Raio X - 2023 - Economia do Conhecimento

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COREY/ADOBESTOCK

FORTALEZA - CEARÁ, SEGUNDA, 27 DE NOVEMBRO DE 2022

OS RUMOS DAS PESQUISAS que posicionam o Ceará como destaque brasileiro da economia do conhecimento. Mapeamos as instituições e as prospecções que movimentam os saberes no Estado

ECONOMIA DO

CO NHECI MENTO


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FORTALEZA - CEARÁ, SEGUNDA, 27 DE NOVEMBRO DE 2023

OS SABERES

DRAGONIMAGES/ADOBESTOCK

A pesquisa acadêmica e a formação de profissionais qualificados geram avanços tecnológicos, impulsionando setores-chave da economia. Para entrar no universo da economia do conhecimento entrevistamos o novo reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), o professor Custódio Almeida. A UFC é um centro de excelência da Economia do Conhecimento. Professor Custódio Almeida é um entusiasta das novas tecnologias e um defensor do processo de interiorização das universidades. “Na Economia do Conhecimento, a UFC está bem posicionada no Ceará e no cenário nacional porque ela tem essa diversidade de áreas, ela tem maturidade intelectual, um corpo docente e técnico com grande capacitação. Portanto, é preciso que saibamos nos movimentar para que nossas características gerem oportunidades”, analisa. Embora fazer pesquisa no Brasil e, em especial, no Ceará, seja uma tarefa desafiadora, são notórios os resultados dos investimentos nesse setor, com o reconhecimento de diversos cientistas cearenses e de suas produções científicas em rankings internacionais. Olhando para esse cenário prospectamos como o futuro campus do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) que será sediado em Fortaleza vai movimentar a economia cearense, a produção científica e tecnológica do Estado. As Instituições de Ensino Superior (IES), constituídas por universidades, centros universitários, faculdades e institutos federais, desempenham grande relevância para a Economia do Conhecimento, por isso, mapeamos os campi do Ceará. Lia Leite, Gerente Editorial da Fundação Demócrito Rocha, e Wally Menezes, reitor do IFCE, desenvolvem suas ideias sobre a economia do conhecimento no Ceará.

EMPRESA JORNALÍSTICA O POVO

Presidente e Publisher: Luciana Dummar Presidente-Executivo: João Dummar Neto Diretores-Executivos de Jornalismo: Ana Naddaf e Erick Guimarães Diretor de Jornalismo das Rádios: Jocélio Leal Diretor de Negócios e Marketing: Alexandre Medina Néri Diretor de Estratégia Digital: André Filipe Dummar de Azevedo Diretora de Gente e Gestão: Cecília Eurides Diretor Corporativo: Cliff Villar Diretor de Opinião: Gualter George Editorialista-Chefe: Plínio Bortolotti

RAIO X 2023

Concepção e Coordenador Geral: Cliff Villar Coordenadora de Operações: Vanessa Fugi Apresentador e roteirista: Daniel Oiticica Estratégia, Relacionamento e Captação: Adryana Joca e Dayvison Alvares Assessora de Comunicação: Daniela Nogueira Gerente Executiva de Projetos: Lela Pinheiro Analista de Projetos: Hérica Paula Morais Gerente de Marketing: Juliane Pereira Analista de Marketing: Dandara Batista Coordenadora de criação: Renata Viana Gerente de Tráfego Digital: Natércia Melo Analista de Performance: Mariana Marques e Keven Rodrigues Desenvolvedor front-end: Vlabson Viana Estagiário: Victor Campos

CADERNOS RAIO X 2023

Coordenação editorial e edição: Paula Lima Concepção e edição gráfica: Renata Viana Textos: Ana Rute Ramires, Daniel Oiticica, Letícia do Vale, Lucas Casemiro


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CO NHECI MENTO AURÉLIO ALVES

Entrada do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE)

O projeto Raio X chega à sua sexta edição em 2023. Este ano, seguimos publicando quatro cadernos especiais, com 12 páginas cada, encartados no jornal O POVO. Essas publicações estão disponíveis tanto em formato físico como digital. O Raio X Ceará é um estudo sobre análises setoriais, tendências e perspectivas da economia cearense. O projeto apresenta as leituras dos mercados frente ao crescimento da economia nacional. Este ano elencamos quatro frentes principais: Economia do Mar, Economia da Inovação, Economia Criativa e Economia do Conhecimento. Além disso, foram realizadas quatro transmissões ao vivo, em formato de lives, com duração de 60 minutos cada, com a participação de especialistas e gestores dos segmentos abordados. Essas lives estão disponíveis nas redes sociais do Grupo O POVO, incluindo YouTube e Facebook. O projeto também realizou cinco programas especiais de rádio, no formato de entrevista que você lê na íntegra nas páginas a seguir, de acordo com cada temática dos cadernos. Os conteúdos foram transmitidos nas rádios O POVO CBN e O POVO CBN Cariri. Esses episódios são parte do programa Agir. Todas as iniciativas do projeto estão integradas em uma plataforma digital, proporcionando um ponto central de acesso a todos os produtos e conteúdos relacionados ao Raio X 2023.


