O colonialismo desmembrado publico.pt/2018/05/02/culturaipsilon/critica/zama-1815997 Luís Miguel Oliveira
Com Zama, o cinema de Lucrécia Martel entra de forma explícita no domínio dos “estudos coloniais”. A primeira sequência, com o protagonista espanhol, representante da Coroa, a ser perseguido na praia pelas mulheres “nativas” que espiava, instaura o jogo: quem olha quem, quem, de facto, domina quem? E a partir daí o filme é a história do pobre Zama, colonizador de bom e ingénuo coração, personagem-metáfora, perdido nesse cruzamento de olhares que Martel exprime a cada enquadramento, rumo à dissolução ou — para sermos literais — ao desmembramento.
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