Arpides

Page 1

PALAVRAS NA PORTARIA Carlos Arpides



Apresentação Esta é uma amostra do poeta Arpides dos Santos, uma verdadeira salada de ingredientes. Aqui ele nos traz, não sei se for versatilidade, ou se por gostar, mesmo de uma confusão, ou se muita criatividade. Mesmo. Aqui se mistura nossos sentimentos mais escondidos e com as criancinhas, num ápice, irrita-se com a pobreza na TV. E assim como pinta Deus tão Belo, logo além nos fala da cachaça, dos loucos da vida, da exploração do homem e do respeito de cada um. Aqui ele mistura paixão com feijão, risos de hospitais, prantos, conselhos de mamãe, e de papai. E então é com muita vontade de agradar a todos, chorões, beberrões, devotos, caricatos, carismáticos, cantantes, e outros nem tanto, mulheres, flores, risos do filhos agradecidos, reclamantes, enfim amantes, abandonados, todos bons e perseverantes e apaixonados filhos de Deus. Boa leitura.


P/Collor Certa vez surgiu um cara Que caçava marajás. Os loucos eram tantos que nem dava pra contar. Fizemos fama dele, Que chegamos aplaudir. Nós nem sabíamos que ele Só queria se exibir, O cara era maluco, Curtia Jet-ski. Fazia maratona, E todo mundo a lhe curtir. Mas foi bem pouco tempo, Verdade apareceupegamos o pé dele, Ele nem endureceu. Um cara com carisma, E muita inspiração, Uma bonita esposa, Uma cunhada e um irmão. Foi pena que o cara, Bem logo se enrolou. Tornou-se fraudulento, E atorcida derrubou. Ficou só o exemplo, Que o cara nos mostrou. Não menospreze o povo, Que lá em cima o colocou.


Fuga Morto. Morto sei que não terei que lavar o rosto, tomar banho frio, escovar os dentes, tomar sopa quente, Assistir TV. Morto sei que não terei Que ouvir lamentos Da vizinha tola, Que mais me azucrina. Morto não me cansarei, Descansarei, Pode ser legal. Mas ficar sem amor, Me será fatal, Mortal!


Força da Vida Não sei se posso, se meu corpo agüenta, se esse meu coração vai aceitar a clava. Cada sinal do trabalho, a queda do tijolo, o eco retinido, o silvo do amarelo. Não sei não, Me sinto explorado, me sinto tão pedaços, me sinto tão pequeno. Ali cada pancada, Ooentulho a ser jogado, é meu corpo esmagado, pedaços do meu ser.


Pó Após teres escrito tanto, falastes da Lua,do Sol, das estrelas de Hollywood Falastes da vida, das guerras de paz, e da morte. Após haveres andado por ai, Roma, Paris, e até pela Venezuela Após teres bebido, dormido e (comido)(com) , as mais belas musas da tela. Após haveres ganhado dinheiro de montão, Mas, agora és pó. ... Simplesmente pó. E és fechado obliteradamente, Em um estranho pote sem tampa. Onde ao menor roçar da brisa alçarás vôo... irreversívelmente...


Belina Foi bem assim. Vi o rapaz com uma Belina. Movido a disciplina e álcool, e vendendo cachorro quente, na esquina. Alegria, ou brinquedo? A proposta, é séria. O rapaz, negociando, dribla a miséria. Logo á frente, um posto, desses de gasolina. Mas o negócio dele, é cachorro e refri, para as meninas. Bem na esquina. O povo gosta e aplaude e o povo consome, afinal, um cachorro mata a fome. E ele fica na esquina, negociando cachorro e refri, que sai de sua Belina.


A Maçã Enquanto nós todos desfrutávamos, o gosto leve da maçã, o alegre riso fino das crianças, e o toque leve da esperança Vivemos de mesa farta, de problemas rotineiros, desgastando a C.P.I. Logo ali nossos vizinhos, se estraçalham com arma e nem sei mais oquê, e se matam , não sei porquê. Vemos cenas de mortalhas, crianças, velhos e tralhas. É o mundo a se corromper.


Água A chuva veio, demos graça, fura nuvens, enche os rios, enche o tanque e a calçada, encheu também a barragem e o mar. Encheu também minha paciência estrangulada por tanto tempo, que eu estava a implorar. Encheu-se os canos e as represas, encheu-se o saco, e as fruteiras do pomar. Encheu-se também a minha rua, de barreiras e de chinelos, que tivemos que limpar.


Aniversário do poeta Que será que pensará o poeta, nesses seus 63 anos vividos? Verá ainda muitos pontos de luz, e amores sofridos ? Na certa lembrará alguma derrota, de um alguém que o tenha ofendido. Mas terá com toda certeza, no seu andar, evoluído. E muitas glórias e alegrias, daqueles tempos tão floridos. Com certeza hoje já grisalho, com os filhos e netos todos crescidos e as preocupações são do passado mas seu presente e o futuro ainda são um ponto esclarecido. Que pensará o poeta, ? Com todo esse espaço percorrido E seus dragões , suas donzelas, Quanta luta, ganhos e perdas, e mazelas, Repensando tantas histórias tolas, Lhe sequestraram a heroína E o dragão tinha morrido. Quanta coisa pensa ainda, chegando quase a exaustão Sem dar licenca aos poemas Mas contas ainda na sua caminhada, um vale de inspiração Navegando altas montanhas E repassando esta lição.


