9 minute read

ATALAIA Festa do Avante! com música em português

Equipa técnica do Amora já está completa e plantel continua a ser reforçado p15

DR

Advertisement

A festa vai decorrer a 2,3 e 4 de Setembro e, como sempre, promete atrair mais do que comunistas

QUINTA DA ATALAIA Festa do Avante! dá forte na música de expressão portuguesa

Este ano um dos grandes destaques da Festa do Avante! vão ser as comemorações do Centenário do Nascimento de José Saramago

Humberto Lameiras

A festa que nem a pandemia fez parar, já está a ser montada para mais uma edição. Nos 30 hectares da Quinta da Atalaia, no Seixal, a Festa do Avante! volta a marcar o início de Setembro, este ano a 2,3 e 4, e sempre a valorizar a música de expressão portuguesa, apesar do fim das restrições já permitir a presença de nomes vindos do estrangeiro, alguns deles que não estão no radar dos grandes concertos comerciais. Este ano, um dos grandes destaques da festa vão ser as comemorações do Centenário do Nascimento de José Saramago, com música inspirada na obra do Prémio Nobel da Literatura de 1998. Segundo a organização, este foi o critério para elaborar o programa do Concerto Sinfónico da Festa do Avante!. A festa este ano vai ainda assinalar os 80 anos do nascimento de Adriano Correia de Oliveira.

Com as EP já à venda, a 27 euros até 1 de Setembro, a festa este ano, além da música, conta mais uma vez com a Corrida da Festa do “Avante!”, é a 33.ª edição e realiza-se no dia 4 de Setembro às 9h30m, na distância de 10 mil metros.

Volta a estar presente o cinema, teatro, espaço de debates, a festa das crianças, espaço ciência, artes plásticas e todos os outros que têm composto a grande festa comunista. Destaque, e relevante, para a gastronomia que, como sempre, está presente no Avante! como “parte da cultura e das tradições dos povos. “É nessa perspectiva que as Organizações Regionais trazem à Quinta da Atalaia o melhor da gastronomia de cada região, valorizando este património único”, refere a organização da festa.

Na música, além do concerto com base na escrita de Saramago e a memória a Adriano Correia de Oliveira, pelos palcos da festa vai passar música popular portuguesa, africana, fado, o jazz, rock, bluegrass, hip hop e muito mais. “Até há dança electrónica e politicamente empenhada numa iniciativa inovadora: a “Rave Avante!”, avança mais uma vez a organização.

O cartaz considera ainda espectáculos com artistas de Angola, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Cuba, França, Gana, Líbano e de outras paragens do mundo.

Entre os nomes em palco vai estar a brasileira Bia Ferreira, Carlos Leitão, Carmen Souza, Carminho, o cubano Emílio Moret que vai actuar ao lado de Vitorino Salomé, Domenico Lancellotti a subir ao palco com Nina Miranda ao som de música brasileira.

O programa inscreve ainda, entre outros artistas, Dino D’ Santiago, Dany Silva, a banda de bluegrass belga Rawhide, Paulo Bragança, o colectivo do Porto Retimbrar que vai estar com Uxía, Scúru Fitchádu, Marta Ren, Jonas, Capicua, Paula Oliveira, Ricardo Ribeiro e a artística angolana Pongo.

OPINIÃO

Francisco Ramalho

A arraia miúda, os tubarões e a poluição

Terminada a Conferência dos Oceanos. Onde, evidentemente, se falou muito, e bem, sobre o mal que lhes estamos a fazer e quão importantes eles são para o planeta. Mas, no terreno, como se usa dizer-se, tudo como dantes, quartel-general em Abrantes.

Apesar do calor já ter assentado arraiais em força, mas como o tempo tem andado incerto, o que agora é mais que certo, tenho ido pouco à praia. Mas já lá fui algumas vezes. As últimas das quais, agora durante esta onda de calor. E em termos de comportamento cívico da arraia miúda, parte dela, claro, em relação à última época balnear, não verifico melhoras nenhumas. Antes pelo contrário. Por exemplo em relação às máscaras, embora agora só sendo obrigatórias em determinados locais, na praia não são, mesmo assim, ainda se veem tantas espalhadas pela areia! Quanto aos plásticos em geral, garrafas, copos e invólucros diversos, infelizmente, neste caso, até piorou.

