João Salaviza e Renée Nader Messora falam do novo filme sabado.pt/gps/palco-plateia/cinema/detalhe/joao-salaviza-e-renee-nader-messora-falam-do-novo-filme
Cinema
Entrevista à dupla de realizadores sobre Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, filme rodado a dois, sem equipa técnica, durante nove meses, em terras indígenas do Norte do Brasil e que é uma ficção sobre a realidade dos índios krahô
Disseram-lhes que não era possível duas pessoas sozinhas fazerem um filme no mato e que não era possível filmar em 16 mm, estando a milhares de quilómetros do laboratório de São Paulo onde a película seria tratada. "Afinal, o que nos diziam ser impossível, não só se revelou viável como tornou tudo muito mais rico, mais próximo da realidade", explica João Salaviza, sentado num dos sofás do Cinema São Jorge, em Lisboa, sobre Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, estreado a 14 de março, depois de ter passado por mais 50 festivais internacionais, incluindo Cannes, onde recebeu o prémio especial do júri Un Certain Regard. O filme conta a história de Ihjãc, um jovem indígena krahô que sofre com pesadelos desde que perdeu o pai, cujo espírito certo dia o visita. Ihjãc tem de organizar um ritual fúnebre que ponha fim ao luto e permita ao espírito do pai viajar para a aldeia dos mortos. Em vez disso, acossado pelos maus sonhos e receando transformar-se num xamã, Ihjãc foge para a cidade mais próxima. 1/4