CARTAS DA GUERRA_20160425_Rua de Baixo [pt]

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25 de Abril, sempre! ruadebaixo.com/25-de-abril-sempre-25-04-2016.html

Sara Baptista de Sousa

O IndieLisboa celebra o aniversário da revolução on Abril 25, 2016 at 11:30 am O IndieLisboa celebra não só o cinema mas a possibilidade de falar livremente sobre ele, de o mostrar. Neste aniversário da revolução, decidiu juntar-se às festividades e programou o dia em consonância. Começamos com a estreia o aguardado “Cartas da Guerra”, o novo filme de Ivo M. Ferreira às 18h30, no Grande Auditório da Culturgest. Uma adaptação da obra do escritor António Lobo Antunes composta por cartas que este escreveu à mulher durante a guerra do ultramar. O filme começa em 1971, quando António vê o seu quotidiano em Lisboa ser interrompido ao ser destacado para servir como médico no Leste de Angola. Perante a extrema violência e desolação, escreve à mulher Maria José contando o que vê, o que sente, como que abrigando-se do pior. No Cinema São Jorge, às 21h45, “A Ilha dos Ausentes”, de José Vieira, e “Os Cravos e a Rocha”, de Luísa Sequeira, compõem a sessão. A 25 de Abril de 1974, Glauber Rocha estava em Portugal e junta-se ao filme colectivo As Armas e o Povo: Os Cravos e a Rocha recorda a sua presença disruptiva. José Vieira nasceu em Portugal mas, nos anos 60, foi viver para França. Neste seu último filme, “A Ilha dos Ausentes”, em forma de road movie, há um país de infância ao qual se regressa, uma memória de ausência, uma ligação aos que ficaram. Dos seus documentários ressalta um olhar sensível e interior com que funde as suas memórias à das situações dos emigrantes que regista. Com uma profunda vontade de liberdade destaca-se também a última passagem do filme “À peine j’ouvre les yeux”, de Leyla Bouzid, às 19h30, no Pequeno Auditório da Culturgest. Estamos em Tunis, no Verão de 2010, em vésperas de estalar a Primavera Árabe. Farah é uma jovem tunisina com todo um futuro preparado como médica contudo, ao contrário dos desejos da sua família, ela tem outros planos para a sua vida. Farah sonha aprimorar a sua arte enquanto vocalista numa banda de rock engajada. Uma maneira de estar viva e envolvida

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nos destinos do seu país, numa altura em que a revolução se precipita. Um olhar na primeira pessoa a partir do epicentro das grandes transformações por que ainda passa o mundo árabe. Ao fim do dia celebra-se com festa e música na Casa Independente na festa “25 de Abril, Sempre!” que recebe todos os convidados e espectadores a partir das 23h. Entrada livre e DJ set com a Junta de Animação Nacional.

Author Sara Baptista de Sousa Com pouco jeito para o desenho e para a pintura, sem pretensão de ser actriz ou realizadora, decidiu dedicar-se a procurar e a divulgar os artistas que realmente o são. Por isso, decidiu que o melhor era formar-se e especializou-se em Gestão Cultural através do Curso de Ciências da Comunicação e da Cultura. Com uma imaginação muito fértil e sempre no mundo da lua, o cinema foi sempre o escape. É editora de Cinema desde Novembro de 2015. Site Facebook Artigo anterior A Correspondência Próximo Artigo “Uma Questão Pessoal” de Lee Child

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