O Setubalense, o seu diário da Região nº 813 de 24 de Março de 2022

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Bombeiros contra integração de Setúbal no comando de Lisboa Novo comando metropolitano inclui as 17 corporações da Península de Setúbal p3 MOITA Pastoreio de animais já tem regulamento e PS aplaude p8

O SEU DIÁRIO DA REGIÃO QUINTA-FEIRA, 24 DE MARÇO DE 2022 PREÇO 0,80€ | N.º 813 | ANO V | 5.ª SÉRIE

DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO

Diocese de Setúbal não confirma que D. Armando Esteves será novo bispo Estrutura diocesana da Igreja diz não ter "qualquer informação" p4

ALMADA Obras na Escola Maria Rosa Colaço ainda não avançam p12

MOITA Alunos da escola básica levam poesia a autarcas p8 O SETUBALENSE

FUTEBOL Sub-22 do Charneca de Caparica são campeões p15 DR

Setúbal Chaminé da última conserveira já foi demolida p4 PUBLICIDADE


2 O SETUBALENSE 24 de Março de 2022

Abertura

DR

OPINIÃO José Luis Ferreira

Não lembraria nem ao diabo

O

Conselho Europeu reúne hoje e amanhã para discutir vários assuntos, nomeadamente questões ligadas à energia e matérias de segurança e defesa. Ora, na discussão sobre segurança e defesa entrará certamente no debate a Cooperação Estruturada Permanente, um organismo que em nada tem contribuído para a paz no mundo, ficando cada vez mais claro que a opção da U.E. se reduz, no essencial, ao reforço da militarização e à cumplicidade em agressões e ingerências, quando a resposta não pode ser militar, mas sim pacifica e diplomática. Relativamente à energia, em cima da mesa está, por um lado o problema da persistência dos preços elevados e por outro o projeto ou a pretensão da Comissão relativa à rotulagem verde da energia nuclear e do gás natural. Vamos por partes. A persistência dos preços elevados da energia e a especulação que tem reinado e que traz associada a subida de preço de muitos outros bens, com impactos brutais nos cidadãos e nas pequenas empresas, para além de transportar uma gritante injustiça é também imoral. De facto, sem se regular os preços, as grandes empresas do sector vão continuar a sugar qualquer alívio que pudesse existir. Mas para além da regulação, impõe-se alargar a oferta de transportes coletivos, com efeitos bastante significativos na redução do consumo de combustíveis fósseis, mas também em termos sociais e económicos. Quanto à designada “taxonomia”, instrumento com que a Comissão pretende potenciar a transição energética da U.E., com vista à neutralidade carbónica em 2050, é a nossos

ver, absolutamente inaceitável, tanto no que diz respeito ao nuclear como no que diz respeito ao gás natural. De facto, procurar “promover” investimentos em energia nuclear e em gás natural, a investimentos sustentáveis e olhar para eles como compatíveis com a trajetória da neutralidade carbónica, só pode ser encarado como uma brincadeira de gente que se diz séria mas que insiste em brincar com a natureza, desde logo, porque essas opções representam verdadeiras ameaças ao cumprimento dos objetivos climáticos europeus. Vejamos, o nuclear representa uma opção insustentável, não só pelos custos envolvidos, mas também com os problemas, sem solução, relativos aos resíduos produzidos e ainda com os graves e reais riscos de segurança, como infelizmente todos somos testemunhas. Quanto ao gás natural, que é um combustível fóssil, os tais que pretendemos abandonar, recorde-se que estamos diante de um combustível que emite enormes quantidades de gases com efeito estufa, sobretudo metano, e que emite gases nocivos para o clima ao longo de todo processo, desde a sua extração até ao transporte. Importa por isso reforçar, o que temos dito, a transição energética deve ser justa e sustentável, com o sector energético ao serviço das populações e da economia do País e não ao serviço dos interesses dos grandes grupos económicos. Por isso dizemos que, considerar os investimentos em centrais nucleares como investimentos sustentáveis e “medalhar” os investimentos em instalações de gás natural com “selo verde”, não lembraria nem ao diabo. Deputado do PEV

Marcou presença o vereador da Educação, António Pereira, e o coordenador pedagágico da UniSeM, Joaquim Raminhos

BAIXA DA BANHEIRA

Universidade Sénior da Moita prossegue actividades após interregno forçado pela pandemia Alunos retomaram encontro com iniciativa realizada no Fórum Cultural Luís Geirinhas Os alunos da Universidade Sénior da Moita (UniSeM) voltaram a reunir-se na tarde de ontem, no auditório do Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, num encontro que contou com as presenças do vereador da Educação da Câmara Municipal da Moita, António Pereira, e do coordenador pedagógico, Joaquim Raminhos, numa conferência dedicada ao tema “Novos Saberes e Projectos de Vida – Um sentido para sermos felizes”. O encontro, que teve como meta “assinalar o retomar da actividade lectiva” da instituição, no presente ano lectivo, incluiu um apontamento musical pela turma de Cante Alentejano. Em declarações a O SETUBALENSE, o responsável camarário explicou que a tarde de ontem se enquadrou “no retomar de um novo ano lectivo,

depois de dois anos de interrupção devido a uma crise sanitária e social, tendo optado [por esta decisão], antes de iniciar um novo ano lectivo no mês de Setembro”. O responsável assinalou que o presente executivo está “a preparar, com uma nova coordenação pedagógica, um conjunto alargado de oferta e de propostas não formais, de aprendizagens ao longo da vida". "Estamos muito satisfeitos por continuar a contar com tantos alunos”, garantiu. Comentou ainda que apesar do tempo que se fez sentir, o município contou com uma elevada presença de alunos na iniciativa. “Gradualmente, vamos desafiando os diversos parceiros e estamos a trabalhar com diferentes colectividades e juntas de freguesia, que já disponibilizaram os seus espaços para acolher estes grupos, para que possa existir muita escolha e oferta e para que as pessoas possam continuar a fazer aquilo que gostam”, afirmou António Pereira, que considera que os estudantes continuam “a ter projectos, a querer fazer e a ter interesses e motivações e é isso que importa”, sublinhou, destacando que a UniSeM é um espaço de aprendizagem e de

convívio “onde muitas vezes são aprendizes e formadores”, realçou. Joaquim Raminhos, coordenador pedagógico da UniSeM, saudou a presença de todos e das entidades que corresponderam ao convite da autarquia. “Registei com muito agrado a alegria do reencontro”, afirmou, mostrando-se satisfeito com o esforço que tem sido encetado para recomeçar as actividades. “Aqui já ninguém pode considerar que está sozinho, sendo um dos nossos pilares o combate à solidão, no pântano da tristeza e estamos aqui solidários para nos entreajudarmos nos momentos que não são fáceis”, assegurou, referindo-se à pandemia, à guerra e à seca. “Estamos aqui para voltarmos com um abraço, com um sorriso e para reforçarmos amizades”, realçou o responsável, tendo salientado que este também é um dos propósitos da Universidade Sénior. O responsável assinalou a obtenção de novos saberes na UniSeM, assim como a dinamização de actividades sociais, culturais, educacionais e de convívio ao longo de cada ano lectivo, assim como “a promoção do desenvolvimento social e pessoal e, também, os princípios da solidariedade, do convívio e do lazer”, concluiu.


24 de Março de 2022 O SETUBALENSE 3

Seca extrema não permite abertura da Lagoa de Santo André ao mar

A operação de abertura ao mar da Lagoa de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, não se realiza este ano devido à situação de seca extrema, divulgou ontem a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a par do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. Realizada

todos os anos, esta intervenção permite ligar a lagoa ao mar, mas devido às “condições climatéricas particularmente desfavoráveis” e “relacionadas com a situação de seca extrema”, não terá lugar, como “habitualmente executada por esta altura”. Em declarações à

agência Lusa, o director regional da Administração da Região Hidrográfica do Alentejo, André Matoso, explicou que "esta realidade" de seca extrema "também afecta o corpo lagunar da Lagoa de Santo André", que apresenta um dos volumes "mais baixos” de que há registo.

SEIXAL

REGIÃO

Federação dos Bombeiros de Setúbal está contra a integração de 17 corporações no comando da Área Metropolitana de Lisboa DR

João Ludovico considera que o distrito sofrerá alterações significativas a nível de protecção civil e da organização operacional A Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal está contra a integração dos 17 corpos de bombeiros da península setubalense no Comando Sub-Regional da Área Metropolitana de Lisboa (AML), considerando que isso causará enormes constrangimentos na gestão operacional. A federação defende a criação do Comando Sub-Regional da Península de Setúbal, a funcionar nas instalações do actual Comando Distrital de Setúbal, em Palmela. A posição surge no âmbito da criação dos 23 Comandos Sub-regionais de Emergência e Protecção Civil, estruturas que vão substituir os actuais Comandos Distritais de Operações de Socorro. Esta alteração está prevista no âmbito da lei orgânica da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), que entrou em vigor em Abril de 2019, e que prevê que os comandos sub-regionais tenham uma circunscrição territorial correspondente ao território de cada comunidade intermunicipal. Em declarações à agência Lusa, o presidente da federação, João Ludovico, explicou que, com a nova organização interna da ANEPC a ser implementada, o Distrito de Setúbal sofrerá uma alteração significativa na sua organização a nível de protecção civil e consequentemente a nível da organização operacional dos corpos de bombeiros. Os 17 corpos de bombeiros da Península de Setúbal ficarão assim integrados no Comando Sub-Regional da Área Metropolitana de Lisboa e no Comando Regional de Lisboa e Vale do Tejo, enquanto os oito corpos de

Ciclo de conversas sobre saúde aborda respostas à covid-19, o caso da vacinação e as escolas

João Ludovico defende ainda criação de uma NUTS III para maior possibilidade de acesso aos fundos comunitários

bombeiros do sul do distrito ficarão integrados no Comando Sub-Regional do Alentejo Litoral e no Comando Regional do Alentejo. No entender da federação, pela sua densidade populacional, com cerca de 808 mil e 689 habitantes, pelas suas características industriais e empresariais, “onde estão inseridas um conjunto significativo de empresas e

Para uma melhor articulação deveria ser criado um sub-comando regional João Ludovico

indústrias com enorme perigosidade, sendo uma área com grande serviço operacional, é fundamental ter o seu próprio Comando Sub-Regional”. “Somos um dos distritos com mais ocorrências a nível nacional e com incidência na Península de Setúbal, com a diversidade que tem faz todo o sentido que exista um sub-comando regional, não faz sentido passar para o outro lado do rio Tejo”, disse, adiantando que por uma questão de proximidade e melhor articulação deveria ser criado este sub-comando regional.

