O POVO Educação 2022 - Caderno Jornal

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SEGUNDA-FEIRA 31/10/2022 OPOVOEDUCACAO.FDR.ORG.BRFORTALEZA - CE 21 ANOS desenha futuro possível Programa Planeta Jovem em parceria com O POVO Educação impacta 5 mil jovens, de 14 a 28 anos, que buscam soluções no mundo virtual para mudar o mundo real PÁGINAS 6-9 METAVERSO OPOVOEDUCACAO.FDR.ORG.BR Aponte a câmera do celular para o código, navegue pelo site do O POVO Educação e veja muitos outros conteúdos educação O POVO EDUCAÇÃO é um projeto realizado pelo O POVO. Edição de 12 páginas encartada no jornal O POVO. Proibido ser vendido separadamente. JUVENTUDE JUVENTUDE FREEPIK

Quais os desafios das juventudes?

Quem pode falar pe los jovens, se não eles mesmos? A for ma de pensar quais os investimentos necessários para ativar o potencial desta ge ração e permitir o seu pleno desenvolvimento, construin do caminhos para um futuro sustentável, deve ser inclusiva e desenvolvida pelos próprios jovens. Essa é a proposta do Planeta Jovem, matéria prin cipal desta edição do caderno O POVO Educação. O proje to, uma iniciativa do Instituto Iracema Digital em parceria com o Grupo O POVO, por meio do O POVO Educação, é uma experiência gamificada desen volvida pelos próprios jovens, de 14 a 28 anos, no metaverso, uma espécie de mundo virtual que mistura realidade virtual

e aumentada com experiên cias da vida real na nuvem. O Planeta Jovem realiza ativida des que ajudam a despertar o senso de responsabilidade e o espírito de solidariedade e li derança. O impacto é de 5 mil jovens participando de forma online, 500 de forma presen cial e 100 no metagame.

“A experiência é disrupti va porque ela quebra a obri gação da escola e troca pela responsabilidade social. Os estudantes passam a se or gulhar do que estão fazen do, e estão dedicando mais do que o tempo solicitado por dia, que é de duas ho ras”, conta Mauro Oliveira, professor do Instituto Fe deral de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e um dos idealizadores do Planeta Jovem.

Para ampliar o repertório desses jovens, este caderno especial apresenta os mun dos que se abrem a partir do consumo de duas importan tes plataformas do O POVO: o multistreaming O POVO + e a rádio O POVO/CBN. E para se encantar pelo jornalismo uma entrevista exclusiva com Adísia Sá, primeira om budsman do O POVO e fun dadora do curso de jornalis mo da Universidade Federal do Ceará.

Ainda temos uma repor tagem “Para saber mais” sobre a Santa Casa de For taleza. Todo jovem deve se engajar na causa principal do mais antigo hospital fi lantrópico do Estado: saú de para todos. Quer desafio maior para a juventude?

Boa leitura e boas ideias!

|ENTREVISTA | Adísia Sá fala sobre os desafios do Jornalismo na Universidade e os encantos da profissão que tem compromisso com a verdade

“Uma vez jornalista, sempre jornalista”

RUBENS RODRIGUES

rubensrodrigues@opovo.com.br

Fundadora do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), Adí sia Sá encontrou na Educação uma forma de dar oportuni dade aos jovens de entrarem mais preparados no mercado de trabalho. Uma profissão, segundo ela, tão difícil quanto apaixonante. Com uma bio grafia marcada pelo pioneiris mo e praticamente dois terços da vida dedicados a profissão, foi a primeira mulher a traba lhar como jornalista na reda ção de um jornal, a primeira a se tornar repórter policial e a primeira ombudsman - uma ouvidora do leitor, cargo até hoje vivo no O POVO Em entrevista ao O POVO Educação, Adísia relembra a vida no Centro de Fortaleza, a importância da Filosofia no fazer jornalístico, o compro metimento com a categoria e destaca a essência imutável da profissão, refém de uma ferramenta de trabalho que ela classifica como “arrogante e agressiva”: o fato. Adísia é, além de tudo, crítica ao mer cado. E reconhece: “O nosso poder é muito relativo”.

O POVO: A senhora sempre quis ser jornalista?

Adísia: Sempre jornalista. Eu sempre quis ser jornalis ta. Eu morei na rua Senador Pompeu (Centro de Fortaleza), que era chamada a rua dos jornais, né? Nós tínhamos a Gazeta, onde comecei a traba lhar, tinha o jornal O Estado e mais adiante o jornal O POVO. Então, os três grandes jornais ficavam no mesmo quarteirão.

OP: E quando a senho ra veio para Fortaleza de Cariré?

Adísia: Eu não passei a morar no Centro, a fa mília é que veio. Eu era menina, criança. Meus pais eram hoteleiros, tinham pequenas pen sões. Então, eles come çaram a crescer e disse ram: “Agora vamos para Fortaleza”. Aí vieram, montaram uma pensão muito frequentada, de família. Meu pai era um homem muito confor mado com a vida, mas a minha mãe queria muito conhecimento da vida. Sabe como é que minha mãe falava? “Meus filhos vão ser gente”. Achava bonito aquilo, porque ela passava pra gente uma vontade de crescer, sair daquela simplicidade de pequenos hoteleiros para o mundo. Aliás, é o sonho de toda mãe. Às vezes mais do que o próprio pai. Quem é a alma da fa mília chama-se mulher. O homem é um comple mento. A mulher é quem dá a diretriz, a educação dos filhos. Simplesmen te. Nasci e me criei numa família unida. Fomos sempre pequenos hote leiros, mas deu pra criar todo mundo.

OP: Como a senhora chegou no jornalismo?

Adísia: Eu comecei pela Ga zeta, ali que comecei minha vida profissional, fui crescendo e ajudei a criar os cursos de Jor nalismo. Quer dizer, me senti mais comprometida com a nos sa categoria. Se eu cheguei ali, eu queria dar oportunidade aos jovens. E só teria essa oportu nidade através da faculdade. Aí criamos o curso de Jornalismo e assim fomos crescendo, sempre profissionais.

OP: A senhora ainda estu dou Filosofia.

