tornando-se uma opção de entradinha para festa.
SERVIÇO www.receitaspravoce.com.br @receitaspravoce.com.br fotos: @florencylimafotografia O POVO CARIRI
Rale a macaxeira ou triture no processador de alimentos, esprema em um pano de prato para remover o excesso de líquido e peneire. Coloque a macaxeira peneirada em uma frigideira grande antiaderente e leve ao fogo baixo, mexendo até secar e ficar granulada. Retire do fogo e reserve. Leve uma panela média ao fogo com a manteiga de garrafa. Quando aquecer, adicione a cebola e refogue até ficar transparente. Junte o alho e refogue mais um pouco. Junte o tomate, o extrato de tomate e refogue por um minuto. Acrescente a carne de sol desfiada, a azeitona, a ervilha, o palmito e refogue por três minutos mexendo. Despeje a farinha de macaxeira, acerte o sal, tempere com pimenta do reino e a pimenta de cheiro. Misture bem até incorporar todos os ingredientes. Distribua em copinhos individuais e decore com uma rodela de azeitona, pimenta de cheiro fatiada e folhas de coentro. Sirva morno. Rendimento: 12 porções
@boulevardbuffet @BoulevardBuffeterecepcoes (88) 99952-2824 MAGLAY.FINANCEIRO@GMAIL.COM
(88) 98801-0239 Escritório (88) 2157-0434
(88) 99987-0996 Ana Lúcia AV. LEÃO SAMPAIO S/N, MATA DOS LIMAS- BARBALHA CEARÁ 63180-000
(88) 99779-1534 Jairo Freitas
70 PRA INSPIRAR
REISADO CARIRI, CANDEIAS, 2019 - POR FABIANO JR O POVO CARIRI