A rua Muito bem, muito bom, e o movimento continua,passa muita gente por essa rua. Inclusive gente bonita, mas passa gente feia também. Mas quem sou eu para julgar, o dono da areia, ou do trem? Passam quatro, outros cinco, com gente braba, eu não brinco. Passa gente séria, gente graúda, muitos precisando de ajuda, peço que Deus os acuda. Passou por aqui também, uma pequena senhorinha, parecida com Matusalém.


Hombre atencto Mi padre era un hombre mui atencto, solía reverenciar com ores las manos de los vivos y religiosamente , los aniversarios de los muertos. Mi padre era un arquitecto. Solia preservar estructuras, com nobres materiales, y calculos matematicos, de destrozos del tiempo, y los humanos. Nunca pudo com los desagradecidos, y as humedades.


Mendigando Eles vinham de longe, de todas as praças, fazendo pirraças tomando cachaça,e tomando dende. Já chegavam pregados, com os dedos estralados, com os brações quedados, rescendendo pure. Todos muito falantes, outros tanto cantantes, se pintando de barro, repicando pate. São tremendos idiotas, escritores de lorotas, mendigantes da vida comedores de cotas. Eles dormem nas ruas, tem o céu por telhado, tem a Lua por vela, e o teto estrelado


Aos meninos Eu queria tanto poder te abraçar,e passar pra ti, todo o meu carinho poder falar-te e fazer carinhos. Eu queria tanto, te falar de amor, das aventuras que vivi, umas alegres outras de dor. Eu queria, ler-te hinos, a canção, queria ver o teu sorriso largo, enternecido, dar-te o meu coração.


Colorado Meu rico time campeão, mais uma vez o elogio, por mostrares no Japão, o futebol ,a raça,o brio dos gaúchos brasileiros. De quando de lá surgiu, e nos trouxe aquela taça, com que o Pato nos seviu. Meu colorado de fé, das glorias de campeão, das jogadas iluminadas, do Yarlei e Fernandão, e do golaço do Gabiuú, o nosso herói do Japão. No recinto ganhador, das façanhas do Beira Rio, saudações faço feliz, por tudo que se produziu, e das bonitas façanhas, que todo povão sorriu.


Coisa bonita Há tanta coisa desapercebida passando sempre perto de você muitas pessoas caricatas outras tantas que maltratas te usam , lambuzam ferem, ofendem, teu bem querer. Mas há algo que ainda não está na escrita que será? Diga você ou digo eu? Aquele sorriso infantil aquele cumprimento do idoso aquela mão que te afaga, bendita este sim posso dizer com todo prazer Que coisa bonita.


SE Ah,,,, se pudesse eu contar do meu dia dia, do verso covarde e das companhias, de minha tarde. Da minha TV, e do meu radinho da minha gratidão, e dos meus vizinhos. Ah,, se pudesse eu contar de tudo na praça, minhas alegrias, minhas fantasias falar das ventanias da minha mordomia, e das pedras na vidraça. Pudesse eu falar assim , muito bonito daquilo que escrevi e vou deixar escrito coisas que ainda nem eu mesmo vi coisas que ganhei coisas que aprendi.


Coisas de Porto Alegre Vão se passando os dias passou-se aquela hora, agora tudo tão brejeiro e para passar o dia é muito grande a demora. Carros, pessoas, cães para cá e para lá um carteiro, um jornaleiro até o dono do mercadinho passa a cantar. Passa agora uma menina, muito bonita seu nome palpitou-me perguntar muito deveras a sonolencia do posto, mas agora de '''Rita” sei que muito ainda vou falar.


Essa tal de Maria Das coisas que eu vos falo que são lá da vila vou falar-lhes só hoje de uma tal papa fila que come tudo a sua frente e depois ainda desfila eu então descrevo tudo sacola, mala, balas, camomila pois vou recitar Maria uma que mora lá na vila. Ela que faz o estilo daquela bem pobrezinha que ainda não conhece nada é tão inocentezinha mas que muda até o terço quando chega a tardezinha.


