Revista abril 2015 baixa definitiva issuu

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E ditorial

Temporada promissora A atual temporada começou de forma promissora. A perspectiva é que a raça continue crescendo, com entrada de novos sócios, evolução no número de registros e negócios aquecidos. O circuito de exposições, por sua vez, também vem se apresentando muito movimentado. Teremos ao longo do ano mais de trinta mostras, responsáveis por divulgar as qualidades do nosso cavalo ao público das cinco regiões do País. O mês de março nos deu um bom exemplo do que promete vir pela frente. Foram quatro exposições, incluindo o retorno da raça a Avaré (SP), a estreia da Expo Verão Florianópolis (SC), a tradicional mostra de Vitória da Conquista (BA) e a sempre aguardada Exposição de São Paulo (SP). O evento paulistano foi, aliás, novamente um sucesso, com uma tropa de qualidade em pista e uma animada programação social, cujo ponto alto foi o Coquetel dos Criadores, que ofereceu um momento especial de congraçamento para a Família Mangalarga. A agenda de exposições terá ainda outra marcante novidade para este primeiro semestre. Trata-se da Exposição Brasileira 2015, que ocorrerá entre os dias 10 e 14 de junho no Centro Hípico Marapendi, no bairro da Barra da Tijuca, na Cidade Maravilhosa. Esta será, sem dúvida, uma oportunidade ímpar para exi-

birmos as qualidades de nosso cavalo ao público carioca. Além disso, a Diretoria Executiva está preparando uma atraente programação social, com leilão, festa de confraternização e show de escola de samba, para receber em grande estilo a comunidade mangalarguista. Neste semestre, teremos também um momento para refletirmos sobre o passado, o presente e o futuro de nossa raça. O Seminário Mangalarga, que acontecerá nos dias 25, 26 e 27 de junho, em Orlândia (SP), cidade de origem da seleção do nosso cavalo, oferecerá uma ocasião única para debatermos temas relevantes, em especial sobre aquela que é a característica primordial do Mangalarga, seu andamento progressivo, cômodo e equilibrado.

porada em 2015. No entanto, para que isso se concretize de fato, é necessário o empenho e a participação de todos os criadores e apaixonados pelo cavalo de sela brasileiro. Afinal, uma Associação tem a exata dimensão que seus associados conferem à mesma. Assim, os conclamo a prestigiarem a Exposição Brasileira e o Seminário Mangalarga, assim como os demais eventos que movimentarão o calendário da raça ao longo do ano. Vamos juntos prosseguir nesta jornada com o claro objetivo de conduzir nossa raça a um patamar cada vez mais elevado no cenário equestre nacional.

Forte abraço e pé no estribo, Mário Barbosa

É importante ressaltar ainda que a nova gestão vem trabalhando intensamente para aprimorar o quadro de jurados da ABCCRM, buscando torná-lo cada vez mais transparente e eficiente. Entre as medidas adotadas neste início de ano, destacam-se a criação do cargo de Diretor Técnico, a reorganização do colégio de jurados e a realização de encontros para a avaliação, orientação e reciclagem dos profissionais que compõem o corpo de jurados da nossa Associação. Todos esses fatores nos levam a crer que teremos uma ótima tem-

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Í ndice Território Cavalgada

3ª Carnavalgada............. 08

Exposições e Copas Expo Verão 2015................. 12 Expo Avaré.......................... 16 Exposição Mangalarga da Fenagro............................... 20 Copa de Guaxupé................ 24 Expo São Paulo.................... 26 Campeões da Exposição de São Paulo 2015.............. 30 Copa Mangalarga de Andamento......................... 38

E xpediente Espaço Técnico Treinamento Treinamento de Cavalos para Esporte e Trabalho...... 60

ABCCR Mangalarga Av. Francisco Matarazzo, 455 • Pavilhão 4 - “Dr. Fausto Simões” • Parque da Água Branca - São Paulo - SP • Envio de Correspondências Exclusivamente Caixa Postal 61016 - CEP: 05001-970

Diretoria Executiva

Espaço Técnico Manejo Cavalo VERDE: necessidade brasileira......... 64

Haras em Destaque Haras EFI........................... 68

Panorama Mangalarga Mercado & Finanças Geraldo Diniz Junqueira...... 42 2º Simpósio do Núcleo Sul de Minas e Média Mogiana................ 46 Nova Diretoria Executiva.... 50

Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga

Negócios em alta................ 72 Grandes Marcas.................. 74 Leilão Reserva Especial.............................. 76 6º Leilão Haras RM............. 78

Espaço Técnico Equitação

Leilão Virtual Mangalarga Colorido.............................. 78

As cinco rédeas das equitação (Parte I).............. 52

Lazer & Cultura

Espaço Técnico Genética

Uma escada que não vai a lugar nenhum...................... 83

Melhoramento e condições de criação - Seleção Racial....... 54

Momento Social

Capadócia........................... 80

Exposição São Paulo............ 84

Espaço Técnico Mercado

Coquetel de Confraternização da Expo São Paulo.................... 88

Para onde estamos indo?..... 58

Leilão Grandes Marcas........ 90

Triênio 2015/2017 Diretor Presidente Mário A. Barbosa Neto Vice-Presidente Administrativo Financeiro Renato Diniz Junqueira Vice-Presidente de Marketing Eduardo Henrique Souza de França Vice-Presidente Técnico Gabriel Francisco Junqueira de Andrade Vice-Presidente de Fomento Flávio Diniz Junqueira Vice-Presidente de Exposições e Esporte João Pacheco Galvão de França Vice-Presidente de Relações Institucionais Armando Raucci

Diretoria Adjunta

Triênio 2015/2017 Diretores Jurídicos Antonio Carlos Pestili Fonseca Pedro Amaral Salles Renato Tardioli Lucio de Lima Diretor de Fomento Danton Guttemberg de Andrade Filho Diretores de Exposição Guilherme Pompeu Piza Saad José Lamartine Moreira Cintra Filho Diretor de Pelagem Jeferson Ferreira Jardim Diretores de Marketing Antonio Carlos Soares Luna João Luis Ribeiro Frugis Diretor de Núcleo Luiz Alberto Patriota de Araújo Costa Diretora Social Natalia Maria Cury Lois Diretor Técnico Lourenço de Almeida Botelho

Conselho Superior de Administração Triênio 2015/2017 Membros Eleitos Arnaldo de Almeida Prado Filho Cristina Junqueira Fleury Azevedo Costa Luís Cintra Sutherland Osvaldo Juliano Roberto Diniz Junqueira Filho

Membros Efetivos Célio Ashcar Celso Galetti Montalvão Clodoaldo Antonângelo Eduardo Diniz Junqueira Élio Sacco Felippe de Paula Cavalcanti de Albuquerque Lacerda Filho Flávio Diniz Junqueira Francisco Marcolino Diniz Junqueira Geraldo Diniz Junqueira Ivan Antônio Aidar Luiz Eduardo Batalha Mário A. Barbosa Neto Reginaldo Bertholino Renato Diniz Junqueira Sergio Luiz Dobarrio de Paiva Presidente

Conselho Deliberativo Técnico Triênio 2015/2017

Técnicos Luiz Alberto Patriota de Araújo Costa Marcelo Leite Vasco de Toledo Marcos Sampaio de Almeida Prado Maria Aracy Tavares de Oliva Paulo Lenzi Souza Leite Sérgio Diniz Junqueira Criadores José Luiz Prandini Rodnei Pereira Leme Roque Carlos Nogueira

Serviço de Registro Genealógico Stud Book Superintendente do Serviço de Registro Genealógico Jayme Ignácio Rehder Netto

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Revista Mangalarga Edição e Redação Pedro Camargo Rebouças pedro.reboucas@abccrm.com.br Publicidade Norberto Cândido norberto.candido@abccrm.com.br Arte Cleber Pereira cleber.pereira@abccrm.com.br Departamento de Exposição Francisco Bezerra Diagramação e Projeto Gráfico Marcelo de Brito DBRITO SIGN - Artes Gráficas marcelo@dbritodesign.com (11) 9 4726-8147 Impressão Hawaii Gráfica e Editora

09h: Café da manhã // 10h: Apresentação dos animais // 12h: Almoço // 14h: Leilão

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A capa desta edição traz a premiada égua Faceira NLB (T.E.), uma filha de DL Uruguai da Alvorada (T.E.) em DL Ferrara da Alvorada (T.E.), retratada pela sempre competente lente do fotógrafo Márcio Mitsuishi. Destaque do plantel do Projeto CASS Mangalarga, comandado pelo criador Cassiano Terra Simão, e originária da seleção do Haras Leni, a alazã foi um dos principais destaques da raça na temporada 2014. O principal feito de Faceira NLB foi a conquista do cobiçado título de Grande Campeã da Copa Mangalarga de Andamento 2014, a mais importante competição de marcha do cavalo de sela brasileiro, cuja etapa final ocorreu no mês de outubro, na tradicional pista do Parque da Água Branca, na zona oeste da capital paulista. Dessa forma, o CASS Mangalarga deu mais uma mostra do sucesso de seu projeto, por meio do qual o criatório realiza uma busca constante pelo equilíbrio de sua tropa, em que são essenciais características como andamento, beleza zootécnica e ótimo temperamento.

Abrangente panorama

Nesta edição, a Revista Mangalarga traz um abrangente panorama do primeiro trimestre de 2015, trazendo a cobertura de eventos como a Exposição de São Paulo, o 2º Simpósio do Núcleo Sul de Minas e Média Mogiana e a Carnavalgada de Atibaia, além de uma matéria especial sobre a trajetória do pioneiro criador Geraldo Diniz Junqueira, que nos deixou no último mês de janeiro. A linha editorial da publicação, no entanto, não se restringe ao factual, apresentando também uma ampla seção social e instigantes artigos de um seleto grupo de colaboradores, entre os quais estão nomes como Aluisio Marins, André Cintra, Artur Pagliusi Gonzaga, Juca Fleury, Otávio Bueno, Paulo Junqueira e Sergio Lima Beck. Dessa forma, a Revista Mangalarga tem a certeza de proporcionar a seus leitores um rico e informativo conteúdo. Boa leitura e um forte abraço. Pedro C. Rebouças Editor Responsável/MTB 31.427

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T erritório C avalgada

Fotos: Divulgação.

Fotos: Divulgação.

3ª Carnavalgada

Haras Mangabaia foi o ponto de partida.

As belas trilhas da Estância Turística de Atibaia, no interior paulista, foram o palco escolhido para receber a terceira edição da Carnavalgada do Haras Mangabaia. O evento, que voltou a acontecer após dez anos, teve a participação de 31 conjuntos e contou com três dias de cavalgada durante o feriado de Carnaval.

Mangalarguistas trocaram o confete e a serpentina pelo deleite de cavalgar pelas paisagens da região de Atibaia (SP) A comitiva, formada por criadores e usuários da raça Mangalarga provenientes de diversas regiões do Estado de São Paulo, percorreu uma média de 25 quilômetros por dia,

Evento teve três dias de duração.

perfazendo um percurso total de 75 quilômetros. Durante o passeio, além de desfrutar do convívio com a natureza e com o cavalo Mangalarga, os participantes puderam viver agradáveis momentos de confraternização e degustar os menus capitaneados pela chefe Daniela Kross. Os detalhes do passeio são contados pela criadora Camila Glyce-

Belas paisagens acompanharam os cavaleiros. Pausa para a hidratação da tropa.

O ambiente familiar marcou o passeio.

Integrantes da comitiva da Carnavalgada.

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Descontração e amizade marcaram a Carnavalgada.

rio, titular do criatório ao lado de Paulo Pacheco Silveira. “No primeiro dia, o sábado 14 de fevereiro, saímos do Haras Mangabaia pela mata, percorremos três quilômetros de sombra, pegamos 800 metros de estrada e entramos na propriedade da família Pellegrino, curtindo lindas montanhas com vista para o horizonte montanhoso e para a cidade de Bom Jesus dos Perdões. Saímos desta propriedade e entramos nas matas sombreadas do loteamento Residencial Porto Atibaia. Após percorrer o local, saímos por outro portão direto no Rancho 2K, da nossa amiga Kamila Roncoletta, onde fomos muito bem recebidos com água e sombra para os cavalos no picadeiro coberto e lanchinhos nas futuras instalações do restaurante. Depois de uma hora de descanso, partimos para a segunda parte da cavalgada pelo cume das montanhas, podendo desfrutar das lindas paisagens que Atibaia nos oferece. Chegamos ao haras às 14h para um saboroso almoço, acompanhado de chope, refrigerantes, cassoulet, carnes, defumados, saladas e sobremesa. Depois de muita conversa e diversão, todos foram para seus destinos descansar para o dia seguinte.” “Iniciamos o domingo (15), nosso segundo dia de passeio, cavalgando com destino ao Haras Kalili, para a parada do lanche.

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Pegamos caminhos alternativos para fugir das estradas movimentadas, chegamos em três horas e descansamos com o excelente visual e com a acolhedora recepção dos nossos amigos Verinha e Kalili. Em seguida, pegamos o caminho de volta, chegando em duas horas, por estrada sombreada e atalho pela mata. Mais uma vez, desfrutamos de bebidas e um buffet de massas com molhos variados, sobremesas e sorvetes de frutas no palito.” “O terceiro dia (16) amanheceu chovendo, porém o ânimo dos participantes não diminuiu. Munidos de capas, todos se aprontaram para sair. São Pedro foi muito con-

Paulo Silveira (esq.) liderou o grupo. A comunidade mangalarguista prestigiou o evento.

descendente, abriu o tempo e tivemos muitos momentos de sol, céu encoberto mas sem chuva. O percurso foi pela fazenda Brastemp e pela fazenda dos irmãos Teixeira, antigos criadores de Mangalarga. Visual muito bonito, com parada para o lanche na venda do senhor Davi, que gentilmente ofereceu banheiros limpos e perfumados. Desta parada, seguimos até o haras para almoço, levando uma hora e meia por estradinhas pitorescas. Neste dia, o menu consistia em saladas e pratos frios, muito chope e conversa fiada até o final do dia. Tivemos ainda o prazer de hospedar em nossos bangalôs o casal Rivaldo e Lolô e as amigas Silvia e Aninha. Assim, terminamos o dia esperando que todos tenham gostado. Afinal, todo dia é dia de passeios a cavalo no Mangabaia.” Na opinião da amazona Marta Lemos, uma das integrantes da comitiva da Carnavalgada, “participar das cavalgadas do Haras Mangabaia é sempre uma sábia decisão, porque elas englobam três ingredientes indispensáveis para o sucesso deste tipo de passeio: organização perfeita, companhias excelentes e trilhas maravilhosas, com trechos inéditos sempre. E, além disso, para aqueles que usufruem da tropa Mangabaia, a segurança, conforto e boa índole dos extraordinários animais do haras”. Por sua vez, a amazona Vera Paris destacou a boa localização do haras e a acolhida dos anfitriões. “A recepção da Camila e do Paulo deixou todos extremamente à vontade, as trilhas selecionadas permitiram que tivéssemos uma visão completa da região de Atibaia, os cavalos bem cuidados, enfim, a Carnavalgada superou minhas expectativas. Vamos aguardar a próxima by Camila Freitas.” Já a mangalarguista Ligia Maria Moura Machado ressaltou a empatia com a égua Encantada Mangabaia, sua montaria nos três dias de passeio. “Sem falar nas paisagens de Atibaia e Piracaia que não imaginei tão lindas. O Haras

Fotos: Divulgação.

Fotos: Divulgação.

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Parte da tropa que conduziu os cavaleiros e amazonas.

Mangabaia possui cavalos de ótima qualidade e seus proprietários me recepcionaram muito bem. Valeu os dias de Carnavalgada que me dei de aniversário.” A anfitriã Camila Glycerio lembra ainda que o sucesso do evento foi decorrente do empenho dos funcionários do haras, dos próprios participantes e também da chefe Daniela Kross, cujos pratos proporcionaram um sabor especial ao evento. “Agradecemos a

presença dos amigos que estiveram conosco nesses três dias tão especiais: Silvio Junqueira e Claudia, Silvio Cesarino e Alexandra, Fernando, Patrícia e Vitória, Pedro, Mônia e Bia, Ligia Machado e Vera Paris, Georges Tabet, Rivaldo e Lolô, Silvia J. Reis e Aninha Amaral, Rodão e Júlia, Binho e Carmem, Kalili e Verinha, Vera Helena, Marion Frank, Marta Lemos, Ceres e Miguel e ainda a Kamila Roncoletta.” A equipe de apoio foi fundamental para o sucesso do passeio.

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Expo Verão 2015

Novo evento deu importante colaboração para a divulgação do cavalo Mangalarga em território catarinense

Foto: Runge-36/CC BY-SA 4.0/Wikimedia Commons.

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Foto: Núcleo Catarinense.

