O Setubalense, o seu diário da região nº 584, dia 22 de Março de 2021

Page 1

co nt a ct o s: 80 0 2 1 7 2 1 7 / 2 65 5 2 3 5 1 5 / www. fu n e r ari a - arm i n d o.c om

"O sistema intermunicipal da água deve ser criado agora" Álvaro Balseiro Amaro Presidente da Associação Intermunicipal de Água da Região de Setúbal em entrevista p26 e 27

O SEU DIÁRIO DA REGIÃO SEGUNDA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 2021 PREÇO 0,80€ | N.º 584 | ANO III | 5.ª SÉRIE

Sobreiro Assobiador Águas de Moura GPS N38º 85' 20,01" W08º 41' 47,44"

DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO PUBLICIDADE

Edição especial dedicada ao Ambiente assinala dias da Árvore e da Água DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO PUBLICIDADE

PUBLICIDADE


2 O SETUBALENSE 22 de Março de 2021

Abertura

Errata referente ao texto sobre a Servilusa na página 10

No texto da página 10 desta edição, com o título “Servilusa assinala data com desafio nas redes sociais”, onde se diz que o Dia Mundial da Árvore e das Florestas se assinala no próximo domingo, deve-se ler no passado domingo, 21 de Março. Deve-se ainda ler que os

interessados em receber a oferta de árvores puderam inscrever-se até à última sexta-feira, 19 de Março. Os inscritos vão poder levantar o seu exemplar já a partir de amanhã, terça-feira, numa acção promovida pela Servilusa para celebrar o Dia da Árvore e das Florestas.

Os 100 anos do PCP (1.ª parte) OPINIÃO Joana Mortágua

EDP: a culpa vai morrer solteira?

O

facto é: A EDP vendeu seis barragens por mais de dois mil milhões de euros e montou um esquema de planeamento fiscal para não pagar os impostos que devia por essa transação. Mais: o Governo sabia que a venda ia acontecer, e aliás o Ministro do Ambiente recebeu a informação diretamente do Movimento Cultural Terra de Miranda, que lhe explicou que a elétrica preparava um esquema para não pagar o imposto devido pela venda das barragens. O negócio dependia da autorização do Governo, e assim aconteceu, mas quem ouviu o Primeiro Ministro em resposta à interpelação da Catarina Martins no último debate parlamentar só poderia concluir que a culpa vai morrer solteira. António Costa refugiou-se em critérios formais, na idoneidade do novo concessionário proposto e se este tem capacidade para a gestão dos caudais, remetendo a competência fiscal para a Autoridade Tributária. Ou seja, num momento em que o país enfrenta a pandemia e precisa de financiar todas as políticas públicas de resposta à crise, passou ao lado do Governo o critério da justiça fiscal na autorização de um negócio que permitiu à EDP fugir com mais de 110 milhões de euros em imposto de selo. O enredo é complexo, como todos os processos de planeamento fiscal agressivo o são, mas implica mascarar um negócio de venda como uma reestruturação empresarial - cisão e fusão - com recurso a uma empresa veículo. Atualmente a concessão destas seis barragens é detida por uma empresa que tem apenas um trabalhador e que é apenas um veículo numa estrutura que foi montada para mascarar esta operação de venda sob a forma de uma fusão, para não pagar imposto de selo. Ou seja, a EDP pretendeu utilizar abusivamente um benefício fiscal que se aplica às fusões e cisões recorrendo a uma construção fictícia. O negócio realizou-se no dia 17 de dezembro. No dia 16 de dezembro,

um dia antes de o negócio ser realizado, a EDP constituiu a tal nova sociedade, a empresa veículo, a que chamou Camirengia Hidroelétricos, S.A.. No dia 25 de janeiro essa empresa fundiu-se com a Movhera, antiga Águas Profundas, que entretanto mudou a sua denominação, transferindo para esta nova sociedade todo o seu património. Acontece que no momento da venda da concessão à Engie, o Estado tinha direito de preferência e o Governo poderia ter interrompido o contrato para rever a rentabilidade ou decidido fazer um leilão, com o preço base da venda à Engie, para "procurar o melhor comprador''. Mas o Governo aceitou a ideia de que se tratava apenas de uma transmissão da concessão e não de uma venda. Tudo isto enquanto o Ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, declarou no parlamento "que nem os contratos conhecia''. Tudo isto é ainda mais grave no momento em que a EDP, que acabou de embolsar mais de 100 milhões devidos ao erário público, procura regatear direitos sociais, apresentando aos seus trabalhadores, no processo de redução do quadro permanente e no processo de encerramento da Central de Sines, um contrato de passagem à pré-reforma legalmente desenquadrado do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) em vigor. Esta situação permite que a EDP retire para si benefícios indevidos ao nível da Taxa Social Única (TSU) devida à Segurança Social. Esta é mais uma prova de que o desígnio da transição energética, essencial no combate às alterações climáticas, não pode ser deixado nas mãos de empresas privadas para quem o interesse público e o interesse dos trabalhadores são encarados como meros efeitos colaterais. Seria também uma boa razão para motivar arrependimentos sobre a privatização de uma empresa estratégica nacional. Mas esses, como a culpa, parecem insistir em morrer solteiros. Deputada do BE

E

ste ano de 2021 assinala a passagem dos cem anos da fundação do Partido Comunista Português (PCP). Pela relevância histórica do acontecimento, pela resiliência e longevidade do PCP, nomeadamente se compararmos com o naufrágio colectivo dos partidos e regimes comunistas um pouco por todo o Mundo, esta efeméride merece-nos uma atenção acrescida. Em 1917, deu-se a revolução bolchevique, precursora de uma das ideologias políticas que atravessou praticamente todo o século XX: o Comunismo. Em 1921, era fundado o PCP. Em Portugal, principalmente a partir de 1931, assistiu-se à progressiva consolidação de uma ditadura de matriz ideológica fascista, o Estado Novo, decalcada da personalidade autocrática de Salazar. Durante cinco décadas, o único partido existente era o PCP. O PS somente seria fundado em 1973 e o PSD e o CDS após o 25 de Abril de 1974. Durante todo este tempo, foram sobretudo os comunistas aqueles que sofreram directamente na pele, a repressão do Estado Novo, com elevados custos pessoais, profissionais e familiares. Isso era realizado principalmente através da sua polícia política, a PVDE, mais tarde rebaptizada de PIDE, apoiada numa vasta rede de informadores que condicionava a população e prendia os opositores, servindo as prisões do Aljube, Caxias, Peniche, Porto e Lisboa para prender, torturar e assassinar. O pior de todos era o campo de concentração do Tarrafal, localizado em Cabo Verde, onde as condições eram particularmente brutais e ignóbeis, responsável por cerca quatro dezenas de mortos. Bento Gonçalves, o segundo secretário-geral do PCP, faleceu nesse local. Com o 25 de Abril de 1974, os comunistas eram aqueles que detinham supostamente maior autoridade moral para falarem de Democracia e Liberdade, uma vez que foram principalmente eles que confrontaram corajosamente o Estado Novo. Contudo, o PCP alcançou o ter-

PENSAR SETÚBAL Giovanni Licciardello

Com o 25 de Abril de 1974, os comunistas eram aqueles que detinham supostamente maior autoridade moral para falarem de Democracia e Liberdade

ceiro lugar nas primeiras e o quarto lugar nas segundas Eleições Legislativas, atrás do PS, PSD e CDS. A liberdade conquistada após o 25 de Abril, seguiu para uma deriva revolucionária, que culminou no 11 de Março de 1975, com a tomada do poder pelos comunistas, com o apoio dos militares. E aí começaram imediatamente a implementar as linhas orientadoras do seu programa: As nacionalizações, a reforma agrária, a libertação das colónias, o controlo da imprensa,

o forte condicionamento da sociedade civil. Toda a estrutura social e o tecido empresarial tremeram, tendo culminado com a vinda precipitada e criminosa (porque planeada de forma deliberada e intencional), de cerca 700 mil refugiados das ex-colónias, eufemisticamente designada por “descolonização exemplar” e que, tudo conjugado, teve consequências desastrosas. A 6 de Junho de 1975, em pleno “Verão Quente”, Álvaro Cunhal, secretário-geral do PCP, concedeu uma longa, importante e fundamental entrevista à conceituada jornalista italiana Oriana Fallaci, onde definiu as principais ideias estruturantes do cardápio comunista: “Portugal já não tem qualquer hipótese de estabelecer uma democracia ao estilo das que vocês têm na Europa ocidental (...)Garanto-lhe que em Portugal não haverá um parlamento (...). Não queremos uma democracia como a vossa (...). Portugal não será um país com as liberdades democráticas e os monopólios. Estas foram algumas das frases proferidas, retiradas de uma entrevista global, cujo conteúdo recomendo vivamente a sua leitura integral. O domínio do PCP terminou com o 25 de Novembro de 1975. Contudo, os seus efeitos fizeram-se sentir durante anos. O PCP foi lenta, mas progressivamente perdendo peso eleitoral, que se acentuou com os acontecimentos que culminaram simbolicamente com a queda do Muro de Berlim, em 1989. Entre as Eleições Legislativas de 1887 e as de 1991, a CDU perdeu cerca de metade dos seus deputados, passando de 31 para somente 17. Actualmente possui 12 deputados. Todavia, mantém ainda um considerável peso autárquico, em virtude dos seus autarcas normalmente serem pessoas sérias e honestas, não estando envolvidos em situações de corrupção. E um exemplo paradigmático disso mesmo é Francisco Lobo. Professor


22 de Março de 2021 O SETUBALENSE 3

Autarquia recua na reversão dos terrenos doados ao Vitória a pedido do clube

A reunião extraordinária da Câmara Municipal de Setúbal, que tinha como ponto único na ordem de trabalhos a votação da reversão dos terrenos doados ao Vitória, não se realizou como previsto na sexta-feira passada. A reversão havia sido sugerida pelo clube, mas

este informou depois, segundo a autarquia, que necessita de "ponderar melhor”. A doação aconteceu por deliberação do executivo a 27 de Julho de 2020 e a reversão foi "proposta pelo Vitória FC num ofício da direcção do clube, proposta que foi aceite e seria assim

DR

alvo de deliberação”. A autarquia diz que a mesma direcção comunicou no final da quinta-feira que "embora houvesse já uma comunicação escrita à Câmara no sentido de promover a reversão da doação, necessitava de ponderar melhor esta decisão”. O pedido foi aceite.

AMBIENTE

Plataforma digital da Navigator dedicada à floresta distinguida nos Prémios Comunicação M&P

A acção presencial no Montijo juntou 20 pessoas que desfilaram até ao Parque Municipal

SETÚBAL, MONTIJO E ALCÁCER DO SAL

Jovens da região manifestam-se em defesa de justiça climática No concelho montijense, acção decorreu em forma de marcha, desde os Paços do Concelho até ao Parque Municipal Maria Carolina Coelho

Os jovens que integram o colectivo “Greve Climática Estudantil” nos concelhos de Setúbal, Montijo e Alcácer do Sal mobilizaram-se na passada sexta-feira, entre acções físicas e online, com o objectivo de que seja feita justiça climática em Portugal. “Voltamos à acção porque precisamos de um plano real, construído pelo movimento por justiça climática, por todas as pessoas, para todas as pessoas”, justificaram os jovens em comunicado. No concelho montijense, a iniciativa, organizada em resposta ao apelo

internacional do movimento ‘Fridays For Future’, desenvolveu-se através de uma marcha pelas 18h00. Foram vinte as pessoas que se concentraram junto aos Paços do Concelho, de onde partiram rumo ao Parque Municipal, escoltados por um carro da PSP. Pelo caminho gritaram-se slogans e exibiram-se cartazes. “Não há planeta B" foi uma das frases ouvidas. Entre os presentes esteve a deputada não inscrita Cristina Rodrigues, que considerou que a acção valeu a pena, apesar de ter juntado poucos participantes. “Ainda assim, é positivo que as pessoas que estão cá se tenham mobilizado. Até porque temos aqui representados também a Plataforma Troca, a Libertação Animal e a Plataforma Cívica Aeroporto BA6 – Montijo Não”, disse. Os protestos não deixaram de incidir sobre o aeroporto para o Montijo, com a parlamentar a sublinhar: “A palavra de ordem é não haver um planeta B e temos de trabalhar para tentar reverter o caminho que está a ser seguido”. Em Setúbal, por sua vez, o movi-

mento foi assinalado via internet, com a publicação de uma fotografia na rede social Instagram, onde duas jovens seguram um cartaz com a frase “A terra esgotou a sua paciência e nós também”. Já em Alcácer do Sal realizaram-se duas acções: uma simbólica junto à Câmara Municipal e outra online. Frente ao edifício da autarquia, foram colocados cartões com frases como “Tu não podes comer dinheiro”, “É tempo de lutar” e “Precisamos de mudança”. Para o movimento, este é o ano “para começar e recuperar”. Com o intuito de “realizar a transição para uma sociedade ecológica e socialmente justa”, o colectivo contou com a organização de protestos em mais 17 localidades portuguesas. “Mobilizamo-nos porque precisamos de um plano para recuperar o clima, a saúde pública e a economia”. Também “a criação de empregos para o clima nos sectores-chave, que reduzam as emissões e o encerramento das infra-estruturas mais poluentes”, é uma das reivindicações defendidas.

