JOÃO FILHO TAVARES
FORTALEZA - CE 6 DE JULHO DE 2021
Cabeleireira Thais Silva adaptou as práticas e horários de atendimentos no salão que é dona para garantir a saúde de todos
PROTOCOLOS SANITÁRIOS PARA
RETOMADA PREVENÇÃO + CONSCIENTIZAÇÃO + SANITIZAÇÃO
2 O CAMINHO PARA VOCÊ CRESCER
ANDRE LIMA/CMFOR
Empreender para conseguir novas formas de renda. É assim que muitos cearenses têm se virado na pandemia. Mas o que ainda falta para impulsionar seu pequeno negócio? Para aumentar seus lucros e, acima de tudo, garantir que você e sua família estão seguros? Com 10 videoaulas, 10 e-books e 10 podcasts, o projeto “Cuidar para Crescer: a retomada consciente das atividades em épocas de pandemia” disponibiliza conteúdos e técnicas para ajudar você a aprimorar suas vendas, especialmente no ambiente online. “A orientação é fundamental para que essas pessoas possam fazer os seus negócios darem certo, principalmente neste momento tão delicado. Por isso, acredito que a capacitação é uma saída para aperfeiçoar a criatividade desses empreendedores e estimular o crescimento dessas iniciativas. O projeto ‘Cuidar para crescer’ surge com o objetivo de auxiliar aquelas pessoas que têm criatividade, espírito empreendedor e força de vontade para tirar suas ideias do papel. Assim, a gente acredita que elas terão condições de crescer seus negócios, estimulando a economia e contribuindo para que a nossa cidade supere a crise”, explica o vereador Antônio Henrique (PDT), presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, realizadora do Projeto em parceria com a Fundação Demócrito Rocha.
“Acredito que a capacitação é uma saída para aperfeiçoar a criatividade desses empreendedores”, vereador Antônio Henrique (PDT), presidente da Câmara Municipal de Fortaleza
REALIZAÇÃO
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O QUE MUDOU?
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Zélia Costa, 37, dona do Maria Bonita Delivery, substituiu as máscaras de tecido por modelos PFF2, especialmente na hora de cozinhar
NOVOS CUIDADOS
PREVENÇÃO DA COVID-19 EM 2021: Para receber clientes e colaboradores com segurança, empreendedores devem se atualizar em relação às medidas que reduzem o risco de contaminação
ANA BEATRIZ CALDAS beatriz.caldas@opovo.com.br Ainda que sigamos em um mundo pandêmico, com medidas restritivas e a Covid-19 como principal pauta em todos os setores da sociedade, muita coisa mudou desde março de 2020, quando a doença chegou oficialmente ao Ceará. Desde então, pesquisadores obtiveram novos dados a respeito de algumas das orientações para evitar a doença e descobriram variantes mais agressivas e contagiosas do novo coronavírus, que exigem atenção maior mesmo de quem já foi vacinado ou contaminado. Com a nova fase de flexibilização do isolamento social após o ápice da segunda onda da pandemia em Fortaleza, empreendedores devem se preparar para garantir a segurança de funcionários e clientes e retomar o fluxo de vendas, garantindo a sustentabilidade dos negócios e auxiliando na prevenção de uma terceira onda mas é preciso saber no que investir. De acordo com Keny Colares, infectologista e consultor da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), as quatro principais medidas de prevenção continuam eficientes para prevenir a população de todas as variantes da Covid-19: uso de máscaras, higiene frequente das mãos, distanciamento social e ventilação nos ambientes. “No ambiente de trabalho, outro cuidado fundamental é o treinamento e a conscientização das equipes para que, ao primeiro sintoma da doença, o funcionário evite sair de casa e se isole rapidamente, porque a transmissão
4 da doença geralmente acontece nos primeiros dias de sintomas - às vezes, até mesmo nos dois dias anteriores ao início dos sintomas”, ressalta. Além disso, quando houver suspeita ou confirmação de caso de Covid-19 na equipe, também é necessário realizar o rastreamento de contato para isolar as pessoas que tiveram contato mais próximo com o infectado, alerta o médico. Outras estratégias de prevenção, porém, não se demonstraram tão eficazes quanto pareciam ser quando a Covid-19 surgiu. Segundo Colares, medidas relacionadas à higiene de superfícies, por exemplo, podem e devem ser feitas, mas já há um consenso científico que a transmissão da doença ocorre muito mais por vias respiratórias. “Se há um espaço em que muitas pessoas colocam as mãos, como balcões ou teclados de computador, é interessante fazer uma higienização com frequência, mas essa não é a principal forma de transmissão. Termômetros digitais também são pouco efetivos, pois a pessoa pode estar assintomática, ou não apresentar febre o tempo todo”, explica.