Sustentabilidade em causa

A nível administrativo, considera também ser importante a criação de uma NUTS III para uma maior possibilidade de acesso aos fundos comunitários, constituindo um apoio às associações e corpos de bombeiros. Em declarações à Lusa, o presidente da federação fez ainda um outro alerta relativo à sustentabilidade das associações a nível nacional, defendendo uma actualização dos servi-

ços prestados pelos bombeiros para fazer face ao aumento de despesas, nomeadamente o aumento do valor pago por quilómetro. Acompanhando a posição da Liga dos Bombeiros Portugueses, a Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal considera também urgente a restituição do valor do IVA referente aos combustíveis adquiridos e a restituição ou redução do valor das comparticipações pagas pelas Associações Humanitárias dos Bombeiros ao Estado. A médio prazo, defendeu João Ludovico, deve ser criado um “Contrato-Associação” que regule a parceria entre o Estado e as Associações Humanitárias de Bombeiros e que espelhe a realidade territorial, no âmbito das ocorrências de protecção civil, socorro e emergência pré-hospitalar. Esta questão será debatida em 1 de Abril em Grândola, numa reunião da Assembleia-Geral da Federação e, “caso não existam medidas aprovadas ou em vigor de apoio, será analisada uma tomada de posição”. Lusa

O ciclo Conversas com a Saúde, promovido pela autarquia do Seixal, vai ter o segundo webinar dedicado ao tema “Pessoas – Respostas Integradas à Covid-19: o Caso da Vacinação e das Escolas”. Decorre hoje, 24 de Março, entre as 15h00 e as 17h00. A iniciativa é dirigida ao público em geral e, sublinha a Câmara do Seixal, tem por missão “apresentar novas reflexões sobre a covid-19 no contexto municipal, designadamente sobre o impacto que a pandemia teve na comunidade educativa”. “O objectivo deste tipo de acções é a partilha de experiências e saberes sobre este e outros assuntos ligados ao tema da saúde”, comenta Joaquim Santos. Lembra o presidente da Câmara do Seixal que “foram inúmeras as medidas tomadas para combater a pandemia e auxiliar as populações, nomeadamente as pessoas mais vulneráveis e todos aqueles que trabalharam directamente na linha da frente no combate à covid-19". O webinar desta quinta-feira ao focar a vacinação e as escolas, pretende transmitir “a resposta no município do Seixal ao desafio do Programa Nacional de Vacinação contra a covid-19, reflectir sobre a resposta à emergência em saúde pública – vacinação contra a covid-19 e as respostas no concelho, a partilha de experiência entre as entidades da linha da frente e ainda o impacto da pandemia na comunidade educativa”. A moderar o webinar vai estar Alexandre Tomás, director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde de Almada-Seixal, e os prelectores serão Rui Pablo, coordenador do Serviço Municipal de Protecção Civil; Vera Tiago, coordenadora da Unidade de Cuidados na Comunidade do Seixal do Agrupamento de Centros de Saúde Almada-Seixal; Paula Sousa, coordenadora do Programa de Educação para a Saúde na Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira; e Ana Branco, psicóloga do Serviço de Psicologia e Orientação da Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira. H.L.


4 O SETUBALENSE 24 de Março de 2022

Setúbal

DR

FUNÇÃO VAGA DESDE JANEIRO

Diocese não confirma D. Armando Esteves Domingues como novo Bispo de Setúbal DR

Igreja diz desconhecer informação de que actual Bispo Auxiliar do Porto é apontado para suceder a D. José Ornelas Maria Carolina Coelho O nome de D. Armando Esteves Domingues como o novo Bispo de Setúbal não é confirmado pela Diocese sadina, que garante não haver “neste momento, em absoluto, qualquer informação de quem poderá vir a ser”. No entanto, O SETUBALENSE sabe que o actual Bispo Auxiliar do Porto deverá suceder na função a D. José Ornelas, de acordo com fonte próxima da Igreja. Contrariamente, a Diocese de Setúbal, que se encontra em “Sede Vacante” desde o dia 28 de Janeiro, diz “desconhecer por completo” a informação avançada por O SETUBALENSE na edição da passada terça-feira. “O processo de nomeação de um Bispo depende directamente da Santa Sé. Não se pode revelar o que ainda nem sequer é conhecido”, afirma a Diocese sadina, ao ser questionada sobre quando poderá ser confirmado o nome do quarto Bispo de Setúbal. Até porque, explica, “quando se trata de nomear um bispo em substituição de outro que foi transferido, habitualmente a Igreja só inicia o referido processo, conduzido pelo Núncio Apostólico em cada país, após a tomada de posse do bispo na sua nova diocese”. Significa isto que o processo em Setúbal só terá arrancado a 13 de Março, dia em que D. José Ornelas tomou posse na Catedral de Leiria. Sobre os passos a cumprir, a Diocese sadina explica que “a nomeação de um Bispo é, na prática da Igreja Católica, precedida de numerosas

Chaminé funcionou até final dos anos 80 com empresa Viegas & Lopes

RUA ALMEIDA GARRETT

Chaminé de antiga fábrica conserveira demolida para construção de residências

Bispo Auxiliar do Porto na mira para se tornar o quatro Bispo de Setúbal

consultas a bispos, padres e leigos”. “Estas consultas não se comparam a “votos”, pois o que se pede a cada pessoa consultada é que apresente as razões em que fundamenta o seu parecer”, sendo que, “quando o processo chega ao Papa, muitas pessoas, durante muito tempo, foram sendo auscultadas, apontando vários nomes”. No final, contudo, “aquele que vier a ser designado é livre de aceitar ou recusar a nomeação, prolongando, em caso de recusa, a duração do processo”. No que diz respeito ao dia em que poderá iniciar funções o novo Bispo de Setúbal, explica a Igreja que nenhum está definido, uma vez que “só após a conclusão de todo o

processo e da respectiva publicação de nomeação por parte da Santa Sé é que se define, em articulação com os diferentes intervenientes, qual a data de tomada de posse”. “Caso seja um padre, poderá acontecer também uma ordenação episcopal”. A saída de D. José Ornelas para Leiria-Fátima representa um acontecimento inédito na Diocese de Setúbal, com os seus predecessores, D. Manuel Martins e D. Gilberto Canavarro dos Reis, a ocuparam o cargo até à renúncia por motivos de idade. Na mira para se tornar o quarto Bispo de Setúbal está o nome de D. Armando Esteves Domingues, que desde 27 de Outubro de 2018 desempenha a função de Bispo titular de Centenaria e Auxiliar do Porto.

Continuidade da estrutura era improvável dada a empreitada nos terrenos junto ao Parque do Bonfim David Marcos A grande chaminé construída na Rua Almeida Garrett, junto ao Parque do Bonfim, onde funcionaram as conserveiras Antonio Alonso – Hijos, e posteriormente a conserveira Viegas e Lopes, foi demolida na passada semana. A demolição decorreu entre os dias 16 e 17 de Março devido à construção de edifícios residenciais no espaço situado nas traseiras do Hotel Meliã, empreitada levada a cabo pela Romantiburgo, Lda. A referida empresa recebeu alvará da Câmara Municipal de Setúbal, assinado pela anterior presidente da autarquia, Maria das Dores Meira,

em Julho de 2020. De salientar que o despacho previa a conclusão das obras em 12 meses. Estava assim traçado o destino da chaminé, uma vez que a edilidade garantia na altura, segundo descreve o Diário de Notícias, que “da antiga fábrica, nada ficará”. Já o gabinete da actual vereadora do Urbanismo, Rita Carvalho, eleita em Setembro último, refere que tal processo teria de acontecer, apesar de garantir que a autarquia tudo fez para evitar tal cenário devido à “existência de relatório técnico que indica a dificuldade técnica de recuperação”, pelo que foi deliberada “a autorização de demolição". A grande estrutura, entretanto demolida, serviu inicialmente a conserveira Antonio Alonso – Hijos, que abriu portas nos anos 20, funcionando, de acordo com os registos disponíveis, até aos anos 50. A chaminé, assim como a fábrica e os terrenos, passariam então para a responsabilidade da Viegas & Lopes, tendo funcionado até ao final dos anos 80.


