SHIZENTAI
Sumario Historia do Karate Ginchin Funakoshi Dojo-kun 13
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Historia do Karatê aratê, Karatê, Karaté ou karate-do é uma forma de budo (caminho do guerreiro). Arte marcial japonesa que se originou em Okinawa e foi introduzida nas principais ilhas do arquipélago japonês em 1922. O karatê enfatiza as técnicas de defesa (bloqueios, socos e chutes) ao invés das técnicas de luta com projeções e imobilizações. O treinamento do karatê pode ser dividido em três partes principais: kihon, kumite e kata. Kihon é o estudo dos movimentos básicos. Kumite significa luta e pode ser executada de forma definida ou de forma livre. Kata significa forma e é uma espécie de luta contra um inimigo imaginário expressa em sequências fixas de movimentos.
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Arei patrum norum molusso licaper cepero vicavoctum et atatu const perudeliam sulemur apeci consim publii tampror aus cons sil hocae cavolum vivis, orbis comnocu piora? Solius, noximus oma, con senatiae ad inventra dendem nost vissidem ta, maximihil vereisse clumena, ut L. Fui furo es conferivid adductodit; inatur hoccia a senata, clabus prae opubliquod sidiorum det graridefaur, senimaximmo nihillared me pratimistra det fuides condit Catum actuam, testa, nos vicaelicur pridet publi, demque temqua vit? Dectui ina etilin nescre factusa quam, P. Scis. Mulius condam it? Ifes con publis num hortem dis? Ex nesumus horitravolum amdica intus, con iam untrede mquonsum arit verdi pat pratium adduc red centes? Nos bones patquampro ut pote tem diem sideat dum teraedo, queribus re consica pesint, nonscero a possillari iam unum hum etilius ad pora, ta iam. Eculto escris horbit vis mihili, ublis hi, et opos bondam potius, ut o C. Perte crem o ublibus, cus? Tiae atiorenit. Bem ave, intilibem ina, quo hoccidius rei eres est vivatiaedem audet virtemn esterid prorum parit. Si cit. Publicam sa ditis etia silii pordie cons Catum premni intis; ent, nem potem perfecus alabeme et addum in dere, simoena, nonsce tem sulego ad deo, sena, C. Um fit. Go morum. AhacNosulissuper accio vere, nors aceperte terei convert elicae dingul vivissim ta tabus habusse ndiores suntil virion tatu vic verfeciena, porei ina, C. Maedie peripio, vatiac optem tatquam pl. M. Nam dum quid autea quis vis, dum auctum horudam optessidiu in tessimanum inatiuro, fur, novere, novirtus conem obus, mei cus deesi factum facerid a nonenam. Scia ina, quit die criurbissu considen se patquit. Sen di firiam iam re aude concut vestique catum opte, pece
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Da India à China Figura 2. Monge Bodhidarma
m meados do século V, Bodhidarma, monge indiano, caminhou em direção à China para fundar um mosteiro budista. Seguidor do budismo de contemplação, ele desenvolveu técnicas sem armas chamadas Shao-lin-su-kempo. O objetivo era a manutenção da saúde e a auto defesa onde, através de exercícios penosos, pretendiam o fortalecimento do corpo para dar morada a paz de espírito e a verdade religiosa.
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Bodhidarma orientava seus discípulos para que através da observação das características de luta dos animais, desenvolvessem técnicas que mais se harmonizassem com seu interior, criando assim, cada um, estilo próprio. Tempos após a morte do monge, ocorreu a invasão mongol, fragmentando a China em vários reinos. O mosteiro foi incendiado. Os monges partiram em várias direções, transmitindo conhecimentos e difundindo estilos. A invasão mongol e posterior retomada do poder pela dinastia Ming (China), estimularam o aparecimento das técnicas de luta. Neste momento, a arte de combate militar esteve sobreposta à arte espiritual. A arte marcial evolui segundo as características e conhecimentos de seus mestres e das condições locais e culturais da população. Foi enriquecida pela soma de elementos retirados das lutas chinesas, mongóis e do Shaolin-su-kempo.