A plataforma digital da The Navigator Company dedicada à floresta portuguesa foi distinguida nos Prémios Comunicação M&P com duas menções honrosas nas categorias “Ambiente e Energia” e “Site”. Em comunicado, a empresa com fábrica sediada em Setúbal, no Parque Industrial da Mitrena, explica que “este reconhecimento vem reforçar o papel importante que o ‘Florestas. pt’ cumpre enquanto centro de conhecimento de referência sobre as florestas e as múltiplas áreas que com ela se cruzam, desde as alterações climáticas à biodiversidade”. Os Prémios Comunicação M&P distinguem todos os anos “os melhores trabalhos de consultoras de comunicação e relações públicas, projectos de comunicação ou acções

de sustentabilidade levados a cabo por organizações, eventos e acções feitas em conjunto com os media”. Disponível desde 2020, a ferramenta da The Navigator Company “conta com a coordenação técnica e científica do Raiz – Instituto de Investigação da Floresta e Papel e com o apoio da comunidade científica nacional e de várias instituições e iniciativas com ligação à floresta”. Caracterizando-se como “uma fonte de referência na disponibilização de informação oficial e de conhecimento técnico-científico sobre o sector”, a plataforma desenvolve a sua actividade “sob o mote ‘conhecer, valorizar e cuidar da floresta portuguesa’”. "O seu objectivo é contribuir para que mais portugueses conheçam a importância da floresta em todas as suas dimensões”.

MOBILIDADE

Câmara Municipal de Setúbal recebe bicicletas eléctricas para utilização de funcionários A Agência de Energia e Ambiente da Arrábida ofereceu à Câmara de Setúbal, na passada sexta-feira, duas bicicletas eléctricas, no âmbito do projecto europeu EnerNETMob desenvolvido por esta agência em parceria com 11 países, co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. O objectivo é criar uma rede inter-

-regional de mobilidade eléctrica entre cidades e regiões mediterrânicas. Os veículos vão estar à disposição dos trabalhadores, no Edifício Ciprestes, onde funcionam os serviços do urbanismo, as obras e o ambiente. Futuramente, a ideia é “ter, pelo menos, duas bicicletas eléctricas em cada edifício municipal”, disse a vereadora do Ambiente, Carla Guerreiro. DR


4 O SETUBALENSE 22 de Março de 2021

Ambiente

O Setubalense celebra Dia da Árvore e das Florestas e Dia da Água em edição especial

A edição de hoje de O SETUBALENSE é dedicada ao Ambiente, na sequência das comemorações do Dia Internacional da Árvore e das Florestas (21 de Março) e do Dia Mundial da Água (que se assinala hoje, 22). Além de esta ser uma forma de

O SETUBALENSE se associar às efemérides, com a edição especial – composta por 32 páginas – desta segunda-feira pretende-se ainda dar a conhecer várias matérias e acções em curso na região, directa ou indirectamente ligadas à temática ambiental.

SUSPEITA A CÉU ABERTO

Comissão Regional e autarquia vão investigar depósito de resíduos junto ao sapal do Sado São 120 mil toneladas de resíduos suspeitos de serem perigosos, e já estão no foco da CCDRLVT e da Câmara de Setúbal Humberto Lameiras A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) vai investi-

gar o depósito de 120 mil toneladas de resíduos, a céu aberto, na zona de protecção da Reserva Natural do Estuário do Sado que foi denunciado, na passada semana, em notícia publicada por O SETUBALENSE. Também a Câmara de Setúbal já disse que vai questionar as entidades com jurisdição na área. “Tivemos conhecimento da denúncia, tomámos boa nota e, brevemente, vamos deslocar-nos ao local para fazermos o relatório sobre o que for encontrado”, avançou a presidente deste organismo regional, Teresa Almeida. “Será feito o processo de

identificação e, se for caso disso, dar nota ao proprietário”, acrescentou. Fora deste processo, pelo menos para já, está a Agência Portuguesa do Ambiente, que indicou a O SETUBALENSE que o mesmo é do “âmbito da CCDR-LVT”. O procedimento da CCDR-LVT será o mesmo que tomou quanto às 80 mil toneladas de resíduos depositadas, no ano passado, no Vale da Rosa, junto ao Complexo Municipal de Atletismo de Setúbal, onde veio a identificar a existência de materiais compostos por arsénio, cádmio, chumbo, mercúrio, níquel e manga-

PUBLICIDADE

As 120 mil toneladas de resíduos estão à beira do Sado há cerca de duas décadas. A CCDR-LVT já afirmou que vai ao local para averiguar, e a Câmara de Setúbal promete questionar

nês, classificados como “resíduos perigosos que apresentam diferentes características de perigosidade”. Disso mesmo deu conhecimento, por carta, à associação Zero, a qual agora suspeita, depois de ter visitado o depósito de resíduos existente, há duas décadas, junto do sapal do Estuário do Sado, na área da Mitrena em terrenos envolventes à antiga empresa Eurominas Electro­-Metalurgia, de ser idêntico ao do Vale da Rosa. “Há aqui pedras exactamente iguais aos materiais que já foram classificados como resíduos perigosos, [no Vale da Rosa] pelo que vamos comunicar e solicitar à Secretaria de Estado do Ambiente que faça as devidas análises científicas e investiguem qual é a origem”, disse o ambientalista Rui Berkemeier, na passada semana. Por parte da Câmara de Setúbal, até agora, não era conhecida a existência do depósito de resíduos à beira-Sado. Mas depois do mesmo ter sido noticiado, a autarquia diz que vai indagar e tomar medidas. “A Câmara Municipal de Setúbal desconhecia a existência deste depósito, não se conhecendo também a composição dos resíduos em questão”, comenta fonte do gabinete da vereadora do Ambiente, Carla Guer-

reiro, ao jornal O SETUBALENSE, que noticiou, com fotos, na edição de quarta-feira, a existência do mesmo. “Pelas fotos já divulgadas”, o gabinete da vereadora diz que “não consegue perceber exactamente a localização do depósito [de resíduos]”, mas sustenta que, “de acordo com as notícias publicadas sobre este assunto, estará junto ao antigo terminal da Eurominas, numa zona de transição entre a área portuária e o sapal”. Área esta “onde a Administação dos Portos de Setúbal e Sesimbra tem a jurisdição do domínio hídrico da área portuária, mas onde também começa a Reserva Natural do Estuário do Sado, pelo que, também será zona de jurisdição do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas”. Perante isto, e depois de “confirmada a localização do depósito”, a autarquia assegura que “irá solicitar esclarecimentos a estas entidades”, acrescenta. Com a Câmara de Setúbal a indicar que estes resíduos estão em área da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, O SETUBALENSE questionou a entidade portuária sobre se tem conhecimento dos mesmos, composição e sua proveniência, mas, até agora, não obteve resposta da mesma. DR


22 de Março de 2021 O SETUBALENSE 5

União das Freguesias de Setúbal beneficia recolha de resíduos com novas bases

Os trabalhos de recolha de resíduos ao longo da Estrada Nacional 10 são agora mais fáceis de ser executados, depois de a União das Freguesias de Setúbal ter procedido à construção de novas bases para alocação dos contentores de resíduos sólidos urbanos.

A intervenção, que representou um investimento de mil e 300 euros, “incluiu trabalhos de nivelamento”, explicou a autarquia em comunicado. Através desta acção “a Junta de Freguesia procurou, também, contribuir para a higiene e segurança dos locais”.

DISPONÍVEL NO SITE ‘SETÚBAL EM BOM AMBIENTE’

Setúbal tem um novo mapa interactivo para apresentar árvores de interesse público do concelho Constam na nova plataforma 21 espécies com o estatuto e 14 exemplares propostos a receber a classificação Maria Carolina Coelho A Câmara Municipal de Setúbal acaba de lançar um mapa interactivo inovador, onde se encontram descritas as árvores classificadas como de interesse público do concelho pelo

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), assim como as espécies propostas a classificação. A nova ferramenta, disponível desde ontem através do site ‘Setúbal em Bom Ambiente’, na secção ‘Viver – Espaços Verdes e Árvores’, tem disponíveis informações sobre as 21 espécies com o estatuto do ICNF e, ainda, as 14 que o município propôs recentemente para classificação. Lançada a 21 de Março, no Dia Mundial da Árvore e no Dia Internacional da Floresta, a iniciativa “dá a conhecer a localização, altura, idade e curiosidades das árvores de interesse público do concelho, com o objectivo de fa-

cilitar a sua identificação e valorizar o património vegetal em meio urbano”, esclareceu a autarquia em comunicado. “As oliveiras milenares com mais de dois mil anos que se encontram em Azeitão e a melaleuca, que se apresenta como um autêntico monumento vivo de grande efeito cenográfico e artístico à beira-rio, no jardim Engenheiro Luís da Fonseca, são algumas das árvores classificadas que se podem encontrar no mapa”. Também informações sobre “o famoso plátano que se encontra no Largo Dr. Francisco Soveral, antigo Largo da Ribeira Velha, e as seis Araucárias-

ENTRADA EM VIGOR NO PRÓXIMO ANO

PUBLICIDADE

Alcochete aprova plano que regula qualidade da água para consumo A Câmara Municipal de Alcochete acaba de aprovar o plano que vai regular a qualidade da água no concelho destinada para consumo humano, conforme requer a legislação. A decisão, deliberada por unanimidade em reunião de câmara, segue agora para aprovação da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), no sentido de entrar em vigor no início do próximo ano. Segundo Pedro Lavrado, vereador com o pelouro da Água e Saneamento, o Plano de Segurança da Água “incorpora metodologias de avaliação e gestão do risco ao longo de todas as etapas da água, desde a origem até à torneira do consumidor, constituindo-se uma análise sistemática dos perigos para a saúde pública existentes no sistema de abastecimento e dos processos de gestão necessários ao seu efectivo controlo”. Este plano revela ser importante para a Câmara Municipal, uma vez que “a garantia da qualidade da água para consumo humano, fornecida pelo sistema municipal de abastecimento e consequentemente a protecção da saúde pública constituem uma preocupação do município”. Assim, a nova ferramenta, que de-

DR

monstra ser “essencial”, “visa garantir de uma forma sistemática e proactiva que a água fornecida é adequada para consumo humano”, acrescentou o autarca. “Permite de uma forma sustentada e simplificada dotar o abastecimento de água de medidas de controlo para uma gestão operacional efectiva, uma vez que são descritos os perigos na fonte, no tratamento, no armazenamento e na distribuição, bem como ao nível do risco associado a cada evento perigoso, susceptível de ocorrer em cada uma das etapas”, esclareceu, a concluir.

-de-Norfolk, centenárias, com 26,6 metros de altura, localizadas no Largo José Afonso”, constam no novo mapa. O município destaca, igualmente, “os dois exemplares de magnólias que se encontram na placa central da Avenida Luísa Todi, árvores centenárias que na Primavera brindam os transeuntes com grandes flores brancas e aromáticas”. O site ‘Setúbal em Bom Ambiente’ foi “financiado no âmbito de uma candidatura ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) e reúne todos os projectos que estão a ser desenvolvidos pelo município no combate às alterações climáticas”.

Ferramenta avalia existência de risco desde a origem até à torneira do consumidor


6 O SETUBALENSE 22 de Março de 2021

Ambiente DR

DIA MUNDIAL DA FLORESTA

Palmela alerta para salvaguarda da biodiversidade e promoção da floresta portuguesa Como habitual, a data é assinalada com um conjunto de iniciativas Inês Antunes Malta

OBRA QUASE CONCLUÍDA

Ribeira da Salgueirinha deve estar pronta no início do Verão Regularização pretende “respeitar a natureza” de forma a “garantir o futuro” Inês Antunes Malta A empreitada de Regularização da Ribeira da Salgueirinha está a decorrer a bom ritmo, “considerando o contexto actual e a sua envergadura e complexidade, desde a articulação com diversas entidades no terreno, como a Infraestruturas de Portugal e a EDP, às limitações e cuidados necessários quando se intervém em ecossistemas sensíveis, em que é imperativo, por exemplo, que se respeite o período de nidificação das diferentes espécies de aves autóctones”. De acordo com Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, “apesar de algumas suspensões, devido à pandemia, entre questões de saúde dos trabalhadores da empresa e atrasos na entrega de material, tem sido possível recuperar o tempo perdido e avançar no terreno. Prevê-se que a obra esteja concluída no início do Verão”. Neste momento, com grande parte da intervenção concluída, “a empreitada vai avançar para dois dos pontos mais sensíveis do percurso: os atravessamentos da Rua da Lagoa da Palha, junto ao Mercado Mensal de Pinhal Novo, e da EN 252, junto ao núcleo empresarial da Cascalheira”.

A construção dos novos atravessamentos irá obrigar a desvios do trânsito, mas o autarca explica que “esta solução técnica, com construção in situ, foi imposta pela Infraestruturas de Portugal, que também aprovou o plano de circulação, e sabemos que os transtornos pontuais serão largamente compensados pela resolução dos problemas”. Esta intervenção é, de acordo com o município palmelense, “determinante para a qualidade de vida das populações, empresas e transeuntes, quer do ponto de vista da segurança e conforto, prevenindo as cheias e os lençóis de água que se formam nas estradas em dias de maior pluviosidade, quer do ponto de vista da

Empreitada vai avançar para dois pontos sensíveis: os atravessamen­ tos junto ao Mercado Mensal de Pinhal Novo, e da EN 252, junto ao núcleo empresarial da Cascalheira

qualidade ambiental, pelo seu papel como medida mitigadora dos efeitos das alterações climáticas na região”. Além da regularização, limpeza e desobstrução do leito da ribeira, ao longo de cinco quilómetros, entre o Vale do Alecrim e a Barragem da Brejoeira, a empreitada inclui 11 atravessamentos hidráulicos. O investimento superior a 2,5 milhões de euros é comparticipado em 85 por cento pelo Fundo Ambiental, sendo o restante financiado pelo Município de Palmela, que assumiu também a responsabilidade do desenvolvimento do processo. A Secretária-Geral do Ministério do Ambiente e Acção Climática e Directora do Fundo Ambiental, Alexandra Ferreira de Carvalho, visitou a obra em Outubro de 2020 e confirmou, no terreno, “a dimensão e a complexidade da empreitada, revelando que é um dos dez maiores projectos nacionais que o Fundo Ambiental está a apoiar, neste momento, em matéria de recursos hídricos”. A intervenção na Ribeira da Salgueirinha, que “representa o fim de uma luta com muitas décadas, travada pelas populações e pelas autarquias, com vários avanços e recuos”, será enquadrada com o Parque Municipal Ribeira da Salgueirinha - Lagoa da Brejoeira, que integra o pacote de propostas para inclusão do Plano de Recuperação e Resiliência, “que continua para proteger a linha de água, a fauna e a flora locais para uma melhor fruição do espaço natural pela população”.

