Um cineasta entre dois continentes expresso.pt/cultura/2019-05-05-Um-cineasta-entre-dois-continentes
Jorge Leitão Ramos Há mais de vinte anos que vive entre Macau e Lisboa, entre a Ásia e a Europa, mas ainda teve tempo para ir até África, de onde nos trouxe, em 2016, o filme que melhor o notabilizou — esse “Cartas da Guerra” que Ivo M. Ferreira foi buscar às cartas de Lobo Antunes e que Sandro Aguilar montou de forma perfeita. Agora está de volta com “Hotel Império”, realizado em Macau, que o IndieLisboa apresentou ontem e que já na próxima quinta-feira estreia nas salas portuguesas, e também com “Sul”, uma série para a RTP de que o Indie vai desvelar os dois primeiros episódios na reta final do festival (sexta, Culturgest, 21h30) e que chegará aos pequenos ecrãs lá para setembro. Macau não é lugar de que o cinema português se tenha abeirado muito, menos ainda na perspetiva que Ivo M. Ferreira enceta, em tom que o próprio realizador caracteriza de “fim do Império, pessoas que não acreditam que há um ciclo que acabou”: um pai decadente que vegeta num velho hotel decrépito de que é proprietário e que a filha tenta aguentar contra toda a 1/3