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FORTALEZA - CEARÁ, SEGUNDA, 27 DE NOVEMBRO DE 2023

A UFC COMO ALAVANCA DA ECONOMIA DO CONHECIMENTO REITOR DA UFC, empossado em agosto deste ano, professor Custódio Almeida é um entusiasta das novas tecnologias e um defensor do processo de interiorização das universidades DIVULGAÇÃO

Custódio Almeida, reitor da UFC: “desafio de maestro”

DANIEL OITICICA

danieloiticica@gmail.com

As universidades públicas desempenham um papel crucial na Economia do Conhecimento, sendo catalisadoras de inovação e desenvolvimento. A pesquisa acadêmica e a formação de profissionais qualificados geram avanços tecnológicos, impulsionando setores-chave da economia. A Universidade Federal do Ceará (UFC) é um centro de excelência da Economia do Conhecimento. Seu novo reitor desde agosto, o professor Custódio Almeida é um entusiasta das novas tecnologias e um defensor do processo de interiorização das universidades. “A Universidade só está plena em um determinado lugar se for capaz de manter os estudantes que estão ali até o fim do curso”, afirma. O POVO - Em agosto deste ano, o senhor assumiu a função de reitor da UFC. Que balanço o senhor faz deste período liderando os destinos da UFC, este importante centro de formação da Economia do Conhecimento? Custódio - Estar à frente da reitoria da UFC é um desafio de maestro. Digo maestro porque a Universidade é uma orquestra bem formada que toca instrumentos de todas as áreas do conhecimento. Isso é algo recente. Somente a partir do início do século XXI, a UFC ficou completa com todas as áreas do conhecimento, e ano que vem chegaremos aos 70 anos. Podemos dizer que a universidade nasceu dentro de um projeto desenvolvimentista do Brasil. Naquela época, as áreas da universidade eram bem mais técnicas, como Direito, Medicina, Farmácia e Odontologia. As Artes, as Ciências do Mar e as Ciências Humanas, por exemplo, chegaram depois. Nesse contexto, temos hoje uma Universidade bem formada em todas as áreas de conhecimento. E cada vez mais estamos entrando em áreas específicas do nosso mundo atual, como as Ciências Ambientais e Ecológicas. Além disso, hoje temos uma Universidade que não está somente em Fortaleza. Seguimos uma tendência, que só aconteceu no século XXI no Brasil, que foi a de interiorização das universidades. No cenário atual, a UFC tem totais condições de responder a demandas do mundo do trabalho, e de nos antecipar para criar oportunidades a partir da Universidade. A sociedade do Conhecimento é uma sociedade baseada na criatividade. O Conhecimento se tornou um grande ativo da economia e a Universidade é um lugar que experimenta o Conhecimento o tempo todo. Não existimos apenas para responder a demandas externas, do mercado e do mundo do trabalho. Muitas vezes temos que fomentá-lo. OP – O senhor poderia dar um exemplo? Custódio - Quando abrimos o curso de Cinema, por exemplo, muitos nos questionaram. Como vocês vão abrir um curso de Cinema em um estado que parece não ter vocação para isso? Mas quando a Universidade toma essa iniciativa, ela abre mercado, cria plateia, gera necessidades. Na Economia do Conhecimento, a UFC está bem posicionada no Ceará e no cenário nacional porque ela tem essa diversidade de áreas, ela tem maturidade intelectual, um corpo docente e técnico com grande capacitação. Portanto, é preciso que saibamos nos movimentar para que nossas características gerem oportunidades. Que saibamos nos movimentar para ocupar espaços em aberto na Economia do Conhecimento. A UFC tem chance de ocupar e alavancar setores, empreender, inovar e gerar riqueza. OP - Quais são os resultados do processo de interiorização da UFC em termos de Economia do Conhecimento para regiões que antes nem sonhavam em contar com uma Universidade? Custódio - Os resultados são os melhores possíveis. Quando a Universidade chega a um determinado lugar ela não se desinstala mais, ela se instala e fica. Então podemos dizer o seguinte: Sobral é um município que não tem mais retorno como município universitário. A UFC está instalada lá, temos a Uece instalada lá, centros universitários particulares também. Qual é a tendência de Sobral? Usar este Conhecimento a seu favor, atrair indústrias, laboratórios, produção de riqueza. Estou dando o exemplo de Sobral, mas isso vale também para Quixadá, Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha. Na Economia do Conhecimento, onde chega uma fábrica de conhecimento, como são as universidades, estes lugares vão transformar a vida das pes-


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soas, com mais ou menos velocidade, dependendo das políticas públicas. OP - Quais são os grandes desafios neste sentido? Custódio - Quando a Universidade se instala em um local de baixos recursos, criamos cursos importantes, instalamos todo o aparato para formação, mas qual é a matéria-prima? São as pessoas. Para estudarem na Universidade, terem uma formação, chegarem ao ponto de poderem ser geradoras de riqueza, as pessoas precisam ter garantida a sua permanência. E é a Universidade que precisa garantir isso. São estudantes, inteligentes, super capazes, que podem se tornar grande empreendedores, pensadores cientistas. Mas naquele momento em que ele é universitário, a oportunidade que ele necessita é a de permanecer na universidade. Ele precisa de restaurante, ele precisa de residência, ele precisa de bolsa para ajudar no transporte. Esse é o grande desafio. Não é uma mágica a Universidade chegar em um local de baixos recursos e transformar aquele local pelo simples fato de ter chegado, desde que ela chegue plenamente. Hoje, uma Universidade só está plena em um determinado lugar se ela se instalar com todo o seu aparato de formação e for capaz de manter os estudantes que estão ali até o fim do curso e garantir que eles se formem.