A bela cidade de rão e faz questão de Florianópolis, capital agradecer o apoio do estado de Santa dos expositores que Catarina, recebeu a estiveram na capital 1ª Edição da Exposicatarinense. “Esses ção de Verão do Ca12 criadores acredivalo Mangalarga. A taram no nosso projeto e deram uma mostra, realizada nos importante contridias 13 e 14 de março, nas dependências buição para que tivéssemos uma bela da Sociedade Hípica exposição.” Catarinense (SHC), A programação recebeu um total de incluiu ainda o Lei81 inscrições. Além lão da Expo Verão, disso, registrou a cuja organização espresença de 12 conceituados criatórios, teve a cargo da Fênix Leilões. Ainda provenientes de quatro estados do sul e de acordo com o organizador, o remate sudeste do país: SanHércules VJC, exposto pelo Haras Mont Fort, de Rio do Sul (SC), sagrou-se Campeão Cavalo Sênior. ta Catarina, Paraná, obteve uma cotação Núcleo, o evento atingiu com êxito São Paulo e Minas Gerais. média de R$ 18 mil e movimentou a meta de divulgar a raça em terO evento foi organizado pelo uma receita total de R$ 360 mil, neritório catarinense. “Essa foi uma gociando lotes com compradores Núcleo Catarinense de Criadores mostra 100% fomento. Afinal, além de Santa Catarina e de diversos esde Cavalo da Raça Mangalarga, de trazer o circuito de exposições tados brasileiros. com o apoio da Associação Braside volta a Santa Catarina após 20 leira de Criadores de Cavalos da anos de ausência, ela proporcionou Raça Mangalarga (ABCCRM). Por Parceria de sucesso uma importante oportunidade para sua vez, os julgamentos, tanto de mostrarmos as qualidades do cavamorfologia como de andamento, Na visão de Marco Antônio Dolo Mangalarga ao público de Flociatti, Diretor Financeiro da SHC, foram conduzidos pelo jurado Edurianópolis e de todo estado.” ardo Leite Cintra. a Exposição de Verão foi um suOliveira destaca ainda o elevacesso. “Esse foi um evento exceNa opinião de Marcus Vinido nível da tropa que passou pela cius Melo Oliveira, organizador lente, com um padrão invejável e pista de julgamento da Expo Veda mostra e um dos dirigentes do que provavelmente resultará em

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uma profícua parceria, pois existe a intenção de dar prosseguimento ao evento tanto por parte da SHC como do Núcleo, que, aliás, já nos solicitou a reserva da hípica para o próximo ano.” Dociatti ressalta ainda que, da mesma forma que ele, muitos sócios da hípica catarinense ficaram impressionados com a qualidade do cavalo Mangalarga. “Eu me impressionei com o porte, a proporcionalidade e a andadura dos exemplares da raça. Além disso, pude constatar que o Mangalarga é um equino muito bom para pessoas altas como eu.” O Diretor da SHC revela também que eventos como a Exposição de Verão são importantes para que os associados do estabelecimento entrem em contato com outras atividades equestres, além do salto. “A SHC traçou há algum tempo a meta de se aproximar e se congregar com outras raças e modalidades. Além de promover um melhor aproveitamento das instalações da hípica e atrair novos recursos financeiros, esta medida permite que mais pessoas conheçam nossa estrutura ao mesmo tempo em que nossos frequentadores passam a conhecer e valorizar os equinos das entidades que nos visitam.”

Foto: Mariordo /CC BY-SA 3.0/Wikimedia Commons.

Panorama da região central de Florianópolis a partir do continente.

Praia do Santinho é uma das atrações da ilha.

Outro ponto ressaltado por Dolciatti é que o ilhéu (o morador de Florianópolis), cujo interesse até pouco tempo atrás era voltado exclusivamente para as atividades marítimas, começa a tomar gosto também pelas coisas do campo, fato que estimula o crescimento da atividade equestre em toda região. Forte crescimento Por sua vez, o criador Maurício Uriarte Francisco, Secretário do Núcleo Catarinense, celebra o bom momento do cavalo Mangalarga em Santa Catarina. “A atual situação da raça em nosso Estado é sem

dúvida de forte crescimento, sendo a mesma muito usada em longas cavalgadas. Santa Catarina já teve diversos criadores e apaixonados pela raça, entretanto, com a falta de técnico e maior aproximação da ABCCRM, muitos desistiram deste propósito, porém com a formação do Núcleo Catarinense, credenciamento de técnico e a realização da primeira exposição, a Expo Verão, ‘as coisas mudaram em muito’, o interesse cresceu tanto na criação como também no uso do cavalo Mangalarga, graças ainda ao grande apoio que estamos recebendo atualmente da ABCCRM. Assim, o cavalo Mangalarga é usado amplaRevista Mangalarga • Abril/2015

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mente em nosso Estado, no litoral, no oeste e na serra catarinense.” O Secretário do Núcleo destaca ainda que a expectativa para o decorrer de 2015 e para os próximos anos é de muita empolgação e trabalho. “Os atuais criadores estão muito otimistas, inclusive com compras de animais do Estado de São Paulo, a fim de melhorar o plantel catarinense. Assim, as perspectivas são boas no sentido da venda de potros e animais de sela para cavalgadas, pois o Mangalarga foi adotado como o verdadeiro Cavalo de Sela, excelente para longas cavalgadas. Muitos potros já estão nascendo em nosso solo com a criação de novos haras, como o OK, podendo assim melhor atender os amantes desta inigualável raça, facilitando a compra por parte dos interessados, a aproximação e visualização dos animais e a redução de custos (do processo de criação).” Uriarte também destaca a importância de eventos como a Expo Verão para o criatório catarinense. “Essas iniciativas são imprescin-

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Foto: Núcleo Catarinense.

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Os diretores do Núcleo Catarinense Enio, Marcus Vinicius, Luiz Henrique e João Fernando.

díveis para o fomento e conhecimento da Mangalarga pelos amantes do cavalo que ainda não têm o real conhecimento desta maravilhosa raça, em especial quanto à sua docilidade, andamento e voluntariedade. A Expo Verão veio para consolidar o Cavalo Manga-

larga em nosso Estado, abrindo portas para novos criadores, bem como usuários do bom cavalo de sela. Sem dúvida foi uma ótima experiência para o nosso Núcleo, trazendo novos conhecimentos e estreitando ainda laços com criadores da Federação.” Foto: Núcleo Catarinense.

O Haras VJC, de Tijucas do Sul (PR), recebeu o prêmio de Melhor Expositor.

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Expo Avaré

Por Pedro Rebouças

Mostra avareense colocou a raça em evidência em um dos mais importantes eventos da pecuária do interior paulista

Foto: Cauê Costa Hueso.

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Foto: Cauê Costa Hueso.

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Recinto oferece uma confortável estrutura.

Vista geral da pista coberta do Parque de Exposição.

O Parque Fernando Cruz Pimentel recebeu, nos dias 7 e 8 de março, a Exposição Mangalarga de Avaré (SP). Organizada pelo Núcleo do Oeste Paulista, com o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), a mostra abriu oficialmente o calendário de exposições da temporada 2015. O evento, que marcou o retorno do cavalo Mangalarga à cidade de Avaré, após cinco anos sem exposições da raça neste importante polo do agronegócio no interior paulista, contou com a participação de 70 animais, expostos por 14 conceituados criatórios mangalarguistas. Realizado dentro da programação da Expo Nelore Avaré, o evento também serviu como uma importante vitrine dentro do cenário da

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pecuária brasileira. Segundo Cauê Costa Hueso, dirigente do Núcleo do Oeste Paulista e organizador da mostra mangalarguista, “o Manga-

larga mostrou sua marcha, beleza e função entre raças bovinas como a Nelore, a Guzerá, a Angus e a Nelore Mocho. Desse modo, carimbaOs desejados troféus da Exposição de Avaré.

mos no calendário a Exposição de Avaré, uma das maiores feiras pecuárias do Brasil”. Cauê destaca ainda a ótima infraestrutura do evento e o apoio da ABCCRM. “Pudemos contar com uma pista profissional coberta e iluminada, 100% das baias em alvenaria, estacionamento e entrada franca. O evento contou ainda com a participação da jurada Maria Aracy Tavares de Oliva e com a presença do Studbook da ABCCRM, além de ter sido prestigiado por diversos membros da diretoria, atentos à primeira exposição de 2015.”

A pecuária paulista também esteve em destaque. A jurada Aracy Oliva conduziu o julgamento.

Procura Elevada O organizador conta ainda que a nova divisão de categorias, adotada no início do ano pela ABCCRM, agradou o público e os competidores. Além disso, a procura dos mangalarguistas pelo evento foi muito elevada. “As vagas foram limitadas a 70 e lotaram 20 dias antes do encerramento das inscrições. Além disso, contamos com a participação de importantes criatórios, provindos inclusive de outros estados. Isso mostra o crescimento da raça e o interesse dos criadores em participar dos eventos este ano.” A Exposição de Avaré contou, além disso, com o julgamento exRevista Mangalarga • Abril/2015

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tra catálogo e extra oficial dos Grandes Campeões da mostra. Os resultados consagraram os seguintes animais: Xiabata do Espinhaço (Grande Campeã Potranca), Armani CASS (Grande Campeão Potro), Uberlândia do EFI (Grande Campeã Potranca Pampa), Universitário EFI (Grande Campeão Potro Pampa), Diva da Piratininga (Grande Campeã Égua), Quilate do EFI (Grande Campeão Cavalo e Grande Campeão de Andamento Cavalo), Distinta RB (Grande Campeã de Andamento Égua), Temática do Urso Branco (Grande Campeã Égua Pampa e Grande Campeã de Andamento Égua Pampa) e Eldorado do Corumbau (Grande Campeão Cavalo Pampa e Grande Campeão de Andamento Cavalo Pampa). Para obter mais informações, entre em contato com o Núcleo Oeste Paulista, pelo endereço eletrônico caue-costa@uol.com.br ou pelo telefone (11) 97642-4140, ou com o Departamento de Exposições da ABCCRM, pelos e-mails francisco.bezerra@abccrm.com.br e victor.bianchi@abccrm.com.br ou pelo telefone (11) 3866-9866. Já para conferir na íntegra os resultados da Exposição de Avaré visite o portal www.cavalomangalarga. com.br.

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Foto: Cauê Costa Hueso.

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A pelagem pampa também marcou presença.

O andamento foi um dos itens do julgamento. As atividades também aconteceram à noite.

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Fotos: Programa Mangalarga.

Exposição Mangalarga da Fenagro Vista geral da pista de julgamento.

A programação da Exposição Mangalarga da Fenagro incluiu ainda o Leilão Reserva Especial, realizado nas dependências do Catussaba Resort, na famosa praia soteropolitana de Itapuã, na noite do sábado 6 de dezembro. Promovido por quatro conceituados criadores baianos - Jivago Queiroz (Haras NJT), Marcelo Zarif (Haras ZF), Roberto Fachinetti (Caldeirão da Serra) e Tourinho de Abreu e Filhos (Mangalarga TA) -, o remate alcançou a cotação média de R$ 33 mil, movimentando uma receita total de R$ 1 milhão. 27ª Fenagro A Feira Nacional da Agropecuária, Fenagro, a principal do Norte-Nordeste e uma das cinco maiores do Brasil em volume de vendas de animais, encerrou o calendário de feiras agropecuárias da Bahia, levando mais de 250 mil pessoas ao Parque de Exposições Agropecuárias de Salvador entre os dias 29 de novembro e 7 de dezembro.

O andamento da raça foi um dos destaques da mostra.

Evento levou ao público soteropolitano toda beleza e versatilidade do Cavalo de Sela Brasileiro O Parque de Exposições Agropecuárias de Salvador (BA) recebeu, entre os dias 4 e 6 de dezembro, a mais recente edição da tradicional Exposição Mangalarga da Fenagro (Feira Nacional da Agropecuária). A mostra, que encerrou o calen-

dário de exposições da raça na no ano de 2014, foi promovida pela Associação Baiana dos Criadores de Mangalarga (ABCM) com o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM).

No total, 75 animais, expostos por 19 conceituados criadores dos estados de São Paulo e da Bahia, passaram pelos julgamentos de morfologia e andamento conduzidos pelo jurado Leandro Canedo Guimarães Santos.

Um bom público acompanhou a mostra.

Na opinião de Jivago Queiroz, presidente da ABCM, a Fenagro é uma importante vitrine para o cavalo Mangalarga no estado da Bahia e na região Nordeste. “Todas as raças estão aqui. Assim, você tem oportunidade de mostrar o seu animal e a sua raça em uma exposição agropecuária de grande repercussão. Esse é o principal diferencial da Fenagro, que é realmente um marco para os criadores da Bahia”, explicou o dirigente baiano em entrevista ao Programa Mangalarga. Por sua vez, o coordenador geral da Fenagro, Anderson Leal, destacou o ambiente familiar do evento. “A Fenagro tem essa particularidade, as famílias vêm para cá. Como ela ocorre no final de ano, todo mundo quer vir para a Bahia, todo mundo quer vir para Salvador. Assim, ela é uma grande confraternização, os criadores todos vêm para confraternizar e trazem suas famílias para cá. E a Mangalarga é justamente uma raça que mostra essa união da família.”

A nova geração de criadores também acompanhou os julgamentos.

A comunidade mangalarguista prestigiou o evento.

Entrada do Parque de Exposições de Salvador.

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C opa s Fotos: Programa Mangalarga.

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Jivago Queiroz, presidente da Associação Baiana.

Nesta 27ª edição, a Fenagro registrou um movimento financeiro de aproximadamente R$ 120 milhões em negócios, por meio da venda direta e indireta de animais, maquinários, implementos e financiamentos agrícolas, além da movimentação nos 20 leilões que aconteceram durante a exposição. Realizada pelas associações de criadores de animais da Bahia, a Fenagro contou com as parcerias do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria da Agricultura (Seagri), e dos bancos do Nordeste (BNB) e do Brasil (BB). A feira teve também o apoio da Prefeitura Municipal de Salvador, do sistema Faeb/ Senar, da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e Sebrae. Participaram dessa edição 800 expositores com seis mil animais, entre bovinos (mil exemplares),

O jurado Leandro Canedo durante o julgamento de andamento.

Belos exemplares passaram pela pista de julgamento.

equinos (1,5 mil), caprinos e ovinos (2,5 mil), além de pequenos animais. A 27ª Fenagro também atraiu visitantes por reunir diversas opções de entretenimento para toda família, como provas equestres,

feira de artesanato, parque infantil, passeios de pôneis e charretes, assim como a tradicional mostra de pequenos animais domésticos, como cães, gatos, aves exóticas, coelhos e outros roedores. Leilão Reserva Especial movimentou o mercado baiano.

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Por Pedro Rebouças

Copa de Guaxupé

Foto: Norberto Cândido/Arquivo ABCCRM.

Disputa sul-mineira abriu a agenda da Copa Mangalarga de Andamento 2015

Páreos foram considerados muito bons.

O Núcleo Mangalarga do Sul de Minas e Média Mogiana promoveu, no dia 14 de março, nas dependências do Parque de Exposições Geraldo de Souza Ribeiro, a Etapa Oficial de Guaxupé da Copa Mangalarga de Andamento 2015. A competição reuniu 45 animais, expostos por 23 conceituados criatórios, que passaram pelo julgamento conduzido pelo jurado Benedito Carlos da Silva. De acordo com Luiz Henrique Souza Ribeiro (Ninho), presidente do Núcleo, a Copa de Guaxupé foi excelente. “Como promovemos outro evento grande no fim de fevereiro, o tempo ficou um pouco curto para a organização da Copa,

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mesmo assim tivemos um ótimo resultado, com um número expressivo de animais e páreos muito bons, que reuniram uma tropa de muita qualidade.” O dirigente mineiro destaca ainda a participação de expositores de outras regiões no evento. “Tivemos a presença de criadores que vieram de longe e também de pessoas cujo interesse está voltado especialmente para a Copa de Andamento. Isso é muito bom, pois sinaliza o surgimento de mais um nicho de mercado para a nossa raça.” Ribeiro ressalta ainda a importância da Copa de Andamento, evento promovido pela Associação

Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) e que este ano passará por quatro estados, contando com mais seis etapas regionais e quatro abertas. “Esta é uma competição fundamental para a raça. Afinal, ela promove a principal qualidade do nosso cavalo, que está justamente em seu andamento.” A Copa de Andamento prossegue agora com mais dois eventos: a Etapa Regional de Jaú (SP), marcada para ocorrer no dia 25 de abril, e a Etapa Oficial de Jundiaí (SP), prevista para acontecer no período de 30 de abril a 2 de maio. Para mais informações, visite o portal www. cavalomangalarga.com.br. Revista Mangalarga • Abril/2015

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Expo São Paulo

Foto: Norberto Cândido.

E xposições

Evento reuniu um plantel de muita qualidade no mais tradicional palco do Cavalo de Sela Brasileiro

O público paulistano pôde conferir o andamento da raça.

Visitantes do parque acompanham a mostra.

Uma tropa de muita qualidade foi a julgamento.