Adísia: Sou formada em Filo sofia pura, lecionei minha vida toda… mas eu não queria ser

OP: Qual é a essência do jornalismo?

Adísia: A essência é a busca da informação correta. Nós só temos um compromisso, é com a verdade. A verdade jornalísti ca, do fato, fiel ao fato. Nós não temos o direito de enfeitar ou diminuir o fato que é a sua no tícia. O jornalista é apenas o in termediário. Então, o trabalho todo do jornalista é trazer o fato em si, portanto o fato na sua in tegridade para o público. É uma responsabilidade muito grande. Você tem que ser fiel ao público sobre aquilo que você vê. Você não trabalha para o jornal. Você é empregado do jornal, mas o seu compromisso é com o lei tor. É você quem passa para ele a informação. Se você não tem apego à verdade… a verdade dos fatos, não é a verdade me tafísica. O fato aconteceu, você tem que ser fiel àquele fato. Não pode aumentar, diminuir, nada.

OP: O que é a verdade do fato?

Adísia: É ele como aconte ceu. O fato dentro da sua loca lização, do seu momento. O fato aconteceu no espaço e aconte ceu no tempo. Então, você tem que ser fiel a ele dentro dessas premissas. Se você não tem esse compromisso com o seu jornal… Não é o jornal em si, é o que você vai passar para o seu leitor. Se você não for fiel a esse trânsito, entre o jornal e a verdade, você é a verdade. Você pode até perder o em prego… Tive um momento no jornal Gazeta de Notícias, onde eu comecei, em que eu fui en trevistar uns dentistas que ti nham vindo para um congres so. Quando fui fazer a notícia, um então secretário do jornal, que você me permita não dizer o nome, disse: “Não, você tem que dizer que o fato foi assim”. Eu digo: “Não, não foi assim”. Ele disse: “Você tem que dizer o que o jornal quer”. E eu respon di: “Então, a partir dessa hora, eu não trabalho mais nesse jor nal”. Foi quando eu me tornei jornalista. Porque o jornalista só tem um compromisso, que é com o fato.

OP: E o fato se impõe.

Adísia: O fato é arrogante, agressivo, não admite que me xam nele. Se você não tem essa vocação de respeitar o fato, não entre nessa profissão. O desejo precisa ser o de passar para o público aquilo que você viu, não o que você gostaria de ter visto. E o que é a verdade? É metafí sica? Não, é a veracidade entre aquilo que aconteceu e aquilo que você transmite para o pú blico. O compromisso de honra é o fato transmitido para o lei tor. Ainda hoje, fora da nossa atividade, eu sou apaixonada pela profissão.

OP: Como a senhora acom panha o jornalismo hoje?

Adísia: Ele é muito oportu nista em alguns momentos, é conveniente. Também depende da empresa e do profissional. Eu sempre achei que a palavra verdade era muito pesada. O nosso poder é muito relativo.

OP: A senhora acredita que essa essência do jor nalismo se transformou em alguma medida?

Adísia: Não, porque o fato não muda. A maneira de transmitir é que pode ser diferente. O fato, você não altera, ele é absoluto. O estilo (jornalístico) é uma coisa, a veracidade é ou tra. Eu tenho visto que o jornalista de hoje tem muita preocupação com a técnica, e isso a gente só aprende fazendo.

OP: Essa preocupação com a técnica é consequência da formação?

Adísia: Sempre houve uma busca pela técnica. Agora, de pois que criamos o curso e os jovens começaram a aparecer com uma formação que nós não tivemos, a coisa mudou total mente. Aí eu vi que não existe jornalismo divorciado da técni ca e, acima de tudo, da veraci dade do fato.

OP: Por que ainda é impor tante ler jornal?

Adísia: Porque ninguém transmite o fato como quem viu. O jornalista tem o olhar sobre o que aconteceu.

OP: A senhora foi a pri meira mulher a trabalhar numa redação. Demorou para ver outras mulheres trabalhando na redação de um jornal?

Adísia: Pelo contrário. Em pouco tempo eu notei ou tras mulheres. Eu notei que todas estavam como eu, com uma paixão recal cada. Só fiquei feliz depois que aquela paixão se ma terializou. Ainda hoje, com 90… com a idade que eu te nho (risos), eu só seria feliz sendo jornalista. Muitas mulheres entraram pela paixão do curso, muitas entraram pela oportuni dade de ter acesso às coi sas… Tinha de tudo.

OP: Tem uma frase sua no livro “Ensino do Jornalis mo no Ceará” que a se nhora diz que “a História é para ser contada”.

Adísia: Exatamente.

OP: O jornalismo está conse guindo cumprir essa máxima?

Adísia: Há jornalistas que sim. A única coisa que não deve mudar é o seu caráter profissional. Que o dinheiro não lhe compre, a vaida de não lhe compre, bons relacio namentos não lhe comprem. Não há possibilidade de acordo com essa paixão. Você, por exemplo, seria jornalista outra vez? Do fun do do seu coração?

OP: Sim, e procuraria adi cionar outros aprendiza dos e vivências (responde o repórter).

Adísia: Sempre acrescen tando, né? Eu digo sem pre: uma vez jornalista, sempre jornalista.

