Arqueologia Emotiva - Osvaldo Gaia

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Osvaldo Gaia Arqueologia E motiva


Curadoria Nuno Ribeiro

Inauguração 16 de abril às 19h30

Exposição de 17/04 a 30/05/2015, de terça a sábado, das 12h às 19h


Shopping Cassino Atl창ntico, Av Atl창ntica 4240, lj.333 - Copacabana - RJ - Brasil /22070-002 Telefones: 021 2227-1179 / 021 98582-0008 / gartehrocha@uol.com.br www.facebook.com/hrochagaleriadearte - www.galeriadeartehrocha.art.br


Da Arqueologia Emotiva, Serena Articulação Dificilmente encontro uma linguagem que exprima com mais clareza e contundência um sentimento profundo de serenidade e equilíbrio que a de Osvaldo Gaia. Um sentimento vigoroso que me fascina tanto quanto perturba, pois quando me confronto com a sua obra, experimento essa profundidade de forma inconsciente. É difícil a abstracção do intelecto, mas com a obra de Osvaldo experimentamos o momento genial em que essa abstracção consagra a sua própria existência. A emoção como prova do valor máximo do intelecto humano. Acompanhar o artista no processo que o levou a produzir esta exposição, partilhar os seus desassossegos, a sua abnegada investigação artística e emotiva… Partilhar da luz que enche o espaço de trabalho, o cheiro dos materiais, do seu processo criativo, disciplina e métodos de trabalho, levou-me a explorar e desconstruir a minha própria memória. As questões fundamentais do seu trabalho continuam presentes, sistemas em equilíbrio e de gloriosa leveza formal que revelam uma produção rica em paradoxos, assim como uma tensão óbvia entre morfologia e conceito poético. Perpetuando a inerente dualidade entre o onírico e o intrínseco, Gaia força a introspecção e contemplação do nosso mundo emotivo, levando-nos a tentar encontrar referências em nossa memória, imaginação e sonhos. Nesta exposição, Osvaldo Gaia revela algo que ultrapassa a sua poética e permeia a sua produção. Momentos onde tempo e memória desempenharam um papel fundamental. Equilíbrio. Equilíbrio articulado e elegante que transporta um sentido quase monástico de relação com o tempo, como se este, de fato, fosse encapsulado, dando liberdade ao observador de se relacionar com os objectos em estratos diferentes. Uma relação (de equilíbrios) entre intuição e racionalidade que se dilui e dá lugar ao corpo sedutor da emoção. Emoção pelo reconhecimento íntimo e intenso de que obra de Gaia é veículo, fio condutor, para a nossa memória e estória… O que faz da sua obra, a nossa obra. Não podendo deixar de referir a minha própria estória. Esta série de trabalhos de Osvaldo (em exposição) leva-me de imediato às primeiras experiências museológicas, quando criança. A emoção e pasmo que era o descobrir todos aqueles objectos diferentes, reclamando atenção e análise cuidada. A história, os objectos, as ferramentas e a noção empolgante que tudo aquilo faz parte de nós. Sinto o mesmo quando percorro o espaço da galeria e comunico com as obras de Osvaldo nesta exposição. Se por um lado os elegantes sistemas de equilíbrio se assemelham a achados arqueológicos, esgaravatados do solo por ferramentas cuidadosas, por outro, essas ferramentas estão presentes no painel de 26 peças esculpidas em madeira. Nesta exposição, Osvaldo, humildemente surreal e generosamente abstrato, deixa-nos contar a(s) nossa(s) estória(s) através das múltiplas possibilidades de interpretação de cada peça. Cada trabalho, uma memória, um momento no tempo. Cada trabalho, uma estória ou episódio, com uma carga poética única, com uma força e valor próprios. Respondendo, no entanto, a uma coerência estética única e poderosa. Por isto, esta exposição é um testemunho único na carreira deste artista. O momento absoluto em que encontra a forma ideal, senão perfeita, para se expressar e dá lugar ao vazio e ao assombro. É imediata a apreensão que o seu percurso o trouxe inexoravelmente a este resultado espantoso, o inevitável equilíbrio entre a escala das obras e sua execução técnica, entre conceito poético e ideia emocional, entre o seu vocabulário artístico e as estórias que generosamente partilha. Um sereno fôlego de vida. Nuno Ribeiro Rio de Janeiro, 08 03 2015