Camelôs Estou chegando a pouco, e vejo os gritos roucos, vejo muitos loucos, e gente a correr. Falsos movimentos, rostos sonolentos, uns a correr,uns bem desatentos, é o pessoal da SMIC,tá fazendo blitz “quer alguém prender” Bugigangas rolam pro meio da rua, fazendo firulas, querendo morder. “Essa é minha, essa é tua” Vê-se alguém a dizer. E outros se escondem, enquanto que alguns correm, e vejo as bugigangas a retroceder. Vão trocar de dono, e os que não tem sono, curtem o abandono, de quem vai perder. Fico sem abono, fico sem meu trono, “Vou interceder”


Povo Povo, meu povo, simplesmente povo. Sabei-me Deus, quantas respostas a esperar. Quiçá , alguns ainda mostrem suas verdadeiras faces. Quiçá alguns ,nem se disponham ajudar. Mas meu povo segue tranquilo calmamente, pelas ruas. São incertezas, esperanças, para alguém olhar. São as respostas, os caminhos, relembrados, desse meu povo. Que não pára de andar”


Esquina da Borges Outra vez me rendo, mas não me prendo, vim aprender. A frescura ´´e boa, mas não é atoa meu escrever. Tanta gente passa,outro se despacha, de cabeça baixa, á se perder. Mas vem os cães de fila, e me dão a mochila, penso até em correr. O perfume das mulheres, para mim, é um contra-ponto,pois não há desconto, e eu me desaponto, pelo meu sofrer. Logo ali, aos meus pés, um cara estirado, quase a morrer e a lotação que entrega, se entrega, e o povo renega, e eu vejo uma refrega, sem trégua, de quem quer viver


Gosto de mim Muita gente me pergunta por eu andar sempre contente por não viver reclamado e andar sorrindo alegremente. Por isto não há segredo já lhes respondo assim tudo isso é meu consolo por gostar muito de mim. Por exemplo, se eu amasse mais aos outros, e não a mim oque pra mim sobraria se eu agisse sempre assim? Se eu aprendesse mostrar o amor que tenho por mim com certeza mais pessoas também vão agir assim. Pois é a partir da base do amor que tenho por mim que repasso para os outros o amor que sinto por mim. Sei que posso ser vaidoso ser mal entendido , enfim, mas não posso amar aos outros se eu não gostar de mim.


Emoção de pai Toda vez que ele vinha me ver era eu,,,o seu menino,,, toda vez que ele vinha olhando , cheirando e cantando,,, era eu,,,o seu menino,,, Eu ficava feliz em saber,,, que ele vinha só para me ver eu ficava feliz, e o fazia feliz, O papai quando vinha ,cheirava e beijava, o seu menino, Eu ficava feliz só de ver, pelo jeito dele me ver e entender, pois cantava, cheirava e beijava, o seu menino,,, Meu papai sei que é muito feliz, porque ele ainda beija, ainda ama,,o seu menino.....


E a vida continua de greve Li certa vez a não muito tempo, um texto histórico, que houve um certo imperador romano, lá daquelas plagas, que no auge de seus sentimentos e ousadia, e de abuso de poder, misturando loucura , sabendo que todos o aceitariam , o aprovariam em suas atitudes, e aplaudiriam ele até nos seus atos mais extremos, promoveu justamente seu cavalo ao grau de senador da república, e tendo inclusive com a presença de toda a tropa o coroado. Não consigo agora lembrar o nome do ' animal', mas ele foi para lá ovacionado. Pois é, mas me perguntarão agora o que uma certa coisa tem a ver com a outra. ? Resposta. O homem lembrando bem , sempre teve a sua fase quadrúpede. Já naqueles dias existiam os interesseiros, os ávidos pelo poder, gulosos, alguns lá talvez um pouco honestos, outros um tanto falsificados, . Ali muitos sabiam o quanto isso era errado, mas por puro interesse, , causa própria, diziam; ' Antes o cavalo que poderá ser comprado, ' que um dos sicários , dele , que poderá ser caro e perigoso- -ao cavalo bastará que lhe alcance milho e bom pasto, o humano quererá ouro e poder' Como estavam certos esses caras. Então voltando ao nosso ponto de cobiça , da ganãncia , do ter e ter mais e mais a qualquer custo, os nossos dias atuais não são muito diferentes. Com certeza.


Dia muito estranho O dia hoje aqui é muito parado não sei se culpa de alguma falta ou era para ser algum feriado, achei ainda tudo diferente alguns me falam até preocupados sei lá se foi algum politico importante ou mesmo fosse algum letrado. O clima agora ainda é de chuva então as nuvens mandam um recado se alguém souber de alguma coisa me falem -Tá bem explicado. Se alguns não vieram pro basquete Senhor, podes ficar bem descansado, não é por causa do inquilino que vou deixar o assoalho extourado nem vou chorar com ar de crocodilo por este pouco leite derramado mas que esse dia tá bem diferente já é o meu relato consumado. Porto Alegre 30, 03,2011


Dia de bronca Então hoje o rapaz chegou meio que cansado, esgotado deveras-mente triste, chateado que culpa tem o outro? Que que fica ali batalhando, limpando dando a tudo um brilho do outro lado? O tempo feio não é desculpa, nem mesmo pano de fundo para o rapaz chegar assim tão rotundo. Daquele jeito atropelando. Mas como tudo tem a ida e a vinda, -como diria o outro cara aquele, bem educado -aceita rapaz, o retrocesso----Não ves que ele é Advogado?


