O Setubalense, o seu diário da região nº 896 de 25 de Julho de 2022

Page 13

25 de Julho de 2022 O SETUBALENSE 13

Santiago do Cacém comemora hoje Dia do Município

dedoras e Criativas”, o 1.º lugar, no valor de 1 200 euros, foi atribuído ao “Humiverso”. No decorrer da tarde, o certame recebeu o 1.º Concurso de Medronho, ganho pelo “Monte do Vale Doja”, do produtor Joel Rosalino, com o segundo dia de festa a terminar com a actuação do grupo Bateu Matou. Além de provas gastronómicas, actividades desportivas e um programa recheado de iniciativas para as crianças, a FACECO acolheu ontem o 4.º Concurso Ibérico da Raça Bovina Limousine e o 17.º Concurso Regional Raça Holstein Frísia. A 30.ª edição do certame terminou com Viviane a subir ao palco principal.

Secretária de Estado “consciente das necessidades de Odemira”

Na sessão de inauguração da FACECO, a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, depois de ter deixado uma “nota de apreço” ao município “por manter viva esta feira”, garantiu estar “consciente das necessidades de Odemira”. Para Isabel Ferreira, “esta é uma tradição que tem contribuído para a promoção da economia local e para a valorização das instituições e de todos aqueles que residem ou trabalham” no concelho. “As apostas em iniciativas como esta são fundamentais para os municípios, uma vez que representam ferramentas importantes para o marketing territorial, que promove o desenvolvimento regional”, acrescentou. Em seguida, classificou o concelho odemirense com um “caso raro em Portugal”. “Contrariamente aos restantes territórios do interior, que enfrentam um enorme declínio demográfico, Odemira foi o único dos 47 concelhos alentejanos que ganhou população residente”, sublinhou, para deixar ainda “uma palavra de reconhecimento ao município pela forma com tem sabido acolher e integrar a comunidade migrante no território”. De acordo com a secretária de Estado, este aumento de população residente “terá de ser acompanhado de um reforço de serviços de proximidade”, além de ter “bem presente a melhoria que tem de ser efectuada nas infra-estruturas, em particular na rede de saneamento e em investimentos na cobertura de banda larga, fundamental às empresas e ao teletrabalho”. Para tal, assegurou que “serão utilizados fundos europeus regionais para garantir a cobertura de todo o território”.

Concertos, um espectáculo de teatro e uma cerimónia de hastear de bandeira preenchem o programa das comemorações do Dia do Município de Santiago do Cacém, que começaram ontem à noite e acabam esta segundafeira. Ontem à noite teve lugar, no Parque Verde da Quinta do Chafariz,

um concerto com a participação de várias bandas filarmónicas, grupos corais e escolas de música. Para hoje, às 10h, junto ao edifício da autarquia, está marcada a cerimónia de hastear da bandeira, que inclui atuações da Fanfarra dos Bombeiros Mistos de Santiago do Cacém e da Banda da

Sociedade Recreativa Filarmónica União Artística. Ás 11h segue-se um espectáculo musical com os MMT, uma banda de ‘covers’ de Heidelberg, na Alemanha, e, a partir das 21:30, no Parque Verde da Quinta do Chafariz, sobe ao palco a peça “Sombras”, pela Companhia de Teatro Só.

SINES

FMM animou Porto Covo com sons maioritariamente ibero-americanos e a partir de hoje está na cidade LUSA

