RAMIRO_“Interessa-me muito o que vai desaparecer”

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“Interessa-me muito o que vai desaparecer” publico.pt/algo.html Luís Miguel Oliveira

Fotogaleria Ramiro é a primeira ficção de Manuel Mozos em quase dez anos, sucedendo a Quatro Copas, estreado em 2009. Obedece a um desafio muito especial: o filme escrito por dois argumentistas, Telmo Churro e Mariana Ricardo, que se puseram a imaginar um filme de Manuel Mozos, ou para Manuel Mozos. “Eles conhecem bem o meu universo e entenderam bem o que eu podia fazer”, diz o realizador em conversa com o PÚBLICO. E Ramiro é um filme em que encontramos os temas e as aflições recorrentes do cinema de Manuel Mozos: personagens desalinhadas e semimarginais, uma Lisboa antiga em vias de desaparecer, uma construção narrativa que avança de pequeno acontecimento em pequeno acontecimento. No centro, uma personagem (Ramiro, poeta e alfarrabista solitário) que é um mistério para o próprio realizador: o que lhe vai acontecer depois do último plano “fica para a imaginação de cada espectador”. Ao contrário do que é habitual, este filme parte de um argumento que não resultou de uma iniciativa sua. Foi uma proposta do Telmo Churro e da Mariana Ricardo que eu aceitei. Numa primeira fase apresentaram-me uma versão reduzida do que seria o argumento, eu gostei do que eles propunham e avançaram para uma versão completa. Só a partir desse ponto é que trabalhei com eles.

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