Cidade
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Desporto
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Reformados de Setúbal contra mais cortes
A equipa do Vitória joga esta tarde, às 18 horas, no relvado do Municipal de Vale da Rosa, o primeiro de três jogos particulares a realizar até sábado. Na agenda dos sadinos, há dois jogos com equipas treinadas por antigos técnicos vitorianos.
O alargamento da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) para as pensões acima de mil euros está a indignar muitos reformados setubalenses, que prevêem novas medidas de austeridade no futuro.
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QUARTA-FEIRA 06.AGOSTO.2014
N.º 68 | Ano I | 4.ª Série www. issuu.com/osetubalense
Suplemento
PÁGS I a IV
Comeres Beberes e Outros Prazeres Em mais uma edição deste suplemento, fomos conhecer os Comeres, Beberes e Outros Prazeres de Rui Canas, presidente da União das Freguesias de Setúbal. Para além da tradicional receita e sugestão de vinho, destaque ainda para a entrevista do administrador do Grupo Pestana Pousadas, Castanheira Lopes
Actualidade PÁG. 12
Festas da Tróia começam no Sábado É já este fim-de-semana que se realizam as tradicionais festas em honra de Nossa Senhora do Rosário de Tróia, com os tradicionais círios pelo rio de ida e volta, a procissão pela praia, na Caldeira de Tróia, e o fogo-de-artifício que encerra as festas no Domingo à noite.
Cidade PÁG. 07
Feira recebeu 300 mil visitas A Câmara de Setúbal garante que a média diária de visitas à edição deste ano da Feira de Sant’Iago foi mais de 29 mil, o que corresponde a um aumento de 16 por cento em relação a 2013. Assim, em apenas dez dias, a autarquia assegura que a feira nas Manteigadas recebeu muito perto de 300 mil visitas.
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“Sou respeitado por todos e tenho público de todas as idades” Cidade PÁG. 06 Em entrevista a O Setubalense, Toy confessa que o concerto que deu este ano na Feira de Sant’Iago foi o melhor que teve na cidade que o viu nascer e agradece o carinho ao público setubalense. Garante ainda que tem público de todas as idades e que tem a garantia dos produtores que as audiências sobem sempre que vai à televisão. DR
Desporto PÁG. 09
João Schmidt segue à Vitória pelo sonho de regressar à 'canarinha'
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Futebol para ver em Vale da Rosa
VER BEM NÃO CUSTA NADA
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BLOCO CLÍNICO
QUARTA FEIRA 06.AGOSTO.2014
Amamentação: um ganho para a vida
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ção entre esta prática e o cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. A Direcção-Geral da Saúde associou-se à data, destacando os “Cuidados Antecipatórios” do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil, e considera que deve ser promovido o aleitamento materno, em exclusivo, desde o nascimento até aos seis meses, sendo que só a partir dessa idade se deve promover uma maior diversificação alimentar.
Os benefícios do aleitamento materno O leite materno é um alimento vivo, completo e natural, adequado para quase todos os recém-nascidos, salvo raras excepções. As vantagens do aleitamento materno são múltiplas e já bastante reconhecidas, quer a curto, quer a longo prazo, existindo um consenso mun-
dial de que a sua prática exclusiva é a melhor maneira de alimentar as crianças até aos seis meses de vida. Tem vantagens para a mãe e para o bebé: o leite materno previne infecções gastrintestinais, respiratórias e urinárias; o leite materno tem um efeito protector sobre as alergias, nomeadamente as específicas para as proteínas do leite de vaca; o leite materno faz com que os bebés tenham uma melhor adaptação a outros alimentos. A longo prazo podemos referir também a importância do aleitamento materno na prevenção da diabetes e de linfomas. No que diz respeito às vantagens para a mãe, o aleitamento materno facilita uma involução uterina mais precoce, e associa-se a uma menor probabilidade de ter cancro da mama entre outros. Sobretudo, permite à mãe sentir o prazer único de amamentar. Para além de todas estas vantagens, o lei-
te materno constitui o método mais barato ato e seguro de alimentar mentar os bebés e, na maioria das situações, protegee as mães de uma nova a gravidez. No entanto, é fundamental que todas as seguintes condições sejam m cumpridas: aleitamento nto materno praticado em regime livre, sem intervalos valos nocturnos, sem suplementos lementos de outro leite, nem complementando ntando com qualquerr outro tipo de comida. da. Esta protecção pode prolongar-se -se até aos seiss meses do bebé e enquanto quanto a menstruação não voltar. Fonte: Portal ortal da Saúde aúde e UNICEF ICEF
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Amamentação: Um ganho para a vida!” é o mote da Semana Mundial do Aleitamento Materno, que começou a 1 de Agosto e decorre até amanhã. O principal objectivo da Semana Mundial do Aleitamento Materno, comemorada anualmente na primeira semana de Agosto, em mais de 170 países é promover a prática do aleitamento materno, fomentando a saúde dos recém-nascidos de todo o mundo. Esta data evoca a Declaração Innocenti, assinada pelos responsáveis da Organização Mundial da Saúde e da Unicef, em Agosto de 1990, comprometendo-se a proteger, promover e apoiar o aleitamento materno. Este ano, a Semana Mundial do Aleitamento Materno tem como lema: "Amamentação: Um ganho para toda a vida!" e assume uma forte rela-
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OPINIÃO
QUARTA FEIRA 06.AGOSTO.2014
Política
Perspectiva
Saber estar e saber mudar
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aros setubalenses esta minha crónica debruça-se como não podia deixar de ser no panorama nacional no caso do Banco Espirito Santo e noutro que nos é tão próximo que é a feira de Setúbal que se realizou na nossa cidade, na semana que passou. No que diz respeito ao caso BES tão falado nos últimos dias, o primeiro sentimento que me salta à ideia é o de uma profunda desilusão. Desilusão sim porque, seriam pessoas como estas, com posição excecional, que de alguma forma têm dominado o panorama económico, social e de grande influência política do nosso país, que tudo fazia crer que seriam pessoas de bem, referência para todos nós, que sabiam o que estavam a fazer, da melhor maneira, que acabaram por ser uma fraude. O negócio dos bancos é o de com credibilidade guardar as poupanças dos depositantes em troca de um prémio, os tão conhecidos juros dos depósitos
a prazo, para por sua vez outras pessoas dirigirem-se a esses bancos e pedir dinheiro para os mais variados fins, em troca do pagamento igualmente de juros e comissões. Logicamente que esta atividade tem riscos, mas é dever dos bancos nunca por em perigo as poupanças dos depositantes. Outro tipo de depósitos e aplicações existem mas, com o risco de perda combinado com os clientes e em troca de melhores prémios. Lamentável é quando o negócio bancário é deturpado e os fundos começam a ter percursos duvidosos em que o dinheiro originalmente depositado no banco é emprestado a pessoas e a sociedades de credibilidade duvidosa e depois não o devolvem. O que se passou no BES será porventura uma situação em que este circuito foi feito de forma errada, misturaram-se as coisas, o que é o negócio básico do banco e o que não se deve fazer com o dinheiro alheio, poderá vir a ser
considerado crime e resta-nos esperar pelos resultados da auditoria ao banco promovida pelo regulador, o Banco de Portugal e mais tarde se houver matéria de fato os tribunais. Ao contrário do que a maioria de todos vós possa pensar o estado tem de intervir para salvaguardar o interesse daqueles que de forma inocente ali colocaram os seus depósitos e não têm culpa do que se está a passar, muito bem também o estado fez a correta separação entre aquilo que é o negócio “core” do banco e os restantes ativos chamados tóxicos que estão a arrastar o banco para o desastre. Poderia ser dito que o regulador não esteve atento, mas é cedo para se tirar conclusões e aguardemos pelos resultados de forma serena. No que diz respeito à feira de Setúbal, o resultado esteve à vista de todos e acho que é tempo de mudar a sua localização para o centro da cidade, foi pobre em participação tanto de feirantes co-
O apocalipse
N Eduardo Moreira Pinto CDS Setúbal mo de visitantes e embora ainda não estejam feitas as contas, o resultado adivinha-se desastroso, porque talvez um dos maiores motivos da presença de visitantes deveu-se a eventos musicais com maior ou menor qualidade mas, tudo com despesas suportadas por todos nós. Temos uma feira desprovida de carater, sem inspiração setubalense, sem bairrismo, sem alma e que corre o sério risco, se continuar assim, a desaparecer. Também não menos preocupante é a sua politização, pois uma feira com o tema da de Setúbal “Abril Agora”, não tarda poderá transformar-se numa festa do Avante mas de qualidade bem mais inferior.
À luz da verdade
Festa de Nª. Sª. do Rosário de Tróia Expressão da alma varina
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estuário do rio Sado, no contexto português do património paisagístico e humano, constitui uma das pedras mais preciosas do brasão pátrio. Por aqui passaram os Vikings, os Normandos do Norte, os Celtas e os Iberos com raízes nos Lígures e nos Berberes. Depois foram os Fenícios,os Romanos e os árabes E foi precisamente também a epopeia ultramarina que veio buscar à foz do rio azul muitas das suas páginas mais gloriosas, porque daqui partiu S. Francisco Xavier, o grande apóstolo do Oriente. FREI AGOSTINHO DE SANTA MARIA, em "Santuário Mariano", de 1707, fala de uma festa a 15 de Agosto na capela de Tróia, feita pelos moradores de Setúbal. O Pároco de S. Sebastião, em "Informações Pa-
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roquiais", de 1758, cita DUAS FESTAS em AGOSTO, celebradas em Tróia, uma de camponeses e outra de marítimos, sob o nome de NOSSA SENHORA DOS PRAZERES, sendo ele responsável pastoral pela Península de Tróia. O capelão, diz ele, foi colocado ali por D. João V. M.M. PORTELA, no "Diário Histórico Setubalense", de 1915, fala da trasladação, em 1853, de uma imagem de Nª. Sª. de Tróia para Setúbal a qual estava numa capela junto das ruínas de Cetóbriga. O jornal "O Trabalho" refere-se à festa de Tróia, em 1901 e 1902, deduzindo-se facilmente que a iniciativa da reconstrução da capela e do reinicio das festividades de Nª. Sª. de Tróia se ficou a dever ao zelo pastoral do pároco de Melides. Já mais perto de nós, entramos num perío-
do do qual pouco ou nada sabemos. Como refere Jaime Pinho, em “Entre Urzes e Camarinhas. As Festas da Arrábida e de Tróia”, “para alguns períodos não se encontram referências da festa, na imprensa local, como as datas entre 1902 a 1929. No entanto, os testemunhos orais são bastante concludentes no sentido de preencherem alguns vazios. Somos levados a crer que a festa, durante este período, se veio a concretizar, com alguma regularidade. A justificação para estes lapsos poderá encontrar-se no facto de, antes de 1945, a festa ser regida pelo pároco de Melides” No entanto, João Afonso Lopes ( o "João Sacristão" ), homem bem informado e testemunha ocular, que após muitos anos da vida de pescador, exerceu o cargo de sacristão
Pe. Álvaro Teixeira na igreja de S. Sebastião, afirma que a última vez que a festa foi feita foi em 1928 - tinha ele 14 anos e que não voltou a fazer-se até que, em 1945, os sacristães da cidade, liderados por ele, retomaram a festa, a 15 de Setembro, presidida pelo Pe. Nabais, dos Missionários do Coração de Maria, organizando eles a festa até 1947. Em 1948, entregaram-na aos pescadores que a têm tido a seu cargo até aos dias de hoje.
