O Setubalense, o seu diário da região nº 706, de 04 de Outubro de 2021

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Protesto por Comenda livre junta centenas

O SEU DIÁRIO DA REGIÃO

Concentração ontem contra vedações no parque de merendas p3

SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2021 PREÇO 0,80€ | N.º 706 | ANO III | 5.ª SÉRIE

DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO

AMANHÃ Icónico “Maria de Buenos Aires”celebra centenário de Piazzola p6

I Divisão Distrital Fabril vence Olímpico Montijo e já é líder p12 PUBLICIDADE

DIA DO ANIMAL Centro de Recuperação da Quercus salva animais selvagens p10 e 11

Festa da Ilustração abriu este sábado e decorre até Novembro p2

5 OUTUBRO O Setubalense não se publica amanhã, por ser feriado nacional PUBLICIDADE


2 O SETUBALENSE 4 de Outubro de 2021

Abertura

SETÚBAL

Festa da Ilustração abriu este sábado e decorre até Novembro PENSAR SETÚBAL Giovanni Licciardello

Carta a André Martins

C

aro André Martins. Em primeiro lugar, começo por felicitá-lo pela vitória que obteve nas últimas eleições autárquicas, extensível a todos os eleitos pelo Concelho de Setúbal. Mesmo tendo votado noutra candidatura autárquica, é com o maior desportivismo democrático que lhe dou os parabéns. Em Democracia ganha quem recebe mais votos e é assim que deve sempre ser. Muitas vezes, só se compreende verdadeiramente o valor da Democracia e da Liberdade, quando estas não existem. Quem nunca viveu em sociedades democráticas e livres, tem uma percepção necessariamente diferente do que são, na realidade; quem as perdeu nunca as esquece e quem as conquista deve tudo fazer para defendê-las, preservá-las e acarinhá-las. E assim é, de facto. No século XX, tivemos que nos confrontar com dois regimes totalitários, o fascismo (e o nazismo) e o comunismo, com o enorme rasto de sangue que deixaram atrás de si. Com o século XXI, novas ameaças pairam: uma nova Guerra Fria, os governos populistas, os extremos políticos, as intolerâncias religiosas, políticas e étnicas, o terrorrismo, a subalternização e menorização das mulheres, infelizmente ainda presente em muitas zonas do globo. O André Martins tem nas suas mãos uma pesada herança; o legado de Maria das Dores Meira, indiscutivelmente a melhor presidente da Câmara Municipal de Setúbal, no pós-25 de Abril. Após os mandatos de Mata Cáceres, que deixaram poucas saudades, cujo legado poderá eventualmente estar a condicionar eleitoralmente as sucessivas candidaturas autárquicas socialistas de Catarino Costa, Teresa Almeida, João Ribeiro, Fernando Paulino e Fernando José e dos mandatos inconclusivos de Carlos Sousa, que culminaram no seu afastamento compulsivo, surgiu a sua antecessora que lançou definitivamente

Setúbal para a frente, sacudindo-a de um torpor e de um estigma a que já estávamos habituados, mas não resignados. Nos anos 80, quando frequentava a Universidade e dizia que era de Setúbal, era logo olhado com desconfiança. Falava-se de Setúbal sempre pelos piores motivos: a crise, a insegurança, a criminalidade, tudo muito amplificado pela Comunicação Social da ocasião, de forma malévola, intencional e sistemática. Actualmente, Setúbal é encarada de outra maneira, para bem melhor, existindo outro dinamismo que não ocorria no passado. Somos visitados por um número cada vez maior de turistas, o que é um óptimo indicador. As eleições autárquicas são eleições de proximidade, nas quais as aspirações dos munícipes centram-se em melhores condições de vida no lugar onde vivem, onde circulam e muitas vezes trabalham, nomeadamente água, saneamento, resíduos, iluminação pública, limpeza e manutenção dos espaços, cultura, desporto, eficácia administrativa, visão estratégica. O progressivo aumento da abstenção nas sucessivas eleições em Portugal, não deve ser encarado como falta de interesse, mas a constatação da ocorrência de práticas pouco claras e dignas, onde recorrentemente se constata o compadrio, a corrupção e a ausência de atitudes salutares de cidadania. Na sua equipa autárquica camarária, bem como na União das Freguesias de Setúbal, estão presentes respectivamente Carla Guerreiro e Nuno Folques. Conheço-os muito bem. São ambas pessoas de grande honestidade, integridade e carácter, sem desprimor para os restantes membros, naturalmente. Concluo esta crónica, augurando-lhe de forma muito sincera, as maiores felicidades no desempenho do seu cargo e um mandato repleto de Alma Setubalense. Professor

Marta Madureira e Pierre Pratt são os artistas convidados desta sétima edição que apresenta doze exposições em vários espaços da cidade Francisco Alves Rito A sétima edição da Festa da Ilustração arrancou este sábado com a inauguração das exposições de Marta Madureira e Pierre Pratt, os artistas convidados deste ano, na Casa da Cultura, em Setúbal. O momento contou com a presença de dezenas e pessoas, que tiveram oportunidade de fazer uma visita, às duas mostras, guiada pelos próprios autores. Primeiro, José Teófilo Duarte, curador do evento, que é organizado pela Câmara Municipal de Setúbal com várias parcerias, assinalou a abertura da edição expressando o desejo de que a festa possa interpelar os setubalenses. “Espero que se divirtam, que as ilustrações vos façam

pensar, que ponham muitas incertezas, mas nunca desencantos”, disse. O curador recorda que a Festa da Ilustração começou, há sete anos, em homenagem aos ilustradores do jornal satírico francês Charlie Hebdo, que foram assassinados na redacção. “Não é a morte que se assinala. É a vida dessa gente corajosa que viveu sem medo. Gente que viveu em voz alta e de lápis bem afiado”, destaca Teófilo Duarte, para quem o desenho é “uma arma contra a arrogância e a estupidez”. Liberdade foi também a palavra escolhida pelo vereador da Cultura para definir o certame. Pedro Pina disse tratar-se de um projecto de resistência. “Somos e queremos continuar a ser uma ilha de resistência, de apoio aos artistas”, afirmou o autarca, assegurando a aposta na continuidade do evento. “Enquanto as forças nos couberem, a festa será uma marca incontornável da cidade de Setúbal”, garantiu, acrescentando que não falta determinação para vencer algumas resistências. “Se calhar temos de ter o esforço de fazer muitos desenhos para explicar muitas coisas, mas, na Câmara Municipal de Setúbal, estamos dispostos a isso”.

Esta sétima edição tem um programa que vai até 7 de Novembro, com 12 exposições patentes nos diversos espaços culturais da cidade, nomeadamente na Casa da Cultura, A Gráfica, Casa das Imagens, Casa da Avenida, Culsete, Museu do Trabalho, Atelier do 11, Casa do Largo, Casa Bocage e Atelier Zé da Nova, e também em Azeitão, na biblioteca. Outro convidado deste ano é João Carlos Celestino Gomes e entre os ilustradores presentes estão também José Brandão, André Ruivo, António Jorge Gonçalves, Vasco e Zé Nova, e uma mostra coletiva de alunos de escolas superiores de artes. A Gráfica – Centro de Criação Artística acolhe as exposições “Ilustradores Portugueses”, com a apresentação de trabalhos de desenhadores de relevo nacional, e “Ver ao Perto” dedicada a artistas da região, este ano alargada aos concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra. Também no espaço de A Gráfica, tal como no ano passado, realiza-se a Feira da Festa, com a participação de profissionais da área do design e a dinamização de atividades paralelas, como um ciclo de filmes de animação para famílias, concertos, workshops e visitas guiadas. DR

Pedro Pina, Teófilo Duarte e os artistas Marta Madureira e Pierre Pratt na abertura do certame


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Porto de Setúbal cresceu 3,4% na carga movimentada

Cerca de 4,4 milhões de toneladas foi o total de carga movimentada pelo Porto de Setúbal entre Janeiro e Agosto deste ano, o que representa “um crescimento de 3,4% “ face ao período homólogo de 2020, revelou a administração da infra-

estrutura portuária. “Neste aumento destaca-se a carga geral fraccionada, que cresceu 38,3%, superando o valor total de 1 milhão de toneladas”, faz notar a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, sem deixar

de realçar que esse tipo de carga “tem em grande parte origem ou destino à indústria pesada, o que constitui um sinal de retoma da produção do tecido industrial nacional e regional”. A carga Ro-Ro “também se evidência, num panorama de

ALEX GASPAR

recuperação industrial, tendo sido movimentadas até Agosto 164 mil viaturas”, o que se traduz num “crescimento de 18%”, destaca ainda a administração. “Desse número 114 mil viaturas foram exportadas, ou seja 70% do total movimentado”, adianta.