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Em Okinawa Figura 3. Masotoshi Nakayama
intercâmbio comercial e cultural entre a China e as ilhas vizinhas, possibilitou, especialmente em Okinawa, que na época pertencia à China, a introdução das técnicas de lutas chinesas. Ao final da dinastia Ming, Okinawa passou ao domínio japonês que para evitar a reação do povo nativo, proibiu uso de armas. Sob pressão militar, a população obteve nos utensílios de uso cotidiano e no próprio corpo, meios de defesa; cadeiras, cordas, mãos, joelhos e etc. se transformam em armas (Nakayama, 1987).
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Os treinos eram secretos e os alunos escolhidos. Cada mestre desenvolvia técnicas segundo suas características físicas e mentais, as características dos alunos e suas zonas de influência. O isolamento japonês no período medieval, nos séculos IX a XIX, contribuiu para que o povo nativo criasse um estilo próprio de luta, diferente de sua origem chinesa. A perseguição exercida pela classe dominante japonesa era tal que Okinawa (1885) chega a compará-la a perseguição sofrida pela capoeira no Brasil imperial. No inicio do século XIX, com a ruptura do isolamento, surgiram as armas de fogo, inibindo a utilização das lutas de corpo a corpo que quase desapareceram como arte guerreira.Tum fordiu ius perei sent autus occhuisPosulem horibus. Serips, conemumus defacchus iam terfirmandiFuremultum et vid const faci igilintrae cioris C. Natabit amdisse nonfirimiu me essula mene acchinterbes ortem aci.
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Ginchin Funakoshi O PAI DO KARATÊ MODERNO
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O segredo da vitória está em conhecer a si mesmo e a seu inimigo Gichin Funakoshi
AS DIVULGAÇÔES DO KARATÊ m 1902, durante a visita de Shintaro Ogawa, que era então inspetor escolar da prefeitura de Kagoshima, à escola de Funakoshi em Oquinaua, foi feita uma demonstração de te. Funakoshi impressionou bastante devido ao seu status de educador, ficando Ogawa tão entusiasmado que súbito escreveu um relatório ao Ministério da Educação elogiando as virtudes da arte. Foi então que o treinamento de karatê passou a ser oficialmente
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autorizado nas escolas. Até então a arte marcial só era praticado atrás de portas fechadas, o que no entanto não significava que fosse um “segredo”, porém havia certos mestres que procuravam manter seu conhecimento velado e dentro principalmentes de suas famílias e/ou dentro de um seleto e miúdo grupo. Ou seja, posto que não fosse um segredo a existência do
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karatê, mestres existiam que relutavam em ensinar ao público em geral e outros que procuravam impedir que outros mestres o fizessem. Por outro lado, as casas eram tipicamente muito próximas umas das outras, e tudo que era feito numa casa era conhecido pelas casas adjacentes. Enquanto muitos autores pregam o karatê como sendo um segredo àquela época, não era exatamente isso o que se encontrava na prática. O karatê era “oficiosamente” secreto... Contra os pedidos de muitos dos mestres mais antigo, que não eram a favor da divulgação da arte, Funakoshi, com o apoio de outros renomados mestres, como Kenwa Mabuni, Hironori Otsuka, Takeshi Shimoda, Choki Motobu e outros, levou a disciplina até o sistema público de ensino, mas principalmente com a ajuda de seu mestre Itosu. Logo, as crianças de Oquinaua estavam aprendendo os kata como parte das aulas de educação física. E, nesse meio-tempo, a redescoberta da herança étnica em Oquinaua entrou em voga, e as aulas de karatê passaram ser bastante apreciadas. Alguns anos depois, o Almirante Rokuro Yashiro assistiu a uma demonstração de kata. Essa demonstração foi feita por Funakoshi junto com uma equipe composta por seus melhores alunos. Enquanto ele narrava, os outros executavam kata, quebravam telhas, e geralmente chegavam ao limite de seus pequenos corpos. Yashiro ficou tão impressionado que
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ordenou a seus homens que iniciassem o aprendizado na arte. Funakoshi sempre enfatizava o desenvolvimento do caráter e a disciplina nas suas narrações durante essas demonstrações. Quando participava das exibições, gostava de executar o kata kanku dai, o maior de seu estilo, e talvez o mais representativo. Em 1912, a Primeira Esquadra Imperial da Marinha ancorou na Baía de Chujo, sob o comando do Almirante Dewa, que selecionou doze homens da sua tripulação para estudarem caratê durante uma semana. Foi graças a esses dois oficiais da Marinha que o karatê começou a ser comentado em Tóquio. Os japoneses que viam essas demonstrações levavam as estórias consigo quando voltavam ao Japão. Pela primeira vez na sua história, o Japão acharia algo na sua pequena possessão de Oquinaua além de praias bonitas e o ar puro.