24 de Março de 2022 O SETUBALENSE 5

Caldeiras de árvores estão a ser requalificadas no bairro de Monte Belo

A Junta de Freguesia de São Sebastião está a requalificar dezenas de caldeiras de árvores em vários arruamentos no bairro de Monte Belo. Segundo a autarquia, “os trabalhos em curso incluem o redimensionamento de caldeiras e a reparação

do pavimento circundante”, tendo já sido intervencionadas “70 caldeiras” localizadas nas pracetas Pêro da Covilhã, António Enes e Padre Américo, e nas ruas Roberto Ivens e das Caravelas. A acção, adianta a autarquia, visa “resolver as questões associadas

à degradação das áreas pedonais devido ao desenvolvimento das árvores, uma problemática transversal a todo o bairro, observada no terreno pelos executivos da Junta de Freguesia de São Sebastião e da Câmara Municipal”.

LEGADO DE LUÍS MACHADO LUCIANO RECONHECIDO

Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos vai homenagear um dos 'pais' da cirurgia do S. Bernardo Trajecto ímpar do antigo cirurgião será lembrado em cerimónia que terá lugar na Biblioteca Municipal de Palmela Mário Rui Sobral Dedicou-se à mais nobre das missões: salvar vidas. Foi um dos “pais” do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital de S. Bernardo e um dos que mais contribuiu para o engrandecimento

Luís Machado Luciano

e afirmação dos hospitais distritais. O médico setubalense Luís Machado Luciano vai ser homenageado, a título póstumo, no próximo dia 2, pelas 15 horas, na Biblioteca Municipal de Palmela. A iniciativa, que visa reconhecer o “homem da medicina e da cultura” falecido em 11 de Janeiro de 2021 – a uma semana de completar 86 anos –, é organizada pela Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos (SOPEAM), com o apoio da autarquia palmelense. Machado Luciano formou-se em Lisboa em 19 de Dezembro de 1961,

inscrevendo-se na Ordem dos Médicos quatro dias depois, e exerceu a profissão com a cédula 9747. No site da Ordem dos Médicos é recordado como “um dos pioneiros e obreiros do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital de São Bernardo”. Chegou ao Hospital de Setúbal em 1972, já com a formação em cirurgia geral concluída. Foi um dos co-fundadores da Sociedade Médica dos Hospitais Distritais da Zona Sul, presidiu à Assembleia Geral Distrital de Setúbal da Ordem dos Médicos, de 1999 a 2003 (dois mandatos), e à Assembleia Geral da Setúbal-Polis, entre 2001 e 2005.

O antigo director do Serviço de Cirurgia Geral do Centro Hospitalar de Setúbal presidiu ainda ao Conselho Consultivo da Liga dos Amigos do Hospital de São Bernardo e ao Conselho Fiscal da Liga de Apoio Comunitário para o Estudo das Doenças Infecciosas, além de ter desempenhado funções de presidente da Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão (LASA), durante dois mandatos. Em 2018, foi agraciado com a Medalha da Cidade, na categoria de Ciência e Tecnologia, pela Câmara Municipal de Setúbal. PUBLICIDADE


6 O SETUBALENSE 24 de Março de 2022

Setúbal RECENSÃO

Bocage: uma história agora contada com primor DR

Silas Corrêa Leite I

Pelo que me lembro, na minha chamada memória recorrente desde priscas eras de atiçado buscador e ledor voraz, Bocage era e ficava entre um Pedro Malasartes (figura tradicional nos contos populares da Península Ibérica, tido como burlão invencível, astucioso, cínico, inesgotável de expedientes, de enganos, sem escrúpulos e sem remorsos) e um Casanova (Giacomo Girolamo Casanova, escritor e aventureiro italiano, tendo interrompido as carreiras profissionais que iniciou — a militar e a eclesiástica — e que passou a levar uma vida aventurada), em terras de Camões, Eça de Queiroz e Fernando Pessoa, muito antes ainda de José Saramago, portanto. Tinha-o como um boêmio aprontador em terras lusas de Cabral e de Pero Vaz Caminha. Lendo agora Bocage, o perfil perdido, que virou clássico da obra-pesquisa-documentário do mestre e doutor Adelto Gonçalves, depois de levar tempo para lê-lo, tal o peso do livraço e a densidade do historial enquanto pesquisa e documentário também, posso dizer que tive uma universidade de mais de ano inteiro sobre o poeta. Afinal, um curso e tanto, um livro precioso, com aulas magnas desse que já é escritor esmerado de tantos outros portentosos livros, que tive o prazer de ler, curtir e gostar, e até me mesmo fazer aqui e ali breves resenhas. Mas com Bocage, sinceramente, tenho medo de me perder. Bocage, uma lenda, um mito, muito além de um Pedro Malasartes (como eu imaginava que era) e muito além de um Casanova que também aludi que fosse. O livro Bocage: o perfil perdido, com qualidade historial, destrincha o mito de fio a pavio, e você lendo o projeto exuberante de livro acaba se sentido um, por assim dizer, formado, diplomado e finalmente inteirado e expert em Bocage. Já pensou? Num apanhado imediato de querer saber quem foi Bocage, está lá o apanhado, curto e grosso: Bocage, poeta português, nasceu em 1765 e faleceu em 1805. Além de escritor e

Adelto Gonçalves à frente da Tumba do Jardim (Garden Tomb), em Jerusalém: jornalista, professor, romancista, contista, ensaísta e historiador

Lançado em Portugal em 2003, o livro ganhou a sua edição brasileira em 2021 pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

boêmio, foi militar e tradutor. Suas obras apresentam marcas árcades e românticas. O poeta é bastante lembrado por seus poemas satíricos e de cunho anedótico. Ah, mas a figura lendária do literato e poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage é a do maior representante do arcadismo lusitano. Ou, ainda, Bocage foi um poeta de transição entre o arcadismo — seu pseudônimo árcade era Elmano Sadino — e o romantismo. Seus textos apresentavam características de ambas as estéticas, além de peculiaridades, como amor idealizado, sofrimento existencial. Ele era um poeta cheio de lirismo, erotismo, individualismo e sátiras, com uma linguagem neoclássica, ou seja, clara, abreviada, correta e pomposa. Os temas mais explorados eram bucólicos, pastoris e da mitologia clássica.

II

Bocage: o perfil perdido, de Adelto Gonçalves, vai fundo na pesquisa, na história, desde meados de 1711 até muito além da morte desse per-

sonagem crucial e criador de arte literária de primeira qualidade para a época em terras lusas, entre viagens, contações, registros, altos e baixos, melindres e concessões, fugas e deserções, naus e glórias, implicações e afetos, sangrias desatadas, polvorosas e amizades e conflitos. Cantava a vida como o cisne canta a morte, disse ele. Quando escrevia, era um fugir-se como quem afiava a pena feito espada, no gume de seu

O livro apresenta uma árvore genealógica do poeta, enquanto mito e lenda, e corrige erros históricos

contemplar, sentir, ferir-se de existir, desacomodado da vida, da sociedade, de qualquer razão pura que tivesse para viver, pior, sobreviver, literalmente às duras penas, como se sempre fugindo nos versos, nos avessos e absurtos diversos das estrofes, deles se criando, desse seu tear lírico se alimentando, se provendo; criar para fugir da ilha de ser-se ou de se ser? Ah, o mito, a lenda, as vazantes criativas. O livro Bocage, o perfil perdido passa limpo uma vida de quem garimpou com bateia de poemas ora sofridos, ora datados, ora esculachando, criando inimigos e rancores, resmas de rimas, sentimentos revisitados, a cara e a coragem (e a ousadia) de ser ele mesmo, com seus íntimos mares navegando fastios e buscas, bandeiras e naus tenebrosas de seu tempo aqui e ali cruel com o poeta. A obra destrincha, revela, tira véus, relata paulatinamente e tintim por tintim, um historial de vida, percalços, artes e vertedores, motivos e purgações, irrazões e deszelos... Eis o homem, eis o poeta Bocage, muito além de si mesmo, muito além de seu tempo, firmado no macadame da história agora contada com primor.

III

Escrevendo, ele desafiava seus limites, entre distanciamento e aproximação. Escrever era sua chama. O insurgente lado crítico de Bocage, às vezes, o arrebatava. E criava polêmicas datadas. E a polêmica era seu mote, seu fluxo existencial. Escreviver-se. Às vezes, a vida lhe dava meios do que buscava. E veios de criações alteradas. E ele então se vertia todo, às vezes irônico, mordaz, ferino, polêmico. Há caminhos e há solos de ausências em veredas e verdades. Os botequins de Lisboa eram a Arcádia de Bocage. Muitos confundiam a sua personalidade poética com o homem. Com seus vários versos também escritos pela mão do fingimento e cantados pela voz da dependência. Traduções. Elogios dramáticos. Improvisos de poeta agonizante, depois. Lida poética insana. Tropel de paixões. Mente aguçada, brilhante. Discursos, historietas. Gênio satírico, vida dissoluta, pendor para compo-


24 de Março de 2022 O SETUBALENSE 7

Surf em Abril na Costa da Caparica e motonáutica na Trafaria em Maio p13 sições obscenas. Pavorosa ilusão da eternidade. Um artista contraditório que construiu ao longo de sua produção poética. Isso, entre tantas informações depuradas, é o que se depreende do livro. Biografia rigorosamente pesquisada, regiamente documentada. Apresenta uma árvore genealógica do poeta enquanto mito e lenda, corrige erros históricos, relata contendas e a conseguinte grande produção poética de alto quilate. Um poeta muito além de seu tempo, muito além de sua morte. Por essas e outras, Bocage escrevia muito e tanto, em tempos difíceis, para confirmar talvez o que nos disse Danúbio Torres Fierro: “Escrever é criar para si uma identidade”. Eis o livro, eis o homem, eis Bocage.

