ID: 71508604
29-09-2017
Meio: Imprensa
Pág: 20
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Diária
Área: 23,00 x 30,90 cm²
Âmbito: Regional
Corte: 1 de 1
Psicologia nos Açores N%
PAGINA MENSAL DA D EL EG AÇ ÃO R E G IO N A DA O R D E M D O S P SI CÓ ['LOGOS PORTUGUESES
ORDEM DOS PSICÓLOGOS
Nota de Abertura
A propósito do Dia Mundial da Doença de Alzheimer
COORDENAÇÃO MARIA DA LUZ MELO 1 EQUIPA EDITORIAL: RAQUEL VAZ DE MEDEIROS E PAULA DOMINGUES
Dúvidas Recorrentes DIREITOS RESERVADOS
Dúvidas recorrentes? Atreva-se a não ser perfeito!
No passado dia 21 de setembro assinalou-se o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, patologia que atinge 40 milhões de pessoas no mundo. Corresponde àforma mais comum de demência que sob as diferentes formas abrange 47 milhões de pessoas (OMS, 2017). Em Portugal, apesar da ausência de um estudo epidemiológico, estima-se que atinge 50 a 70% das pessoas com demência, num total de 182 526 portugueses (Alzheimer Europe, 2013). A doença caracteriza-se por uma situação clínica crónica, com caráter irreversível que resulta na perda progressiva de múltiplas funções cognitivas (visuais, abstração, conhecimento dos números, capacidades de organização e de execução...) e capacidade para executar as atividades diárias. Para além da deterioração que provoca origina um processo de despersonalização "a pessoa transforma-se numa outra pessoa" (diferente da que conhecíamos), processo este, com enorme impacto fisico, psicológico, social e económico sobre os cuidadores, famílias e sociedade. A dimensão desta problemática contribuiu para que a Organização Mundial de Saúde reconheça a demência como um problema de saúde pública (OMS, 2017). Apesar de ser incurável a deteção precoce, através do despiste psicológico, poderá retardar a sua evolução.. M. LUZ MELO
Todos nós já passámos por situações em que ficamos com dúvidas acerca de algo que fizemos ou dissemos. Como se sabe, a incertezafaz parte da natureza humana. Contudo, há situações em que essas dúvidas se tornam recorrentes, repetitivas, acabando por consumir tempo e, muitas vezes, trazendo consigo angústia e/ou ansiedade. Dúvidas recorrentes são pensamentos repetitivos, persistentes, associados a medo e ansiedade deter cometido algum erro, ou de ter corrido algum risco: "Terei feito bem? Terei feito mal?"... Ficamos vezes sem conta angustiados a rever mentalmente, por exemplo, alguma situação pensando no que foi dito, no que poderia ter sido dito, no que não deveria ter sido dito... Muitasvezes associado aestas dúvidas existe um sentimento de urgência, por parte da pessoa, em relação a dever fazer algo para ter a certeza de que a ameaça foi afastada, de que o perigo não existiu ou deixou de existir (como, por exemplo, ir perguntar a alguém ou avárias pessoas acercado que se passou para se tentar eliminar a dúvida). É neste contexto que surgem as verificações, que podem ser muito subtis a ponto de não serem percebidas pelas outras pessoas (como olhar discretamente os botões do fogão para certificar que está desligado) ou até mesmo serem totalmente encobertas (como rever mentalmente diálogos ou cenas de situações passadas, reconstruir de memória e em mi-
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A 24 de novembro de 2017, a Câmara Municipal da Ribeira Grande, em parceria com a Direção Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses, promoverá as "Jornadas: O Contributo da Psicologia na Sociedade Atual." O evento, que será preenchido com conferências e workshops, contará com a presença de ilustres oradores, que abordarão temas bem presentes na nossa sociedade e transversais a todas as áreas sociais, económicas e profissionais. O evento decorrerá no Teatro Ribeiragrandense.