Uma das medidas que exige mais cuidado da população, o uso de máscaras se mantém como principal método para evitar a contaminação por coronavírus. Porém, após um ano e meio de circulação da Covid-19, já se sabe que, apesar de a maioria das máscaras disponíveis no mercado oferecer proteção, há alguns tipos mais seguros do que outros. Em maio deste ano, um estudo realizado por cientistas do Laboratório de Física Atmosférica da Universidade de São Paulo (USP) demonstrou que máscaras caseiras de tecido oferecem entre 15% e 70% de filtração de partículas de aerossol, com média de 40% de eficácia. No mesmo estudo, máscaras TNT (descartáveis e feitas de polipropileno, um tipo de plástico) tiveram eficiência comprovada entre 80% e 90%, enquanto as máscaras cirúrgicas e do tipo PFF2/N95 conseguiram filtrar entre 90% e 98% das partículas. Devido a esse e outros estudos sobre quais tipos de máscaras são mais seguros, parte da população começou a substituir as máscaras de tecido por máscaras com melhor filtração, principalmente em momentos de maior risco de contaminação, como em ambientes de trabalho fechados, contato direto com pessoas e transporte público.
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Os pratinhos da @maria.bonita. delivery podem ser pedidos via Ifood ou pelo link do instagram
REFORÇO NOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
A empreendedora Zélia Costa, 37, foi uma das que substituiu as máscaras de tecido por modelos PFF2, especialmente na hora de cozinhar as refeições que vende através de seu Maria Bonita Delivery, negócio gastronômico especializado em comida regional. “Antes, usávamos apenas a máscara de tecido. Hoje, uso a PFF2 pela maior proteção, e a troca de máscaras é feita com frequência, principalmente quando preciso sair da cozinha”, conta. Os modelos escolhidos por Zélia, certificados pelas autoridades sanitárias, promovem maior vedação que as máscaras comuns pelo uso de elásticos na nuca e no alto da cabeça. Além disso, os setores da pequena empresa foram melhor estruturados: uma pessoa lida com dinheiro, uma entrega as refeições para os entregadores do aplicativo de entregas e ela e sua mãe, Raimunda, se mantêm concentradas na produção dos pratos. “Não tem mais essa de entregar o pratinho para o entregador, ter esse contato com alguém de fora e voltar para a cozinha”, afirma Zélia. Embalagens de plástico com melhor vedação - e mais fáceis de limpar - e uma rotina intensa de limpeza do ambiente e dos insumos também integram a nova rotina da empreendedora. Apesar de o uso de boas máscaras ser essencial para a proteção de trabalhadores e clientes, mais importante ainda é usar as máscaras da maneira adequada, alerta o infectologista Keny Colares, hábito que deve ser mantido mesmo por pessoas já previamente contaminadas ou imunizadas. “Não adianta você utilizar uma boa máscara e tirá-la com frequência, colocá-la no queixo ou tirar na hora de falar, por exemplo. O mais importante é que as pessoas utilizem a máscara: a melhor possível, o tempo todo, e garantindo que ela está vedando bem a boca e o nariz”, conclui.
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Francisco das Chagas Bezerra, 39, comanda a Escola de Barbeiros SDM e para cumprir distanciamentos necessários ampliou os horários de funcionamento
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DIVULGAÇÃO
O QUE EVITAR? Refeições em grupo na copa ou em lanchonetes, pois esse é um momento de alta contaminação; Máscaras que não se ajustam bem ao rosto ou que machucam muito, exigindo o manejo frequente; Medidas de prevenção cuja eficácia é pequena, como termômetros digitais e tapetes sanitizantes.