3educação2 WWW.OPOVO.COM.BR TERÇA-FEIRA FORTALEZA CEARÁ 30 DE NOVEMBRO DE 20212 OPINIÃO educação educação ESPECIAL educação EMPRESA JORNALÍSTICA O POVO PRESIDENTE INSTITUCIONAL & PUBLISHER Luciana Dummar PRESIDENTE-EXECUTIVO João Dummar Neto DIRETORES-EXECUTIVOS DE JORNALISMO Ana Naddaf e Erick Guimarães DIRETOR DE JORNALISMO DAS RÁDIOS Jocélio Leal DIREÇÃO DE NEGÓCIOS E MARKETING Alexandre Medina Néri DIRETORA DE GENTE E GESTÃO Cecília Eurides DIRETOR CORPORATIVO Cliff Villar DIRETOR DE ESTRATÉGIA DIGITAL André Filipe Dummar de Azevedo PROJETO O POVO EDUCAÇÃO CONCEPÇÃO E COORDENADOR GERAL Cliff Villar COORDENADORA DE OPERAÇÕES Vanessa Fugi ESTAGIÁRIA DE JORNALISMO Kamylle Lacerda GERENTE DE MARKETING Natércia Melo ANALISTA DE MARKETING Dandara Batista DESIGNER DE MARKETING Sidney Marcos ANALISTA DE MÍDIA Lucas Lustosa ANALISTA DE PERFORMANCE Anderson Cavalcante WEBDESIGNER DE MARKETING Clemilson Souza EDITORA CRIATIVA DE MARKETING Renata Viana GERENTE EXECUTIVA DE PROJETOS Lela Pinheiro ANALISTA DE PROJETOS Hérica Paula Morais DIRETOR GERAL DE NEGÓCIOS, MARKETING E PROJETOS ESPECIAIS Alexandre Medina Néri ASSESSORA DE COMUNICAÇÃO Daniela Nogueira ESTRATÉGIA E RELACIONAMENTO Adryana Joca ESTÚDIO DE BRANDED CONTENT DO O POVO GERENTE-GERAL Gil Dicelli EDITORA-EXECUTIVA Paula Lima EDITORA-ADJUNTA Ana Beatriz Caldas REPÓRTER Letícia do Vale TEXTOS O POVO EDUCAÇÃO Ana Beatriz Caldas e Rubens Rodrigues DESIGNER Natasha Lima WWW.OPOVO.COM.BR SEGUNDA-FEIRA FORTALEZA CEARÁ 31 DE OUTUBRO DE 2022 SEGUNDA-FEIRA FORTALEZA CEARÁ 31 DE OUTUBRO
hoteleira como meus pais. Que ria ser jornalista. Eu aprendi na filosofia que a coisa é como é.
O fato
é arrogante, agressivo, não admite que mexam nele. Se você não tem essa vocação de respeitar o fato, não entre nessa profissão (de jornalista)
Adísia Sá recebeu o repórter Rubens Rodrigues para uma conversa em sua casa neste mês de outubro JOÃO TAVARES FILHO
EDITORIAL OPOVO EDUCAÇÃO

| SANTA CASA DE FORTALEZA | Conheça a história do mais antigo hospital filantrópico do Estado e saiba como ajudá-lo a continuar atuante

SAÚDE PARA TODOS SAÚDE PARA TODOS

História e patrimônio

Localizado na rua Barão do Rio Branco, em frente à Praça dos Mártires (Passeio Público), o prédio da Santa Casa é tom bado como patrimônio histó rico de Fortaleza. Ele foi inau gurado em fevereiro de 1861, sob o nome de Hospital da Ca ridade, para atender adequa damente os cearenses que so friam com os efeitos da seca e da epidemia de febre amarela. Desde então, a casa de saú de se tornou um dos princi pais hospitais com atendi mento pelo SUS da Capital.

Por estar no Centro, o acesso é facilitado - o prédio está pró ximo a uma estação de metrô e a paradas de ônibus, ressal ta Luiz Marques, provedor da Casa. Um detalhe que, segun do ele, aproxima o público-al vo de atendimentos gratuitos ou a preço popular.

No hospital, há também uma Capela e o Memorial da Santa Casa, um pequeno mu seu que expõe, de forma per manente, objetos e documen tos que contam um pouco da história da saúde no Ceará. A sala também abriga a Galeria dos Provedores da Santa Casa. Interessados podem fazer uma visita gratuita ao local de segunda a sexta-feira, das 10h às 14 horas.

Serviço à comunidade

Com atendimentos em diversas es pecialidades médicas, uma equipe de cirurgiões e laboratório de exames próprios, a Santa Casa de Fortaleza ocupa um espaço essencial na atenção à saúde local. Nos hospitais adminis trados pela Irmandade Beneficente, dois dos principais problemas que acometem o Estado são tidos como prioridade: o tratamento oncológico e da saúde mental.

Com a pandemia, ambos se torna ram ainda mais importantes, já que mi lhares de pessoas tiveram suas rotinas de saúde interrompidas e passaram - ou passam - por transtornos como ansiedade, depressão e outros. Segun do Luiz Marques, um dos diferenciais da casa de saúde é esse atendimento multidisciplinar a pessoas das camadas mais pobres da sociedade, que foca na saúde integral dos pacientes.

“Quando a gente atende pacientes po bres, pacientes oriundos do SUS, a gen te dá a esse paciente toda a assistência médica, psicológica e social necessária, já que os dois hospitais são dotados de profissionais como psiquiatras, psicólo gos e assistentes sociais”, destaca. Para o futuro, há uma previsão de fortaleci mento do setor de tratamento oncológi co, questão que deve auxiliar a sanar o grave problema de atenção a pacientes com câncer no Ceará.

“O Ministério da Saúde adotou a Santa Casa e está executando um pro jeto que vai abrigar uma aceleradora linear, que é o equipamento mais mo derno de tratamento de câncer que existe, o que tornará nosso serviço completo, com clínica, cirurgia, qui mio e radioterapia”, explica Marques. A previsão para conclusão da obra é de 15 meses.

Santa Casa em números

Em fevereiro deste ano, a Santa Casa completou 161 anos

Só no ambulatório da Santa Casa de Fortaleza, são atendidas, em média, 5 mil pessoas por mês. Também são realizadas 1.300 cirurgias (incluindo as particulares);

Nos hospitais da administração, há 424 leitos sendo 266 da Santa Casa, para atendimento via Serviço Único de Saúde (SUS), 28 na Casa de Saúde Eduardo Salgado (ala da Santa Casa que atende pacientes particulares) e 130 no Hospital São Vicente;

Atualmente, 95% da operação da entidade funciona pelo SUS;

Para que os serviços sejam executados, a instituição conta com um quadro de mil colaboradores

No Cemitério São João Batista (administrado pela Santa Casa), há 15.000 jazigos

Administração

Para que cada Santa Casa siga em ple no funcionamento, cada unidade é dirigida por uma mesa administrativa composta por membros da sociedade civil. São os chamados Mordomos da Santa Casa de Misericórdia. Em Fortaleza, essa mesa é formada por 36 membros. Para tomarem posse, eles devem ser eleitos entre seus pares e contribuir com um valor mínimo de recursos para a instituição.

