PRESS KIT - Toda a Gente Gosta de Jeanne

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UM FILME DE CÉLINE DEVAUX MAXENCE TUAL NUNO LOPES MARTHE KELLER LAURENT LAFITTE DE LA COMÉDIE-FRANÇAISE BLANCHE GARDIN LES FILMS DU WORSO E O SOM E A FÚRIA APRESENTAM ©PHOTO JÉRÔME PRÉBOIS
DURAÇÃO: 1h35 IMPRENSA DÉBORA PEREIRA distribuicao.desforrapache@osomeafuria .com 969 165 978 DISTRIBUIÇÃO DESFORRA APACHE http://osomeafuria.com/desforra LES FILMS DU WORSO E O SOM E A FÚRIA APRESENTAM BREVEMENTE NAS SALAS UM FILME DE

SINOPSE

Toda a gente sempre gostou de Jeanne. Hoje em dia, ela odeia-se a si própria. Afundada em dívidas, tem de vir a Lisboa para vender o apartamento da mãe, falecida há um ano. No aeroporto, encontra Jean, um antigo colega de escola excêntrico e algo intrusivo.

À CONVERSA COM A REALIZADORA

A sua curta-metragem Le Repas Dominical ganhou um César e Gros Chagrin um prémio em Veneza. Como alimentaram a sua experiência para esta primeira longa-metragem?

O dia em que o Vincent Macaigne gravou a voz para Le Repas Dominical foi uma revelação para mim! O Vincent propôs imediatamente um nível de interpretação, alegria, invenção e energia totalmente inesperado para uma locução. Depois de Le Repas Dominical, quis fazer um filme híbrido, para misturar diferentes tipos de métodos. Consegui falar de tristeza e de amor, temas importantes para mim, e descobri pela primeira vez o trabalho com atores. Estou contente por ter feito Gros Chagrin, mas acho que fui demasiado correta.

A transição para a longa-metragem foi natural? Começou pelo encontro com Sylvie Pialat que aconteceu por um feliz conjunto de circunstâncias. Ela foi escolhida para minha "madrinha" na Festa da curta-metragem: foi imediatamente óbvio. No meu primeiro filme, queria falar sobre expatriação - porque está ligado à minha vida pessoal (não cresci em França). Também queria falar sobre a ansiedade individual, que diz respeito a toda a gente (como me comporto, se sou boa pessoa, como me posso libertar de todos os pensamentos tóxicos que me habitam) num mundo de ansiedade universal (como viveremos daqui a vinte anos, que capacidade de ação tenho eu neste mundo ao abandono). Vivemos num mundo em que a informação é omnipresente, num estado de vigilância permanente. O pior é que quase nos habituamos a isso. Na verdade, se analisarmos a situação, é quase a definição clínica de depressão: acordar, saber que é tudo uma porcaria e não ter a possibilidade de agir.

Essas preocupações são encarnadas por Jeanne, que, no entanto, é nos inicialmente apresentada como heroína

dos tempos modernos...

Sim, ela tem um trabalho irrepreensível. Poder-se-ia até dizer que tem o trabalho mais nobre nos dias que correm, sendo que quer salvar o planeta! Mas vai falhar na sua missão, e esse fiasco vai abalar toda a sua vida.

A derrota da campeã?

Sim, exatamente. A única solução para os seus problemas é ir a Lisboa para vender o apartamento da mãe, que morreu há um ano. Uma cidade que conheceu quando adolescente, mas que entretanto foi devorada pela crise e, a seguir, pelo turismo de massas. Ao mesmo tempo, é uma cidade magnífica que Jeanne não consegue aproveitar. A angústia tem um efeito particularmente diabólico: priva-nos dos nossos sentidos. Já não vemos beleza, já não sentimos alegria. É um mecanismo de esvaziamento, de deslizamento da realidade. E o esplendor exterior de um sítio, se não o sentirmos, apenas confirma esse vazio interior. Quase desejaríamos estar num sítio feio, à imagem da nossa mente.

Tinha Blanche Gardin em mente quando estava a escrever a personagem de Jeanne?

Não no início. Não sabia quem ia fazer de Jeanne, o que constituía um obstáculo à escrita. Depois comecei a imaginar Blanche como Jeanne, sem saber se ela aceitaria o papel e isso desbloqueou tudo. O facto de ela existir e de ser tão brilhante bastava-me, motivava-me. Finalmente encontrámo-nos, ela leu o guião, gostou, fez muitas observações obviamente excelentes. Ela ter concordado em fazer o filme foi para mim uma prenda. A Blanche tem uma admirável sobriedade na sua atuação, ela propôs algo que estava totalmente ao serviço do filme e da personagem.

©Jérôme Prébois

Prenda dupla quando Laurent Lafitte se junta ao elenco? Absolutamente. Laurent Lafitte no papel de um tipo do género Lebowski, era muito interessante! A cumplicidade com a Blanche foi imediatamente palpável, a sua união é natural no ecrã. O Laurent tem uma enorme variedade dentro do humor, na utilização do corpo, das pausas, dos tempos e silêncios. Era importante não cair no grotesco. Apesar de tudo, o Jean tem um aspeto extravagante: a camisa de manga curta, o cinto mal posto, os óculos de pin-up. Com tudo isso em cima, era preciso ser muito sóbrio para que funcionasse! O Jean é um pouco a pessoa que eu própria gostaria de ser. É livre, admite sem rodeios que a vida é difícil, que trabalhar não é o seu forte, fala dos seus problemas mentais sem complexos nem vergonha. Não tem medo, ao contrário de Jeanne que tem medo de tudo. É estranha a expressão que diz que o amor não precisa de palavras, porque na verdade as pessoas que têm a coragem de falar de amor são irresistíveis! Eu queria realmente que o Jean fosse assim. No início, irrita a Jeanne, mas pouco a pouco é um alívio: ele fala por dois, oferece-lhe todas aquelas palavras que não tem medo de dizer.