A fuga do banqueiro

OPINIÃO PARQUE DE MERENDAS DA COMENDA

Centenas garantem que “argumento arqueológico” é falso e serve apenas para interditar acesso Presidente eleito da autarquia diz-se solidário e compromete-se a iniciar processo de esclarecimento assim que tomar posse Maria Carolina Coelho Centenas de pessoas gritaram ontem ‘alto e bom som’, frente ao Parque de Merendas da Comenda, que o “argumento dos vestígios arqueológicos” dado pelos novos proprietários - a Fundação Mirpuri, representada pela Sociedade de Investimentos Seven Properties -, “é falso” e que o espaço apenas está a ser vedado “para impedir a população de o utilizar”. Em causa está o fecho do local, que foi de uso público durante mais de seis décadas, para a construção de um Centro Interpretativo com espólio arqueológico. Presente na concentração ontem realizada esteve André Martins, presidente eleito da Câmara de Setúbal, que se mostrou solidário para com a população, comprometendo-se a “iniciar um processo de esclarecimento sobre a situação assim que tomar posse”. “Farei tudo o que estiver ao meu alcance para defender o património da Arrábida”, disse. Para o efeito, depois de o município ter na passada sema-

na embargado a obra, André Martins explicou que o próximo passo passa por pedir “reuniões às entidades que têm competência sobre o território, a começar pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)". “Depois, irei falar com a administração dos recursos hídricos e com a Direcção-Geral do Património Cultural, uma vez que no dia 24 de Setembro chegou um ofício aos serviços do municipio, a informar que os proprietários iriam iniciar as escavações com o seu parecer favorável”, acrescentou. Tem igualmente como objectivo “criar um dossier com a documentação que existe na Câmara Municipal, designadamente a autorização dos anteriores proprietários, que autorizaram a autarquia a usar o espaço para uso da população”. Questionado por O SETUBALENSE sobre as acusações de Manuel Fernandes, eleito para a Assembleia Municipal pelo PS, feitas nas redes sociais, relativas a uma fotografia em que o vereador Pedro Pina aparece junto dos responsáveis da Fundação Mirpuri, o presidente eleito disse não ter “nada a dizer sobre o assunto”, revelando apenas que “quem faz afirmações dessas naturalmente que há-de sofrer consequências”. Enquanto isso, Fernanda Rodrigues, em representação do Movimento de Cidadãos pela Arrábida e Estuário do Sado, disse não se puder “admitir que venham os novos proprietários e que

tomem a Comenda, que hoje está vedada de forma ilegal”. “Mesmo sendo propriedade privada, nada impede que seja utilizada pela população. Aliás, a Constituição da República Portuguesa diz que os direitos de utilização do espaço tornam o espaço público”, salientou. Em seguida, relembrou que “a Comenda está definida como área arqueológica desde os anos 70”, uma vez que existem na área vários vestígios da época romana. “Este argumento é falso. Eles colocaram betão e vedaram os vestígios que existem do balneário romano e utilizaram este argumento para vedar o espaço à população”. Também Rui Canas, reeleito presidente da União de Freguesias de Setúbal, diz não compreender o porquê de se colocarem vedações, porque “quando se faz uma escavação, só se veda a área que será objecto dessa escavação”, referiu a O SETUBALENSE. “Esta situação leva-nos a pensar que estão a utilizar a escavação para vedar definitivamente o Parque de Merendas”, explicou. Isto porque “o espaço, apesar de posse privada, sempre foi de uso público”. “Com a família Xavier Lima tínhamos um contrato onde eles reconheciam a utilização do espaço pelas pessoas. Pensávamos que os actuais proprietários viessem a honrar esse acordo. Só pedimos que deixem as pessoas continuar a utilizar o parque”, reforçou.

P

José Luis Ferreira

or estes dias, os portugueses foram surpreendidos com uma notícia que nos deixou absolutamente indignados, o ex-banqueiro, João Rendeiro fugiu não se sabe para onde, muito provavelmente para um País que não tenha acordo de extradição com o nosso País. E esta indignação é mais que legitima, afinal o Ex-presidente do Banco Privado Português (BPP); arguido em vários processos e que se encontrava com uma medida de coação ligeira, termo de identidade e residência; fugiu para tentar escapar à ação da justiça. Fugiu para não se sujeitar às consequências que decorrem da sua posição processual, nomeadamente ao cumprimento da pena de 10 anos de prisão. Estamos diante de um número, que mais parece um filme de ficção, mas, infelizmente não se trata de um filme. Aconteceu mesmo. Está a acontecer. E se é verdade que esta monumental fuga do ex-banqueiro, é antes de mais um assunto da Justiça, também é verdade que não deixa de assumir relevância política. E assume relevância política por vários motivos. Primeiro porque foram os contribuintes portugueses que se viram obrigados a pagar a gorda fatura da irresponsabilidade dos banqueiros, deste e de outros. Recorde-se que o colapso do BPP, apesar de ter ocorrido já depois do caso BPN, ainda assim, teve consequências muito negativas no sistema financeiro, considerando os potenciais efeitos de contágio que provocou no sistema, ainda apor cima numa altura em que vivíamos uma crise financeira. Em segundo lugar, tem relevância política, porque o estado atual deste processo não está desligado de um

problema estrutural da nossa Justiça e que tem a ver com a sua morosidade, até porque a justiça é um pilar absolutamente central da nossa democracia, é um elemento fundamental do Estado de direito democrático e uma justiça demorada, não é, de todo, justiça. Mas tem ainda relevância política, porque são casos como este que fragilizam a ideia de Justiça aos olhos dos cidadãos, que descredibilizam o Estado de Direito e as suas próprias instituições. E isso é muito preocupante, porque fica a perceção que para os poderosos a justiça não funciona. Os mais desprotegidos não têm acesso à justiça, os que têm sujeitam-se às regras legais e às decisões da justiça, mas os poderosos acabam sempre por escapar, se não é por isto é por aquilo, mas acabam sempre por escapar. E é exatamente esta leitura, aliás mais que legitima, que os cidadãos fazem da Justiça, do Estado de Direito e das suas instituições, que é preocupante e que é imperioso contrariar. Por isso, o que neste caso se exige, é, antes de mais disponibilizar todos os meios disponíveis, técnicos humanos, diplomáticos, e que sejam convocados todos os esforços, para que o Estado Português consiga, a tempo, que o artista principal deste processo, acerte as contas que tem de acertar com a justiça. Paralelamente é necessário estudar em detalhe, investigar tudo o que se passou, para, não só apurar responsabilidades, mas também para se perceber se é necessário tomar medias, nomeadamente legislativas para evitar que estas situações se repitam no futuro. Assim é que não. Deputado de PEV


4 O SETUBALENSE 4 de Outubro de 2021

Setúbal

RESIDÊNCIA ARTÍSTICA

DR

Rui Paixão desafia moradores a fotografarem bairros dos Pescadores e Grito do Povo DR

Humberto Lameiras Os moradores dos bairros dos Pescadores e Grito do Povo estão a ser desafiados pelo actor e criador Rui Paixão para revelarem olhares diferentes sobre os bairros onde vivem, através de fotografia. O objectivo é dinamizar uma residência artística, entre hoje e 13 de Outubro. Esta é uma iniciativa integrada no projecto Rota Clandestina, plataforma de criação desenvolvida pela Câmara Municipal de Setúbal e com direcção artística de Renzo Barsotti. Os bairros dos Pescadores e Grito do Povo são a primeira ‘objectiva’ das três residências artísticas a desenvolver em Setúbal por Rui Paixão com

Bairro dos Pescadores

vista à produção de um espectáculo a estrear em 2022. Ao longo de dez dias, o actor propõe envolver os moradores numa investigação visual sobre estes dois bairros, e vai conduzir-se pelos olhares de quem os habita, procurando uma conexão às histórias de cada um. Esta primeira residência artística de Rui Paixão conta, igualmente, com o envolvimento da APPACDM de Setúbal. Rui Paixão, o primeiro português a integrar como criador original a companhia Cirque du Soleil, é conhecido pelo trabalho de investigação e exploração de novas possibilidades para a linguagem do clown contemporâneo e do teatro físico com o foco na criação artística para o espaço público.

