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O que é que se passa em “Diários de Otsoga”? Constroem um borboletário, limpam uma piscina, dão banho aos cães, fazem uma festa, andam num trator... É algo a desdenhar? Claro que não, o que se deve evitar é a espera de coisas que ele não tem nem anuncia
Um mês depois de Cannes e da sequente estreia nos cinemas franceses, chega o novo filme de Miguel Gomes e Maureen Fazendeiro, rodado em regime de clausura no verão passado texto Jorge Leitão Ramos Tomemos uma cena, para abreviar razões. Vai “Diários de Otsoga” a meia jornada e, em volta de uma mesa, juntam-se o realizador Miguel Gomes, a argumentista Mariana Ricardo e os três atores-atores (leia-se: os três atores a quem o filme deu personagens de atores), Carloto Cotta, Crista Alfaiate e João Nunes Monteiro. Os comediantes, sobretudo pela voz de Crista Alfaiate, parecem um pouco perdidos quanto aos personagens, e tanto Gomes como Mariana Ricardo tentam serená-los, sem adiantar algo de substancial que responda à inquietação dos intérpretes. No fundo, as tarefas desempenhadas e a desorientação dos atores correspondem ao que deles se espera, dizem, está tudo bem. QQ DIÁRIOS DE OTSOGA De Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes
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