Refiro-me às praias que frequento na Costa da Caparica que, com certeza, não serão exceção. Apesar da limpeza noturna efetuada pela autarquia, se não seriam estrumeiras, muito desse lixo por ação do vento ou da subida da maré, vai para o oceano.

Com isto, não estou a desvalorizar este ou outros importantes eventos, onde se reúne a fina flor dos especialistas na matéria, se divulgam informações preciosas sobre o estado dos oceanos, e se produzem declarações e conclusões. O problema, é não se chegar às massas. Informá-las, sensibilizá-las, e, em última instância, penalizá-las por tão nocivos comportamentos. E isso, apesar dos meios mediáticos serem mais que suficientes, não tem sido feito. Prefere-se, e aqui já estamos a falar de tubarões, pão (pouco) e circo. Entreter-se a malta com futebol, telenovelas, concursos simplórios, etc.

Por ignorância e insensibilidade, este, é apenas um exemplo do comportamento incorreto da “arraia miúda”.

Veja-se o que se passa com esta guerra na Ucrânia que pura e simplesmente devia ter sido evitada

Depois temos o comportamento dos “tubarões”. E esse, é também por insensibilidade, não por ignorância, mas sim por interesse. Pelo lucro.

Os exemplos são mais que muitos. Apenas alguns deles: a devastação de florestas para monoculturas, terras que antigamente produziam cereais e outras culturas tradicionais e agora passaram a culturas intensivas que consomem imensa água e que as esgotam e contaminam com o uso excessivo de pesticidas e fertilizantes para produzirem ao máximo. Como no Alentejo com os olivais e amendoais. A desertificação de tantas regiões como o nosso interior onde cresce o mato, pasto para incêndios, e onde quase se cultiva apenas o eucalipto, ou esse flagelo que é a guerra, para onde se desviam recursos que deveriam estar ao serviço do homem e da Natureza, e não da morte e da destruição. Veja-se o que se passa com esta guerra na Ucrânia que pura e simplesmente devia ter sido evitada, principalmente pelos que a mantêm, apesar das consequências tão negativos mesmo para o ambiente.

E assim, irresponsavelmente, apesar do diagnóstico estar mais que feito, caminhamos para o abismo. Ex-bancário, Corroios

Desporto

FOTÓGRAFO

Bruno Sousa (à direita) trabalha na constituição do plantel em estreita colaboração com o treinador Micael Sequeira

DIRECTOR DESPORTIVO DO VITÓRIA

“Queremos jogadores que consideramos terem qualidade para jogar em ligas superiores”

“Não queremos que o plantel passe os 24/25 jogadores”, diz o dirigente de 37 anos

Ricardo Lopes Pereira

Depois dos dias dedicados aos exames médicos na passada semana, o plantel do Vitória já trabalha em campo às ordens do treinador Micael Sequeira. Não é só dentro das quatro linhas que o trabalho se intensifica por estes dias no Bonfim. Com o objectivo de fechar mais contratações para os sadinos, o director desportivo do futebol profissional, Bruno Sousa, procura assegurar mais reforços para a equipa, que, sabe O SETUBALENSE, vai anunciar duas novas aquisições nas próximas horas.

Instado a fazer um balanço sobre as primeiras semanas de trabalho no clube, Bruno Sousa frisa que na hora de contratar é fundamental ter vários aspectos em conta. “A experiência tem sido o que estava à espera. Contratar um jogador para o Vitória nesta Liga é diferente do que seria para outra equipa qualquer. Quando queremos contratar alguém não pensamos só na qualidade como jogador”, refere.

E acrescenta: “Temos de perceber o peso que tem a camisola do Vitória e se o jogador encaixa nesse perfil. Com respeito pelos outros, mas vestir a camisola do Vitória não é como vestir a camisola de outro clube qualquer. Não é fácil haver num jogo seis ou sete mil adeptos como tem o Vitória e isso pesa muito na escolha dos jogadores também. Não é um trabalho fácil porque se o fosse o clube já estava noutro patamar este ano”.