IV

Adelto Gonçalves é mestre em Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-americana, e doutor em Letras na área de Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP). É autor de Gonzaga, um poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), Barcelona brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999; São Paulo, Publisher Brasil, 2002), Bocage, o perfil perdido (Lisboa, Editorial Caminho, 2003; Imprensa Oficial do Estado de São Paulo-Imesp, 2021), Tomás Antônio Gonzaga (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/Academia Brasileira de Letras, 2012), Direito e Justiça em Terras d´El-Rei na São Paulo Colonial (Imesp, 2015), Os vira-latas da madrugada (Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1981; Taubaté-SP, LetraSelvagem, 2015) e O reino, a colônia e o poder: o governo Lorena na capitania de São Paulo 1788-1797 (Imesp, 2019), entre outros. Bocage, o perfil perdido, de Adelto Gonçalves. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (Imesp), 520 páginas, R$ 85,00, 2021. Site: https://livraria.imprensaoficial.com.br/ (*) Silas Corrêa Leite, escritor, professor e blogueiro premiado, é autor, entre outros, de Transpenumbra do Armagedom (São Paulo, Desconcertos Editora, 2021), Cavalos selvagens (Curitiba, Kotter Editorial; Taubaté-SP, LetraSelvagem, 2021), e A Coisa. Muito além do coração selvagem da vida (São Paulo, Editora Cajuína, 2021). O autor foi vencedor do Primeiro Salão Nacional de Causos de Pescadores/USP/Jornal da Tarde/ Estadão/Parceiros do Tietê; premiado no Concurso Lygia Fagundes Telles para professor e escritor, governo do Estado de SP/ Gestão Gabriel Chalita/Secretaria Estadual de Educação; Prêmio Biblioteca Mário de Andrade (Poesia Sobre São Paulo), Gestão Marilena Chauí (Secretaria de Cultura de SP), Prêmio Fundação Petrobrás de Contos, curadoria Heloisa Buarque de Holanda; prêmio Simetria (Microconto) e Prêmio Instituto Piaget (Cancioneiro infanto-juvenil), ambos em Portugal). Site: www.poetasilascorrealeite. com.br - E-mail: poesilas@terra.com.br

JOSÉ MAURÍCIO LAMENTA

“A sensação que tenho é que estou a fotografar algo que está prestes a desaparecer” DR

Exposição fotográfica na Casa da Baía marca regresso do fotógrafo, depois de dez anos de interregno David Marcos Está patente até 3 de Abril, na Casa da Baía, em Setúbal, a exposição fotográfica “Frágil”, da autoria do fotógrafo José Maurício. A mostra, que conta com perto de duas dezenas de peças, pretende alertar a comunidade para o risco da perda das paisagens da região, provocada pelas alterações climáticas, e para o desaparecimento de profissões tradicionais do Sado. Tendo como elementos principais as nuvens, barcos, vegetação, aves marinhas e o ambiente marítimo de Setúbal, José Maurício atira como grande objectivo “trazer para o terreno a comunidade científica e disciplinas como a antropologia, estudando as mudanças de hábitos do homem, a biologia para estudar toda a riqueza natural e a arqueologia”. “A sensação que tenho é que estou a fotografar algo que está prestes a desaparecer”, comenta José Maurício a O SETUBALENSE. “Estas profissões [de pescador] têm tendência a desaparecer. Tu vês a maior parte destes pescadores e estamos a falar já de

“Estamos a falar de profissões, de vidas muito duras”. No que toca à componente ambiental, a subida do nível das águas do mar, provocado pelas alterações climáticas, será o principal factor de destruição e alterações das paisagens no Estuário do Sado. “A nossa cidade, tal como boa parte da costa portuguesa, a manter-se esta tendência de alterações climáticas, como revelam vários estudos, será altamente afectada”, esclarece o fotógrafo.

Exposição marca regresso à fotografia depois de interregno

Fotógrafo pretende alertar para o risco da perda das paisagens da região

uma geração que anda ali nos 60 e 70”, explica. José Maurício refere ainda que as embarcações utilizadas, tradicionais e incontornáveis no Estuário do Sado, para as suas fotografias “são sujeitos incontornáveis” e enfrentam também o desaparecimento. “Estas embarcações só existem porque têm utilidade e manutenção” refere José Maurício,

acrescentando que, “quando deixam de ser usadas, ficam ao abandono e num espaço de dois ou três anos desaparecem”. O fotógrafo lamenta que estas profissões possam deixar de existir, já que o mercado não as absorve e nem as gerações mais novas estão interessadas nas mesmas. Ainda assim, compreende esta possível extinção.

Apesar não viver profissionalmente da fotografia, José Maurício diz que o bichinho esteve sempre em si. A pandemia foi a chave para este seu regresso. “Já andava qualquer coisa cá dentro para voltar a fotografar”, confessa. Foi então durante o ano passado que surgiu a ideia de montar a exposição. “Quando fotografo não penso em guardar as fotos e soltá-las, quase como algo descartável nas redes sociais. Olho para a fotografia como algo que deve ser exposto”, garantiu. A fotografia é, para si, a forma como expressa a “visão da cidade e da sua envolvência”. A exposição foi montada em colaboração com o laboratório de fotografia profissional Viragem Lab, com supervisão especial de António José, na impressão, e do atelier “"Icon Molduras", na pessoa de Armando Santos, no emolduramento.

ESCRITORA RESIDE EM AZEITÃO

Maria Teresa Meireles recebe Prémio Literário Alves Redol a 23 de Abril A decisão foi unânime. Foi Maria Teresa Meireles, com a obra “A Pele é um incêndio”, quem mereceu o Prémio Literário Alves Redol, no género Contos, cuja cerimónia de entrega do galardão acontece a 23 de Abril, pelas 18h30, na Fábrica das Palavras, em Vila Franca de Xira. “Satisfação e reconhecimento” foram as expressões utilizadas pela professora e investigadora, a residir actualmente em Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal, para descrever o que sentiu ao receber a novidade. Como prémio vai receber o montante de 2 500 euros.

Decidiu participar na edição de 2021 do prémio instituído pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, criado com o objectivo de “promover e incentivar a criação literária, prestando também homenagem ao romancista Alves Redol”, sem grandes hesitações, uma vez que tem já “vários livros de ficção escritos, alguns deles em formato conto”, género do qual gosta particularmente. A obra que inscreveu a concurso, sobre a qual o júri referiu que existe “um bom domínio da linguagem literária”, “trata-se de uma colectânea de contos (treze no total), em que

cada um é dedicado a um escritor – alguns deles grandes contistas –, como Jorge Luís Borges ou Tchekov, Teolinda Gersão e Luísa Costa Gomes, mas também a escritores como João Tordo, Gonçalo M. Tavares, Afonso Cruz ou Alberto Manguel”. Considerou igualmente o júri que em “A Pele é um incêndio”, “com mestria narrativa, e por vezes inovação formal, alguns dos contos abordam temáticas fundamentais à existência humana como a morte, os filhos ou o amor, enquanto outros elaboram com particular finura literária sobre dimensões do quotidiano”, refere

nota da autarquia. Mestre em Literatura Medieval e Doutorada em Literatura Oral e Tradicional, Maria Teresa Meireles é autora de diversas obras, entre as quais “Elementos e Entes Sobrenaturais nos Contos e Lendas”, “A Partilha da Palavra nos Contos Tradicionais”, “A Arca dos Contos”, “Quem isto ouvir e contar em pedra se há-de tornar” e “Mirabilia”. A presente edição do Prémio Literário Alves Redol, com um número recorde de obras concorrentes, 357 no total, distinguiu ainda Rodrigo Prista no género literário Romance.


8 O SETUBALENSE 24 de Março de 2022

Moita

ALHOS VEDROS

FRENTE AOS PAÇOS DO CONCELHO

Maré de poesia inspira alunos da escola básica D. Pedro II DR

Poemas foram recitados na Praça da República com ajuda de jovens

Instalação seguida por autarcas vai beneficiar associação sediada no concelho

Luís Geirinhas Os poemas “Raízes”, “O meu caderno de folhas” e “Girassol” foram alguns dos versus recitados no início desta semana, pelos alunos da turma 6.º B da Escola Básica D. Pedro II ao executivo da Câmara da Moita, numa iniciativa que decorreu no exterior dos Paços do Concelho, na Praça da República, no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Poesia. Com orientação das docentes Alexandra Seabra e Célia Tomé, a referida turma procedeu à leitura dos poemas selecionados na obra “Herbário”, da autoria de Jorge Sousa Braga, na mesma data em foi assinalado o Dia da Árvore e da Floresta. Durante a iniciativa, integrada na “Maré de Poesia”, foram lidos alguns escritos em contexto de sala de aula, pelos alunos dos estabelecimentos do 1.º ciclo do ensino básico moitense. Carlos Albino, presidente do município, em conjunto com os vereadores Sara Silva, Anabela Rosa e António Pereira, partilharam o poema “Pedra Filosofal”, musicado por Manuel Freire.

Iniciativa decorreu esta segunda-feira na Praça da República

Lançados os confettis, os estudantes, a convite do autarca moitense, puderam conhecer o interior da autarquia, tendo passado pela sala do autarca e pelo salão nobre desta Câmara Municipal, entre outros serviços camarários. Até ao próximo dia 29, no âmbito destas comemorações, os jovens

podem ainda participar no mural e exposição de trabalhos realizados no Atelier de Escrita Criativa, na biblioteca do Vale da Amoreira, nas Histórias de Colinho e nas Histórias em Verso, com a obra “A Família dos Macacos”, de Rita Taborda Duarte e Luís Henriques, até amanhã, na biblioteca de Alhos Vedros.