O Parque da Água Branca recebeu, nos dias 21 e 22 de março, a Exposição Mangalarga da Cidade de São Paulo (SP). O evento paulistano contou com a participação de 23 conceituados criatórios da raça e reuniu cem animais em julgamentos de morfologia e andamento válidos para o Ranking Mangalarga 2015. Apesar da chuva, que caiu de forma intermitente ao longo dos dois dias de atividades, a mostra foi prestigiada por um ótimo público, composto tanto por criadores da raça como por visitantes do parque, que tiveram a oportunidade de con-

ferir toda a versatilidade e beleza do Cavalo de Sela Brasileiro. Para Mário Barbosa, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), entidade responsável pela organização do evento, a Exposição de São Paulo é uma importante vitrine para a raça. “Ela representa uma oportunidade excelente para as pessoas, criadores ou não, verem de perto as qualidades do Mangalarga, um cavalo que tem um andamento excepcional, uma morfologia ótima, é bonito e de temperamento muito dócil.”

Os julgamentos da exposição foram conduzidos pelos jurados José Rodolfo Brandi, a quem coube a responsabilidade de avaliar o andamento dos animais participantes, e Marcelo Boaro Junior, que ficou responsável pela análise do quesito morfologia. A agenda do evento incluiu ainda uma emocionante prova funcional. Realizada no fim da tarde do domingo (22), a competição exigiu que os conjuntos participantes demonstrassem muita perícia e agilidade para superar obstáculos típicos da lida no campo.

A comunidade mangalarguista prestigiou o evento.

Os criadores puderam desfrutar de um gostoso desjejum.

Descontração e amizade Outro destaque da mostra na maior cidade brasileira foi sua programação social. Nos dois dias de evento, os criadores foram recepcionados com um caprichado café da manhã na sede da ABCCRM, localizada nas dependências do próprio Parque da Água Branca. A comunidade mangalarguista pôde, além disso, desfrutar do Camarote Mangalarga, no qual era possível acompanhar o desenrolar O Camarote Mangalarga ofereceu uma confortável estrutura.

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Por Pedro Rebouças

Foto: Norberto Cândido.

E xposições

A criançada pode conferir a docilidade da raça.

A imprensa também prestigiou a mostra paulistana.

Criadores acompanham o julgamento com muita atenção.

Rita Barbosa, Eduardo França e Mário Barbosa no Coquetel dos Criadores.

dos julgamentos em um ambiente confortável e de muita amizade. A principal atração, entretanto, foi o animado coquetel de confraternização, realizado na noite do sábado (21), também na sede da entidade organizadora.

Durante o coquetel, além de usufruírem de ótima música, os criadores, seus familiares e amigos tiveram a oportunidade de desfrutar dos seletos produtos oferecidos pelos patrocinadores do evento, como a cerveja Stella Artois (Ambev), o

Boa música acompanhou o Coquetel dos Criadores.

uísque Johnnie Walker (Diageo) e a diferenciada carta de vinhos da Wine Stock. O evento paulistano recebeu também ampla veiculação na mídia. O Jornal da Pecuária, importante atração da programação do Ca-

O Coquetel dos Criadores movimentou a noite do sábado.

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Cem exemplares passaram pela pista de julgamento.

O andamento da raça esteve novamente em evidência.

nal Rural, realizou entrevista com o Presidente Mário Barbosa na semana que antecedeu a mostra. Já o Canal Terraviva exibiu matéria sobre o evento em seus telejornais Dia Dia Rural e Jornal Terraviva. Além disso, a exposição foi destaque em diversos portais, como Página Rural, Portal do Agronegócio e Mercado de Cavalos, além de publicações como a revista Horse e o jornal Cavaleiro News. A Exposição de São Paulo foi a terceira mostra da raça este ano. De acordo com a ABCCRM, outras 26 exposições movimentarão o calendário do cavalo de sela brasileiro nos próximos meses, com eventos ocorrendo nas cinco regiões do País. Cavaleiros aguardam o momento de se apresentarem.

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Galícia do Morro Agudo - Campeã Potranca Mirim

Alegria do Espinhaço - Campeã Potranca Menor

Pantera do Orgin (T.E.) - Campeã Potranca Pelagem Preta

Gabriela do Corumbau ( T.E.) - Campeã Potranca Maior

Universitário do EFI – Campeão Potro Mirim Pelagem Pampa

Uberlandia do EFI - Campeã Potra Mirim Pelagem Pampa

Tél Querida da S.L.G. - Campeã Potranca

Trilha do EFI (T.E.) - Campeã Potranca Pelagem Pampa

Bandoleiro CASS - Campeão Potro Mirim

Armani CASS (T.E.)- Campeão Potro

Fotos: Norberto Cândido.

2015

Fotos: Norberto Cândido.

Campeões da Exposição de São Paulo Gaio JRA - Campeão Potro Pelagem Pampa

Limeira RJF da Boa Vista - Campeã Égua Junior Pelagem Tordilha

Carioca ACF (T.E.) - Campeã Égua Jovem

Italiana da Malagueta - Campeã Égua

Victoria da Araxá (T.E.) - Campeã Égua Sênior

Suprema do EFI (T.E.) - Campeã de Andamento Égua Junior Geral

Jade do H.I.C. (T.E.) - Campeã Égua Junior Pelagem Preta

Chuva do HOP - Campeã Égua Pelagem Pampa

Harmonia J.F.. do BIÉ - Campeã Égua Senior de Andamento

Jureia JCMAF Campeã Égua Master


Quelé 3 P - Campeão Cavalo Junior

Eldorado do Corumbau (T.E.) - Campeão Cavalo Jovem

Jaguar J.F. - Campeão Cavalo de Andamento

Fandango RJF Boa Vista - Campeão Cavalo Master

Violino das Duas Águas - Campeão Cavalo Senior Pelagem Pampa

Kalunga do Urso Branco - Campeã Égua Master Pelagem Preta

Cacique ACF (T.E.) - Campeão Cavalo Jovem de Andamento

Bolero ACF (T.E.) - Campeão Cavalo

T.D. Triunfo da Uva Campeão Cavalo Castrado de Andamento

Fandango RJF Boa Vista - Campeão Cavalo Master de Andamento

Italiana da Malagueta - Campeã Égua de Andamento

Fotos: Norberto Cândido.

Fotos: Norberto Cândido.

Calais LFT - Campeã Égua Pelagem Preta

Chuva do HOP - Campeã Égua de Andamento Pelagem Pampa

Calais LFT - Campeã Égua de Andamento Pelagem Preta

Kalunga do Urso Branco - Campeã Égua Master de Andamento Pelagem Preta

Jureia JCMAF Campeã Égua Master de Andamento

Limeira RJF Boa Vista - Campeã Égua Junior de Andamento Pelagem Tordilha

Violino das Duas Águas - Campeão Cavalo Senior de Andamento Pelagem Pampa

Jade do H.I.C. (T.E.) - Campeã Égua Junior de Andamento Pelagem Preta

Fandango RJF Boa Vista-Campeão Cavalo Master de Andamento Pelagem Castanha

Eldorado do Corumbau (T.E.)-Campeão Cavalo Jovem de Andamento Pelagem Pampa

Fandango RJF Boa Vista - Campeão Cavalo Master Pelagem Castanha

Eldorado do Corumbau (T.E.) - Campeão Cavalo Jovem Pelagem Pampa

Quelé 3 P - Campeão Cavalo Junior de Andamento




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Por Pedro Rebouças

Copa Mangalarga de Andamento

Foto: Norberto Cândido.

E xposições

Evento conta com dez provas já agendadas. Foto: Norberto Cândido.

Considerada um dos principais eventos da raça, a Copa Mangalarga de Andamento terá este ano uma temporada muito movimentada. Afinal, o calendário desta tradicional competição mangalarguista conta com dez provas agendadas, sendo quatro etapas regionais e seis abertas, além da aguardada etapa final. Prevista para passar no decorrer deste ano pelos estados de Minas Gerais, Paraná, Bahia e São Paulo, a Copa de Andamento foi aberta oficialmente nos dias 13 e 14 de março, no Parque de Exposições Geraldo de Souza Ribeiro, com a realização da Etapa Aberta de Guaxupé (MG). A disputa, que retornou ao calendário da competição após dois anos de ausência, foi promovida pelo NúAs pelagens também estão em destaque na Copa 2015.

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Foto: Norberto Cândido.

cleo Sul de Minas e Média Mogiana. Já para este mês de abril duas provas estão agendadas: a Etapa Regional de Jaú (SP), promovida pelo Núcleo Mangalarga de Jaú e prevista para acontecer no dia 18 de abril, e a aguardada Etapa Aberta de Jundiaí, realizada pelo Núcleo Mangalarga de Jundiaí e Região (SP) e cuja programação se estenderá de 30 de abril até 2 de maio. Progressivo, cômodo e equilibrado Conhecido por sua aptidão como cavalo de sela, o Mangalarga tem como grande diferencial o seu andamento progressivo, equilibrado e cômodo. A Copa Mangalarga, por sua vez, foi criada justamente para valorizar essa marcante característica da raça. Nessa disputa, os animais concorrentes são avaliados em diversos quesitos, como: deslocamento (cobertura de rastro e progressão da passada), comodidade, sincronia e elegância da movimentação, ausência de movimentos parasitas e regularidade e disposição. Apesar de separados em classes diferentes, tanto machos como fêmeas participam da disputa. Este ano, seis categorias são destinadas às fêmeas: Égua Júnior (36 a 42 meses), Égua Jovem (42 a 54 meses), Égua (54 a 66 meses), Égua Sênior (66 a 96 meses),

Valorizar o andamento da raça é o principal objetivo da competição.

Égua Master (mais de 96 meses) e Égua de Pelagem (fêmeas de pelagem diferente da alazã com mais de 36 meses). Por sua vez, os machos contam com oito categorias: Cavalo Júnior (36 a 42 meses), Cavalo Jovem (42 a 54 meses), Cavalo (54 a 66 meses), Cavalo Sênior (66 a 96 meses), Cavalo Master (mais de 96 meses), Cavalo Castrado (machos com mais

de 36 meses), Cavalo de Pelagem (machos de pelagem diferente da alazã com mais de 36 meses) e Cavalo de Pelagem Castrado (machos de pelagem diferente da alazã com mais de 36 meses). Para obter mais informações visite o portal oficial da ABCCRM www.cavalomangalarga.com.br ou ligue para (11) 3866-9866.

Copa de Andamento 2015

Confira a agenda completa deste importante evento do Cavalo de Sela Brasileiro Etapa Aberta de Guaxupé (MG) 13 e 14 de março (já realizada)

Etapa Aberta de Jaú (SP) 05 a 07 de junho

Etapa Regional de Jaú (SP) - 25 de abril

Copa de São Sebastião da Grama (SP) 12 a 14 de junho

Etapa Aberta de Jundiaí (SP) 30 de abril a 02 de maio Etapa Regional de Jaú (SP) - 16 de maio Etapa Regional de Itapetinga (BA) 16 de maio Etapa Aberta de Londrina (PR) 28 a 31 de maio 40

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Etapa Regional de Bocaina (SP) 11 de julho Etapa Aberta de Orlândia (SP) 24 a 27 de junho Etapa Final de São Paulo (SP) 23 a 25 de outubro


P anorama M angalarga

Por Pedro Rebouças Foto: Arquivo Familiar.

Geraldo Diniz Junqueira Célebre criador manteve-se sempre como grande entusiasta do andamento e da função do cavalo Mangalarga Foto: Arquivo Familiar.

O Leilão Mangalargão foi um marco histórico para a raça.

As éguas Noruega, Granada, Siriema, Narceja II e Hiroshima estiveram entre os destaques do plantel. Foto: Norberto Cândido.

Geraldo Diniz Junqueira com o presidente daABCCRM Mário Barbosa.

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A comunidade mangalarguista perdeu no início deste ano um de seus mais notáveis e antigos criadores. Titular da Fazenda Boa Esperança, localizada na cidade de Orlândia (SP), o pioneiro Geraldo Diniz Junqueira faleceu na tarde de 22 de janeiro, no hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, aos 92 anos de idade. Nascido em 1922, na fazenda Boa Vista, Geraldo Diniz Junqueira passou a infância em Orlândia na fazenda com sua mãe Marieta e seu irmão Roberto, uma vez que seu pai Francisco Marcolino (Quico) morrera acidentalmente em uma caçada. Com 8 anos mudou-se para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro,

onde apurou o gosto pelas corridas de cavalos, pelos pedigrees e métodos de seleção objetivos, tomando consciência de que o cavalo de sela e esporte tem uma cultura mundial refinada muito além do nosso Brasil caboclo. Posteriormente, mudou-se para Piracicaba (SP), onde se formou engenheiro agrônomo na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). Casou-se em 22 de dezembro 1943 com sua prima Magdalena e foi morar definitivamente em Orlândia. Associado de número 234 da ABCCRM, iniciou sua criação em 28 de setembro de 1945 com éguas que recebeu de seu avô, o coronel Francisco Orlando, na Fazenda Mandu. Organizado, utilizou o alfabeto para nomear seus animais e abriu seu livro com a 01 Anistia, nascida em 05 de novembro de 1945, sua primeira crioula e que lhe trouxe mui-

ta alegria. Nesse período de quase 70 anos, criou a notável quantia de 1116 equinos da raça Mangalarga. Criador atento e dedicado, desde o princípio de sua criação teve em mente o seu cavalo ideal, planejou e praticamente atingiu o seu sonho quando criou Almanaque, que foi Campeão em São Paulo em 1974 e sagrou-se também Campeão Cavalo, Campeão Nacional e Campeão dos Campeões na Semana do Cavalo, promovida pela Comissão Coordenadora da Criação do Cavalo Nacional (CCCCN), em São Paulo, em 1976. Dentre os animais provenientes de sua seleção, destacaram-se também os machos Mandú, Níquel, Estanho Mangalarga, Defensor Mangalarga, Rigoni, Humaitá Mangalarga, Faveiro Mangalarga, Nairobi Mangalarga (pai dos garanhões Topázio JO e Regalo JO) e as éguas Narceja, Estampa, Iça

Puitã Mangalarga, além das Campeãs Nacionais Siriema, Noruega Mangalarga, Granada Mangalarga, Hiroshima Mangalarga e Narceja II Mangalarga. Esta lista conta ainda com Milonga Mangalarga, que vem se destacando na atualidade com expressivos resultados nas pistas de julgamento da raça.

Pioneirismo e empreendedorismo A vida de Geraldo Diniz Junqueira foi também uma vida dedicada a desenvolver a agropecuária brasileira, tendo plantado algodão em Orlândia e sendo um dos pioneiros na introdução da soja no cerrado brasileiro na década de 1970, hoje a cultura mais expressiva do país. Além disso, abriu fazendas em Mato Grosso do Sul, Tocantins e Pará, sempre usando o cavalo Mangalarga na lida com o gado, e atestando Revista Mangalarga • Abril/2015

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Foto: Arquivo Familiar.

P anorama M angalarga

O criador com o expoente de sua seleção Almanaque.

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1971, por sua iniciativa, foi feito durante a festa do Arroz, em Orlândia, o 1º Leilão Mangalarga. Em 1975, estimulou o presidente Alípio Pereira Marques de Oliveira a realizar o 1º Leilão Oficial da Raça Mangalarga. Em 1979, fez o primeiro leilão particular da raça, durante a inauguração do recinto da Água Funda. O Mangalargão (Leilão Mangalarga de Seleção) foi uma marca histórica, pois, a partir do seu sucesso, muitos outros se seguiram. Em julho de 2013, a Diretoria Executiva da ABCCRM promoveu Geraldo Diniz Junqueira completaria em setembro 70 anos de seleção da raça Mangalarga. Foto: Arquivo.

as qualidades que fizeram o Mangalarga ficar conhecido como o “Cavalo do Patrão e do Peão” e o “Cavalo de Sela Brasileiro”. Fundador da Carol (Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia), foi seu presidente por três gestões. Presidiu também a Usina Mandú, da qual foi um dos fundadores, e a OCESP (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo). Além disso, foi Secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, contribuindo, com seu dinamismo, para o desenvolvimento do agronegócio em território paulista. O ilustre criador foi ainda um adepto convicto do uso do Mangalarga, utilizando a raça inicialmente para a caçada ao veado e para o jogo de pólo e, mais tarde, para a lida com o gado e para acompanhar o trabalho e o manejo de suas propriedades agrícolas. Além disso, manteve-se sempre como um grande entusiasta da valorização do andamento e da função do cavalo Mangalarga. Geraldo Diniz Junqueira foi também um pioneiro na realização de leilões da raça Mangalarga. Em

uma bela homenagem ao criador com a realização do Concurso do Cavalo Completo. Realizada nas dependências da Fazenda Boa Esperança, essa diferenciada competição funcional seguiu o modelo do Coronel Edwin Day, incluindo três provas distintas: adestramento, cross country e marcha em estrada. No ano passado, por ocasião da 6ª Etapa Aberta da Copa de Andamento, Dr. Geraldo novamente abriu a porteira de sua histórica propriedade para receber a família Mangalarga. O evento, realizado em conjunto com a ABCCRM e com o Núcleo da Alta Mogiana, voltou a colocar a funcionalidade da raça em evidência, contando com a realização de uma disputa especial de cross country, o Concurso Magdalena Diniz Junqueira. Em memória a este destacado selecionador, cujo sepultamento ocorreu na manhã de 23 de janeiro, no Cemitério Municipal de Orlândia, a ABCCRM decretou luto oficial de três dias. (Com informações adicionais da obra Mangalarga Mangalarga, de autoria de Flávio Diniz Junqueira)


Evento teve como objetivo principal ressaltar as qualidades dos animais de um ponto de vista técnico, aperfeiçoando o olhar do criador para a identificação dos melhores atributos genéticos de sua tropa

Fotos: Núcleo Sul de Minas.

