O experimentalismo do cinema português

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O experimentalismo do cinema português dn.pt/cultura/interior/o-experimentalismo-do-cinema-portugues-9839594.html ​September​ ​13​, ​2018

O espectador encatado © DR João Lopes 13 Setembro 2018 — 11:39 Experimentalismo? A palavra, por vezes, suscita algumas suspeitas. E com razão, convenhamos. Nos tempos que correm, sob a evidência (e a ostentação) do experimental esconde-se, não poucas vezes, um vazio de ideias e um formalismo sem destino. Dois filmes portugueses que, esta semana, chegam às salas escuras justificam o adjetivo experimental. São eles: Mariphasa, de Sandro Aguilar, e O Espectador Espantado, de Edgar Pêra. Provavelmente, ambos suscitam uma dúvida metódica: será que as suas opções experimentais cumpriram totalmente os seus desígnios? Seja como for, importa destacar o mais significativo. A saber: Aguilar e Pêra são cineastas que valorizam o risco estético, nessa medida praticando a arte salutar de desafiar os hábitos e crenças dos próprios espetadores. No caso de Mariphasa, o título alude a uma planta do Tibete que possuiria míticos poderes curativos. Em todo o caso, trata-se de uma referência puramente metafórica. Isto porque a ação decorre numa zona industrial desativada (aparentemente na Grande Lisboa) em que se cruzam algumas personagens marcadas por uma deriva que tem tanto de físico como de emocional. É pena que o filme não trabalhe mais na definição dessas personagens, já 1/2


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