Para 7 de Abril, no mesmo local, está ainda prevista a apresentação da obra “Meus Poemas, Meus Amores”, com a participação dos Jograis do CACAV – Círculo de Animação Cultural de Alhos Vedros, sendo que a partir das 21h00, aquele equipamento municipal recebe as Leituras às Quintas com “O Amor à Poesia”.

DOCUMENTO APROVADO PELO EXECUTIVO CAMARÁRIO

PS aplaude regulamento sobre animais no espaço público O Partido Socialista (PS) da Moita emitiu ontem uma posição sobre a criação de um regulamento municipal sobre apascentamento de animais e a sua permanência e trânsito em espaço público, situação que considera ser “uma necessidade urgente” no município, por ter se batido sempre pela sua existência, não tendo obtido “resposta pelo executivo da CDU”, afirmam. Em nota à comunicação social,

“Abrigo das Mãozinhas” foi brindado com depósito de água por empresa situada no município

os socialistas lembram que este foi “um compromisso” do qual “não desistimos”, tendo sido o executivo presidido por Carlos Albino, em reunião do município, que aprovou a proposta para a criação do referido regulamento. A criação desta norma, lembra o PS local, integra como principais preocupações “o facto da não existência de regulamentação” no concelho, nomeadamente equídeos, “a progressiva permanência de

animais em espaços públicos, vias públicas e igualmente espaços privados, sem meios idóneos de impedir a sua deambulação e atendendo ao perigo daí resultante”, afirmam. Recordam ainda que em causa estão questões de tutela de saúde pública: “parte destes animais encontram-se em estado de abandono e má sanidade animal”, defendem. Por este motivo, o PS local congratula-se “com o sentimento de missão

cumprida, que acima de tudo visa dar uma cabal e escrupulosa resposta às necessidades referidas” e ter aprovado a proposta. “Este é mais um dos objectivos aos quais o PS se comprometeu com o concelho [...] e seus munícipes, sendo que existe pela frente um longo caminho para dar resposta a todas as necessidades, às quais identificamos diariamente”, informam os socialistas.

Anabela Mota, vereadora da Câmara da Moita responsável pelo Gabinete Veterinário Municipal, acompanhou recentemente a colocação de um depósito de água nas instalações de “O Abrigo das Mãozinhas”, antiga Associação dos Amigos dos Animais Abandonados da Moita. A iniciativa contou ainda com a presença do presidente da Junta de Freguesia de Alhos Vedros, Artur Varandas, e de um representante da Plasfich, empresa sediada naquela localidade que decidiu “gentilmente” ceder este reservatório à associação. O depósito de água agora instalado no espaço, segundo a autarquia moitense, irá “possibilitar a autonomia da utilização de água potável”, carência com a qual “O Abrigo das Mãozinhas” se debatia há alguns anos. “Sabendo desta dificuldade, a Câmara [...], em reunião com a Plasfich, abordou a questão, tendo a empresa do concelho se disponibilizado para ceder, gratuitamente, o depósito”, informa o município. De acordo com a edilidade, caberá agora ao município “a responsabilidade pelo abastecimento periódico” do equipamento. L.G.


24 de Março de 2022 O SETUBALENSE 9

Prémio de poesia Joaquim Pessoa com obras a concurso até 11 de Maio

A quarta edição do Prémio de Poesia Joaquim Pessoa está a decorrer até 11 de Maio, numa iniciativa da autarquia moitense, em parceria com a editora Edições Esgotadas. O prémio, recorde-se, surge da parceria entre o município e a editora, no

âmbito das comemorações dos 40 anos de actividade literária do poeta, destinando-se a galardoar, bienalmente, uma obra de poesia inédita, escrita em língua portuguesa. O valor deste prémio é de cinco mil euros, cabendo à editora a publicação da obra vencedora.

EVENTO “TÁ A ROLAR” ATÉ 10 DE ABRIL

Quinzena da Juventude promete animar Quinta da Fonte da Prata com desporto DR

“Sport4Life” leva prática desportiva e estilos de vida saudáveis ao bairro Luís Geirinhas No âmbito da edição deste ano da Quinzena da Juventude, promovida pela Câmara da Moita, decorre no próximo domingo, na Quinta da Fonte da Prata, a iniciativa “Sport4Life”, que visa a promoção da prática desportiva e de estilos de vida saudáveis, sem perder de vista “a necessidade de proporcionar momentos lúdico-pedagógicos” a todos os participantes. Organizada pela Associação Juvenil da Quinta da Fonte da Prata, a acção terá lugar no período da manhã, pelas 10h00, podendo os inscritos participar num passeio de bicicleta entre aquela zona e o Rosário, seguido de um almoço volante no Complexo Desportivo do mesmo bairro do concelho da Moita, entre as 12h30 e as 14 horas. De acordo com a autarquia local, durante a tarde, terá ainda lugar um torneio de matraquilhos humanos,

A Quinta da Fonte da Prata vai contar com muita actividade lúdica no âmbito da Quinzena da Juventude

num campo insuflável, onde será criado um espaço destinado a crianças até aos 12 anos, com um apetrecho de trampolim. Segundo o município moitense, a participação é gratuita e limitada, mediante inscrição prévia, para o endereço associacaojuvenilfontedaprata@gmail.com e conta, além da referida associação, com a parceria

da Fundação Santa Rafaela Maria. O programa deste ano contempla ainda a realização, no próximo dia 1, pelas 21h00, do Mixart, evento que integra diversas áreas artísticas, num território com possibilidades de criações de performances, instalações e de uma exposição de Artes Plásticas. De acordo com a Câmara da Moita, a

iniciativa consiste na apresentação de trabalhos seleccionados em contexto de Open Call, seguindo-se um leilão de obras oferecidas pelos artistas e que terá como objectivo a angariação de fundos para a Associação Movimento Organizado Cultural e Artístico. No mesmo dia, entre as 21h00 e as 23h00, terá lugar a mostra “AMO-

CASIÃO”, na galeria da AMOCA. No dia 2, o Cais da Moita, na Avenida Marginal, acolhe pelas 18h00 a Companhia de Dança Marina Popova, que apresentará uma série de curtas ao vivo, num espectáculo multidisciplinar onde a natureza e a cultura local são o cenário de fundo deste “Teatro do Mar”. PUBLICIDADE


10 O SETUBALENSE 24 de Março de 2022

Moita GINÁSIO ATLÉTICO CLUBE

BREVES

Mostra de Vasco Gonçalves visitada pela nova embaixadora de Cuba em Portugal DR

A iniciativa, além da diplomata, contou ainda com a eurodeputada do PCP, Diana Pereira A exposição do centenário de Vasco Gonçalves, patente nas instalações do Ginásio Atlético Clube, na freguesia da Baixa da Banheira, incluiu no último domingo um almoço-convívio promovido pelo núcleo da Moita da Associação de Amizade Portugal-Cuba. A iniciativa foi seguida de um debate, que contou com as presenças da deputada do PCP no Parlamento Europeu, Diana Pereira, e da nova embaixadora de Cuba em Portugal, Yusmari Díaz Pérez. De acordo com a organização do

de cozinheira/ ajudante para lar em Palmela. 917 417 583

Homenagem a Luís Guerreiro na Capela da Misericórdia A Capela da Misericórdia de Alhos Vedros acolhe a 8 de Abril, uma sessão promovida por aquela Junta de Freguesia, pelas 21h00, de homenagem ao artista local Luís Guerreiro. A iniciativa pretende destacar o papel de uma “personalidade icónica” para o concelho, não só pela sua arte, mas também pela

evento, a acção contou com uma visita colectiva àquela exposição, que continuará patente no local até ao próximo dia 27. Editada pela Associação Conquistas da Revolução (ACR), e programada para transitar até dia 2 de Abril para o Museu do Trabalho Michel

Giacometti, na cidade sadina, a jovem embaixadora teve a oportunidade de “vislumbrar a foto de Fidel Castro com o nosso primeiro-ministro do povo e dos trabalhadores”, assim como “a mensagem de Fidel a Ainda Gonçalves”, e a carta de Hugo Chávez no 30.º aniversário do 25 de Abril.

Classificados

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ALHOS VEDROS

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sua intervenção no município nas áreas política e social. Artista de azulejaria, formado no Centro Profissional para a Indústria Cerâmica, nas Caldas da Rainha, o alhosvedrense desde cedo iniciou a sua arte de forma “brilhante” na freguesia que o viu nascer, tendo falecido no ano passado.

MOITA

Intervenção de beneficiação até dia 12 na Avenida Marginal No âmbito de uma intervenção na Avenida Marginal da Moita, a zona do parque de estacionamento ali situado, está a sofrer até 12 de Abril, uma intervenção de beneficiação, junto à Rua 5 de Outubro, estando previsto “o condicionamento de trânsito automóvel” no local e a suspensão parcial do estacionamento na mesma

zona da vila. De acordo com o município moitense, a intervenção “será executada de forma faseada, tendo início na melhoria da rede de drenagem”. Segundo a mesma fonte, ao longo desta intervenção, serão “asseguradas as áreas de estacionamento” e “delimitadas as zonas de trabalho com sinalização adequada”. DR

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VALE DA AMOREIRA

Exposição de banda desenhada anima instalações da biblioteca As instalações da Biblioteca Municipal do Vale da Amoreira acolhem a partir desta quinta-feira, até ao próximo dia 9 de Abril, uma exposição de banda desenhada, que vai reunir naquele espaço trabalhos da autoria de Henrique Pirote, no âmbito do programa deste ano da Quinzena da Juventude. De acordo com a edilidade, durante

este período, poderão ser conhecidos trabalhos em BD, estudos de composição, luz e sombra, em resultado dos vários projectos pessoais que o jovem artista plástico foi abraçando ao longo dos tempos. A mostra, com entrada gratuita, pode ser visitada diariamente, entre as 10h00 e as 12h30 e das 14h00 às 18h30.