Palmela assinala o Dia Mundial da Floresta, celebrado a 21 de Março, com um conjunto de iniciativas que pretendem sensibilizar a comunidade para a importância da salvaguarda da biodiversidade e promoção da floresta portuguesa. Entre hoje e sexta-feira, decorre a actividade “Planta a Planta”, que reúne um conjunto de acções de plantação de espécies autóctones e remoção de espécies invasoras do corredor da linha de água de Quinta do Anjo, no troço entre o Sobral e a Urbanização Colinas da Arrábida, junto à ciclovia, envolvendo a comunidade. Nos mesmos dias, terá lugar a plantação simbólica de árvores em espaços públicos das várias freguesias do concelho. De acordo com o município palmelense, “ambas as iniciativas têm em conta o actual estado de saúde pública e cumprem as restrições em vigor, evitando a aglomeração de pessoas”. Entre 2016 e 2020, o município de Palmela plantou 550 árvores para assinalar efemérides - o Dia Mundial da Floresta e o Dia da Floresta Autóctone. No ano passado, não foi possível concretizar as plantações do Dia da Floresta devido ao primeiro confinamento. Estes números espelham “apenas uma pequena parte, uma vez que o municí-

pio planta regularmente muitas mais árvores no seu trabalho de continuidade na área dos espaços verdes”. Também a “Hora do Conto” online se associa às comemorações do Dia Mundial da Floresta, com a apresentação, esta quinta-feira, 25, do vídeo do conto “A árvore generosa” na página de Facebook do Museu Municipal, que será repetido na página de Facebook Palmela Município, no sábado, dia 27.

Folheto digital dá a conhecer plantas da Serra do Louro

No âmbito das comemorações, foi lançado também o folheto digital “À descoberta das plantas da Serra do Louro”, disponível no site do município, que pretende dar a conhecer a grande diversidade de espécies vegetais existentes na serra que percorre uma parte do concelho de Palmela. A publicação integra um conjunto de espécies: três árvores e 12 arbustos, entre carvalho-cerquinho, loureiro, salva, urze-branca, alfavaca, folhado, pascoinhas e esteva, em destaque no final do Inverno e início da Primavera, convidando à realização de actividades de exploração da natureza em espaço aberto e amplo, seguindo as normas da Direcção-Geral da Saúde. A edição desta publicação surge na sequência de outros trabalhos já realizados no ano passado, em Junho, por ocasião do Dia Mundial do Ambiente, em Setembro, pelo Ecology Day, e em Novembro, mês em que se assinala o Dia Mundial da Floresta Autóctone, mostrando a evolução da diversidade de espécies ao longo das estações do ano. ARQUIVO / DR

Álvaro Amaro dá o exemplo numa acção de plantação de árvores


22 de Março de 2021 O SETUBALENSE 7 PUBLICIDADE

Sado, que futuro? p18 e 19 DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Palmela publica Matriz da Água do concelho actualizada Miguel Santiago

Documento é ferramenta importante na gestão do recurso no território. Permite avaliação estratégica e sustentável Inês Antunes Malta A publicação de uma versão actualizada da Matriz da Água do concelho assinala, em Palmela, o Dia Mundial da Água. O documento, que apresenta um retrato da água no território, dos sistemas de abastecimento e de saneamento e do desempenho da autarquia enquanto entidade gestora do abastecimento de água e de drenagem das águas residuais, é, de acordo com o município, uma ferramenta “de grande importância na gestão da água, identificando e quantificando os principais fluxos de água no território de Palmela, num momento em que as alterações climáticas são uma realidade”. Nas palavras de Álvaro Amaro, presidente da autarquia, a matriz “deve ser encarada como um auxiliar informativo e formativo, que visa o uso eficiente e racional da água como bem essencial, com reservas finitas. Por isso, este recurso deve ser gerido de forma rigorosa, através da adopção de medidas que promovam o acesso à água como bem público a todos os cidadãos, em quantidade e qualidade e a preços acessíveis”. Investimento significativo e autonomia no abastecimento

O concelho de Palmela dispõe de cerca de 616,3 quilómetros de rede de distribuição de água, com uma taxa de cobertura de 100 por cento nos aglomerados populacionais e de 97 por cento para a generalidade do concelho. Apesar da elevada taxa de cobertura da rede, continua a existir em Palmela um “investimento significativo em prolongamentos de rede”, com 195 ramais de abastecimento de água e 1445 prolongamentos de rede executados em 2019. O município encontra-se “em fase de concertação com a Administração da Região Hidrográfica do Alentejo para publicação em portaria da delimitação dos perímetros das captações de água inseridas na bacia hidrográfica do rio Sado”. De acordo com a autarquia, “nos últimos anos a extensão de rede de águas residuais reabilitada tem sido reduzida, dado que uma parte significativa da rede existente ainda se encontra no seu período de vida útil”, verificando-se no entanto “maior investimento em reabilitação no ano de 2019 face a degradação da rede em núcleos urbanos mais antigos”. No que diz respeito à captação, foram no ano de 2019 captados 5,5 milhões m3 de água, dos quais foram facturados 3,7 milhões. O destino principal da água foi o consumo doméstico, com cerca de 72%, seguido do consumo para fins não domésticos com 22% e consumos próprios na ordem dos seis por cento. A quase totalidade da água consumida é captada no concelho, à excepção da adquirida à Câmara Municipal do Barreiro, às Águas do Sado e à Câmara Municipal da Moita, num total de 0.064 milhões

de metros cúbicos, valores que “demonstram grande autonomia no que respeita ao abastecimento de água”.

Melhorias Obra em curso reduz perdas de água no abastecimento Encontra-se a decorrer desde Novembro a obra para melhoria, controlo e redução de perdas de água na rede de abastecimento público do sistema da vila de Palmela, por forma a “permitir melhorar o desempenho ambiental e os indicadores da qualidade do serviço”. Nesta intervenção, agora “mais visível no terreno”, serão instalados sistemas de medição por controlo de telemetria em 47 locais, que permitirão acompanhar as zonas de monitorização e controlo a criar no sistema de abastecimento e consequentemente detectar consumos excessivos e perdas de água. Serão ainda efectuados fechos de malha da rede e instaladas válvulas de seccionamento em diversos nós, que permitirá a equalização de pressões e isolar determinados sectores da rede de abastecimento em caso de necessidade de intervenção. DE

Como fazer o melhor negócio na compra da sua casa Este arranque de ano, sujeito ao isolamento social nas nossas casas, testou a nossa relação com as mesmas. Por isso se verifica o aumento da procura de jardins, terraços e varandas. No entanto, e devido aos vendedores saberem disto, este tipo de imóvel tem tendência para ter um preço mais alto, que nem sempre é o real. Então o que pode fazer para garantir que está a pagar o preço certo? Na actividade de intermediação imobiliária, é comum trabalhar-se com os proprietários para definir o valor ideal das casas. No entanto, e porque a decisão cabe sempre a estes, muitas vezes encontramos imóveis no mercado com preços inflacionados. Uma das formas como estes preços são corrigidos é pela via da negociação. No entanto, para ter sucesso um negociador pouco experiente terá pouca capacidade de o fazer por falta de argumentação. Assim sendo, eis o que sugiro que faça,

Visite os portais imobiliários Imovirtual.com, Idealista.pt e OLX.pt. Faça um apanhado das casas que são equiparadas à que irá visitar, seja em preço, tipologia, zona, idade, estado e características. Quanto mais semelhantes, melhor. Pondere se a casa que planeia visitar ainda é a 1ª opção ou se há outra que deveria ser o seu foco. Agende uma visita, e se lhe agradar o imóvel, apresente a sua proposta via email no fim do dia. Se houver obras necessárias a fazer, peça um orçamento na Zaask.pt. Fundamente o seu email com a informação que recolheu, preços de casas semelhantes e previsão de custos para obras para que não pareça que está a pedir uma redução só porque sim. Neste processo o vendedor ficará menos inclinado a recusar, e possivelmente até virá a aceitar a proposta. Se sentir que é demasiado não se esqueça - a sua agência imobiliária pode tratar de tudo por si.

932 467 535 miguel.santiago@century21.pt msantiago.cdc21.pt A mais quantidade (72%) de água da rede de Palmela destina-se ao consumo


8 O SETUBALENSE 22 de Março de 2021


22 de Março de 2021 O SETUBALENSE 9


10 O SETUBALENSE 22 de Março de 2020

Ambiente Montijo DR

INOVAÇÃO

Grupo Carmona aposta na produção de combustíveis e solventes a partir de resíduos Empresa da Mitrena tem novas unidades e posiciona-se como um parceiro para a valorização de resíduos perigosos e não-perigosos Luís Bandadas

Para o Grupo Carmona, 2021 é o primeiro ano de exploração das novas unidades na Mitrena, Setúbal, que concretizam o novo posicionamento do grupo no mercado, a aposta na produção de combustíveis e solventes a partir de resíduos. A empresa apresenta-se como o parceiro certo para a valorização de resíduos sólidos e líquidos, perigosos e não-perigosos e a produção de Combustíveis Derivados de Resíduos (CDR), assim como a produção de solventes, a partir de resíduos são as novas apostas diferenciadoras para o mercado”. Luis Semedo, director-geral do Grupo Carmona, explica a O SETUBALENSE o porquê da empresa investir agora na produção de CDR sólidos e de solventes. “As empresas estão cada vez mais focadas em contribuir para a sustentabilidade do planeta. O Grupo Carmona optimizará a sua actividade do ponto de vista logístico, e apresentará ao mercado novas soluções de tratamento de gestão concretamente: Produção de CDR a partir de resíduos perigosos e não perigosos (líquidos e sólidos); Produção de solventes regenerados e purificados a partir de resíduos de solventes; Soluções de tratamento de águas por evaporação e tratamento físico-químico; Produção de fuel a partir de resíduos de hidrocarbonetos; Soluções de valorização de resíduos de gorduras; Soluções integradas de gestão ambiental em clientes dos diversos sectores e soluções de limpezas industriais (alta pressão e hidroaspiração) em momentos de manutenção e paragens industriais”. No tipo de actividade que o Grupo Carmona desenvolve, a responsabilidade ambiental é uma preocupação cada vez mais presente na gestão das empresas do sector. Luis Semedo sublinha

que “as unidades do Grupo Carmona, concretamente a unidade da Mitrena, são unidades de vanguarda na valorização de resíduos, Cumprimos na Mitrena o desígnio de oferecermos ao mercado soluções sustentáveis de interpretação dos resíduos como recursos e matérias-primas, materializando a máxima “De resíduo a Recurso”. Trabalhamos com os nossos clientes na identificação de materiais passíveis de valorização em processos internos de cada empresa, garantido uma circularidade na gestão de materiais, bem como identificando

materiais que possam ser transformadas em produtos que seja matérias-primas noutros processos produtivos. No Grupo Carmona, acrescenta “apresentamos também, através das empresas Carmona e Neovalue, uma posição relevante no sector automóvel apostando na gestão ambiental numa lógica de mudanças de comportamentos mais consentâneos com os princípios de sustentabilidade. Actuamos sobre a redução a produção de resíduos, sensibilizando as equipas dos clientes para novas práticas de produção”.

DIA MUNDIAL DA ÁRVORE

Servilusa assinala data com desafio nas redes sociais

DR

Oferta de árvores já tem mais de 270 inscritos

Unidade na Mitrena, de valorização de resíduos, é de vanguarda

2020 Ano de oportunidades e desafios apesar da pandemia “O ano de 2020 foi um ano cheio de desafios e oportunidades para o Grupo Carmona. Desafios de mercado, de quebra de negócios, nas novas formas de comunicar e relacionar entre colaboradores e com os clientes. Com confinamentos e lay-off em algumas empresas clientes foi mais difícil dinamizar negócios no sector dos serviços e de actividades terciárias. Alguns clientes adiaram decisões de investimento de aprazaram serviços. Tudo isto se traduziu numa quebra no volume de negócios. Por outro lado 2020

foi um ano de oportunidades de reorganização e no Grupo Carmona conseguimos abrir o nosso Centro de Transferência de Ovar, a nova unidade de Transformação de Resíduos da Mitrena e a reactivação do Centro de Transferência de Messines. Aproveitámos a crise para a muito desejada reorganização e lançamento de bases modernas para o futuro que acreditamos desafiador indo ao encontro das solicitações dos clientes com soluções mais sustentáveis de valorização de resíduos”. Luis Semedo

Para celebrar o Dia Mundial da Árvore e das Florestas, que se assinala no próximo domingo, a Servilusa – a maior e mais moderna funerária do país –, lançou recentemente um desafio nas suas redes sociais para a oferta de árvores a todos os interessados que queiram marcar esta data. A iniciativa, que conta já com mais de 270 participantes inscritos, enquadra-se na responsabilidade ambiental da empresa, com os seguidores das redes de Twitter e Linkek In a poderem realizar a sua inscrição até ao final desta sexta-feira, para desta forma verem garantido o seu exemplar. Entretanto, a partir da próxima terça-feira, os participantes já poderão levantar a sua árvore na loja Servilusa que esteja localizada mais perto de si e que, seja a indicada para este efeito. Após este passo e depois de escolhido o local onde a mesma será plantada, para celebrar aquele dia de forma adequada, basta que os participantes plantem a sua árvore no espaço escolhido. Esta acção acontece após a Servilusa ter decidido mudar toda a sua imagem institucional, alterando pela primeira vez o logótipo após 17 anos. Trata-se de uma “aposta na inovação”, que se vai reflectir em todos os suportes, permitindo que possa desta forma assumir-se como uma empresa “mais compatível com a era

digital que vivemos”. A alteração representa um investimento de 170 mil euros e será visível, não apenas no logótipo, mas também na decoração das lojas e viaturas, fardas, materiais funerários e em outros suportes, numa actualização 360° de toda a sua imagem.