Tramontina Não sei se é uma história triste ou então para gargalhar, mas que me deixou pensando e para voces eu vou contar de uma panela Tramontina que me pediram para entregar. Ela chegou bem sorrateira e quase queria ficar e eu que não me liguei logo quando vi ela chegar a coloquei ali de lado para alguém a vir buscar. Mas era uma Tramontina e eu quero na repassar porque senão vai dar problema, podem até me processar.


Desabafo poético Minha poesia, ficou triste, outra vez, meu peito está muito magoado, por este ar que respiramos, por ser assim tão contaminado. Meus poemas não merecem isto, não seriam para dar explicação, Para justificar as falhas, de gente da administração. Deveria escrever , eu sei, para prestar elogios, fazer-lhes até reverencia, mesmo que em dias muito frios. Mas, que tamanha desilusão, magoei muito meu coração, ficou triste sim , e com razão. Não os fiz para ler escandalos, não foi para isto minha formação, ou sei lá quanta roupa suja, para se ater na explanação. É o assunto que entristece-me , falar sobre a corrupção.


O buraco Outro dia, um assunto, que me deixou no cavaco, minha bela capital, com concursos pra buraco. Com tanta coisa girando, um de bem , outro de sovaco mas trazer meus comentários, por causa dos tais buracos, Eu claro, não estou feliz, isto me deixou um caco, perder tempo escrevendo, fazendo versos pros buracos. Mas fazer o que agora? Fiz aqui só um pitaco porque arrecém vi um amigo se atolando ali num buraco.


Leite-cachaça Não sei se posso falar, ou deixo no ar, o temma , o asunto, é meio sem graça. Talvez lá no passado alguém o assumisse, ou o esquecesse lá na praça. Adivinhem meus amigos, o que occorre aqui, nossa desgraça, Tu vais lá no mercado, comprar leite, já leva ele temperado, com soda, etanol, formol, e talvez, com uns pinguinhos de cachaça.


Depois que ela foi embora Depois que ela foi-se embora nunca mais tomei café nem mais tratei meu cachorrinho nem o meu galinho garnisé nunca mais desci na igreja pra mexer com a minha fé nunca mais assei churrasco nem limpei a chaminé. Depois que ela foi-se embora andei dormindo na grama tendo a lua no telhado e o travesseiro é a grama Nunca mais fui lá no shoping nem mesmo ver um cinema me afastei de todo mundo e a solidão é meu sistema Depois que ela foi-se embora me apeguei ao meu axé tomei muito poucos banhos e alguma vez só lavo os pés, já andei ouvindo tangos, e tragédias em festivais, e de tanto lembrar dela, já nem posso escrever mais.


Risonho Estou sentado, bem descansado e no meu canto, nem planos faço, quero mais é me esquecer. Evito textos misturados, remendados, costurados,é muito alta noite, e dificulta-me o muito ler. Sentado, escrevo e reflito, quero deixar algo bom escrito, não queimo nada, e nem repito, estou refeito e acredito, 'textos que deixo são benditos' Canto e algo escrevo e meu enlevo, é pelo ler e escrever. Então me filtro e me exponho, em outro sonho,e muito risonho, e bem feliz, sigo a escrever.


Linda Havia uma menina, muito linda na UPE-EFE, mas o seu nome verdadeiro era difícil de escrever. Então pensai, posso chamá-la só de Linda, pois lindamente , eu jamais ia esquecer. O tempo passa, a gente muda, a vida é linda, mas eu de Linda sei que jamais vou me esquecer.


Grêmio imortal campeão Chegamos finalmente ao Gre-Nal Que vai nos trazer a taça desse meu grande Imortal. Não existe mais retorno,é tudo fenomenal É ganhar mais uma deles,e acender ao festival. Meu timaço está confiante para enfrentar o rival, e jogar sempre pra cima pelo sucesso triunfal. Já ganhei de dois a zero, com jogadas terminais mostramos raça e bravura, com golaços desiguais. O jogo foi muito forte, nos enchendo de emoção, e mesmo tomando um gol, meu Gremio é o campeão. Não preciso nem contar, falar com muita explosão, o importante é que na raça, meu time e de tradição pois levantamos a taça, com vontade sem igual e provamos ao Rio Grande, que o Gremio é Imortal. Agora vou só festejar, de todo meu coração, com a maior força gaúcha, e com toda a vibração, meu Gremio é campeão gaúcho E nossa taça está nas mãos.


Fuga Morto. Morto sei que não terei que lavar o rosto, tomar banho frio, escovar os dentes, tomar sopa quente, Assistir TV. Morto sei que não terei Que ouvir lamentos Da vizinha tola, Que mais me azucrina. Morto não me cansarei, Descansarei, Pode ser legal. Mas ficar sem amor, Me será fatal, Mortal!


Força da vida Não sei se posso, se meu corpo agüenta, se esse meu coração, vai aceitar esta clava forte. A cada sinal do malho a queda do tijolo, o eco retinido o silvo do martelo. Não sei não. Me sinto tão explorado, me sinto tão pedaços, me sinto demais pequeno. Ali mesmo cada pancada o entulho sendo jogado é meu corpo sendo esmagado, simples pedaços do meu ser.