24 de Março de 2022 O SETUBALENSE 11 PUBLICIDADE

JOAQUIM COLAÇO PALMA (1935 – 2022) Participação, Agradecimento

A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Joaquim Colaço Palma. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.

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CLUBE DE CAMPISMO DE SETÚBAL Fundado em 1 de Janeiro de 1947

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CONVOCATÓRIA Nos termos do nº.1 do artigo 32.º dos Estatutos, convoca-se a Assembleia Geral Ordinária do Clube de Campismo de Setúbal, para reunir no dia 09 de Abril de 2022 pelas 15H00 horas, na sala de convívio, no Parque de Campismo de Gambia, em Setúbal com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto 1 - Apresentação, discussão (leitura do parecer do Conselho Fiscal) e votação do relatório e contas do ano de 2021 Ponto 2 - Diversos Setúbal, 17 de Março de 2022 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

(José Carlos Fragoso Silvestre)

Nos termos do disposto nos Artigos 376.º, § 1 e 377° do Código das Sociedades Comerciais, e do Art.º 10.º dos Estatutos da S.M.T., «Sociedade Moitense de Tauromaquia, S.A.», convoco os Senhores Acionistas para a «Assembleia Geral Ordinária» que vai ter lugar no próximo dia 27 de Abril de 2022, pelas 21 horas, na sua sede social, com a seguinte «Ordem de Trabalhos»: Ponto Único: Deliberar, nos termos do estatutariamente disposto no Art.º 11.º, §2, e considerando o estipulado no Art.º 14.º, § 4.º, sobre o Relatório de Gestão e Contas referente ao ano de 2021. Atenta a alteração de estatutos aprovada no passado dia 6 de Setembro de 2016 têm direito a voto os acionistas titulares de uma ou mais ações cuja titularidade esteja devidamente registada junto da Sociedade. Nos termos do Artigo 379º, nº 2, do Código das Sociedades Comerciais, e do Artigo 9.º, n.º 5 dos Estatutos da S.M.T., os obrigacionistas têm direito de participação e de intervenção nesta assembleia. Verificando-se a inexistência de quórum, a Assembleia-Geral fica convocada desde já, em segunda convocação. e deliberando nos termos do Art.º 383, § 3, para o dia 12 de Maio de 2022, à mesma hora. Moita, 18 de Março de 2022 O Presidente da Assembleia-Geral

IMPORTANTE: Se à hora marcada não estiverem presentes, pelo menos metade dos associados, a Assembleia reunirá meia hora depois em segunda convocatória, com qualquer número de associados, conforme artigo 34.º dos Estatutos. Estão salvaguardadas as recomendações da Direção Geral de Saúde Obrigatório o uso de máscara

-Ricardo Tavares Rodrigues-


12 O SETUBALENSE 24 de Março de 2022

Almada

SOLIDARIEDADE

AMPLIAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO

Escola Maria Rosa Colaço fica sem obras e tem de esperar por novo quadro de apoio DR

O concurso público ficou deserto e os serviços camarários vão aproveitar para resolver problemas estruturais do projecto

A Associação Arriba Tejo e a autarquia vão gerir o edifício articulando as reservas já previstas com a chega de refugiados

Humberto Lameiras Ainda não é agora que o processo de ampliação e requalificação da Escola Básica e Jardim de Infância Maria Rosa Colaço vai avançar. O concurso público para a execução da obra ficou deserto, e a certeza é que não haverá tempo de reformular o projecto a tempo de o inscrever ainda no actual quadro de fundos comunitários, que amparava os custos da empreitada. Desde 2020 que a comunidade escolar deste estabelecimento no Feijó, Almada, reclama obras, e agora vai ter de esperar que a Câmara de Almada tome novas decisões. Para já, os eleitos à Câmara aprovaram, na segunda-feira, em reunião pública, a extinção do procedimento do concurso público, e o estorno dos 2 milhões 94 mil 780 euros que estavam cabimentados ao concurso. “A ampliação e requalificação da Escola Básica e Jardim de Infância Maria Rosa Colaço tem sido uma das nossas grandes preocupações. Somos obrigados a fazer uma reflexão mais profunda e não apenas a adaptação do projecto”, apontou a presidente da

Humberto Lameiras

A única proposta para a obra, e não formalizada, apontava aos 3 M€, quando o cabimentado era cerca de 2 M€

Câmara Municipal, Inês de Medeiros. O facto é que a melhoria das instalações desta escola tem passado por alguns entraves. O primeiro concurso teve um empreiteiro que “praticamente abandonou a obra”, lembrou a presidente, e “ainda está a decorrer uma acção que interpôs por a Câmara Municipal ter quebrado o vínculo que tinha com ele por não comparência; os tribunais irão decidir”. Com o projecto a ser alvo de várias questões, os serviços da autarquia tentaram melhorá-lo, e foi lançado novo concurso. O qual foi agora ‘cancelado’ por falta de candidatos, aliás surgiu uma proposta, mas esta nem chegou a ser formalizada por

ser “muito além do valor aprovado em Câmara. Era quase três milhões de euros”, revelou Inês de Medeiros. O não haver candidatos à obra pode não ser apenas uma questão de falhas no projecto, mas também o facto dos preços para a realização de obra civil estarem “incomportáveis”, admite a autarca. “Mesmo com a Câmara de Almada a ter contas certas e folga que lhe dá espaço de manobra, os empreiteiros não concorrem”, ou sejam, a incerteza na economia não os leva a arriscar. José Pedro Ribeiro, responsável pelo pelouro das Infra-estruturas e Obras Municipais, adianta que a equipa de obras da autarquia “está a trabalhar para encontrar a melhor solução”. Mas

a obra em si vai ter de esperar. A ampliação e requalificação da escola era objecto de candidatura comunitária, mas depois do concurso ter ficado deserto “não há possibilidade de recandidatura”, diz a autarca, situação que já foi comunicada à presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Teresa Almeida. Para Inês de Medeiros, com a escola fora de verbas comunitárias, é tempo de rever o projecto desde o início em vez de fazer adaptações. “É preciso resolver o problema estrutural do projecto”, e candidatá-lo a novo apoio comunitário porque “no actual já não será possível”, afirma.

A 9 E 10 DE ABRIL

Monólogo de Sara Barros Leitão no Teatro Municipal O espectáculo “Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa”, com criação, dramaturgia e interpretação de Sara Barros Leitão, vai estar na Sala Experimental do Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB) a 9 e 10 de Abril, no sábado às 21h00 e domingo às 16h00.

Caparica Sun Centre vai disponibilizar 59 camas para refugiados da Ucrânia

Na descrição da peça, o TMJB, avança que “Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa” é um título “roubado clandestinamente a um texto do livro Novas Cartas Portuguesas, que dá o mote para este espectáculo”. O ponto de partida foram os “do-

cumentos dos arquivos do primeiro Sindicato do Serviço Doméstico em Portugal, que teve o seu primeiro congresso em 1979, no qual estiveram presentes mais de nove mil mulheres”. O espectáculo viaja até à primeira greve das criadas em Portugal, no século XIX, e depois atravessa todo

o Estado Novo, e vem até aos dias de hoje. Sozinha em palco, Sara Barros Leitão vai contar as lutas das empregadas domésticas ao longo do tempo, dos seus desafios de mobilização e organização, e as histórias dessas mulheres, tantas vezes invisíveis, mas cujo trabalho é essencial.

Parte do edifício do Caparica Sun Centre, na Costa de Caparica, vai ser disponibilizado para acolhimento de famílias refugiadas da guerra na Ucrânia. A proposta para a cedência do espaço gerido pela Associação Arriba Tejo – Agência de Desenvolvimento Local vai ser apresentada na próxima reunião pública de Câmara, mas, entretanto, a presidente da Câmara, Inês de Medeiros, avançou que o processo já foi despoletado. Está previsto serem disponibilizadas 59 camas, sendo que, “foi necessário reorganizar as reservas que já estavam previstas no Caparica Sun Centre”, refere a autarca, lembrando que este espaço “foi fundamental” na linha da frente no combate à pandemia ao ter recebido pessoal médico do Hospital Garcia da Orta (HGO). “Vamos manter as reservas, casos dos nadadores-salvadores, e conseguimos disponibilizar 59 camas para acolhimento de famílias refugiadas”, explica Inês de Medeiros. O passo seguinte é formalizar o processo entre a Câmara e a Arriba Tejo, da mesma forma que foi feito para receber o pessoal de saúde do HGO, e também submeter à deliberação dos eleitos em reunião de Câmara. Ainda segundo a presidente da Câmara, o programa de ensino de português direccionado a emigrantes, vai ser “reforçado”, agora apensar nos refugiados que chegam ao concelho. Entretanto, de Almada continuam a ser enviados bens alimentares, de higiene, roupa e medicamentos para ajudar a população ucraniana, tendo seguido a 19 de Março um segundo camião humanitário até à fronteira da Ucrânia.