O empresário Francisco das Chagas Bezerra, 39, precisou manter fechada a Escola de Barbeiros SDM, que toca há quase quatro anos, durante boa parte dos últimos meses. Com o retorno das atividades, viu a demanda aumentar justamente quando tinha que reduzir o número de pessoas no espaço: garçons, motoristas e outros profissionais que tinham perdido o emprego buscavam qualificação para trabalhar em uma nova área. Para manter o distanciamento, a escola tem funcionado nos três turnos, com horários de aula reduzidos. Junto à mudança - e ao uso de máscaras, luvas e álcool em gel -, Chagas Bezerra também tem ensinado aos alunos uma nova postura profissional, que sugere cortes com maior distância física dos clientes e uso de materiais descartáveis sempre que possível. “Além da proteção por causa da pandemia, estamos formando alunos para um novo mercado, em que é preciso proteger a si e ao outro o máximo possível”, conta.
“O mais importante é que as pessoas utilizem a máscara: a melhor possível, o tempo todo”
ADAPTAÇÃO
NO QUE INVESTIR? Horários diferenciados para as refeições - até mesmo o cafezinho. Só retirar a máscara quando estiver só no ambiente; Quando possível, é recomendado dar preferência a máscaras cirúrgicas descartáveis (que oferecem melhor filtragem e ajuste) ou modelos PFF2/N95 (que oferecem melhor filtragem, ajuste e vedação). No caso de trabalhadores que têm contato frequente com muitas pessoas, o equipamento conhecido como face shield também pode ser utilizado, mas sempre como algo complementar ao uso de máscara; Nas quatro principais medidas de prevenção: uso de máscaras, higiene frequente das mãos (com água e sabão ou álcool em gel), distanciamento social e ventilação nos ambientes.
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PASSO A PASSO
COMO TRABALHAR A CONSCIENTIZAÇÃO DOS CLIENTES? Os protocolos de segurança e higiene continuam sendo essenciais para o funcionamento dos estabelecimentos
Não só a empresa deve fazer sua parte, mas também o público. Como lidar com aquele cliente que não obedece às medidas adequadas? Abaixo, o especialista em varejo e serviço e professor da Faculdade CDL, Randal Mesquita, e o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Assis Cavalcante, dão algumas dicas para esse momento delicado. (Letícia do Vale)
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DÊ O EXEMPLO
O primeiro passo é dar o exemplo. O empreendedor precisa mostrar ao cliente que está seguindo todos os protocolos. Funcionários devem estar de máscara, deve haver álcool em gel disponível e sinalizações visuais de distanciamento e outras orientações pelo ambiente. Demonstrar que o empreendedor e sua equipe estão seguindo os protocolos têm demonstrado ser bem eficiente em boa parte das situações.
3 TENHA MÁSCARAS SOBRANDO
No caso de um cliente chegar sem máscara e alegar que não se encontra com uma em mãos, o empreendedor pode oferecer uma máscara descartável para que o cliente utilize no estabelecimento. Também podem ser distribuídos pequenos frascos com álcool em gel, caso seja necessário.
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NÃO TENHA RECEIO EM GARANTIR O CUMPRIMENTO DOS PROTOCOLOS
Existe uma parcela pequena de pessoas resistentes, e, às vezes, existe a necessidade de intervenção verbal para que a regra seja seguida. O empreendedor não pode ter receio no momento de convencer o seu cliente de que será melhor para todos seguir o protocolo adequadamente. É sempre importante lembrar que, quanto mais pessoas seguirem às medidas de proteção ao vírus, mais cedo poderemos voltar ao normal.
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MANTENHA O CERTO MESMO EM CASO DE DEBATE
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No caso de uma polêmica ou debate acalorado com o cliente sobre algum protocolo a ser seguido, o empreendedor deve utilizar como base o que o decreto vigente manda, apoiando-se no argumento da legalidade. Existe um caminho certo pré-definido, e é ele que deve ser seguido. Nesse caso, o cliente não tem a prerrogativa para recusar o cumprimento das regras. O outro argumento a ser levantado é o do convívio social. Se todos os outros clientes seguem as medidas, não devem existir exceções.