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ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 265 520 716 ALCOCHETE 212 318 392 OUTROS CONCELHOS 265 520 716

O encontro reuniu quatro dezenas de participantes

CONCELHOS DA ARRÁBIDA

Decisores locais definem estratégia para adaptação às alterações climáticas Desenvolver actividades de sensibilização e capacitação dos técnicos municipais, da comunidade local e dos actores com relevância estratégica, como ambiente, saúde e segurança, para promover processos de adaptação ambiental, foi uma das decisões que saiu do encontro para construir o futuro Plano Local de Adaptação às Alterações Climáticas (PLAAC) - Arrábida. O objectivo do projecto é desafiar os municípios a adaptarem-se às alterações climáticas, com a recolha de contributos de diversos agentes locais para escolherem formas de enfrentar as mudanças do clima. Quatro dezenas de participantes reuniram, na passada semana, no Auditório do Ninho de Novas Iniciativas Empresariais de Setúbal, para desenhar este plano que envolve os concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra. Pretende-se assim colocar em marcha medidas para “enfrentar os desafios das alterações climáticas com a elaboração de três planos locais de adaptação, os quais procuram aumentar a resiliência e a capacidade de resposta dos territórios”, descreve a autarquia sadina em comunicado. Parte do encontro incidiu na realização de dinâmicas de grupo, que “permitiram analisar vários temas po-

líticos, administrativos, económicos e culturais e identificar pontos fortes e oportunidades e pontos fracos e ameaças do município de Setúbal no contexto das alterações climáticas”. A vereadora do Ambiente da Câmara Municipal, Carla Guerreiro, sublinhou, na abertura do encontro, a importância “de elaborar uma estratégia local de adaptação às alterações climáticas de forma a garantir que o território e a sociedade se preparem para os efeitos da problemática”. Apontou ainda acções locais consideradas boas práticas ambientais, de soluções baseadas na natureza para adaptação e mitigação das alterações climáticas, como é o caso do Parque Urbano da Várzea. Os planos locais de adaptação às alterações climáticas estão a ser desenvolvidos pela Agência de Ambiente e Energia da Arrábida, promotora do projecto em parceria com as câmaras municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra, o Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa e a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Até Agosto de 2022, o PLAAC – Arrábida contempla mais sessões bem como workshops com início em Janeiro.


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Troço da Avenida dos Ciprestes com interrupções de trânsito entre hoje e quarta-feira

Devido à realização de operações na via pública, um troço da Avenida dos Ciprestes, em Setúbal, está encerrado à circulação automóvel de hoje até quarta-feira, inclusive, entre as 08h00 e as 13h00. Trata-se da construção de um ramal de

ARRANQUE DO NOVO ANO ACADÉMICO

António Costa e Silva orador nas comemorações do Dia do IPS O professor jubilado do Instituto Superior Técnico vai proferir a oração de sapiência no Auditório Nobre A sessão solene comemorativa do Dia do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) – que, em simultâneo, marca o arranque do novo ano académico na instituição – vai ter como orador António Costa e Silva, presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Costa e Silva foi convidado a proferir a tradicional oração de sapiência durante a cerimónia, agendada para as 15 horas da próxima quinta-feira, 7, no Auditório Nobre, anunciou o IPS. “A iniciativa, que assinala simultaneamente a abertura do novo ano académico, oferece um vasto programa comemorativo que tem o seu arranque com a tomada de posse da nova presidente do Conselho Geral, Sandra Martinho, directora para a área de Educação e Filantropia na Microsoft Portugal”, indica a instituição em comunicado, confirmando também que, além de Sandra Martinho, usarão ainda da palavra Bruno Fragueiro, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Académica do IPS, e Pedro Dominguinhos, que preside ao IPS. “A oração de sapiência ficará este ano a cargo de António Costa e Silva,

professor jubilado do Instituto Superior Técnico (IST), ex-presidente do Conselho de Administração da petrolífera Partex e responsável, ao longo de mais de 40 anos de carreira, pela coordenação de vários projectos internacionais na área da energia, em particular no Médio Oriente, Argélia, México, Venezuela, Rússia, Irão, Arábia Saudita, Brasil e Angola. Um percurso cuja 'idoneidade, competência, aptidão, experiência profissional e formação' foram reconhecidas pelo Governo ao nomear António Costa e Silva como responsável pelo programa de relançamento da economia portuguesa para 2020-2030”, destaca o IPS. A comemoração do Dia do IPS contemplará ainda “a entrega de medalhas de mérito e de valorização do percurso profissional dos trabalhadores docentes, não docentes e aposentados”. Mas não só. Permitirá também “premiar o mérito académico dos estudantes e diplomados, anunciar o vencedor do Prémio Carreira alumniIPS 2021 e reconhecer o envolvimento da comunidade académica na resposta aos desafios da sustentabilidade, com a entrega do 1.º Prémio IPS Sustentável”. Isto além da “entrega dos Títulos e Distinções Honoríficas”, que marcará o encerramento da cerimónia comemorativa. “Pela primeira vez, na história da instituição, será atribuído o título de Professor Honoris Causa, a anunciar em breve”, avançou o IPS, a concluir. A cerimónia será restrita a um número reduzido de participantes, mas terá transmissão online no canal do IPS no YouTube. ACS© REINALDO RODRIGUES_GLOBAL IMAGENS

António Costa e Silva vai estar no IPS no próximo dia 7

saneamento no Interface de Transportes de Setúbal, que implica a interdição na Avenida dos Ciprestes, no sentido de circulação sul/norte, no troço compreendido entre a Rotunda da Tebaida e a intersecção com a Avenida da Europa. Como

alternativa, indica a Câmara de Setúbal que os automobilistas devem utilizar o percurso composto por Rua Almeida Garrett, Avenida Alexandre Herculano, Praça Vitória Futebol Clube, Avenida Independência das Colónias e Avenida da Europa.

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6 O SETUBALENSE 4 de Outubro de 2021

Setúbal DR

NO FACEBOOK DO AUTOR

Elmiro Barbeiro apresenta “Fragmentos de vida” esta quinta-feira Esta é a segunda obra publicada e reúne vários poemas Inês Antunes Malta

CENTENÁRIO DE PIAZZOLA

Icónico “Maria de Buenos Aires” sobe amanhã ao palco do Forum Municipal Luísa Todi Entre a ópera e o espectáculo teatral, esta é uma das obras marcantes do compositor argentino que fazia do bandoneóm a sua ‘voz’ Humberto Lameiras O Fórum Luísa Todi, em Setúbal, recebe amanhã, 5 de Outubro, o espectáculo “Maria de Buenos Aires”. O último de um ciclo de quatro produções sobre esta ópera-tango, que passou por Alcobaça, Castelo Branco e Lisboa, dedicado ao centenário do compositor Astor Piazzolla. A direcção musical é de Daniel Schvetz, que vai estar ao piano. “Quando me apercebi que em Março deste ano perfazia o centenário de Astor Piazzola, fiz várias propostas para o homenagear, entre elas a de um espectáculo de duas horas no dia 11 de Março, data do seu nascimento”, conta Daniel Schvetz a O SETUBALENSE. A escolha de “Maria de Buenos Aires” foi por ser uma peça que permite um trabalho completo e, de alguma

forma, representativo do trabalho do compositor argentino, que morreu a 4 de Julho de 1992, que combina o espectáculo teatral com o musical. Uma “operita”, como o próprio preferia dizer, por não o ver perfeitamente enquadrado no estilo ópera. “Em 1954 em Paris, Piazzola estudou [teoria harmônica e contraponto tradicional com a educadora, compositora e directora de orquestra francesa] Nadia Boulanger e tocou para ela usando um bandoneóm, ela disse-lhe para não deixar aquele seu estilo próprio”, conta Daniel Schvetz. Nascia assim o que veio a ser chamado de Tango Novo. Schvetz que, muito jovem, chegou a conhecer pessoalmente Piazzola, ambos argentinos, lembra outra relação com o compositor: “Nos anos 50/60 [do século passado] o estúdio de meu pai gravou “Maria de Buenos Aires”. Estava também por aí enraizada a obra de Piazzola no compositor e professor do Conservatório Nacional Escola Artística de Música Daniel Schvetz, que vive há trinta anos em Portugal, actualmente em Sesimbra, que assume que o seu trabalho não segue a perspectiva musical do ‘reinventor’ do tango, apesar de ter orquestrado interpretações de suas obras. Com libreto de Horacio Ferrer, poeta uruguaio-argentino que escreveu

