“Vitalina Varela” e Pedro Costa vencem a XXV Edição do Festival Caminhos do Cinema Português [PT]

“Vitalina Varela” e Pedro Costa vencem a XXV Edição do Festival Caminhos do Cinema Português septimaes.wordpress.com/2019/12/05/vitalina-varela-e-pedro-costa-vencem-a-xxv-edicao-do-festivalcaminhos-do-cinema-portugues Ver todos os artigos de César Alves 05/12/2019

Foi no passado dia 30 de novembro que, no Teatro Académico Gil Vicente, se encerrou mais uma edição do festiva Caminhos do Cinema Português, a celebrar um quarto de século em 2019.

Numa noite animada, com muitos prémios para entregar e com o acompanhamento musical da banda Big Band Rags e da Tuna Académica da Universidade de Coimbra, Pedro Costa arrecadou o Grande Prémio do Festival com o seu Vitalina Varela, que tem espantado o mundo do cinema por onde passa, que para o júri é “um quadro de pintura.

Poético. Uma obra prima”. A atriz que deu o nome ao filme marcou presença no evento e subiu ao palco, naquele que foi um dos grandes momentos da noite, para receber também o Prémio de Melhor Atriz.

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“Vitalina Varela”, de Pedro Costa.

O mesmo júri, composto por Carla Vasconcelos, Hugo Van Der Ding, João Telmo, Lucinda Loureiro e Paulo Carneiro, entregou o prémio de Melhor Ficção GesMo a Alva, de Ico Costa, que também arrecadou os prémios de Melhor Som e Melhor Montagem. Para os jurados, o filme não tem “artíficios”, sendo que o “som é outra personagem”, num “exímio trabalho de elipse” ao nível da montagem.

Dentro dos restantes prémios oficiais, a Melhor Curta-Metragem foi Ruby de Mariana Gaivão, “uma pedra preciosa”; a Melhor Animação foi Peculiar Crime do Estranho Sr. Jacinto, de Bruno Caetano, que o júri considerou como “um regresso à infância”, sendo que Maria Abreu, no filme Tristeza e Alegria na Vida das Girafas (Tiago Guedes) venceu o Prémio Revelação, por se ter apresentado “de igual para igual com os atores com quilómetros de rodagens”.

A encerrar esta categoria, o Prémio Melhor Documentário Universidade de Coimbra foi entregue a Fordland Malaise, de Susana de Sousa Dias, onde “frame a frame sentimos todos os que habitaram os edifícios que vemos do alto como un vol d’oiseau”. O filme de Susana Sousa Dias arrecadou ainda o Prémio de Imprensa CISION, por unanimidade, com as juradas Cláudia Sobral, Filipa Queiroz e Sara Afonso a considerarem que a realizadora nos “embala através dos sons da selva viva enquanto nos guia pela paisagem industrial dos despojos de Fordlandia, uma cidade fantasma num território consumido pela devastaç?o de terras e da identidade de um povo indígena, em prol de um progresso industrial que se revelou um fracasso.”

O público, que durante 9 dias votou de modo a atribuir o Prémio do Público Chama Amarela, entregou o galardão a Quero-te Tanto, a comédia romântica de Vicente Alves do Ó.

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“Quero-te Tanto”, de Vicente Alves do Ó.

Na categoria de Ensaio, o Melhor Ensaio Internacional foi Day Release, de Martim Winter, também numa decisão unânime de um júri que o considera “bem dirigido, soberbamente bem interpretado pela actriz que carrega quase sozinha toda a história, Anna Suk, o filme destaca-se em quase todas as categorias: realizaç?o, elenco, som, montagem, de forma directa, sem artifícios. 35 minutos que nos deixaram com um soco no estômago.”

Já o Melhor Ensaio Nacional foi Quem me dera em vez de uma câmara ter uma mosca, de Claúdia Craveiro Santos, um “filme construído com enorme sensibilidade na imagem e montagem”.

