2020, o ano de "profundos constrangimentos": cinemas portugueses tiveram quebras de 75,55% mag.sapo.pt/cinema/atualidade-cinema/artigos/2020-o-ano-de-profundos-constrangimentos-cinemas-portuguesestiveram-quebras-de-7555 L.S. / Lusa
12 de janeiro de 2021
Os cinemas sofreram uma quebra de 75,55% em audiência e receitas no ano passado, face a 2019, ou seja tiveram menos 11,7 milhões de espectadores e faturaram menos 62,7 milhões de euros, foi hoje (12) anunciado. Segundo o Instituto do Cinema Audiovisual (ICA), estes dados refletem "um ano marcado por profundos constrangimentos" na exibição cinematográfica, por causa da pandemia da covid-19, com as medidas restritivas a afetaram "profundamente o normal funcionamento dos recintos de cinema". O ICA revela que, em 2020, as salas de cinema tiveram 3,77 milhões de espectadores, quando em 2019 tinham sido emitidos 15,5 milhões de bilhetes. As receitas de bilheteira situaram-se nos 20,4 milhões de euros, um quarto do valor de 2019, ano em que totalizaram 83,1 milhões de euros. Embora sejam ainda provisórios, os dados atestam uma quebra geral de 75,55%, confirmando que 2020 foi o pior ano para a exibição cinematográfica em sala pelo menos desde que o ICA sistematiza os dados estatísticos reportados pelos exibidores. Em 2020, por causa do primeiro período de confinamento decretado em Portugal, as salas de cinema - assim como toda a atividade cultural com público - estiveram encerradas entre meados de março e início de junho. A reabertura deu-se de forma gradual nas semanas seguintes, mas as quebras de audiência e receitas foram variando mensalmente entre os 60 e os 90%, fosse por retração de consumo, por redução de sessões ou de oferta de filmes em cartaz. Os dados do ICA revelam ainda que, apesar da quebra generalizada, o público consumiu, percentualmente, mais cinema em salas exploradas por pequenos exibidores independentes do que nas maiores cadeias. Segundo as estatísticas, a exibidora Medeia Filmes, que explora, por exemplo, o cinema Nimas, em Lisboa, registou 228.116 euros de receitas de bilheteira (menos 31,7% face a 2019) e 43.539 espectadores (menos 36,9%). A exibidora Midas Filmes, que detém o Cinema Ideal, também em Lisboa, teve uma quebra de 44,6% para um total de 19.733 espectadores e perdas de 46,9% de receitas, para um total de 103.457 euros.
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