ão sei quando começou a “praxe” em Coimbra! Formei-me na sua vetusta Universidade, e já nos anos quarenta a cidade andava ao toque da “cabra” – o sino da torre da Universidade – que assinalava a proibição dos alunos do primeiro ano (os caloiros) de andar na rua. A “cabra” assinalava uma das características da “praxe” académica, e os “caloiros” podiam ser “apanhados” pelas trupes de alunos mais velhos. Os caloiros podiam, durante o dia, ser “mobilizados” pelos “doutores” para serem utilizados a seu belo prazer – mas sempre com graça e “gozo”, mas nunca violência ou qualquer forma insultuosa. Os caloiros aceitavam as normas decretadas pela autoridade máxima da praxe, o “dux veteranorum” e havia uma espécie de “constituição”, o “palito métrico”. Uma serie de normas assinalavam a marcha do estudante no seu percurso académico. No quarto ano usava um laço com a cor da sua faculdade – “o grelo” – depois no quinto ano passava a usar as fitas largas e finalizava com a “queima das fita” que assinalava o fim da vida académica. Fazia parte dessa “praxe” o aluno ser “rasgado” e ficar apenas com o colarinho e sua capa negra, após o último exame. Lembremos que há muitas décadas só entrava para a Universidade gente que hoje poderemos classificar como da classe alta e a “praxe” era no primeiro ano um ritual que assinalava a entrada do estudante para a classe mais letrada. Assim também o rasgar das vestes académicas era igualmente um ritual de entrada na vida real, na vida activa da sociedade. Antes da democratização do ensino havia mesmo na cidade de Coimbra uma certa diferenciação entre os académicos – os” doutores” – e o resto da população – os futricas -.Tudo isto era uma tradição antiga aceite pelos estudantes de bom grado, e não havia quaisquer formas de “rebaixamento” ou de utilização de actos menos respeitosos e ofensi-
Mário Moura vos á dignidade da pessoa. Outras universidades foram sendo criadas e , especialmente nas mais modernas, foram sendo criadas imitações da praxe coimbrã. Só que com o decorrer dos anos as nossas sociedades foram perdendo valores, a vida social foi-se degradando com práticas mais individualistas, mais egoístas, mais permissivas á violência e ao desrespeito da lei. Na sociedade em geral a vida colectiva degradou-se, os comportamentos desviantes tornam-se correntes e a juventude, cuja formação depende dos ambientes familiares e sociais, foi assimilando uma forma de liberdade de acção que , muitas vezes, não conta com a dignidade da pessoa humana. Vêm estas considerações a propósito do caso da praia do Meco que vitimou vários jovens na flor da vida , sendo tudo relacionado com a “praxe” académica. Na minha perspectiva estamos perante um acidente relacionado com uma “praxe” inquinada pelos males da nossa sociedade. Tal infeliz acidente é, no meu ponto de vista, apenas um sinal evidente da degradação dos princípios que (des)enformam a nossa sociedade. Por isso é notável o parecer dos nossos juízes afastando qualquer hipótese de crime. Compreendo a angústia das famílias das vitimas, mas imagino também toda a angústia do único sobrevivente da tragédia, pela maneira como o assunto tem sido tratado pelos jornais e televisões sensacionalistas. O problema não é a “praxe”, é a degradação da sociedade em que vivemos.
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CULTURA/AMBIENTE
QUARTA FEIRA 06.AGOSTO.2014
Ateliers de Verão encerraram com festa para 400 pessoas
O
s participantes da 18.ª edição dos “Ateliers de Verão” mostraram, numa festa, realizada na Sexta-feira à noite, no Auditório José Afonso, em Setúbal, o que aprenderam nesta iniciativa municipal de ocupação de tempos livres. Demonstrações de guitarra, zumba, hip-hop, capoeira, expressão dramática, danças latinas e do mundo animaram as mais de 400 pessoas presentes no espectáculo dinamizado no Largo José Afonso, espaço equipado com bancas de exposição dos trabalhos produzidos nas diferentes oficinas. Cerca de 700 pessoas participam até Sexta-feira, dia 8, nos 86 ateliers temáticos promovidos pela Câmara de Setúbal em parceria com diversas instituições concelhias, destinados a crianças e jovens
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A iniciativa promove a ocupação de tempos livres
entre os seis e os 18 anos e seniores com mais de 65. A vereadora da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, sublinhou que os Ateliers de Verão proporcionam “experiências singulares” ao despertarem a “aquisição de conhecimentos, a descoberta de aptidões e o desenvolvimento de competências pessoais e sociais”. As diversas actividades, desde o desporto à aventu-
ra e ao movimento, passando pelas artes, ofícios e informática/multimédia, dinamizado “numa perspectiva também formativa”, promovem, igualmente, o “exercício de uma cidadania responsável facilitadora da participação social”, reforçou a vereadora. Carla Guerreiro destacou ainda a vertente inter-geracional do projecto, introduzida em 2010, numa partilha de experiências entre miúdos
e graúdos nalguns ateliers. Neste âmbito, pretende-se “assegurar a autonomia da população sénior, promover a inclusão social e contribuir para uma maior solidariedade”, vincou. A autarca referiu ainda que “o sucesso desta iniciativa não seria possível sem o apoio dos agentes socioeducativos”, entidades de carácter social, escolas, associações de pais, estruturas juvenis, colectividades, associações culturais e/ou desportivas, que participam na dinamização dos ateliers. Os Ateliers de Verão 2014, realizados entre 24 de Julho e 8 de Agosto, são uma resposta para ocupação dos tempos livres de crianças e jovens no período de férias escolares. Além disso, encorajam o diálogo entre gerações, nomeadamente através da dinamização de actividades conjuntas.
Crónicas do Sado
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gem, de invernada ou de nidificação. No grupo dos mamíferos, estão identificadas espécies como a geneta, o texugo, a raposa, o saca-rabos, a lontra e o emblemático golfinho, da espécie Roaz, símbolo deste Estuário e da cidade de Setúbal. O Roaz tem como nome científico Tursiops truncatus, é um mamífero marinho que pertence à ordem dos cetáceos, onde estão identificadas cerca de 80 espécies diferentes de baleias, golfinhos e botos. Para melhor identificar esta espécie, basta lembrarmo-nos dos golfinhos que normalmente se vêem nas séries de televisão, como o "Flipper", ou nos parques zoológicos, onde vivem num cativeiro mais ou menos tolerável, conforme as circunstâncias. À excepção das regiões polares, os roazes têm uma ampla distribuição mundial. Habitam as águas frias, temperadas e tropicais de todo o mundo, podendo ser encontrados tanto em baías, estuários e águas costeiras, como nas águas profundas dos oceanos.
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Ananda Cooperativa Cultural, com sede em Setúbal, vai promover na Arménia, em colaboração com a World Independent Youth Union, um projecto denominado “Building Peace in Caucasus”, co-financiado pelo Programa Juventude em Acção. De 7 a 15 Agosto, em Tsaghkadzor, Arménia, 17 líderes juvenis e coordenadores de projectos de várias ONG’s (Organizações Não Governamentais) de sete países (Portugal, Espanha, Holanda, Turquia, Arménia, Rússia e Georgia), reúnem-se com o objectivo de “conhecer a realidade da juventude na região do Cáucaso e de entender melhor o trabalho que os líderes juvenis e as várias ONG’s fazem na área da Educação para a Paz e da
Construção da Paz nas regiões de conflito armado”, refere a Ananda. Cáucaso é o nome dado à região da Europa oriental e da Ásia ocidental, entre o mar Negro e o mar Cáspio, que marca uma das fronteiras entre a Europa e a Ásia. A região do Cáucaso é formada pela Geórgia, Arménia e Azerbaijão. A Ananda é uma Cooperativa Cultural sem fins lucrativos, com sede em Setúbal, fundada em 2009 por “um grupo de interessados na temática do diálogo intercultural”. Neste momento, a Ananda desenvolve actividades tais como seminários, conferências, formações, workshops, intercâmbios e outras actividades que “promovam a consciência cultural de forma inovadora, através da educação formal e não formal”.
Cinema
O Estuário do Sado e os Golfinhos rio Sado nasce no Baixo Alentejo, na serra da Vigia, e percorre uma distância de cerca de 180 km até à sua foz, na baía de Setúbal. O percurso do Sado é invulgarmente orientado de sul para norte e noroeste. O Sado entra na sua zona estuarina a partir de Alcácer do Sal, onde a salinidade da água do mar se começa a sentir, pela mistura da água doce do rio com a do oceano salgado. O estuário do Sado é o segundo maior de Portugal e uma grande parte do seu interior está classificado como área protegida, devido à sua beleza, elevada produtividade biológica e riqueza do ecossistema. Constitui uma área extensa e pouco profunda, com vastas zonas de sapal que são verdadeiros berçários de diferentes espécies. Habita no estuário toda uma diversidade de espécies. Regista-se uma grande variedade de moluscos, crustáceos e de peixes. Quanto à avifauna, mais de 200 espécies de aves utilizam o estuário como zona de residência, de passa-
Cooperativa Cultural Ananda promove novo projecto na Arménia
Alguns dos nomes pelos quais são designados vulgarmente põem em evidência características próprias desta espécie *. Em francês, "grand dauphin", por serem um dos maiores delfinídeos - dos quais a orca é o maior. Em português, "roaz" ou "roaz-corvineiro", o termo deriva de "roer" e de "rasgar". Os pescadores relatam que estes golfinhos rasgam as suas redes de pesca para "roubar" o peixe. "Corvineiro" está associado às corvinas, alimento dos golfinhos outrora abundante no Sado. Os roazes machos podem atingir 4 metros e pesar cerca de 300 a 500 kg. As fêmeas são ligei-
ramente mais pequenas. Em estado selvagem podem ultrapassar os 45 anos de idade. A população residente de roazes no estuário do Sado e na costa marinha adjacente é única em Portugal e umas das poucas populações europeias que vive em estuários. Protejamos entre todos os Golfinhos do Sado.” Maria João Fonseca / Pedro Narra (Vertigem Azul) * Nome comum em outras línguas: (inglesa) Bottlenose dolphin ; (espanhola) Delfín mular; (francesa) Grand dauphin ou souffleur ; (italiano) Delfino maggiore ; (alemão) Hochcöplige Tümmler ; (japonês) Hando iruka PEDRO NARRA
Auditório Municipal Charlot
1 AVIÕES: EQUIPA DE RESGATE (Versão Dobrada em Português) De 7 a 13 de Agosto - Diariamente às 21h30; Sábado e Domingo às 16h00 e às 21h30
Sinopse:
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ilme de Animação para maiores de seis anos. Quando o corredor aéreo mundialmente conhecido Dusty descobre que o seu motor está danificado e que poderá nunca mais correr, vê-se obrigado a mudar de rumo e é lançado no mundo do combate aéreo aos incêndios. Dusty une forças com o helicóptero veterano de resgate e de combate aos incêndios Blade Ranger e à sua equi-
pa corajosa, incluindo a espirituosa avião tanque Dipper, o helicóptero de carga pesada Windli er, a ex-avião de transporte militar Cabbie e um conjunto animado de veículos todo-o-terreno conhecidos como Os Bombeiros Paraquedistas. Junta, a equipa destemida combate um incêndio destruidor e Dusty descobre o que é preciso para se tornar num verdadeiro herói. DR
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osé Coelho é técnico de pneumáticos na firma Martins, Coelho & Nascimento, em Setúbal, da qual é proprietário com o seu irmão. O negócio foi deixado em herança pelo pai e José Coelho tenta manter a tradição cumprindo um serviço com o rigor e o profissional desde há muito reconhecidos pelos seus habituais clientes. “Comecei a aprender os contornos da profissão aos quinze anos. Como o meu pai era um dos sócios da oficina incutiu-me o gosto e desenvolvi uma aptidão natural”, recorda José Coelho. Sobre a profissão e suas nuances este técnico acredita que “não há profissões difíceis. Cada uma tem o seu grau próprio de exigência e conhecimento. Neste caso específico, primeiro temos que saber o que é um pneu e conhecer alguns órgãos de um carro. É necessário ter conhecimentos básicos sobre cada modelo de pneu, modelos dos carros e maquinaria que facilita o nosso trabalho. Nos últimos anos
houve uma notória evolução em termos de apoio técnico. Quando comecei, ainda desmanchávamos os pneus e as jantes à mão. Esta é uma profissão exigente e isso começa logo pelo próprio cliente. Para além de técnicos temos que ser vendedores e dar aconselhamento para que o cliente se sinta seguro do nosso trabalho”. Sobre os serviços que uma oficina de pneumáticos pode oferecer, José Coelho não tem dúvidas de que o leque de oferta teve que ser ampliado para maior satisfação do cliente e rentabilidade do próprio negócio. “Há 36 anos atrás, por exemplo, só se desmanchavam e montavam pneus, equilibrava-se as rodas, alinhava-se a direcção e reparavam-se furos. Com os tempos tivemos que ampliar a oferta e hoje, para além desses serviços, fazemos outro tipo de trabalhos rápidos como mudar discos, pastilhas, óleo, foles de transmissão, focagem de faróis e outras pequenas intervenções”. Questionado sobre a possibilidade de um jovem poder ingressar na profissão e vislumbrar algum futu-
ro, José Coelho aponta alguns requisitos necessários para uma boa performance. “Nesta profissão tem que haver gosto, tal como noutra qualquer. Isso é a base para se singrar em qualquer profissão. Por outro lado, exige-se responsabilidade, profissionalismo e uma aprendizagem adequada ao desempenho da própria profissão”. Outrora em voga em todas as oficinas de pneumáticos, os pneus recauchutados perderam algum espaço no mercado e José Coelho explica os porquês: “Os custos já não compensam a recauchutagem dos pneus ligeiros. Isso também se aplica aos pesados e industriais. Se o cliente quiser nós arranjamos pneus recauchutados mas, hoje em dia, é muito raro”. Esta profissão acarreta alguns perigos, por isso é exigente e carece de conhecimentos técnicos aprofundados. “Esta é uma profissão muito técnica e exigente. Trabalhamos com pressões e medidas exactas. O simples facto de se poder dar mais pressão a um pneumático pode levar ao seu rebentamento que pode causar ferimentos gra-
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ves que, nalguns casos, acabam mesmo por serem fatais. Temos que ter um conhecimento muito alargado e tomar todas as precauções e medidas de segurança”, relembra. Finalmente sobre a própria rentabilidade do negócio José Coelho está convencido de que “já foi mais rentável. Hoje a concorrência torna o negócio mais complicado. O próprio poder económico do cliente, que habitualmente é baixo, também torna o negócio pouco rentável. As percentagens na venda do material também são baixas”, conclui.