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EM ÚLTIMO CASO, NÃO ATENDA Caso o cliente se recuse a seguir as regras, o ideal a se fazer é, infelizmente, não atendêlo. Além de ser fundamental seguir as medidas pela saúde dos funcionários e dos clientes e para garantir o funcionamento do estabelecimento dentro da lei, um ato desses demonstra aos frequentadores o compromisso do negócio em seguir todos os protocolos.
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UTILIZE O DEPOIMENTO DE OUTROS CLIENTES
O depoimento de um cliente falando sobre a experiência que ele teve no estabelecimento tem um peso muito grande na capacidade de influenciar outras pessoas. Apesar de ser fundamental o próprio empreendedor divulgar os protocolos que estão sendo seguidos, ter a fala de um cliente sobre o assunto, mostrando que apoia as medidas, traz outro peso. Um bom canal de comunicação para fazer isso são as redes sociais do estabelecimento.
HIGIENIZE O AMBIENTE E OS UTENSÍLIOS UTILIZADOS A CADA NOVO CLIENTE
Além de ser fundamental para manter a higiene e segurança do estabelecimento, fazer a limpeza de mesas e outros espaços, por exemplo, enquanto o negócio está recebendo clientes, ajuda a reforçar o compromisso da empresa com os protocolos, incentivando o público a se manter dentro das medidas.
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MANTENHA A IDENTIDADE DE ANTES DA PANDEMIA
Antes de tudo isso acontecer, o empreendimento já tinha atributos que atraiam clientes e faziam com que eles construíssem uma relação de confiança com a empresa. Apesar de todas essas novas medidas que devem ser seguidas, é essencial que o empreendedor mantenha a mesma identidade de antes, para que o público continue procurando o estabelecimento e obedeça os protocolos por se identificar com uma marca que já confiava. Qualidade, preço e atendimento continuam contando!
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Para garantir o funcionamento adequado do salão de beleza que comanda, a cabeleireira Thaís Silva fez mudanças na rotina
CAPA
PRINCIPAIS DICAS PARA UMA
RETOMADA DE SUCESSO Passar informações úteis aos clientes e segurança nos protocolos é essencial
Letícia do Vale leticiadovale@opovodigital.com A economia no Ceará, aos poucos, está voltando à normalidade. Cada vez mais empreendimentos estão com a possibilidade de abrir as portas e voltar às atividades. No entanto, é essencial que esse movimento seja acompanhado de todas as medidas de segurança e higiene contra Covid-19 de acordo com o decreto vigente. A primeira medida a ser tomada pelo empreendedor é levantar os principais pontos suscetíveis ao risco no estabelecimento, segundo a assessora executiva da diretoria do Sebrae-CE, Alice Mesquita. Dessa forma, é possível estabelecer onde deve ser apontado o distanciamento e como será aplicada a rotina de higiene do ambiente e dos utensílios. O estabelecimento deve passar segurança para o cliente, e, para isso, todo o corpo de funcionários deve ser treinado e estar bem alinhado. “O principal erro é logo na entrada você não ter um profissional bem treinado. É não ter um profissional que aponte o medidor de temperatura e mostre à pessoa o resultado, passando a segurança de que realmente existe uma checagem. O funcio-
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*No momento da foto, Thais e o fotógrafo mantiveram o distanciamento e o salão estava sem clientes
nário e o empreendedor devem se portar dentro do estabelecimento com o uso do equipamento individual de forma correta, dirigindo-se ao cliente mantendo distanciamento”, explica a especialista. Outra orientação para que o empreendedor consiga passar essa segurança ao público é mostrar informações úteis e positivas. Em um local de destaque do estabelecimento, como um quadro, pode ser divulgada a quantidade de funcionários que já foram vacinados, por exemplo. Para complementar, dados sobre a vacinação na cidade e no País também podem ser mostrados, passando otimismo para o público. “É mostrar que se preocupa com a retomada das atividades, mostrar os avanços e explicar que, se chegamos até aqui, devemos continuar nos cuidando”, aponta Alice.
