Crítica: Olmo e a Gaivota (2015) hojeviviumfilme.blogspot.pt/2016/06/critica-olmo-e-gaivota.html
*7.5/10*
Olmo e a Gaivota é uma surpreendente vertigem de emoções e sentimentos, num exercício corajoso e arriscado de desconstrução da maternidade. Nesta docuficção realizada por Petra Costa e Lea Glob, os actores Olivia Corsini e Serge Nicolai do Théâtre du Soleil (Paris) descobrem que Olivia está grávida quando estão a preparar a peça A Gaivota de Anton Tchekov. A actriz confronta-se com a ausência de poder sobre o seu próprio corpo e o casal tem de aprender a conviver com a nova realidade. As fronteiras entre realidade e ficção não se conseguem delimitar. O argumento funde-se com a vida real do casal protagonista e, enquanto os dois actores vivem a gravidez do primeiro filho, seguem também orientações das realizadoras neste Olmo e A Gaivota . E este filme é dos quatro, um registo de realidade e ficção de um momento único da vida do casal. São explorados e exteriorizados sentimentos fortes e difíceis de lidar.
Há questões que surgem: e quando a família interfere com a vida profissional (e vice-versa)? Como aceitar as inesperadas reviravoltas de uma gravidez que se adivinhava tranquila? E todas as mudanças hormonais, de humor, as inseguranças e medos? As realizadoras fazem-nos mergulhar num turbilhão de emoções, neste filme extremamente sensorial. Os actores entregam-se a dobrar, numa tentativa de encenação da sua própria vida. Olmo e a Gaivota é uma experiência original, intensa e sentida.
1/1