2º Simpósio do Núcleo Sul de Minas e Média Mogiana

Por Matriz da Comunicação (Assessoria de Imprensa)

Fotos: Núcleo Sul de Minas.

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O andamento da raça também mereceu a atenção dos presentes.

O presidente do Núcleo Luiz Henrique com o coordenador Eduardo Cintra.

João Quadros, Gabriel Junqueira de Andrade, Eduardo Cintra e João Tolezzano.

Evento reuniu 146 mangalarguistas.

A sensibilidade dos criadores de Mangalarga, aliada ao senso crítico para identificar animais diferenciados em seus plantéis, foram habilidades desenvolvidas em um evento técnico ocorrido no Sul de Minas Gerais: o 2º Simpósio dos Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga. Realizado na Fazenda da Onça, em

Guaranésia (MG), nos dias 20 e 21 de fevereiro, o evento foi organizado pelo Núcleo Mangalarga Sul de Minas e Média Mogiana, presidido por Luiz Henrique Souza Ribeiro, o Ninho, e contou com coordenação técnica de Eduardo Leite Cintra. “O evento entrou para a história da raça, pois superou plenamente todos

os objetivos traçados aliando teoria, prática, experiência e juventude na raça Mangalarga”, ressaltou Ninho, presidente do Núcleo. Segundo ele, o objetivo principal do Simpósio foi ensinar aos criadores da raça como enxergar com clareza as particularidades do seu animal, comparando-o dentro de seu plan-

Criadores acompanham o evento na Fazenda da Onça.

tel com outros exemplares para que possa apartar o melhor indivíduo. Além disso, também habilitar o criador para identificar se seu animal possui as características necessárias para se tornar um campeão. “Para auxiliar neste quesito, realizamos o feito inédito de reunir onze grandes campeões nacionais do Mangalarga

para apresentar aos criadores participantes e foi sensacional, pois nunca se viu tanta qualidade reunida em um único evento”, ressaltou Ninho, destacando que a docilidade dos animais foi confirmada no teste de sela, pois crianças, mulheres e visitantes puderam montar os campeões e aferir a qualidade de todos.

“Formatamos este encontro de tal forma que conseguimos resumir de maneira sucinta aos presentes quais são os principais quesitos pertinentes ao tripé do Mangalarga: genética, morfologia e funcionalidade, chegando ao objetivo de demonstrar, na prática, como se realiza uma seleção”, exemplifica Eduardo Cintra, responsável técnico pelo evento. Cintra conta que o Simpósio reuniu muitos criadores novos e antigos, possibilitando um intercâmbio de ideias e conhecimentos valiosíssimos entre as gerações que fomentam a raça. “Foi uma ocasião singular de realização de debates abertos entre criadores, de forma construtiva e não competitiva, aonde uns ouviram as opiniões dos outros, possibilitando mostrar que a criação de equinos não deve ser um ambiente puro de competição, mas sim, de harmonia e de valorização do animal”, ele comenta entusiasmado.

Participantes analisam exemplar da raça.

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Fotos: Núcleo Sul de Minas.

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Os criadores Antônio Carlos Ferreira e Luiz Patriota.

A comunidade mangalarguista prestigiou o evento.

Metodologia A responsável pela parte social do evento, Heloísa Freitas, contou que o Simpósio promoveu palestras técnicas – conduzidas por Eduardo Cintra, João da Silva Quadros e João Tolesano Junior - e julgamentos simulados, conduzidos pelos criadores, com a supervisão dos juízes e técnicos. Em um dos momentos, os animais foram divididos em dois grupos de cinco potras e cinco éguas. Com base nos conhecimentos adquiridos, os criadores indicavam quais seriam os exemplares que se destacavam nos grupos. E a sinergia foi tamanha que todos os exemplares e diferenciais destacados pelos presentes eram os mesmos apontados, posteriormente, pelos juízes. “Em toda minha vida de criadora e apaixonada por cavalos, ainda não havia visto na raça, um ambiente tão leve e agradável, com participantes interessados em aprender; criadores de todos os perfis, grandes, médios ou pequenos, iniciantes ou veteranos, propiciando um ambiente extrema-

mente harmonioso e respeitoso”, destacou Heloísa. Participaram do simpósio 146 criadores vindos dos Estados de Santa Catarina, Paraná, Bahia, Goiás, e em São Paulo, de regiões como Vale do Paraíba, São José do Rio Preto, Campinas, Ribeirão Preto e Sorocaba. “A eficiência na identificação dos melhores genótipos está diretamente relacionada à clareza no direcionamento de seleção adotada pelos criadores da raça”, finalizou João

Quadros, membro do quadro de jurados e do quadro técnico da ABCCRM, que conduziu a palestra sobre o tema “Melhoramento Genético de Equinos”. De acordo com o Núcleo Sul de Minas e Média Mogiana, o 3º Simpósio já tem data programada: o primeiro final de semana após o feriado de Carnaval do ano 2016. Informações adicionais podem ser obtidas com a criadora Heloísa Freitas pelos e-mails hmlf@uol.com.br e nucleomangalarga@veloxmail.com.br. (Com informações da Matriz da Comunicação Assessoria de Imprensa) A programação incluiu momentos de confraternização.

Evento contou com a participação de 11 Grandes Campeões.

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Por Pedro Rebouças

Fotos: Norberto Cândido.

Nova Diretoria Executiva Mário Barbosa e seus diretores guiarão os rumos da raça nos próximos três anos

Mário Barbosa estará à frente da raça por mais três anos.

Primeira reunião aconteceu no dia 6 de janeiro.

A nova Diretoria Executiva da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) tomou posse oficialmente no dia 6 de janeiro. A primeira reunião dos novos gestores ocorreu na sede da entidade, no Parque da Água Branca, em São Paulo (SP). Na ocasião, os dirigentes deliberaram sobre a composição da nova Diretoria Adjunta e estabeleceram as principais metas para o triênio que está começando. Eleita em Assembleia Geral realizada no dia 1º de dezembro, a Diretoria Executiva está composta da seguinte forma: Mário A. Barbosa Neto (Diretor Presidente), Renato Diniz Junqueira (Vice-Presidente Administrativo Financeiro), Eduardo Henrique Souza de França (Vice-Presidente de Marketing), Gabriel Francisco Junqueira de Andrade (Vice-Presidente Técnico), Flávio Diniz Junqueira (Vice-Presidente

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de Fomento), João Pacheco Galvão de França (Vice-Presidente de Exposições e Esporte) e Armando Raucci (Vice-Presidente de Relações Institucionais). Por sua vez, a nova Diretoria Adjunta ficou definida da seguinte maneira: Diretores Jurídicos: Antonio Carlos Pestili Fonseca, Pedro Amaral Salles e Renato Tardioli Lucio de

Lima; Diretor de Fomento: Danton Guttemberg de Andrade Filho; Diretores de Exposição: Guilherme Pompeu Piza Saad e José Lamartine Moreira Cintra Filho; Diretor de Pelagem: Jeferson Ferreira Jardim; Diretores de Marketing: Antonio Carlos Soares Luna e João Luis Ribeiro Frugis; Diretor de Núcleo: Luiz Alberto Patriota de Araujo Costa; Diretora Social: Natalia Maria Cury Lois e Diretor Técnico: Lourenço de Almeida Botelho. Também no dia 6 de janeiro, ocorreu a primeira reunião do novo Conselho Deliberativo Técnico da ABCCRM. O órgão será composto neste triênio (2015-2017) por seis técnicos (Luiz Alberto Patriota de Araújo Costa, Marcelo Leite Vasco de Toledo, Marcos Sampaio de Almeida Prado, Maria Aracy Tavares de Oliva, Paulo Lenzi Souza Leite e Sérgio Diniz Junqueira) e por três criadores (José Luiz Prandini, Rodnei Pereira Leme e Roque Carlos Nogueira).

Conselho Deliberativo Técnico também iniciou seus trabalhos.


E spaço T écnico - E quitação

As cinco rédeas da equitação (Parte I)

Se quisermos mais precisão nos movimentos do cavalo temos que saber diferenciar e saber acionar cada umas dessas cinco rédeas Nesta altura os leitores da Revista Mangalarga podem estar se perguntando, mas este assunto das rédeas nunca acaba? De fato, três edições atrás escrevi “A Questão das Rédeas no Mangalarga”. Depois, na outra edição, escrevi “Mais um Pouco de Adequação nas Rédeas” e agora “As Cinco Rédeas da Equitação”. Na verdade ainda se poderia falar muito sobre rédeas. A Equitação tem aproximadamente seis mil anos e, nesse tempo todo, muita coisa se descobriu e se desenvolveu sobre o uso das rédeas. Desta feita farei só uma introdução ao assunto das cinco rédeas da Equitação. No próximo artigo completarei este tema. Entre as outras possibilidades de temas abordando rédeas teríamos “Rédeas Auxiliares”. E o que são rédeas auxiliares? Não são rédeas de comando e sim rédeas que auxiliam no posicionamento da cabeça do cavalo ou na prevenção e na correção de problemas. Mas em princípio todo bom cavaleiro e todos os cavalos bem iniciados dispensam as rédeas auxiliares. Então vamos direto ao assunto deste artigo, isto é, às cinco rédeas da Equitação. Origem das cinco rédeas Mas de onde vem esse negócio de cinco rédeas? Vem da Equitação Acadêmica, que é uma Equitação mais elaborada, estudada e desenvolvida em escolas, nas famosas academias de Equitação surgidas desde o renascimento na Europa.

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Provavelmente vocês conhecem ou já ouviram falar de quatro rédeas ao mesmo tempo, não é? Duas do bridão e duas do freio. Mas cinco rédeas? As rédeas não deveriam ser sempre em número par? Sim, deveriam e devem ser par. Então? Talvez muitos leitores nunca tenham ouvido nada sobre isso, sobre cinco rédeas. Pois é, mas este assunto existe sim, só que na verdade não são cinco rédeas propriamente ditas e sim cinco ações de rédea, cinco campos de ação onde cada rédea pode agir, cinco direcionamentos da pressão nas rédeas e, consequentemente, cinco diferentes efeitos das ações das rédeas sobre o cavalo. Na prática e resumidamente se acaba usando só a expressão cinco rédeas, porém na realidade estamos nos referindo aos cinco campos de ação das rédeas. É bom que se diga, entretanto, que essa teoria dos campos de ação está baseada na explicação para cada rédea individualmente.

Ela foi pensada para orientar e definir o direcionamento da pressão em uma rédea, seja ela direita ou esquerda, pois serve para as duas, mas sempre se refere só a uma delas. Ok? Sendo assim, então não poderiam ser seis, sete ou mais rédeas? Até que poderiam sim, mas se cinco já é uma quantidade bem difícil para um leigo compreender e, principalmente, saber empregar corretamente, imaginem se formos falar em mais campos de ação. Além disso, cinco são os mais conhecidos, os mais diferenciados, os mais claros. São os cinco campos que são clássicos na Equitação Acadêmica. Então vamos lá, mãos à obra, ou melhor, mãos às rédeas. As duas rédeas básicas, direta e rédea contrária O usual, na Equitação não Acadêmica, é falar apenas em rédea de fora e rédea de dentro. É mais fácil para o leigo entender. De fora seria a rédea do lado externo da encurvação do cavalo ou, melhor ainda, do lado de fora da curva do caminho a ser seguido. De dentro, como é óbvio, o lado oposto. Mas se fala também em rédea aberta e rédea fechada. Neste último caso pode significar rédeas separadas e rédeas unidas, esquerda com direita. Aberta e fechada também podem significar campo de direcionamento da pressão nas rédeas. Aberta seria quando o sentido da pressão na rédea não cruza a coluna do cavalo, como é usual em Atrelagem com um só animal. Todavia para

algumas pessoas fechada também significa segurar as duas rédeas em uma só mão, enquanto que aberta seria cada rédea segurada individualmente, a rédea direita na mão direita e a esquerda na mão esquerda. Vejam quantos significados para as mesmas palavras. Que confusão, não é? Para não dar margem a confusões de interpretação é que a Equitação Acadêmica, que é mais erudita, criou os termos específicos de rédea direta e de rédea contrária (indireta). Direta é quando o direcionamento da pressão nas rédeas não cruza a coluna do cavalo e contrária é quando cruza. Simplesmente isso. Mas dito de outra forma, direta é quando você aciona a rédea de um lado do cavalo e a direção do acionamento é para o mesmo lado. Contrária é quando você aciona de um lado, mas a direção do acionamento é para o outro lado do cavalo. Para fazer curvas usando rédea direta, tratando-se de um cavaleiro não muito habilidoso, ela só pode ser acionada se quem monta empregar as duas mãos nas rédeas, uma em cada rédea, isto é, segurar a direita na mão direita e a esquerda na mão esquerda. Já a rédea contrária tanto pode ser acionada se empregarmos individualizadamente uma mão em cada rédea, bem como também as duas rédeas juntas em uma só mão. A contrária, que o gaúcho chama de fechada, é praticamente a única rédea que a tradição gauchesca conhece e utiliza no cavalo de sela, desde a primeira montada. É uma ação melhor, com menos “efeitos colaterais” como veremos no próximo artigo. Mas é também mais difícil para o cavalo compreender e responder bem certo. Daí a contrária exigir muito mais tempo de treino. Daí também as pessoas que não usam as duas ações de rédeas, direta e contrária (uma de cada vez), levarem mais tempo para ter um cavalo bom na rédea contrária. A direta prepara para a contrária, mas é preciso saber as técnicas de como fazer esta transição e isso pouca gente sabe. Sem a devida técnica

costumam levar muito tempo para terem um cavalo bom na rédea contrária ou, como se diz na Equitação rural, na rédea de fora. Mas quando é que um cavalo responde bem na rédea contrária? Quando a resposta vem fluída, leve e fácil, sem botar o focinho para lado contrário da direção aplicada na rédea acionada. Explicando de outra forma, se a curva é para um determinado lado o cavalo não deve colocar o focinho para o lado oposto. Como se diz em boa Equitação, numa curva quem está montado sempre deve enxergar o olho de dentro e não o olho de fora do cavalo. Isso de na curva enxergarmos o olho de dentro do cavalo acontece sempre com a rédea direta e deve acontecer também com a contrária, mas nesta é preciso mais técnica e mais tempo para acontecer. E por que se deve enxergar o olho de dentro do cavalo? Ora, porque assim significa que o cavalo está com a cabeça posicionada de forma a poder enxergar onde pisa e aonde vai. Simples e óbvio, não é? Subdivisões da direta e da contrária A coisa começa complicar quando a Equitação Acadêmica subdivide a rédea direta em duas rédeas, isto é, em dois campos de ação da rédea direta, ou seja, na rédea direta de abertura e na rédea direta de oposição. Complica mais ainda quando subdivide a rédea contrária em três rédeas, isto é, em três campos de ação da rédea contrária, ou seja, contrária de apoio, contrária de oposição e contrária intermediária. Pra que serve tudo isso? Se quisermos mais precisão nos movimentos do cavalo temos que saber diferenciar e saber acionar cada umas dessas cinco rédeas. Em outras palavras, precisamos saber o campo de ação de cada uma e saber escolher quando é melhor uma do que a outra. Sim porque cada uma tem um efeito no cavalo, cada uma determina um movimento diferente da outra. Conhecer a denominação dessas cinco rédeas, bem como

o campo de ação de cada uma, também permite nos explicarmos melhor. Numa aula, por exemplo, permite que expliquemos com detalhes, qual ajuda de mão é melhor e mais apropriada para determinado movimento. Se falarmos simplesmente em rédea de dentro e rédea de fora, muitas vezes, não conseguimos nos fazer entender direito. Não conseguimos a precisão desejada e às vezes nem o movimento desejado. A Equitação Acadêmica é um misto de arte com ciência. Mas esse assunto dos cinco campos de ação das rédeas não é muito fácil. Por isso talvez não seja bom abordá-lo todo de uma só vez. Primeiro gostaria que vocês assimilassem bem o conceito e a diferença entre rédea contrária e rédea direta. Uma coisa que já posso adiantar é que essas duas ações, direta e contrária, não casam, não combinam, se forem acionadas as rédeas esquerda e direita para o mesmo lado, ao mesmo tempo e na mesma intensidade. Se vocês estiverem com a rédea direita na mão direita e a esquerda na mão esquerda, não é uma boa técnica acionar, ao mesmo tempo e na mesma intensidade, a rédea direita com ação direta e a esquerda com ação contrária, muito embora os dois direcionamentos sejam para o mesmo lado. Se vocês lembrarem que esse não é um bom acordo de ajudas já será um grande avanço nas vossas equitações. No próximo artigo discutiremos em detalhes os campos de ação de cada uma das subdivisões, bem como as vantagens e os “efeitos colaterais” de cada uma delas. Até a próxima cavaleiros. Pé no estribo e mãos nas rédeas. Cordialmente. Por Sergio L. Beck* *O autor desta matéria, além de treinador e instrutor, é também autor do livro “Manual de Gerenciamento Equestre”. Contatos: sbeckequinos@yahoo.com. br, (41) 9953-0317 Tim e (48) 91627185 Vivo. Revista Mangalarga • Abril/2015