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CIDADE
QUARTA FEIRA 06.AGOSTO.2014
Toy tem a garantia dos produtores
“Quando apareço na televisão as audiências sobem” Toy regressou ao palco Setúbal, da Feira de Sant’Iago para um concerto que prometia uma grande produção e glamour. No início a falta de luz quase que estragava o ambiente, mas acabou por correr tudo bem.
A
companhado da sua banda e das coristas, o artista setubalense cumprimentou o público e entregou-se a um espectáculo que, no entanto, não começou de feição devido a duas demoradas quebras de energia que obrigaram o cantor a refrear os ânimos e quase deixaram o público exasperado. Valeu a experiência de Toy e o carinho que a plateia sente pelo artista entoando as suas canções como forma de amenizar os muitos minutos perdidos na reparação do problema. Por isso Toy sente-se reconhecido e agradecido. “Tenho que agradecer ao público que soube esperar sem constrangimentos e com entusiasmo pelo reinício do espectáculo nas duas vezes em que a energia quebrou. A partir daí foi o melhor espectáculo que já me aconteceu na minha cidade. Penso que transformei o que poderia ser um desânimo num incentivo para mim e para o meu grupo de trabalho. O público, felizmente, soube compreender e respeitar a anomalia”. Toy é detentor de uma carreira longa e consolidada. Passo a passo, ano após ano, espectáculo sobre espectáculo o artista tem vindo a cativar cada vez mais adeptos confirmando, ao mesmo tempo, uma qualidade que é apanágio da sua carreira. “Canalizei todas as energias do meu ser para um objectivo que despontou em mim ainda muito novo. Com apenas cinco anos já queria ser cantor e já tocava bateria improvisada nos tachos e panelas na cozinha da minha mãe, com duas colheres de pau nas mãos. Isto já nasceu comigo. Mas a luta é de todos os dias. Uma carreira nunca está consolidada, por isso tracei alguns objectivos a cumprir. Primeiro tinha que gravar um disco, Depois ser, finalmente, reconhecido pelo pú-
DR
"Foi o melhor espectáculo que já dei na minha cidade, depois de resolvida a quebra de energia" blico pelos meus momentos televisivos. Para além disso, tinha que ser também reconhecido publicamente, na rua, em todo o lado. Quis, ainda, que o público entendesse qual o meu nível de qualidade artística. Assim foi possível calar os adjectivos “popular” ou “ligeiro”, etc., e trocá-los pelo adjectivo “Toy/músico”. Finalmente ser respeitado por toda a gente e ter público dos oito aos oitenta e oito anos nos meus espectáculos. Tudo isto está conseguido”. Por isso, o cantor é hoje uma das mais importantes figuras do meio artístico que gravita nos programas televisivos. Toy percebe o fenómeno e assegura que tal mediatismo não acontece por acaso: “Segundo a informação que me é dada pelos produtores de TV, quando apareço as audiências sobem. Penso que isso se deve à minha postura músico/social. Quando falo na TV faço pensar o espectador. Sinto que as minhas opiniões fazem o sentido da frase: penso, logo existo. As pessoas hoje não têm tempo para pensar e eu tento fazer com que pensem na realidade da vida”. Apoiante incondicional de Maria das Dores Meira e da CDU, em Setúbal, o artista pensa que a sua proximidade com a presidente do município e o trabalho desenvolvido pela coligação PCP/ Verdes, se tem traduzido num trabalho a bem do nosso concelho: “Co-
Toy tem uma longa carreira e é um dos artistas mais acarinhados pelo público setubalense
mo setubalense estou contente com o trabalho realizado dentro do que é possível fazer-se mediante regulamentos e leis deste país. Muito haverá ainda por fazer, mas mantenho a confiança na nossa presidente que é uma pessoa que abdicou de uma actividade profissional muito lucrativa, enquanto advogada, por amor a uma cidade”: Há quem fale na crise dos espectáculos e na sobrevivência dos artistas cada vez mais difícil e comprometida. Ágata, por exemplo anunciou, na passada semana o fim da sua carreira para o final do corrente ano, admitindo que lhe faltam espectáculos e oportunidades. Toy, não alinha
pelo drama e defende, inclusivé, que a música, a par do vinho continuam a funcionar a todo o vapor. Mas o cantor explica os contornos da afirmação: “Acho que não há drama para os artistas. Talvez alguns colegas dramatizem a situação (não sei se é o caso da Ágata), para, legitimamente, poderem atingir objectivos tirando algum proveito dessa situação. Penso que a crise não atingiu o mundo do espectáculo no nosso país. Aliás, estou convencido que a música e o vinho são os sectores que melhor funcionam em Portugal, porque sempre se bebe um copo na festa que é para esquecer a crise e as agruras”, diz
"Com apenas cinco anos, já queria ser cantor e já tocava bateria improvisada nos tachos e panelas na cozinha da minha mãe" convicto. Sobre a evolução comparativa entre o chamado “nacional cancenotismo” vigente nas décadas de 50 a 80 do último século, e a chamada música popularucha ou pimba que se lhe seguiu, Toy não se detém em comparações: “Cultura, cultura,
cultura! Não há? Faz-se a albarda à medida do burro…”. O divórcio terá sido uma das mais complicadas fases da vida do cantor. As denominadas revistas cor-de-rosa fizeram correr tinta e venderam com as histórias da vida íntima do artista. No entanto, a sua postura e os amigos acabaram por lhe valer um saída auspiciosa do problema tornando o cantor mais forte e dono das suas convicções. “Gosto muito de ter os amigos perto de mim, mas os inimigos ainda mais perto. Fui um alvo a abater e foi no único “crime” que cometi, o divórcio, que me tentarem deitar abaixo. Quero agradecer às pessoas que me entendem e me conhecem melhor do que eu pensava e me puseram mais em cima do que, afinal, eu já estava”, esclarece. Finalmente, a sua responsabilidade enquanto autor, compositor e produtor para com a música e o espectáculo em Portugal. Afinal por que diapasão afina Toy e que estratégia define para ajudar outros colegas a singrar na vida artística? “Como autor, compositor e produtor estou a trabalhar muito menos, não por falta de solicitações mas por as mesmas não serem do meu agrado. Hoje faço uma selecção pela responsabilidade que tenho enquanto músico e agente cultural devidamente reconhecido no país”. E o cantor lá continua a cumprir uma agenda de espectáculos que se estende ao longo de todo o país e pelas comunidades portugueses radicadas pelo mundo. O autor de “Chama o António”, “Estupidamente apaixonado”, ou mesmo “Champanhe e amor” mantém-se fiel ao princípio de que a sua maior vocação é a de cantar e tornar os outros mais felizes com as suas canções.
CIDADE
QUARTA FEIRA 06.AGOSTO.2014
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MARISA BATISTA
Alargamento de cortes indigna reformados de Setúbal facilitar o ultrapassar de grandes dificuldades”. “Os jovens não encontram emprego e aqueles que o têm estão sob condições miseráveis”, explica Lúcia Azevedo, acrescentando que é aqui que “os mais velhos entram, intercedendo pelos membros mais novos da família, mas o Governo nem isso compreende”. Por seu lado, António Vieira, com 70 anos, reflecte sobre os deveres de todos no auxílio ao país num momento bastante frágil por que a economia passa mas inviabiliza a eficiência des-
tas medidas que só servem “para diminuir o poder de compra ainda mais”. “É verdade que as reformas deixaram de ser sustentáveis há muito tempo com a diminuição da participação à Segurança Social por parte do corpo laboral, mas não é através do corte nestas que se encontram as soluções”. José Magalhães, com 74 anos, entende que deve ser através duma política mais forte e eficaz de criação de emprego que o Governo deve apostar porém, “por este ser um caminho mais complicado, opta-se pelo mais
viabilização do alargamento da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) para as pensões acima de mil euros, por parte do Tribunal Constitucional, está a indignar muitos reformados setubalenses, que prevêem novas medidas de austeridade num futuro próximo. A nova contribuição baixou então o patamar de incidência da taxa de 1350 para os mil euros, com as taxas a começar nos 3,5 por
cento, para pensões superiores a mil euros brutos, e a chegar a 10 por cento para quem ganha 3.750 euros. O Setubalense foi à rua falar com reformados e pensionistas e o desagrado com esta notícia foi visível, bem como algum sentimento de revolta e desilusão face “às políticas que visam afundar o povo em vez de promover o crescimento económico”. Lúcia Azevedo, reformada com 68 anos de idade, demonstra preocupação face ao futuro, já que tem de ajudar os filhos e netos e “esta medida em nada vem
Noite de fados anima Fonte Nova
Feira teve mais de 300 mil visitas em dez dias
POR ROGÉRIO MATOS
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3 Reparos
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Grupo Desportivo da Fonte Nova promove este Sábado, dia 9 de Agosto, mais um jantar animado com noite de fados, que terá lugar às 19h00, na sede da colectividade. Vão actuar Nuno de Aguiar, Sónia Colaço, Milene Candeias, Nuno Freud, Jessica Crespim, Susana Almeida, Georgete Jesus, Octaviano Sales e Lena Silva, acompanhados à guitarra por Rui do Cabo e à viola por Albano Almeida e Freud Mamede. Haverá ainda declamação de poesia e segue-se um baile animado por Vasco Fernando.