EMAIL ana.rego@ordemdospsicologos.pt
Atividades da DRA No dia 18 de agosto, a DRA reuniu com a Secretária Regional de Solidariedade Social, Dra. Andreia Cardoso. Durante a audiência foram apresentados cumprimentos institucionais e debatidos vários pontos com vista à realização de um protocolo de parceria entre as duas entidades. A presidente da DRA também esteve presente na segunda reunião do Grupo de Trabalho da Hu-
Leonor F. Pereira - Psicóloga na USISJ e Membro da Assembleia de Representantes
núcia factos ocorridos no passado e sua sequência, diálogos travados para garantir que não cometeu uma falha, relembrar em detalhe uma verificação anterior para se certificar de que foi executada de forma correta). Porém, estas verificações são feitas sobre aquilo que é a nossanarrativa (isto é, a forma como percecionamos o mundo). Se a nossa narrativa parte de uma base de insegurança (daí surgirem as dúvidas), também não teremos confiança nas nossas próprias verificações, logo teremos tendência parafazer mais vezes e, até mesmo, introduzir novas verificações (por exemplo, para além de revermos mentalmente uma situação vezes sem conta, perguntamos também a outras pessoas sobre o que se passou). Facilmente se percebe que
se poderá
entrar assim num círculo vicioso angustiante e dificil de interromper. Como referido, a forma como percecionamos o mundo tem um papel importante no aparecimento e na manutenção das dúvidas recorrentes. Por exemplo, acreditar que é necessário e importante ter sempre a certeza de tudo (isto é, a dificuldade de conviver com a incerteza) pode fazer com que se fique muito tempo a rever factos, relembrando argumentos ou evidências no intuito de eliminara dúvida e conseguir chegar a um estado de certeza absoluta, o que geralmente é impossível. Nestas situações, os padrões de exigência são habitualmente muito elevados e rígidos assim como inatingíveis. Além disso, falhas menores têm o mesmo peso que falhas graves. Um
erro, por menor que seja, compromete o todo. Antes de mais, importa perceber que é impossível chegar a um estado de certeza absoluta. Em muitas situações é impossível ter a certeza a respeito de problemas reais importantes e raramente existe uma solução perfeita para cada problema. Portanto, tornase necessário desistir do objetivo de ter certeza de tudo e aprender a conviver com dúvidas e incertezas. Assim, abster-se de fazer uma verificação (seja mental seja comportamental) e expor-se à dúvida e, logo, à angústia e ansiedade são consequências inevitáveis. Este é, sem dúvida, um desafio paratodos nós que vivemos numa sociedade cada vez mais competitiva e com padrões de exigência mais elevados. •
A. .e(y,intefr.... manização do Serviço Regional de Saúde, que aconteceu a 1 de setembro, na Direção Regional da Saúde, em Angra do Heroísmo, a fim de emitir parecer relativamente ao contributo dos psicólogos e da psicologia para a humanização daquele serviço. Nos dias 20 e 21 de setembro, a Direção Regional da Educação, promoveu em parceria com a DRA, o I Encontro de Psicólogos Educacionais da RAA. A iniciativa procurou, sobretudo, promover a reflexão e discussão sobre o papel destes profissionais na RAA, àluz do referencial técnico para os psicólogos escolares. •
Desafios... A convite da Inspeção Regional do Trabalho, a DRA participará na Campanha Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, com a apresentação de duas conferências. O evento decorrerá no dia 19 de outubro e contará com os contributos de Luz Melo e Francisco Faria. No âmbito da Campanha "Depressão: Vamos Agir!", a DRA desafiou aAssociação de Fotógrafos Amadores dos Açores (AFAA) a realizar exposição fotográfica, alusiva ao tema. A iniciativa, que de-
correrá no Centro Comercial Sol Mar, de 20 a 31 de outubro, contará com as participações solidárias de fotógrafos da AFAA, procura sensibilizar o público para a importância da saúde mental e combater o estigma associado à depressão. A DRA promoverá o workshop "Agressores Sexuais: Fundamentos do Processo de Avaliação e Intervenção", a 3 de novembro com inscrições abertas até dia13 de outubro. A iniciativa abordará as características e especificidades dos agressores sexuais, bem como a avaliação e intervenção junto deste público. •