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Melhoramento e Condições de Criação – Seleção Racial Série de artigos sobre a importância da genética para a reprodução equina, de autoria do criador Otávio Henrique Zeraik Melo Bueno, prossegue nesta edição abordando o tema da Seleção Racial. O melhoramento genético de uma determinada raça vale mais pelos ascendentes de sua família de que descendem, e nunca pela ração especial e ou “anabolizantes” que alguns criadores sistematicamente utilizam em seus produtos, mascarando o conceito real do que se entende por “Precocidade”, demonstrando um crescimento artificialmente estimulado, que não representa as reais características genéticas de Herdabilidade ou Hereditariedade. Precocidade: De uma maneira geral, pode ser definido como sendo um animal que “chega mais cedo à idade adulta”, ou seja, é o animal que completa seu esqueleto, tronco, membros e dentição mais cedo em relação à média da raça, característica genéticas de combinações dos genes de seus ancestrais. Assim por exemplo, em uma determinada raça de cavalos, verifica-se que a média de idade para se atingir a fase adulta é de 4 (quatro) anos, e dentro desta mesma raça temos uma determinada linhagem que aos 3 (três) anos atingiu tamanho e estrutura de animal adulto, então podemos mencionar que este acasalamento produz animais Precoces. SELEÇÃO RACIAL: Por definição é a reprodução de indivíduos da mesma raça, sendo melhorada por si mesma, isto é , sem intervenção alguma de outra raça. Dr. Willian Jones, em sua bibliografia, Genética e Criação de Cavalos, com muita propriedade nos lembra: ”A seleção não criará novos genes nem fará com que os genes se

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modifiquem ou sofram mutação. Tudo que a seleção faz, é modificar a frequência de genes em uma população.” É oportuno lembrar que um Zootecnista Americano, em 1913, em suas pesquisas e estudos, postulou o seguinte: EXISTEM TRÊS LEIS QUE GOVERNAM O MELHORAMENTO GENÉTICO, QUE PODEM SER CONSIDERADAS FUNDAMENTAIS: 1ª LEI - A Lei que diz que SEMELHANTES geram SEMELHANTES. (1º os Semelhantes Genotípicos , e se possível Fenotípicos). 2ª LEI - A Lei ou Princípio Geral da Variação. Tem o mesmo significado do “Desvio Padrão“, que mede a variação dos descendentes, em relação à média de uma determinada característica de uma manada ou rebanho, escolhida pelo criador. Quanto mais homogênea forem as características de uma população, menor será o desvio padrão, e ao contrário, quanto mais heterogênea for, maior será o desvio padrão. O valor do desvio padrão pode ser determinado por várias características que se deseja preservar, atribuindo para isto uma variável numérica para análise, em uma criação de animais de raça, para que possamos tomar decisões com mais fundamentação, na seleção. 3ª LEI - A Lei ou Princípio do ATAVISMO: Que significa o reapa-

recimento em um Descendente, de um Caractere não presente em seus ascendentes nas Primeiras Gerações, mas sim nas outras subsequentes, dependendo da Frequência da Consanguinidade. (ref. bibliog. Octavio Domingues – Reprodução e Multiplicação Dirigida) Se obedecermos a 1a Lei do Melhoramento Genético, a 2a Lei e a 3a são consequências da primeira. Isto é o resultado da aplicação da “Lei Des Semblantes”, da velha Zootecnia Francesa, Lei que recomendava acasalar animais semelhantes, para obter descendentes semelhantes, e que deve ser interpretada como acasalamento de Genótipos Semelhantes, e não necessariamente de Fenótipos Semelhantes. É o acasalamento de animais que se mostram com mais caracterização racial, tendo como finalidade obter descendentes com mais pureza racial, e quanto mais homogênea, maior a probabilidade de se obter bons resultados. Observem que a 3ª Lei do Melhoramento Genético, conhecido como princípio geral do ATAVISMO, nada mais é do que MENDEL já tinha descoberto em suas experiências com plantas, quando definiu as características DOMINANTES e RECESSIVAS. Estas três Leis do Melhoramento Genético, bem compreendido, apesar de ser editada em 1913, é muito atual, pois está baseada no Principio da Transmissão Genética descoberto por MENDEL, indicando com isso a importância dos ancestrais

que compõem a genealogia do animal, que irá auxiliar o criador, na tomada de decisões de seus estudos, para acasalamentos futuros. CONSANGUINIDADE: A reprodução entre parentes ou de indivíduos da mesma família, possuindo antepassados comuns, é o processo de acasalar os “genotipos”, o mais semelhantes possíveis entre si. Assim a “bagagem genética” do Pai, Mãe, Avô, Avó, Bisavô, Bisavó e assim sucessivamente devem ser mais semelhantes do que se não se tratasse de parentes “afastados”. As consequências desse método, utilizado na reprodução podem assim ser consideradas: • Aumentar a homozigoze, fazendo a uniformização da Manada ou Rebanho, podendo eliminar os animais fora do padrão racial a que se pretende atingir como meta de criação. • Coloca à mostra os caracteres recessivos, (podendo apresentar defeitos genéticos, ou fixação de genética superior), de que por outro método, não seria possível identificar. Aparecimento de Genes Letais, chamado também de Depressão Consanguínea. • Neste processo formam-se famílias, dentro da raça, sendo possível eliminar aquelas inferiores ou indesejáveis. • Provoca Prepotência Racial, com o aproveitamento de certo ancestral excepcional, encontrado na raça, fixando suas características. Por outro lado, a consanguinidade coloca a “descoberto“ os genes recessivos deletérios – defeituosos, de que de outro modo não apareceriam. Assim seus efeitos são geralmente temidos e perigosos de serem usados, procurando alguns técnicos e criadores evitá-los o máximo possível. Porém, quando o objetivo de uma criação em especial é manter

as características de um determinado ancestral, animal excepcional, o método recomendado é o da Consanguinidade, podendo ser forte ou moderada. Com isso duplicam-se alguns ancestrais importantes presentes na Linha Paterna e Materna, como as fêmeas importantes que definiram uma linhagem, transmitindo seus genes de forma consistente e duradoura, a seus descendentes, e estes por sua vez dão continuidade na formação de uma raça ou linhagem de animais de alta qualidade. A posição mais favorável para fixarmos as características de um animal raçador é quando está situado na 4ª e 5ª geração e na verticalidade, dependendo também da frequência que aparece no Pedigree. MARCEL BOUSSAC criador francês do Puro Sangue Inglês teve grande resultado utilizando da consanguinidade direta, senão vejamos: Criou uma égua de nome CORANATION, sendo filha de DJEBEL e da égua ESMERALDA. Seu pai por sua vez era filho de TOURBILLON, com a égua LOYKA, sendo que sua mãe era filha também de TOURBILLON com a égua SANSA. Portanto era consanguínea na 3a Geração com o reprodutor TOURBILLON, apresentando 50% de percentual desse ancestral. Essa égua ganhou o grande Prêmio do Arco do Triunfo dos 2.400 metros em 09 de outubro de 1949, com 28 competidores e vantagem de 4 corpos. (Consanguinidade entre Meio-Irmãos Paternos ou Maternos dando percentual de 50% ). Observem que neste caso, TOURBILLON está na 3ª geração em linha, na verticalidade. TOURBILLON era descende da famosa égua FRIZETTE, que foi a égua base da criação de cavalos de corrida mundial utilizada por MARCEL BOUSSAC. Outro criador e treinador de cavalos Puro-Sangue foi FREDERICO TÉSIO, que indo aos leilões na cidade de NEWMARKET localizada na INGLATERRA, em dezem-

bro de 1915, comprou uma égua de 5 (cinco) anos de nome CATNIP, porém não apresentava bons resultados em corridas, mas observou a qualidade de seu Pedigree, pois em sua ascendência, tinha o cavalo SPEARMINT ganhador do Derby em 1906 e da égua SIBOLA, que foi vencedora do grande prêmio em 1899. Comprou a CATNIP, por uma quantia de apenas 82,00 da moeda à época. Essa égua na mão de TÉSIO mostrou que foi uma grande matriz produzindo animais expoentes de corrida como: NESIOTE, NERI DI BICCI, NOMELINA e NOGARA. Esta última, ao ser acasalada com PHAROS, produziu o famoso NEARCO, nascendo em janeiro de 1935. Com apenas dois anos ganhou 7 (sete) provas, tornando-se invicto, sendo o potro mais comentado na ITÁLIA. Mais tarde foi ao Grand Prix de Paris, em Longchamp, para correr 3.000 metros. Estavam neste páreo animais expoentes que já tinham ganho o Derby da França, porém TESIO acreditava que NEARCO era um cavalo dotado de grande velocidade. Outro cavalo que iria competir com NEARCO era o URSONE que já tinha sido ganhador de 7 (sete) corridas de 3.000 (três mil metros). Porém no dia da corrida, NEARCO brincou com o cavalo URSONE, e nos últimos 1.200 (um mil e duzentos metros) despachou seu concorrente, ganhando assim o Grand Premio. Em apenas alguns dias, NEARCO foi vendido por 60.000,00 correspondente a um percentual a mais, que FREDERICO TESIO tinha pago por sua AVÓ CATNIP em 73.070,73 % , ou seja, 731,7073 a mais, sendo que esta venda foi comentada por toda a Europa. Como se observa, TESIO costumava criar animais de grande qualidade para corrida, com animais “médios“, pois observava os Pedigrees. Deve ser lembrado que a Consanguinidade obedece à mesma “regra da genética”, que dos cruzamentos não consanguíneos. Esta prática sendo “moderada e metóRevista Mangalarga • Abril/2015

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E spaço T écnico - G enética dica” é importante para conservar e formar famílias de grande prepotência racial, para evitarmos o chamado “Dano Consanguíneo”, como Redução de Tamanho, Perda de Fertilidade, Vigor Físico e outros efeitos. Utilizando-se um ancestral comum que aparece como sendo, Pai de Machos e ou de Fêmeas, nas gerações “afastadas” por exemplo, na 4a e 5a geração, como se pode verificar pelas observações do Americano Charles Leicester, e Donald Hens, deste que os animais não são sejam portadores de Genes Letais, os melhores resultados foram utilizando a Consanguinidade, na 4a geração e 5ª geração na vertical (significa que o(s) ancestral(is) que se deseja preservar está(ão) na mesma geração). Recordarmos as experiências feitas por Mendel, quando definiu as características Dominantes e Recessivas. Um determinado caractere que estava oculto aparece em outra geração. Ou seja, o Princípio da Transmissão Genética depende dos ancestrais que compõem a genealogia do animal, assim sendo, “aquilo que não estamos vendo” é responsável pela transmissão de determinadas características genéticas. Sucede que, na situação que na maioria dos casos que se encontra o criador de animais de raça, o contato visual fica restrito somente aos Pais, e nesta situação, faz o criador tomar decisões de forma equivocada, nos futuros acasalamento. É comum um criador comentar que um cavalo não foi um grande Pai, mas, um grande Avô. Seu José Osvaldo Junqueira nos dizia que o CHAPÉU JO, não foi um grande Reprodutor, como o GIGANTE JO, pela sua beleza e expressão, mas foi um grande Avô, como por exemplo, foi pai de GAZELA JO, uma das éguas importantes no criatório JO, e de outras fêmeas de grande qualidade. Observem a correlação dos criadores de animais de raça com as experiências que MENDEL tinha descoberto, quando definiu as

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características DOMINANTES e RECESSIVAS. Para fixação das características de um determinado ancestral superior, é importante na criação de animais de raça acasalar indivíduos que tenham o ancestral que se deseja preservar, situados na 3ª (meios–irmãos) na 4a e 5ª geração, e se possível, que estejam principalmente em linha (na vertical ou na mesma geração). Assim, o ancestral comum, (podendo ser também mais outro animal), e que deverá(ão) estar na vertical situado na 3ª geração e seguintes. Demonstraremos que esta estrutura de Pedigree aumenta em mais de 30% a probabilidade do novo ser apresentar genes do ancestral utilizado em consanguinidade, e como consequência, terá os caracteres desse animal. São os casos dos acasalamentos de Meios-Irmãos, com cavalo ABSINTO SM. Seu Pedigree mostra, que seus pais eram filhos de COLORADO 1912. A égua PRINCESA JML tem como ancestral comum na verticalidade TURBANTE JO, e como consequência em PLUMA SM, como Avô Paterno e Materno. A égua CARRARA VAT é filha de meios-irmãos, sendo seus Pais, filhos(as) de LUIZA JO. Lembrando que LUIZA JO, é filha e neta de TURBANTE JO, portanto fortemente consanguínea também em PLUMA SM, assim sendo, LUIZA JO assegurou a qualidade de seus ancestrais na reprodução, a seus descendentes. Na Irlanda do Sul, conhecido como o País da terra de criação de cavalos de corridas, assim explicou certa vez Raymond Smith, além de passar suas horas, estudando Pedigree dos animais, que só iria examiná-los, se gostasse de sua genealogia, mas salientava: “Qualquer bom conhecedor de cavalos descobre rapidamente os defeitos de aprumo de um potro; difícil é perceber as qualidades morais do animal, e se são corretos e que podem fazer a diferença.” Boa parte de seu tempo, exa-

minava com minúcias a expressão do animal, atitudes externas em seus olhos, pois como dizem, são eles o espelho da alma: somente as experiências e os erros de avaliação cometidos no passado, e a convivência diária com os animais, faz você dar importância a esses detalhes. “Ivor Herbert e outros à época, eram unânimes em que um animal deveria ter em bela cabeça, seca, olhos redondos, e com ampla abertura entre eles, e ser forte.” AS FAMÍLIAS : Antes de mencionarmos a importância das famílias, é importante definirmos a diferença entre Genética e Linhagem. Genética é uma área da Biologia, Medicina ou outras áreas especialidades e relacionadas, que estudam as Leis que regem a transmissão dos caracteres hereditários nos indivíduos e as propriedades que asseguram essa característica de transmissibilidade. Linhagem, por sua vez, estuda a genealogia, a geração, a estirpe, sua origem, sua descendência, o grau de parentesco do indivíduo. Assim sendo, toda manada ou rebanho que atingiu certo grau de melhoramento genético, (melhoramento em determinadas características de que se deseja preservar, sendo esta de importância fundamental para perpetuidade da raça), pelo processo de reprodução consanguínea, formam naturalmente uma “família” e na maioria dos casos se detalharmos bem os Pedigrees dos animais, veremos que existiu uma fêmea que a partir dela formou-se os reprodutores, e várias outras fêmeas com acasalamentos com outros reprodutores, mas ela foi quem definiu, por assim dizer a “origem da família”, confirmando assim que os cientistas já postulavam a respeito da influencia do cromossomo X , mencionado no inicio deste trabalho. Assim sendo, utilizar da consanguidade, devemos perseguir as fêmeas importantes que definiram uma determinada Linhagem. O criador verifica que dentro

CROMATINA VÃO DAR ORIGEM AOS CROMOSSOMOS DO MACHO NA FORMA DE ( X ;Y ) E NA FEMEA ( X ; X ) - DNA. PROCESSO

DA

MEIOSE

FECUNDACÃO : VOLTA A CELULA DIPLÓIDE

de uma população formaram-se famílias e umas se mostraram melhores do que outras, por possuírem maior caracterização racial, morfologia, temperamento, vivacidade e outros atributos levados para seleção. Assim, com a formação dessas famílias, é importante fazer acasalamentos entre si, de modo a promover a continuidade e melhoramento da Manada ou Rebanho. O prof. Dr. Willian Jones, com muita propriedade, menciona: “Misturar as famílias pode ser comparado como misturar o “leite desnatado” com o “creme de leite”. No primeiro momento, mistura-se os dois produtos, e no segundo momento (segundo acasalamento), volta para a “família” de que se deseja preservar, podendo ser a do “creme de leite” ou do “leite desnatado”. Esta metodologia poderá ser usada pelo criador por algumas gerações, desde que se tenha um bom

conhecimento do potencial genético da população de sua Manada ou Rebanho. Com esta recomendação, dentro de uma criação de animais de raça, é importante constituírem de famílias, e não apenas de uma. As escolhas dos animais, além de apresentar bom aspecto morfológico, devem pertencer a boa família, dando melhoramento aos “retrocruzamentos”, com as famílias formadoras. Às vezes um animal “médio”, mas de boa família, terá maior chance de transmissão genética de qualidade, tendo maior probabilidade nos acasalamentos, com resultados aceitáveis e às vezes surpreendentes, do que um outro animal de família desconhecida e sem representatividade para a raça . A Consanguinidade, na qual o que se pretende “é conservar os ancestrais importantes”, multiplicando-se o número de descendentes, mantendo a semelhança, após várias gerações, mesmo depois que o ancestral

que se pretende fixar, desapareceu, perpetuando assim as altas qualidades zootécnicas daquele (la). Assim sendo, no melhoramento de uma Manada ou Rebanho de uma raça devemos utilizar sem receio de cruzamentos consanguíneos, observadas estas recomendações: formar famílias e eleger as de maior eficiência e caracterização racial; fazer cruzamentos entre estas famílias; escolher para reprodução, não apenas os melhores morfologicamente, mas além disso, os que pertencem às grandes famílias; não insistir muito na consanguinidade por gerações repetidas em uma mesma família, sendo perfeitamente correto buscar “material genético de fora” mas que além de ser “morfologicamente perfeito” também que seja de boa família. Somente com este procedimento (a Consanguinidade – “Moderada“ ou “Direta”) poderemos obter animais com grande prepotência racial. Revista Mangalarga • Abril/2015