24 de Março de 2022 O SETUBALENSE 13

Fnac de Almada junta-se à Too Good To Go para combater desperdício alimentar

A Fnac de Almada juntou-se à aplicação Too Good To Go para combater o desperdício alimentar, permitindo a compra de alimentos que não foram vendidos no horário de funcionamento das lojas, a preços mais acessíveis. Além da loja de Almada, este serviço está disponível

nas lojas Fnac Colombo, Cascais e Chiado. Em comunicado, a directora de marketing da Fnac defendeu que esta parceria foi um “passo óbvio no esforço de promoção de uma escolha informada e um consumo responsável com foco não só no cliente, mas também no planeta”.

DR

RECONHECIMENTO

Executivo aprova voto de pesar pelo bombeiro Jorge Peres Gonçalves e encenador Jorge Silva Melo

A comitiva da CDU contou com a presença do ex-presidente da Câmara de Almada, Joaquim Judas, e depois da Caparica estão a ser agendadas visitas a outras freguesias

GRUPO MUNICIPAL E DE FREGUESIA

Eleitos da CDU estiveram na Caparica onde detectaram problemas em habitações sociais Falta de limpeza, revestimento das paredes e elevadores avariados estão entre a lista de problemas encontrados Humberto Lameiras O Grupo Municipal da CDU e eleitos na Assembleia de Freguesia da Caparica, em Almada, estiveram de visita a zonas urbanas da Caparica, para melhor conhecerem a realidade da habitação municipal, em núcleos do

Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IRHU). Na manhã do passado sábado, os eleitos comunistas estiveram na Rua dos Três Vales e Rua de S. Lourenço Poente, onde verificaram situações de problemas como a “falta de revestimento e isolamento exterior dos prédios, falta de limpeza nas partes comuns, falta de electricidade e interruptores nas partes comuns, portas exteriores sem vidros, falta de limpeza nos espaços públicos exteriores a este aglomerado habitacional e elevadores avariados”, enumera nota de Imprensa da CDU de Almada. Refere a mesma informação, que a comitiva, que contou com a presença de Joaquim Judas, ex-presidente

da Câmara de Almada, foi “convidada por moradores a entrar em diversas habitações”, tendo constatado “que é generalizada a existência de humidade em compartimentos nas casas visitadas, quer em paredes quer nos tectos provocando a degradação de móveis”, situação que consideram “prejudicial à saúde dos moradores”. Descrevem os eleitos que nos prédios do IRHU, observaram, além de “elevadores avariados impedindo que pessoas com idade avançada ou mobilidade reduzida possam sair de casa, existem buracos nas paredes desde o rés-do-chão até ao último andar, e prédios a necessitar de serem pintados no interior e no exterior”.

Dizem ainda os eleitos da CDU que foram informados sobre o “aumento das rendas, não generalizado, havendo moradores com dificuldade em fazer face ao aumento verificado”, a isto acrescentam que “vários moradores manifestaram ainda insatisfação com a dimensão da habitação, há muito desajustada à dimensão do seu agregado familiar”. Adianta a mesma nota de Imprensa, que esta visita a áreas de habitação considerada social na Caparica, vai ser retomada em outras freguesias do concelho para “melhor conhecer a realidade local e assim poder intervir na exigência de eliminação das condições degradantes em que muitos cidadãos almadenses vivem”.

DESPORTOS DE ÁGUA

Surf na Costa da Caparica e motonáutica na Trafaria O Caparica Surf Fest está de volta às praias da Costa da Caparica, este ano de 5 a 10 de Abril. A competição inclui as etapas WQS 3000 masculino e WQS 1000 feminino, que trazem em 2022 a Almada novamente os melhores surfistas de todo o mundo.

Para este evento, que se realiza em estreita colaboração entre a autarquia e a Associação de Surf da Costa da Caparica, e que já faz parte do calendário de desportos de mar no concelho, foi aprovada na última reunião pública de câmara a minuta

de contrato de patrocínio desportivo para as duas etapas do circuito mundial de Surf e apoio financeiro à organização do evento. Do mesmo modo foi aprovado apoio pecuniário, logístico e material à Federação Portuguesa de Mo-

tonáutica para a realização das 300 Milhas Endurance Cup Internacional Aquabike, a decorrer a 14 e 15 de Maio na Trafaria. É a segunda edição desta prova de circuito, que vai incluir baptismo de moto de água para os mais jovens.

Os eleitos à Câmara de Almada aprovaram, por unanimidade, em reunião pública, na segunda-feira, um voto de pesar pela morte do bombeiro da corporação de Almada Jorge Peres Gonçalves, e um outro pelo actor, encenador, cineasta e dramaturgo Jorge Silva Melo, ambos falecidos a 14 de Março. Jorge Peres Gonçalves, de quem diziam ser o bombeiro mais conhecido de Almada, morreu aos 85 anos, vítima de doença prolongada. Bombeiro de 2.ª, do Quadro de Honra, ingressou na Associação Humanitária Bombeiros Voluntários de Almada em 1960, tendo subido a Bombeiro de 3.ª no ano seguinte. Saiu da associação em 1997, e foi readmitido em 1973. Em 1997 passou ao Quadro Auxiliar, e de Honra em 2006. Sempre bem aprumado, durante vários anos colaborou com a fanfarra dos Bombeiros de Almada em desfiles e aniversários de várias associações do Distrito de Setúbal. Recebeu oito condecorações ao longo dos 35 anos de serviço, entre as entregues pela Câmara de Almada e Liga dos Bombeiros Portugueses que o distinguiu com o Crachá Ouro por serviços altamente relevantes. Foi sepultado no Talhão dos Bombeiros, no cemitério de Almada. O homem de cultura Jorge Silva Melo morreu aos 73 anos, em Lisboa, sua cidade natal, vítima de doença oncológica. Co-fundador do Teatro da Cornucópia, em 1973, com Luís Miguel Cintra, e fundador dos Artistas Unidos, em 1995, que dirigiu até morrer, Jorge Silva Melo era um criador inquieto e foi uma referência para várias gerações de artistas, no palco e fora dele. Os eleitos de Almada expressaram condolências às famílias e amigos de ambos.


14 O SETUBALENSE 24 de Março de 2022

Desporto

AVANÇADO SOMA OITO GOLOS ESTA ÉPOCA

Goleador José Varela interrompe jejum de dois meses sem marcar DR

Veia goleadora do avançado pode ser fundamental para as cinco finais que Vitória tem pela frente na Liga 3

Ricardo Lopes Pereira Após a má estreia do Vitória na fase de subida da Liga 3 – derrota (1-2) sofrida no reduto da Oliveirense –, um dos poucos aspectos positivos a retirar do jogo de domingo foi o facto de o avançado José Varela se ter reencontrado com os golos exactamente dois meses depois de ter marcado pela última vez. No Bonfim, todos esperam que a interrupção do jejum sirva de tónico para o cabo-verdiano alimentar a veia goleadora. Mesmo tendo estado sem facturar desde 20 de Janeiro, dia em que bisou no triunfo (3-1) obtido no Estádio do Bonfim sobre o U. Santarém, o extremo mantém o estatuto de melhor marcador dos sadinos, com um total de oito golos em 2021/22 (sete golos na Liga 3 e um na Taça de Portugal). A 3 de Abril, quando o Vitória defrontar, em Setúbal, o Sporting de Braga B, o cabo-verdiano tudo fará para dar continuidade aos golos. Com cinco finais pela frente, os comandados de Filipe Moreira sabem que só com golos podem somar os pontos necessários para acalentar a esperança de terminar na primeira posição. Nesse capítulo, o contributo de José Varela, de 24 anos de idade, foi uma realidade logo em Agosto de 2021 quando chegou ao Bonfim oriundo do Vilafranquense, clube pelo qual chegou a jogar na presente época na Taça da Liga. Desde que passou a fazer parte

Golo do atacante no domingo pôs em festa equipa e adeptos, mas não impediu a derrota com Oliveirense

Convocado Guardião Duverger chamado à seleccão A do Haiti Josué Duverger, guarda-redes da equipa principal do Vitória, foi convocado para a Selecção A do Haiti, que realiza domingo um jogo de preparação diante da sua congénere da Guatemala. A partida terá lugar no Estádio DRV PNK, em Fort Lauderdale, Florida (EUA). O internacional haitiano, de 21 anos, defendeu a baliza vitoriana apenas por uma vez esta época (empate 1-1 com o Real) num jogo em que o habitual titular, João Valido, esteve

ausente por estar infectado com covid-19. Entretanto, com o objectivo de estreitar a relação entre as diferentes modalidades do clube, o capitão da equipa principal de futebol, José Semedo, visitou ontem a secção de ginástica do clube para contactar com os jovens praticantes da modalidade. A acompanhar o jogador durante a iniciativa, que entusiasmou os jovens praticantes, esteve o presidente do clube Carlos Silva.

do plantel, na altura liderado por António Pereira, o jogador deu nas vistas e passou a ser dos elementos mais apreciados pelos adeptos. A velocidade e a dinâmica que acrescentava no sector ofensivo sobressaíam nos 90 minutos por, muitas vezes, ajudarem a criar desequilíbrios nas defesas contrárias que sentiam dificuldades em suster a irreverência mostrada por José Varela desde que entrou na equipa. A sua estreia a marcar com a camisola verde e branca aconteceu na 3.ª jornada da Liga 3, a 28 de Agosto, dia em que contribuiu com um golo para a goleada (5-2) alcançada na recepção ao Oliveira do Hospital. Na partida seguinte, a