DIVULGAÇÃO NO JAPÃO m 1921, o então Príncipe Herdeiro Hirohito, em viagem para Europa, fez escala na terra do karatê e assistiu a uma demonstração, liderada por Funakoshi, ficando muito impressionado. Por causa disso, no fim desse mesmo ano, Funakoshi foi convidado para fazer uma outras demonstração mas em Tóquio, numa Exibição Atlética Nacional. O convite foi de pronto aceito, acreditando ser esta uma ótima oportunidade para divulgar sua arte.
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A nova demonstração de kata foi um sucesso, o que culminou com o aparecimentos de muitos outros convites de demonstração e ensino regular do karatê. Funakoshi pretendia retornar logo para sua terra, mas no decorrer dos acontecimentos foi ficando na ilha principal do Japão. Uma das pessoas que pediu para que ele ficasse foi Jigoro Kano, o criador do judô e presidente do Instituto Kodokan, de quem se tornaria muito amigo. Funakoshi resolveu ficar mais alguns dias para fazer demonstrações de suas técnicas no próprio Kodokan.
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Algum tempo depois, quando se preparava novamente para retornar à sua casa, foi visitado pelo pintor Hoan Kosugi, que já tinha assistido a uma demonstração de karatê em Oquinaua, pedindo-lhe que ensinasse a arte. Mais uma vez sua volta foi adiada. Funakoshi percebeu então que se ele quisesse ver o karatê propagado por todo o Japão ele mesmo teria que fazê-lo. Por isso resolveu ficar em Tokyo até que sua missão fosse cumprida. No Japão, Funakoshi foi ajudado por Jigoro Kano, o homem que reuniu vários estilos diferentes de Jujutsu para fundar o Judo. Kano tornou-se amigo íntimo de Funakoshi, e sem sua ajuda nunca teria havido karatê no Japão. Kano o introduziu às pessoas certas, levou-o às festas certas, caminhou com ele através dos círculos sociais da elite japonesa. Mais tarde naquele ano, as classes mais altas dos japoneses se convenceram do valor do treinamento do karatê. Funakoshi fundou um dojô de karatê num dormitório para estudantes de Oquinaua, em Meisei Juku. Ele trabalhou como jardineiro, zelador e faxineiro para poder se alimentar enquanto ensinava karatê à noite. Em 1922, a pedido do pintor Hoan Kosugi, Funakoshi publicou seu primeiro livro, Ryukyu kenpo karate, um tratado nos propósitos e prática do Karate. Na introdução daquele livro ele já dizia que “...a pena e a espada são inseparáveis como duas rodas de uma carroça”. O grande terremoto de Kanto em 1º de setembro de 1923 destruiu as placas de seu livro, e levou alguns de seus alunos com ele. Ninguém morreu com o tremor, os incêndios que provocaram as mortes. O terremoto ocorreu durante a hora do almoço, no momento em que cada fogão a gás no Japão estava ligado. Os incêndios que ocorreram a seguir
eram monstruosos, e maioria da vidas perdidas se deveu ao fogo. Este livro teve grande popularidade e foi revisado e reeditado quatro anos após o seu lançamento, com o título alterado para Rentan goshin karate jutsu’. Em 1925, Funakoshi começou a pegar alunos dos vários colégios e universidades na área Metropolitana de Tóquio e nos anos seguintes esses alunos começaram a fundar seus próprios clubes e a ensinar karatê a estudantes destas escolas. Como resultado, o caratê começou a se espalhar desde o centro do império. No início da década de 1930, já havia clubes de karatê em cada universidade