Em um prédio histórico do Centro da Cida de, inaugurado em 1861, centenas de pessoas circulam diariamente até hoje. Parte delas busca alívio e cuidado; a outra, oferece aten ção médica, psicológica e social a quem mais precisa, seguindo uma logística de funciona mento que permitiu, só em 2021, a realização

de 9.854 cirurgias e 302.762 exames, diagnós ticos e tratamentos, além de milhares de ses sões de hemodiálises e quimioterapias. Parte essencial da história da Capital, a San ta Casa de Fortaleza é uma instituição filan trópica e integra a Irmandade Beneficente da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza, que comanda três unidades: o Hospital da Santa Casa, o Hospital Psiquiátrico São Vicente de Paulo e o Cemitério São João Batista. Conheça a história da primeira casa de saúde da Cidade e mais antigo hospital filantrópico do Estado.

Além de registros rela cionados à história da saúde na Cidade, o prédio tombado também possui um apêndice cultural e acadêmico: o Centro de Estudos Professor Osval do Soares (Cepos), que presta apoio aos cursos de atualiza ção da Casa e fomenta a cria ção de eventos científicos e culturais.

“É um trabalho que tem muito ônus, mas não bônus, pois os mordomos são proibidos de ter qualquer ligação comer cial com a Santa Casa, e também de rece ber qualquer auxílio da instituição”, explica Luiz Marques. O conselho superior é res ponsável pela fiscalização e aprovação das ações da provedoria, composta por dez membros. Além disso, pelo menos uma vez por ano, há uma assembleia geral para aprovar as contas da provedoria e, a cada três anos, eleger novos membros.

Redes de atenção

A nível nacional, a Santa Casa de Fortaleza integra a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospi tais e Entidades Filantrópicas (CMB), organização com sede em Brasília que busca viabilizar as demandas de casas de saúde que têm como prin cipal objetivo atender a pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Atualmente, a confederação re presenta 1.824 hospitais sem fins

lucrativos em todo o Brasil. A Santa Casa da Capital também é associa da à Federação das Misericórdias e Entidades Filantrópicas do Ceará (Femice), que conta com 41 filiados em todo o Estado. Ambas as organi zações atuam em prol do fortaleci mento das casas de saúde sem fins lucrativos, pleiteando recursos e unindo forças junto aos setores pú blico e privado.

De acordo com o provedor da Santa Casa, a de satualização da tabela SUS, que regula os valores pagos a hospitais que oferecem o atendimento gratuito, é o maior problema que a administração da instituição enfrenta. “Isso é um dado nacional, não só de Fortaleza. O que se recebe do SUS só co bre cerca de 60% daquilo que nós gastamos com os pacientes, então fica um déficit muito grande”, lamenta.

A dificuldade é minorada por doações, que po dem ser feitas por qualquer cidadão, em qualquer valor igual ou acima de R$ 1. “Elas são feitas prin cipalmente através das contas da Enel e da Cage ce, mas também há doações pontuais que a gen te recebe”, destaca. Para doar, basta ligar para o número (85) 3392 0301 e falar com um atendente da empresa All Desk, que autorizará o desconto do valor escolhido na fatura de cada mês.

Mesmo com as doações, o saldo negativo men sal ainda gira em torno de R$ 2 milhões. Marques espera que ele seja sanado através de uma parce ria com o Governo do Estado, mas reforça: o enga jamento da sociedade é vital para que a Santa Casa continue funcionando plenamente. “Eu tenho co brado muito, especialmente, da elite de Fortaleza, porque a média das nossas doações é inferior a R$ 5 - isso significa que a elite não está contribuindo, ou a média seria mais alta”, lembra Luiz.

Apesar de não poder arcar com recursos finan ceiros, o provedor da Santa Casa afirma que a ju ventude pode ser determinante nesse engajamento. Além de atividades de voluntariado, o jovem pode ser a ponte entre novos doadores e a instituição, e, portanto, a ponte para um cenário de mais esperan ça na entidade.

“Estamos numa campanha de angariação de novos sócios. Seria muito oportuno que a juventude pudesse se engajar nessa campanha e trazer os pais, os padri nhos, os tios, os avós para serem sócios da Santa Casa. Isso representaria um valor monetário, mas também novas ideias, oriundas da juventude, que seriam mui to bem-vindas”, pontua.

45 PARA SABER MAIS educação
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Em meio a desafios, a missão de promover beatriz.caldas@opovo.com.br ANA BEATRIZ CALDAS
Em 2021, a Santa Casa de Fortaleza realizou 9.854 cirurgias, 302.762 exames, diagnósticos e tratamentos A Santa Casa completou 161 anos em 2022. O atendimento da Casa é 95% pelo SUS Luiz Marques, provedor da Santa Casa de Fortaleza, reforça o papel da juventude em contribuir para as atividades de saúde da casa
Desafios e como ajudar O papel da juventude SERVIÇO Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza Endereço: Rua Barão do Rio Branco, 20 - Centro Contato para consultas: (85) 3455 9102 / (85) 99707 7979 (WhatsApp) Contato para doações: (85) 3392 0301 Site: www.santacasace.org.br Facebook: @santacasace Instagram: @santacasafor FOTOS DIVULGAÇÃO PARA SABER MAIS
6 WWW.OPOVO.COM.BR TERÇA-FEIRA FORTALEZA CEARÁ 30 DE NOVEMBRO DE 2021educação educação 7CAPA educaçãoCAPA |FUTURO | Jovens estudantes embarcam em um planeta no metaverso para desenvolver competências comportamentais e de liderança. Ideia é solucionar conflitos que refletem a experiência do mundo real em programa parceiro do O POVO Educação EDIÇÃO: O POVO EDUCAÇÃO | OPOVOEDUCACAO.FDR.ORG.BR (85) 3255-6243 Planeta WWW.OPOVO.COM.BR SEGUNDA-FEIRA FORTALEZA CEARÁ - 31 DE OUTUBRO DE 2022 WWW.OPOVO.COM.BR SEGUNDA-FEIRA FORTALEZA CEARÁ - 31 DE OUTUBRO DE 2022 JOVEM JOVEM Programa reúne protagonismo na juventude, sociedade e tecnologia FREEPIK

Como será o planeta do futuro? Pensar no nosso mundo de forma sustentável é o ponto de partida do projeto Planeta Jovem, uma iniciativa do Instituto Iracema Digital em parceria com o Grupo de Comunicação O POVO, por meio do O POVO Educação, para incentivar jovens de 14 a 28 anos, a pensar hoje em um futuro possível. Para isso, o programa realiza atividades que ajudam a despertar o senso de responsabilidade e o espírito de solidariedade e liderança. O impacto é de 5 mil jovens participando de forma online, 500 de forma presencial e 100 no metagame.