“ONDE CHEGA UMA FÁBRICA DE CONHECIMENTO, COMO SÃO AS UNIVERSIDADES, ESTES LUGARES VÃO TRANSFORMAR A VIDA DAS PESSOAS”

OP - Existe um grande debate hoje nesta Economia do Conhecimento sobre o papel que a Inteligência Artificial deve desempenhar. Qual é a sua visão sobre esse assunto? Custódio - Eu sou um otimista da criativi-

dade humana. A IA é criatividade humana. Não adianta a gente querer se comportar com resistência. Não adianta a gente querer negar aquilo que não pode ser negado. A Economia do Conhecimento, a Ciência, a Tecnologia, principalmente a Tecnologia gerada pela Ciência, estão em um nível tão alto de articulação que a IA é um produto disso. A IA é a capacidade humana de cruzar dados e informações, numa velocidade nunca antes imaginada, e a partir desse cruzamento obter respostas absolutamente fantásticas, respostas que demoravam muito mais para chegar quando precisávamos articular tudo de forma manual. O que precisamos fazer? Eu me formei em computação na década de 80, mesma época em que foi publicado o livro “A terceira onda”, quando muita gente imaginava o futuro como uma grande oportunidade de a gente se livrar de determinados processos enfadonhos e ter muito mais tempo para cuidar de coisas que precisávamos cuidar. Chegamos neste tempo. Se eu peço para um aplicativo fazer um texto sobre determinado assunto, a IA recebe um comando e busca nos diferentes bancos de dados onde essas informações estão registradas para fazer a articulação dessas informações. E isso foi se aperfeiçoando no momento em que os algoritmos e as programações foram tendo seus ajustes. O que eu quero dizer com isso? Isso altera totalmente o nosso modo de fazer escola e a formação escolar das pessoas. Não é mais uma formação escolar baseada em memória, mas sim, fundamentalmente em atitudes, em capacidade de leitura e de interpretação.

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FORTALEZA - CEARÁ, SEGUNDA, 27 DE NOVEMBRO DE 2023

THAIS MESQUITA

Fachada da Universidade Estadual do Ceará, campus Itaperi

LUCAS CASEMIRO

Lucas.casemiro@opovo.com.br

Pesquisadores cearenses e suas produções científicas vêm conquistando relevância internacional; Conhecimentos se transformam em patentes, destacando o potencial econômico do Estado

É consequência. Fomentar a pesquisa propicia a inovação e o desenvolvimento de novas técnicas e produtos que podem impactar diretamente a prosperidade econômica e a transformação social. No início dessa cadeia, estão as pessoas que decidiram dedicar seu tempo de trabalho em prol da educação e do conhecimento: os pesquisadores. Embora fazer pesquisa no Brasil e, em especial, no Ceará, seja uma tarefa desafiadora, são notórios os resultados dos investimentos nesse setor, com o reconhecimento de diversos cientistas cearenses e de suas produções científicas em rankings internacionais. Listas como as elaboradas pela Universidade de Stanford (EUA), divulgada anualmente pela revista Plos Biology, do grupo editorial Elsevier, elencam os pesquisadores mais influentes do mundo. Na última edição, relativa ao ano de 2022, foram 979 brasileiros mencionados, entre os quais 25 são pesquisadores cearenses. Essa é uma indicação de relevância, uma vez que o ranking constata que esses pesquisadores estão ativamente participando de projetos inovadores e relevantes para a sociedade. Essa importância é mensurada por meio de um critério de excelência: cada indivíduo mencionado se destaca entre os 2% mais influentes do mundo em suas respectivas áreas, evidenciando não apenas uma contribuição quantitativa, mas a sua influência no avanço do conhecimento. A lista dos pesquisadores mais influentes utiliza como critério principal o número de citações dos trabalhos dos cientistas no banco de dados da editora Scopus, uma das maiores do mundo na área de publicações científicas. Rankings como esse são relevantes não só para os pesquisadores, mas também para o Estado, uma vez que representam uma “fotografia” do atual momento da pesquisa cearense, funcionando como um indicador de qualidade, uma vez que um pesquisador pode ou não aparecer em edições consecutivas. Além disso, o depósito e a aprovação de patentes, fruto de pesquisas com aplicabilidades práticas mais favoráveis, pode ser considerado um importante fator de produção científica com possibilidade de impacto social e econômico. A seguir, conheça os pesquisadores que são referências internacionais em suas áreas de atuação, segundo os ranqueamentos mais recentes.


FORTALEZA - CEARÁ, SEGUNDA, 27 DE NOVEMBRO DE 2023

QUEM FAZ A PESQUISA DE PONTA NO CEARÁ

RETORNO ECONÔMICO

Confira o ranking dos pesquisadores do Ceará que tiveram menção em rankings dos mais influentes do mundo, considerando suas respectivas instituições e a área de atuação em 2022:

O conhecimento emerge como a força produtiva central que impulsiona as universidades, capacitando a inovação em diversas áreas. Isso posiciona seus detentores na vanguarda da economia. Essa riqueza intelectual, fundamentada no ensino, na extensão e na pesquisa – esta última, um ponto forte de universidades públicas – culmina em uma nova vertente desse tripé educacional: a inovação tecnológica. Nesse sentido, as pesquisas assumem papel crucial no desenvolvimento de todos os setores da economia. O já mundialmente famoso processo de utilização da pele de tilápia para tratar queimaduras e o desenvolvimento do capacete Elmo para dar suporte respiratório a pacientes hospitalizados com covid-19 são apenas alguns dos muitos exemplos da contribuição do Ceará para a produção de inovação, com tecnologias já inseridas no mercado. Nessa seara, a Universidade Federal do Ceará (UFC) está entre os maiores depositantes de patentes do Brasil, de acordo com dados consolidados do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão responsável pelo registro e concessão de patentes no Brasil. Os dados, referentes ao período entre 2014 e 2019, revelam que as universidades públicas são as maiores depositantes de patentes no Brasil, representando 19 dos 25 maiores depositantes de patentes residentes no País. Um exemplo é uma das mais recentes carta-patentes (45ª) obtida pela UFC no INPI, referente à criação de um dispositivo destinado à higienização segura de próteses dentárias e outros dispositivos bucais. O aparelho consiste em uma pequena caixa equipada com tecnologia de LED de alta potência, que interage com um corante fotossensibilizador aplicado nas próteses e dispositivos orais, efetuando a descontaminação por meio da morte celular de microrganismos. A inovação destaca-se pela facilidade de uso, sendo aplicável não apenas em ambientes profissionais, como consultórios e laboratórios protéticos, mas também em casa pelos próprios pacientes, especialmente beneficiando aqueles com dificuldades motoras na realização da limpeza tradicional de suas próteses. Inovações como essa não só impulsionam a economia local, mas também refletem o compromisso em melhorar a qualidade de vida das pessoas. Além disso, demonstram a importância de aproveitar os recursos locais, adaptando soluções para atender às necessidades específicas da região. Essas transformações, aliadas ao conhecimento, capital humano e gestão eficaz, posicionam o Ceará como um estado de alta produtividade e crescimento sustentável. “No caso específico do Ceará, a gente ainda tem um longo caminho a desenvolver nesse processo, mas eu diria que a gente está bem posicionado dentro do escopo do Nordeste”, avalia Jerffeson Teixeira, coordenador da Agência de Inovação da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Para ele, a Universidade ainda precisa superar um desafio cultural, que se posiciona contra a transferência do conhecimento. “Existe muito conhecimento que é produzido e que não é plenamente aproveitado por conta desse processo de transferência que, culturalmente, nós, como universidade brasileira - isso não vale só para o Ceará, mas para o Brasil como um todo - a gente não assumiu ainda esse importante papel de transferência”, diz.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) Victor Hugo C. de Albuquerque – Tecnologia da Informação e Comunicação Gonzalo J. Olmo – Professor Visitante - Física e Astronomia Fabiano A. N. Fernandes – Agricultura, Pesca e Silvicultura Sueli Rodrigues – Agricultura, Pesca e Silvicultura Jorg Heukelbach – Medicina Clínica Luiz Drude Lacerda – Ciências Ambientais Cristiano André Köhler – Medicina Clínica Marcelo Oliveira Soares – Biologia Regina Célia Monteiro de Paula – Química Antônio Gomes Souza Filho – Física e Astronomia Andrey Chaves – Física e Astronomia Gandhi Rádis-Baptista – Pesquisa Biomédica Elizabeth de Francesco Daher – Medicina Clínica Luciana Rocha Barros Gonçalves – Tecnologias facilitadoras Tommaso Giarrizzo – Biologia Josimar O. Eloy – Medicina Clínica Flávia Almeida Santos – Medicina Clínica Vietla S. Rao (in memoriam) – Medicina Clínica Fonte: Universidade de Stanford

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) Selene Maia Morais - Química de Produtos Naturais Peter Michael Rosset – Sociologia Fonte: Universidade de Stanford

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI (URCA) Henrique Douglas Melo Coutinho – Química Biológica José Galberto Martins da Costa – Química Biológica Maria Flaviana Bezerra Morais-Braga – Química Biológica Irwin Rose Alencar de Menezes – Química Biológica Fonte: Universidade de Stanford

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) Geraldo Bezerra – Nefrologia - 11° (Brasil) | 11° (América Latina) Adriana Rolim – Farmácia e Ciências Farmacêuticas - 86° (Brasil) Plácido Pinheiro – Negócios e Gestão Ciência da Decisão e Gestão de Operações - 70° (Brasil) Plácido Pinheiro – Ciência da Decisão e Gestão de Operações - 13° (Brasil) | 21° (América Latina) Carlos Ewerton – Reumatologia - 21° (Brasil) | 30° (América Latina) Ana Maria D´Ávila – Direito - 61° (Brasil) Milton Sousa – Administração de Empresas - 71° (Brasil) | 97° (América Latina) Elizabeth Furtado – Bioengenharia - 21° (Brasil) | 34° (América Latina) Islene Victor – Cardiologia - 78° (Brasil) | 87° (América Latina) Lilia Sales – Direito - 81° (Brasil) Fernanda Maia – Neurologia - 60° (Brasil) | 87° (América Latina) Fonte: Ranking de Cientistas Brasileiros, plataforma AD Scientific Index.

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UNIVERSIDADES SOLICITANTES DE PATENTES 2014-2019 358

357 325

321 258

CADA INDIVÍDUO MENCIONADO SE DESTACA ENTRE OS 2% MAIS INFLUENTES DO MUNDO EM SUAS RESPECTIVAS ÁREAS

UFMG

Unicamp

USP

UFPB

UFCG

240

UFPR

227

217

Unesp

UFC

Fonte: Intittuto nacional da Propriedade Industrial - INPI

VANTAGENS DAS PATENTES As patentes são indicadores de desenvolvimento industrial. A obtenção de cartas-patente oferece às universidades a oportunidade de proteger suas descobertas, incentivar a pesquisa, promover a transferência de tecnologia, gerar receitas e contribuir para o avanço científico e tecnológico da região. Confira as vantagens:

1 Proteção legal: A carta-patente confere proteção legal à inovação, impedindo que terceiros usem, fabriquem, vendam ou distribuam a tecnologia patenteada sem a permissão do detentor da patente.

2 Incentivo à pesquisa e desenvolvimento: O processo de obtenção de uma patente incentiva a pesquisa e desenvolvimento, pois as universidades são mais propensas a investir em atividades inovadoras quando sabem que podem proteger e comercializar os resultados.

3 Transferência de tecnologia: Universidades podem transferir ou licenciar suas tecnologias patenteadas para empresas e indústrias, impulsionando a inovação e contribuindo para o desenvolvimento econômico regional e nacional.

4 Geração de receitas: A comercialização de tecnologias patenteadas pode gerar receitas adicionais para a universidade, que podem ser reinvestidas em pesquisa, infraestrutura e programas acadêmicos.