Grupo renova imagem

Paulo Moniz Carreira, director-geral do grupo, explica que “2020 foi o ano em que se deu o novo passo na imagem da Servilusa, apesar de não ter ficado muito visível, em alguns suportes, por causa da pandemia”. O responsável adianta que, no entanto, manteve-se “o conceito de homenagem e continuou a materialização desse conceito na flor do logótipo”, disse. O desafio passou por “actualizar o desenho às exigências de uma imagem com os valores de rigor, profissionalismo e respeito, bem como de um mundo cada vez mais digital, mais dependente do imediatismo, da leitura e descodificação rápida”, acrescenta. “A flexibilidade gráfica do logo permite encontrar pontos comuns de comunicação onde a empresa esteja presente, online e offline”, realça, sendo que depois deste trabalho “ficámos mais próximos, mais líderes e mais simples”, destaca o director-geral. A Servilusa, que possui um total de 70 agências em todo o país e conta com mais de 320 colaboradores nos seus quadros, é detida a 100% pela empresa de serviços funerários Mémora, cujo capital, é detido maioritariamente pela Ontario Teachers‘ Pension Plan.


22 de Março de 2020 O SETUBALENSE 11 PUBLICIDADE

ICNF está a oferecer 50 mil árvores p22

O SEGREDO DAS CARTAS TARÓLOGO e ASTRÓLOGO FRANCISCO GUERREIRO

Resolva todos os seus problemas sentimentais, profissionais, financeiros e de saúde, marcando uma consulta pelo número 96 377 05 04. Após a 1.ª consulta efectua tratamentos espirituais. Consultório: Rua Serpa Pinto n.º 127 - 3.º Esq. - Montijo

MUNICÍPIO FECHA AS TORNEIRAS HOJE ÀS 22H

E-mail:francisco_astrologo@hotmail.com

Barreiro diminuiu perdas reais de água e regista evolução positiva desde 2017 DR

Dia Mundial da Água será assinalado com apelo a boas práticas Luís Geirinhas

Numa altura em que o município do Barreiro considera que “diminuiu significativamente as perdas reais de água”, esta segunda-feira, pelas 22h00, a autarquia local junta-se à iniciativa H2OFF, promovida pela APDA – Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas, que pretende desta forma chamar a atenção de todos para o “valor deste precioso recurso vital”. Na data em que se assinala o Dia Mundial da Água, a iniciativa lembra que aquela será a hora marcada para fechar a torneira, numa acção de sensibilização que visa “promover o uso consciente e eficiência” deste recurso escasso, apelando a “boas práticas e mudanças de comportamento em nome da sustentabilidade (...), mas essencial à vida”. Mantendo-se, naturalmente, a distribuição de água no concelho, a Câmara do Barreiro, em conjunto com as uniões/juntas de freguesia, dará assim “o exemplo, não consumindo água durante uma hora”, revela. “Nesse gesto de contenção interessa refletir, tomar consciência e agir – ajustar determinada e definitivamente os nossos comportamentos por forma a pouparmos este bem tão precioso que nos permite viver”,

Reparação da rede tem reduzido "significativamente" as perdas

lembra, até porque, se “este recurso se esgotar – se a água doce deixar de existir nos locais onde actualmente está disponível –, existirão alternativas, mas com custos e implicações ambientais, económicas e sociais ain-

da fora do nosso alcance”, recorda. Por este motivo, acrescenta, “não queremos que isso aconteça” e “não podemos deixar que isso aconteça”, sublinha, por isso, “fechemos a torneira, sempre que possível”.

João Pintassilgo “A redução das perdas está muito próxima da meta que tínhamos traçado para 2025" João Pintassilgo, vereador da autarquia barreirense responsável pelos serviços de Água e Saneamento, adianta a O SETUBALENSE que o Dia Mundial da Água “será celebrado com acto simbólico, mas diariamente vamos trabalhando no município e com um esforço relevante neste sentido, que se evidencia com

os resultados obtidos”. O autarca explica que existe uma Plano de Gestão de Perdas de Água e Energia, para o período entre 2019-2023, pelo que “temos vindo a diminuir os consumos próprios e as perdas reais de água”, que nos últimos anos registou a seguinte evolução: 15,8% (2017), 13,7% (1018) e 12,6% (2019), num

“valor já muito próximo da meta que tínhamos traçado para 2025 (12%)”, frisou. O vereador afirma que a autarquia pretende deste modo “chegar depressa a um futuro mais sustentável”, por isso, “fechemos a torneira, sempre que possível” e simbolicamente, no próximo dia 22, às 22h00.

CARNEIRO 21.03 a 20.04 No plano amoroso – não deixe que fantasmas prejudiquem a sua relação atual, mostre-se entusiasmado com o seu parceiro e verá todos os seus sentimentos consolidados. No plano profissional – momento ótimo em que terá inspiração aliada á concretização dos seus projetos. Carta da semana – O SOL – esta carta mostra que terá as energias que precisa para se manter forte e otimista. TOURO 21.04 a 21.05 No plano amoroso – se tem alguma relação pendente ou mal terminada, é altura indicada para esclarecer os mal entendidos e arrumar o assunto de uma vez por todas. Se chegar á conclusão que a relação terminou reserve um tempo para si, mas não se feche ao amor. Viva a vida de uma forma alegre e descontraída. No plano profissional – terá algumas decisões importantes a tomar mas sentir-se-á confuso, por mais que lhe custe deve esfriar a cabeça para que consiga tomar decisões. Carta da semana – O AMOROSO – esta carta mostra que esta semana sentirá uma forte insegurança. Confie na sua intuição para conseguir tomar decisões. GÉMEOS 22.05 a 21.06 No plano amoroso – se está interessado em alguém aconselha-se que se aproxime dessa pessoa de forma prudente e só vá mais longe se essa pessoa lhe enviar algum sinal de consentimento. Não invada o território da pessoa de forma brusca. No plano profissional – esta semana talvez a rotina se altere e terá de fazer algum trabalho extra, isto devido ao grande afluxo de trabalho. Carta da semana – A PAPISA – esta carta mostra que a semana corre muito bem, mas deverá estipular muito bem todos os passos que tem para dar. CARANGUEJO 22.06 a 22.07 No plano amoroso – está muito seguro de si o que fará com que alcance progressos neste plano. Provocará bem estar em todos os que se aproximem de si. No plano profissional – vai realizar os seus projetos pessoais. Faça investimentos. Carta da semana – O IMPERADOR – esta carta mostra que esta semana estará com energias que farão com que seja bem sucedido em todos os planos. LEÃO 23.07 a 23.08 No plano amoroso – dias de intenso romance, de proximidade, o que o fará muito bem disposto e alegre. Nada nem ninguém conseguirá quebrar a sua boa disposição. No plano profissional – sucesso e muito trabalho são as duas máximas desta semana. Alcançará os seus objetivos. Carta da semana – A ESTRELA – esta carta iluminará o seu caminho. As suas capacidades e os seus atributos estão no auge. VIRGEM 24.08 a 23.09 No plano amoroso – reforce laços familiares, use de bom senso para aliviar ambientes tensos. No plano profissional – se não está satisfeito, repense a sua situação, pode seguir por outros meios para atingir os seus fins. Carta da semana – O PAPA – esta carta mostra que esta será uma semana tranquila em que deve aproveitar para ler e desenvolver a sua vida intelectual. BALANÇA 24.09 a 23.10 No plano amoroso – semana de conquista, aproveite e dê o melhor de si na arte de seduzir, mas não se deixe influenciar pelo passado e aproveite o melhor da vida. No plano profissional – este plano está brilhante consegue convencer tudo e todos do seu poder, pode ter acesso a um cargo de liderança. Carta da semana – O IMPERADOR – esta carta mostra que consegue dominar todos os acontecimentos e controlar agitações. ESCORPIÃO 24.10 a 22.11 No plano amoroso – se está só dê uma oportunidade a si mesmo de voltar a amar sem receios. Se mantém uma relação estável dê a sim mesmo a oportunidade de repensar a situação, o que o mantêm preso a essa pessoa e valorize-a. No plano profissional – este plano da sua vida está mais claro do que nunca para si e poderá agir de uma forma mais segura pensando no futuro. Carta da semana – A MORTE – esta carta mostra que irá conduzir a semana da forma que mais lhe agradar e conseguirá tomar as melhores decisões nos momentos certos. SAGITÁRIO 23.11 a 20.12 No plano amoroso – está muito apaixonado e inseguro. Confie na sua cara metade e não tenha receio de dar mais do que recebe. No plano profissional – não é altura indicada para correr riscos, situação financeira estável, se possível faça algumas economias. Carta da semana – A LUA – esta carta mostra que a semana será muito desgastante, pois as preocupações que terá serão constantes. CAPRICÓRNIO 21.12 a 20.01 No plano amoroso – deverá dedicar mais tempo ao amor e o resultado será uma semana repleta de paixão e de harmonia. No plano profissional – arrisque, tente ir mais além pois tem todas as hipóteses de triunfar. Carta da semana – O MUNDO – esta carta mostra que deve aproveitar todas as oportunidades que tem para mostrar aquilo que vale. Bons resultados em todas as áreas graças á sua determinação e garra. AQUÁRIO 21.01 a 19.02 No plano amoroso – irá desenvolver de forma harmoniosa o seu relacionamento, desde que seja claro e sincero sobre os seus sentimentos. No plano profissional – esta semana terá êxito no trabalho e nas suas finanças. Carta da semana – A IMPERATRIZ – esta carta mostra que esta semana tudo o que semear irá colher em abundância futuramente. PEIXES 20.02 a 20.03 No plano amoroso – mesmo que se sinta indeciso evite alterar as suas decisões, e ao fazer uma escolha deve estar certo que algumas decisões são irreversíveis. No plano profissional – sente que alguém o pode prejudicar, mantenha a calma pois se isso acontecer você notará e saberá como agir. Carta da semana – O CARRO – esta carta mostra que irá obter excelentes resultados em todos os aspetos da sua vida, mas que para isso, tem que dar o seu melhor.


12 O SETUBALENSE 22 de Março de 2021


22 de Março de 2021 O SETUBALENSE 13


14 O SETUBALENSE 22 de Março de 2021

Ambiente ALCOCHETE

REISSWOLF é exemplo de boas práticas para preservação do meio ambiente FOTOS: DR

Empresa de gestão documental é consultora também em gestão ambiental Inês Antunes Malta Com sede em Alcochete, a empresa REISSWOLF actua em Portugal na área da gestão documental, oferecendo um “serviço 360º” que vai desde a custódia e digitalização até à destruição confidencial de documentos, prestando ainda consultoria nas áreas de arquivo, gestão documental e ambiental. “Presente no mercado há mais de vinte anos, a REISSWOLF é líder europeia no tratamento confidencial de dados e documentos, área na qual tem como objectivo fornecer aos seus clientes o nível mais elevado dos standards de segurança”, começa por dizer José Henrique, administrador da REISSWOLF, a O SETUBALENSE. “Ao possuirmos a credenciação de segurança industrial NATO e da União Europeia e ao termos implementada a norma DIN 66399 garantimos a segurança da informação durante todo o processo”, assegura. Marcando presença em 35 países actualmente, em 2020, devido à pandemia de Covid-19 e face ao aumento exponencial do uso de máscaras, luvas e viseiras, a REISSWOLF decidiu criar um serviço novo, que passa pela recolha selectiva de equipamentos de protecção individual. “O objectivo é ajudar os nossos clientes a lidar de forma profissional com o tratamento deste tipo de resíduos e garantir o seu correcto tratamento ambiental”, explica. Com um investimento de aproximadamente três milhões de euros realizado em instalações destinadas à sua actividade de destruição e arquivo de documentos, a relação da empresa com o concelho de Alcochete vai além da sua localização: “temos uma ligação muito forte a Alcochete, os nossos cerca de 90 colaboradores residem na sua quase totalidade em Alcochete, Montijo, Moita e Barreiro”.