A
qual contou com uma média diária de afluência de 25.750 pessoas”, refere a autarquia em comunicado. Com este aumento, a Câmara de Setúbal considera que está consolidado “o sucesso deste tradicional certame” no Parque de Sant’Iago, nas Manteigadas, onde se realiza pelo décimo ano consecutivo. O último dia, no Domingo, voltou a ser o de maior afluência de público, com mais de 46 mil pessoas a passarem pela feira numa noite em que actuaram Anaquim e Pedro Abrunhosa. Houve ainda vários dias com mais de 30 mil visitantes, como o primeiro, a 25 de Julho, em que actuou
medida constitucional, contra seis que a declararam contra a Constituição. O dirigente sindical refere ainda que o cerne do problema por que passam os reformados não é tanto a aprovação de mais um corte mas os aumentos dos impostos que vão surgir, como o possível aumento do IVA, o aumento do custo de bens essenciais como a electricidade, gás e água, sendo que neste ponto “há que salientar a privatização da EGF, accionista maioritária das Águas de Portugal”.
Reparámos que na descida da Avenida Jaime Cortesão, os semáforos antes de chegar ao Quartel da GNR, estão pouco visíveis, uma vez que estão tapados pelas árvores de grande porte que estão no passeio. Muitos automobilistas só se apercebem mesmo da cor do sinal quando já estão praticamente em cima do cruzamento. Reparámos que na Travessa Gaspar Agostinho, por detrás da Igreja de Santa Maria, onde está localizado O Setubalense e a Tipografia Rápida, muitas vezes, de manhã, estão vários sacos de lixo encostados aos prédios, o que revela alguma falta de civismo e de respeito para com os outros. Os contentores de lixo existem e não estão assim tão longe.
A Noite Factor X, em que actuou D8, foi uma das mais concorridas
Feira de Sant’Iago recebeu perto de 300 mil visitas este ano, segundo dados revelados pela Câmara de Setúbal. A autarquia refere que a edição deste ano recebeu “um total de 299.502 visitantes monitorizados por elementos da empresa que fez a segurança no recinto durante os dez dias do evento”. Estes números representam um “aumento de 16 por cento relativamente à média de afluência diária” registada em 2013. “A média de 29.950 visitantes diários na Feira de Sant’Iago 2014 supera o valor observado na edição transacta, com 16 dias, a
fácil e pelo curto prazo, no corte das reformas de quem não tem culpa nenhuma do rumo que o país tomou”. Neste sentido, Luís Leitão, dirigente sindical da União de Sindicatos de Setúbal da CGTP, entende que “independentemente de esta medida não afectar a população reformada mais carenciada e com pensões miseráveis, reduz em grande parte o poder de compra e o auxílio prestado por estes aos familiares que passam por grandes dificuldades”. Na votação à medida no TC, sete juízes consideraram a
Face e Nelson Freitas, a par de dia 1 de Agosto, num espedtáculo com Lucky Duckies e da noite “Factor X”. O Dia das Famílias, a 27 de Julho, voltou a registar uma grande afluência de público, com perto de 32 mil pessoas que assistiram a um espectáculo com Ruca, as Princesas e os Três Porquinhos, ao início da noite, e, mais tarde, com Toy. Nos dez dias da Feira de Sant’Iago marcaram presença um total de 208 feirantes e stands institucionais e do tecido empresarial, artesanato, tasquinhas e divertimentos variados, com destaque para uma roda gigante.
Reparámos que na Avenida de Moçambique, ao lado da passadeira em frente ao café/pastelaria Docinho de Mel, existe um caixote de lixo que está muito próximo da estrada, numa zona onde o piso está um pouco inclinado. Além disso, não tem qualquer protecção que o impeça de rolar para a estrada, algo que já aconteceu em dias de mais vento e chuva. DR
Para fazer reparos, pode contactar O Setubalense através do telefone 265 092 633 ou enviar para o email: redaccao@osetubalense.com
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HUMOR/LAZER
QUARTA-FEIRA 06.AGOSTO.2014
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Palhaço em noite de Verão
A
noite prometia. Ah, se prometia. Era a noite mais aguardada do ano para mim e para a minha Alzira. Mais que as marchas populares, ou que a Feira de Santiago, ou mesmo que um Vitória-Benfica. Era a noite de todas as noites, a mais desejada por um casal folião privado de brincar ao Carnaval em tempo útil por causa, dizem eles, da chuva e do frio. Quer dizer, brincámos na Palhavã, nos bailaricos. Mas corso é corso e, como uma vez mais não tivemos corso, a noite era ansiosamente esperada por nós. Estou-me a referir ao Carnaval de Verão de Setúbal. Sim, isso mesmo, anunciado a plenas parangonas na cidade, o carnaval de todos nós, com muita animação e foliões. É pá, ganda cena, que bom. Eu e a Alzira acordámos felizes e super-excitados. Queríamos que as horas passassem a voar até à noite para podermos sair no corso de verão. Tomámos o pequeno-almoço, depois almoçámos um peixinho leve e o jantar foi um caldinho para não encher muito a barriga. O que nós queríamos era diversão, dançar, pular, enfim dar azo à nossa fantasia. As máscaras estavam escolhidas. Eu de palhaço, a Alzira de enfermeira, daquelas que usam grandes decotes e mini-saia. Quero lá saber. A minha mulher o que tem é para mostrar, ainda mais no carnaval, hómessa… Bem, lá chegou a hora em que saímos para o Carnaval de Verão de Setúbal. Nunca tínhamos participado. Agora é que era. Fomos a pé até
ao jardim da beira-mar. Claro que ouvimos umas bocas no estilo “ó palhaço o carnaval já acabou”, ou “olha a gaja é boa comó milho, só é pena é andar com um palhaço”. Nada de monta, enfim a gente suporta tudo. Chegados à beira-mar perguntámos onde era o desfile e como poderíamos participar. Fomos informados que o desfile era ali mesmo só que não podíamos participar. O quê? Revoltei-me. Verdade, revoltei-me mesmo. Então isto não é o carnaval de Setúbal? Os tipos lá me explicaram que sim mas não era para foliões mas sim para as escolas de samba. Epá, aí é que me saltou a tampa e tive quase para dar duas bofetadas na Alzira, para não partir a cara a ninguém… Mas como sou um tipo pacífico lá me detive e aguardei pelo desfile das escolas de samba, só para ver o que era aquilo. É que no fundo eu estava à espera dos palhaços de Setúbal, das matrafonas, dos carros alegóricos e dos nossos reis. Esse é que é o carnaval de Setúbal. Bom, esperámos mais de uma hora, ali, em pé, feito um grande palhaço no meio daquela gente com ar sisudo que continuava a gozar connosco. Disse à Alzira: “Ó mulher, fomos enganados”. Lá começou então o desfile. Escolas de samba. Primeiro os porta-estandartes que rodopiavam pareciam o carrossel do “Oito”. Depois três ou quatro boazonas a sambar o que sabiam e podiam exibindo bons decotes e fios dental que nem a minha Alzira é capaz de competir. Logo a seguir, ó meus amigos, vinha a brigada do reumá-
tico, parecia que as portas de uma qualquer clínica de geriatria se tinham abertos e o pessoal havia saído à rua. Era mesmo a tremura dos 70 a bater o pé e a castanholar a placa de dentes. Mais atrás a batucada infernal. Aliás, os tipos até tocavam bem mas o feedback que saía das potentes colunas instaladas nas carrinhas de apoio acordaram um velhote que estava ao nosso lado e que já roncava a bom roncar. Ah, quase já me esquecia do jardim-de-infância que desfilava antes das boazudas. Crianças de 7/8 anos vestidas com penas brancas a sambar pela avenida. A minha Alzira dizia que pareciam as codornizes que tinha feito para o jantar do dia anterior. E não é que que as meninas até usavam fio dental? Acreditam? Filha minha não vinha naqueles propósitos, não… E depois cada escola distava 15 minutos da seguinte, o que quer dizer que a coisa deve ter acabado já pela manhã. Meia-noite fomos para casa e o desfile nem a meio estava. Li e ouvi, depois, que estiveram vinte mil pessoas na avenida a assistir ao desfile, isto segundo a organização. O quê? Vinte mil? Epá, nem num Vitória-Benfica…Tão malucos ou quê? Bem vistas as coisas se aquilo foi o Carnaval de Verão, pois prefiro o de Inverno. É que o nosso carnaval é outro, com outras gentes e outros temas. No fundo senti-me apenas um palhaço num carnaval sem palhaços, sem animação e sem graça. Fiquei com as serpentinas na mão. Ah, pois é!... Ernesto Sadino
Como se diz por cá...
O
“dicionário” setubalense está repleto de expressões e frases que só quem é de cá sabe o que significam. Ora vejam se sabiam estas:
Arrepêze – Arrependido Deslarrga-me da mão Larga-me; deixa-me sossegado (a) Endrrogades - Drogados. Falquêrro – Uma pessoa
que faz batota, que mente ou é vigarista. Labasquice – Sujidade, imundice Réclames - Anúncios de publicidade
Título registado na ERC sob o n.º 107552; Propriedade: Carlos Bordallo-Pinheiro; Director: João Abreu - redaccao@osetubalense.com; N.º Registo Legal 8/84; Jornalistas: (Cf. n.º 3 do art.º 14.º do Dec.-Lei n.º 56/2001 de 19/2); Redacção: Tel: 265 092 633; redaccao@osetubalense.com - Vera Mariano - C.P.J. n.º 5213 - vera.mariano@osetubalense.com; Vera Gomes - T.P.J. n.º 1997 - vera.gomes@osetubalense.com; Colaboradores: Joaquim Guerra (Desporto) C.P.J. 9461 - joaquim.guerra@osetubalanse.com; Fátima Brinca (Região) - C.P.J. n.º 2574 - fatimabrinca@gmail.com; Joaquim Gouveia (Cultura e Reportagem) - C.P.J.TE n.º 644 - quim.gouveia@sapo.pt; Rogério Matos C.P.J. n.º 9929 - rogerio.matos@osetubalense.com; Brissos Lino; Giovanni Licciardello; Departamento Comercial: Mauro Sérgio - mauro.sergio@osetubalense.com; Departamento Administrativo: Tel: 265 094 354 • 912 277 601; Ana Almeida - ana.almeida@osetubalense.com; Branca Belchior - branca.belchior@osetubalense.com; Cessionário e Editor: Setupress - Soc. Editora, Lda. - Pessoa Colectiva com o n.º 510 965 423 com domicílio na Travessa Gaspar Agostinho n.º 1 - 1º Andar - 2900-389 Setúbal; Gerentes: Carlos Bordallo-Pinheiro; Maria Luisa Bordallo-Pinheiro; José Araujo; Proprietário com mais 10% do capital social: Bordalo Pinheiro, Lda; Tiragem: 5000 ex.; Fotocomposição e Arte Final: Setupress - Soc. Editora, Lda. - Travessa Gaspar Agostinho n.º 1 - 1º Andar - 2900-389 Setúbal; Impressão: Tipografia Rápida de Setúbal - Travessa Jorge D'Aquino, 7 - 2900-427 Setubal - trapida@bpl.pt
DESPORTO
QUARTA FEIRA 06.AGOSTO.2014
DR
A equipa principal do Vitória vai estrear-se a jogar no municipal
Hoje há jogo em Vale da Rosa
A
equipa do Vitória defronta esta tarde, a partir das 18 horas, no relvado do Complexo Municipal de Atletismo, em Vale da Rosa, o conjunto marroquino do WAC Casablanca. Será mais um desafio de carácter particular para fazer evoluir os jogadores sadinos, que têm vindo a mostrar maior entrosamento à medida que se aproxima a competição. Domingos Paciência não poderá contar com as presenças em campo de Fábio Pala, defesa que saiu lesionado do jogo de apresentação e a quem foi diagnosticada uma fissura no osso tempo-
ral. Por este facto, o jogador vai ficar, pelo menos um mês, fora das opções. Igualmente, descartados, ficam Diego Maurício, a recuperar de lesão na coxa direita) e Tiago Terroso (lesionado no gémeo esquerdo). Refira-se que o conjunto marroquino, a militar na I divisão daquele país africano, é treinado por John Toshack, treinador galês, que em Portugal já treinou o Sporting. A entrada para este particular tem acesso gratuito para os sócios vitorianos com as quotas em dia. O público em geral terá que pagar um ingresso no valor cinco euros.