5 Colaboração com a indústria: O processo de obtenção de patentes pode estimular parcerias entre universidades e indústrias, promovendo a transferência mútua de conhecimento e a aplicação prática de descobertas acadêmicas.

6 Reconhecimento da qualidade da pesquisa: Ter patentes reconhecidas e concedidas aumenta a reputação da universidade, destacando sua excelência em pesquisa e inovação.

7 Contribuição para a sociedade: Muitas inovações provenientes de universidades têm o potencial de beneficiar a sociedade, seja por meio de avanços na medicina, tecnologia, meio ambiente, entre outros. As patentes ajudam a garantir que essas inovações cheguem ao mercado e tenham um impacto positivo.

8 Estímulo ao empreendedorismo acadêmico: A posse de patentes pode encorajar professores e pesquisadores a se envolverem em empreendedorismo acadêmico, criando startups e spin-offs para levar suas inovações ao mercado.


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FORTALEZA - CEARÁ, SEGUNDA, 27 DE NOVEMBRO DE 2023

FERNANDA BARROS

NOVO CAMPUS do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) sediado em Fortaleza gera expectativas para movimentar a economia cearense e a produção científica e tecnológica do Estado

LETÍCIA DO VALE

leticiadovale@opovodigital.com

SOBRE O ITA

Criado a partir do ideal do cearense Marechal Casimiro Montenegro Filho, em 1950, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) se tornou referência no ensino de engenharia no Brasil. Agora, a instituição universitária chega à terra natal do seu fundador com a primeira sede construída fora de São José dos Campos (SP), onde o Instituto foi criado. As expectativas para a novidade são boas: investimento tecnológico no Estado, retenção de talentos e atração de estudantes não devem deixar a economia cearense parada.

Após uma visita do Marechal Casimiro Montenegro Filho ao Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, o cearense decidiu criar, no Brasil, um centro semelhante para o desenvolvimento de tecnologia aeronáutica. Assim nasce o ITA. Atualmente, o instituto é ligado ao Comando da Aeronáutica (COMAER), localizado no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP). Especializado nas áreas de ciência e tecnologia no Setor Aeroespacial, o ITA oferece cursos de graduação em Engenharia e pós-graduação.

40% Base aérea ira receber sede do ITA em Fortaleza

ESSE FOI O PERCENTUAL DE APROVADOS DO CEARÁ

na primeira fase do exame do Instituto em 2023 Fonte: Secitece


FORTALEZA - CEARÁ, SEGUNDA, 27 DE NOVEMBRO DE 2023

ITA NO CEARÁ: COMO TUDO COMEÇOU Segundo a titular da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará (Secitece), Sandra Monteiro, a instalação da sede do ITA em Fortaleza é resultado de um processo que começou em 2015. Na época, o Estado lançou o primeiro mestrado profissional da instituição fora de São José dos Campos: o Mestrado Profissional em Segurança de Aviação e Aeronavegabilidade Continuada (MP-Safety), aprovado pelo Conselho de Pós-Graduação do ITA. A capacitação foi realizada pela Secitece em parceria com a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep)/Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal do Ceará (UFC). O objetivo era tornar o Ceará um hub aéreo e aumentar o potencial aeronáutico cearense. “Sediar esse mestrado foi o primeiro passo para que o ITA se estabelecesse no Ceará e o Estado demonstrasse suas potencialidades na

área de educação superior e tecnologia”, descreve Sandra. Outro fato importante para a concretização desse processo é a expressiva quantidade de aprovações do Estado no vestibular do ITA. De acordo com a secretária, em 2023, cerca de 40% dos aprovados na primeira fase do exame do Instituto foram candidatos matriculados no Ceará. Assim, a implantação do novo campus do ITA no Ceará foi aprovada em outubro, em visita do governador Elmano de Freitas, do ministro da Educação, Camilo Santana, e do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, à sede da instituição em São José dos Campos (SP). “Dentre as potenciais áreas contempladas nesse campus há destaque para as energias renováveis, de combustíveis sustentáveis para aviação e engenharia de sistemas”, aponta a titular da Secitece. A antiga Base Aérea de Fortaleza, na Aerolândia, foi o local escolhido para a nova sede, que deve ser instalada até 2025.

MARCELO PENA, DIRETOR DE ENSINO DA ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL FARIAS BRITO

SANDRA MONTEIRO, SECRETÁRIA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR DO ESTADO DO CEARÁ

De acordo com o diretor de ensino da Organização Educacional Farias Brito, Marcelo Pena, o Ceará tem alta demanda por vagas no Instituto. Ele explica que o colégio recebe alunos de todo o País com o objetivo de se preparar para o vestibular, já que o Estado se destaca no histórico de aprovações no exame. A escola é uma das instituições no Ceará que oferecem preparação voltada para o Instituto. Nesse sentido, Marcelo acredita que o novo campus irá atrair ainda mais estudantes, além de reter esses talentos no Estado. “O número de vagas deve aumentar. Então, ao invés de ter a saída do cérebro cearense para São José dos Campos, você vai reter e atrair para a nossa região novos talentos de outros lugares que, consequentemente, vão trazer mais tecnologia, ciência e avanços econômicos para o Ceará”, indica. Outra expectativa levantada pelo diretor de ensino é o investimento de grandes indústrias no Estado. Segundo Marcelo, o desenvolvimento de mão de obra especializada a partir do novo campus pode atrair importantes empreendimentos para a região. Além disso, ele acredita no poder do empreendedorismo dos próprios alunos do ITA. “Muitos têm mentalidade de empreendedores e com certeza colocarão seus negócios aqui. Tem muita criatividade, por exemplo, no mundo de criação de aplicativos e inteligência artificial. Isso é o futuro”, garante.