Responsabilidade ambiental como caminho para o desenvolvimento sustentável

Nas palavras de José Henrique, a

Em 2020, a empresa foi certificada no cumprimento dos requisitos de boas práticas na gestão de riscos biológicos

REISSWOLF assume “uma estratégia de responsabilidade ambiental e um compromisso para com o desenvolvimento sustentável, criando serviços e escolhendo produtos que respeitem o ambiente e que reduzam o seu impacto ambiental”. O administrador da REISSWOLF re-

A REISSWOLF decidiu criar um serviço novo, que passa pela recolha selectiva de equipamentos de protecção individual

fere ainda que “a legislação em vigor veio obrigar as empresas produtoras dos mais diversos resíduos, onde se incluem os resíduos administrativos, a serem tratados e encaminhados para os respectivos circuitos segundo normas e regras bem definidas, sob pena de aplicação de sanções e coimas”. Várias têm sido as empresas do distrito de Setúbal a recorrer aos seus serviços por forma “a cumprir todos os requisitos de ‘produtor de resíduos’, nomeadamente produção de relatórios de resíduos, cálculo da pegada ecológica e controlo de outros aspectos ambientais”. A actividade da REISSWOLF contribui desta forma “para a preservação do meio ambiente”. No ano passado, mais de quatro mil toneladas de papel seguiram o processo de reciclagem indicado pela Agência Portuguesa do Ambiente, o que permitiu uma poupança de aproximadamente 70.000 árvores. Também em 2020, a REISSWOLF recebeu o estatuto de empresa certificada no

cumprimento dos requisitos de boas práticas na gestão de riscos biológicos atribuídos pela empresa internacional de certificação. De acordo com a sua administração, “esta certificação tem como principal objectivo dotar as empresas de técnicas e recomendações fornecidas pela Direcção Geral da Saúde, Organização Mundial da Saúde e Autoridade para as Condições de Trabalho, para garantirem a máxima segurança no serviço que prestam”. Em termos práticos, os contentores de segurança REISSWOLF e os contentores técnicos onde são depositados os materiais obsoletos, como luvas, máscaras ou viseiras, são disponibilizados apenas após cuidadosa higienização com produtos certificados e atestados por um selo de verificação. Por seu turno, os motoristas que fazem a recolha dos contentores estão dotados de equipamentos de protecção individual adequados - luvas, máscaras, desinfectante de base alcoólica para higienização das

mãos e superfícies de contacto nos veículos - garantindo a segurança de todos. Diariamente, é realizada uma “higienização exaustiva tanto à frota como aos contentores de segurança” e o administrador José Henrique assegura que “a REISSWOLF garante que todos os resíduos recebidos nas suas instalações são encaminhados para os destinatários de reciclagem indicados pela Agência Portuguesa do Ambiente, num processo validado através da guia electrónica de acompanhamento de resíduos, e-GAR, e com a emissão de um certificado de destruição”. No período de pandemia que vivemos, esta certificação ganha “extrema importância, pois permite à REISSWOLF dotar-se de todo o conhecimento necessário para continuar a oferecer aos seus clientes um serviço seguro, protegendo os seus colaboradores e contribuindo para a luta contra o novo coronavírus e outras pandemias”.


22 de Março de 2021 O SETUBALENSE 15

Sado, que futuro? Opinião de António Ataz p18 e 19 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

Reginacork preserva árvores e ecossistemas com limpeza criteriosa da floresta DR

Corticeira de Pinhal Novo considera trabalho que desenvolve uma mais-valia para as florestas da região “Pegar em resíduos que iriam ficar na floresta para alimentar incêndios e transformá-los em energia alternativa e em divisas para o nosso país é muito satisfatório”, destaca a O SETUBALENSE, Carlos Garcia Ascenso, administrador único da Reginacork. O raio de acção, para a recolha da matéria-prima, estende-se por uma área que pode atingir os 100 quilómetros de distância. As actuais duas linhas de produção são alimentadas pela poda e limpeza da floresta, que resulta na chamada estilha ou biomassa, que depois de moída, dá os produtos finais traduzidos em granulados de cortiça e em pellets. Este trabalho no terreno é feito, maioritariamente, pela própria empresa, com pessoal devidamente formado para realizar estas intervenções cirúrgicas nas florestas e montados. A restante matéria-prima resulta de entregas por parte de proprietários e de algumas autarquias. “Antes as árvores morriam e ficavam no chão, o que era terrível para os incêndios, hoje em dia já não se vê nada disso devido a este tipo de trabalho”, realça o gestor. Em relação a este processo, esclarece: “Não abatemos árvores pela raíz. Limpamos a floresta mas preservamos as árvores e os ecossistemas”. Este tipo de indústria, considera, “é uma mais-valia para tudo o que é floresta e áreas de mato na zona. Posso dizer, por exemplo, que até hoje não houve uma propriedade florestal que ardesse depois de ser limpa por nós. Isto porque a quantidade de combustível que fica é reduzida”. No que diz respeito a poluição atmosférica, Carlos Garcia Ascenso é peremptório e esclarece: “Não temos nada de poluente!”O que se vê sair pela chaminé da fábrica não é fumo, é vapor. É o resultado da passagem de húmido para seco da matéria-prima, tão simples quanto isso”, salientando ainda o facto de “termos sido os primeiros a instalar o sistema de lavagem

Empresa transforma derivados de cortiça e madeira em pellets, um combustivel sólido 100% natural

de fumos para evitar qualquer descontrolo de emissões”. Para esclarecer qualquer tipo de dúvidas conta ainda que ”superámos todas auditorias e testes feitos por diversas entidades

Fomos os primeiros a instalar o sistema de lavagem de fumos para evitar qualquer descontrolo de emissões Carlos Garcia Ascenso

privadas e oficiais como o Ministério da Saúde. Cumprimos todos os requisitos legais”. A fábrica da Reginacork, localizada às portas de Pinhal Novo, produz

diferentes tipos de granulado, produto 100% natural obtido através da moagem dos desperdícios de cortiça, e é uma das principais produtoras de pellets (uma energia alternativa aos

combustíveis fosseis, em Portugal). Iniciou o seu percurso em 1998 com a produção de granulados de cortiça. Em 2016 deu-se a abertura ao mercado dos pellets. É uma exportadora por excelência,tendo como destinos preferenciais os países nórdicos e o centro/norte da Europa. O crescimento tem sido constante, sustentado e coerente com a evolução do mercado. O factor fundamental tem sido o investimento constante em equipamento e infraestruturas ao longo dos anos. O derradeiro exemplo, desta filosofia de actuação no mercado, está reflectido na aposta numa nova linha de secagem para os pellets (um investimento de 8 milhões de euros feito em 2020) com mais um refinador. Uma segunda linha que funciona em paralelo, com mais capacidade e mais fiabilidade. Isto porque, explica Carlos Garcia Ascenso, “se tiver uma só linha, mesmo que gigante, se parar, para a fábrica toda, mas se tiver duas conseguimos manter sempre uma base de produção”.


16 O SETUBALENSE 22 de Março de 2021


22 de Março de 2021 O SETUBALENSE 17


18 O SETUBALENSE 22 de Março de 2021

Ambiente

Sado, que futuro?

N

um tempo no qual a urgência sanitária parece tudo dominar, constitui dever cívico abrir espaço para reflectir sobre o nosso devir concreto enquanto comunidade. As respostas da União Europeia e dos Estados-membros às variadas sequelas decorrentes da pandemia trouxeram para a “ordem do dia” conceitos operacionais como “recuperação” ou “resiliência”. Contudo, a extrema fragilidade financeira do Estado português parece obrigar-nos a elevar tais conceitos ao nível de objectivos estratégicos ligados à emergência nacional “pós-pandémica”. Tal parece ser uma condição necessária, mas será isso suficiente? E a “região” de Setúbal? A passagem terá que percorrer entre a urgência actual e a emergência imediata? Terá o Distrito de Setúbal algum papel relevante na mitigação ou superação desta situação de emergência, seja a nível nacional, seja no âmbito local ou regional? O rio Sado é geralmente reconhecido como constituindo um factor de coesão territorial e identidade socio-cultural comum a todos aqueles que, directamente ou indirectamente, vivem integrados nos territórios correspondentes à respectiva bacia hidrográfica. No próximo dia 22 de Dezembro de 2021, perfazem-se 95 anos sobre a criação do Distrito de Setúbal. Décimo oitavo e último distrito criado no continente após a criação dos congéneres administrativos em 1835,

o Distrito de Setúbal é herdeiro dos territórios pertencentes a parte das antigas Províncias da Estremadura e do Baixo Alentejo e, bem assim, do Distrito de Lisboa. É facto histórico que a criação do distrito se deve predominantemente ao forte desenvolvimento e progresso socio-económico que a respectiva região, com epicentro na cidade de Setúbal, vinha a verificar desde finais do Séc. XIX. A importância da indústria conserveira ou da extração do sal terão certamente contribuído para tal pujança económica regional. Ainda assim, há que perguntar se não terão sido critérios puramente políticos conjunturais (mais ou menos arbitrários ou discricionários) os que presidiram à delimitação territorial distrital. Quando vemos os municípios que integram o distrito, pode legitimamente perguntar-se qual a relação entre Grândola e Montijo ou entre Alcácer do Sal e Alcochete. Haverá algo em comum entre Sines e Almada? Qual o elemento comum que pode ligar Setúbal, Sesimbra e Palmela? A circunstância histórica da Ordem de Santiago ter sido a responsável pela Reconquista, Repovoamento e Desenvolvimento do vale do Sado (cujos mais visíveis vestígios patrimoniais são os castelos feitos construir pelo monges espadatários) será ainda hoje um factor de representação identitária regional? Historicamente, a importância económica dos municípios ribeirinhos do Norte da Península de Se-

OPINIÃO António Ataz

A importância económica dos municípios ribeirinhos do Norte da Península de Setúbal muito se deveu à respectiva proximidade e vantajosa acessibilidade à grande Lisboa

túbal muito se deveu à respectiva proximidade e vantajosa acessibilidade à grande Lisboa. O transporte fluvial de produtos derivados do sector primário, designadamente agrícolas, da margem sul para a margem norte, ainda hoje é visível pelos belos (poucos) exemplares que restam das embarcações tradicionais, do Sado e do Tejo, empregadas no transporte de mercadorias. Presentemente, há um forte elemento, quiçá um “cluster” estratégico, que une os diferentes territórios do norte do distrito aos do sul: as áreas protegidas. Na verdade, no Distrito de Setúbal estão localizadas quatro importantes unidades de conservação da Natureza: a reserva Natural do Tejo, a Arriba Fóssil da Costa da Caparica e Cabo Espichel, o Parque Natural da Arrábida e a Reserva Natural do Estuário do Sado. Cumpre ainda indagar se existe alguma fonte de riqueza comum aos nove municípios actualmente pertencentes à Área Metropolitana de Lisboa e integrados na Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo (CCRLVT) e aos restantes quatro que integram a Comissão de Coordenação Regional do Alentejo (CCRA). A resposta parece ser afirmativa e apontar, maioritariamente, para a Bacia Hidrográfica do Sado e territórios contíguos por esta influenciados. Como se poderia negar ou desvalorizar a função aglutinadora deste rio exclusivamente nacional que atravessa todo o oeste alentejano e desagua no Atlântico a DR

menos de 50 quilómetros de Lisboa? Deslocando-se de Sul para Norte, a partir de Ourique e, acabando numa das mais importantes zonas húmidas estuarinas da Europa, tal situação geográfica e natural fez com que a União Europeia tenha reconhecido a respectiva importância ao incluir o Estuário do Sado na Rede Natura 2000. Mas a mesma Europa também apoiou um importante investimento industrial, continuando a apoiar a respectiva laboração, de uma das maiores empresas exportadoras nacionais: a Autoeuropa. Será tudo isto compatível e sustentável num futuro próximo? Para quem vive nesta região e que tenha hoje, pelo menos, 50 anos, não pode deixar de se lembrar das várias azáfamas económicas, ainda visíveis no final da década de 60 e princípio da década de 70, ligadas intimamente a uma então dominante “economia do mar”. Com epicentro na cidade de Setúbal, podia ainda constatar-se muita e variadas actividades económicas baseadas nos recursos endógenos: da pesca e da ostricultura até à indústria conserveira ou extracção do sal, do transporte marítimo local à construção e reparação navais de embarcações tradicionais. Mas também não nos esquecemos dessa fonte de riqueza agrícola constituída pela Bacia Hidrográfica do Sado: da cultura do arroz ou do tomate até à produção de cortiça ou de pinhão… Ainda assim, a pergunta impõe-se: quanto do produto interno bruto (ou do rendimento) regional representam actualmente tais actividades? Ou ainda: têm tais actividades futuro? Entretanto, todos conhecemos as continuadas agressões e danos ambientais infligidos, década após década, no nosso território comum, a destruição irreversível de sítios do nosso património natural e da nossa “herança” paisagística e cultural. Alguns exemplos: das pedreiras e exploração de margas na Serra da Arrábida à destruição das pradarias marinhas do estuário do Sado ou à continuada ocupação turístico-urbanística na frágil península de Tróia ou no norte da costa alentejana, da destruição iminente dos sapais da margem esquerda do Estuário do Tejo à erosão da Arriba Fóssil da Costa da Caparica... Danos e agressões ambientais que continuam ainda hoje a ocorrer, impune e despudo-


22 de Março de 2021 O SETUBALENSE 19

Biovilla combate perda de biodiversidade p20 DR

radamente, alineando e retirando das gerações actuais e vindouras a fruição desses valores e bens naturais tão escassos como vitais para a o ser humano. Todos os que queremos continuar a viver nesta magnífica e única região da Europa e do Mundo, temos acrescidas responsabilidades na marcação dos caminhos mais adequados a seguir. Haverá elemento e valor natural mais propiciador de recuperação e resiliência do que a riqueza de recursos de uma bacia hidrográfica? Uma entrada na Wikipedia descreve assim o Distrito de Setúbal. “(…) Actualmente, é o distrito com maior propensão ao desenvolvimento nas áreas da saúde, trabalho, economia, turismo, demografia e educação, devido à proximidade ao mar, à eficiente rede de escolas existentes e à fácil captação de investimentos no distrito (…)”. Será assim? Antes de andarmos a correr à busca de co-financiamentos a “fundo perdido”, temos certezas sobre os resultados (quantificáveis) que queremos atingir com esses financiamentos? O Distrito de Setúbal sempre foi uma encruzilhada de culturas, territórios, projectos políticos e económicos, mas este momento extremamente difícil que atravessamos deve-nos interpelar, ética e civicamente a todos, sobre o que queremos fazer para garantir um futuro digno para todos, designadamente, para as gerações mais jovens.