Fim de ano Sábado, domingo, segunda-feira, se foi o 2010,muitos nascimentos, grandes tragédias, e descobertas maravilhosas. Gente nascendo, gente morrendo aos punhados,aos destrambelhos. E também de um por um, lentamente. Muitas, alegrias, mas as tristezas sempre visitam-nos. Assim como no amanhecer seremos milhões muitos simplesmente ,,,anoitecerão. Então veremos o 2011 e que venham com ele , muitas boas obras, realizações de parte a parte, e para todos nós não sómente para alguns privilegiados. E que possamos , além de dar nomes aos bois, possamos olhar nossos filhos sorrindo. Dois mil e onze, se não for ouro, seja de prata, seja de bronze, isso é o de menos , mas que tristezas fiquem bem longe dois mil e onze,dois mil e onze, Esse poeta fala bem qual um monge.


Fuga Morto. Morto sei que não terei que lavar o rosto, tomar banho frio, escovar os dentes, tomar sopa quente, Assistir TV. Morto sei que não terei Que ouvir lamentos Da vizinha tola, Que mais me azucrina. Morto não me cansarei, Descansarei, Pode ser legal. Mas ficar sem amor, Me será fatal, Mortal!


Rap Natureza Este é o meu Rap natureza Sensatez. Suplicando que respeitem, o planeta de vocês. Que não fiquem só olhando, vendo a terra te implorar, mas que peguem no pesado, e nos ajudem a salvar. Este é o meu Rap Natureza pra vocês. Não esperem que ele morra, bem na frente de vocês. Não fica aí parado, sem pensar na solução, neste globo desandado, vamos dar a sugestão. Vamos pegar no pesado e falar pró guardião. E a limpeza aparecendo, da fachada e do porão, sempre de cabeça fria, com razão e coração. Escutando os conselhos do amigo “ guardião”.


Meu bem querer Meu bem tem que ser você, quanto tempo ainda tem que ser você, não escuto nada, tudo se esqueceu, mas eu sei ainda, o teu bem sou. Tens que reparar, que eu me reparei, Igual no detalhe que nem te falei, Então me pergunto, se vou confessar, chama-me o pastor que vou declara. Sendo amor grandão, como coisa grande, O pequeno que logo se expande, verás que no tempo, tudo se conserta, ou se for folgado, logo nos aperta. Meu bem não se avexe, por falar errado, verás que loguinho, tudo é arranjado. Eu só te imploro, com o meu coração, por favor dispense, a contradição, por favor anote um recado meu, que o teu amor ainda sou EU.


A rua Muito bem, muito bom, e o movimento continua,passa muita gente por essa rua. Inclusive gente bonita, mas passa gente feia também. Mas quem sou eu para julgar, o dono da areia, ou do trem? Passam quatro, outros cinco, com gente braba, eu não brinco. Passa gente séria, gente graúda, muitos precisando de ajuda, peço que Deus os acuda. Passou por aqui também, uma pequena senhorinha, parecida com Matusalém.


Ingratidão Amei, amei, o meu povo, queria vê-lo feliz, plantei amores e as flores, Por eles fui aprendiz, Voltei a ver bibliotecas, estudei, me fiz canção, embebi-me em discotecas doei-me de corpo de alma e de nariz. Semeei palavras fortes, abecedários refiz, tudo por amor ao povo, que eu queria ver feliz. Torturei-me por migalhas, doações, tábuas , raiz, fiz campanhas e gincanas, toquei violão, cantei Elis. Acabei voltando triste, me banhando, em chafariz, pois fiz tudo e tudo isso, e o meu povo , não me quis.


Inverno E quando chega o inverno, é tempo de solidão, o cara fica recluso, ou bem perto do fogão. O canto dos passarinhos, parece até mais tristonho é mais fácil ter-se pesadelos que ter-se bonitos sonhos. Até as moças nas ruas andam todas encasacadas, foi-se então a alegria, de vê-las com quase nada. Então minha alegria é olhar no calendário, e pensar que logo,logo, o verão fará o horário.


Linda Havia uma menina, muito linda na UPE-EFE, mas o seu nome verdadeiro era difícil de escrever. Então pensai, posso chamá-la só de Linda, pois lindamente , eu jamais ia esquecer. O tempo passa, a gente muda, a vida é linda, mas eu de Linda sei que jamais vou me esquecer.


Menino Meu menino, meu amigo, até mesmo na UPF, ele freqüenta comigo, gostamos da biblioteca, de ver livros, de montão, e quando estamos em casa , os deixamos pelo chão. Meu menino embarafusta, no meio da livraria, e não podendo vir de noite ele vem aqui só de dia. Meu menino aproveita as histórias em fartura, quem sabe se chegando em casa, ganhamos ainda uma rapadura.