Além da retenção de talentos na região, a geração de empregos e mão de obra qualificada e a atração de empresas e investimentos para o Estado, a secretária da Secitece, Sandra Monteiro, destaca o aumento de novas áreas de ensino e pesquisa, assim como um novo ambiente de ensino superior e negócios. “O momento apresenta novas oportunidades de fomento acadêmico e de inovação tecnológica, integrando Programas de Pós-Graduação, Setor Empresarial e Entes Governamentais”, exemplifica. Considerando, ainda, o protagonismo do Ceará nas energias renováveis, Sandra acredita que a instalação do campus do ITA no Estado trará oportunidades para o desenvolvimento e a distribuição de combustíveis sustentáveis. Outro setor que pode avançar é o turismo de negócio e científico, na integração de parques tecnológicos locais, nacionais e internacionais, atraindo empresas do ramo das engenharias e de insumos para o setor aéreo.

CAMILLY VIDAL, ESTUDANTE E CANDIDATA NO VESTIBULAR DO ITA A expectativa pelo aprimoramento tecnológico e científico no Ceará é compartilhada pela estudante Camilly Vidal, 20. Natural de Itapipoca, em 2019 a jovem seguiu sua aptidão para matemática e física e se mudou para Fortaleza em busca de melhores condições de estudo para o vestibular. Ainda em busca da aprovação, Camilly acredita que a persistência valerá a pena: mudança de vida e melhores oportunidades de trabalho são seus objetivos. No Instituto, ela planeja experimentar diversas áreas, projetos e possibilidades que surgirem no caminho. Atualmente esperando o resultado da segunda fase do vestibular do ITA, ela demonstra animação em relação ao novo campus em Fortaleza. “Eu espero que dê certo porque eu estou há muito tempo tentando e acho que se tivessem mais vagas desde que eu comecei seria mais fácil. São pouquíssimas chances para muito aluno bom. Além disso, a gente quer ficar perto da familia”, reflete.

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O QUE PODEMOS ESPERAR: O IMPACTO DO ITA NO CEARÁ A relevância do ITA nacionalmente é indiscutível. Com um ensino de qualidade altamente reconhecido, a instituição apresenta um dos vestibulares mais concorridos do País. Em 2018, foram 10.788 inscritos para 110 vagas de graduação. Assim, muito se discute sobre os impactos do novo campus do Instituto no Estado. Confira, na página ao lado, as expectativas de especialistas e estudantes sobre a novidade:

RUAN CAMPOS, ALUNO DO ITA Aos 19 anos e natural de Juiz de Fora, Minas Gerais, Ruan Campos realizou o sonho de ingressar no ITA no início de 2023, após três anos de tentativas. O jovem tem como sonho atuar na indústria aeroespacial brasileira e, agora parte do Instituto, destaca como o conhecimento produzido na instituição tem o poder de transformar o entorno. Para Ruan, São José dos Campos apresenta uma boa infraestrutura e planejamento, resultado dos engenheiros formados pelo ITA e ativos na região. “A cidade se desenvolveu junto com o Instituto. Não é à toa que a Embraer está no Parque Tecnológico de São José dos Campos. E não é à toa que a Boeing escolheu sediar o seu Centro de Engenharia e Tecnologia na cidade. E ainda existem outras empresas que definitivamente fazem uma diferença enorme na economia, gerando milhares de empregos”, enfatiza. O estudante garante que, dentro da comunidade de alunos do ITA, não existem dúvidas sobre o potencial de um campus do Instituto em Fortaleza. A expectativa é que a novidade contribua para o nome e a capacidade da instituição no Brasil inteiro e, principalmente, para a população cearense.


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FORTALEZA - CEARÁ, SEGUNDA, 27 DE NOVEMBRO DE 2023

AURÉLIO ALVES

Reitoria da Universidade Federal do Ceará

O MAPA DO ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ DADOS TRAÇAM UM PANORAMA DAS IES NO ESTADO As Instituições de Ensino Superior (IES), constituídas por universidades, centros universitários, faculdades e institutos federais, desempenham grande relevância para a Economia do Conhecimento. Uma de suas principais funções é a de formar profissionais tecnicamente qualificados para atuar no mercado de trabalho, mas não para por aí. No Brasil, as IES são as grandes responsáveis pela produção e disseminação de conhecimentos, com atuação pautada no tripé ensino, extensão e pesquisa – no último quesito, a liderança é das universidades públicas. Ideias inovadoras também vêm ganhando cada vez mais espaço dentro dessas instituições, contribuindo para constituir ambientes propícios para a criação e o aperfeiçoamento de negócios a partir de programas, projetos e ações de fomento ao empreendedorismo. Neste guia, adaptado do Anuário do Ceará 2023-2024, uma publicação do Grupo de Comunicação O POVO e da Fundação Demócrito Rocha, estão concentradas informações sobre o panorama do ensino superior no Estado, com destaque para o detalhamento de universidades e centros universitários locais.

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> DOCENTES**

TOTAL: 11.773 SEXO

Feminino:

5.547

COR/RAÇA

Masculino:

6.226

-

Branca: 3.984

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Preta: 294

-

Parda: 3.852

-

Amarela: 120

-

Indígena: 31

-

Não Dispõe da Informação: 3.492

> DISCENTES***

TOTAL: 315.573 SEXO

Feminino:

Masculino:

177.763 137.810

COR/RAÇA Branca: 96.874 Preta: 15.767 Parda: 151.302 Amarela: 4.913 Indígena: 1.935 Não Dispõe da Informação: 44.782

Fontes: Ministério da Educação (MEC), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Diretoria de Estatísticas Educacionais (Deed) - 2021. *Inclui docentes que atuam nos cursos de graduação e/ou sequenciais de formação específica, presenciais e/ou a distância (EAD), bem como discentes matriculados nestes cursos. **Os docentes são contados somente uma vez em cada organização acadêmica, dependência administrativa e regime de trabalho, independentemente de atuarem em mais de uma delas. ***Inclui também as matrículas na modalidade a distância (EAD) ofertadas por instituições brasileiras no exterior.