Todos os que queremos continuar a viver nesta magnífica e única região da Europa e do Mundo, temos acrescidas responsabilidades na marcação dos caminhos mais adequados a seguir Quando, no final dos anos 80, se conheceram os estudos técnicos conducentes à aprovação pela Comissão Europeia da Operação Integrada de Desenvolvimento da Península de Setúbal (1988-1992), costumava-se dizer que, de um ponto de vista socio-económico, “uma constipação, ainda que ligeira, a ní-

vel nacional, produz invariavelmente uma pneumonia grave na Península de Setúbal”. Na situação presente, não é difícil admitir que as sequelas da pandemia nesta nossa região estarão muito próximas da catástrofe socio-económica. Todavia, talvez o Sado e a respectiva bacia hidrográfica nos possam dar respostas a estas perguntas e fazer-nos encontrar os melhores caminhos a seguir. Especialmente, se também considerarmos as variadas dinâmicas de interacção com a Bacia Hidrográfica do Tejo. Seja como for, uma certeza parece evidente quando se reflecte sobre os caminhos percorridos nos últimos 40 anos: há que mudar de direcção. Mas para onde? Independentemente da voragem própria dos ciclos politico-eleitorais, ou até das disputas político-partidárias “caseiras” é cada vez mais premente que as organizações da chamada “sociedade civil” possam realizar um caminho de reflexão e debate para tentar obter linhas estratégicas de orientação conducentes às ditas “recuperação” e “resiliência”. Um debate em torno do futuro do “Sado”, no sentido amplo da palavra, pode ser um bom ponto de partida. Que melhor pretexto para celebrar a criação dos 95 anos do Distrito de Setúbal senão a realização de um ciclo de debates sectoriais sobre este tópico? Cidadão europeu


20 O SETUBALENSE 22 de Março de 2021

Ambiente INSCRIÇÕES ABERTAS ATÉ 26 DE MARÇO PARA 105 PARTICIPANTES EM PALMELA

Biovilla lança programa de capacitação para combater a falta de emprego e a perda de biodiversidade FOTOS: DR

Ajudar desempregados a criar o próprio negócio com impacto social, económico e ambiental positivo é o objectivo da primeira edição do VER – Viveiro de Emprego Regenerador, da Biovilla André Rosa Apoiar a criação de auto-empregos e o aumento de rendimentos com base em negócios regenerativos – de impacto social, económico e ambiental positivo – é o principal objectivo do programa de capacitação VER – Viveiro de Emprego Regenerador, organizado pela cooperativa para o desenvolvimento sustentável Biovilla, sediada no Parque Natural da Arrábida, em Palmela. As candidaturas para a primeira edição do programa estarão abertas até dia 26 de março, são gratuitas e têm 105 vagas disponíveis. Sob o lema “É possível gerar empregos que contruam um mundo melhor para todos!”, o programa tem como missão capacitar pessoas desempregadas para criarem o seu próprio negócio “regenerativo”, ensinando-as a planear o retorno económico, social e ambiental de cada projecto. “A nossa principal meta é que 80% dos participantes saia da capacitação com a criação do próprio emprego ou com aumento de rendimentos”, explicou a O SETUBALENSE Ana Pina, coordenadora da missão social da Biovilla. As inscrições abriram dia 8 de Março, no website da cooperativa, e destinam-se “em particular” a desempregados de longa duração (inscritos no IEFP há 12 meses ou mais) e a desempregados jovens (inscritos no IEFP com idade até aos 30 anos) das regiões de Palmela e Setúbal, tendo em conta que a Biovilla se situa no Parque Natural da Arrábida. Mas também se podem inscrever pessoas que considerem que trabalham “em condições não dignas, discriminatórias e destrutivas, quer social quer ambientalmente”, e de outras zonas do país. Filipe Alves, co-fundador da Bio-

Cooperativa para o desenvolvimento sustentável funciona no Parque Natural da Arrábida

villa, esclarece que o programa irá “acompanhar os participantes na criação do seu próprio emprego aliado a uma vida profissional com propósito. Mais do que sessões de capacitação, o que estamos a propor é uma experiência de aprendizagem integral dos conceitos técnicos de regeneração de ecossistemas humanos e ambientais”. O programa está dividido em cinco fases – constituídas por um total de 230 horas de aulas presenciais e online ao longo de oito meses – e prevê a abertura de três turmas de 40 pessoas cada. A primeira começará já em Abril.

Várias fases de aprendizagem

A primeira fase do VER servirá para integrar os participantes no contexto do dia-a-dia da Biovilla, fundada por Bárbara Leão Carvalho e Filipe Alves há 11 anos, num espaço de 55 hectares dentro do Parque Natural da Arrábida. As áreas de especialização da cooperativa norteiam os conteúdos do programa de capacitação e versam sobre cooperativismo, desenvolvimento humano, casa para todos, energias renováveis, alimentação biológica, biodiversidade, cuidado com as águas e desperdício zero, bem como governança, sociocracia, dragon dreaming, agrofloresta e permacultura.

Depois, os participantes escolherão, entre quatro áreas, aquela em que quererão especializar-se e desenvolver competências: turismo de natureza (ministrada por Rosário Figueiral); sementes, floresta autóctone e horta biológica (Nuno Belchior); alimentação saudável e transformação de alimentos (Marta Diniz); e ervas medicinais e cosmética natural (Jaque Santos). Com a área escolhida, seguir-se-ão 16 semanas de aulas teórico-práticas, duas vezes por semana, na Biovilla. A ideia é “mostrar como é o dia-a-dia de um negócio regenerativo e mostrar que é viável criar um negócio do

género, diz Ana Pina. Os participantes terão depois “uma semana de capacitação em empreendedorismo social e negócios regenerativos”, em que terão contacto com a metodologia The Good Business Model, criada pela co-fundadora da Biovilla Bárbara Leão de Carvalho. Aqui, o objectivo será “ensinar a montar um projecto e a fazer planos de negócio”, com vista à criação do auto-emprego, explica Ana Pina, coordenadora do programa de capacitação. A isso, seguir-se-ão mais três meses de masterclasses online e mentoria dos projectos. “A final de três meses, o objectivo é que os participantes tenham a ideia fechada e possível de implementar”. A capacitação deverá terminar com a apresentação de um “pitch” final sobre os projectos de negócio desenvolvidos, “com intenção de recrutamento, angariação de parceiros e/ou investidores”. O painel de jurados poderá ser constituído por entidades do poder local, potenciais parceiros e agentes incubadores. Nesta fase, segundo acrescenta Ana Pina, a Biovilla pretende colocar a sua estrutura ao serviço da comunidade, já no papel de potencial parceiro de negócio. Isto será útil, por exemplo, para quem precisar de alavancar projectos de desidratação de legumes ou plantação de hortofrutícolas em regime de agricultura biológica, tirando partido de 10 hectares de terra cultivável disponíveis. A Biovilla, fundada em 2010, “já impactou mais de 53 mil pessoas”, quer através das experiências que proporciona a quem fica alojado no seu turismo de natureza, quer através dos eventos, retiros e formações que tem promovido ou acolhido em diversas áreas, da construção sustentável à permacultura e agrofloresta, sementes autóctones, yoga, meditação, desenvolvimento pessoal e nutrição. Na organização do Viveiro de Emprego Regenerador, a cooperativa conta com o apoio do Portugal Inovação Social (financiado pelo programa Portugal2020) e de entidades como a Adrepes, o Montepio, a Câmara Municipal de Palmela, o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o Instituto Politécnico de Setúbal, a Junta de Freguesia de Palmela, a NOVA SBE, a T4HD – Technology 4 Human Development e a Sociedade de Advogados Vieira de Almeida.


22 de Março de 2021 O SETUBALENSE 21


22 O SETUBALENSE 22 de Março de 2021

Ambiente ATÉ À PRÓXIMA SEXTA-FEIRA

Instituto da Conservação da Natureza celebra Dia da Floresta com oferta de 50 mil árvores DR

Medronheiros, sobreiros, azinheiras, pinheiros mansos e romãzeiras são algumas das espécies disponíveis em cinco pontos do distrito O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) está a disponibilizar gratuitamente, desde sexta-feira e até ao próximo dia 26, um total de 50 mil árvores autóctones às pessoas que queiram plantar exemplares nas suas propriedades. No Distrito de Setúbal, os interessados podem recolher as espécies em cinco dos vários pontos de atendimento do ICNF onde serão feitas as entregas, no âmbito desta iniciativa, de cariz nacional, que visa assinalar o Dia Internacional das Florestas (21 de Março). As árvores, produzidas em viveiros do ICNF, podem ser levantadas em Setúbal (no posto da Praça da República), Alcochete (na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, 1), Caparica (na Estrada Florestal da Fonte da Telha, Mata Nacional dos Medos), Alcácer do Sal (na Estrada Nacional 120, entre este concelho e Grândola), e Santo André (no Centro de Interpretação do Monte do Paio – Brescos). No litoral alentejano, a recolha pode ainda ser feita em Odemira (na Rua Serpa Pinto, 32). Os serviços centrais do ICNF em Lisboa (na Avenida da República, 16) também terão exemplares disponíveis para oferta. Os interessados têm, porém, de se inscrever “através do contacto telefónico do local seleccionado ou por email para ICNFsomosTODOSnos@icnf.pt” para poderem receber as árvores, anunciou o ICNF, em nota de Imprensa. Depois basta “identificarem-se nos locais de recolha no horário combinado” e “comprometerem-se a remeter uma fotografia da plantação para ICNFsomosTODOSnos@icnf.pt”, a ser partilhada “com a hashtag #ICNFsomosTODOSnos”. A divulgação das plantações será assegurada nas redes sociais do instituto. “No momento da inscrição é neces-

As árvores podem ser levantadas em Setúbal, Alcochete, Costa da Caparica, Alcácer do Sal , Santo André e Odemira

sário indicar o nome do requerente, o local de recolha, o dia da recolha (nos dias úteis entre 19 e 26 de Março) e se a recolha das árvores será realizada no período da manhã (9h00-13h00) ou da tarde (13h00-17h00)”, esclarece o ICNF.

Saiba quantas árvores pode levar

Podem recolher “árvores para plantação os cidadãos maiores de 18 anos,

bem como representantes de entidades privadas sem fins lucrativos, devidamente identificados”, assumindo o “compromisso de promover a sua plantação no prazo máximo de uma semana após o levantamento”. Cada pessoa pode recolher “um máximo de 10 exemplares" das espécies disponíveis: “medronheiros, sobreiros, azinheiras, pinheiros mansos, alfarrobeiras, romãzeiras, DR

castanheiros e amieiros, entre outras folhosas”. Já os representantes de entidades privadas sem fins lucrativos “podem levantar até um máximo de 50 exemplares”. Este último número dobra (100 exemplares) para “os proprietários rurais que tenham como objectivo a plantação em pequenas parcelas de terreno (com área não superior a 5 mil m2), desde que identifiquem a

Cada pessoa pode recolher “um máximo de 10 exemplares" das várias espécies disponíveis

parcela a plantar”, indica o instituto. As árvores são entregues mediante “a existência de disponibilidade em cada local”. Os beneficiários devem ainda comprometer-se “a enviar para ICNFsomosTODOSnos@icnf.pt as fotografias com a identificação da data e do local” onde foram plantadas as árvores, “no prazo de 48 horas após a plantação”. O alerta para protecção das árvores vem de há muito, desde “1872, no Nebraska, Estados Unidos da América”, quando a população “decidiu dedicar um dia à plantação de árvores”, face à escassez já então sentida quer de árvores quer de florestas. A iniciativa viria a ser internacionalizada. “A festa passou da árvore às florestas e desde 2012 que o Dia Internacional das Florestas é comemorado a 21 de Março, primeiro dia de Primavera, para celebrar e alertar para importância de todos os tipos de florestas”, lembra o ICNF, a concluir.


22 de Março de 2020 O SETUBALENSE 23

Reginacork limpa florestas com respeito pelas árvores e ecossistema p15 COMBUSTÍVEIS

EcoGreen Power é resposta da Eco-Oil ao desafio da descarbonização DR

Fuel 100% reciclado permitiu, em 2020, evitar a emissão de toneladas de gases poluentes Luís Bandadas

Para além da gestão de resíduos industriais perigosos, a Eco-Oil aposta na comercialização de fuel onde assume diferenças assinaláveis perante o que existe no mercado. Desde logo o EcoGreen Power, um combustível 100% reciclado. É um produto, explica o Nuno Matos Director-geral da empresa sediada na Mitrena, Setúbal, “que apresenta menores emissões poluentes quando comparado com o combustível fóssil equivalente. Em 2020, o conjunto dos nossos clientes evitaram a emissão de quatro mil toneladas de gases poluentes. O gestor diz, ao jornal O SETUBALENSE, que a prioridade no presente para garantir o futuro é a capacidade de adaptação à descarbonização da economia. Na sua opinião este processo “irá introduzir alterações importantes no negócio dos combustíveis”. O EcoGreen Power, afirma, “é a nossa resposta a essa mudança. Temos como objectivo melhorar a qualidade para permitir novas e mais interessantes aplicações. O protocolo estabelecido com a Academia, permite um continuado processo de investigação e melhoria”. O EcoGreen Power, frisa, “é um sucesso. Em 2015, quando foi feito o investimento foram realizadas projecções a cinco anos, largamente ultrapassadas. Em 2020, apesar da enorme crise social e económica que a pandemia trouxe, foi possível crescer 19% nesse segmento e procuraremos em 2021 continuar a crescer”. A gestão de resíduos industriais perigosos e produção de fuel são os principais focos de actividade da empresa. Um trabalho delicado que, se mal gerido, pode colocar a sustentabilidade ambiental em causa. Nuno Matos diz que a empresa está ciente dessa realidade e decisões foram tomadas nesse sentido.