Minha musa gordinha Ela é bem assim , como eu digo, gordinha , pequeninnha, mas um perigo. Digo assim perigo,quando está perto demais, e ela se agita, e se emociona, e te tira a paz. No bom sentido, a palavra estilizada, antes gordinha, que uma sequinha, para o teu prazer, ou para os filhos, no lazer. Magreza demais, prejudica, poupa panos, mas a pele se sacrifica. Um pouquinho a mais de peso, não é nenhum palavrão, e mesmo do rock pesado, não te pisa o coração. E vem mais num desabafo, com um elogio a exaltar estando bem de saúde não precisará se pesar.


Moinho Quando chego ao tal moinho, Louco para pedir fiado, Um pouco antes, paro, penso e me concentro para chegar bem preparado. Até a dona que não pára me repara, esse meu jeito de doutor. Esse cara fala lindo, Ele é bem-vindo. Pois me lembra um professor que cruzou na minha infância, e em minha vida e foi o meu primeiro amor. Eu logo faço as minhas compras, e vou saindo, Igual a quem não fez pecado. É mais um dia que retorno do moinho. Comprei tudo no fiado.


Tricolor Hoje vou fazer poemas, ao pavilhão tricolor, ao glorioso da Azenha, que é de todos , um ganhador. Nas cores dessa camisa, mostra forte o teu azul, que é a marca dessa terra, o meu Rio Grande do Sul. E, nas batalhas conquistadas, e medalhas garantidas, tuas passagens de glórias, os retratos de nossas vidas. E foram muitos campeonatos, lindas e fortes decisões, meu tricolor te saúdo, por todas essas emoções. E nesse Brasil a fora, todos sem lembram de ti, são os alegres tricolores que se desdobram, ao sentir, ou escutar gritar ao longe, mais um gol e te curtir. Bravo campeão do mundo, e duas vezes da América, teu amor soa profundo, com tua torcida esperta, e teu guerreiros em campo,chegando na hora certa. Então vou cantar bem alto, ao pavilhão tricolor, por nos povoar de vitórias, e nos preencher de amor.


Menino Meu menino, meu amigo, até mesmo na UPF, ele freqüenta comigo, gostamos da biblioteca, de ver livros, de montão, e quando estamos em casa , os deixamos pelo chão. Meu menino embarafusta, no meio da livraria, e não podendo vir de noite ele vem aqui só de dia. Meu menino aproveita as histórias em fartura, quem sabe se chegando em casa, ganhamos ainda uma rapadura.


Meu nojo Mas que merda de país é esse? onde todos os caras andam soltos, e a bandidagem, vagabundagem, os pedófilos, criminosos, não vão presos, e ainda podem olhar-nos com cara de desprezo. Por favor,,,quero respostas, tirem esse peso de minhas costas, é banqueiro, construtoras, e projetos faraõnicos, e vidas muito indispostas, e, se acaso vejo alguém sorrindo, talvez seja um riso muito zombenteiro, talvez causa de algumas propinasd ou recebeu de mão beijada, muito dinheiro. Que porcaria de sistema, onde tudo é facilitado quem quedou-se a ser honesto, ou vai só assistir protestos, de pés e mãos amarrados. Cara,,, a tristeza é moribunda o quadro é crítico, assemelha-se, ao dialeto escuro do corcunda, ou tu puxa o saco deles, ou mandan-te coçar a bunda. Rapaz,,, o desenho é fétido, a honestidade foi obliterada, a raiva, o nojo que exponho agora, é uma piada de bêbados,,, que foi muito mal contada.


Morrendo no grenal Eu que pensava ter visto tudo, hoje me iludo, sei que verei bem mais já vi Carlitos dançar passos de batuque, e vi um duque a ensinar o candomblé. e vi Bin Laden se entregar pro americano, e vi ciganos vendendo carros pra viver Vi tantas coisas se explodindo mansamente, que minha mente já pensava em se esconder mas faltam ralos, e os cavalos que me esperavam , eram só do festival e eu leio tanto envolvido em minhas tramas que até das lamas já compus um recital,nem pensava ter que ir por esses trechos e bater o queixo para morrermos num Gre-Nal


O respeito nosso de cada dia Que coisa mais feia rapaz. Não faça isso amigo. Pare de maltratar o seu amigo motorista. Olhe bem. Aquele motorista ali , de costas para voce, concentra no momento toda a sua na direção, naquilo que se passa ali a sua frente, no carro que vem logo atrás aqueles ao lado, já pensou nisso ? Ele deve andar sempre ligado, antenado, ,, por nós, pela nossa segurança, nossas garantias de uma boa viagem , garantida e tranquila. Com toda certeza ele, assim como seu jovem cobrador, deve ter deixado a família em casa ainda muito cedo, para vir aqui nos transportar aos nossos locais de serviço, de atendimento, bancos, hospitais, compras,,,etc,,, Eles, assim como nós , também tem lá seus problemas e a trapalhos, já pensaste nisso? Por isso , por favor, antes de jogares pedras em sua já peesada carga, tente agradecerlhe, elogiá-lo, motivá-lo , para que possa melhor atender-nos em todo os dias. Bom-dia,,,boa –tarde,,,muito obrigado isso também deve fazer parte de nosso dia dia e claro do motorista e do cobrador,,,,,claro obrigado pela sua atenção.