Pinhalnovense e Moura a seguir
N
a agenda dos jogos de preparação dos vitorianos, já esta sexta-feira, a partir das 10h30, o opositor será o Pinhalnovense. A equipa do Campeonato Nacional de Seniores (CNS), agora treinada por Quim, e que conta com vários atletas cedidos pelo Vitória, no âmbito da parceria encetada esta época entre os dois clubes, vai testar os comandados por Domingos Paciência, um dia antes de
novo amigável a realizar com o Moura. O desafio com os alentejanos, conjunto que vai competir também no CNS, treinados por Bruno Ribeiro, está marcado para sábado, às 10h30. Tal como com os pinhalnovenses, o jogo será realizado em Vale da Rosa. Refira-se que, em ambos os jogos, a entrada para os sócios com as quotas em dia será gratuita. O público em geral terá que pagar cinco euros.
Iniciados vitorianos começam a jogar em Albufeira
A
equipa de futebol de iniciados do Vitória vai arrancar a sua prestação no campeonato nacional, no próximo dia 31, frente ao Imortal DC, em Albufeira. Os jovens sadinos, treinados por Mário Moço, estão integrados na Série G da competição,
com mais nove adversários, na sua esmagadora maioria, emblemas algarvios. Entretanto, os trabalhos de preparação para nova temporada dos iniciados do Vitória já arrancou. Sessões de trabalho físico que têm sido notadas à beira-Sado.
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Dar força ao Vitória para sonhar com a ‘canarinha’ A GOSTO.COM
Reforço João Schmidt quer mostrar o seu valor no futebol português para reconquistar um lugar na selecção brasileira. O jovem médio, que veio do São Paulo, diz que Setúbal é “gostosa”. POR JOAQUIM GUERRA
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a primeira experiência no futebol fora do Brasil, João Schmidt, 21 anos, reforço para esta época, a título de empréstimo do São Paulo, é um dos jogadores em quem mais é depositada confiança para dar força ao renovado Vitória. O treinador vitoriano, Domingos Paciência, já elogiou as suas qualidades e o jovem atleta, que tem estatuto internacional pelo seu país, promete trabalhar forte para ajudar a equipa sadina. Instado a avaliar a sua, ainda curta, estada em Setúbal, João Felipe Schmidt Urbano não hesita em dar nota positiva. “Está a ser uma experiência muito boa. As pessoas acolheram-me muito bem e sei que vou aprender bastante. Quer a cultura do país, quer o futebol que se pratica por cá”. Chegou ao Bonfim há pouco mais de 15 dias, e seguiu logo para o estágio da equipa. Entre treinos e outros compromissos, Schmidt não teve tempo para conhecer bem Setúbal. “Ainda não deu para ver muita coisa na cidade. Mas pelo que já senti é gostosa, tranquila, onde se come bem e tem pessoas que mostram o seu carinho”, elogiou. Quanto ao seu novo clube, o segundo que represen-
ta na carreira, João Schmidt é peremptório: “É muito organizado. A pontualidade é uma exigência que sobressai, o que é muito bom”. “Acho que tá tudo dando certo num clube no qual vi uma oportunidade boa”. “O Vitória é conhecido por lançar bastantes jogadores e Portugal é muito bom para eu mostrar o meu futebol, aparecer, e claro para ajudar a equipa. Afinal, o principal motivo por que estou cá”. E quem é João Schmidt, o jogador? “Sou um centrocampista, mais armador de jogo. Sou esquerdino, com um passe preciso, e procuro chegar sempre que possa junto da área. Mas creio que a minha principal qualidade é armar o jogo”, apresentou-se o jovem médio brasileiro, de 1,83 metros de altura e 84 quilos de peso.
Jogar para a … ‘canarinha’ Do outro lado do Atlântico, Schmidt traz a ambição de ser titular na equipa sadina. Mas, reconhece que a concorrência é forte no plantel. “A expectativa é jogar sempre. Todavia, o plantel tem muito bons jogadores, que alimentam esse mesmo objectivo. Assim, só me resta treinar e trabalhar o máximo possível para melhorar a cada dia que passa para poder ajudar a equipa da melhor maneira”. Assumiu o médio, que em 2010 venceu a Taça de São Paulo ao lado de Casemiro, actual
João Schmidt tem mostrado qualidades para agarrar a titularidade
jogador do FC Porto. Além desse título, por equipas, as qualidades do médio também já sobressaíram na selecção, pela qual venceu a edição 2013 do Torneio de Toulon. E vestir a camisola da ‘canarinha’ é um objectivo que quer repetir. “É um sonho que alimento sempre. Vamos ter os Jogos Olímpicos no Brasil e gostaria de fazer parte dessa equipa. Depois vem um novo Mundial. Estou sempre a visar uma presença na selecção. Trabalho para isso. Nesta fase é ajudar o Vitória, mas sempre penso em voltar lá”. No jogo de apresenta-
‘Leões’ sadinos ‘caçam’ jovens
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recém-criado Núcleo do Sporting CP em Setúbal está apostado em fazer-se representar no futsal de formação. O emblema setubalense, que inaugurou, em finais de Junho último, a sua sede na Avenida das Descobertas, em, Vale de Cobro, lançou-se numa academia de futsal que tem as por-
tas abertas para acolher jovens interessados em praticar a modalidade. De acordo com o núcleo sportinguista, presidido por Ricardo Pereira, as captações para jovens jogadores entre os 5 e os 14 anos de idade, de ambos os sexos, vão decorrer no pavilhão da Escola Luísa Todi. “A ambição é criar duas equipas, numa primeira
fase, de forma a seguir um plano de ensinamentos básicos. Contudo, a confirmar-se as nossas expectativas, a entrada nas provas da AF Setúbal será, por certo, o passo seguinte”, revelou o dirigente. Os interessados em aderir a esta iniciativa podem obter mais informações através do e-mail: nucleoscpsetubal@gmail.com.
ção dos sadinos aos sócios, Domingos Paciência referiu Schmidt como um dos que mais gostou de ver em campo. “É um bom treinador. Abre espaço para conversar, para expressar opiniões e ajuda bastante os jogadores”, apontou. Sobre o que já deu para ver do futebol luso, o camisola 6 dos sadinos diz que “é mais físico e mais agressivo e um pouco mais rápido”. “Aqui a relva está sempre molhada e no Brasil nem sempre é assim, então o jogo fica um pouco mais lento por causa disso. Mas estou a adaptar-me da melhor maneira possível”.
Meninas com pedaladas vitoriososas
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ris Chagas, ciclista do GD Volta da Pedra, venceu a 'geral', em iniciados femininos, no 24.º Prémio da Juventude “JF Aldeia de Paio Pires”. No mesmo escalão, Carolina Matos, da C. Benfica na Quinta do Conde/Azeitonense, foi segunda posicionada.
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REGIÃO
QUARTA FEIRA 06.AGOSTO.2014
Alto Estanqueiro ganha jardim-de-infância A antiga escola primária vai sofrer obras de remodelação, que atingem os 260 mil euros, para ser reconvertida num jardim-de-infância, que estará concluído no próximo ano. DR
O futuro jardim-de-infância do Afonsoeiro irá receber 25 crianças
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ocalizada junto ao antigo edifício da junta de freguesia, a antiga escola básica do Alto Estanqueiro, no Montijo, vai ser reconvertida em jardim-de-infância. A empreitada representa um investimento de 260 mil euros e deverá estar concluída durante o ano de 2015. A escola, que tinha sido encerrada há cinco anos, vai assim sofrer obras de adaptação e ampliação. O edifício, ao estilo do Plano Centenário, manterá o dese-
Rectificação
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or lapso, na edição de 1 de Agosto, na notícia com o título “Cruzeiros Enoturísticos prosseguem com Santo Isidro de Pegões”, não foi referida informação sobre a empresa organizadora. Embora tenha sido divulgados alguns dos apoios do evento, faltou, efectivamente, a referência aos organizadores, a empresa SadoArrábida, com a embarcação Mil Andanças, que também é a primeira entidade apontada para recepção de inscrições. Pelo lapso, pedimos desculpa aos visados e aos nossos estimados leitores.
O novo equipamento contará com duas salas de pré-escolas com 47 m2 cada e capacidade para acolher 25 crianças. Terá, também, uma sala polivalente com 70 m2 nho da sua fachada principal e serão criados novos espaços sob o alpendre das traseiras para receber devidamente alunos da faixa etária dos três aos cinco anos. O novo equipamento contará com duas salas de pré-escolas com 47 m2 cada e capacidade
para acolher 25 crianças. Terá, também, uma sala polivalente com 70 m2 e outros espaços necessários ao regular funcionamento de um estabelecimento de ensino pré-escolar. No total será intervencionada uma área de 435 m2. Para o presidente da
Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, com este novo estabelecimento de ensino, a autarquia “continua a complementar a sua oferta educativa no concelho, num nível de ensino que, no plano nacional, apresenta grandes carências na oferta pública de ensino”. Sublinha ainda que “esta intervenção representa uma aposta clara na Escola Pública e nas suas vantagens enquanto instituição formadora dos futuros cidadãos do Montijo”.
Palmela faz “Viagem no Tempo” através de painéis e esculturas cerâmicas
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Viagem no Tempo” é a proposta do artista Carlos Martins. Trata-se de uma exposição de painéis e esculturas cerâmicas que vai estar patente ao público no Foyer do Cineteatro S. João, em Palmela, a partir da próxima Sexta-Feira, 8 de Agosto. Organizada pela Câmara Municipal de Palmela, esta mostra propõe uma verdadeira viagem pelos períodos mais marcantes da vida do autor. Primeiro, a infância e adoles-
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cência, passadas na Beira Alta, mais tarde, sete anos em África e o regresso a Portugal, com a Revolução de Abril, e, mais recentemente, episódios da vivência em Setúbal e Palmela como são os casos da Festa das
Vindimas, o peixe assado na brasa, personagens familiares, o casario típico perpetuado em painéis cerâmicos de alto e baixo-relevo. A exposição vai estar patente ao público até 27 de Setembro, no horário de funcionamento do Cineteatro S. João, ou seja, de Segunda a Sexta-feira, entre as 08h30 e as 20h00 (aos fins de semana, o equipamento também abrirá quando houver espectáculos). A entrada é livre.