A terminar, referir que o Prémio D. Quijote, entregue pelo júri da Federação Internacional de Cineclubes, foi para Cerro dos Pios, de Miguel de Jesus, “pelo modo como o cineasta, procurando imagens, sentimentos e afetos, convida o espetador para uma viagem espacial e fílmica na qual partilha os seus medos e inseguranças.”

O filme com que arrecadou mais prémios acabou por ser Variações, de João Maia, que venceu as categorias de Melhor Atriz Secundária (Teresa Madruga), Melhor Ator Principal (Sérgio Praia), Melhor Ator Secundário (Filipe Duarte), Melhor Caracterização (Magalí Santana) e Melhor Guarda-Roupa (Patrícia Dora).

Consulta abaixo a listagem completa dos prémios e das menções honrosas.

Prémios Oficiais Prémio Revelação: Maria Abreu, no filme Tristeza e Alegria na Vida das Girafas, de Tiago Guedes Prémio Melhor Animação: Peculiar Crime do Estranho Sr Jacinto, de Bruno Caetano.

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Prémio Melhor Documentário Universidade de Coimbra: Fordlandia Malaise, de Susana de Sousa Dias.

Prémio Melhor Curta-Metragem: Ruby, de Mariana Gaivão.

Prémio Melhor Ficção GesMo: Alva, de Ico Costa.

Grande Prémio do Festival: Vitalina Varela, de Pedro Costa.

Prémio do Público Chama Amarela: Quero-te Tanto, de Vicente Alves do Ó.

Prémios Técnico Artísticos Menção Especialíssima para Efeitos Especiais: Fernando Alle pelo seu filme Mutant Blast Melhor Som: David Badalo, pelo filme Alva, de Ico Costa.

Melhor Realizador: Pedro Filipe Marques, pelo seu filme Viveiro.

Melhor Montagem: Francisco Moreira e Ana Godoy, pelo filme Alva, de Ico Costa.

Melhor Guarda-Roupa: Patrícia Dória, pelo filme Variações, de João Maia.

Melhor Fotografia: Leonardo Simões, pelo filme Vitalina Varela, de Pedro Costa.

Melhor Direção Artística: Ana Bossa, pelo filme Último Acto de Maria Hespanhol.

Melhor Cartaz: Inês Bento, pelo filme Ruby de Mariana Gaivão.

Melhor Caracterização: Magalí Santana, pelo filme Variações, de João Maia.

Melhor Banda Sonora Original: Normand Roger, pelo filme Tio Tomás, A Contabilidade dos Dias, de Regina Pessoa.

Melhor Argumento Original: José Filipe Costa, pelo seu filme Prazer, Camaradas!

Melhor Argumento Adaptado:Manuel Moreira e Bruno Caetano, pelo filme O Peculiar Crime do Estranho Sr. Jacinto, de Bruno Caetano.

Melhor Atriz Secundária:Teresa Madruga, pelas prestações nos filmes Variações, de João Maia, e, Dia de Festa de Sofia Bost.

Melhor Atriz: Vitalina Varela, no filme homónimo de Pedro Costa.

Melhor Ator Secundário: Filipe Duarte, pelo filme Variações, de João Maia.

Melhor Ator: Sérgio Praia, pelo filme Variações, de João Maia.

4/5

Seleção Caminhos Júri da Federação Internacional de Cineclubes Menção Honrosa: A Raposa, de Leonor Noivo.

Prémio D. Quijote: Cerro dos Pios, de Miguel de Jesus.

Seleção Ensaios Ensaio Internacional Menção Honrosa: La Llorona, de Rosana Cuellar.

Melhor Ensaio Internacional: Day Release, de Martim Winter.

Ensaio Nacional Menção Honrosa: Ode à Infância, de Luís Vital, João Monteiro.

Melhor Ensaio Nacional: Quem me dera em vez de uma câmera ter uma mosca, de Cláudia Craveiro Santos.

Prémio de Imprensa CISION: Vencedor: Fordlandia Malaise, de Susana de Sousa Dias.

Menção Honrosa: Past Perfect, de Jorge Jácome.

Seleção “Outros Olhares” Actos de Cinema, de Jorge Cramez.

5/5