Tipiti Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 213cm x 130cm x 43cm


Espelho Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 185cm x 85cm x 28cm


Over Emotive Archaeology, Serene Articulation I hardly find a language that expresses more clearly and strongly a deep sense of serenity and balance than the one of Osvaldo Gaia. A vigorous feeling, that fascinates me as much as it disturbs me, because when I face his work, I experiment this depth unconsciously. It’s hard to achieve intellect abstraction, but with Osvaldo’s work we experience the brilliant moment when this abstraction consecrates that same existence. Emotion as proof of the maximum value of the human intellect. Following the artist in the process that led him to produce this exhibition, share his restlessness, his selfless artistic and emotional research ... Share the light that fills the workspace, the smell of materials, his creative process, working discipline and methods, led me to explore and deconstruct my own memory. The key issues of his work are still present, systems in balance and of glorious formal lightness that reveal a production rich in paradoxes, as well as an obvious tension between morphology and poetic concept. Perpetuating the inherent duality between dream and the intrinsic, Gaia forces introspection and contemplation over our emotional world, leading us to try to find references in our memory, imagination and dreams. In this exhibition, Osvaldo Gaia reveals something beyond his poetics and that permeates his production. Moments when time and memory played a key role. Balance. Articulated and elegant balance that carries in it an almost monastic sense of relationship with time, as if, in fact, it was encapsulated, giving freedom to the viewer to relate to objects in different levels. A relationship (of balance) between intuition and rationality that is diluted and gives way to the seductive body of emotion. Emotion caused by the intimate and intense recognition that Gaia’s work is a vehicle, connecting wire, to our memory and story ... And this makes his work, our work. I must mention my own story. This series of Osvaldo’s work (on display) brings me immediately to the first museum experiences as a child. The excitement and amazement it was ‘the search’ to all those different objects, demanding attention and careful analysis. The stories, objects, tools and the exciting notion that everything there was part of us. I feel the same when I go around the gallery space and communicate with the works of Osvaldo in this exhibition. On one hand the elegant balance systems resemble archaeological finds, retrieved from the ground by careful tools, on the other, these tools are present in the panel with 26 carved wooden pieces. In this exhibition, Osvaldo, humbly surreal and generously abstract, allows us to tell our own story (s) through the many possible interpretations of each piece. Each work, a memory, a moment in time, a story or episode with a unique poetic charge, with specific force and values but answering to a unique and powerful aesthetic coherence. Therefore, this exhibition is a unique testimony in the career of this artist. The stupendous moment in which he finds the ideal manner, if not perfect, to express himself and gives way to emptiness and wonderment. It is immediate the perception that his course would inexorably bring him to this astonishing result, the inevitable balance between the scale of the works and its technical execution , between poetic concept and emotional thought, between his artistic vocabulary and the stories he generously shares. A serene breath of life.

Nuno Ribeiro Rio de Janeiro, 08 03 2015


6 PĂŞndulos Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 84cm x 142cm x 83cm




Arco Madeira, acetato, linha e manta 100cm x 75cm x 03cm



2 Abas e pĂŞndulo Madeira, acrĂ­lico, acetato, chumbo, linha e manta 135cm x 44cm x 9,5cm


Painel ‘‘Arquétipos’’ Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 26 peças em tamanhos variados




Caniรงo Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 170cm x64cm x 06cm



Aferir Caixa de acrĂ­lico Madeira, acrĂ­lico, acetato, chumbo, linha e manta 120cm x 25cm x 20cm


Arco com 2 pĂŞndulos

Caixa de acrĂ­lico

Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 80cm x50cm x 08cm


Vela e pĂŞndulo Caixa de acrĂ­lico Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 50cm x 30cm x 08cm


Pêndulo no círculo Caixa de acrílico Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 50cm x 30cm x 08cm


Vela e argola Caixa de acrĂ­lico Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 50cm x 30cm x 08cm


2 pĂŞndulos e argola Caixa de acrĂ­lico Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 50cm x 30cm x 08cm


2 PĂŞndulos

Caixa de acrĂ­lico

Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 60cm x40cm x 08cm


Repousando Caixa de acrĂ­lico Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 30cm x 50cm x 08cm


PĂŞndulos e arco Caixa de acrĂ­lico Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 50cm x 50cm x 08cm


Articulado Caixa de acrĂ­lico Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 50cm x 50cm x 08cm


Protegido Caixa de acrĂ­lico Madeira, acetato, chumbo, linha e manta 30cm x 50cm x 08cm


Osvaldo Gaia Nacido em 1961 - Natural de Belém/PA. Autodidata, vive e trabalha no Rio de Janeiro como escultor, pintor e designer. Conheceu a arte muito cedo em Icoaraci, cidade onde cresceu e descobriu o seu processo artístico, o qual vem sendo desenvolvido através de pesquisas com elementos que se identificam como estrutura escultórica dentro de uma visão mais interna e perceptível da forma. Realizou várias exposições nacionais e internacionais.