poemas para vários tangos de Piazzolla, “Maria de Buenos Aires”, que estreou na Sala Planeta em Buenos Aires a 8 de Maio de 1968, é a história de uma mulher, Maria, associada ao tango, à vida das ruas e da noite de Buenos Aires. Uma personagem que encerra múltiplas leituras: “Tanto era vista como prostituta, como por outras pessoas era associada à Virgem Maria ou à condição da mulher”, conta o director-musical. Com 17 quadros em palco, o espectáculo conta com onze instrumentistas, três solistas, quatro personagem, em que uma delas é o recitante e três bailarinos que também recitam. “Temos cinco quadros que pedem coro falado por bailarinos”, diz Daniel Schvetz. A isto acrescenta que convidou o artista plástico, pintor, Eduardo Stupia que “esteve quatro meses a trabalhar nas projecções, um [complemento] de imagem para nós bastante importante”. E reconhece o empenho do Luísa Todi que “colaborou imenso para conseguirmos essas projecções que combinam os personagens e sombras”. O espectáculo “María de Buenos Aires” resulta de uma co-produção entre Cistermúsica, Município Castelo de Branco, Centro Cultural de Belém e Município de Setúbal, tem um custo 15 euros plateia, e bilheteira online.

Esta quinta-feira, 7 de Outubro, Elmiro Barbeiro apresenta a obra “Fragmentos de vida” em formato online, através da sua página pessoal do Facebook. O livro, que reúne poemas e outros escritos, é o segundo publicado pelo autor, numa impressão da Tipografia Rápida. “O livro ‘Fragmentos de vida’ que agora apresento era para ter sido o primeiro a ser publicado. 95 % do seu conteúdo está escrito desde a década de 1960. No entanto, com a morte do meu pai, as coisas acabaram por acontecer de maneira diferente”, começa por contar Elmiro Barbeiro a O SETUBALENSE. “Íamos muitas vezes ao norte do País, à nossa terra, e no percurso, durante as várias horas de viagem, ele contava-me muitas histórias. Tinha prometido ao meu pai que escreveria um livro com elas, sobre elas, e quando ele faleceu, por uma questão de coerência e de cumprir o que tinha prometido, escrevi primeiro o livro que se intitula ‘Conversas de viagens’ de contos, histórias e

poemas”, adianta. O gosto pela escrita, esse, “vem desde o tempo em que era jovem, quando a biblioteca itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian ia de aldeia em aldeia. Sempre fui apaixonado pela leitura e pela poesia”, partilha o autor, natural de Trás os Montes e residente em Setúbal desde 1974. “Ao longo dos anos sempre escrevi muito e quando me reformei comecei a ter tempo para escrever muito, a ter tempo para mim, e é essa a razão pela qual só agora publico este livro”, adianta. De acordo com o professor A. Espírito Santo, autor do prefácio da obra, este livro, “de memórias e sentires”, reúne “carinhosos apontamentos poéticos tão abrangentes e que saem da alma do autor em simplicidade e coração”. Destaca ainda o encantamento de Elmiro Barbeiro “pelas coisas simples que trata com carinho, amor e saudade” e define o autor como “símbolo de um lutador cidadão que olha em redor, com opiniões de crítica e bem querer, e também o sonhador de amores e desamores”, sem esquecer “o culto pela natureza mãe”. No que diz respeito ao futuro, Elmiro Barbeiro revela ter planos para outros volumes “que por requererem mais profundidade e a realização de várias pesquisas irão levar mais tempo”. DR

Elmiro Barbeiro reúne em "Fragmentos de vida" poemas e outros escritos


4 de Outubro de 2021 O SETUBALENSE 7

Dia do Animal assinalado hoje em prol da protecção de todas as espécies

O Dia Mundial do Animal assinalase hoje, como ‘manda’ a tradição há 90 anos, com o objectivo de sensibilizar a população para a importância de preservar e proteger todas as espécies, ao garantir a sua segurança e bem-estar. O dia 4 de Outubro,

estipulado em 1931 durante uma convenção de ecologistas em Florença, pretende igualmente mostrar aos cidadãos a importância que os animais podem ter na sua vida, assim como comemorar a vida animal em todas as suas vertentes.

Especial dia do animal

EM TODO O DISTRITO

Setubalenses foram os que mais deram família a companheiros de quatro patas LEONOR DE SOUSA

Dos 1 050 cães e gatos disponíveis para adopção no distrito, 369 animais de companhia saíram da Casa da Bicharada e encontraram um novo lar junto da população de Setúbal Foi no concelho de Setúbal que, no ano transacto, mais animais de companhia encontraram uma nova casa, ao serem acolhidos 369 amigos de quatro patas, a partir da Casa da Bicharada, localizada em Poçoilos. Este número, divulgado pela autarquia setubalense, com base no relatório da Direcção-Geral da Alimentação e Veterinária (DGAV), coloca o concelho no topo das adopções de cães e gatos em 2020. De acordo com a DGAV, “que disponibiliza os dados dos médicos veterinários responsáveis pela campanha de vacinação antirrábica”, Setúbal foi “responsável por 369 das 1 050 adopções de cães e gatos em centros de recolha oficiais ocorridas no Distrito”. O concelho registou igualmente um aumento do número de adopções comparativamente a 2019, ano em que “343 cães e gatos provenientes da Casa da Bicharada (designação do CROAC – Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia)” entraram para lares definitivos. O município considera que, para estes resultados, contribuíram “as campanhas realizadas pela Câmara Municipal de Setúbal, de promoção da adopção consciente de animais errantes ou abandonados acolhidos na Casa da Bicharada”. “Além de caminhadas com cães, são também incentivadas as visitas dos munícipes ao CROAC, de segunda a sexta-feira, das 08h00 às 16h30, com marcação prévia pelos contactos 265 729 369 ou sembea@mun-setubal.pt”.

Setúbal oferece a colocação do microchip, vacina da raiva e esterilização aos animais adoptados no centro municipal

Se os setubalenses adoptarem um cão ou um gato no centro municipal, a edilidade “oferece a colocação do microchip, a vacina da raiva e a esterilização”. Sobre “os animais errantes ou

657

Dos 1619 animais recolhidos pelos municípios no distrito, 657 foram acolhidos em Setúbal

abandonados recolhidos pelos centros de recolha oficial, o concelho de Setúbal também está no topo da lista, com 657 recolhas na Casa da Bicharada em 2020, num total de 1 619 a nível distrital”. O Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia de Setúbal, baptizado de Casa da Bicharada, foi recentemente remodelado pelo município, numa intervenção orçada em 140 mil euros. Além de criada uma área com 14 casinhas de madeira para alojamento de grupos de quatro a seis cães, o equipamento conta agora com dois gatis, assim como com espaço para

dois cavalos, outro para cem ovinos ou caprinos, um pombal para 300 aves e uma sala de banhos e tosquias. Já a antiga vacaria foi totalmente transformada, para acolher não só 80 cães, como também um espaço polivalente que forneça condições logísticas aos trabalhadores. Enquanto isso, no município moitense, foi aprovado por unanimidade, no final de Julho, o projecto de execução e a primeira fase de construção do Centro de Recolha Oficial de Animais Errantes (CROAE). A edificação do espaço, que será denominado de Quinta do Mião II Moita, representa um investimento

de cerca de 710 mil euros. As instalações vão ser divididas em três edifícios, em que o primeiro acolherá funções administrativas, ao contar com a recepção, gabinete do médico veterinário, enfermaria e instalações sanitárias de apoio. As funções operacionais, por seu turno, vão ser desenvolvidas nos restantes dois edifícios, sendo que no segundo vão estar disponíveis 20 boxes para cães e dois gatis e no terceiro mais duas dezenas de compartimentos para canídeos, duas áreas para quarentena e duas de transição para animais recentemente capturados. >>>