O poeta O aplauso é indispensável, o sorriso das crianças, a manifestação dos bichos, ensaiando uma dança. Talvez o que ama o poeta, mesmo que o achem quadrado no desenho das palavras, ele se acha um achado. Mesmo falando de flores, amores, cores, folhetos, ele se sentirá tão lindo, o mais amado do planeta.


Devaneios Tentarei compor u verso, com um sentimento muito leve algo que me soe bem breve, e de prazer a quem o ler. Algo que fosse a mistura, de bonança e casa cheia felicidade , alegria, pequenos quais grãos de areia. Então das coisas que avisto e tudo que me prende a atenção,S desde o revoar dos pombos, á descarga da lotação. E esse povo que se atropela parecendo uma explosão, a pressa para se chegar em casa, ou para se aconchegar na lotação. Saio devagar,,, dou uma volta, e o clima que me solta, é o perfume que vem das flores, me convidando a reviver.


Risonho Estou sentado, bem descansado e no meu canto, nem planos faço, quero mais é me esquecer. Evito textos misturados, remendados, costurados,é muito alta noite, e dificulta-me o muito ler. Sentado, escrevo e reflito, quero deixar algo bom escrito, não queimo nada, e nem repito, estou refeito e acredito, 'textos que deixo são benditos' Canto e algo escrevo e meu enlevo, é pelo ler e escrever. Então me filtro e me exponho, em outro sonho,e muito risonho, e bem feliz, sigo a escrever.


O povão que eu vejo Ainda vejo o povão andando, para baixo, e para cima, parecendo uma estranha rima. Uns mais lentos, outros disparando. E a notícia agora, é do nenê que chora, louco de fome está, mas a mãe nem liga, e quase o obriga; 'O choro vai logo parar' Passa um velhão correndo,quase me derrubou, mas as bugigangas dele pelo chão tudo rolou. Há um minutinho de trégua, em meio a tensão , e os homens da blitz estão na imediação, e o povão se ascende, cheios das sacolas, ninguém pede esmolas,,, 'Tudo quer vender'. Estranhas batalhas, nesta estranha rua, vai de Sol a Sol, ou de Lua, a LUA.


O poeta e os 58 anos Carlos Arpides 11, 11, 09 Que pensará o poeta, ,nos seus 58 anos idos? Passados, gozados, desfrutados, ,bem aproveitados, aplicados,? Vividos. Que pensará o poeta? ,ao ver os filhos crescidos, ,bem formados,ensinados, ,instruídos. E a esposa aos pés, ,alcançando-lhe palavras, ,um livro, a calma, a paz, ,que pensará o poeta? Nesses seus 58 anos idos.


O ponto Sentado exatamente , neste ponto,dessa rua, ,que sinto forte o vento, e os sintomas de uma verdade quase crua, e o cinema, e o sistema, que te apaga e a volúpia, do perfume que te traga,e que te droga, te respira e te obriga,a o sorver. Sentado não exatamente, fico extasiado, admirado procurando ver, o meu viver,,,,, Das folhas mortas, vejo ao vento, , ,e o sussurar que é um lamento, ,um pensamento, um chamamento, ,um novo apelo ao reviver,,,, E dos bichinhos que farfalham, ,e me estimulam no escrever, ,ouço trinados, redobrados, ,que me ensinam, MUITO MAIS AGRADECER.


O copo d’água Voce sabia que alcançar um copo d´´agua, uma xícara de chá ou de café, é um bonito e singelo gesto de amor? Sim , um gesto de muito amor, á quem o recebe, e talvez muito mais a aquela pessoa que alcança o tal. Senão vejamos: Estou eu ali com sede, muita sede, e sem condições nenhuma de consegui-lo. alcançá-lo, estou no limite. Longe de casa e com muita sede. O simples ato de estender a mão, alcançá-lo, e junto a isso aquela palavrinha de aceitação. quer dizer, se te alcanço isto é porque eu gosto de você, preocupo-me com você, aceito também isto porque eu gosto do senhor, ou da senhora, é algo recíproco. Quanta beleza podemos achar e passar para outrem num gesto tão simples. Mas tão forte.


O beijo naquela boquinha Achei o tema meio que ambíguo, não é que eu seja tão antiquado, mas do jeito que ela o pediu, senti um forte cheiro de pecado. A menina era muito bonita, eu não posso , é claro estar equivocado, mas se ela me pediu, escrevo e mesmo que aquilo sendo um enlevo, para deixar um cara apaixonado. Bem vi, o clima estava ameno, e a menina com aquele dengo permutado, não precisaria muito tempo, disse, e mesmo que o tema me traísse, e eu ali naquela ansia louca, como é que posso lhe negar agora, nem mesmo que ela ouse me furtar, e dar um doce beijo nessa boca.