As linhas com que o repórter se cose…
A minha estreia de actriz
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ou uma mulher republicana, não por convicções políticas, mas por coincidência do destino. No dia 5 de Outubro de 1975 fui convidada para participar no filme “Setúbal Cidade Vermelha”. Uma empresa ligada à sétima arte convidou-me a mim e a outros colegas da Movauto para participarmos no filme, que tinha como tema as transformações ocorridas em Portugal depois do 25 de Abril de 1974. Na altura fazia parte da Comissão de Trabalhadores da Movauto, que estava envolvida num projecto de reconversão da actividade de montagem de carros, para uma empresa de fabricação de frigoríficos e arcas congeladoras. No filme contámos a nossa experiência, falámos da nossa luta e apontávamos os objectivos para o futuro, de forma a salvar cerca de mil postos de trabalho. Também participaram outras comissões de trabalhadores, nomeadamente da Setenave, comissões de moradores e
comissões de ocupação de terras em prol da reforma agrária. Alguns anos mais tarde, concretamente quando a Revolução dos Cravos assinalou os 25 anos, fui novamente convidada para fazer o balanço do que tinha acontecido nesse período. O filme chamava-se “25 anos de Setúbal Cidade Vermelha”. A emoção foi muito, porque já não existia a Movauto e a fábrica reconvertida tinha o nome de uma marca de frigoríficos. A Reforma Agrária morrera e as comissões de moradores, apenas duas ou três tinham-se transformado em associações. No entanto tinham sido estas que conseguiram fazer algo para o futuro com a criação de bairros sociais, em substituição das barracas. Os meus méritos de actriz ficaram esquecidos no tempo, mas relembro com saudade o dia em que me senti rainha, num país que se transformara em republicano. Coordenação Região:
Fátima Brinca
Mercadinhos de Palmela voltam a 16 de Agosto DR
Mercadinhos de Palmela associam as velharias aos produtos regionais
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terraço do Mercado Municipal de Palmela recebe mais uma edição dos “Mercadinhos de Palmela”, desta vez, dedicado aos produtos locais e Agrobio, no próximo dia 16 de Agosto. A iniciativa, que vai prolongar-se até Outubro, com um conjunto diversificado de mostras e mercados temáticos quinzenais, aos sábados, pretende contribuir para a dinamização comercial e turística do núcleo mais antigo da vila. Os “Mercadinhos de Palmela” dividem-se em mercado Agrobio e produtos lo-
cais (16 de agosto e 4 de Outubro), mostra de velharias e coleccionismo (2 de agosto e 6 de Setembro) e o chamado “Mercado das Pulgas”, com venda de artigos em 2ª mão de particulares (20 de Setembro e 18 de Outubro). Cada mostra conta com um programa de animação com o envolvimento de agentes económicos locais, que integra oficinas dinamizadas pelos participantes, apresentação de produtos, realização de artesanato ao vivo, show cookings, ateliers infantis e visitas guiadas ao Centro Histórico.
REGIÃO
QUARTA FEIRA 06.AGOSTO.2014
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Coordenação Região FÁTIMA BRINCA
Associação para o Desenvolvimento da Quinta do Conde assinala 40 anos C
Lidl de Palmela apoia jovens mães
O presidente da Junta de Freguesia da Quinta do Conde destaca a importância do movimento associativo no desenvolvimento desta zona do concelho de Sesimbra.
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olvidos 40 anos sobre a data da primeira reunião formal com vista à criação da Associação para o Desenvolvimento da Quinta do Conde, alguns dos seus fundadores voltaram à instituição para celebrar a efeméride e recordar histórias e episódios de um tempo, que permanece vivo na memória dos seus protagonistas. O encontro, que decorreu no dia 3 de Agosto, por iniciativa conjunta da Junta de Freguesia e da direcção da colectividade, teve como objectivo assinalar a fundação da mais antiga das agremiações da Quinta do Conde e, por outro lado, lançar um olhar retrospectivo sobre o percurso efectuado pela localidade até aos dias de hoje. Instituída para atender às necessidades resultantes do processo urbanístico que na época se registava e, em particular, à supressão das carências que então se verificavam em matéria de infra-estruturação básica, assim como nos domínios do
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Vítor Antunes realça o importante papel da associação no desenvolvimento da freguesia
abastecimento de água, luz e recolha de lixo, a referida colectividade só numa fase posterior da sua existência acabaria por se dedicar ao fomento da prática desportiva, embora essa também tivesse sido uma das intenções que mobilizaram os seus fundadores. No discurso do convívio, Vítor Antunes, presidente da Junta de Freguesia,
recordou alguns dos momentos que marcaram o período inicial da ADQC e salientou o grau de dedicação que exigiu a cada um dos seus elementos, cuja “determinação foi capaz de superar as vicissitudes com que se deparavam”. Neste contexto, frisou o autarca, “apesar das preocupações serem muitas e as carências não serem me-
nores, se analisarmos retrospectivamente estes 40 anos, facilmente concluímos que a ADQC se constituiu num dos parceiros indutores do desenvolvimento que actualmente se observa na Quinta do Conde”. Por seu turno, João Ferreira, sócio nº 1 da agremiação e primeiro presidente, deu conta da sua satisfação pela realização
Festas de S. Simão com número recorde de visitantes
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s Festas de S. Simão decorreram, no passado fim-de-semana, num espaço que foi alvo de melhorias, para receber um número recorde de visitantes. As Festas foram organizadas pela Junta de Freguesia de Azeitão e decorreram na zona da Cooperativa, que mostrou ter óptimas condições para receber as pessoas, que quiseram participar no evento. Celestina Neves considera que o evento atraiu “milhares de pessoas e os expositores ficaram agradavelmente surpreendidos”. A presidente da Junta de
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As Festas de S. Simão contaram com centenas de pessoas
Freguesia de Azeitão, que promoveu as Festas, sublinha a realização de algumas obras que “melhoraram o recinto e foi uma
aposta ganha”. Celestina Neves acredita que o sucesso do evento “teve também a ver com a escolha dos artistas, pois na noite
em que o Toy actuou o recinto esteve cheio”. “As tasquinhas, este ano em maior número, também contribuíram para atrair mais visitantes”, refere a edil, que garante “foi uma aposta ganha e que vai continuar no próximo ano, pois temos que continuar a fazer sempre mais e melhor”. O próximo evento de Verão a realizar em Azeitão será as Festas de S. Lourenço, que irão decorrer nos dias 8, 9 e 10 de Agosto e que são organizadas pela Paróquia de Azeitão com o apoio da Junta de Freguesia.
do encontro, congratulando-se com a sua concretização e por não ser deixada em claro “uma data relevante na história da comunidade”. Instigou ainda “os continuadores da obra iniciada a 3 de Agosto de 1974 a prosseguirem a sua actividade”, fazendo votos de que “não esmoreçam no seu labor”. Na ocasião, Joaquim Tavares, actual presidente da direcção da associação congratulou-se com a celebração da data, salientando que “embora as preocupações dos fundadores sejam muito diferentes das que hoje marcam o quotidiano da colectividade, o espírito de servir a comunidade continua a ser o mesmo”. Vocacionada actualmente para o fomento da prática desportiva, designadamente através do futebol, modalidade na qual possui 23 equipas em diversos escalões e através das quais mobiliza cerca de três centenas de atletas que participam em competições oficiais e não oficiais, a ADQC dispõe ainda de Karaté e classes de Zumba e Capoeira.
om vista a assinalar a reabertura da sua loja de Palmela, que tem estado em obras, nos últimos meses, o Lidl vai apoiar instituições nacionais que ajudam jovens mães desfavorecidas. A iniciativa arranca esta quinta.feira, data em que reabre a loja de Palmela, e tem como objectivo entregar as receitas resultantes da venda do livro “Para a Melhor Mãe do Mundo”. A acção irá contemplar quatro instituições que diariamente apoiam jovens mães desfavorecidas e em situação de vulnerabilidade social e económica, nomeadamente a Ajuda de Mãe de Lisboa, a Cáritas Diocesana do Algarve, a ADAV – Associação de Defesa e Apoio da Vida de Coimbra e a Associação de S. José – Centro de Apoio à Vida, de Braga. Refira-se que cada uma destas instituições irá receber cerca de 4.900 euros, representando um quarto do montante vendido, bem como artigos não alimentares doados pelo Lidl. No total foram já angariados cerca de 19.700 euros na venda dos livros.
Canha recebe feira à moda antiga
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Santa Casa da Misericórdia de Canha, no concelho do Montijo, vai promover uma feira à moda antiga, no dia 16 de Agosto, entre as 16h00 e as 24h00. A Feira irá recriar os usos e costumes do mundo rural dos anos 30 e conta com o apoio da Junta de Freguesia de Canha. A história desta feira remonta ao ano de 1933, quando os vendedores do Montijo e dos concelhos vizinhos vinham até Canha para fazerem as suas vendas e trocas. O artesanato era uma forte componente da feira, que atraía os tanoeiros, oleiros e sapateiros, que serão recriados como forma de
preservar a história, a cultura e as tradições de Canha, para além de divulgar os produtos locais e regionais. A Feira de Agosto aposta numa recriação fiel da época de 1930, com os participantes com trajes a rigor e que irá contar com a presença de artesãos, artífices e agricultores, em cujas bancas serão utilizadas balanças decimais com pratos de ferro e o preço dos produtos para venda serão apregoados em “mil reis”. A componente de animação será da responsabilidade do Rancho Folclórico e Etnográfico de S. Sebastião Danças e Cantares da Freguesia de Canha, que organiza o 1º Festival de Folclore.
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ÚLTIMA HORA
QUARTA-FEIRA 06.AGOSTO.2014
Festas de Nossa Senhora do Rosário animam Caldeira de Tróia
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já este fim-de-semana que as Festas de Nossa Senhora do Rosário de Tróia animam a zona da Caldeira, na península de Tróia. A preparação das festas começa já hoje, às 21h30, com o tríduo em honra de Nossa Senhora do Rosário de Tróia, na Igreja de São Sebastião, que se prolonga até Sexta-Feira. No sábado, dia 9, realiza-se a missa por alma dos marítimos falecidos, na Igreja de São Sebastião, logo pelas 9h30. Isto porque, a maré não permite que a eucaristia se realize durante a tarde, como é habitual. Às 14h10, tem início a procissão, desde a Igreja de São Sebastião, até Tróia, com a Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Setúbal e a Banda Musical Charranga de Sarilhos Grandes. Já na Caldeira de Tróia,
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Cacifos dos pescadores assaltados na Terça-feira POR ROGÉRIO MATOS
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a procissão de velas, pela praia, está programada para as 21h30, seguida, meia hora depois, de um baile com o vocalista João Carlos. No Domingo, para além da missa e a procissão pela praia, às 10h30, o destaque vai para o concurso de barcos engalanados, às 17h00, e para o tradicional fogo-de-artifício que fecha a última noite da festa na Caldeira, às 00h00. Na Segunda-Feira, o círio fluvial, de regresso a Setúbal, parte de Tróia às 16 horas, percor-
re a frente da praia e atravessa o rio, em direcção ao Hospital do Outão, onde é realizada uma pequena paragem, e prossegue pela margem esquerda do Sado, até à imagem de Nª Srª do Cais, no Jardim da Praça da República, onde é feita nova paragem. A romaria termina na Doca das Fontainhas, e, finalmente, as imagens regressam novamente a Tróia, onde permanecem por mais um ano. Para que nada falhe, a Comissão de Festas alerta
todos os interessados em participar na festa da Caldeira que os acampamentos só poderão ter lugar na Sexta-feira, dia 8. Além disso, todos os interessados em acampar na caldeira têm, obrigatoriamente, de estar devidamente credenciados. Todos os interessados em participar nesta celebração secular devem ainda estar atentas aos horários do catamarã e do autocarro, que estão afixados em vários pontos da cidade.
erca de seis cacifos de pescadores foram assaltados na madrugada de Terça-Feira. Quando os profissionais da pesca chegaram ao edifício dos cacifos, junto à Doca, pelas cinco horas, depararam-se com portas arrombadas e muitos dos seus bens levados por mão alheia. Os assaltantes tiveram como objectivo o dinheiro que os pescadores juntam todos os dias para comprar o almoço, o gasóleo para os barcos, artifícios e material de pesca. Porém, os lesados não contactaram a Polícia de Segurança Pública, de forma a participar o assalto, porque não acreditam que “seja esta a solução para o problema”. António Manuel, pro-
prietário de um cacifo, entende que uma grande massa de pescadores deveria deslocar-se à Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) para exigir melhorias nas condições de segurança no local, algo que O Setubalense já tinha noticiado. “Quando nos deparámos com a situação, alguns de nós pensámos ir à APSS reivindicar melhor segurança, mas por isto ser frequente, muitos não acreditaram que alguma coisa mudasse”, explica o pescador, que vê os cacifos serem arrombados pela segunda vez este ano. O fecho dos portões durante a altura em que este local está deserto ou a permanência de um segurança nocturno resolveria a situação, de acordo com os proprietários de cacifos.