19 de Setembro, o atacante foi decisivo ao apontar o tento solitário com que o Vitória foi ganhar (1-0) ao Sporting B, em Alcochete, na 4.ª ronda da prova. Como não há duas sem três, José Varela marcou pelo terceiro jogo consecutivo em Viana do Castelo, em duelo da 1.ª eliminatória da Taça de Portugal com o Vianense. A 25 de Setembro, o triunfo por 2-0 (Rodrigo Pereira fez o outro golo do encontro) garantiu a qualificação para a eliminatória seguinte em que os sadinos viriam a ser afastados pelo Vizela, da I Liga. Já com Pedro Gandaio como homem do leme, o jogador só voltou a celebrar golos em Dezembro de 2021. Depois de ter ficado em branco com o Real (derrota 1-2 que marcou a despedida do treinador António Pereira), Torreense (triunfo 1-0 na estreia de Gandaio) e Oriental Dragon (empate 1-1), o avançado fez o golo do empate (11) com o Cova da Piedade e fez o segundo golo da vitória (3-0) em Alverca nas jornadas 10 e 11, respectivamente. Já em 2022, José Varela marcou duas vezes no já mencionado êxito, por 3-1, na recepção ao U. Santarém e agora, depois de sete jornadas em branco, no Estádio Carlos Osório, no desaire sofrido com a Oliveirense. Como na maioria dos golos que fez até ao momento, em Oliveira de Azeméis a velocidade e o faro pelo golo demonstrado pelo atleta foram decisivos na obtenção do tento. Antes de representar o Vitória, clube pelo qual contabiliza 23 partidas realizadas desde a sua chegada no início da temporada, o avançado, que em 2018/19 se sagrou campeão da Liga Revelação sub-23 ao serviço do Desportivo das Aves, tem no currículo passagens pelo Real, Loures, emblemas onde passou pelos escalões de formação, Aves, Mirandela, Vilafranquense e Leça.


24 de Março de 2022 O SETUBALENSE 15

Banheirense joga com Santoantoniense no Lavradio

O Banheirense reforçou no passado domingo a sua posição de vice-líder do Campeonato Distrital da 2.ª Divisão, passando a dispor agora de uma vantagem de quatro pontos sobre Botafogo e Almada, terceiro e quarto classificado. Para esta situação muito contribuiu a

vitória alcançada na 23.ª jornada da competição sobre o Botafogo, por 2-0, com golos marcados na segunda parte, entre os 80 e os 83 minutos, ambos por Mamadu Djassi. Depois de ter desperdiçado uma grande penalidade, aos 65 minutos. Tarde mais descansada

deve ter este domingo na curta viagem que vai fazer ao Lavradio, mais precisamente ao Estádio João Pedro, onde defronta o Santoantoniense, último classificado, que, de positivo, tem apenas duas vitórias e três empates nos 22 jogos disputados.

VICTOR CONCEIÇÃO TREINADOR DOS SUB-22 DO CHARNECA DE CAPARICA

“Ficámos na história do clube e da Associação de Futebol de Setúbal” DR

O técnico elogia atletas pela conquista do primeiro título sénior do clube. “Fui sortudo em ter trabalhado com eles”, diz

Moitense disposto a complicar a vida ao novo líder José Pina

José Pina Sábado, dia 26 de Março, vai ser o dia da consagração dos campeões distritais de sub-22 que vão receber o troféu, e as respectivas medalhas, na última partida do campeonato que disputa no Campo do Cassapo, com o Afonsoeirense. Victor Conceição, treinador da equipa campeã, não esconde a satisfação pela conquista do título, que vai ficar para a história do clube e da própria Associação de Futebol de Setúbal, por ter sido a primeira prova deste escalão. Em entrevista a O SETUBALENSE salienta a qualidade do grupo que foi extraordinário, apesar das adversidades surgidas numa época que foi verdadeiramente atípica. E considera que foi uma excelente ideia a criação deste campeonato que serve para potenciar os jovens e ajudá-los na sua integração no futebol sénior. Que análise faz desta caminhada triunfal da equipa? Estamos muito felizes com esta conquista! O grupo é extraordinário e merece muito a conquista deste título por tudo aquilo que trabalhou. Foi mais uma época atípica por várias razões, tais como: jogadores indisponíveis por covid, Selecção de Setúbal e equipa A, para além de muitas outras situações que tivemos de ir ultrapassando sempre focados no objectivo a que nos tínhamos proposto. Valeu-nos efectivamente os valores humanos extraordinários que compõem este grupo, sou um sortudo por poder trabalhar com jogadores que, acima de tudo, são seres humanos fantásticos. O facto de ter sido campeão a

NO JUNCAL

Victor Conceição no meio do plantel e restante staff nos festejos da conquista inédita do título

três jornadas do fim tem algum significado especial? O maior significado é mesmo o facto de termos sido campeões, os primeiros desta competição que a meu ver, como defensor do jovem jogador, tanto sentido faz. Tivemos um foco extraordinário em fazer história na Associação de Futebol de Setúbal, tal como dentro do próprio Charneca de Caparica Futebol Clube, visto ter sido o seu primeiro título no escalão sénior e também na principal divisão de um escalão. Propusemo-nos elevar o nome do clube contribuindo para o seu crescimento e conseguimos. Ficámos na história da AF Setúbal e do Charneca de Caparica FC. Neste grupo vê alguns jogadores com potencial para singrarem no futebol? Não querendo fugir à questão, confesso que o meu maior orgulho é que tenho a certeza de que todos os meus jogadores vão singrar como homens, quer seja no futebol e/ ou na vida. No entanto, apesar de ser suspeito, tenho a certeza que

temos muito valor dentro do plantel para poderem ambicionar outros patamares. Será preciso uma série de factores externos, mas no que depende do seu trabalho, qualidade e dedicação, não tenho qualquer dúvida. Considera positiva a criação de um campeonato para esta faixa etária (Sub-22)? Conforme disse anteriormente, confessando-me um admirador do jovem jogador, claro que é uma plataforma competitiva excelente para os jogadores. A transição para o futebol sénior é complexa e com tempos diferentes para cada atleta. É extremamente importante esta competição para que se continue a potenciar o jovem jogador e ajudar a que faça uma transição sustentada e firme para o futebol sénior, e não apenas para "ser só mais um" num plantel. Caso contrário, acontecem abandonos de forma injusta e precipitada de jovens valores com potenciais fantásticos. Posso afirmar que neste campeonato conheci jogadores com potencial incrível,

tenho a certeza de que vão crescer muito com este modelo competitivo. Se olharmos com atenção, já começou a dar frutos tanto a nível distrital como nacional. Os clubes e o futebol só têm a ganhar. Há algo mais que importe referir? Gostaria de deixar um agradecimento aos verdadeiros campeões, os jogadores, e dizer que foi um privilégio trabalhar com eles. Dedicar uma palavra especial à minha equipa técnica e estrutura que foram de uma união e envolvimentos fantásticos, Luís, Matos, Carrilho, André, Paiva, Abrantes, tal como aos nossos familiares. Agradecer ao presidente José Manuel Santos, à direcção do CCFC e a todas as pessoas que nos apoiaram e ajudaram. Enviar um cumprimento especial aos meus colegas e treinadores adversários que foram uns autênticos "senhores" e mostraram que o futebol pode ser vivido com intensidade e rivalidade dentro dos 90 minutos, mas depois temos mais que nos une do que nos separa.

O Moitense obteve no passado domingo, no Estádio Vila Amália, em Sesimbra, a oitava vitória consecutiva no Campeonato Distrital da 1.ª Divisão e com ela manteve o quarto lugar na tabela classificativa. A vitória não foi nada fácil de conseguir porque o adversário, apesar de ter ficado reduzido a 10 unidades aos 38 minutos por expulsão de um jogador, complicou bastante a tarefa da equipa comandada por David Nogueira. O Sesimbra adiantou-se no marcador aos 13 minutos com um golo obtido de penálti mas aos 39 a partida estava igualada porque David Silva fez o mesmo da marca dos 11 metros. O Moitense ficou em superioridade numérica e partiu em busca do golo da vitória mas esta só ficou consumada aos 85 minutos, quando Diogo Amieiro levou a bola a beijar as malhas da baliza da equipa adversária. Agora vem por aí nova jornada e um adversário ainda mais complicado porque se trata precisamente do líder, o Desportivo Fabril, que não vai querer perder o lugar que acabou de conquistar. Prevê-se um bom jogo de futebol onde tudo pode acontecer porque em confronto vão estar duas boas equipas.

Certificação de três estrelas

Entretanto, que o Moitense recebeu na passada terça-feira da entidade formadora de futebol a certificação de três estrelas em cerimónia realizada no Auditório Bocage, em Setúbal, onde estiveram presentes os presidentes da FPF, AF Setúbal e Câmara Municipal da Moita, entre outras individualidades. O Moitense esteve representado pelo presidente João Soeiro e pelo vice-presidente Fernando Rolo.


01:55 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 08:10 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar 14:15 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 20:16 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar

ALMADA

01:56 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 08:09 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar 14:16 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 20:16 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar

SESIMBRA

02:23 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 08:35 ~ 0.6 m ~ Baixa-mar 14:45 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 20:45 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar

SINES

SETÚBAL TRÓIA

MARÉS

02:37 ~ 3.5 m ~ Preia-mar 08:35 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar 14:57 ~ 3.5 m ~ Preia-mar 20:44 ~ 0.6 m ~ Baixa-mar

FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras, Maria Carolina Coelho; Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Batista, Célia Félix IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@ tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com


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