O buraco Outro dia, um assunto, que me deixou no cavaco, minha bela capital, com concursos pra buraco. Com tanta coisa girando, um de bem , outro de sovaco mas trazer meus comentários, por causa dos tais buracos, Eu claro, não estou feliz, isto me deixou um caco, perder tempo escrevendo, fazendo versos pros buracos. Mas fazer o que agora? Fiz aqui só um pitaco porque arrecém vi um amigo se atolando ali num buraco.


O dia em que... Era uma terça-feira, o dia amanhecera com uma cara de poucos amigos, andava eu pelo pátio querendo encontrar alguma justificativa para os problemas mais urgentes, e os nem tanto. Já havia conversado com um punhado de pessoas pelas ruas, mas tudo me parecia acre, sem gosto, sem tempero, nada. Nem sei se foi pela minha carga filosófica, ou falta dela,,,,é agora, ,,,não preciso ficar mais,,,não vão sentir minha falta,Interessante que naquela hora, te dá um branco total, tu te desliga, do cosmos, como se,nada te interessa mais, já não fazes parte da daquilo ali, nada te pertence, nada é teu,nada faz parte, tu já não é nada,Filhos, família, amigos, história, nada, nada, é um negro total, E em poucos minutos o palco está armado, não precisas de nada, é tão pouca coisa, um toco de corda, uma árvore, um galho atravessado,,tão pouco, coragem ou covardia, as opiniões dos outros é o de menos, ,,, o depois é o depois,,,nada mais,A corda é forte, o galho também,,,,quanto menos conversar nesta hora melhor, é só um gesto,,,,fim,O teatro está montado, só depende de ti, da tua coragem ,,,ou da tua covardia, já não podes mais ficar planejando oque fez, oque não fez,,,chega,,,vai,,,,,, Ainda ouves por perto palavras desencontradas de pessoas que passam pelo pátio, alheias láguas do teu drama,,,,


Não falta mais nada, é só ir, descer do banquinho, jogar-se... Drogas,,,,chega uma menina agora aqui, vai lidar no computador,,,,vou ter que abortar meus planos de fuga, droga, e não há como deixar para depois, outras atividades, outras pessoas se misturam por aqui, consigo esconder o material , a corda, o martelo, o banquinho, como um menino arteiro me sinto agora,,, sei que ninguém vai entender nada, vou ter que dar explicação até pro Papa,,,,então um mixto de euforia e de comiseração se apodera de mim, não sei se ganhei, se perdi,,,mas continuo aqui, por aqui, fazendo parte desse todinho,,,,,vamos ver como será os próximos dias, ainda não tenho as respostas,,, A única cosa que sei com certeza é que tudo pode se resolver numa fração de segundos , sem volta, sem retorno, é o fim,,, tudo pode ser acertado num Átimo, num lance, num escorregão.


Pequeno poema apológico ao pobre Pobre é um bichinho interessante, até mesmo amarrado, ele sempre tem um jeitinho para sair elogiado, pobre incomoda o vizinho, pois vive comprando fiado, depois demora pagar, mas diz que não é culpado, Pobre quando é religioso, a Bíblia embaixo do braço, sai pregar em nome do Cristo, e o coração aos pedaço, explica que só trabalha , pela obra do Senhor, pode até negar as contas, mas se cre um bom pastor. Pobre é chegado a festa, carne de gado e galinha, faz festança toda hora, não sei de onde as latinhas mas as falhas no caderno, antes de pegar na linha, ele é muito escorado, e gosta de uma sopinha. Mas trabalhar , meu amigo, não marquei na canetinha. Tem pobre que é gente boa, passa até por gente fina , se precisar de um favor, ele não quer nem propina, se for ajudar o amigo, ele alcança a gasolina , empresta até a camisa, faz plantão lá na esquina, se souber lidar com ele, é um quentão com vitamina. Pobre algum por acidente, outros por necessidade, um que ainda vai a luta, não gosta de falsidade, pobre que é agradecido, e vai na simplicidade, mas tem pobre que é arrogante, arrimo da sociedade, só pensa em tirar vantagem , e apela pras malandragens enquanto que um pensa em Deus, o outro é só na bandidagem.


Sem-terra Então escutando ao longe Vejo-os chegar. Chegam armados Com picaretas, enxadas e pás. Trazem na fronte O cheiro da luta, O cheiro da terra, O cheiro da dor. Já não cantavam, vinham tentando, estavam ensaiando, um novo linguajar. Queriam terra, Queriam comida, Querem respeito, Direito á vida. Pobres sem-terras, Na dura lida, São por promessas, Nunca cumpridas.


Matemática Sou uma tônica, show magnético que tenho túnica macrobiótica. Sou igual fábulas de aritméticas, venho com fétido perfume mórbido. Caímos céticos vendo Pitágoras, e sua estúpida mesa de cálculos. Um tal de Báscara Com sua tétrica Fila numérica. Números próximos na escala métrica choramos sólidos na Matemática.


Comida Eu sou o resto da comida no te prato, sou a bagana, o toco, o escarrar. Sou o amanh達 da noite mal dormida, sou aposta, do amigo do bar. Sou o contacto mal contactado, Sou a geleira, o ferro de esquentar, passar.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.