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Especial dia do animal >>>

PEDRO CUSTÓDIO

Vacinação antirrábica levada a cabo em Almada e Grândola

Um dos principais cuidados a ter na preservação da saúde e bem-estar dos companheiros de quatro patas passa por manter em dia a vacina antirrábida, cujo processo é obrigatório em todos os cães com mais de três meses de idade. No concelho de Almada, a campanha anual de vacinação e de controlo de outras zoonoses arranca esta quarta-feira, pelas 09h30, no Laranjeiro. A acontecer até ao dia 15 de Novembro, sempre no mesmo horário, a iniciativa vai passar igualmente pelo Feijó, Charneca de Caparica, Trafaria, Sobreda, Cova da Piedade, Monte de Caparica, Pragal e Cacilhas, sendo que no restante período do ano é desenvolvida no Centro de Recolha Oficial de Almada. Também no decorrer deste mês, mais precisamente entre os dias 12 e 29 de Outubro, o processo será efectuado em Grândola, passando igualmente por Azinheira dos Barros, Carvalhal e Melides. Contudo, de acordo com a autarquia grandolense, além das datas

estipuladas, “o atendimento poderá ser feito no Gabinete Veterinário Municipal às segundas-feiras, das 14h30 às 16h30”. Além da vacina antirrábica, “todos os cães devem ser marcados com microchip no SIAC [Sistema de Infor-

mação de Animais de Companhia]”. No que diz respeito a preços, “a vacinação, com uma validade de três anos, tem um custo de dez euros, enquanto que o registo electrónico no SIAC custa 2,5 euros e o boletim sanitário tem o preço de um euro”.

Autarquias investem em abrigos para gatos errantes

Cada vez mais empenhadas em melhorar a segurança dos gatos ‘órfãos’, as autarquias têm vindo a desenvolver abrigos que salvaguardem os animais errantes.

Exemplo disso é a Câmara Municipal de Sines, que, há cerca de dois meses, criou o “Bairro dos Gatos”, que consiste numa ‘casa’ colectiva, instalada junto ao porto de pesca sineense. A acção foi executada também com o objectivo de melhorar as condições de higiene do local, que apresentava já sinais de insalubridade, devido à deposição de restos de comida na zona, assim como de sacos, dejectos humanos, beatas de cigarro e lixo em geral. Já em terras sesimbrenses, na Rua Rodrigues Soromenho, vai nascer o primeiro projecto centrado no conforto da população felina existente na freguesia de Quinta do Conde. A ideia partiu de Liliana Martins, secretária da junta quintacondense, que sugeriu a criação experimental das bases para uma colónia de felinos silvestres. No fundo, o projecto passa pela construção de uma pequena cabana para proteger tanto comedouros como alguns animais. Para o espaço está ainda pensada a colocação de abrigos individuais para gatos, com recurso a cerca de nove carcaças de máquina de lavar, devidamente pintadas e decoradas.

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Especial dia do animal SANTIAGO DO CACÉM

Animais selvagens feridos ou doentes ganham segunda vida no Centro de Recuperação de Santo André ANA KLERK

Desde a disposição das instalações à alimentação fornecida, todos os passos são calculados em prol da saúde e bem-estar das espécies Maria Carolina Coelho O som, à entrada, é característico, onde prevalece o gritar das cegonhas, o grasnar das gaivotas e até dos dois grifos que actualmente se encontram em recuperação. Já o espaço é simples e acolhedor, para que as espécies debilitadas e vulneráveis se possam sentir em ‘casa’, como se estivessem no seu habitat. Desde Tróia a Odemira, é para o Centro de Recuperação de Santo André (CRASSA), em Santiago do Cacém, que, na grande maioria dos casos, são transportados os animais selvagens que precisam de ajuda para sobreviver. O processo parece simples - recepção, recuperação e devolução dos animais à natureza -, mas “de simples nada tem”, começa por garantir Carolina Nunes, bióloga e responsável pelo CRASSA, a O SETUBALENSE. Ao espaço chegam as mais variadas espécies, consoante a altura do ano. “Podemos receber tudo o que é animal selvagem autóctone. Recebemos principalmente aves, como cegonhas, gaivotas, corujas-do-mato, mochos-galego, andorinhas e andorinhões”, explica. Já mamíferos surgem “muitos ouriços europeus, mas também raposas, ginetas, saca-rabos e pontualmente lontras e morcegos”, enquanto que “répteis aparecem muito menos”. Actualmente, estão em recuperação no centro de Santo André “13 animais” que ou estão “feridos e debilitados” ou são “crias que caem dos ninhos e são encontradas sem os progenitores”. “O pico máximo acontece na Primavera/Verão, em que os animais nos chegam principalmente pelas mãos das autoridades, como do Serviço de Protecção da Natureza (SEPNA) e do Ambiente da GNR ou dos vigilantes da natureza do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas

Carolina Nunes, bióloga e responsável pelo Centro de Recuperação de Santo André (CRASSA)

(ICNF), mas também por populares”, esclarece. No momento em que dão entrada no CRASSA, começam o seu ‘percurso’ na enfermaria, onde “lhes é dado um número de identificação e é preenchida uma ficha, onde se regista todo o procedimento, como medicamento, mudanças de instalações e evolução do estado de saúde”. Isto, porque o equipamento está preparado para as diferentes fases da recuperação dos animais. “No início ficam no internamento, a que chamamos de ‘sala dos bebés’, que é uma sala com transportadores e boxes, onde a temperatura é controlada. É onde ficam as crias ou quando estão muito doentes”. Quando se começam a sentir melhor “e a crescer”, são transferidos para “as mudas interiores, ou seja, para instalações maiores, onde podem utilizar poleiros e onde os espaços são adaptados à espécie”. “É o que nós chamamos de enriquecimento ambiental, que é eles sentirem-se aqui como se sentiriam na natureza. Diminui imenso o stress e permite que expressem comportamentos naturais”.

Temos sempre de nos esconder, recorrendo a uma luva que tente imitar o que seria o progenitor, com um bico. Queremos que os animais saiam daqui tão ou mais selvagens do que quando chegaram Carolina Nunes

Já numa fase quase final, são colocados “em espaços exteriores, com o tecto mais aberto, onde experienciam chuva, frio e calor, tal como na natureza”. Mesmo a terminar a sua ‘estadia’ no CRASSA, passam para “os túneis de voo, que são mais compridos”. Para contribuir para o seu crescimento, refere a bióloga, é “bom juntar todos os bebés da mesma espécie num único sítio, para que eles aprendam uns com os outros, ou então colocar espelhos, para quando é um só”. O importante é o cuidador “evitar ao máximo o contacto directo com o animal, para que eles não o associem à comida”. “Temos sempre de nos esconder, recorrendo a uma luva que tente imitar o que seria o progenitor, com um bico, ou damos a comida com eles de costas para nós. Queremos que os animais saiam daqui tão ou mais selvagens do que quando chegaram”.

Desde os anos 90 a contribuir para a recuperação da fauna selvagem

A história do Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André, um “dos três espaços dedicados à

fauna selvagem geridos pela Quercus [Organização Não Governamental de Ambiente], iniciou-se nos anos 90, a partir do Grupo Lontra, constituído por activistas da região”. Na época, em que a zona ainda “não era área protegida”, o grupo “começou por reabilitar o moinho de água existente, que pertence ao ICNF, e começou por trabalhar na educação ambiental”. “Uns tempos depois, os activistas juntaram-se à Quercus e passou aqui a ser a sede do núcleo regional no litoral alentejano. Aos poucos foi nascendo o CRASSA como centro de recuperação, que agora funciona todos os dias, com uma capacidade máxima para cem animais”, esclarece Carolina Nunes. A bióloga tornou-se responsável pelo espaço “há dois anos e meio”, percurso que confessa “não ter sido fácil nem simples, mas muito gratificante”. Para alcançar os objectivos traçados, diz contar “com a ajuda de bastantes mecenas”. “Exemplo disso é a Câmara de Santiago do Cacém, a Junta de Santo André, que realiza a manutenção das ervas, o ICNF, as Águas de Santo André, que contribui


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Vitorianos anseiam por regresso ao Bonfim no duelo da Taça de Portugal com Vizela p12 para a sensibilização da população, e a European Wildlife Services, cujos veterinários ajudam com raio-x e ecografias”. Também “vários particulares contribuem”, assim como “pequenas empresas, através do voluntariado ou de donativos”. “Depois contamos com os apadrinhamentos, em que qualquer pessoa, família ou empresa pode tornar-se padrinho de um animal selvagem em recuperação. Recebe uma fotografia, o certificado de apadrinhamento, o historial do afilhado e actualizações sobre a sua recuperação. No final é convidado para presenciar o momento mais bonito de todos, que é a devolução do animal ao seu habitat”, sublinha. Contudo, o principal apoio, garante, surge da parte de voluntários, que “normalmente ficam entre 15 dias e um mês”. “Os de mais longe podem cá ficar alojados, e acabam por ajudar em todas as tarefas. Não é preciso ter conhecimento prévio, basta ter vontade de aprender e respeito pelos animais”.