de prestígio de Tóquio. Mas por que estava Funakoshi conseguindo tantos jovens interessados em karatê desta vez? O Japão estava fazendo uma Guerra de Colonização na Bacia do Pacífico. Eles invadiram e conquistaram a Coréia, Manchúria, China, Vietnã, Polinésia, e outras áreas. Jovens a ponto de irem para a guerra vinham a Funakoshi para aprender a lutar, assim eles poderiam sobreviver ao recrutamento nas Forças Armadas Japonesas. O seu número de alunos aumentou bastante. Por volta de 1933, Funakoshi desenvolveu exercícios básicos para prática das técnicas em duplas. Tanto o ataque de cinco passos (Gohon Kumite) como o de um (Ippon Kumite) foram usados. Em 1934, um método de praticar esses ataques e defesas com colegas de um modo levemente mais irrestrito, semi-livre ( Ju Ippon Kumite), foi adicionado ao treinamento. Finalmente, em 1935, um estudo de métodos de luta livre ( Ju Kumite) com oponentes finalmente tinha começado. Até então, todo karatê treinado em Oquinaua era composto basicamente de kata. Isso era tudo. Agora, os alunos poderiam experimentar as técnicas dos kata uns com os outros sem causar danos sérios. Neste mesmo ano de 1935, foi publicado seu próximo livro, Karate-do kyohan. Este livro trata basicamente dos kata.
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道场训 Dojo-kun O CAMINHO DO GUERREIRO
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O que é o Dojo kun? Dojo kun é o conjunto de regras a ser seguido pelos praticantes de Karatê. É inspirado no Bushido. Diz-se que foi compilado forma atual por Kanga Sakukawa, aproximadamente em 1750 e seriam obra original do monge budista Bodhidharma, ainda na Índia, antigamente eram mais de 20 regras, mas um sensei conseguiu resumir apenas em cinco, para os ocidentais também as poderem aprender. São normalmente recitados no começo e no fim das aulas de karatê no dojo (local de treinamento). Sendo que o escopo é reforçar na mente dos praticantes a idéia de que a arte marcial é antes de tudo um instrumento de aperfeiçoamento pessoal, um modelo (de perseverança e temperança) que se deve levar para a vida cotidiana. Estes preceitos representam os ideais filosóficos do karatê e são atribuídos a um grande mestre da arte do século XVIII, chamado Tode Sakugawa. Em japonês, o Dojo Kun sempre começa com a palavra Hitotsu (primeiro), pois, para o pai do Karatê, todos os preceitos são importantes e devem ser exercidos igualmente.
DOJO KUN 一、人格完成に努むること HITOTSU! JINKAKU KANSEI NI TSUTOMURU KOTO! Primeiro, Esforçar-se para a formação do caráter! Significa que quem o recita deseja formar uma personalidade de valor
一、誠の道を守ること HITOTSU! MAKOTO NO MICHI O MAMORU KOTO! Primeiro, Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão! Significa que quem recita tem é em si mesmo e valoriza a honestidade
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一、努力の精神を養うこと HITOTSU! DORYOKU NO SEISHIN O YASHINAU KOTO! Primeiro, Criar o intuito do esforço! Significa que quem o recita tem a intenção de se esforçar cada vez mais pelos seus objetivos
一、礼儀を重んずること HITOTSU! REIGI O OMONZURU KOTO! Primeiro, Respeito acima de tudo! Significa que quem o recita valoriza os bons costumes e obedecer seus superiores e as autoridades
一、血気の勇を戒むること HITOTSU! KEKKI NO YU O IMASHIMURU KOTO! Primeiro, Conter o espírito de agressão! Significa que quem o recita condena a violência motivada pelo ímpeto