Roteirista brasileiro estreia em Cannes com Frankie estrelado por Isabelle Huppert [PT]

Page 1

Roteirista brasileiro estreia em Cannes com 'Frankie', estrelado por Isabelle Huppert oglobo.globo.com/cultura/filmes/roteirista-brasileiro-estreia-em-cannes-com-frankie-estrelado-por-isabellehuppert-23678253 ​20​ de ​maio​ de ​2019

Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Ouça este conteúdo 0:00 04:05 Audima RIO — Radicado desde os anos 1990 em Nova York, o carioca Maurício Zacharias está por trás de alguns destaques de safras recentes do cinema brasileiro, como “O céu de Suely” (2006) e “Trinta” (2012). Mas é como parceiro do diretor americano Ira Sachs que o roteirista faz sua estreia no Festival de Cannes, hoje, com a projeção do longa “Frankie” na competição oficial. Estrelado por Isabelle Huppert e Marisa Tomei, o longa se passa em Sintra, Portugal, e é o quarto realizado em parceria com Sachs, depois de “Deixe a luz acesa”(2012), “O amor é estranho” (2014) e “Melhores amigos” (2016). Como foi o processo criativo de ‘Frankie’? De que maneira você e Ira Sachs trabalharam neste roteiro? 1/3


“Frankie” é meu quarto longa com Ira, e nosso processo é sempre o mesmo. Começamos com uma ideia, e vamos assistindo a filmes juntos. Desta vez, queríamos contar a história de uma família, então escolhemos clássicos do Ozu, e do Robert Altman, vimos o “Tempestade de gelo”, do Ang Lee, e “As horas", do Stephen Daldry. O elenco também ajuda a montar o quebra-cabeça. Isabelle Huppert era um desejo antigo, e Marisa Tomei, uma atriz que adoramos. Nem sempre conseguimos os atores que desejamos, mas desta vez deu certo. E a escolha de Portugal para ambientar a história? Sintra, em Portugal, foi o primeiro lugar que pensei para o filme. Tinha estado lá antes, lembrava bem da arquitetura inusitada, do castelo mouro no topo da montanha, da natureza extraordinária. Também tinha a impressão de um lugar cheio de histórias, meio mágico. ‘Melhores amigos’ já havia sido exibido em Sundance e Berlim. Mas é especial concorrer à Palma de Ouro? Meus três filmes com Ira estrearam em Sundance e depois foram a Berlim. Desta vez, Cannes. É a primeira vez com que vou com um filme. Estou animado, e um pouco nervoso. A visibilidade é bem maior, e me parece mais sério, do jeito que os franceses são… Mas eles gostaram bastante dos nossos filmes anteriores, então vamos torcer. Durante muitos anos era comum ouvir que nossos roteiristas não acompanhavam o nível de outras áreas como fotografia, edição, direção. Como você vê esta questão atualmente? Mauricio Zacharias (dir.) com Ira Sachs, diretor de 'Frankie' Foto: Divulgação Quando saí do Brasil, no começo dos anos 1990, tínhamos poucos roteiristas profissionais, um ou outro estabelecido no cinema, alguns nomes famosos na televisão. Hoje, com o sucesso das séries e da abertura de novos canais, pode-se pensar em roteiro como profissão. Mas, claro, é como aqui nos EUA: a televisão é onde se encontra mais trabalho, e ali o escritor manda. No cinema, é tudo mais difícil, mas o Brasil tem feito um trabalho que não deixa nada a dever a nenhum outro país. Aqui em Nova York, 2/3


tenho visto filmes sensacionais da nova geração. Adorei o “Temporada”, do Andre Novais, o “Boi Neon”, do Gabriel Mascaro, “As boas Maneiras”, da Juliana Rojas com o Marco Dutra. E, claro, estou super feliz e orgulhoso de estar em Cannes com meus amigos, guerreiros de velhas datas, Karim Ainouz, Rodrigo Teixeira, Kleber Mendonça e Sônia Braga.

3/3


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.