De manhã realizam-se os tratamentos, de tarde estuda-se

As rotinas diárias são sempre muito semelhantes: de manhã tratam-se e alimentam-se os animais e arrumam-se as instalações e durante a tarde “realizam-se estudos, análises laboratoriais e promove-se a educação ambiental”. Para o efeito, o CRASSA conta com um laboratório próprio, onde são “explorados alguns exames complementares ou onde se treinam necropsias, com recurso aos cadáveres”, disse Carolina Lopes, médico-veterinária, a O SETUBALENSE. Também este trabalho “de estudar os animais que morrem no centro, é

muito importante, para que em casos futuros já se saiba como proceder”. A principal diferença que aponta entre tratar animais domésticos e selvagens, além “do desafio acrescido”, é a “dificuldade em perceber a causa de entrada no centro”. “Não temos forma de obter uma história clínica detalhada. Também o facto de os recursos serem limitados em termos de diagnósticos complementares complica o processo. Nesses casos temos de dar asas à imaginação, para tentar adequar os recursos que temos às diferentes espécies”.

Alimentação é adaptada a todas as espécies e faixas etárias

O cuidado com a alimentação é um dos principais factores que ajuda na recuperação dos animais feridos, motivo pelo qual a responsável pelo centro tenta garantir que “esta seja variada e adaptada à espécie e às diferentes faixas etárias”. Nesse ‘departamento’ contam com o auxílio do hipermercado Continente de Grândola, que oferece ao centro “os restos de carne e de peixe e, por

No CRASSA criamos ratos, que servem principalmente para os treinos de caça Carolina Nunes

vezes, alguma ração de cão e gato”. Já para os “animais com dietas mais específicas, como as andorinhas e os andorinhões, é necessário comprar insectos, nomeadamente tenebrios”. No que diz respeito às aves de rapina, “que precisam de ingerir o alimento inteiro, é preciso comprar pintainhos ou ratazanas”. “No CRASSA criamos ratos, que servem principalmente para os treinos de caça. Damos às aves de rapina os ratos vivos e elas caçam como se estivessem na natureza, mas também compramos codornizes ou coelhos”. No entanto, no caso de o “animal não recuperar de todo, é uma questão de ética”. “Se estiver em sofrimento e não houver mais nada a fazer, realizamos uma eutanásia, mas quando estão bem e simplesmente não conseguem voar, declaramos como irrecuperável e ou ficam aqui ou é transferido para outro centro ou parque biológico”.

Bióloga relembra que manter animais em cativeiro é ilegal

Por ser ilegal a população manter em cativeiro elementos da fauna selvagem, assim como “é prejudicial para a sua recuperação”, a bióloga Carolina Nunes refere que, quando encontrado um animal ferido, “devem ser de imediato contactadas as autoridades locais”. “Há também uma linha, que se chama SOS Ambiente e Território, que esclarece todas as questões. É importante perceber-se que em casa, ou mesmo num veterinário de animais domésticos, não existe a capacidade, a variedade de alimentos, o espaço nem o conhecimento necessários para recuperar estes animais, pelo que mantê-los em casa só irá prolongar o seu sofrimento”, afirmou, a concluir. ANA KLERK

O centro acolhe aves de diversas espécies, das marinhas às de rapina

Pesca: ecossistemas em perigo

OPINIÃO

E

Cristina Rodrigues

xiste uma percepção comum de que os oceanos são vastos e indestrutíveis. Contudo, os recursos marinhos e costeiros têm vindo a ser alvo de sobreexploração através de métodos de pesca intensivos e lesivos que colocam em causa a sobrevivência de inúmeras espécies marinhas devido à actividade humana e ao potencial económico que representam na economia global. Desta forma, o equilíbrio ecológico do ecossistema encontra-se comprometido. Note-se que os oceanos ocupam 72% do território do planeta e contém 80% da vida, sendo responsáveis pela produção de mais de 70% do oxigénio existente na atmosfera. São também responsáveis pela captura de cerca de 30% do gás de carbono da atmosfera, 20 vezes mais do que por exemplo a floresta amazónica, e sequestra cerca de 93% de todo o gás carbono, tendo por isso, um papel crítico no abrandamento do ritmo das alterações climáticas. Ainda assim, existem inúmeras evidências científicas para a existência de sobrepesca a nível global sendo a pesca de arrasto de fundo uma das mais lesivas para o meio marinho e a pesca de arrasto de crustáceos tem o maior número de rejeições do mundo. Esta é uma técnica pouco selectiva que captura todo o tipo de espécies de animais marinhos, incluindo espécies protegidas e indivíduos juvenis com tamanho abaixo do permitido legalmente, provocando um grande impacto negativo nas populações. Ainda, devido ao facto de se arrastar uma rede no fundo do mar, existe a destruição das comunidades de algas e corais, provocando a destruição dos ecossistemas do fundo mar e contri-

buindo para o desequilíbrio da cadeia alimentar. Para além da óbvia destruição dos fundos marinhos, o arrasto provoca a ressuspensão dos sedimentos, incluindo componentes tóxicos como é o caso dos metais pesados, afectando não só os organismos filtradores como toda a cadeia alimentar. Neste sentido, é uma preocupação da comunidade política e científica internacional que sejam adoptadas urgentemente políticas para protecção dos ambientes marinhos, e por isso em 2008, o Parlamento Europeu aprovou a Directiva-Quadro Estratégia Marinha onde determina a obrigatoriedade dos Estados Membros de desenvolver uma Estratégia Marinha com objectivos concertados e comuns de modo a garantir a protecção do ambiente marinho, referindo especificamente a necessidade de assegurar a integridade dos fundos marinhos. Por outro lado, de acordo com o objectivo 14 das Nações Unidas, até 2020 deveriam ter sido proibidos os subsídios à pesca que contribuem para a sobrepesca e sobrecapacidade, realidade que não se verifica no nosso país. Portanto, não existem dúvidas do impacto negativo que a pesca de arrasto de fundo tem nos fundos marinhos e que a sua prática é insustentável a longo prazo, causando danos irreversíveis em determinadas comunidades, pois esta técnica não afecta somente as populações das espécies exploradas comercialmente como todas as outras que são alvo de capturas acessórias incluindo espécies protegidas. Deputada não inscrita


12 O SETUBALENSE 4 de Outubro de 2021

Desporto

DEPOIS DA GOLEADA AO OLIVEIRA DO HOSPITAL A 28 DE AGOSTO

Vitorianos anseiam por regresso ao Bonfim no duelo da Taça de Portugal com Vizela DR

Jogo com equipa da I Liga será às 14h00 de 17 de Outubro Ricardo Lopes Pereira

Depois de ter sido adiado o jogo da 5.ª jornada da Liga 3 entre o Vitória FC e o U. Santarém, que estava agendado para o passado sábado no Bonfim, os adeptos sadinos só vão agora poder ver a sua equipa a actuar a 17 de Outubro, dia em que defrontam no seu estádio o Vizela, da I Liga, em partida da 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, confronto que está a gerar muita expectativa nos vitorianos que vão ter um interregno de mais de mês e meio sem ver a sua equipa jogar em Setúbal. Recorde-se que o adiamento do duelo com os ribatejanos se deveu ao falecimento na quinta-feira de Soraia Semedo, mulher do capitão José Semedo, no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, onde esteve internada devido a problemas de saúde. Sensibilizados pela tragédia, a Federação Portuguesa de Futebol e o U. Santarém acederam a reagendar a partida para 14 de Novembro. Antes disso, mas mais de mês e meio depois de terem assistido ao último encontro em Setúbal, que decorreu a 28 de Agosto diante do Oliveira do Hospital (triunfo por 5-2), os vitorianos vai defrontar o Vizela, que segue no meio da tabela da I Liga com oito pontos conquistados e oito jornadas, na prova rainha, a partir das 14 horas, de 17 de Outubro. Apesar de serem adversários que militam em escalões diferentes, o embate entre setubalenses e vizelense é um dos que suscita maior curiosidade na ronda em que participam pela primeira vez emblemas do escalão principal. Por esse motivo, este será um dos 11 jogos que vão ter transmissão televisiva no Canal 11.

pectadores, reduzida nessa altura a metade por força das restrições implementadas. A novidade foi dada pela DGS, que mantém a obrigatoriedade de uso de máscara e apresentação, à entrada dos recintos, de teste negativo à Covid-19 ou certificado digital de vacinação. “A ocupação dos lugares sentados pode ser em conformidade com a capacidade total licenciada do recinto”. Depois de as competições terem sido retomadas sem público, os recintos desportivos passaram a poder acolher um terço da capacidade em 14 de Junho e metade em 26 de Agosto - data da última actualização da orientação da DGS 009/2021. Recorde-se que no passado dia 24 de Setembro, a Federação Portuguesa de Futebol solicitou à DGS o levantamento das limitações em relação à lotação dos recintos desportivos, com efeitos já em Outubro.