É O NÚMERO DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL

10 CURSOS DE GRADUAÇÃO PRESENCIAIS MAIS OFERTADOS NO ESTADO DO CEARÁ - 2023 RANKING

CURSO

QUANTIDADE

Direito

77

Administração

72

Enfermagem

67

Psicologia

64

Ciências Contábeis

56

Educação Física

56

Pedagogia

47

Fisioterapia

44

Engenharia Civil

39

10º

Nutrição

37

Fontes: Dados extraídos do cadastro e-MEC de Instituições e cursos de Ensino Superior. Nota: Cursos em atividade, entre bacharelados, licenciaturas e tecnológicos, autorizados pelo Ministério da Educação (MEC).


FORTALEZA - CEARÁ, SEGUNDA, 27 DE NOVEMBRO DE 2023

CEARÁ

7

UNIVERSIDADES

73

BRASIL Universidades: 204 Centros Universitários: 350 Faculdades: 1.979 IF e Cefet*: 41

Universidade Federal do Ceará (UFC) - Fortaleza Universidade Estadual do Ceará (Uece) - Fortaleza Universidade de Fortaleza (Unifor) - Fortaleza Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) - Sobral Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) - Redenção Universidade Federal do Cariri (UFCA) - Juazeiro do Norte Universidade Regional do Cariri (URCA) - Crato

17

FACULDADES

CENTROS UNIVERSITÁRIOS

1

IF E CEFET

NORDESTE Universidades: 42 Centros Universitários: 79 Faculdades: 468 IF e Cefet*: 11

11

Centro Universitário 7 de Setembro (Uni7) - Fortaleza Centro Universitário da Grande Fortaleza (Unigrande) - Fortaleza Centro Universitário Anhanguera de Fortaleza (Anhanguera) - Fortaleza Centro Universitário Ateneu (Uniateneu) - Fortaleza Centro Universitário Christus (Unichristus) - Fortaleza Centro Universitário Estácio do Ceará (Estácio) - Fortaleza Centro Universitário Fametro (Unifametro) - Fortaleza Centro Universitário Farias Brito (FB Uni) - Fortaleza Centro Universitário Maurício de Nassau de Fortaleza (Uninassau Fortaleza) - Fortaleza Wyden Centro Universitário Unifanor Wyden (Unifanor) - Fortaleza Centro Universitário Católica de Quixadá (Unicatólica) - Quixadá Centro Universitário Inta (Uninta) - Sobral Centro Universitário Vale do Salgado (Univs) - Icó Centro Universitário de Juazeiro do Norte (Unijuazeiro) - Juazeiro do Norte Centro Universitário Maurício de Nassau de Juazeiro do Norte (Uninassau Juazeiro do Norte) - Fortaleza Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (Unileão) - Juazeiro do Norte Centro Universitário Paraíso (Unifap) - Juazeiro do Norte

FONTES: Ministério da Educação (MEC), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Diretoria de Estatísticas Educacionais (Deed) - 2021. * Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia e Centro Federal de Educação Tecnológica.

NÚMERO DE MATRÍCULAS PRESENCIAIS EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR, POR LOCALIZAÇÃO BRASIL

NORDESTE

CEARÁ

EM UNIVERSIDADES: 2.780.702

EM UNIVERSIDADES: 554.506

EM UNIVERSIDADES: 73.691

PÚBLICAS: 1.562.048

PÚBLICAS: 455.399

PÚBLICAS: 56.683

Federais: 1.066.160

Federais: 318.444

Federais: 34.724

Estaduais: 467.622

Estaduais: 136.955

Estaduais: 21.959

Municipais: 28.266

Municipais: -

Municipais: -

PRIVADAS: 1.218.654

PRIVADAS: 99.107

PRIVADAS: 17.008

EM CENTROS UNIVERSITÁRIOS: 1.175.140 PÚBLICOS: 18.214

EM CENTROS UNIVERSITÁRIOS: 312.184

EM CENTROS UNIVERSITÁRIOS: 76.287

PÚBLICOS: -

PÚBLICOS: -

Federais: 2.039

PRIVADOS: 312.184

PRIVADOS: 76.287

EM FACULDADES: 284.922

EM FACULDADES: 25.725

Estaduais: 1.897 Municipais: 14.278 PRIVADOS: 1.156.926

EM FACULDADES: 1.097.372 PÚBLICAS: 109.208

PÚBLICAS: 12.198

PÚBLICAS: -

Federais: -

PRIVADAS: 25.725

Estaduais: 368 Municipais: 11.830

Federais: 4.126

EM IFS E CEFETS*: 17.574

PRIVADAS: 272.724

Estaduais: 76.128 Municipais: 28.954 PRIVADAS: 988.164

EM IFS E CEFETS*: 66.685

EM IFS E CEFETS*: 216.970

Fontes: Ministério da Educação (MEC), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Diretoria de Estatísticas Educacionais (Deed) - 2021. * Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e Centros Federais de Educação Tecnológica.

NÚMERO DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR POR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA BRASIL

PÚBLICAS: 313

PÚBLICAS: 66

PÚBLICAS: 7

Federais: 119

Federais: 31

Federais: 4

Estaduais: 134

NORDESTE

Estaduais: 16

Municipais: 60

Municipais: 19

PRIVADAS: 2.261

PRIVADAS: 534

Fontes: Ministério da Educação (MEC), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Diretoria de Estatísticas Educacionais (Deed) - 2021.