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E spaço T écnico - M ercado

www.harasgermana.com.br

Outro dia soube que um grupo de alunos de Medicina Veterinária de uma determinada instituição entrou com um processo contra um dos professores por maus tratos aos animais em aula. Segundo consta, a aula era sobre vacinação em bovinos (como vacinar, vias de aplicação, como manusear a pistola, como colocar o gado no tronco, etc.). A aula prática na fazenda foi palco de revolta pois segundo o grupo de alunos, o professor estava expondo os animais sem necessidade, além de “ferir” os mesmos com a agulha. Conheço o professor, sei que nada disso aconteceu, sabemos todos do manejo de tronco (barulhos, etc), que para um cidadão jovem urbano pode mesmo parecer um estardalhaço. Para encurtar um longo caso: a faculdade proibiu aulas práticas utilizando qualquer tipo de animal. Significa então que alunos de medicina veterinária deverão saber tudo de vacina sem nunca terem sequer colocado uma cabeça de boi no tronco, ou que deverão curar cavalos de cólica sem terem nunca passado uma sonda ou apli-

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cado um soro. Tudo virtual, tudo na teoria, tudo “pra inglês ver”, como diria meu avô. Em contrapartida, devem cumprir o estágio obrigatório no final do curso. São 340, 360 horas de estágio. E neste estágio, aí sim aplica-se injeção, passa-se sonda, coloca-se pito. E passa-se vergonha também, porque é praticamente impossível de se aprender tudo isto em 360 horas, pois não praticaram isto na faculdade, onde deveriam fazer. Se o aluno foi como muitos que conhecemos, e procurou andar com gente do cavalo ou do boi, ou do bicho que gostar, pode ainda levar uma sorte de pelo menos já ter visto a realidade prática como é. Mas, se não fez isso, ou se não sabe ainda o que quer, está enrolado mesmo. O tema “bem estar” é complexo. Sem dúvida um prato cheio pra quem quer ter confusão. Se no aprendizado do oficio de médico veterinário a escola não ensina as manipulações “na real”, que profissional estamos formando? Como este profissional sabe o que é bem estar animal se vive no mundo virtual enquanto está

aprendendo? Trazendo para o mundo do treinamento do cavalo, o que é montar? O que é domar? Como ter uma cartilha congelada, como controlar os aspectos de bem estar animal, se o que é violência para uns não é para outros? Agora, neste momento, quem está controlando alguém que deva estar batendo em um cavalo? Ou um proprietário que dá 8, 9, 10 kgs de ração, ou outro que dá um chocolate por dia para seu cavalo? Bem estar animal é sinônimo de violência? Chocolate pode violentar um cavalo… Muita comida também… Quantos cavalos lindos, de pêlo brilhando, estão doentes, obesos? Mas o veterinário virtual consegue saber sobre saúde e obesidade? Provavelmente não, e por isso a beleza vira saúde… Fato é que o criador, o treinador, o domador, o profissional do cavalo deve se policiar mais. Um telefone celular pode fazer um estrago se com a câmera ligada. Mas o estrago não foi causado por ela, mas sim pelas pessoas. Não estou aqui defendendo lado algum. A onda do bem estar animal é saudável e positiva para o nosso mercado, mas se bem aplicada, bem entendida e principalmente se bem definida. Senão, atira-se para todos os lados e ganha-se tudo, como este pequeno grupo de alunos ganhou. Querem ser veterinários, querem ganhar dinheiro (tema ótimo para um outro artigo, pois o foco vem sendo ganhar dinheiro e não trabalhar…), querem ter sucesso, mas criaram contra si mesmos uma armadilha gigante pra quem quer mexer com cavalos… a de ficarem somente no campo teórico, virtual. E nenhum cavalo é virtual a partir do momento que nasce. Aluisio Marins, MV Universidade do Cavalo www.universidadedocavalo.com.br

A S`

DE OURO 42.

QUALIDADE E GENÉTICA

REUNIDAS NO MESMO ANIMAL. Fotos: Marcio Mitsuishi

A onda do bem estar animal é saudável e positiva para o nosso mercado, mas se bem aplicada, bem entendida e principalmente se bem definida

Arte: Jota-Erre.com

Pra onde estamos indo?

Uma de nossas grandes apostas para 2015, o Ás de Ouro 42 já possui vários títulos e impressiona pela sua beleza, docilidade e estrutura. Filho de Xileninha 42 e Rei de Ouros 42, possui um empurrador natural e equilíbrio raros de se encontrar. Simplesmente um animal maravilhoso! Haras Germana: venda permanente de embriões, potros, coberturas e barrigas. Ligue: 11 99321-2300 – Alexandre de Oliveira Ribeiro / 12 99762-0024 – Haras.


E spaço T écnico - T reinamento

Treinamento de Cavalos para Esporte e Trabalho Todo cavaleiro ou treinador deve sempre avaliar as condições e exigências que faz a seu cavalo O treinamento de cavalos para esporte é específico para cada esporte e deve ser delegado a profissionais especializados. Alguns cuidados gerais devem ser tomados para que se possa alcançar o melhor desempenho e grande longevidade, que permite ao cavalo competir até idade mais avançada, podendo facilmente chegar aos 20 anos competindo. Entretanto, cabe ressaltar que, a partir dos 15 anos de idade, a capacidade de absorção e utilização dos nutrientes pelo equino começa a diminuir, por envelhecimento natural de seus órgãos, o que implica em melhoria substancial da alimentação para que o animal possa competir sem danos à sua saúde. A base do treinamento deve ser buscar potencializar as características genéticas do animal, além, é claro, da preocupação com o esporte a ser competido. Isto é, para cavalos de explosão, como Puro-sangue inglês e Quarto-de-milha, o trabalho deve ser feito priorizando-se as fibras de contração rápida, que utilizam principalmente carboidratos como fonte energética, sendo um trabalho principalmente anaeróbico. Desta forma, o treinamento destes animais deve ser intenso, porém por um curto espaço de tempo, e não por 2 a 3h diárias. Ao se trabalhar estes animais por um longo tempo diariamente, começa-se a priorizar a utilização de uma fonte energética, como lipídeos, que não estarão disponíveis na competição, assim como estimularão as fibras lentas, não utilizada em trabalho de explosão.

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Da mesma forma isso ocorre com os animais que trabalham por mais tempo, em que o treinamento deve ser condizente com o tipo de trabalho a ser executado. Entretanto, para uma boa saúde mental do animal e para um ótimo equilíbrio psíquico, recomenda-se alternar, ao menos uma vez por semana, o tipo de trabalho executado. Se o cavalo é de explosão, em que o treinamento diário é essencialmente no picadeiro, devemos realizar um trabalho de exterior de 45 a 60 minutos uma vez por semana. É claro que, para animais de marcha e enduro, onde o trabalho de exterior é priorizado, uma vez por semana realizar um trabalho de picadeiro é bastante interessante. A relação cavalo e cavaleiro deverá ser intensa, porém jamais um cavaleiro inexperiente deverá trabalhar um cavalo inexperiente. O que um não tem de experiência, o outro deve ter. Cavaleiros inexperientes possuem vícios de equitação que certamente passarão a seus cavalos, que nada sabem e estão aprendendo, e desta forma, aprendendo do jeito errado. Existe somente um jeito de se fazer as coisas, e é o jeito certo. Se ensinarmos errado ao cavalo, esse er-

rado é certo para ele, afinal foi deste jeito que ele aprendeu. Ao tentarmos exigir um determinado movimento de forma diferente, ele poderá se recusar a fazer, pois não foi assim que ele aprendeu. Então muitos cavaleiros castigam o cavalo por se recusar a executar determinado movimento por estar errado sob o ponto de vista do cavaleiro, mas que está certo sob o ponto de vista do cavalo, afinal foi assim que ele aprendeu. Então temos um difícil embate, e quem paga sempre é o cavalo. Existe um ditado equestre que diz que “erro do cavalo, sempre é erro do cavaleiro”. Levando-se em conta esse dito, que entendemos ser correto, todo cavaleiro ou treinador deve sempre avaliar as condições e exigências que faz a seu cavalo e, quando este não fizer o movimento desejado, ou “errar” sob o ponto de vista humano, analisar cuidadosamente os passos que executou, e principalmente procurar analisar a vida pregressa deste cavalo, pois seu “erro” pode advir de exigências do cavaleiro ou treinador de forma errada, o animal pode ter sido mal ensinado, ou mal domado, tendo assim executado o movimento como sabe ou como acha que deve ser por uma má informação do cavaleiro ou treinador. O principal efeito do treinamento no cavalo deve ser um aprendizado psicológico, com condicionamento físico gradual, ensinando ao cavalo o que, quando e como fazer. Antes do treinamento, a doma deve ser bem feita e iniciada após os 36 meses de idade, quando as estruturas do cavalo já estão bem consolidadas. Domas precoces, como é comum em muitas raças e esportes, prejudicam e comprometem a vida esportiva futura e longeva do cavalo. Animais domados aos 20, 24 ou mesmo 30 meses, terão suas estruturas osteoarticulares comprometidas,


muitas vezes em definitivo. Em uma boa doma deve-se primordialmente conquistar o cavalo e não subjugá-lo. A conquista se faz com carinho e percepção equestre, do que é o cavalo e como ele se comporta, tendo desta forma um animal que executa os trabalhos dele exigidos por que assim o deseja e não através da subjugação pela dor e martírio físico e mental, onde se quebra a moral do cavalo. Este animal subjugado executará as tarefas, mas não dará a elas a mesma importância que dá aquele que é conquistado. Deve-se atentar para não se reprimir a personalidade do cavalo, mas extrair dela a melhor forma possível conquistando o animal. Os treinadores e proprietários de cavalos precisam adequar o método de treinamento com o temperamento do animal, evitando-se ao máximo o confronto direto, através da indução do medo no animal. A pior coisa que se pode fazer contra o lado emocional do animal é induzir o medo. Treinar e adestrar cavalos de forma errada pode transformá-los em animais que corcoveiam, dão coices, etc. É como transformar presa em predador, dificultando intensamente a relação cavalo e homem. Cavalos conquistados trabalham com o coração antes da mente, e isso pode afetar o resultado em uma competição medida muitas vezes em milésimos de segundos. Ou mesmo em competições de longa distância, em que precisamos de um pouco mais de garra ao invés de somente trabalho muscular, o coração deve trabalhar acima da mente, afinal quem em sã consciência se submeteria a uma competição de corrida de 120 km em apenas 10h? E muitos cavalos o fazem, sem questionamento e se saem muito bem. Após a doma, devem-se iniciar trabalhos de adestramento básico, que são muito importantes para que o cavalo aprenda a responder rapidamente aos comandos do cavaleiro. Quando o animal não obedece aos comandos do cavaleiro, quando este exige uma troca de passo para trote ou galope, tendo reações como cor-

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coveio, indica que o adestramento pode ter sido rápido demais, devendo ser reiniciado lentamente. Muitos animais tendem a ficar com medo da sensação do peso do cavaleiro e da sela quando passa de um andamento para outro. Para qualquer esporte, o cavaleiro deve ter uma iniciação de equitação fundamental para saber quando e como enviar os comandos ao cavalo de forma que ele responda rapidamente. Essa equitação, também denominada clássica, infelizmente é negligenciada e até mesmo escarnecida pela grande maioria da população de cavaleiros e mesmo treinadores, dizendo que não leva a nada. Seus princípios são fundamentais para uma boa compreensão do que é o cavalo e de como ele trabalha. Como podemos pedir determinado movimento ao cavalo sem movimentos bruscos de nosso corpo que certamente incomodam ao animal e prejudicam seu desempenho? Como podemos trabalhar melhor nossas mãos, sem nos apoiarmos na boca e embocadura do cavalo de forma que ele fique sensível e dolorido? Temos nos deparado com inúmeros cavaleiros e treinadores que não conhecem os princípios básicos de uma boa equitação e, obviamente, não os transmitindo a seus cavalos, estão certamente prejudicando o melhor desempenho deste nobre animal. O treinamento deve ser iniciado com trabalho 03 vezes por semana, 20-30 minutos diários e ir aumentando gradativamente. O treinamento mínimo para competição deve ser de 18-24 meses após a doma, dependendo das condições do animal, tempo esse não observado pela imensa maioria dos treinadores de cavalos. Até mesmo no salto, ou hipismo clássico, que sempre preservou o cavalo da precocidade e da intensidade de trabalho desnecessária antes do tempo, já está antecipando seus animais e colocando-os para saltar 1m aos quatro anos de idade. Certamente, essa prática prejudicará a longevidade esportiva do animal e trará

problemas osteomusculares mais precocemente ao animal. Este período mínimo de treinamento é fundamental para a adaptação fisiológica que as estruturas do cavalo devem ter para suportar uma competição em que período de adaptação das estruturas é variável: • Pulmão e coração: três meses de treinamento. • Músculos: cinco a seis meses de treinamento. • Tendões, ligamentos e articulações: oito a doze meses de treinamento. • Ossos: Até três anos de treinamento. A grande dificuldade de se aguardar o período necessário para se iniciar a competição é que os parâmetros utilizados para verificarmos se o animal está em bom estado atlético são a observação de batimento cardíaco, frequência respiratória e musculatura, que se adaptam rapidamente às condições de competição, ao passo que as estruturas que sofrem alto impacto em uma competição (tendões, ligamentos e articulações) demoram de um a três anos para estarem aptas. Desta forma, sendo o cavalo somente domado aos 36 meses de idade e esta doma demorando ao menos 6 a 12 meses, sendo treinado por no mínimo 12 meses, um cavalo não deve entrar em competição séria antes dos cinco a seis anos de idade, para se obter seu melhor desempenho e longevidade esportiva. Claro que competições para iniciantes, apenas para se habituar o cavalo ao ritmo de transporte, local e rotina podem ser feitas, mas respeitando-se os limites que o treinamento deve impor e não muito frequentemente. André Galvão Cintra, MV, Prof. Esp. Autor do Livro “O Cavalo: Características, Manejo e Alimentação” Coautor do livro “Manual de Gerenciamento Equestre”. Contato: agcintra@gmail.com www.andrecintra.vet.br


E spaço T écnico - M anejo

Cavalo VERDE: necessidade brasileira Como o cavalo no Brasil foi trazido pelos portugueses, espanhóis e holandeses para a América do Sul, é evidente que as idéias de criação de cavalos tenha as influências européias, com inverno severo, necessitando o animal de proteção contra a neve, o frio, a friagem, enfim. Então, quando alguém pensa em criar cavalos, ou manter uma tropa de serviço, o que primeiro ele pensa é em construir cocheiras cobertas, construir piquetes com gramas exóticas, alimentar os animais com grãos, esquecendo-se de que vivemos em um País tropical, sem neve, e sem frio severo na maioria do País. Assim, o que é necessário para o Sul do Brasil, não é necessário para o Centro Oeste e completamente desnecessário para o Norte e Nordeste. Podemos, pois, criar cavalos VERDES, criados a campo, comendo GRAMA verde, preservando a saúde deles com adequada suplementação MINERAL e aplicação de VERMÍFUGOS. Crio cavalos da Raça Mangalarga desde 1964 exclusivamente a campo. Tenho 38 cabeças e somente 04 cocheiras para atendimento veterinário. São 10 cavalos de lida, Manga-

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O produtor rural pode e deve criar a campo, o que será muito econômico, desde que siga algumas regras fundamentais de manejo

largas puros, com registro definitivo na ABCCRM, para suportar a lida de 1000 cabeças de gado, Nelore, Gir Leiteiro e Girolando. Tudo a pasto. São 04 garanhões das diversas linhagens da Raça Mangalarga, puros, todos com classificação ÓTIMA, animais que trabalham tanto quanto os cavalos de lida, fazendo tudo o que os outros fazem, e até melhor, porque senão não prestariam para serem reprodutores. Eles têm que aumentar as qualidades morfológicas e FUNCIONAIS do rebanho, sob pena de serem castrados. São 12 éguas de cria, Mangalargas puras, com registro definitivo na ABCCRM, para produção de potros, para reposição da tropa de serviço, para a produção de garanhões, e de potras para reposição

do plantel. As poucas sobras são facilmente vendidas no Estado de São Paulo, que quase não tem mais cavalos e éguas VERDES. São 12 doze potros e potras, Mangalargas puros, amansando, desmamados e mamando.