Choque frontal provoca ferimentos graves em criança de oito anos O SETUBALENSE
Foi neste local na Praça do Brasil que ocorreu o acidente na Sexta-feira à noite
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m acidente na noite de Sexta-feira, pelas 23 horas, na Praça do Brasil resultou num ferido grave, uma criança de oito anos, que foi transportada directamente do local para o Hospital de Santa Maria. O Setubalense contactou esta unidade hospitalar para perceber o estado da vítima do embate, mas não foram prestadas declarações. De acordo com a PSP, o acidente deu-se entre duas viaturas ligeiras, uma cir-
culava no sentido Palmela - Setúbal e a outra no sentido Setúbal - Palmela que pretendia mudar de direção para a Praça do Brasil, mas acabaram por chocar frontalmente. Para além da criança gravemente ferida, os avós desta e outro casal do segundo veículo foram transportados para o Hospital de São Bernardo com ferimentos ligeiros. A artéria esteve cortada cerca de hora e meia, pelo que houve um enorme aparato de meios, nomeadamente, quatro am-
bulâncias, uma VMER do INEM, duas viaturas dos bombeiros que limparam a via e quatro viaturas policiais, que ordenaram o trânsito e recolheram os dados necessários para a elaboração da participação de acidente. Este local já foi alvo dum dos reparos do nosso jornal, devido à confusão que os condutores normalmente têm quando se deparam com a sinalização rodoviária e à pintura pouco visível na faixa de rodagem.
QUARTA-FEIRA QUARTA-FE 06.AGOSTO.2014 06.AGOSTO.20
N.ºº 68 | Ano 1 | 4 N 4.ªª S Série Coordenação e textos Amilcar Malhó
Presidente da União das Freguesias de Setúbal (Anunciada, Sta. Maria e S. Julião), quer promover a tradição gastronómica da freguesia, ou não fosse ele próprio, um «bom garfo».
A outra margem Na margem esquerda da Baía do Sado, mesmo em frente à cidade de Setúbal, avista-se o Troia Resort, um complexo com quase 500 hectares, dedicado ao turismo e ao lazer, inaugurado em 2008. [ DR
RUI CANAS comeres... Entende que a comida é um prazer que deve ter a companhia de bons amigos porque,”para além do prazer gastronómico há que usufruir do ato da partilha”. Por essa razão diz que não dispensa uma boa caldeirada, feita por gente do mar, preferencialmente na companhia dessas gentes genuínas. “Quanto aos grelhados (o meu prato preferido) venham as sardinhas; os carapaus; as sargas; o peixe espada preto e os alcorrazes”. Tudo isto acompanhado de uma boa salada, um bom pão e vinho de que “falaremos a seguir”. Fora de Setúbal, especialmente na região particularmente querida do Alentejo, não dispensa as migas, sejam elas de bróculos, de espargos, ou outros «verdes» alentejanos, a acompanhar uma boa carne do alguidar. Ou assistir e participar na matança do porco (de preferência preto alentejano) e “deliciar-me com todo o tipo de aproveitamento (leia-se petiscos) que um porco nos pode dar”.
beberes... Não necessariamente a acompanhar as refeições, água, muita água, especialmente no verão, porque “como diz o nosso amigo Toy, à refeição que venha o bom tinto da nossa península, ou então do Alentejo”. Como não é fundamentalista, inclui nos gostos vinícolas o Douro e Dão; excecionalmente e sobretudo no final da refeição, a acompanhar o café, também gosta de saborear uma boa aguardente velha. Quanto à cerveja ... “é obrigatória no verão q. b. preferencialmente entre refeições, mas é completamente dispensável no inverno”.
outros prazeres... Olha para o infinito e exclama “prazeres onde é que eles vão... a ditadura das tarefas não me deixa lugar a muitos prazeres, mas lá vou conseguindo encontrar algum tempo para o convívio com os amigos e para contemplar o rio e os barcos. Contemplar, porque navegar não é possível”. Outro prazer pouco praticado é a leitura, não porque não leia diariamente, mas não lê o que gostaria (romances, ensaios, documentário). “E há um outro prazer que há muito tempo também não exerço; é o de me sentar numa plateia para ver um bom filme ou uma boa peça de teatro”. E quanto a prazeres, estamos conversados.
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uem depois de mais de 5 ou 6 anos de ausência volta a Troia, dificilmente consegue esconder a surpresa perante a autêntica revolução operada nesta ponta da Península de Troia, um território com mais de 25 kilómetros de comprimento e onde, mais a sul, se desenvolve o projeto da Herdade da Comporta, do Grupo Espírito Santo, avaliado em mil milhões de euros, cujo futuro, face aos recentes acontecimentos, é agora uma incógnita. Quanto ao Troia Resort, o seu aparecimento surge do interesse manifestado pela SONAE em investir no sector do turismo através de um projecto emblemático, num período em que muito se especulou sobre interesses estrangeiros em investir no local. Assim, após a apresentação de um projeto ao Governo Português em 1999, formalizou-se um contrato de investimento em maio de 2000 e Troiaresort foi inaugurado no dia 8 de Setembro de 2008. E na outra margem, que durante muitos anos foi associada a Setúbal, mas na verdade pertence ao concelho de Grândola, existe hoje uma marina com 184 lugares, hotéis, um centro de eventos, um centro de espectáculos, restaurantes, um casino e um campo de golfe. A oferta imobiliária contempla apartamentos turísti-
cos, lotes para construir moradias ou mesmo moradias prontas a habitar. Em 2005 o Estado Português celebrou um protocolo em que a Troiaresort assumiu a responsabilidade de conservar, manter e valorizar as Ruínas Romanas de Tróia, o maior complexo de produção de salgas de peixe conhecido no mundo romano. O mais vistoso edifício deste complexo turístico é o Troia Design Hotel, um 5 estrelas com 14 pisos e 205 quartos, que através de um sistema de iluminação inovador não deixa indiferente a outra margem. Neste edifício está instalado o casino de Troia, com cerca 4000m2, disponibilizando 226 máquinas slot e 16 mesas de jogo e um Centro de Espetáculos com uma sala com capacidade para 900 pessoas.
«Memória» Em 1962 a Sociedade Agrícola de Tróia vendeu a propriedade à Soltróia que começou por afastar as pessoas que ali possuíam casas de veraneio. Pouco tempo depois surgia um projeto que previa a transformação da península "na mais cosmopolita zona turística portuguesa", onde se incluíam 4000 apartamentos, 1000 moradias, 17 hotéis, 3 parques de roulotes e 4 parques de campismo, entre outros equipamentos. Em 1970 surgiu a Torralta - Club Internacional de Fé-
O mais vistoso edifício deste complexo turístico, é o Troia Design Hotel, um 5 estrelas com 14 pisos e 205 quartos… rias, empresa dos irmãos José e Agostinho Silva que já haviam lançado o turismo de massas no Algarve. O financiamento para os projectos era captado através das pequenas poupanças com a venda de títulos de férias, o agressivo sistema de vendas conhecido por «time sharing». Previsto para 1974 estava um empreendimento turístico na Ponta do Adoxe, que previa para uma primeira fase284 fogos, um Clube Hotel com 350 camas e zonas comerciais. Com a conclusão da segunda fase, que incluía a construção de restaurantes, parques de jogos e piscinas e mais alojamentos, o projeto teria capacidade para 8 mil pessoas. Após a revolução de 25 de Abril de 1974 Troia mergulhou numa fase de declínio que se prolongou durante décadas, com repercussões ao nível da economia local, nomeadamente com o despedimento dos trabalhadores.
II |
COMERES, BEBERES E... OUTROS PRAZERES
QUARTA-FEIRA 06.AGOSTO.2014
Castanheira Lopes
Administrador do Grupo Pestana Pousadas Clientes das Pousadas são maioritariamente estrangeiros
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cialmente no domínio da criação de postos de trabalho. Evidentemente, a generalidade das dezenas de trabalhadores destas duas Pousadas são da área geográfica respectiva.
astanheira Lopes é administrador do Grupo Pestana Pousadas que ganhou em 2003 o concurso internacional para gerir a cadeia Pousadas de Portugal, onde se inclui a do Forte de S. Filipe em Setúbal e a do Castelo de Palmela, duas unidades hoteleiras de referência na região.
Qual a taxa de ocupação de cada uma das duas unidades em 2013? Mais do que as taxas de ocupação devo referir que a utilização da capacidade destas Pousadas, embora satisfatória, não respondeu às nossas expectativas nem à excelência da oferta disponibilizada.
Dez anos depois de iniciar a atividade nas Pousadas de Portugal, que balanço faz? Nesta 1ª fase da exploração das Pousadas de Portugal pelo Grupo Pestana introduzimos um conjunto de alterações de gestão e de recomposição da rede que tem permitido responder a 3 objectivos principais; melhores e maiores Pousadas, oferta de um serviço turístico hoteleiro de qualidade superior e sustentabilidade de gestão. E no caso específico das Pousadas de Setúbal e Palmela? O caso destas duas Pousadas enquadra-se na perspectiva geral referida na resposta anterior. Tratando-se de duas pousadas históricas, quais
Qual a origem dos clientes? Os clientes das Pousadas de Portugal nos últimos anos têm vindo a ser maioritariamente do estrangeiro e esta circunstância também se verifica nestas duas unidades.
são os principais fatores que as diferenciam? Um dos tópicos nos quais temos apostado para reposicionar as Pousadas de Portugal é justamente a acentuação da vertente patrimonial e as Pousadas de Palmela e de Setúbal, porque se encon-
tram instaladas em castelos, enquadram-se nesta estratégia. Nos restaurantes destas duas pousadas as ementas privilegiam as tradições gastronómicas e os produtos locais? As Pousadas de Portu-
gal constituem desde há muito repositórios das tradições gastronómicas genuínas do nosso país, complementando no entanto a receita local com uma oferta mais variada. Existe alguma preocupação em recrutar priorita-
riamente colaboradores residentes na região? As Pousadas de Portugal também se constituem como factor de desenvolvimento regional e local designadamente através de sinergias com outras realidades locais e muito espe-
De que forma as pousadas contribuem para o turismo da região? As Pousadas de Portugal oferecem um produto turístico hoteleiro diferenciado e com um padrão de alta qualidade. Nessa exacta medida são factores de atractividade para a região e de qualificação da sua oferta turística geral.
O Grupo Pestana e as Pousadas de Setúbal e Palmela
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om mais de 40 anos de atividade, o Grupo Pestana, o maior grupo hoteleiro de origem portuguesa, tem já presenças consolidadas em 15 países entre os quais, obviamente, se inclui Portugal. Foi na Madeira que tudo começou, com a abertura do primeiro hotel em 1972, o Pestana Carlton Madeira, com 300 quartos. Foi seu fundador Manuel Pestana, pai de Dionísio Pestana, atual presidente de um Grupo que opera em nove áreas de negócio, com o turismo no topo da atividade. Em 2003, na sequência de um concurso internacional que ganhou, subs-
FOTOS: DR
tituiu a Enatur nas Pousadas de Portugal, que foram criadas em 1942 apenas com pousadas regionais, sendo que as primeiras edificadas em património histórico foram a do Convento dos Lóios, em Évora, e a de S. Filipe, em Setúbal. A Pousada de S. Filipe está instalada na Fortaleza com o mesmo nome e, para além de um restaurante, dispõe de um total de 16 quartos. A oferta de alojamento inclui uma suite e sete quartos superiores com vista para o mar. Conta também com oito quartos standard dos quais seis estão localizados nas antigas celas.
Pousada de Palmela, Castelo de Palmela
A título de curiosidade destaque-se a suite 204 que, para além de 2 lindíssimas camas de solteiro do estilo D. Maria II, conta com uma varanda com vista privilegiada.