É corajoso abordar o tema da depressão numa primeira longametragem...

Queria escrever uma comédia sobre a depressão e, portanto, falar sobre todos os pensamentos tóxicos que nos assolam quando não estamos bem. Tinha de encontrar uma forma de os tornar palpáveis de uma forma alegre.

Daí a ideia deste "pequeno fantasma" animado?

O pequeno fantasma deve ter vindo de um sonho... É uma criatura cabeluda, nem homem nem mulher, que importuna Jeanne o dia inteiro. Uma espécie de representação da vergonha. É também a memória de todas as vozes ouvidas que se acumulam na cabeça de Jeanne. Ao início achei só graça ao cabelo comprido, mas acima de tudo permitiume transformar este pequeno fantasma,

brincar com a sua aparência. Queria contar a história do que se passa na cabeça desta mulher que está completamente perdida. É também uma grande ferramenta cómica, porque se pode jogar com o desfasamento entre o que ela diz e o que pensa realmente.

Qual é a sua técnica de animação?

Tenho a mesma técnica desde que comecei a fazer filmes: faço tudo à mão, desenho com tinta acrílica ou canetas de feltro sobre uma folha transparente. Por baixo da folha, tenho uma mesa de luz, e por cima uma máquina fotográfica. Desenho sobre esta superfície que me permite raspar a tinta, fazer evoluir a mesma personagem sobre um mesmo suporte e improvisar.

Fale-nos da música. Desempenha um papel importante no filme. É tão rica quanto o mundo interior de Jeanne.

O Flavien Berger e eu conhecemo-nos quando éramos estudantes. Trabalhamos juntos há muito tempo, ligo-lhe frequentemente para partilhar as histórias que tenho na cabeça, é um amigo na vida e um amigo na escrita. Ele gosta de contar histórias com a música. Adoramos falar sobre os sons que nos lembram uma certa memória ou emoção. Fomos os dois para Lisboa durante a escrita do guião, e fizemos um mapa de memórias sonoras, dos sons da cidade, de acontecimentos particulares.

Na música que o Flavien compôs para o filme, há também sons da vida real: ruídos de motor, sons aquáticos, ruídos da rua. É uma orquestra de sons reais e inventados, organizada para que não sintamos as costuras, que nos transporta sem que possamos compreender como ou porquê, para que só fique a emoção.

BIOGRAFIA CÉLINE DEVAUX

Céline Devaux é uma realizadora e ilustradora nascida em 1987. Entrou para a Escola Nacional de Artes Decorativas em Paris em 2007. O seu filme de fim de curso, Vie et Mort de l’Illustre Grigori Efimovitch Raspoutine, ganhou prémios no Festival Internacional de Cinema de Clermont-Ferrand e no Festival Premiers Plans d’Angers. A sua segunda curtametragem, Le Repas Dominical, foi seleccionada para a competição oficial do Festival de Cannes em 2015, e ganhou o César de curta-metragem de animação em 2016. Gros Chagrin, a sua mais recente curta-metragem, ganhou o prémio de Melhor Curta-Metragem na Mostra de Veneza em 2017.

FILMOGRAFIA

2017

GROS CHAGRIN – 15’

Mostra de Veneza – Prémio de Melhor Curta-Metragem Festival de Clermont Ferrand – Prémio dos Estudantes

2015

LE REPAS DOMINICAL – 15’ Festival de Cannes – Competição Oficial César 2016 – Melhor Curta-Metragem de Animação Festival de Clermont Ferrand 2016 – Prémio especial do Júri e Prémio de Melhor Filme de Animação Francófona

2012

VIE ET MORT DE L’ILLUSTRE GRIGORI EFIMOVITCH RASPOUTINE – 11’ Festival de Clermont Ferrand – Prémio do Melhor Filme de Animação Festival Premiers Plans d’Angers – Prémio de Melhor Animação Curta Europeia

© VincentPrades
JEANNE Blanche Gardin JEAN Laurent Lafitte, de la Comédie-Française SIMON, IRMÃO DE JEANNE Maxence Tual VÍTOR Nuno Lopes CLAUDIA, MÃE DE JEANNE Marthe Keller ELENCO ©Jérôme Prébois

FICHA TÉCNICA

Argumento, realização e desenhos Produtores

Coprodutores Portugal

Coprodutora Bélgica Imagem Montagem Som Música original Cenografia Guarda-roupa Assistente de realização Assistente de animação

Céline Devaux

Sylvie Pialat, Benoît Quainon

Luís Urbano e Sandro Aguilar (O Som e a Fúria)

Geneviève Lemal (Scope Pictures)

Olivier Boonjing

Gabrielle Stemmer

Olivier Dô Hùu

Flavien Berger

Artur Pinheiro

Marine Peyraud

Vincent Prades

Rosalie Loncin

©Jérôme Prébois

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