As linhagens que eu uso há 50 anos são as linhagens rústicas, de animais fortes, privilegiando as éguas LEITEIRAS e todos com temperamento adequado à lida na fazenda, aos esportes e às pistas de julgamento. Mas todas as raças tem linhagens realmente rústicas, que podem ser criadas a campo. Além da GENÉTICA, o produtor rural, que quiser manter seus animais de trabalho a campo, ou que quiser manter plantel para criação de equinos, pode e deve criá-los a campo, o que será muito ECONÔMICO, desde que siga algumas regras DE MANEJO, que julgo fundamentais. Em primeiro lugar, o produtor rural deve se lembrar que o cavalo não gosta de braquiárias, preferindo as gramas, embora agora já se apresentem alguns capins que são palatáveis para o equino, como o tanzânia mantido em porte médio, como o massai em qualquer tamanho. Em relação às gramas, não há necessidade que sejam aquelas de difícil plantio, manejo e manutenção, preferindo eu a grama de batatais (ou gramão) ou a grama estrela. A adequada adubação e o adequado manejo do pasto é prática muito mais útil do que o uso de rações industriais caríssimas, e quase sempre com muito ENCHIMENTO. O VERDE facilita a mastigação, a ingestão, a digestão e a expulsão das fezes do cavalo. O SECO dificulta tudo isto, e só facilita a cólica e a morte do eqüino. Uso os citados capins e as citadas gramas, estando eu a aumentar a área do capim massai, que tem me dado bastante suporte à tropa. Procure deixar alguns piquetes com sobras de verão, para que os animais possam pastar estas sobras, em lugar de precisar ser comprado feno, sempre CARO, tanto na aquisição, como na mão de obra.

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Troque a mão de obra de limpeza de cocheiras e a mão de obra na aplicação de rações por: 1) aplicação de vermífugos em períodos de 90 dias (04 vezes ao ano); 2) aplicação de vacinas de gripe e outras de época (como agora o mormo); 3) cabresteamento dos potros; 4) casqueamento de todos os animais; 5) contratação de veterinários especializados em reprodução, natural e artificial; 6) contratação de veterinários especializados em ODONTOLOGIA equina; 7) fornecimento de sal mineral específico para equinos; Destaco o sal específico para eqüinos, porque muitos pecuaristas ignoram que o sal para bovinos é inadequado para eqüinos, devido à fonte de cálcio que deve ser diversa para cada espécie. Com estas práticas simples, o cavalo pode ser criado a pasto, economicamente e com sucesso, permitindo que o produtor rural tenha sempre animais de sela à sua disposição, permitindo que o produtor rural tenha animais de reprodução eficientes. O veterinário moderno deve se lembrar que o cavalo come com a boca e trabalha pelos ferros que são postos em sua boca. Então, deve lembrar que a cabeça do cavalo tem na boca, fora e dentro um grande universo que muda tudo na doma e no uso do cavalo. Então, importante é o cavalo ter a boca bem rasgada, com lábios firmes, língua bem conformada e DENTES bem aparelhados. É comum a presença de dentes de LOBO, das origens do cavalo, finos, que cortam a língua do cavalo, provocando DOR na mastigação e reações de defesa ao ser colocado o

ferro em sua boca (bridão ou freio), parecendo que ele tem MAU TEMPERAMENTO, quando, na verdade, pode ser apenas DOR. Faço ODONTOLOGIA Veterinária duas vezes ao ano, uma para os potros e cavalos machos e outra para as éguas na época em que elas não estiverem gestantes, por causa dos anestésicos. Como o cavalo foi feito para trabalhar, se ele estiver em forma, sem gordura extra formada na cocheira, ele estará em condição ATLÉTICA, APTO, portanto, para seu fim: ser montado, trabalhar, rusticamente. Mas como o peão, patrão ou empregado, precisa ter um animal que tenha andamentos progressivos, que tenha bom temperamento, prefiro um cavalo formado e criado a campo no Brasil, com BOM temperamento e com andamentos marchados, CÔMODOS. Ninguém aguenta cavalgar o dia inteiro em animais de trote evidente: o patrão vai andar de camionete e o peão evita ir no gado! Daí a minha preferência ao Cavalo Mangalarga, único no MUNDO que tem MARCHA TROTADA, melhor que a marcha do Mangalarga Mineiro e do Campolina, porque na marcha trotada os movimentos são PROGRESSIVOS e assim mais cômodos. Ou como ensinou o insuperável criador e equitador de cavalos mangalarga paulista JOÃO FRANCISCO DINIZ JUNQUEIRA, em “Revista Chácaras e Quintaes, editada em 15/11/1934”: “(...)De fato, para se apreciar um cavalo de sela é preciso montá-lo. (...)” (Resumo especial para palestra do dia 22 de 09 de 2014, na Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba/SP)

ARTUR PAGLIUSI GONZAGA Desde 1964 criando Mangalarga Funcional e a Campo.


em destaque

Por Pedro C. Rebouças Foto: Norberto Cândido.

com o mesmo dinamismo e a mesma vontade.” Aliás, todos os finais de semana, a família se reúne na sede do criatório, localizada no município paulista de Itu. Nessas ocasiões, além de aproveitarem para passear a cavalo juntos, desfrutando da natureza e do convívio com a raça Mangalarga, pai e filhos aproveitam para analisar a tropa e conversar sobre os rumos a serem dados à seleção. As decisões são então tomadas de forma conjunta, buscando sempre o aprimoramento do plantel.

Foto: Rodrigo Paradeda.

H ara s

De usuários a criadores de sucesso O começo do Haras EFI ocorreu, no entanto, de forma despretensiosa. “Iniciamos nossa criação como usuários. No ano de 1989, adquirimos um terreno para a construção de uma casa de campo em um condomínio no município de Mairinque (SP), onde realizávamos cavalgadas todos os finais de semana. Foi um período muito importante,

Rainha do EFI é uma das promessas para a temporada 2015.

pois foi neste momento que surgiu a paixão pelos cavalos, e principalmente pela raça Mangalarga, que logo foi tomando lugar dos primeiros cavalos adquiridos e despertando nossa vontade de levar essa atividade mais a sério”, revela Leonardo Figueiredo. Pouco tempo depois, no ano

de 1993, a família comprou uma área de 40 hectares no município de Itu (SP) e também as primeiras éguas destinadas à criação. “Neste primeiro momento, iniciamos nossa carreira em pistas, já com destaque nas principais exposições regionais, e também na Nacional, porém, demos uma ‘enxugada’ na criação no ano de 1998, mantendo apenas algumas éguas, que serviram como base do nosso plantel. No ano de 2002, com o nascimento da nossa primeira pampa - Imagem do EFI -, nos animamos a retomar com mais força a criação, desta vez com um foco nas pelagens preta e pampa. Assim, voltamos às pistas de julgamento no ano de 2004, estreando com dois Campeonatos Nacionais, um deles da própria Imagem”, prossegue Leonardo. Outros campeonatos e bons resultados foram acontecendo, até que no ano de 2006 o criatório conquistou seu primeiro título de Grande Campeã Nacional, com a potra Letícia do EFI, filha de uma das éguas bases preserFoto: Márcio Mitsuishi.

Quilate do EFI, atual garanhão e um dos destaques do plantel EFI.

Suiça recebe o título de Grande Campeã Nacional de Andamento Égua Pampa 2014.

Haras EFI

Seleção do criatório busca conciliar em seus produtos beleza e boa morfologia, assim como qualidade de andamento, temperamento, rusticidade e função O Haras EFI viveu no ano passado uma temporada muito marcante, cujo ponto alto ocorreu durante a 36ª Exposição Nacional, com a celebração dos títulos conquistados por um dos destaques do plantel do criatório, a fêmea Suiça da Janga, eleita 1ª Reservada Grande Campeã Nacional Égua Pampa e Grande Campeã Nacional de Andamento Égua Pampa. Essas conquistas vieram coroar o projeto de seleção desenvolvido nas últimas duas décadas pelo

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criador Eduardo Figueiredo Augusto e por seus filhos Thiago, Leonardo, Bruno e Caio. O segredo do sucesso do criatório parece, entretanto, estar além dos investimentos em genética, equipe, preparação e estrutura realizados nos últimos anos, com boa parte deste êxito devendo-se justamente ao ambiente de união familiar que caracteriza e diferencia o trabalho do haras. De acordo com Eduardo Figueiredo Augusto, 2014 foi realmente um ano muito importante para o

Haras EFI. “Nós tivemos a Grande Campeã Nacional de Andamento Pampa e a 1ª Reservada Grande Campeã Nacional Égua Pampa. Fizemos também uma potra campeã na pelagem preta e todos os animais que nós levamos ficaram sempre entre os três primeiros lugares nas premiações de pista. Tudo isso aconteceu com a participação de toda família, que esteve sempre presente, nos acompanhando. Hoje, além dos filhos, as noras nos acompanham também, Revista Mangalarga • Abril/2015

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em destaque

Léo Figueiredo e Imagem do EFI, que posteriormente conquistaria o 1º Campeonato Nacional do criatório.

Haras EFI passou a contar com a assessoria técnica dos irmãos Silas Freire e André Freire, uma parceria que rendeu ótimos frutos e dura até hoje. Leonardo revela ainda que a seleção EFI vem se reciclando e se atualizando de forma constante. “De alguns anos para cá, direcionamos nosso cavalo também para a pelagem alazã, fazendo investimentos ainda maiores em coberturas, barrigas, potras e éguas expoentes da raça. Além disso, acreditamos no profissionalismo de toda a equipe, trazendo ainda mais união da família, agora com a participação das noras, que trabalham fortemente na área de redes sociais, criação e desenvolvimento da nossa marca.” Dessa maneira, o Haras EFI vem ampliando seu foco, que hoje não está mais simplesmente na pelagem, mas sim na qualidade de seus produtos, que devem conciliar beleza e boa morfologia, assim como bom andamento, temperamento, rusticidade e função.

Colômbia do PEC (TE)

(Ouro FSI x Xayar do PEC (TE)) Classificação Ótima

Suíça RPN

(Fascínio OBC (TE) x Victória da Fumaça) *em parceria com FP da Iguatemi e RPN

Foto: Márcio Mitsuishi.

vadas da primeira fase da criação. “Seguimos nosso trabalho sempre selecionando animais de boa morfologia, andamento, e também temperamento, pois nunca deixamos de montar e usar nosso cavalo. Diversas éguas e potras foram adquiridas durante todo nosso tempo de criação, inclusive alguns garanhões também foram comprados, porém nunca deixamos de usar cavalos de outros criatórios, que nos serviram de opção para abrir o sangue, e trabalhar com diversas linhas de trabalho, tanto no aspecto de variedade genética, como na diversidade de biotipos de animais”, revela o jovem criador, destacando a linha de trabalho desenvolvida ao lado do pai e dos irmãos. Nesta nova fase, os investimentos também se estenderam à mão de obra e à estrutura do haras, que conta atualmente com um amplo pavilhão com 29 baias, em que são preparados os animais que vão participar de leilões ou exposições. Além disso, a partir do segundo semestre de 2005, o

Por Pedro C. Rebouças

Foto: Arquivo familiar.

H ara s

Jacyra do JAÓ

(Jady do JAÓ x Jenyfer do JAÓ) Grande Campeã Nacional de Andamento Mangalarga Pampa

Gênova VAT (TE)

(Vanerão do HIC (TE) x Luizinha J.O)

www.harasaguiadovale.com.br

Tieta do EFI, durante o julgamento em que sagrou-se Campeã Nacional em 2014.

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Contato: Rodrigo Paradeda Nunes Cel.: (11) 99156-3660 Nextel: (12) 7812-2337 ID: 96*69762 Campo Limpo Paulista - SP


M ercado & F inança s

Por Pedro Rebouças

Foto: Norberto Cândido.

Negócios em alta Elevado nível zootécnico do cavalo Mangalarga está entre os principais motivos para o sucesso da raça no mercado equestre nacional Os negócios da raça estiveram aquecidos no ano de 2014. Afinal, além de registrar um expressivo crescimento no número de leilões, ultrapassando a casa das três dezenas de eventos, a Mangalarga também apresentou muita liquidez e ótimas cotações. Proprietário de uma empresa especializada na assessoria zootécnica voltada a leilões, o zootecnista João Quadros destaca o sucesso da raça no mercado equestre nacional. “O Mangalarga é hoje um equino de ponta no cenário da equinocultura brasileira. Ele reúne qualidades cobiçadas tanto por usuários como por criadores, sendo assim é natural que venha despertando um interesse crescente no público. Podemos dizer, em suma, que a melhor propaganda da raça é o próprio cavalo.” Opinião semelhante tem o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) Mário Barbosa. “Este resultado positivo ocorre em função das excepcionais qualidades do nosso cavalo e da constante divulgação desses atributos. Afinal, as pessoas encontram no Mangalarga um andamento cômodo, temperamento calmo e disposição de andar, qualidades que o tornam o cavalo ideal para quem quer pas-

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O público tem demonstrado crescente interesse pela raça.

sear, fazer cavalgadas ou utilizar o cavalo em disputas hípicas e na lida no campo”, comentou o dirigente em recente editorial desta Revista Mangalarga. Responsável pela realização de 14 remates na temporada passada, João Quadros também destaca a melhora da divulgação como um dos fatores que proporcionaram o bom momento vivido pelo mercado mangalarguista. “Outro ponto importante é a evolução no número de leilões, pois esses eventos também acabam funcionando como uma importante ferramenta de divulgação, ajudando a despertar um interesse maior pela raça, possibilitando que mais pessoas tenham a oportunidade de entrar em contato com o cavalo Mangalarga e ampliando significativamente o universo de compradores.” Quadros recorda ainda que a temporada passada teve vários recordes batidos. “Os principais deles foram protagonizados pelas fêmeas. Afinal, elas são essenciais para o projeto de seleção de qualquer haras, podemos dizer até que

criador é aquele que tem fêmeas. Assim, os recordes mais marcantes que tivemos foram respectivamente o de melhor preço para negociação de égua em leilão e o de melhor preço para negociação de potra em leilão.” Em relação à temporada 2015, João Quadros mantém-se otimista, sem deixar-se contagiar pelas preocupações que envolvem o cenário econômico nacional. “Há muita especulação a respeito da nossa economia este ano, mas acredito que vamos manter a mesma liquidez, pois o interesse pelo cavalo Mangalarga continua em alta e o número de potenciais investidores na raça também segue crescendo.” Confirmando a opinião do experiente assessor, o calendário de leilões já começou o ano movimentado, com seis leilões tendo ocorrido no primeiro trimestre, um período tradicionalmente parado para o mercado equestre. Além disso, vários outros eventos estão agendados para os próximos meses, comprovando o crescente interesse pelo cavalo de sela brasileiro.


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Por Pedro C. Rebouças (Com informações adicionais da Assessoria Soraia Marão)

Grandes Marcas

tas João Tolezzano e Geraldo dos Santos Castro Filho, a alta qualidade dos lotes só foi possível graças ao desprendimento dos criadores, que abriram seus planteis para a comissão técnica, possibilitando, assim, uma oferta homegênea e de elevado padrão zootécnico. Mais informações sobre o Leilão Grandes Marcas podem ser obtidas com a Fênix Leilões pelo endereço eletrônico comercial@fenixleiloes. com ou pelo telefone (11) 23398187.

Fotos: Norberto Cândido.

Além de contar com uma diferenciada programação social, evento teve a participação do pentacampeão mundial Edmílson

Evento reuniu cerca de 500 pessoas.

Um público estimado em 500 pessoas prestigiou a segunda edição do Leilão Grandes Marcas. O evento, que aconteceu na tarde de 28 de março, na sede do Haras Três Rios, no município de Itatiba (SP), ofertou 34 lotes especialmente selecionados, que alcançaram a cotação média de R$ 27 mil. A realização do evento foi uma iniciativa de quadro tradicionais

criatórios da raça Mangalarga: Haras Três Rios (Armando e Fernando Raucci), Haras Braido (Nelson Antonio Braido), Haras Precioso (Eduardo Rabinovich) e Haras F1 (Eduardo França). O remate, além disso, contou com organização da Fênix Leilões e transmissão ao vivo pelo portal Zona Rural. O Leilão Grandes Marcas teve ainda a parceria da Fundação Ed-

mílson, instituição sem fins lucrativos mantida pelo pentacampeão mundial com a seleção brasileira de futebol Edmílson Moraes, que desenvolve um importante trabalho com crianças e adolescentes em risco social. Ao som da dupla Leo e Gustavo, os convidados foram recepcionados no fim da manhã com um coquetel e a apresentação dos 34 lotes do evento. Em seguida, os convidados foram redirecionados à Arena Grandes Marcas, onde acompanharam o “pocket show” do humorista Emerson França, desfrutaram de um saboroso almoço e puderam participar de leilão beneficente de camisas de times de futebol autografadas por vários ídolos do Brasil e do exterior, em prol da Fundação Edmílson. O ponto alto, entretanto, ocorreu mesmo quando o leiloeiro rural Marcelo Junqueira deu início às vendas dos 34 lotes selecionados, entre os quais estavam embriões, barrigas, potros, potrancas, garanhões e matrizes de muita qualidade. Segundo João Quadros, um dos responsáveis pela assessoria do remate ao lado dos mangalarguisConvidados acompanham a apresentação dos lotes.