Tendo aberto seu salão apenas cerca de cinco meses antes do primeiro lockdown no Estado, ter a possibilidade de retomar o trabalho com segurança é mais do que gratificante para a cabeleireira especialista em cabelos naturais, Thaís Silva. “Significa a questão do meu sustento, da minha família e das minhas funcionárias”, declara a profissional. No entanto, tudo isso só é possível com o respeito aos protocolos de segurança e saúde estabelecidos. Para funcionar adequadamente, o estabelecimento Espaço Thaís Silva adotou uma diminuição na agenda, com o atendimento de, no máximo, 8 ou 9 pessoas por dia. A medida foi estabelecida para que apenas duas pessoas, a cada duas horas, fossem recebidas no espaço, para a manter o distanciamento social com tranquilidade. Além da rotina de higienização do ambiente, os clientes só podem ser atendidos se estiverem de máscara e, no momento do agendamento feito por WhatsApp, são orientados a cancelarem a ida ao salão no caso de aparecimento de sintomas gripais. Outra mudança foi a suspensão dos atendimentos de consulta, momento em que os clientes podiam ir até o estabelecimento apenas para tirarem dúvidas ou terem o cabelo avaliado por Thaís. “A gente tenta passar a segurança através da transparência, e felizmente só temos recebido pessoas conscientes. Os clientes entenderam as medidas. Os protocolos não podem ser de nenhuma forma retirados ou burlados. Passei pela experiência de ter meus pais internados e trago essa preocupação para cá. É muito necessário nos cuidarmos”, reflete a profissional.
GERAL
NA PRÁTICA
DE PORTAS ABERTAS
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> Expanda o atendimento para canais como telefone e redes sociais e tente atender com opções de delivery ou retirada > Sinalize pelo ambiente a distância segura de 1,5m > Estabeleça horários diferentes para o atendimento ao público de risco > Mostre aos clientes que tudo é higienizado; funcionários devem higienizar as mãos e os itens utilizados a cada atendimento > Prefira meios de pagamento sem contato, como cartão com proximidade, QR Code e Pix > Possibilite atendimento com agendamento prévio > Comunique aos clientes todos os cuidados que estão sendo tomados > Defina a capacidade de público de acordo com o decreto vigente > Caso use ar condicionado, limpe os filtros com frequência, mas prefira ventilação natural
MERCEARIAS E MERCADOS
> Não promova ações de degustação > Evite o excesso de manuseio dos produtos por parte dos clientes > Instale barreiras transparentes nos caixas
RESTAURANTES E LANCHONETES
> Evite o uso de toalhas de tecido nas mesas > Distancie as mesas de forma adequada > Para o cardápio, invista em modelos plastificados, digitais ou lousas > Caso produza em casa, a manipulação dos alimentos não deve ser feita junto a refeições domésticas > Luvas devem ser trocadas com frequência, mas não substituem a lavagem regular das mãos > Lacre as embalagens para delivery > Caso esteja vindo da rua, troque de roupa e máscara antes de iniciar as atividades
LOJAS E SALÕES DE BELEZA
> Limite o número de pessoas na área de espera > Organize os atendimentos com mais espaçamento entre eles para conseguir limpar o local > Evite fazer atendimentos simultâneos
VENDAS DIRETAS
> Caso tenha necessidade de visitar clientes, prefira horários de baixo fluxo > Organize um espaço próprio para recebimento de mercadorias e higienize o local frequentemente *Dicas Sebrae/CE
PREVENÇÃO
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SANITIZAÇÃO
DOS AMBIENTES: O QUE REALMENTE FUNCIONA?