O Planeta Jovem é uma experiência gamificada desenvolvida pelos próprios jovens no metaverso, uma espécie de mundo virtual que mistura realidade virtual e aumentada com experiências da vida real na nuvem. A vivência começou em agosto último e termina neste mês de novembro, com a etapa de desembarque “de volta” dos jovens à Terra, na Feira do Conhecimento da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) do Ceará, no Centro de Eventos.

A estrutura do metaverso do Planeta Jovem se divide em etapas, partindo da identificação de novos problemas do mundo real, para a convocação, fruição (quando os jovens mostram suas habilidades) e seleção dos tripulantes. É só nesse momento que ocorre o embarque para o mundo virtual, onde esses cidadãos aprendem o uso das ferramentas disruptivas na cultura digital e irão desenvolver suas responsabilidades nesse novo ambiente, com o objetivo de gerir o planeta. Feito isso, jovens interagem em atividades de aprendizado e apresentam soluções para mudar o mundo real.

Entre a realidade e o metaverso, existem as chamadas trilhas, pontos a serem desenvolvidos pelos jovens no outro planeta. São eles: transformação digital, transição energética, economia da água, escola do futuro, saúde digital, meio ambiente e sustentabilidade e justiça social e cultura.

Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e um dos idealizadores do Planeta Jovem, Mauro Oliveira explica que o projeto é resultado da vivência com jovens, que já passa de quatro décadas. O professor afirma que o programa é uma resposta às revoluções digitais como a chegada da web, “que desmantelou o modelo de que a informação era um privilégio do professor e passa a ter a informação disponível a qualquer pessoa”, as redes sociais e o metaverso, que ele projeta como uma revolução “ainda porvir”.

“A experiência é disruptiva porque ela quebra a obrigação da escola e troca pela responsabilidade social. Os estudantes passam a se orgulhar do que estão fazendo, e estão dedicando mais do que o tempo solicitado por dia, que é de duas horas”, relata. “Queremos ajudá-los a se aproximar da sua melhor versão, e isso deveria ser o objetivo da escola. Fazer com que o jovem busque conhecimento e tente criar soluções, para que o professor possa ser um facilitador do processo de absorção do conhecimento”.

Presidente do Iracema Digital, Ricardo Liebmann destaca o interesse da juventude de se desenvolver e de ajudar os outros jovens e estudantes.

“Normalmente, os jovens que têm dificuldade de ter as coisas são mais abertos aos desafios. A gente se surpreende com o entusiasmo e as visões deles, que se superam e se surpreendem também”, afirma. “É muito gratificante presenciar esse despertar da consciência e contribuir para isso”. (Rubens Rodrigues)

Entre a realidade e o metaverso

Misturando ações presenciais e online, o projeto cria um universo lúdico para estimular a governança dos países por meio dos jovens. Entre o campo da realidade e do metaverso, os participantes apresentam mostras de projetos sociais, tecnológicos, culturais e esportivos, além de apresentações no estilo “TEDx”, pitch de startups e painéis de discussões.

A programação também conta com oficinas que vão da filosofia à inteligência artificial, colocando jovens universitários frente a frente com estudantes do ensino médio. Além de espaços para experiências afrofuturistas, participação online de adolescentes e jovens adultos de outros estados e países e até competição de robótica sustentável.

Nas redes sociais, os jovens irão documentar a governança do novo planeta. Realizando reuniões online, fóruns, podcasts, streamings e videoconferências, eles discutem e espalham ideias que poderão ser aplicadas fora do metaverso.

No metagame foram criados personagens para que os jovens participantes tenham a experiência de simulação da vida dentro do metaverso, discutindo e criando possibilidades de resolver problemas. A realidade virtual entra como espaço para debate dos projetos desenvolvidos pelos tripulantes, os governantes do planeta. O objetivo aqui é projetar entregas de impacto real na sociedade.

Professor e pesquisador na área de games, Daniel Gularte explica que o metaverso se caracteriza através de uma dinâmica de ferramentas online, como o uso de uma rede social específica do planeta dentro da plataforma Discord. “Usamos todos os recursos para transpor a situação de governança e fazemos essas transferências em plataformas de chat e de interação de realidade virtual, usando avatares 3D criados pelos jovens e pelos nossos convidados”, detalha Gularte, um dos idealizadores do projeto e curador do Instituto Bojogá de Inovação em Jogos, responsável por criar as narrativas gamificadas do Planeta Jovem.

“São ações para o desenvolvimento de competências comportamentais com responsabilidades, lições, desafios. Quando usamos o metaverso nessa perspectiva, esses jovens começam a ter novas percepções através de várias vivências. O metaverso está ali para ampliar isso num ambiente seguro”, pontua. “A ideia é que eles construam esses repertórios, essas relações de construção de competências e consigam assimilar isso no mundo real”, conclui Gularte.