Primeira derrota com Águas de Moura

Jogadores e adeptos celebraram juntos a goleada 5-2 ao Oliveira do Hospital a 28 de Agosto

José Semedo recebe apoio de Inglaterra

O falecimento de Soraia Semedo, esposa do médio do Vitória que foi no sábado velada na Damaia (Amadora) e cremada ontem de manhã em Barcarena, gerou uma onda de solidariedade por parte dos clubes, jogadores e instituições que afectas ao mundo do futebol. A homenagem pública mais marcante terá sido a que foi feita anteontem pelos adeptos ingleses do Sheffield Wednesday, clube que José Semedo representou entre 2011/12e 2916/17. Ao sexto minuto (em alusão ao número da camisola usado pelo médio no clube nas seis temporadas em Sheffield) do jogo da League One (terceiro escalão do futebol em

Inglaterra) os milhares de adeptos que assistiam à partida entre a sua equipa em Oxford United em Hillsborough entoaram cânticos de apoio ao setubalense de 36 anos de idade. Acompanhado da mensagem “The Wednesday proudly are with you, José” (O Wednesday está orgulhosamente contigo, José) no écrã gigante de Hillsborough com a imagem de Semedo, os espectadores presentes aderiram à iniciativa, transmitindo força e ânimo ao seu antigo futebolista na partida que os anfitriões perderam por 1-2.

Recintos deixam de ter limitação de público

Entretanto, há novidades em rea-

lização à lotação dos recintos desportivos em Portugal. Depois de um período em que as restrições, devido à pandemia da Covid-19, eram apertadas e impediam que os estádios e pavilhões tivessem as suas lotações limitadas, uma norma da Direcção-Geral da Saúde (DGS) actualizada na quinta-feira anuncia o fim das restrições de público. Recorde-se que no caso Vitória a medida que estava em vigor impossibilitou, por exemplo que muitos adeptos seus marcassem presença no último jogo que realizaram na Liga 3 frente ao Sporting B, no passado dia 19 de Setembro, ma vez que a lotação do Estádio Aurélio Pereira, na Academia de Alcochete, viu a sua lotação de menos de 1200 es-

A contar para a 3.ª jornada da 1.ª Divisão da Associação de Futebol de Setúbal, o Vitória sofreu no sábado o primeiro desaire na prova diante do Águas de Moura, por 2-3. No campo Vítor Baptista, em Setúbal, os golos apontados por Melo e Eva foram insuficientes para impedir que o conjunto comandado por Paulo Martins levasse a melhor sobre o Águas de Moura, que teve em Rosário (bisou) e Aroeira os marcadores de serviço. No andebol, os vitorianos também não conseguiram sair vencedores da deslocação a São João da Madeira. No pavilhão das Travessas, os sadinos baquearam por 30-27 na partida da 3.ª jornada do Campeonato Placard Andebol 1. Na próxima quarta-feira, o Vitória defronta no pavilhão Antoine Velge, já sem restrições de público, o FC Porto. Melhor desfecho teve a equipa de futsal que, contar para o Campeonato Nacional da III Divisão, venceu na estreia da prova a Casa do Benfica de Quarteira, por 9-2.


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Pinhalnovense ganha e Barreirense perde para o Campeonato de Portugal

As equipas da região que disputam o Campeonato de Portugal obtiveram resultados diferentes na terceira jornada, ontem realizada.O Futebol Clube Barreirense, apesar de jogar no Campo da Verderena, não conseguiu evitar a derrota (1-2) no jogo que disputou com o Louletano.

DR

A equipa do Barreiro começou bem e inaugurou o marcador aos 14 minutos mas acabou por consentir a igualdade ainda no decorrer da primeira parte (36’). No segundo tempo os algarvios colocaramse em vantagem aos 56 minutos mas o Barreirense não conseguiu

modificar o resultado. Melhor sorte teve o Pinhalnovense que foi ganhar a Montemor por 3-1, obtendo assim a segunda vitória no segundo jogo realizado para o campeonato. Com este resultado a equipa de Pinhal Novo subiu ao segundo lugar da tabela classificativa.

LIGA 3

Amora vence na estreia de Sandro Mendes

1.ª DIVISÃO AF SETÚBAL

Desportivo Fabril vence Olímpico do Montijo e isola-se no comando Seixal e Charneca de Caparica são neste momento os segundos classificados, a dois pontos do líder José Pina Na 3.ª jornada do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão foram marcados 28 golos, 15 pelas equipas que jogaram em casa e 13 pelas que actuaram no reduto adversário e no conjunto dos 10 jogos registaram-se quatro vitórias em terreno alheio, três vitórias caseiras e três empates. No jogo que era considerado o mais importante da jornada, o Desportivo Fabril venceu o Olímpico do Montijo, por 2-0, no Estádio Alfredo da Silva [com bis de Wilson Garcia] e isolou-se no comando da tabela classificativa beneficiando do deslize do Vitória FC (2-3) em casa perante o Águas de Moura. Nesta jornada será também de destacar a vitória do Charneca no dérbi que disputou com os Pescadores, com um golo polémico marcado mesmo no fim do jogo, que valeu a conquista dos três pontos, também a vitória do Palmelense em Alfarim, por 2-1, e o triunfo (2-1) do Com. Indústria

em Sesimbra. As vitórias caseiras foram obtidas pelo V. Gama sobre o FC Setúbal (20) e pelo Seixal sobre o Trafaria (3-1), para além daquela que foi obtida pelo Fabril. Os empates foram registados no clássico do litoral alentejano entre Grandolense e U. Santiago (2-2), no Monte Caparica – Moitense (2-2) e no C. Piedade B – Alcochetense que terminou com o resultado em 0-0. Resultados da 3.ª jornada: V. Gama 2 FC Setúbal 0; Alfarim 1 Palmelense 2; Pescadores 0 Charneca 1; Desp. Fabril 2 O. Montijo 0; Vitória FC 2 Águas de Moura 3; Sesimbra 1 Com. Indústria 2; Seixal 3 Trafaria 1; C. Piedade B 0 Alcochetense 0; Monte Caparica 2 Moitense 2; Grandolense 2 U. Santiago 2. Classificação: 1.º lugar, Desp. Fabril, 9 pontos; 2.º lugar, Seixal e Charneca, 7 pontos; 4.º lugar, Vitória FC e O. Montijo, 6 pontos; 6.º lugar, Águas de Moura e Palmelense, 5 pontos; 8.º lugar, Moitense (menos um jogo), Monte Caparica, V. Gama e Alfarim, 4 pontos; 12.º lugar, Com. Indústria (menos um jogo), Grandolense e Sesimbra, 3 pontos; 15.º lugar, Alcochetense e C. Piedade B, 2 pontos; 17.º lugar, U. Santiago, 1 ponto; 18.ª lugar, Trafaria (menos um jogo), Pescadores (menos um jogo) e FC Setúbal, zero pontos.