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A dupla Leo e Gustavo animou a programação.

O pentacampeão Edmílson com os promotores do leilão.

O craque Edmílson abrilhantou o remate.

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2º Leilão Haras Atibaiense

O criador Luiz Fernando Pugliesi promoveu, na tarde de 28 de fevereiro, a segunda edição do Leilão Haras Atibaiense. O remate aconteceu nas dependências do próprio criatório, localizado no município paulista de Atibaia, disponibilizando uma tropa selecionada composta por 36 lotes, entre os quais estavam potras e potros de pista, éguas doadoras e paridas, garanhões e ainda um cavalo castrado. De acordo com a Business Leilões, empresa leiloeira responsável pela organização do evento, esta edição teve como foco atender todas as preferências de seleção, ofertando animais das mais

diversas pelagens e para todos os públicos, do criador ao admirador do bom cavalo de sela. Por sua vez, o criador Luiz Fernando Pugliesi destaca que todos os lotes possuíam como característica comum a qualidade de andamento e a comodidade de sela dos animais. Isso porque todos apresentavam uma linhagem genética de famílias tradicionais e originais da raça Mangalarga. Conduzido pelo leiloeiro rural Guillermo Sanchez, o 2º Leilão Haras Atibaiense contou com transmissão em tempo real pelo portal Canal Business. Para mais informações, entre em contato com a empresa leiloeira pelo

endereço eletrônico business@ businessleiloes.com.br ou pelo telefone (21) 2491-3808. O promotor do leilão Luiz Fernando Pugliesi.

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Por Pedro C. Rebouças

Fotos: Programa Mangalarga.

Leilão Reserva Especial

Evento reuniu produtos de elite do plantel baiano.

Unindo a tradição à nova geração, evento encerrou em grande estilo as atividades do mercado da raça no ano de 2014

Um bom público compareceu ao Catussaba Resort.

O Leilão Reserva Especial, realizado na noite de 6 de dezembro, nas dependências do Catussaba Resort, na famosa praia soteropolitana de Itapuã, comprovou o grande interesse do mercado mangalarguista pelo plantel baiano. O evento, afinal, alcançou a expressiva cotação média de R$ 33 mil, movimentando uma receita total de R$ 1 milhão. Realizado dentro da programação da Exposição Mangalarga da Fenagro, uma das mais importantes feiras agropecuárias do Norte e Nordeste do país, o remate foi promovido por quatro conceituados criatórios baianos: Haras NJT

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(Jivago Queiroz), Haras ZF (Marcelo Zarif), Caldeirão da Serra (Roberto Fachinetti) e Mangalarga TA (Tourinho de Abreu e Filhos). Além disso, contou com organização da Bahia Leilões e com a assessoria zootécnica de João Quadros. Com um investimento de R$ 87,5 mil, o criador paulista Fernando Tardiolli garantiu a aquisição do lote mais valorizado do remate, composto pela jovem matriz alazã Quadrilha NJT (Quartzo JES em Lilica NJT), ofertada pelo Haras NJT. Segundo Calu Tourinho de Abreu, o Leilão Reserva Especial foi desenvolvido com o objetivo de reunir di-

ferentes gerações de criadores baianos. “Essa parceria surgiu de um encontro casual, no qual quisemos unir a tradição com a juventude do Mangalarga da Bahia”, ressaltou o selecionador em entrevista ao Programa Mangalarga. Por sua vez, Marcelo Zarif ressaltou a qualidade dos lotes ofertados. “Este é um leilão que tem animais que entram em qualquer plantel. Afinal, cada um de nós colocou seis animais de primeira linha à venda com o objetivo de fazer um grande evento.” Já o criador Roberto Fachinetti ressaltou o fato do leilão trazer a família mangalarguista para junto da Bahia e também a expressiva presença de criadores paulistas. Esse último acontecimento também foi ressaltado por Jivago Queiroz. “A quantidade de criadores que vieram de São Paulo para cá e o número de interessados que estiveram participando via internet demonstram como as pessoas estão procurando essa reserva especial do Mangalarga da Bahia. É muito legal ver a raça crescendo de forma brilhante, não só na Bahia como no Brasil inteiro”, destacou o titular do Haras NJT.


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6º Leilão Haras RM Realizado na noite de 1º de dezembro, nas dependências do restaurante Ráscal, no bairro paulistano do Itaim Bibi, o 6º Leilão Haras RM celebrou em grande estilo os 40 anos de criação do mangalarguista Roberto Montenegro. O evento marcou ainda o fechamento da temporada de leilões do ano passado no estado

de São Paulo, principal centro de seleção do cavalo de sela brasileiro. Organizado pela Business Leilões, o remate foi transmitido via internet pelo Canal Business. No total, foram ofertados 40 animais de muita qualidade e genética de ponta, entre reprodutores, matrizes, potros e potras. De acordo

com a Business Leilões, foram vendidos animais para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Goiás e Pernambuco. Para mais informações, entre em contato com a Business Leilões pelo endereço eletrônico business@businessleiloes.com.br ou pelo telefone (21) 2491-3808.

Leilão Virtual Mangalarga Colorido

Evento registrou a participação de investidores de nove estados brasileiros Os negócios da raça começaram cedo na atual temporada. Realizado na noite de 28 de janeiro, pelos haras Zel, Pec, Gadu, NC e Ginga, o Leilão Virtual Mangalarga Colorido foi o primeiro evento a movimentar o mercado mangalarguista no ano de 2015. O remate, que teve como ponto de encontro o restaurante Ráscal, no bairro do Itaim Bibi, na cidade de São Paulo (SP), contou com organização da Business Leilões e teve transmissão ao vivo via internet e também pelo

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Canal Terraviva. Na ocasião, foram ofertados 45 lotes, compostos por reprodutores, matrizes, coberturas, potros e potras, especialmente da pelagem. Segundo a avaliação da empresa leiloeira, o remate registrou muita liquidez e inaugurou com o pé direito a temporada de leilões 2015, recebendo em seu ponto de encontro destacados criadores de todo Brasil, que disputaram acirradamente os principais lotes do remate com os espectadores do Terraviva.

Ainda de acordo com a Business Leilões, o evento contou com compradores dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Ceará, Bahia, Mato Grosso, Paraná e Espírito Santo, que prometem levar adiante pelo Brasil a força do Mangalarga. Para mais informações, entre em contato com a Business Leilões pelo endereço eletrônico business@businessleiloes. com.br ou pelo telefone (21) 2491-3808.

Seminário Mangalarga 2015

A ABCCRM volta a Orlândia, berço da raça Mangalarga, para promover, nos dias 25 e 26 de junho, o Seminário Mangalarga 2015, onde serão discutidos e debatidos os caminhos para o futuro do nosso cavalo e da Associação. Durante o Seminário, serão abordados os seguintes temas: - A evolução da raça de seu primórdio até o atual momento. - O mercado do cavalo no Brasil e a posição do Mangalarga neste mercado. - Critérios de julgamento e avaliação prática em exposições. - Apresentação de trabalho técnico sobre o andamento e marcha desenvolvido pelo professor Alessandro Procópio (UFMG). A ABCCRM conta com a participação de todos os criadores e apaixonados pelo Mangalarga neste encontro que promete ser um marco histórico.


L azer & C ultura

Capadócia Fotos: Cavalgadas Brasil.

Premiada pela revista National Geographic como um dos melhores passeios equestres do mundo, a cavalgada na Capadócia oferece uma combinação de aventura e cultura, responsável por torná-la um destino imperdível e um lugar especial para cavalgar.

As formações rochosas conhecidas como “chaminés-de-fada” enfeitam a paisagem.

da, a maioria dos cavalos são tordilhos, árabes puros, árabes-anatolian e da raça Akhal-Teke. Durante alguns dias a hospedagem é em hotéis localizados em cavernas, com destaque para o hotel boutique localizado numa caverna próxima ao centro da vila Cavusin (século 6), em frente à famosa igreja de São João Batista. Para encerrar a viagem, visita a Istambul, considerada uma das cidades mais bonitas do mundo.

Passeio de balão ao nascer do sol é um dos destaques do roteiro.

Capadócia, região da Turquia, teve esse nome usado pela primeira vez pelos persas como Katpatuka, que significa “terra dos belos cavalos”. A região é habitada há milhares de anos por várias civilizações, como os Hititas e outros povos originários da Europa e Ásia Menor. A paisagem da Capadócia foi esculpida por séculos de erupção e são suficientemente macias para permitir que os humanos escavassem e construíssem casas, condomínios e igrejas. Cenários de sonho, que inclui formações rochosas de vários tamanhos, que se

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assemelham a cogumelos, conhecidas como “chaminés-de-fada” e são fonte de inspiração para muitos artistas, inclusive para o desenho “Os Smurfs”. Suas cidades subterrâneas serviram de abrigo aos antigos cristãos, bem como suas casas e igrejas escavadas nas rochas. Durante a cavalgada, a paisagem é espetacular e temos a oportunidade de conhecer muitas aldeias típicas, locais históricos e cidades importantes ao longo do caminho, dentre eles o Goreme Open Air Museum aonde podemos ver imponentes igrejas construídas pelos cristãos exilados durante a

Nome da região vem do persa Katpatuka, que significa “terra dos belos cavalos”.

época romana. Considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, este museu consta de Igrejas e Monastérios do Império Bizantino esculpidos em rocha com maravilhosos afrescos nas suas paredes. Na programação, destaque para o tradicional passeio de balão que permite uma visão espetacular de todo o vale. São dezenas de balões voando ao mesmo tempo com a bela visão do nascer do sol. Terra de São Jorge e seu famoso cavalo branco, em nossa cavalga-

A Capadócia é famosa por ter sido a terra de São Jorge e seu cavalo branco.

Casas escavadas nas rochas também compõem o cenário.

Paulo Junqueira Arantes Diretor da Cavalgadas Brasil www.cavalgadasbrasil.com.br Revista Mangalarga • Abril/2015

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Uma escada que não vai a lugar nenhum Existiam diversas variações, uma frente ao terraço, uma na cocheira, uma no curral... Eu tinha cerca de 8 anos, então estávamos na década de 1960. Depois do café... estamos na região do sul de Minas Gerais, fronteira com São Paulo, numa fazenda típica de plantação de café, gado de leite e cavalos Mangalarga. O termo “depois do café” significa que são mais de 14:00 horas = horário das visitas. O dia oficialmente começava às 5:30 horas, com a primeira sereia. As fazendas maiores eram regidas pela sereia, que se existissem hoje talvez fossem chamadas de sirene, que são engenhocas que emitem um som sibilante com curta arrancada e muito marcante no final, que pode ser ouvido em distância enorme, regendo toda a propriedade. Os cachorros, no final desse toque, as imitam com uivos longos, nunca entendi a razão. Nas fazendas menores a marcação era pontuada por um grande sino. A sereia, manejada pelo sereiero, nos acordava às 5:30 horas, para as mulheres prepararem as marmitas, iniciava o ponto as 7:00, determinava a parada do almoço as 8:30 hrs e reiniciava o trabalho as 9:45 hrs. O café era pontuado as 12:30 hrs e terminava as 13:45 hrs e o dia finalmente era encerrado as 17:00 horas. Neste dia, como em muitos outros, meu avô e eu estávamos em visita ao Carvalho Dias, na Fazenda Recreio, uma enorme propriedade localizada no município de São Sebastião da Grama (SP), quase em Poços de Caldas (MG).

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Neste momento, contrariando meu avô, que se estivesse presente me diria: “- ataia o causo!”, convém explicar que ali era bem São Paulo, minha avó Luiza era paulista e havia nascido na rua Paraná, parte central da cidade de Poços de Caldas que pertencia ao estado paulista até a revolução de 1932. Também devo lembrar que meu avô havia me convencido de que a guerra de 1932 aconteceu porque nem São Paulo ou Minas queria ficar com a cidade de Caconde. Voltando à “vaca fria”, nessa fazenda tinha uma lavoura imensa de café, excelente gado Caracu, origem dos nossos bois de carro, e cavalos muito fracos. Quando chegamos na sede da Recreio eu vi frente ao terraço uma escada de três degraus que, solitária, não ligava nada nem ia pra lado nenhum. Nós estávamos tomando, ou melhor, eu fingindo que provava, um café que eles orgulhosamente diziam ser “bebida mole”, mas não tinha açúcar e era claro, mau queimado. Eu não gostava de cafezinho, mas amava café de “duas mãos”, porque nessa versão o café era bem torrado e tinha açúcar, acompanhava biscoito de polvilho e queijo caseiro até em algumas ocasiões nos apresentavam bolo de fubá ou broa. Nessa infância eu entendia que os fazendeiros eram “durões”, quando juntos tomavam café mole horroroso e sem açúcar, enquanto na colônia, onde estavam as casas dos

funcionários, o café sempre era bem torrado e vinha inundado de açúcar. Naquela conversa quase sem palavras eu aproveitei para perguntar o porque daquela escada sem rumo e os vi quase sorrirem, quando o Seu Carvalho Dias comentou que não era uma escada ... deu uma pausa ... eu curioso ficava aflito com a velocidade das explanações e voltei a insistir ... daí recebi a informação que tinha certeza era só para mim: - Na minha juventude era uma plataforma que eu utilizava para montar a cavalo e correr os serviços, depois de alguns anos, para facilitar eu levantei a metade da plataforma, e hoje estou na segunda levantada. - Pretendo levantar mais uma vez, num futuro próximo. Eu ri secretamente, pensando que se eu trouxesse minha égua ele precisaria fazer mais três degraus... Depois dessa visita passei a observar a técnica de montaria dos diversos amigos do meu avô porque todos tinham os mesmos costumes, inclusive o meu avô que possuía uma grande pedra quadrada, que era alcançada por uma menor que ficava ao lado. A rotina era sempre a mesma, todos montavam logo pela manhã e voltavam para o almoço, faziam as anotações relativas ao serviço e apontamentos, e depois do café o tempo era destinado à atividade que mais gostavam, invariavelmente ou gado ou cavalos. Eu classificava os amigos do meu avô por velhos, os que haviam nascido antes de 1900 e novos os outros, e

em toda visita eu procurava descobrir onde estava a escada de cada um. Existiam diversas variações de escadas, uma frente ao terraço, uma na cocheira, uma no curral, e inclusive haviam várias em ambos os lados das porteiras que eram invariavelmente feitas de arame farpado, estas disfarçadas em tocos, pedras grandes, até morrinhos habilmente esculpidos, mas sempre estavam lá, de alguma forma. Na fazenda Recreio eu ainda fui muitas vezes, e sempre observando a escada, mas ela nunca passou dos 3 degraus. A pedra do meu avô serviu por toda sua vida, mas ele nunca plantou nenhuma outra escada, preferiu educar suas montarias e ao lado de-

las, com uma rédea em cada mão, os conduzia “ladeando” até o barranquinho mais próximo. Na Santa Amélia nada havia ao lado das porteiras, banidos pelo meu avô, que fazia questão de abrir as porteiras montado e exigia o mesmo de mim, então cada vez que eu desmontava precisava procurar alguma facilidade próxima, tarefa difícil!! Nos dias de hoje eu tenho um toquinho discreto, e este frequentemente algum funcionário o utiliza para alguma coisa e não o traz de volta, por isso eu deveria fazer alongamento em academia, mas termino correndo atrás de um morrinho, tudo isso com o maior prazer de montar “um trem bão”, um magnífico cavalo de rei.

José Oswaldo Junqueira Fleury (Juca) Autor do Livro “JO – No caminho das pedras” Associado Nº 00726

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Fotos: Norberto Cândido.

Exposição de São Paulo 21 e 22 de março de 2015

Parque da água branca (SP)

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Fotos: Norberto Cândido.

Coquetel de Confraternização da Expo São Paulo Parque da Água Branca 21 de março de 2015

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Fotos: Norberto Cândido.

M omento S ocial

Leilão Grandes Marcas Haras Três Rios – Itatiba (SP)

Fotos: Norberto Cândido.

28 de março de 2015

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Fotos: Norberto Cândido.

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Leilão Prestígio Página 05

Leilão Toada Mangalarga

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Haras Precioso Página 39

Haras Forsteck

E dição

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Haras Anauê Página 45

Mangalarga AC Página 65

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Haras Montanhêz Página 23

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Página 99

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