Duo Lina e Raül Refree, português e catalão, a angolana Aline Frazão e os jovens músicos cabo-verdianos da Acácia Maior entre os 12 espectáculos do primeiro fim-de-semana O primeiro fim-de-semana do Festival Musicas do Mundo (FMM) 2022 chegou ao fim esta madrugada, após um total de 12 concertos em Porto Covo, entre Sexta-feira e Domingo. A festa continua já esta segunda-feira, com o festival a mudar-se para a cidade de Sines, para mais 35 actuações, até ao próximo sábado. Em Porto Covo, predominou a música de origem ibero-americana, com algumas excepções, nomeadamente de Marina Satti (Grécia), Dominique Fils-Aimé (Canadá), e Maya Kamati e Lucie Antunes (Franca). Na abertura desta edição, a voz da cantora portuguesa Lina entrelaçou-se com o piano, sintetizadores e "samplers" do produtor e músico catalão Raül Refree, no duo Lina_ Raül_Refree. O disco homónimo do projeto teve lançamento global na Glitterbeat Records, valeu-lhes a vitória na primeira edição do Prémio Carlos do Carmo e está a levá-los a palcos de todo o mundo. Ambos assumem que gostam muito do FMM por representar “uma visão muito aberta da música tradicional”, a mesma visão que admitem ter. O concerto esteve previsto para 2020, mas a pandemia da covid-19 trocou-lhes as voltas. “Quando acabamos por fazer os concertos têm uma carga diferente, em consequência do momento socialmente muito negativo que o mundo viveu”, assume Raül Refree em entrevista à Lusa. “Foi um momento muito difícil para todos, não diria apenas pela cultura ou pela música, mas por tudo, por

Porto Covo voltou a receber a festa das musicas do mundo, após dois anos de pandemia

todos”, afirma o músico. Há também pessoas que perderam “muito trabalho e muito dinheiro” por causa da pandemia. Portanto, para Raül, é uma celebração poder tocar num festival o FMM. Sobre um novo álbum de originais, Lina responde que gostaria muito e acredita que o Raül também, assumindo que as conversações estão abertas sobre o futuro. Na sexta-feira, o encerramento da noite foi à “sombra” da Acácia Maior, o colectivo criado por dois jovens músicos cabo-verdianos residentes em Portugal, Henrique Silva e Luís Firmino, e inspirado na árvore predominante nas ilhas de Cabo Verde. O projecto tem raízes no terreno tradicional e estende os seus ramos pelo reggae, zouk, morna, mazurca, hip hop e funaná. A criação, a fusão e a tradição são os motes para a viagem. Em palco, Henrique e Luís assumem guitarras, cavaquinho, teclados, pad e vozes, com o apoio da bateria de Emílio Lobo, do baixo de Renato Chantre, da percussão de Hudson Neves e das vozes de Cachupa Psicadélica, Eliana Rosa e Débora Paris. Em entrevista à Lusa, Henrique

Silva assume que o projeto é um espelho das suas vivências, daquilo que eles, enquanto cabo verdianos, viveram tanto em Cabo Verde como em Portugal ou noutras paragens. O álbum de estreia “vai nascer brevemente”, antes do final do ano. Antes ainda preveem lançar "pelo menos” mais um single. Aline Frazão, a cantautora, guitarrista e escritora angolana, que subiu ao palco no Sábado, mostrou-se “muito feliz” por estar pela terceira no FMM e disse acreditar que 2022 poderá ser um ano de “pensar a importância de se mudarem as coisas em Angola”. A artista, que regressou ao festival para apresentar o novo álbum "Uma Música Angolana" animou a festa com "uma paleta afetiva de ritmos que vão desde a massemba angolana ao batuku cabo-verdiano, passando pelo maracatu e o afoxé do Brasil". "Uma Música Angolana" é um álbum que celebra os ritmos africanos não só de Angola, mas de outras latitudes, inclusivamente ritmos africanos de fora do continente africano. “É um álbum de festa, de celebração, não só pelo contexto em que sur-

giu, após uma pandemia que marca toda a produção musical e a vida de todas as pessoas, mas também importante nesta fase conturbada que estamos a viver politicamente”, afirma Aline Frazão em entrevista à Lusa. “Desfrutar da música é importante. A vida não é só o trabalho. E a música tem um pouco o papel de convocar as emoções. E isso é uma espécie de terapia conjunta de pessoas completamente diferentes, que não se conhecem de lado nenhum. Politicamente diferentes, mas que estão a ver a mesma música. Acho que isso é bonito e importante”, disse. Depois de uma pausa de dois anos, o FMM regressou este ano ao concelho de Sines com uma programação que inclui 47 concertos de artistas de quatro continentes. Até sábado, ainda falta ver e ouvir 35 actuações. O programa completo do 22.º FMM pode ser consultado no 'site' oficial do festival, em www.fmmsines.pt. Além dos concertos, a programação do festival inclui uma série de iniciativas paralelas, como exposições, ‘workshops’, visitas guiadas, animação de rua, uma feira do livro e do disco e debates. Lusa


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.