A Pousada de Palmela, integrada no belíssimo castelo daquela vila, tem na esplêndida localização, no cimo de uma imponente colina, um dos seus grandes trunfos.
Pousada de Setúbal, São Filipe
Beneficiando, no interior, da integração dos claustros do antigo convento, oferece um restaurante e um total de 28 quartos, distribuídos por catorze standard, sete su-
periores e sete suites. Como curiosidade, refira-se que duas das suites (designadas especiais) possuem duas magnificas camas, cada uma com quase 2 metros de largura.
COMERES, BEBERES E... OUTROS PRAZERES
QUARTA-FEIRA 06.AGOSTO.2014
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Setúbal e as Festas de Troia e Atalaia [ DR
É conhecida a relação da população de Setúbal com as Festas de Nossa Senhora do Rosário de Troia, que se realizam em meados de agosto. Menos conhecida será, talvez, a antiga devoção dos setubalenses a Nossa Senhora da Atalaia, no Montijo, cujas festas se realizam no último fim de semana do mesmo mês.
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ste ano, mais uma vez, centenas de setubalenses vão deslocar-se à zona da Caldeira para participar nas festas de Nossa Senhora do Rosário de Troia, de que são conhecidas referências desde o início do século XVIII. No fim-de-semana de 9 a 11 de agosto, a Doca das Fontaínhas assistirá mais uma vez à partida do Círio Fluvial e, em final de festa, receberá de novo o colorido cortejo de barcos engalanados e a imagem de Nossa Senhora do Rosário de Troia, de regresso a Setúbal. Hoje é mais difícil colher camarinhas, esses pequenos frutos comestíveis semelhantes a pérolas, nem é possível acampar no Parque
de Campismo, mas continua-se, por enquanto, a montar tenda no areal ou improvisar toldos na embarcação e dormir no embalo da águas calmas da laguna que a maré enche e esvazia duas vezes por dia, permitindo noutros tempos, apanhar berbigões, amêijoas, ostras e caranguejos para o petisco. Muito foi mudando ao longo dos tempos mas tal como no século passado, muitas pessoas ali ficam durante os três dias de festa num convívio, aproximação e espírito de entreajuda que dificilmente se consegue durante todo o ano. Outros, ali se deslocam diariamente ou apenas no domingo, principal dia de festas. A Fundação Gulbenkian
publicou em 1969 um documento que refere a «Visitação da Ermida de Nossa Senhora de Troia» em 1510, mas só em 1707 aparece pela primeira vez referências a uma festa, realizada a 15 de Agosto junto a uma capela, de cuja imagem os moradores de Setúbal eram devotos. E a avaliar pelos últimos anos, com maior ou menor devoção, a festa continua. Festas de Nossa Senhora da Atalaia Nas Festas de Troia é referido o Círio Fluvial, enquanto nas Festas em
Atalaia (Montijo) já houve tempos em que existiram cerca de três dezenas de Círios. A designação de Círios é atribuída a peregrinações organizadas por grupos de romeiros que de uma determinada localidade se deslocavam a um local de culto, transportando consigo uma vela grossa de cera, chamada círio, que depunham no altar. Ainda hoje muitos setubalenses deixam velas e círios na capela em Troia, como o fizeram em tempos, acorrendo em grande número à roma-
Festas das Vindimas em Palmela
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ara a 52ª edição que decorrerá este ano entre 4 e 9 de Setembro, o cortejo alegórico, um dos pontos altos da programação, apresentará uma viagem ilustrada com 7 postais que destacarão locais emblemáticos e costumes do concelho de Palmela, «apresentados» (patrocinados) por adegas da região. Há que destacar o regresso, nos últimos anos, das empresas vitivinícolas ao cortejo das Vindimas já que essa sempre foi a razão e a motivação
para a realização das Festas. A distinção de Palmela como primeira «Cidade do Vinho», atribuída pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho em 2009 e como «Cidade Europeia do Vinho», distinção da Rede Europeia de Cidades do Vinho em 2012, teve impacto muito positivo na afirmação de Palmela como produtora de excelentes vinhos. Afirmação amplamente confirmada com os inúmeros prémios que os vinhos da região regularmente conquistam em concursos nacionais e
internacionais. Ao contrário do que a grande maioria das pessoas (sobretudo de fora do concelho) pensam, as festas não são da responsabilidade da Câmara Municipal. Em maio de 2004 foi constituída a Associação das Festas de Palmela e desde essa data cabe aos corpos sociais dessa associação, eleitos de dois em dois anos, a organização das festas que vão resistindo ao inevitável avanço das urbanizações, «encurtando» o espaço disponível. Também há 50 anos
que, ininterruptamente, Palmela elege a sua Rainha das Vindimas.
Ao contrário do que a grande maioria das pessoas (sobretudo de fora do concelho) pensam, as festas não são da responsabilidade da Câmara Municipal.
ria de Nossa Senhora da Atalaia, com o Círio Velho, fundado em 1606. Há pouco mais de 100 anos dava-se nota da partida do Círio da Anunciada, pormenorizando que era constituído por um carro (puxado por cavalos) com o andor do Senhor, dois trens com o estandarte, bandeiras e o sacerdote, a Filarmónica Capricho instalada num carro Ripert, um transporte de passageiros urbanos puxado por cavalos, assim chamado em homenagem ao francês que o inventou. Os festeiros
(participantes) seguiam em carroças puxadas por mulas ou pelo caminho de ferro até ao Montijo. Embora com algumas dúvidas, diz-se que os pioneiros desta peregrinação foram os empregados da Alfândega de Lisboa, aquando de uma promessa feita em 1507, relacionada com a peste que grassou na capital. Actualmente, são apenas cinco os círios existentes na Atalaia: Quinta do Anjo, Carregueira e Olhos d’Água (Palmela), Azóia (Sesimbra) e o Círio Novo da Jardia (Montijo).
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QUARTA-FEIRA 06.AGOSTO.2014
Esta receita e respetiva harmonização integrou a iniciativa «Adega sem Fronteiras», realizada pela Adega Cooperativa de Palmela e que levou aos almoços realizados naquela adega, oito Confrarias Gastronómicas, a Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal e os dois conceituados Chefes tradicionais, Filipa Vacondeus e Chefe Silva.
COMERES, BEBERES E... OUTROS PRAZERES
Vichyssoise
Breves
Festival do Marisco (receita de Filipa Vacondeus) em Setúbal De 14 a 24 de agosto realiza-se no Parque José Afonso mais uma edição do «Marisco no Largo», com organização da EV-Essência do Vinho e apoio da Câmara Municipal de Setúbal. Em funcionamento permanente das 18 às 24 horas, tendo em conta a edição do ano passado, este evento apresenta um espaço muito agradável mas, ainda reportando a 2013, o tempo de espera para «levantar» os mariscos aos balcões em determinados períodos é de fazer perder o apetite. Um problema que certamente será evitado na edição de 2014.
Barrete Verde em Alcochete Ingredientes (para 4 porções) 2 colheres de sopa de manteiga ou margarina, 3 alhos franceses picados (só a parte branca), ¼ de cubo de caldo de galinha, 2dl de água, 4 batatas grandes cozidas e esmagadas, 4dl de leite, 0,5dl de natas, cebolinho picado. Preparação Salteie os alhos franceses em lume médio na manteiga, durante 5 minutos, Junte-lhe o caldo de galinha e a água. Logo que levantar fervura, baixe o lume e deixe ferver durante 20 minutos. Junte as batatas e misture bem. Junte o leite e as natas e bata bem para ficar tudo bem ligado. Leve a gelar ao frigorífico. Na altura de servir, deite o preparado no copo de batidos e a baixa velocidade, bata bem até todos os elementos ficarem em creme. Tempere com sal e pimenta a gosto, enfeite com cebolinho picado e sirva bem frio.
O Adega de Palmela Branco DO da Adeg Adega Cooperativa de Palmela foi harm harmonizado com este prato e obteve os melhores comentários. Trata-se de um vinho classificado P como Palmela Denominação de Orig (DO), é um monocasta, Origem pr produzido com a casta Fernão P Pires e apresenta um grau a alcoólico de 12,5%. Contou c com uma curta maceração p pelicular de 8 a 12 horas e foi fermentado a baixa t temperatura para preservar t todo o seu aroma. D Deve ser bebido a uma t temperatura de 8 a 10º C e deve ser servido como a aperitivo ou a acompanhar p peixes grelhados, mariscos c cozidos ou grelhados, saladas e esta peculiar sopa fria. N prova, apresenta uma cor Na a amarelo citrino e um perfil fr frutado, bastante intenso, com n notas de frutos tropicais e maçãs v verdes, aliados a um sabor fresco e uma acidez bem estruturada. P Pode ser conservado durante c cerca de 3 anos.
Vichyssoise Diz-se que é uma sopa tradicional da culinária francesa, servida nas unidades termais. Mas há uma versão, segundo a qual, este prato foi criado em Nova York, no hotel Ritz-Carlton, pelo chefe francês Louis Diat, que a batizou com o nome da sua cidade natal. Em Portugal, esta sopa ganhou grande popularidade quando, na década de 90 do século passado, Paulo Portas, então jornalista do «Independente» quis saber junto de Marcelo Rebelo de Sousa como havia decorrido determinado jantar restrito. Marcelo descreveu-lhe todos os pormenores e chegou ao ponto de lhe referir que a refeição começara com uma vichyssoise. Mais tarde, Portas viria a saber que não só a vichissoise não fez parte da ementa, como o tal jantar nunca havia acontecido. Menos «indigesta» que o episódio acima, esta sopa fria, muito agradável nesta altura do ano, é aqui apresentada numa versão criada por Filipa Vacondeus, acompanhada por um excelente vinho branco da região.
As Festas do Barrete Verde e das Salinas, em Alcochete, decorrem este ano entre 8 e 15 de agosto. No programa não faltarão as entradas, largadas e recolhas de toiros e outras demonstrações relacionadas com campinos e touradas. Como é habitual, uma das noites será dedicada à sardinha assada mas a oferta gastronómica nos restaurantes da vila é diversificada e maioritariamente de qualidade. Quatro palcos garantem noites de espetáculos para todos os gostos.
Festas do Barreiro As Festas do Barreiro 2014, vão decorrer entre os dias 8 e 17 de Agosto, tendo como temas centrais as comemorações dos 50 anos dos Jogos Juvenis do Barreiro, os 30 anos de cidade e os 40 anos do 25 de Abril. Este é o terceiro ano em que estas festas são organizadas por uma comissão, constituída por associações do concelho, em substituição da Câmara Municipal do Barreiro. Da programação de espetáculos destaca-se a atuação da banda The Gi , Os Caelum’s Edge, banda residente no Barreiro e Quim Barreiros.
Toiros na Praia No Gaio-Rosário, no concelho da Moita, as Festas em honra de Nossa Senhora do Rosário realizam-se entre 14 e 18 de Agosto. O Huga-Huga (dança popular) vai percorrer as ruas da localidade com a charanga do Rosário. Haverá também exibição de marchas populares, passagem de modelos e sevilhanas. Mas a grande atracão destas festas será, como habitualmente, a realização de largadas de toiros na praia, provocando caricatas situações protagonizadas pelos improvisados toureiros em fuga para as águas do Tejo, perseguidos pelos toiros.
Feira de Agosto em Grândola Entre 28 de agosto e 1 de setembro, realiza-se no Parque de Feiras e Exposições de Grândola mais uma edição da tradicional Feira de Agosto, considerada o maior certame deste tipo no sul do País. Durante cinco dias, centenas de expositores apresentam-se e dão a conhecer os produtos regionais, o artesanato, a gastronomia e os diversos sectores económicos da «Vila Morena». A programação de espetáculos deste ano apresenta: D8 a 28, U2UK a 29, Ana Moura a 30, Diabo na Cruz a 31 e Pedro Abrunhosa a fechar, no dia 1 de setembro.