Um ano e meio após a descoberta da Covid-19, entenda o que as autoridades sanitárias consideram realmente eficaz no combate à doença Enquanto boa parte da população brasileira não estiver imunizada contra o novo coronavírus, a única saída para evitar a infecção é investir em medidas preventivas de higiene. Algumas delas se mantêm eficientes mesmo com a chegada de variantes mais agressivas: redução de contato com outras pessoas, lavagem frequente de mãos e uso de máscaras são a tríade ideal para evitar a doença. Outras, a exemplo dos túneis de desinfecção, foram desacreditadas pela ciência. Afinal, o que realmente é eficaz na hora de higienizar ambientes com grande fluxo de pessoas? Primeiramente, é preciso compreender que a contaminação por superfície não é a principal forma de transmissão do vírus, que costuma ser transmitido
especialmente pelo ar, através das vias respiratórias. Porém, segundo Roberto Marques, diretor da empresa de higienização corporativa Única Serviços, é consenso que, em ambientes com grande fluxo de pessoas, é recomendado reforçar a sanitização, com foco nas superfícies que costumam entrar em contato direto com as mãos, como maçanetas, descargas de banheiros, balcões, mesas e computadores. “No início, estratégias como os túneis de desinfecção chamavam
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muito a atenção das pessoas, mas ali havia um mecanismo em que a substância não era eficaz contra a Covid-19 e que podia causar alergias e lesões. Hoje, sabemos que devemos nos atentar mais ao básico: higienização das mãos e também de locais que entram em contato direto com elas”, explica Roberto. (Ana Beatriz Caldas)
“A mudança na rotina foi inevitável. Antes da pandemia, a limpeza do shopping era diária, por ser um local público. Agora, redobramos os cuidados e intensificamos a higienização, realizando periodicamente sanitização em todo o shopping com uma empresa especializada”, conta.
ATENÇÃO AOS PROCESSOS
Produtos que apenas perfumam o ambiente, apesar de ter embalagens e odores similares aos desinfetantes, não eliminam microorganismos e, sempre que possível, devem ser evitados. A dica é de Roberto Marques, da Única Serviços: “Temos uma cultura em que o cheiro está muito ligado à qualidade da limpeza, mas o que ele faz, às vezes, é mascarar impurezas. Ambientes muito perfumados, para mim, ligam um alerta”, conta. Além disso, muitos desses produtos possuem uma pigmentação forte que, além de não auxiliar na desinfecção, podem colorir superfícies, danificando o patrimônio.
FIQUE LIGADO
Na hora de realizar a higienização, misturar ou utilizar produtos de maneira equivocada pode evitar que eles ajam corretamente, o que impede que a desinfecção do ambiente seja realizada de fato. Nesse momento, segundo Marques, são necessários apenas um bom detergente e um bom desinfetante, mas é necessário que a limpeza ocorra nesta ordem e com intervalo entre os processos para que os produtos façam seu trabalho. “O ideal é usar primeiro o detergente, fazer um enxague e depois usar um desinfetante, respeitando um tempo de contato para que os micro-organismos sejam eliminados. A margem de segurança para o desinfetante é de cerca de dez minutos. Para situações em que são necessárias limpezas mais profundas várias vezes ao dia, também há opções de produtos dois em um”, lembra. Com tantas recomendações, há quem prefira optar pela terceirização do serviço para garantir a escolha correta dos produtos - e, assim, a segurança de funcionários e clientes. Foi assim com a empresária Eliane Lima, 65, que afirma que a decisão a ajudou a manter a tranquilidade durante a pandemia. Diretora administrativa do shopping Casa Rosada, no bairro de Fátima, ela reforçou a sanitização com o quadro interno de funcionários e também com a empresa que já prestava serviços no local.
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ALÉM DO ÁLCOOL EM GEL
Em 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou uma nota técnica (nº 47/2020) com os produtos que são considerados eficazes para higienização de objetos e superfícies e que podem substituir o álcool 70% no combate à Covid-19*. Confira as alternativas: > Hipoclorito de sódio a 0.1% > Alvejantes contendo hipoclorito (de sódio, de cálcio) a 0,1% > Dicloroisocianurato de sódio (concentração de 1,000 ppm de cloro ativo) > Iodopovidona (1%) > Peróxido de hidrogênio 0.5% > Ácido peracético 0,5% > Quaternários de amônio, por exemplo, o Cloreto de Benzalcônio 0.05% > Compostos fenólicos > Desinfetantes de uso geral aprovados pela Anvisa *Os produtos foram considerados seguros por apresentarem eficácia contra outros tipos de coronavírus. A água sanitária e os alvejantes comuns podem ser utilizados diluídos para desinfetar pisos e outras superfícies, mas é preciso ter cuidado: na hora do manejo, é recomendado a utilização de máscaras e luvas de proteção.