CEARÁ

Estaduais: 3 Municipais: PRIVADAS: 91


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FORTALEZA - CEARÁ, SEGUNDA, 27 DE NOVEMBRO DE 2023

LIA LEITE, Gerente Editorial da Fundação Demócrito Rocha A Economia do Conhecimento aparece no vocabulário das tomadas de decisões econômicas e educacionais, com base em uma linguagem em que especula-se que a informação - mais que a terra e a indústria - são a base para o crescimento econômico. Atualmente, o desenvolvimento das sociedades industrialmente avançadas depende, em grande parte, da introdução de atividades econômicas que destacam o Conhecimento como fonte de valor. Chamo atenção para alguns fatores sobre o funcionamento da educação nesse território em que dois problemas são evidenciados: o primeiro é o que Roberto Mangabeira Unger chama de conhecimento insular, ou seja, concentração e isolamento da informação em setores sociais privilegiados. E o segundo, é a educação que não investiga, aprofunda, dissemina e produz o conhecimento de alto valor. O que ocorre no processo de mercantilização do ensino, ao tentar suprir demandas de capacitação através de educação limitada numa sociedade ultra especializada, acentuando disparidades. No Brasil, a produção de conhecimento de alto valor é encabeçada pelas universidades que desempenham uma ação fundamental para a Economia do Conhecimento e o avanço na ciência brasileira, ao oferecerem suporte para o trabalho focado em tecnologia e inovação, mas não somente. Isso acontece em várias áreas do conhecimento e nas regiões onde essas universidades estão presentes. As empresas de base tecnológica também são fundamentais nesse cenário de transformação. Em outras palavras, tanto as em-

A Universidade Aberta do Nordeste (Uane), da Fundação Demócrito Rocha, apoiou a inclusão de milhares de estudantes da rede pública de ensino na Economia do Conhecimento, através do curso Aprendendo a Programar com Games. Estes são apenas alguns feitos que não apenas destacam a importância crescente da pesquisa e do conhecimento local, mas também sinalizam avanços significativos no panorama informacional e científico nacional. Estamos diante de conquistas que redefinem os limites da pesquisa e do avanço tecnológico, e visam impactar positivamente diversas áreas da educação, saúde e bem-estar.

presas de tecnologia quanto as universidades que investem seriamente em pesquisa têm um papel chave na construção de ambientes locais fortes e inovadores.

Esse movimento é notoriamente distinto ao paradigma econômico global que antecedeu a Segunda Guerra Mundial. No entanto, engana-se quem afirma que está fora do capitalismo. Nesse ponto, há uma contradição lógica na teoria da Economia do Conhecimento: enquanto o investimento nessa área visar somente o lucro, baseado em competição de mercado e exploração, reforçará a desigualdade social, o que impossibilita qualquer movimento para superação da sua posição insular.

Em meio às inovações que marcam o cenário científico, destaca-se a importância das pesquisas universitárias no controle da pandemia de Covid-19, em que a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) atuaram diretamente no desenvolvimento de vacinas para o tratamento da doença. No Ceará, a Universidade Federal do Ceará (UFC) destacou-se no campo de pesquisas envolvendo a pele da tilápia. Oito anos de dedicação e avanços consistentes culminaram recentemente em um marco notável: a obtenção da primeira patente no Brasil relacionada a essa pesquisa inovadora.

Para que a Economia do Conhecimento ultrapasse esse posicionamento insular e produza conhecimento de alto valor é preciso que avance concomitante a uma Ética do Conhecimento. E o ensino público universitário brasileiro, progressivamente, tem realizado um trabalho magistral ao conectar a interdependência entre economia e ética, demonstrando que o conhecimento deve ser um bem ao alcance de todas as pessoas.

WALLY MENEZES Reitor do IFCE O ecossistema de inovação no Ceará tem crescido significativamente nos últimos anos, impulsionado por iniciativas governamentais, de ICTs e de empresas. O estado tem se destacado como um importante ator do ecossistema nacional de inovação ao abrigar diversas estruturas que fomentam a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação. Além disso, parcerias entre instituições de pesquisa e setores industriais têm contribuído significativamente para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras. Essa sinergia cria um ambiente propício para o surgimento de startups e o avanço de projetos que impulsionam a economia e a competitividade da região. Sobre este tema, cabe destacar o Polo de Inovação IFCE, o qual é uma Unidade EMBRAPII e, desde sua fundação - em 2015 - tem se empenhado em estabelecer-se como protagonista em inovação e pesquisa aplicada. Em um ambiente de constante mudança, a capacidade de adaptar e inovar é

essencial, e o IFCE está determinado a ser uma força motriz na condução da inovação no estado e além. Os resultados são expressivos com mais de R$ 140 milhões captados em projetos de PDI, os quais possuem ticket médio de aproximadamente R$ 1 milhão, e mais de 280 propriedades intelectuais registradas/depositadas, sendo a instituição pública que mais protege programas de computador do Brasil, de acordo com os dados mais atualizados do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Reforço que a inovação desempenha um papel fundamental no progresso econômico do Ceará. Ao promovermos a criatividade, estimularmos setores-chave e impulsionarmos a competitividade, formamos cidadãos e, ao mesmo tempo, fortalecemos a economia e ajudamos a posicionar o nosso estado como um polo de desenvolvimento. Portanto, fomentar em inovação não é apenas uma escolha estratégica, mas uma necessidade imperativa para garantir um futuro próspero e dinâmico para o Ceará.


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