Individuais: 2011 ‘‘transorgânicos’’, Galeria H.Rocha - Rio Janeiro/RJ, 2010 “Percepção”,

Museu Alfredo Andersen - Curitiba/PR, 2008 “Arqueologia do Mangue”, Galeria Versailles - Rio de Janeiro/RJ, 2007 “Imaginário”, CCBEU - Belém/Pa, 2005 “Entre Elas”, Gal. Cândido Mendes - Rio de Janeiro/RJ, 2005 ”Translúcido”, Escr. Marcus Soska - Rio Janeiro/RJ, 2001 “Palafitas”, Espaço Imaginário – Belém/Pa, 1991 “Pinturas”, Gal. Teodoro Braga - Belém/PA.

Coletivas: 2014 “Isto é Arte? Isto não é Arte?”, Galeria Versailles - Rio de Janeiro/RJ, 2014 “Congruências Tridimensionais”, Galeria H.Rocha - Rio de Janeiro/RJ, 2014- “Teoria do Contrário”, Galeria Versailles – Rio de Janeiro/RJ, 2013 “Movimento Coletivo”, Galeria H.Rocha – Rio de Janeiro/RJ, 2012 ‘‘Quântica Universal’’, Galeria H.Rocha - Rio Janeiro/RJ, 2007 “65 Anos de Seleções” Museu Mario Quintana - Porto Alegre/RS,2007 “Paralelas ”, Galeria Versailles – Rio de Janeiro/RJ, 2002 “Precário do Cotidiano”, Galeria Teodoro Braga - Belém/PA. Internacionais: 2014 “Remanso”, Galeria do Beco – Cerveira/Portugal, 2014 “Remanso”,

Centro Interpretativo da Afurada - V. N. Gaia/Portugal, 2014 Projeto Residência Artística, Casa da Imagem – V .N .Gaia/Portugal, 2013 Galeria AVA – Filandia, 2007 Bienal de Florência – Itália, 2001 “Raízes”, Simpósio de Escultura – Allen/Líbano, 1996 “Retrospectiva”, Embaixada do Brasil na França, 1994 “Intercâmbio Cultural”, Ausburg/Alemanha, 1992 ”Art in Paradise”, Anglo American Miami/USA.

Salões e Prêmios: 2013 Premiação “Artista Trajetória”, com Residência e Exposição em Portugal, ARTIGO-Feira de Arte Contemporânea – Rio de Janeiro/RJ, 2000 Prêmio de Escultura “Brasil 500 Anos”, Paraopebas(Serra dos Carajás)/PA, 2005 “Grande Prêmio de Pequenos Formatos”, Galeria Graça Landeira (UNAMA) – Belém/Pa, 2002 “Linha D’agua”, II Salão das Águas UFPA - Belém/PA, 1989 ”II Salão Arte Pará”, Galeria Rômulo Maiorana - Belém/PA, 2006 “Menção Honrosa”, Salão Nacional de Cerâmica - Curitiba/PR, 1998 “Mangue”, Centro Cultural Brasil Estados Unidos/PA, 2003 “Terra dos Rios”, Intercâmbio entre Brasil/Alemanha. Acervos: Casa da Memória “UNAMA”- Belém/PA, Fundação Rômulo Maiorana - Belém/PA, Museu da UFPA Belém/PA, Galeria Cândido Mendes - Rio de Janeiro/RJ. Agradeço primeiramente a Deus, e a todos que de alguma forma contribuíram para o sucesso desse projeto.


Projeto: Helio Rocha e Denise Mostacatto Rocha Realização: Galeria H.Rocha Programação Visual & Fotografia: Juan Russo Texto e Curadoria: Nuno Ribeiro Iluminação: Ubirajara Vasconcelos Impressão: Qualidade Gráfica e Editora

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