Uma vitória, um empate e uma derrota foi o saldo das equipas da nossa região na 5.ª jornada da Liga 3, disputada no último fim-de-semana. A vitória foi obtida pelo Amora frente à União de Leiria em jogo realizado na condição de visitado, em Oliveira de Azeméis, que assinalou a estreia de Sandro Mendes como treinador da equipa.A chicotada psicológica surtiu efeito e o Amora, que tinha só derrotas na competição, conquistou os seus primeiros pontos mesmo jogando a cerca de 300 quilómetros de casa, naquela que foi a sua melhor exibição da época. Joca inaugurou o marcador aos 27 minutos com um golaço e na segunda parte Juary (71’) e Pedro Albino (74’) fizeram os restantes golos da equi-

pa amorense que venceu por 3-0, impondo assim a primeira derrota à equipa leiriense. Nesta partida o Amora valeu pelo seu conjunto mas há dois jogadores que merecem destaque especial, Joca por ter sido o homem do jogo e David Grilo pelo penalti que defendeu quando o resultado estava já em 3-0. O empate foi obtido pelo Oriental Dragon na recepção ao Caldas. Os orientalistas marcaram no decorrer da primeira parte por Marcelo (36’) e estiveram em vantagem até aos 80 minutos, altura em que a equipa das Caldas da Rainha estabeleceu o empate que soube a pouco aos pupilos de Luís Manuel. A derrota foi sofrida pelo Cova da Piedade na partida disputada no Es-

tádio das Seixas, na Malveira, com o Sporting B. Os leões entraram com as garras afiadas, começaram por impor o ritmo do jogo, criaram duas situações nos momentos iniciais e aos 9 minutos chegaram ao golo por Geny Catamo. O Cova da Piedade pouco incomodou o guardião leonino e o intervalo chegou com o Sporting a ganhar por 1-0 mas a jogar com 10 unidades devido à expulsão de Edu Pinheiro (38’). Na 2.ª parte os piedenses foram à procura do empate mas, com a expulsão de Tiago Batista, as equipas ficaram igualadas em termos de jogadores, e o Sporting acabou por dar o golpe fatal (69’) por Gonçalo Esteves. J.P. PUBLICIDADE

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14 O SETUBALENSE 4 de Outubro de 2021

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MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL AUTORIDADE MARÍTIMA NACIONAL CAPITANIA DO PORTO DE LISBOA

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL SANDRA BOLHÃO

EDITAL N.º 41/2021 Diogo Falcão Trigoso Vieira Branco, Capitão-de-mar-e-guerra e Capitão do Porto de Lisboa, no uso das competências que lhe são conferidas pela alínea g) do n.0 4 do artigo 13.º, do Decreto-Lei n.º 44/2002, de 2 de março, torna público o seguinte: APRA & C, Lda, com sede na Av. dos Combatentes da Grande Guerra, n.º 45, 5° Esq, 2900-329 Setúbal, proprietária da embarcação denominada "ESGUELHA" registada na Capitania do Porto de Lisboa com o conjunto de identificação (LX-478-AL), requereu a demolição da referida embarcação, à qual, efetuada a vistoria de acordo com o n.º 2 do art.º 92.º do Decreto ­Lei n.º 265/72 de 31 de julho, foi atribuído o valor de 600,00 € (Seiscentos euros). Nos termos do disposto no n.º 2 do art.º 93.º do referido diploma legal, são citados os credores incertos e os demais interessados para, querendo, deduzirem oposição ao pedido, no prazo de quarenta e cinco dias, a contar da data da publicação do presente Edital. E para constar se lavrou o presente edital e outros de igual teor que vão ser afixados, nesta capitania e nos locais de costume. Capitania do Porto de Lisboa, 21 de setembro de 2021 O CAPITÃO DO PORTO, Diogo Falcão Trigoso Vieira Branco Capitão-de-mar-e-guerra

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EXTRACTO ---- Eu, SANDRA MORAIS TELES BOLHÃO, Notária com Cartório em Setúbal, na Avenida Bento Gonçalves, número 19-B, CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por Escritura de Justificação lavrada neste Cartório no dia trinta de Setembro de dois mil e vinte e um, a folhas setenta e três seguintes do Livro Cento e Sessenta - A, MARIA TERESA DOS SANTOS GONÇALVES, solteira, maior, natural da freguesia de São Cristóvão e São Lourenço, concelho de Lisboa, residente na Estrada Senhora da Saúde, número 30, bloco B, sexto andar, Faro, DECLAROU, que, com exclusão de outrem, é dona e legítima possuidora, do PRÉDIO RÚSTICO, com a área total de três mil e quinhentos metros quadrados, composto por cultura arvense, campo e oliveiras, confrontar a norte com Maria Teresa Gonçalves, a sul com Herdade da Besuga, S.A., a nascente com José Oliveira Carvalho e a poente com Estrada Municipal, sito em Besuga, União das Freguesias de Azeitão (São Lourenço e São Simão), (anterior extinta freguesia de São Lourenço), concelho de Setúbal, não descrito na Primeira Conservatória do Registo Predial de Setúbal, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 185, da secção F, da União das Freguesias de Azeitão (São Lourenço e São Simão), que proveio do artigo 36, da secção F, da referida União das Freguesias e este por sua vez proveio do artigo 36, da secção F, da freguesia de São Lourenço (extinta). ---------------------------------------------- Que, a totalidade do prédio ora justificado foi adquirido pela justificante, por compra, realizada de forma meramente verbal, a Maria Cristina Rocha Viana de Almeida, no decurso do ano de mil, novecentos e setenta e oito, em dia e mês que não consegue precisar. Que desde a referida data que a justificante entrou na posse do imóvel, demarcando-o e delimitando-o, plantando árvores e procedendo a limpezas regulares e periódicas. -------- Que, havia acordado com a compradora que celebrariam título formal de aquisição assim que houvesse oportunidade, tendo selado a transmissão com o correspondente pagamento do preço, somente com aperto de mão e compromisso de palavra dada, como era costumeiro na época.--­------------------------------------------------------------- Que desconhece o paradeiro da vendedora, não tendo assim outra forma de justificar a aquisição que do prédio já realizou e possui há mais de quarenta anos.---------- Que atendendo a que a duração da sua posse, há mais de vinte anos, se tem mantido continuadamente e de forma ininterrupta, já adquiriram a totalidade do dito prédio, por USUCAPIÃO, invocando, por isso, esta forma originária de aquisição, para todos os efeitos legais.-------------------------------------------------------------------------- ESTÁ CONFORME. ------------------------------------------------------------------------------------ Setúbal, aos trinta de Setembro-de dois mil e vinte um. Reg. sob o n.º 541

ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 265 520 716 ALCOCHETE 212 318 392 OUTROS CONCELHOS 265 520 716

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Classificados


4 de Outubro de 2021 O SETUBALENSE 15 PUBLICIDADE

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Necrologia

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PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

FALECEU A 30/09/2021

CLAUDIA SOFIA DE SOUSA COSTA CAMPOS

Seu esposo, filhas, netos, bisneto, restante família e amigos cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido cujo o funeral se realizou dia 27-09-2021 para o Crematório de Setúbal. Na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram acompanhar ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

Seu esposo, pais, filhos, sogros e restante família, têm o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente muito querida e de agradecer reconhecidamente a todos os que se dignaram acompanhá-la à sua última morada, bem como aos que das mais diversas formas lhes manifestaram pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SADO TELEF: 265 718 605 - 934782861 - 966479242

AGÊNCIA FUNERÁRIA COSTA TELEF: 265 523 496

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

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FALECEU A 21/09/2021

VICÊNCIA AUGUSTA MOEDAS VALERIANO


01:46 ~ 3.0 m ~ Preia-mar 07:48 ~ 1.0 m ~ Baixa-mar 13:58 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 20:16 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar

ALMADA

01:48 ~ 3.0 m ~ Preia-mar 07:48 ~ 1.0 m ~ Baixa-mar 13:59 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 20:14 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar

SESIMBRA

02:13 ~ 3.1 m ~ Preia-mar 08:14 ~ 0.9 m ~ Baixa-mar 14:28 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 20:42 ~ 0.6 m ~ Baixa-mar

SINES

SETÚBAL TRÓIA

MARÉS

02:33 ~ 3.5 m ~ Preia-mar 08:19 ~ 1.1 m ~ Baixa-mar 14:46 ~ 3.7 m ~ Preia-mar 20:46 ~ 0.8 m ~ Baixa-mar

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FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras; Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Dulce Soeiro, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Baptista, Célia Félix IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com


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