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SESIMBRA Rotary Club distingue profissionais do ano

Quinta do Conde

Iniciativa “Pais fora da caixa” promove saúde e bem-estar das famílias

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Com o mote “tempo para mim, ou a falta dele, que posso eu fazer para consegui-lo?”, a iniciativa “Pais fora da caixa”, que promove saúde e bem-estar junto de pais, mães e cuidadores do concelho de Sesimbra, tem lugar esta sexta- -feira, entre as 18h00 e as 19h00 na Junta de Freguesia da Quinta do Conde. Dinamizado por Ana Elias, da equipa do projecto Família+, o encontro “pretende reflectir sobre dicas e estratégias face às exigências diárias que todos temos como pais, partilhando os desafios, rumo à nossa melhor versão”.

MESTRES GRISALHOS Associação Anime promove projecto para valorizar idosos na sociedade

Iniciativa está a dar os primeiros passos rumo à valorização do papel do idoso na sociedade

Inês Antunes Malta

Começou a ser desenhado em 2020 e encontra-se agora a dar os seus primeiros passos no sentido de recuperar conhecimentos que ao longo do tempo se foram perdendo. O projecto Mestres Grisalhos tem como objectivos valorizar o papel do idoso na sociedade e capacitar famílias e indivíduos fragilizados e em risco de exclusão através de acções de capacitação.

“Este projecto surge da minha experiência pessoal. A minha mãe é uma mestre grisalha em várias áreas do saber e é com ela que aprendo muita coisa com grande utilidade. Pensei que talvez existam outras pessoas, da minha faixa etária ou com idades inferiores, com a mesma necessidade de aprender sem terem por perto uma mestre como eu tenho”, começa por contar Ana Duarte, gestora do projecto e membro da associação Anime - Projecto de Animação e Formação, a O SETUBALENSE. “Também o meu pai e os meus sogros dominam várias áreas do saber que já não são comuns. Hoje vemos muito a necessidade de que os séniores aprendam a mexer nas novas tecnologias, por exemplo. É muito útil e têm que manter-se ligados mas são muito capazes não só de receber como também de transmitir muito saber”, continua.

O projecto tem, assim, dois público-alvo: “Os mestres grisalhos, que partilham os seus saberes, e todos aqueles que para o seu dia-a-dia precisem destes saberes, desta capacitação. É, no fundo, uma aprendizagem intergeracional com benefícios para ambos os lados que queremos mesmo implementar na comunidade”.

Neste momento, a ideia ainda está em desenvolvimento, resul-

DR

Um dos vídeos tutoriais pertencentes ao projecto, pela mestre grisalha Carminha

tado dos impedimentos causados pela pandemia, mas Ana Duarte assegura que “logo que possível, queremos começar a fazer sessões presenciais e já temos o site a ser desenhado”.

A implementação da ideia funcionará, assim, através de sessões temáticas, em formato presencial ou online, em que serão abordados conteúdos que ao longo do tempo foram excluídos do currículo escolar e em simultâneo deixaram de ser transmitidos de forma informal. “Como principais temas, nesta lista de saber-fazer, temos a culinária, sobretudo tradicional, costura, marcenaria, electricidade, mecânica e outras áreas que se evidenciam pertinentes perante os saberes dominados e as necessidades identificadas”, adianta, sem esquecer que “tradições e costumes das diferentes origens que compõem a comunidade” farão igualmente parte da iniciativa.

“Geração Grisalha continua a ter muito para dar No desenvolvimento das acções, os idosos, denominados Mestres Grisalhos, contam com o apoio de jovens que farão parte do projecto para os apoiar em quaisquer fragilidades existentes. “Do ponto de vista prático, prevemos que por cada sénior exista um jovem, a quem chamamos tutor, que irá trabalhar em grande proximidade com esse sénior e colmatar possíveis fragilidades que possamos identificar para que sem receios possa ser transmitido o saber”, esclarece, com dois exemplos: “Se um idoso precisa, por exemplo, de ministrar uma sessão à distância mas não tem destreza com as novas tecnologias o jovem facilitará ao idoso este caminho, ou, se por outro lado, uma mestre costureira já não tem a motricidade fina tão apurada, pode ter ao seu lado alguém mais jovem que demonstra, por exemplo, como é o ponto de cruz ou o ponto de Arraiolos”.

O projecto já conta com alguns tutores mas conta ainda angariar voluntários através do Instituto Português da Juventude e da associação Pipa - Projecto de Inclusão pela Arte, “que trabalha directamente com muitos jovens que dominam muitas habilidades e competências na área de lidar com os idosos, nomeadamente a partir das artes”.

No entender de Ana Duarte, a “geração grisalha”, como gosta de lhe chamar, “é, muitas vezes, encarada como peso social e este projecto pretende evidenciar que existe um conjunto de saberes que estão no poder desta faixa etária que continua a ter muito para dar à sociedade e que por isso mesmo deve ser valorizada”.