Classificada com medalha de ouro em sustentabilidade, a Eco-Oil, na Mitrena, trata resíduos perigosos e produz fuel reciclado

Responsabilidade Proteger o ambiente sem descurar a segurança das pessoas Na Eco-Oil a responsabilidade, e o foco “nas nossas pessoas” são, vinca Nuno Matos, “as prioridades”. O tratamento de resíduos industriais perigosos exige, acrescenta “responsabilidade”. A actividade assenta em “duas preocupações essenciais; a protecção do ambiente e em particular no ecossistema da Mitrena onde desenvolvemos a nossa actividade, e a segurança de pessoas e dos activos. O último inquérito anónimo realizado aos nossos colaboradores revelou que 95% tem orgulho em trabalhar na Eco-Oil”. Num contexto global e em

DR

comparação com a concorrência, o director-geral da empresa, refere que “os nossos concorrentes são internacionais e disputam connosco o mercado dos navios do Atlântico Norte. Nesse sentido, a nossa actividade tem um impacto regional”. “A Eco-Oil é uma das três maiores instalações europeias para tratamento destes resíduos. A nossa maior diferenciação será a capacidade de tratamento e de valorização dos resíduos. Devo dizer que não tratamos só resíduos, os resíduos são a matéria-prima para produzir combustível. 96% dos resíduos recebidos são reciclados.”, conclui.

”A Eco-Oil foi classificada com a medalha de ouro pelo sistema internacional de Avaliação do Indicie de Sustentabilidade da EcoVadis. Todas as decisões são tomadas tendo como principal preocupação a redução do risco. No âmbito da nossa certificação de Qualidade, Ambiente e Segurança, está estabelecida a metodologia de análise de risco que é revista regularmente, para garantir uma actividade com nível de risco, para o ambiente e para as pessoas, considerado aceitável”. A Eco-Oil iniciou a sua actividade em 2001, integrada no universo de participações da CUF – Companhia União Fabril SGPS, S.A. (sub-holding do Grupo José de Mello para a área Química). Tendo sido fundada com o propósito de assistir navios-tanque destinados aos estaleiros da Lisnave, sediados na Mitrena, e que integravam também, à data, o Grupo José de Mello.


24 O SETUBALENSE 22 de Março de 2021


22 de Março de 2021 O SETUBALENSE 25


26 O SETUBALENSE 22 de Março de 2021

Entrevista ÁLVARO BALSEIRO AMARO

“A criação do sistema intermunicipal da água em alta deve iniciar-se agora" O presidente da Associação Intermunicipal de Água da Região de Setúbal alerta para estudo que indica que o potencial de abastecimento do Aquífero na Península “pode ser fragilizado pela forma como está a ser explorado” Inês Antunes Malta Criada em 2008, a Associação Intermunicipal de Água da Região de Setúbal – AIA, composta pelos municípios de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal, tem como missão desenvolver um processo colaborativo em matéria de captação, transporte adutor e abastecimento de água em alta. De momento, afirma Álvaro Balseiro Amaro, presidente da AIA (que também preside à Câmara de Palmela), a associação está empenhada em três grandes desafios: na “renovação das redes de abastecimento de água”; na “melhoria da gestão operacional dos serviços, através de trabalho altamente qualificado e de muita tecnologia”; e na “preservação e aumento da resiliência das disponibilidades de água na região”. Mas o principal objectivo da AIA é apoiar os municípios na criação de um sistema intermunicipal em alta. Como caracteriza a gestão das águas levada a cabo pelos municípios da região de Setúbal? Existem razões para nos congratularmos. Este sector foi uma prioridade das políticas públicas locais, desde a instauração do Poder Local Democrático, em 1975, na Península de Setúbal, numa opção clara em investir no que era essencial e estratégico para a promoção da qualidade de vida, do bem-estar e da saúde das populações. Pode parecer estranho

nos dias de hoje, mas em 1974, quando se deu o 25 de Abril, cerca de 40% da população da nossa região – aproximadamente 200 mil pessoas – não tinha acesso a água canalizada. No presente, os desafios de primeira linha – a universalidade de acesso ao serviço, quer física, quer económica, e a garantia da qualidade da água que é distribuída às populações – estão cumpridos há muito tempo. A cobertura da rede é, na prática, de 100% e o serviço é garantido sem interrupções de relevo. Assinale-se que, já em 2008, a taxa média de cobertura da Península era de 98,5% (na altura, cerca de 6,5% acima da média nacional, ultrapassando em 3,5% a meta que o País tinha fixado, como

Grande parte das condutas tem perto de 50 anos e apresentam rupturas e muitas perdas de água

objectivo, para daí a cinco anos). Na região, o esforço económico médio das famílias para pagar a factura da água ronda os 0,28% do respectivo orçamento, contra 0,36% na média nacional. Além disso, a generalidade dos municípios criou outros mecanismos para salvaguardar as situações especiais de carência e promover a equidade, como seja o tarifário social e familiar. Relativamente à qualidade da água distribuída, também estamos muito bem posicionados. Em 2019, o valor médio para o indicador água segura, para os nove operadores da região, foi de 99,6%, o que significa que a população tem acesso a água de óptima qualidade. Mas ainda há desafios a vencer… Certamente, e importantes. Dividiria os desafios actuais do abastecimento de água na nossa região em três grandes frentes, e a primeira é a renovação das redes, que é um problema nacional. É uma tarefa muito importante e de grande complexidade e envergadura financeira. Muitos dos objectivos operacionais que pretendemos atingir dependem, em grande medida, da capacidade de avançar com a renovação das redes, que são antigas – grande parte das condutas tem perto de 50 anos – e apresentam problemas, não só rupturas, mas principalmente muitas perdas, o que é bastante danoso, não só do ponto de vista ambiental, mas para a economia da produção do serviço. A energia é um dos custos principais do processo de

abastecimento e, quando estamos a perder água no caminho entre a captação e a casa das pessoas, estamos também a perder energia… … E os outros dois desafios? O segundo prende-se com a melhoria da gestão operacional dos serviços, que passa pela incorporação de trabalho altamente qualificado e de muita tecnologia. Mas a tecnologia serve de pouco se não tivermos pessoas capazes de a introduzir e de trabalhar com ela. Por exemplo, o cadastro digital é uma ferramenta com um potencial fantástico: não se trata só de saber com facilidade onde estão as infraestruturas, mas de poder avaliar soluções de operação, estimar o estado conservativo e programar intervenções e remodelações com base em dados concretos e actuais. E o terceiro é preservar e incrementar a resiliência das nossas disponibilidades de água para abastecimento que, como se sabe, provêm exclusivamente de captações

subterrâneas com origem no Aquífero Tejo-Sado Margem Esquerda. Todos os municípios têm trabalhado nesse objectivo, ao longo do tempo, mas esta é uma tarefa que só pode ser concretizada colectivamente e, nesse sentido, criámos a AIA. A Associação tem vários objectivos, mas o principal é apoiar os municípios na criação de um futuro sistema intermunicipal em alta, ou seja, para a captação de adução de água. Quando deve estar criado esse sistema? É um objectivo de médio-longo prazo, mas que tem de ser iniciado agora. Com base no estudo sobre o Aquífero na Península, acreditamos que esta fonte tem potencial para continuar a abastecer as nossas populações, nas próximas décadas, mas esse potencial pode ser fragilizado pela forma como está a ser explorado actualmente. Se pensarmos na demografia da região, percebemos que as necessidades estão muito concentradas, tal como as extrações.


22 de Março de 2021 O SETUBALENSE 27

DR

Isso, a par das alterações climáticas que, previsivelmente, resultarão num aumento continuado da temperatura e da concentração da pluviosidade, pode comprometer a capacidade do aquífero em dar resposta a todos os usos na região – serviços de abastecimento, agricultura, indústria, turismo, etc. Assim, o objectivo do projecto é relocalizar a exploração de água para áreas menos sensíveis, no interior da Península e na sua fronteira NE. O que só é viável se os municípios agirem colectivamente, porque será necessário construir uma relevante rede de captações e adutoras para transporte da água. A parte interessante é que esta estratégia incrementa duplamente a resiliência do sistema de abastecimento – além de dar resposta a estes problemas, permite, também, alavancar outras soluções que o futuro nos exija. Para tudo isso são necessários recursos financeiros. Sim e esse é um aspecto central. Os municípios conhecem o problema, têm

uma estratégia para o resolver e, em muitos casos, dispõem já de projectos concretos, prontos a executar, em particular, no que respeita à renovação de redes. Será necessário dinheiro e os municípios não conseguirão gerar receitas suficientes, nem é razoável que se lhes peça isso. Uma estratégia de total autofinanciamento iria onerar de forma absurda os serviços e impedir que se realizasse intervenção nas muitas outras áreas que as autarquias têm a cargo. Será necessário financiamento nacional e comunitário. Temos vindo a transmitir isso mesmo aos sucessivos Governos, sobretudo, ao actual e ao anterior, e sentimos alguma disponibilidade para apoiar uma solução, particularmente, no que se refere ao sistema intermunicipal. Embora na prática ainda nada se tenha concretizado, estamos em crer que o Plano de Recuperação e Resiliência proporcionará essa oportunidade (seria muito penalizador se assim não fosse). Em que ponto está o estudo de viabilidade económica-financeira do sistema intermunicipal? Quais serão os próximos passos a dar? Estamos muito entusiasmados com os avanços no processo. Em 2020, concluímos a actualização dos elementos que apurámos em 2013, relativos à concepção do sistema intermunicipal, desenvolvemos uma solução conceptual alternativa e terminámos o Estudo de Viabilidade Económica e Financeira do Caso Base. Com as devidas cautelas, diria que os dados demonstram que o projecto é exigente, mas viável e sustentável. Até ao fim do primeiro semestre, iremos concluir o Estudo de Viabilidade Económica e Financeira da variante técnica. Tal como definido, no final deste mandato, a AIA produziu os elementos necessários à tomada de decisão pelos seus associados, e no princípio do próximo mandato exige-se que tomemos uma decisão. Acredito que será no sentido da criação do sistema. O que mais tem sido feito no âmbito da qualificação dos serviços de águas dos municípios e da protecção dos seus recursos hídricos? Que projetos têm em mãos? Durante muito tempo, dedicámo-nos apaixonadamente à defesa da gestão pública da água, uma opção acertada, que constituiu um importante contributo para a resistência, a nível nacional, à fúria neoliberal e privatizadora que vivemos até ao fim da política de austeridade do XIX Governo Constitucional. Actualmente, temos vindo a dar particular ênfase àquilo que designamos por projectos

colaborativos, que articulam necessidades semelhantes dos associados e, nesse campo, gostaria de destacar o projecto dos Planos de Segurança da Água. Colocámos os municípios em sinergia, partilhando dificuldades e soluções, com resultados muito benéficos para todos mas, em particular, para aqueles que, por serem mais pequenos, tinham menos acesso a competências especializadas. Neste momento, mesmo que só uma parte esteja já aprovada, todos os operadores da Península de Setúbal dispõem de um Plano de Segurança da Água. No campo da protecção dos recursos hídricos, temos, há algum tempo, um projecto designado Observatório da Água da Península de Setúbal, onde pretendíamos reunir todos os utilizadores dos recursos hídricos no território e desenvolver conhecimento e colaborações. Não tem sido um projecto fácil de implementar, mas continuamos empenhados. A protecção dos recursos hídricos é um objectivo muito complexo e transversal, e sem um forte empenho da Administração Central não será possível chegar a bom porto. Os dois últimos governos disseram-se empenhados em alterar essa situação… desejamos que isso aconteça, mas não podemos continuar a atrasar-nos. Face à pandemia, como se têm adaptado? Os serviços de águas estão habituados a lidar com processos críticos. Os trabalhadores reagiram com muito empenho e os serviços não pararam, quer os principais quer os de retaguarda. No início, foi dada prioridade ao processo de abastecimento, mas depois fomos retomando paulatinamente todos os serviços de suporte. Por outro lado, empenhámo-nos em garantir que ninguém ficaria sem água por razões económicas, pelo que, entre outras medidas, suspendemos os cortes. É necessário abordar o problema sem precipitações e a sociedade tem de encontrar respostas de outra natureza... o equilíbrio económico deste serviço é muito frágil, se não o cuidarmos bem, poderão resultar danos para o futuro. Que planos têm para o futuro? Como lhe disse, estamos muito focados em concluir os estudos de avaliação da criação do sistema intermunicipal. Gostaria que, no futuro próximo, tivéssemos que nos dedicar à criação e instalação da entidade que deverá gerir o sistema. Pretendemos, também, aprofundar a linha de trabalho dos projectos colaborativos, que tem muito potencial de escala.