Impacto na

SOCIEDADE

Em fala de abertura do projeto, a governadora Izolda Cela classificou o Planeta Jovem como uma oportunidade de movimentar a juventude, para que eles possam se engajar com “criatividade, pensamento e coração” para fazer leituras de realidade e resolver problemas que se apresentam. “Nada melhor do que tratar isso por meio de um grande game que vai fazê-los entrar em contato com realidades, situações inusitadas e mexer com muitas competências, além de toda essa vinculação com os aspectos de cidadania”, pontuou. Para o diretor corporativo do Grupo de Comunicação O POVO, Cliff Villar, a parceria entre O POVO Educação e o Planeta Jovem é natural. "O projeto reúne todos os requisitos que justificam essa afinidade de propósito que a gente tem com O POVO Educação, que é a inclusão do jovem social e economicamente e a valorização dos processos de inovação e da tecnologia junto às novas gerações", afirma. Cliff destaca a importância de trabalhar com o "laboratório do metaverso" no O POVO Educação, programa que já tem 20 anos de atividade e alcance em Fortaleza e Região Metropolitana. "Nós temos muito a contribuir com as alianças sociais que já construímos, além da contribuição pedagógica e de comunicação", pontua. "É importante a gente trazer essa questão das soluções digitais não mais como uma solução de nicho ou exótica", continua. "A nossa vida se tornou uma vida digital. É fundamental que essas novas gerações tenham esse papel de protagonismo por serem digitais de nascença. E é importante trazer esse novo viés para o nosso programa".

O projeto Planeta Jovem é dedicado ao ex-presidente do O POVO Demócrito Dummar (1945-2008).

Galixandria: Saúde Digital

É o país mais antigo do Planeta Jovem e o mais isolado. Essa região de prevalência tropical sofre com doenças sazonais e a Saúde Digital pode diminuir riscos para a população.

Midória: Transformação Digital Capital do Planeta Jovem, este país muito desenvolvido economicamente possui problemas estruturantes sérios. A população mais rica habita os topos dos edifícios, enquanto que a população mais pobre enfrente a exclusão cidadã. Como podemos através da Transformação Digital superar esses problemas?

Lervúria: Transição Energética É o país responsável por quase toda a produção industrial e manufatura.

Ferrovias e portos dessa clássica cidade encontram escassez de recursos, e ouviram dizer que a Transição Energética poderia trazer novamente prosperidade para o lugar

Astalânia: Economia do Mar País insular e com sua população de maioria de pescadores. Considerado um país pouco desenvolvido, ainda não enxergou que a Economia Do Mar pode trazer um futuro maravilhoso para seus moradores.

Dolminn: Arte e Cultura País com diversos rios e chapadas, onde habitam diversas tribos que usam sua Arte e Cultura como forma de identidade, mas podem inspirar pessoas a pensar a união dos povos e a economia criativa.

Jakkar: Escola do Futuro Este país rodeado por montanhas e vales abriga tribos selvagens que vivem em constante conflito acreditam que a Escola do Futuro trará educação para a paz e a felicidade.

Jambor: Meio Ambiente e Sustentabilidade

É um país vizinho a Jakkar e de grandes florestas e riquezas naturais, como cachoeiras e grutas. A invasão dessas terras está deixando devastação. Pautas como Meio Ambiente e Sustentabilidade são urgentes por aqui.

Olímpia: Conselho Planetário

Momento 1: Jovens se encontram presencialmente em unidades do IFCE e outras instituições do Ceará para mostras, oficinas, workshops, palestras e atividades culturais. Eles se tornam protagonistas das experiências.

Momento 2: Cem jovens "embarcam" em um planeta virtual, se desdobrando em diversas plataformas digitais. Nesse ambiente, ganham mentorias e passam a construir regras, projetos e replicar o conhecimento a outros jovens.

A ilha mitológica onde vivem as

dos antigos mestres e ocorre os encontros dos países no Conselho

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Planetário. OS PAÍSES DO METAGAME PRESENCIAL X METAVERSO Tripulante: Jovens selecionados, com direito a bolsa, que vão fazer a gestão do Planeta Jovem. Comissário: Voluntários que irão dividir experiências, ensinamentos e aprendizados com outros jovens. Cidadão: Participantes do Planeta Jovem. TIME Governadora Izolda Cela: “nada melhor do que movimentar a juventude” Diferentes momentos dos encontros entre os jovens. No IFCE, acima... ...e na sede do O POVO FOTOS DIVULGAÇÃO educação A experiência é disruptiva porque ela quebra a obrigação da escola e troca pela responsabilidade social. Os estudantes passam a se orgulhar do que estão fazendo

Primeira plataforma multistreaming da América Latina, O POVO+ reúne jornalismo, educação, opinião, cultura e entretenimento, reforçando o papel do jornalismo de agente transformador da sociedade por meio da informação, com foco na curadoria e produção de conteúdo com critério e responsabilidade. Assinantes do OP+ têm acesso ao jornal O POVO reportagens exclusivas, programas de entretenimento, filmes, séries, livros, podcasts e a uma seleção de colunistas com informações exclusivas e análises aprofundadas dos cenários do Ceará, do Brasil e do mundo.

O jornalismo do OP+ se desdobra em conteúdos de consumo mais rápido, como é o caso das Webstories, pequenas matérias em formato inspirado nas pílulas diárias do Instagram, e produtos considerados “prime”. Nessa parcela de produções mais refinadas, entram as séries e documentários originais da plataforma, como a série “Mainha: Com a Morte nos Olhos” e o longa-metragem “Voo 168: A Tragédia de Aratanha”, lançados neste ano. Os documentários ganham também reportagem especial e até podcast, fazendo valer o caráter múltiplo da plataforma.

Seja o conteúdo mais imediato, reportagens seriadas ou algo de maior desdobramento, O POVO+ discute temas atuais e caros à sociedade, para além do registro e do resgate histórico. Direitos reprodutivos da mulher, naturalismo, etarismo, doomscrolling, saúde mental, mercado de trabalho e a romaria de Canudos são alguns dos temas abordados só nos últimos meses.

Editora-chefe do OP+, Regina Ribeiro afirma que O POVO sempre buscou a melhor forma de apresentar a informação. Para ela, OP+ também tem a oportunidade de trazer de volta eventos históricos com uma leitura atual.

Recuperando a memória, novos leitores podem conhecer aspectos de uma história que é coletiva. “A História é nossa e, mais importante, a História do Ceará não está desligada do Brasil e do mundo. Quando trazemos um assunto histórico à tona, estamos falando do Brasil, de outros países. É uma contribuição importante”, estabelece.

“A História não se reproduz. O jornalismo tem essa característica de mediação da realidade, e isso hoje é imediato. A realidade em si e a mediação dela ganhou dimensões às vezes difíceis de acompanhar”, pondera. “Quando a gente debruça sobre um fato histórico, vamos tecer considerações e chamar as pessoas para refletirem. Acredito que uma das maiores e melhores contribuições que o jornalismo dá pra sociedade atual, é não nos deixar esquecer da nossa própria história”.