Como parceiros, a Anime conta com o Centro Comunitário da Quinta do Conde, “parceiro fundamental, de ligação, uma vez que têm um centro de dia e prestam apoio domiciliário a um conjunto de idosos”, a Junta de Freguesia da Quinta do Conde e a associação Pipa - Projecto de Inclusão pela Arte mas quer “angariar mais parceiros para tornar tudo isto possível. A intervenção está inicialmente pensada para a freguesia mas acreditamos que, depois de implementado na freguesia, claro que se o projecto crescer todos temos a ganhar”.

Opinião

Quem no domingo não se conexa com aquelas malhas

Boa semana esta para retomar os objectivos fundamentais do Programa aprovado pelo VI Congresso do Partido Comunista Português, realizado em 1965 na clandestinidade, definidos no quadro de uma etapa conducente à «Revolução democrática e nacional, constitutiva da luta pelo socialismo»: «Destruir completamente o aparelho de Estado fascista e instaurar um regime democrático; liquidar o poder dos monopólios e promover o desenvolvimento económico geral; realizar a Reforma Agrária, entregando a terra a quem a trabalha; elevar o nível de vida das classes trabalhadoras e do povo em geral; democratizar a instrução e a cultura; libertar Portugal do imperialismo; reconhecer e assegurar aos povos das colónias portuguesas o direito à imediata independência; seguir uma política de paz e amizade com todos os povos».

É sabido quão cedo a recuperação capitalista, latifundista e imperialista, de que Mário Soares e o PS foram os fautores principais, teve início, ao ponto de, dois anos e meio depois da Revolução, o VIII Congresso de Novembro de 1976, na FIL, dela já fazer um balanço que identificava «os perigos para a democracia» e a «abertura do caminho para a reacção». E peremptoriamente concluir: «… de todas as frentes foi a da luta anti-imperialista aquela em que menos se avançou, fundamentalmente pelas cedências, ligações, colaborações e compromissos com o imperialismo da parte de forças reaccionárias - CDS, PPD, CIP, etc. -, que até solicitam e aplaudem pressões e ingerências estrangeiras». Mas em que exacta medida? Na mesmíssima onde cabiam os dirigentes do PS a defender e a praticar «uma política tendendo ao reforço dos laços de dependência das potências imperialistas que historicamente mais contribuíram para o nosso atraso secular, a ditadura fascista, a guerra colonial».

E por isso, logo no início da Resolução Política daquela reunião magna dos comunistas portugueses, se as grandes vitórias da Revolução portuguesa são tidas no fundamental como fruto da luta do povo português, as limitações (limitações, repetimos) ao intervencionismo norte-americano e dos seus sequazes, essas deveram-se em grande medida ao «enquadramento internacional favorável» em

OPINIÃO

Valdemar Santos

Uma só força política concorrente às eleições do próximo domingo não se teceu nestas malhas, a Coligação Democrática Unitária, a CDU

que surgiram.

É bem provável que tenha sido a célebre frase de Marx do «18 de Brumário de Luís Napoleão» - «Hegel observava algures que todos os grandes factos e personagens da história universal aparecem como que duas vezes. Mas esqueceu-se de acrescentar: uma vez como tragédia e a outra como farsa» - a originária de uma cadeia de outras até à introdutória, se bem me recordo, de um filme de Costa Gravas (talvez «A Confissão», de 1970), cujo trama resvalava já no próprio percurso direitista do actor principal, Yves Montand: «A história não se repete, gagueja».

A votação pelo PS, PSD e CDS-PP do Tratado de Lisboa na Assembleia da República, nesta lógica, não esqueceu ou fez esquecer o Programa do PS de tempos eleitorais segundo o qual o necessário reforço da legitimação democrática do processo de construção europeia deveria implicar, antes da aprovação e ratificação do tratado, um referendo popular que aquela troikazinha logo mandou, em plena sintonia (CDS-PP, PSD e PS), às urtigas.

Em que anos estamos? 2007? 8??

Ajuda o Durão Barroso de 10 de Julho de 2007, em Estrasburgo???: «Por vezes gosto de comparar a União Europeia, enquanto criação, à organização dos impérios… mas há uma grande diferença. Os impérios foram habitualmente construídos pela força, como um “diktat” impondo do centro a sua vontade aos outros. Agora o que nós temos é o primeiro “império não imperial”» («Portugal e a UE», nº 52, Abril de 2008).

Uma só força política concorrente às eleições do próximo domingo não se teceu nestas malhas, a Coligação Democrática Unitária, a CDU. E o apontamento, como retoma, somente serve a melhor sublinhar, no tempo, desde quando pelo menos - e quanto hoje é impreterível inverter esta política de afrontamento aos Valores de Abril.

Militante do PCP

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