PACTO ECOLÓGICO

Comissão Europeia assegura que região de Setúbal é “essencial para garantir mudança” Objectivo é tornar União Europeia realmente eficiente no aproveitamento de recursos Inês Antunes Malta “O ambiente é tema crucial e há muito que debater e, acima de tudo, fazer. Com todos”, começa por dizer Sofia Colares Alves, representante da Comissão Europeia (CE) em Portugal, a O SETUBALENSE, garantindo que “a CE está a cumprir o seu papel de criar um roteiro comum, envolvendo todos, e disponibilizar todos os recursos para apoiar esta transformação”. Criado em 1992, o programa LIFE, instrumento de financiamento da União Europeia para o ambiente e acção climática, ganha agora, nas palavras de Sofia Colares Alves, “ainda mais relevância porque a maior prioridade da CE é implementar o Pacto Ecológico Europeu, rumo a uma nova estratégia de crescimento”. Este pacto tem como objectivo tornar a União Europeia “realmente sustentável, com melhor relação com o meio ambiente e bem mais eficiente no aproveitamento dos recursos. DR

Sofia Colares Alves

Propomos transformar desafios climáticos e ambientais em oportunidades em todos os domínios e fazer acontecer uma transição ecológica, justa e inclusiva para todos”. A representante da CE diz ainda que “este tema tem forte ligação ao território de Setúbal de uma forma muito especial” por ser “uma região muito rica em biodiversidade com zonas únicas”, considerando que “os empreendedores, indústria, investigadores e autoridades de toda a região de Setúbal são essenciais para garantir esta mudança”. Os pescadores, agricultores e profissionais ligados à construção e energia, turismo, restauração e transportes na região têm neste sentido um papel essencial, sem esquecer “os estudantes com as suas ideias e poder de mudança e os educadores com o seu papel de transformar mentalidades”. Proteger ecossistemas frágeis, assegurar uma cadeia alimentar mais sustentável, uma nova política industrial baseada na economia circular, mobilidade sustentável e eliminar a poluição na água, no ar e no solo estão entre as principais medidas do plano de acção, que contempla ainda um trabalho de cooperação internacional em acção climática para alcançar a neutralidade em emissões de gases com efeito de estufa em 2050. Nos seus quase 30 anos, o programa LIFE apoiou muitos projectos essenciais na protecção dos ecossistemas e espécies da região, entre os quais o projecto para diminuir a poluição do ar e a conservação da floresta da Península de Setúbal coordenado pela Associação dos Produtores Florestais de Setúbal e vários projectos de preservação de aves e das salinas do estuário do Sado. Outro exemplo é a conservação e promoção do seu “valor natural excepcional e raro” com zonas protegidas como parte da rede Natura 2000. O novo programa, agora LIFE+, integrado no orçamento europeu 2021-2027, “deve abrir os convites a propostas de projectos no final da Primavera deste ano” e vai incluir áreas como a protecção da natureza e biodiversidade, economia circular e qualidade de vida, mitigação e adaptação às mudanças climáticas e a transição para energia limpa.


28 O SETUBALENSE 22 de Março de 2021


22 de Março de 2021 O SETUBALENSE 29


30 O SETUBALENSE 22 de Março de 2021

O SEGREDO DAS CARTAS TARÓLOGO e ASTRÓLOGO FRANCISCO GUERREIRO

Resolva todos os seus problemas sentimentais, profissionais, financeiros e de saúde, marcando uma consulta pelo número 96 377 05 04. Após a 1.ª consulta efectua tratamentos espirituais. Consultório: Rua Serpa Pinto n.º 127 - 3.º Esq. - Montijo

Bloco Clínico

E-mail:francisco_astrologo@hotmail.com

CARNEIRO 21.03 a 20.04 No plano amoroso – não deixe que fantasmas prejudiquem a sua relação atual, mostre-se entusiasmado com o seu parceiro e verá todos os seus sentimentos consolidados. No plano profissional – momento ótimo em que terá inspiração aliada á concretização dos seus projetos. Carta da semana – O SOL – esta carta mostra que terá as energias que precisa para se manter forte e otimista. TOURO 21.04 a 21.05 No plano amoroso – se tem alguma relação pendente ou mal terminada, é altura indicada para esclarecer os mal entendidos e arrumar o assunto de uma vez por todas. Se chegar á conclusão que a relação terminou reserve um tempo para si, mas não se feche ao amor. Viva a vida de uma forma alegre e descontraída. No plano profissional – terá algumas decisões importantes a tomar mas sentir-se-á confuso, por mais que lhe custe deve esfriar a cabeça para que consiga tomar decisões. Carta da semana – O AMOROSO – esta carta mostra que esta semana sentirá uma forte insegurança. Confie na sua intuição para conseguir tomar decisões. GÉMEOS 22.05 a 21.06 No plano amoroso – se está interessado em alguém aconselha-se que se aproxime dessa pessoa de forma prudente e só vá mais longe se essa pessoa lhe enviar algum sinal de consentimento. Não invada o território da pessoa de forma brusca. No plano profissional – esta semana talvez a rotina se altere e terá de fazer algum trabalho extra, isto devido ao grande afluxo de trabalho. Carta da semana – A PAPISA – esta carta mostra que a semana corre muito bem, mas deverá estipular muito bem todos os passos que tem para dar. CARANGUEJO 22.06 a 22.07 No plano amoroso – está muito seguro de si o que fará com que alcance progressos neste plano. Provocará bem estar em todos os que se aproximem de si. No plano profissional – vai realizar os seus projetos pessoais. Faça investimentos. Carta da semana – O IMPERADOR – esta carta mostra que esta semana estará com energias que farão com que seja bem sucedido em todos os planos. LEÃO 23.07 a 23.08 No plano amoroso – dias de intenso romance, de proximidade, o que o fará muito bem disposto e alegre. Nada nem ninguém conseguirá quebrar a sua boa disposição. No plano profissional – sucesso e muito trabalho são as duas máximas desta semana. Alcançará os seus objetivos. Carta da semana – A ESTRELA – esta carta iluminará o seu caminho. As suas capacidades e os seus atributos estão no auge. VIRGEM 24.08 a 23.09 No plano amoroso – reforce laços familiares, use de bom senso para aliviar ambientes tensos. No plano profissional – se não está satisfeito, repense a sua situação, pode seguir por outros meios para atingir os seus fins. Carta da semana – O PAPA – esta carta mostra que esta será uma semana tranquila em que deve aproveitar para ler e desenvolver a sua vida intelectual. BALANÇA 24.09 a 23.10 No plano amoroso – semana de conquista, aproveite e dê o melhor de si na arte de seduzir, mas não se deixe influenciar pelo passado e aproveite o melhor da vida. No plano profissional – este plano está brilhante consegue convencer tudo e todos do seu poder, pode ter acesso a um cargo de liderança. Carta da semana – O IMPERADOR – esta carta mostra que consegue dominar todos os acontecimentos e controlar agitações. ESCORPIÃO 24.10 a 22.11 No plano amoroso – se está só dê uma oportunidade a si mesmo de voltar a amar sem receios. Se mantém uma relação estável dê a sim mesmo a oportunidade de repensar a situação, o que o mantêm preso a essa pessoa e valorize-a. No plano profissional – este plano da sua vida está mais claro do que nunca para si e poderá agir de uma forma mais segura pensando no futuro. Carta da semana – A MORTE – esta carta mostra que irá conduzir a semana da forma que mais lhe agradar e conseguirá tomar as melhores decisões nos momentos certos. SAGITÁRIO 23.11 a 20.12 No plano amoroso – está muito apaixonado e inseguro. Confie na sua cara metade e não tenha receio de dar mais do que recebe. No plano profissional – não é altura indicada para correr riscos, situação financeira estável, se possível faça algumas economias. Carta da semana – A LUA – esta carta mostra que a semana será muito desgastante, pois as preocupações que terá serão constantes. CAPRICÓRNIO 21.12 a 20.01 No plano amoroso – deverá dedicar mais tempo ao amor e o resultado será uma semana repleta de paixão e de harmonia. No plano profissional – arrisque, tente ir mais além pois tem todas as hipóteses de triunfar. Carta da semana – O MUNDO – esta carta mostra que deve aproveitar todas as oportunidades que tem para mostrar aquilo que vale. Bons resultados em todas as áreas graças á sua determinação e garra. AQUÁRIO 21.01 a 19.02 No plano amoroso – irá desenvolver de forma harmoniosa o seu relacionamento, desde que seja claro e sincero sobre os seus sentimentos. No plano profissional – esta semana terá êxito no trabalho e nas suas finanças. Carta da semana – A IMPERATRIZ – esta carta mostra que esta semana tudo o que semear irá colher em abundância futuramente. PEIXES 20.02 a 20.03 No plano amoroso – mesmo que se sinta indeciso evite alterar as suas decisões, e ao fazer uma escolha deve estar certo que algumas decisões são irreversíveis. No plano profissional – sente que alguém o pode prejudicar, mantenha a calma pois se isso acontecer você notará e saberá como agir. Carta da semana – O CARRO – esta carta mostra que irá obter excelentes resultados em todos os aspetos da sua vida, mas que para isso, tem que dar o seu melhor.

LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS

DRA. MARIA FILOMENA LOPES PERDIGÃO DR. ALFREDO PERDIGÃO

Horário 2ª a 6ª-feira: 08.00/12.30 - 14/18.00h Sábado: 09.00/12.00h

Rua Jorge de Sousa, 8 | 2900-428 Setúbal www.precilab.pt | tel. 265 529 400/1 telm.: 910 959 933 | Fax: 265 529 408

Medisete - Centro Médico, Lda. Direcção Clinica – Dr. Norberto Gomes

Dra. Anabela Nabais - Neurocirurgia Dra. Nélia Alegria - Medicina Geral e Familiar Dra. Teresa Bertolo - Medicina Geral e Familiar Dra. Maria José Leitão - Psicologia | Hipnoterapia (Acordos) Dr. Mário Godinho - Dermatologia Dr. Norberto Gomes - Medicina Desportiva Tratamento Não Cirúrgico de Varizes (Derrames) - Esclerose, Laser Co2, Laser Vascular, Carboxiterapia

Dra. Maria João Baião - Psiquiatria Dr. Norberto Gomes e Dr. V. Pedro Correia - Tratamento de Obesidade Rua Augusto da Costa, nº 1 - 1 A - 2910-410 Setubal 265 239 390 | 265 419 488 | e-mail: medisete@gmail.com

ANUNCIE NO SEU DIÁRIO DA REGIÃO

ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 212 384 894 ALCOCHETE 212 318 392 SESIMBRA 265 520 716 OUTROS CONCELHOS 265 520 716

Necrologia

ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 265 520 716 ALCOCHETE 212 318 392 OUTROS CONCELHOS 265 520 716


22 de Março de 2021 O SETUBALENSE 31

Em caso de ...

... que um funeral de

Serviço disponível todos os dias, a qualquer hora!

COMUNICADO

Você sabia? cremação, considerando todos os custos envolvidos, é tipicamente mais barato que o funeral para sepultura?

A funerária Armindo informa que subiu o nível de contingência para o nível máximo, uma vez que a quantidade de óbitos atingiu níveis absolutamente inéditos. Como sempre, a funerária Armindo tem todos os recursos aplicados ao serviço da sociedade e pede a compreensão de todos para eventuais atrasos ou incómodos que possam resultar desta situação de exceção. Apelamos a toda a população para que respeite, com o maior zelo, as regras definidas ao abrigo do atual estado de emergência, para que a situação se possa normalizar o mais rapidamente possível.

3

Classificados

ARRENDA-SE APARTAMENTO Apartamento T3 Baixa da cidadede Setúbal, Junto à Câmara Contacto: 912 704 047

Necrologia

FALECEU A 12/03/2021

MANUEL CRISTINA MESSIAS PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

FALECEU A 15/03/2021

ODETE CAETANA VIEIRA GUERREIRO

FALECEU A 19/03/2021

CREMILDE DA CONCEIÇÃO SILVA FIGUEIRAS

Sua esposa, filhos, genro, netos, bisnetos e amigos cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido cujo o funeral se realizou dia 14-03-2021 para o Crematório de Setúbal. Na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram acompanhar ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO Seus filhos, nora, genro, netos, restante família e amigos cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido cujo o funeral se realizou dia 17-03-2021 para o Cemiterio de Alvalade. Na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram acompanhar ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO Seus filhos, nora, genro, netos, bisnetos restante família e amigos cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido cujo o funeral se realizou dia 20-03-2021 para o Cemitério da Paz. Na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram acompanhar ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SADO TELEF: 265 718 605 - 934782861 - 966479242

AGÊNCIA FUNERÁRIA SADO TELEF: 265 718 605 - 934782861 - 966479242

AGÊNCIA FUNERÁRIA SADO TELEF: 265 718 605 - 934782861 - 966479242


00:55 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:22 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:45 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 20:04 ~ 2.6 m ~ Preia-mar

ALMADA

00:48 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:16 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:41 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 19:58 ~ 2.5 m ~ Preia-mar

SESIMBRA

01:09 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:36 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:55 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 20:12 ~ 2.6 m ~ Preia-mar

SINES

SETÚBAL TRÓIA

MARÉS

01:02 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:55 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 13:56 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 20:34 ~ 2.9 m ~ Preia-mar

FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras, Ana Martins Ventura Desporto Ricardo Lopes Pereira, Miguel Nunes Azevedo, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Dulce Soeiro, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Baptista, Célia Félix, Mauro Sérgio IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.