A editora-chefe do OP+ destaca a importância de explorar narrativas e possibilidades na plataforma. “O jornalismo tradicional, pensando no suporte do papel, tem muitos recursos visuais, de fonte, de leitura, e eles vão se renovando sempre. No digital, essa ampliação se dá a partir do ponto de vista da construção desse fazer jornalístico”, avalia. “É imprescindível pensar nos recursos que podem contribuir para compreender melhor essa informação.

A reportagem tem um mapa? Então, a gente faz o mapa e dá a possibilidade ao leitor de percorrer aquele mapa”, exemplifica Regina Ribeiro.

“A própria plataforma amplia esses limites jornalísticos e possibilita, tanto para o profissional em jornalismo abrir o leque e descobrir essas possibilidades como amplia a experiência para os leitores”, completa a editora. Desde maio de 2020, quando a plataforma foi lançada, O POVO tem testado a pluralidade de linguagem, incluindo por exemplo matérias em formato de Instagram - que trata dos influencers cearenses - e reportagem em linguagem de história em quadrinhos, por meio de ilustrações.

De acordo com o diretor-executivo de Jornalismo do O POVO, Erick Guimarães, OP+ segue o pilar jornalístico do O POVO, calcado na credibilidade de um veículo atuante há 94 anos, conhecido pela apuração rigorosa e material jornalístico de fidedignidade. "O POVO

é uma casa de contadores de histórias reais. O que diferencia OP+ é que essas histórias passam a ser contadas de outras formas, com outros elementos, outros recursos com mais profundidade", pontua. "A plataforma tem um tempo próprio e uma forma própria de contar essas histórias".

Erick Guimarães destaca que OP+ trabalha “fundamentalmente um jornalismo de qualidade porque a plataforma permite que O POVO aprofunde as questões postas e o debate”. “OP+ tem muito a ver com as narrativas, para um leitor que quer um aprofundamento, quer a notícia exclusiva e está interessado na informação com mais nuances e mais qualidade”, avalia. Erick cita como exemplos de pautas mais aprofundadas a ciclomobilidade da Cidade, a experiência de Canudos e o impacto das mudanças climáticas no Ceará.

Para além do investimento em grandes reportagens, OP+ tem um time forte de colunistas, trazendo opinião, diferentes perspectivas sobre os assuntos do momento e notícias exclusivas e em primeira mão. Érico Firmo, Eliomar de Lima, Vera Magalhães, Reinaldo Azevedo, Ana Miranda, André Bloc, Jocélio Leal, Juliana Diniz e Demitri Túlio são apenas alguns desses nomes. “É uma plataforma muito direcionada para esse tipo de conteúdo que você não encontra em qualquer lugar. Existe um diferencial quanto a factualidade”. (Rubens Rodrigues)

4. Voo 168:

Tragédia

Rigor jornalístico e tradição no rádio

O editor-chefe do núcleo de Audiovisual do Grupo, Chico Marinho, lembra que as produções audiovisuais, parte importante do OP+, estão na raiz do O POVO. “Tem isso de fazer uma produção de alta complexidade, voltar os olhos para assuntos jornalísticos e transformar isso em um documentário a nível de cinema, inclusive para concorrer em festivais, ao mesmo tempo em que convertemos assinantes”, explica.

O jornalismo do OP+ tem como benefício o arquivo de memória do O POVO, de quase 95 anos. “Temos conseguido extrair nuances de fatos passados e atuais, coisas que tinham se perdido e demos essa visibilidade, como foi o caso do Voo 168 e do Mainha. Estamos indo além do jornal e fomentando a cena audiovisual

rense”, afirma Marinho, que também é gerente do canal FDR. “É uma riqueza grande. Isso nos dá pano pra manga”.

5. Cariri

na vida que pulsa no território que já foi mar.

Pautada no interesse público, a Rádio O POVO CBN (FM 95,5 e AM 1010) reúne notícias, serviço à população e análises sobre cidades, política, economia, esportes e cultura. Explorando ainda temas atuais como acessibilidade, vida sexual e direito do consumidor, além de tratar da língua portuguesa. Temas caros também para a programação da Rádio CBN Cariri (FM 95,5), no ar desde 2018. Além de ser o jornal mais antigo do Estado, em circulação há 94 anos, O POVO se mostra um veículo de tradição também no rádio cearense, fundamentalmente popular.

A proximidade com o público e a interação são palavras-chave para o rádio, seja pelo telefone ou, principalmente hoje, pelas redes sociais. De acordo com Jocélio Leal, diretor de Jornalismo das Rádios O POVO CBN e CBN Cariri, os programas são planejados. Contudo, com a capacidade de virar a pauta conforme as demandas são levantadas pelo público, seguindo a relevância dos fatos. "Investimos muito no ao vivo e na proximidade, com mais repórteres na rua, bem como na análise, de modo a oferecer munição para os ouvintes formarem a sua opinião", afirma.

Para a jornalista Maísa Vasconcelos, âncora do programa O POVO da Tarde, não se faz comunicação sozinho. “Nós falamos com a nossa audiência porque ela nos escolheu como facilitadores de um processo. Mas nós também ouvimos essa audiência, na medida em que dispomos de canais permanentes de contato. Assim, somos ponte”, destaca. “Olhamos para a sociedade e buscamos elementos que encurtem, digamos, esse caminho de compreensão, seja pela veiculação da notícia, pelas análises ou pelas opiniões pautadas na diversidade de vozes”.

As rádios contam com um time de repórteres formado também pelos profissionais do O POVO. Dessa forma, a equipe da Rádio O POVO CBN acaba produzindo também para o jornal, portal, O POVO+ e redes sociais. Assim como conteúdos desses braços do O POVO também chegam às rádios, como um ecossistema que se retroalimenta. Jocélio Leal explica que, na rádio, as equipes se empenham em gerar conteúdos inéditos e exclusivos. Há também um trabalho para avançar nas pautas geradas pelas demais mídias do Grupo.

"Em verdade, as diversas plataformas se unem na web, em áudio e vídeo. Todo o conteúdo da CBN é transmitido em imagens", destaca, lembrando que as as pessoas também podem assistir as transmissões ao vivo dos programas. "De todo modo, o mais importante de tudo o que geramos de conteúdo é não apenas nos reportarmos aos fatos, mas lermos. Em todas as pautas, procuramos ampliar as angulações, as perguntas e as respostas". (Rubens Rodrigues)

Apuração rigorosa contra informações falsas

Em tempos de fake news e informações desencontradas na web e em grupos de WhatsApp, aumenta a responsabilidade dos veículos de comunicação de combater esse tipo de conteúdo. “Tudo chega até nós em escala descomunal. E isso acirra a importância de os meios de comunicação fazerem aquilo que se espera deles: trazer informação e opinião de qualidade para permitir ao público formar seu próprio juízo sobre os diferentes temas”, avalia Jocélio.

O diretor de Jornalismo das Rádios defende que com o aumento do volume de notícias falsas, rumores e complexidades, o volume de informação e opinião também precisa ser maior, característica do jornalismo do O POVO hoje. “As pessoas precisam estar mais atentas, serem mais críticas quanto ao que consomem e com relação às fontes acessadas. Quem é o veículo? Qual o histórico de confiabilidade? Quem são os profissionais? Nestes tempos beligerantes, a melhor bandeira é a da racionalidade. Os ouvintes votam em quem acreditam. A questão posta é de que modo constroem suas crenças. Nosso papel é dar os elementos”, declara. Maísa Vasconcelos pondera que não tem sido uma tarefa simples, uma vez que a internet facilita o espalhamento de conteúdos fabricados para gerar desinformação. “Mas onde houver mentira, é aí onde devemos estar”, afirma. “É desgastante, mas a audiência que nos procura está interessada na checagem e na apuração responsável. Claro que, além disso, há ainda o ouvinte que busca referendar suas próprias crenças. Com frequência, recebemos solicitações que são mais provocações. Cabe ao jornalismo definir o que é relevante e, de fato, deve ser pautado. É nosso papel enquanto comunicadores”.

Editora-adjunta da rádio O POVO CBN, a jornalista Letícia Lopes concorda que o combate às fake news é hoje um dos principais desafios, mesmo quando a checagem da informação já é basilar no jornalismo. Isso porque é preciso checar, também, tudo aquilo que é propagado como informação por outros meios, mas pode não ser verdadeira. “Levar informação correta ao ouvinte e agora também internauta e a todas pessoas que consomem informação, que buscam O POVO CBN como uma fonte de confiabilidade, de credibilidade. Nosso desafio de checagem de informação é diário”, pontua. Nesses casos, os serviços também entram como referência. Ela entende que é preciso dar todas as ferramentas para que as pessoas formem suas próprias opiniões.

Letícia, que também é apresentadora do programa Jornal de Amanhã, afirma que a diversidade das pautas tratadas na programação é o carro-chefe da emissora. No programa O POVO no Rádio, comandado nas manhãs por Jocélio Leal, são discutidos temas como política, economia, cidade, esporte, acessibilidade e direito do consumidor. Já no O POVO da Tarde, a psicóloga e sexóloga Zenilce Bruno fala sobre relacionamentos e vida sexual. “A sociedade procura informações sobre esses temas”, dispara.

Dentro os produtos mais fortes da Rádio CBN, Letícia Lopes destaca o quadro “Ir e Vir”, do jornalista Carlos Viana, dentro do programa O POVO no Rádio. “Quando escuto, eu reflito que Fortaleza é essa que nós temos. Quando ele explica porque uma grande avenida é problemática na acessibilidade, ou quando colocam o piso intertravado errado em uma passagem de nível, por exemplo”, explica. “Nós não percebemos essas coisas, que são importantes para Pessoas com Deficiência”.

“O quadro sobre vida sexual, da Zenilce Bruno, nos lembra o quando é importante falar sobre vida sexual durante a tarde. É um tema, até pouco tabu, tratado com responsabilidade e que chega às pessoas que têm seus problemas”, continua. “Além do quadro Flor do Lácio (um bate-papo sobre língua portuguesa com Daniela Nogueira), que vai além do rádio e tem inserções nas redes sociais”.

10 WWW.OPOVO.COM.BR TERÇA-FEIRA FORTALEZA CEARÁ 30 DE NOVEMBRO DE 2021PLATAFORMAS educação EDIÇÃO: O POVO EDUCAÇÃO | OPOVOEDUCACAO.FDR.ORG.BR (85) 3255-6243 11PLATAFORMASWWW.OPOVO.COM.BR SEGUNDA-FEIRA FORTALEZA CEARÁ - 31 DE OUTUBRO DE 2022 WWW.OPOVO.COM.BR SEGUNDA-FEIRA FORTALEZA CEARÁ - 31 DE OUTUBRO DE 2022
|O POVO+ | Plataforma reúne jornalismo, educação, opinião, cultura e entretenimento, reforçando o papel do jornalismo de agente transformador da sociedade por meio da informação |O POVO CBN | Rádio conta com equipe comprometida que traz conteúdos exclusivos e em tempo real, auxiliando o combate à desinformação Jornalismo de narrativas múltiplas 1. Mudanças Climáticas no Ceará Documentário original do O POVO+, mostra como a desertificação do solo, o avanço do mar e a ameaça à biodiversidade têm se manifestado no Ceará. 2. Mainha: Com a Morte nos Olhos Em quatro episódios, O POVO apresenta a história de Mainha, matador de aluguel que assombrou o Nordeste e responsável por mortes de prefeitos cearenses. 3. Projeto Urânio: o conflito da mina em Santa Quitéria O POVO detalha o planejamento para a exploração dos minérios no Ceará e o que pensam cada um dos atores que serão impactados pela mineração de material radioativo.
A
da Aratanha Da memória ao luto, o documentário revisita essas reminiscências a partir de depoimentos inéditos daqueles que tiveram suas vidas marcadas pela tragédia que chocou o País.
Pré-Histórico A história do mundo está impressa nas rochas do Cariri, na memória de seus povos e
cea-
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