Sobre a possibilidade de o nome do clube ser um argumento que pesa na decisão dos potenciais reforços de dar o ‘sim’, o director desportivo é peremptório. “Se olharmos para os jogadores do nível da Liga 3 com certeza que o Vitória interessa a toda a gente ou a grande parte dos jogadores. O problema é que o que nós queremos são jogadores que nós consideramos que têm qualidade para jogar em ligas superiores”, explica.

Por esse motivo, Bruno Sousa, de 37 anos, admite que existem alguns entraves na hora de chegar a determinados atletas. “Nesses casos, a cabeça se calhar já está noutra divisão e, por isso, há alguma dificuldade. Se quisermos contratar um jogador desta Liga que talvez já não tenham a ambição de chegar a outro patamar se calhar é fácil. O que nós queremos, já é mais difícil”.

O homem forte do futebol profissional do Vitória é célere a identificar quais os critérios que foram identificados para construir uma equipa sólida e competitiva. “Não queremos que o plantel passe os 24/25 jogadores. Os contratos com jogadores que transitam da época passada levam-nos a trabalhar com base nisso. É fácil perceber o que precisamos, provavelmente teremos de ter reforços em todos os sectores”.

A finalizar, Bruno Sousa reitera a ideia de o clube ir buscar atletas com capacidade para actuar, pelo menos, na II Liga. “Nós queremos no Vitória jogadores que tenham capacidade para jogar numa liga superior à que nós estamos neste momento. São esses os jogadores que nós olhamos e referenciamos. Essa pretensão torna as coisas mais difíceis porque andamos em competição com clubes de divisões superiores, com outros orçamentos”.

SELECÇÃO NACIONAL DE TÉNIS

Setubalense Neuza Silva lidera Portugal no regressa ao grupo 2

A selecção nacional de ténis, liderada pela setubalense Neuza Silva, garantiu domingo o regresso ao Grupo 2 da Zona Europa/África da Billie Jean King Cup, em 2023, após vencer a Macedónia do Norte, na final do ‘play-off’ de promoção da Zona B da ‘poule’ 3. Com o triunfo obtido em Skopje, Portugal, que é comandado pela ‘capitã’ Neuza Silva, que contou também com Inês Murta e Ana Filipa Santos, volta ao grupo II dois anos e meio depois de ter descido de divisão.

Em declarações ao Sapo Desporto, Neuza Silva mostrou-se feliz pelo feito obtido. “Estou bastante contente, por termos regressado, muito cansada também. Dias muito intensos, muito complicados. O nosso sorteio acabou por não ser muito favorável, dentro dos quatro grupos. Para mim calhou-nos uma das equipas mais difíceis, de bom nível, mesmo que pelo ranking não parecesse”.

A competição entre as tenistas lusas e macedónias ficou marcada pela hostilidade por parte do público local, comportamento que Neuza Silva considera “inaceitável” o que viu nas bancadas. “Tive a minha carreira profissional, já sou treinadora há 12 anos e sinceramente nunca vi um público com este comportamento, nem mesmo a equipa adversária, com esta falta de fair-play. Desde assobiar, gritar em situações inaceitáveis. A nossa equipa esteve mesmo muito forte e foi mesmo muito difícil chegar à final, e ainda tivemos o jogo de pares”.

Mesmo a actuar fora de portas, a setubalense acreditou sempre no apuramento destacando a entrega das suas atletas Francisca Jorge e Matilde Jorge. "Tenho muita confiança nelas e sabia que iam lutar até ao último ponto. Mesmo que perdessem estaria igualmente orgulhosa, pela entrega, pela dedicação, pelo profissionalismo que demonstraram esta semana”. Em pares, a dupla lusa venceu Lina Gjorcheska e Magdalena Stoilkovska em três parciais (6-4, 4-6 e 6-4). Em singulares, Matilde Jorge venceu Stoilkovska, por 7-6 (7-4) e 6-3, e Francisca Jorge perdeu por um duplo 1-6 perante Gjorcheska.

This article is from: