Revista Mangalarga - Julho de 2015

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E ditorial

Força O primeiro semestre do ano foi marcado por uma agenda muito movimentada, com exposições, copas e leilões acontecendo em diversas regiões do país. Esse fato comprova a solidez e a força de nossa raça, que, apesar da situação do país, continuou a crescer. O melhor momento desta primeira metade do ano foi vivido justamente no recém-encerrado mês de junho, palco de grandes eventos da raça: a Exposição Brasileira e o Seminário Mangalarga 2015. Realizada pela primeira vez na capital fluminense, a Brasileira ofereceu uma oportunidade ímpar para o público da cidade maravilhosa conhecer de perto as qualidade do nosso cavalo. Além disso, contou com uma animada programação social, que incluiu coquetel, leilão e show da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, propiciando um

e solidez

momento de confraternização para toda Família Mangalarga. Por sua vez, o Seminário Mangalarga, realizado em Orlândia, berço do Mangalarga, deu continuidade às comemorações dos 80 anos da ABCCRM, proporcionando um proveitoso debate sobre o passado, o presente e o futuro de nossa raça e promovendo uma ótima troca de informações e opiniões sobre o nosso cavalo. Este importante evento foi antecedido pela Etapa da Copa Mangalarga e pela prova de cavalo completo Dr. Geraldo Diniz Junqueira. Na ocasião da prova, ficou comprovada a grande capacidade do Mangalarga e ficou claro que devemos promover diversas atividades que mostrem as qualidades de nosso cavalo em variadas funções, como provas de maneabilidade, enduros e outras.

Agora, começam os preparativos para a 37ª Exposição Nacional, cuja sede será a pujante cidade de Londrina, no Norte do Paraná. Para o sucesso do evento, marcado para acontecer no período de 17 a 27 de setembro, contamos com o apoio da Sociedade Rural do Paraná e com as ótimas instalações do Parque Governador Ney Braga, que está entre os maiores e mais bem-estruturados recintos de exposições da América Latina. Assim, convido todos a participarem da 37ª Exposição Nacional, estimulando-os também a prestigiarem as demais mostras e copas que acontecerão neste semestre pelas cinco regiões do país. Afinal, apenas com o envolvimento e o apoio de todos, conseguiremos levar nossa Associação e nosso cavalo ao elevado patamar em que devem estar.

Forte abraço e pé no estribo, Mário Barbosa

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Í ndice

Território Cavalgada

Cuecada 2015.................... 10 16ª Cavalgada Amigos do Mangalarga do Vale........ 14 3ª Cavalgada de Arceburgo a Mococa............ 18

Exposições e Copas

Expo Itapetininga................ 20 Expo Brasileira 2015........... 28 Expo Bragança 2015........... 32 Expoagro Atibaia................. 36 Expo Guará 2015................ 38 Expo Londrina 2015............ 40 Exposição de Ourinhos........ 42 Expo Franca........................ 46 38ª Expointer...................... 50 Expo Nacional 2015............ 51

Panorama Mangalarga Nova temporada da TV Mangalarga.................... 52 Vale do Paraíba................... 56 Seminário Mangalarga 2015................ 60

Memória

O modo caipira de entender a genética equina................ 66

A Voz do Vriador

Que Buscais?....................... 68

E xpediente

Espaço Técnico

Qual o futuro do profissional do cavalo?......... 70 As cinco rédeas da equitação (parte II)............. 72 Prepotência racial, tipos de cruzamento e heterose........................... 76 O uso do óleo na dieta dos equinos......................... 80 Não podemos descuidar da habilidade materna das matrizes Mangalarga........... 87

Lazer & Cultura

Machu Picchu a cavalo........ 90

Mercado & Finanças

Leilão Toada Mangalarga..... 93 1º Leilão Haras A.E.J........... 94 Leilão Top Selection............. 95

Mangalarga Colorido

Leilão Celebridades............. 96 4ª Expo Preto e Pelagens Especiais............... 97

Haras em Destaque

Haras Vegas........................ 98

Momento Social

Exposição de Guaratinguetá................... 101

Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga ABCCR Mangalarga Av. Francisco Matarazzo, 455 • Pavilhão 4 - “Dr. Fausto Simões” • Parque da Água Branca - São Paulo - SP • Envio de Correspondências Exclusivamente Caixa Postal 61016 - CEP: 05001-970

Diretoria Executiva

Triênio 2015/2017 Diretor Presidente Mário A. Barbosa Neto Vice-Presidente Administrativo Financeiro Renato Diniz Junqueira Vice-Presidente de Marketing Eduardo Henrique Souza de França Vice-Presidente Técnico Gabriel Francisco Junqueira de Andrade Vice-Presidente de Fomento Flávio Diniz Junqueira Vice-Presidente de Exposições e Esporte João Pacheco Galvão de França Vice-Presidente de Relações Institucionais Armando Raucci

Diretoria Adjunta

Triênio 2015/2017 Diretores Jurídicos Antonio Carlos Pestili Fonseca Pedro Amaral Salles Renato Tardioli Lucio de Lima Diretor de Fomento Danton Guttemberg de Andrade Filho Diretores de Exposição Guilherme Pompeu Piza Saad José Lamartine Moreira Cintra Filho Diretor de Pelagem Jeferson Ferreira Jardim Diretores de Marketing Antonio Carlos Soares Luna João Luis Ribeiro Frugis Diretor de Núcleo Luiz Alberto Patriota de Araújo Costa Diretora Social Natalia Maria Cury Lois Diretor Técnico Lourenço de Almeida Botelho

Conselho Superior de Administração Triênio 2015/2017 Membros Eleitos Arnaldo de Almeida Prado Filho Cristina Junqueira Fleury Azevedo Costa Luís Cintra Sutherland Osvaldo Juliano Roberto Diniz Junqueira Filho

Membros Efetivos Célio Ashcar Celso Galetti Montalvão Clodoaldo Antonângelo Eduardo Diniz Junqueira Élio Sacco Felippe de Paula Cavalcanti de Albuquerque Lacerda Filho Flávio Diniz Junqueira Francisco Marcolino Diniz Junqueira Geraldo Diniz Junqueira Ivan Antônio Aidar Luiz Eduardo Batalha Mário A. Barbosa Neto Reginaldo Bertholino Renato Diniz Junqueira Sergio Luiz Dobarrio de Paiva Presidente

Conselho Deliberativo Técnico Triênio 2015/2017

Técnicos Luiz Alberto Patriota de Araújo Costa Marcelo Leite Vasco de Toledo Marcos Sampaio de Almeida Prado Maria Aracy Tavares de Oliva Paulo Lenzi Souza Leite Sérgio Diniz Junqueira Criadores José Luiz Prandini Rodnei Pereira Leme Roque Carlos Nogueira

Serviço de Registro Genealógico Stud Book Superintendente do Serviço de Registro Genealógico Jayme Ignácio Rehder Netto

Revista Mangalarga Edição e Redação Pedro Camargo Rebouças pedro.reboucas@abccrm.com.br Publicidade Norberto Cândido norberto.candido@abccrm.com.br Arte Cleber Pereira cleber.pereira@abccrm.com.br Departamento de Exposição Francisco Bezerra Diagramação e Projeto Gráfico Marcelo de Brito DBRITO SIGN - Artes Gráficas marcelo@dbritodesign.com (11) 9 4726-8147 Impressão Hawaii Gráfica e Editora



Era do PEC

A capa desta edição apresenta a potra negra Era do PEC, em registro fotográfico feito pela talentosa lente de Daniel Cotelessa. Produto do cruzamento entre Universal de NH (Grande Campeão Nacional Cavalo 2010) e Uganda do PEC (Grande Campeã Nacional Égua Pampa 2010), a promissora fêmea foi um dos destaques do 7º Leilão Celebridades, realizado no início de maio, em Jacareí (SP). Agora, Era do PEC está de casa nova. Trata-se do Haras Vegas, comandado pelo criador Marcelo Vegas, na cidade paulista de Guararema. Reunindo genética diferenciada, refinamento e funcionalidade, ela chega para reforçar o plantel de um criatório que vem conquistando cada vez mais espaço na raça, tendo como foco principal a seleção das pelagens preta e amarilha e primando sempre pela qualidade.

Momento Especial

A Revista Mangalarga traz nesta edição uma ampla cobertura dos acontecimentos que movimentaram o segundo trimestre de 2015. O destaque fica por conta das matérias a respeito de dois eventos muito especiais para a comunidade mangalarguista: a Exposição Brasileira, que levou toda beleza e funcionalidade da raça ao público carioca, e o Seminário Mangalarga 2015, responsável por promover um importante debate a respeito do passado, do presente e do futuro do nosso cavalo. A seção “Espaço Técnico” é outra atração de peso da publicação oficial do cavalo de sela brasileiro. Afinal, o conceituado time de colaboradores da revista, que nesta edição ganha a companhia do Diretor Técnico da ABCCRM Lourenço Botelho, é garantia de informação de qualidade nos mais diversos campos de conhecimento ligados à equinocultura. Assim, o convidamos a desfrutar desta segunda edição do ano da Revista Mangalarga. Temos certeza que esta será uma experiência enriquecedora, pois este é um material preparado com muito carinho para você, leitor e apaixonado pelo cavalo de sela brasileiro. Forte abraço e boa leitura, Equipe Mangalarga

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01 Agosto 2015

Sábado - 13h

Podem acreditar, elas também estarão à venda! Saga do EFI

Chica da Silva 42

Suiça da Janga

Tieta do EFI

Localização:

Road Shopping

Rod. Castelo Branco Km 72 - Itu/SP

Durante a Expo Preto

Cadastro Antecipado

Cadastre-se antecipadamente, junto à empresa leiloeira, para agilizar a aceitação de seu lance de compra durante o leilão. Business Leilões (21) 2491-3808 Fotos e vídeos dos animais a partir do dia 16 de julho. *Só serão aceitos lances por telefone de clientes já cadastrados.

www.harasefi.com

Transmissão ao vivo: www.canalbusiness.com.br


Seu Garanhão é Bom Mesmo?

A Fenix Leilões coloca à disposição dos companheiros mangalarguistas a genética criada por José Oswaldo Junqueira em quase 100 anos, na forma das barrigas destas grandes éguas.

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Vai Encarar? Pedigree de alta consistência genética, todas as éguas listadas possuem Grandes Campeões em sua genealogia, conhecidos por sua beleza e andamento. José Oswaldo possuía o dom de enxergar através das gerações passadas, realizando cruzamentos das melhores linhagens de todos os tempos, inegavelmente uma concentração genética que marcou e moldou a raça. Os embriões serão entregues após 3 meses de gestação, e com garantia do produto nascido. Todas as despesas de serviços veterinários e aluguel de receptoras estão incluídas no preço da barriga.

MATEIRA JO - Turbante JO X Vicunha JO VICUNHA JO - Capitão do Mato JO X Gazela JO MARIANA JO - Turbante JO X Vicunha JO NAVALHA JO - Topazio JO X Vicunha JO CORAL JO - Topazio JO X Tigresa JO AURÉOLA JO - Topazio JO X Manhã JO DILETA JO - Nairobi ML X Luiza JO RETINTA JO - Topazio JO X Negrita JO CHUVA JO - Topazio JO X Névoa JO AURA JO - Topazio JO X Manhã JO ARMADERA JO - Topazio JO X Fuligem JO CAMPINAS OJC - Universitario OJC X Baucide OJC

Josué Cunha Neto: josue@fenixleiloes.com Departamento comercial: comercial@fenixleiloes.com Telefones: 11. 2339.8187 • 11. 99128.8881 www.fenixleiloes.com Revista Mangalarga • Abril/2015

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Por Pedro Rebouças

Cuecada 2015 Fotos: Michel Sisvet/Cuecada.

Com forte adesão da comunidade mangalarguista, cavalgada se confirma como uma das principais do calendário equestre brasileiro

A 25ª Cuecada, realizada no período de 10 a 12 de abril, repetiu o sucesso do ano anterior. Na ocasião, mais de 120 cavaleiros e seus animais rasgaram a Serra da Mantiqueira, saindo de São João da Boa Vista (SP) em direção a Poços de Caldas (MG). Foram três dias de muita prosa, reencontros de antigas e perenes Belas trilhas acompanharam os participantes. Mário Barbosa e Nelson Braido durante a cavalgada.

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amizades. Tudo regado à ótima culinária tropeira. Afinal, são 25 anos de amizades consagradas, onde os novos amigos são sempre bem-vindos e depois de algumas horas sobre uma sela, batendo os estribos, proseando em paisagens maravilhosas, todos compõem uma mesma e grande família de cavaleiros. A saída da comitiva aconteceu na manhã de sexta-feira (10), partindo da Fazenda Laranjeiras, do amigo Joaquim Boi (Berro Grosso), em São João da Boa Vista. Mais tarde, para repor as energias e desfrutar de um saboroso almoço tropeiro, o grupo fez uma pausa na Fazenda Rio Claro. Ótima comida, barriga cheia e cavalos descansados, foi a vez do grupo subir a serra com destino à Fazenda Curral de Pedra, onde os cavalos, depois do merecido cuidado, descansaram para mais dois dias de passeio. De lá, os cavaleiros foram levados ao Hotel Nascentes da Serra, em Poços de Caldas, velho conhecido e parceiro da Cuecada, que disponibilizou suas instalações e conforto a todos os participantes da cavalgada. Como sempre, ao longo do passeio os participantes puderam desfrutar dos deliciosos pratos assinados pelo chef Chico Preto e

Luis Opice novamente esteve presente.

A comunidade mangalarguista prestigiou o evento. Mais de 120 cavaleiros participaram do passeio.

sua equipe, um dos pontos altos do evento. Além disso, a comitiva contou com a animação da dupla Baiano e Baianinho, cantadores queridos pelo povo da região. A Cuecada foi prestigiada ainda por um animado grupo de mangalarguistas, entre os quais estavam muitos usuários da raça e criadores como Luis Augusto de Camargo Opice, Nelson e Nelsinho Braido, além de Mário Barbosa, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM). De acordo com Jairo Hamilton e Toni Malta, organizadores do evento, o sucesso deste tradicional Revista Mangalarga • Abril/2015

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T erritório C avalgada Fotos: Michel Sisvet/Cuecada.

passeio equestre é fruto da colaboração e participação de muitas pessoas. “Assim, agradecemos a todos que participaram, a você cavaleiro, a vocês nossos patrocinadores, e toda a nossa equipe de apoio pela consagração deste grande evento que é nossa Cuecada!”

Cavalgada teve três dias de duração.

Os organizadores Jairo Hamilton e Toni Malta.

Jairo Hamilton comanda a comitiva.

O cavalo Mangalarga foi destaque no evento. Nelsinho e Nelson Braido prestigiaram a Cuecada.

Mário Barbosa e outros participantes iniciam a cavalgada.

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16ª Cavalgada Amigos do Mangalarga do Vale

A cidade de Paraibuna, localizada na próspera região do Vale do Paraíba, no interior paulista, foi palco da décima sexta edição da Cavalgada Amigos do Mangalarga do Vale. O evento aconteceu na manhã do sábado 30 de maio, oferecendo uma agradável oportunidade de confraternização e convívio com a natureza para os criadores da raça, seus familiares e amigos. A cavalgada, cuja organização esteve a cargo do mangalarguista Felipe Angelim, contando com o apoio do Núcleo Mangalarga do Vale do Paraíba, teve a participação de 80 pessoas. Segundo o criador Dirk Helge Kalitzki, presidente do núcleo, o passeio percorreu um lindo trajeto em meio à natureza. “Foram cerca de 20 quilômetros em meio às belas paisagens da fazenda de nossos anfitriões, o senhor Adhemar Galvão e sua esposa Amélia.” Ainda de acordo com Dirk, os participantes foram muito bem recebidos, podendo desfrutar de um ótimo e reforçado café da manhã para aguentar bem o percurso pelas lindas trilhas da fazenda. “Tivemos um clima bem descontraído e familiar, contando ainda com um bom apoio durante o percurso, com direito ao lanche bem próximo a uma cachoeirinha maravilhosa, num clima gostoso e de grande entusiasmo!” “No retorno à sede da fazenda já estava nos esperando um delicio-

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Fotos: Núcleo do Vale do Paraíba.

Ambiente descontraído e familiar foi o ponto alto do evento que reuniu 80 pessoas no fim de maio

Dirk Kalitzki cavalga com familiares e amigos.

O grupo percorreu um percurso de 20 quilômetros. O trajeto atravessou belas paisagens.



T erritório C avalgada Fotos: Núcleo do Vale do Paraíba.

Fotos: Núcleo do Vale do Paraíba.

Participantes da 16ª edição da cavalgada.

so almoço com leitão à pururuca e carneiro, chope gelado e caipirinhas de frutas, que se estendeu noite a dentro ao som de boa música de viola e sanfona. O Vale aguarda ansioso a 17ª Cavalgada Amigos do Mangalarga!”, conclui o dirigente do Núcleo do Vale do Paraíba, demonstrando a forma como o evento caiu no gosto da comunidade mangalarguista. Participantes percorrem estrada rural em Paraibuna.

Evento teve um ambiente descontraído e muito familiar.

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A comunidade mangalarguista prestigiou o evento.

Integrantes do Núcleo do Vale do Paraíba.



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Por Pedro Rebouças

3ª Cavalgada de Arceburgo a Mococa Fotos: Divulgação.

Evento conquista novos admiradores e usuários para o Cavalo de Sela Brasileiro

Danton Guttemberg lidera a comitiva. Colocar a raça em evidência é um dos objetivos da cavalgada.

O Ginásio Poliesportivo de Arceburgo (MG) foi o ponto de partida da terceira edição da Cavalgada Amigos do Mangalarga. O evento, que aconteceu na manhã do domingo 19 de abril, percorreu um trajeto de 20 quilômetros pelas belas paisagens da região de divisa entre os estados de São Paulo e Minas Gerais. Por sua vez, o final do passeio ocorreu no Haras Califórnia, localizado na vizinha cidade de Mococa (SP) e pertencente ao criador Danton Guttemberg de Andra-

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Fotos: Divulgação. A comunidade mangalarguista prestigiou o evento.

Archibald Rehder também participou da cavalgada.

de Filho, onde a comitiva de 140 cavaleiros foi recepcionada com uma animada festa de confraternização, que incluiu boa música e a distribuição de brindes relativos à raça Mangalarga. De acordo com o médico veterinário Fabiano Camargo, responsável pela organização do passeio, a Cavalgada Amigos do Mangalarga vem crescendo a cada ano. “Isso pode ser notado pelo número de participantes, que vem evoluindo a cada edição do evento. Em 2012, tivemos a participação de 80 cavaleiros. No ano seguinte, o número de participantes passou para 100. E este ano alcançamos a marca de 140 pessoas”, comemora o organizador. Fabiano acrescenta ainda que o evento caiu rapidamente no gosto dos cavaleiros da região. “Apesar desta ter sido apenas sua terceira edição, a Cavalgada Amigos do Mangalarga já é muito conhecida e virou referência na região. No dia a dia, é muito comum as pessoas me pararem na rua para perguntar quando realizaremos o próximo evento. Além disso, também temos recebido pessoas de outras cidades e regiões. Este ano, por exemplo,tivemos a participação de cavaleiros e amazonas vindos de Ribeirão Preto (SP), São Carlos (SP), São José do Rio Preto (SP), São João da Boa Vista (SP), Guaxupé (MG) e Guaranésia (MG).” O organizador ressalta que, além de promover um divertido momento de confraternização entre os apaixonados por cavalos, a cavalgada tem o objetivo de fomentar o mercado da raça na região. “Conversando com o Danton, do Haras Califórnia, com quem trabalho, tivemos a ideia de fazer um evento que colocasse o Mangalarga em evidência na região, procurando atrair novos usuários e compradores. Isso realmente vem acontecendo, pois muitas pessoas se interessaram e adquiriram animais da raça para poder participar de cavalgadas.”

Diferentes gerações participaram do passeio.

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E xposições

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Por Pedro Rebouças

Programação movimentada, concorridos julgamentos e número recorde de participantes garantiram o sucesso do evento

O evento reuniu um número recorde de animais.

O cavalo Mangalarga esteve novamente em destaque na Expoagro Itapetininga, uma das mais importantes feiras agropecuárias do es-

tado de São Paulo. Os julgamentos da raça aconteceram nos dias 17, 18 e 19 de abril, nas dependências do Recinto Acácio de Moraes Terra,

contando com a participação de 209 animais, expostos por 50 tradicionais criatórios mangalarguistas. Organizada pelo criador GuiO andamento esteve em destaque em Itapetininga.

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Fotos: Cléber Pereira.

Expo Itapetininga


Fotos: Cléber Pereira. Vista geral da pista de julgamento.

lherme Pompeu Piza Saad, com o apoio do Sindicato Rural de Itapetininga e da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), a Exposição de Itapetininga contou também com uma movimentada programação social. Entre as atrações preparadas para receber os criadores estavam a Boutique Mangalarga, o Espaço do Núcleo Feminino e a Tenda dos Criadores. O ponto alto, entretanto, foi o animado jantar de recepção à comunidade mangalarguista, que contou com um delicioso cardápio e com a animada música country da banda Red Fox. Em pista, os animais protagonizaram concorridos julgamentos nos quais passaram pela avaliação dos jurados José Rodolfo Brandi, a quem coube a análise do item andamento, e Maria Aracy Tavares de Oliva, responsável pela análise do quesito morfologia. O evento contou ainda com uma marcante participação da classe de pelagem, que registrou a presença de 64 animais e 28 expositores. Na opinião de Guilherme Saad, que pela segunda vez organizou o evento, a mostra mangalarguista

O público pôde conferir a beleza e funcionalidade da raça.

Os cobiçados troféus da Exposição de Itapetininga.

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Por Pedro Rebouças

Fotos: Cléber Pereira.

E xposições

O anfitrião Guilherme Saad com o presidente da ABCCRM Mário Barbosa e o criado José Luiz de Andrade.

A Tenda dos Criadores ofereceu muito conforto aos visitantes.

foi extraordinária. “Ela realmente superou as expectativas. Além de termos recebido 209 inscrições, tivemos a participação de 50 expositores, entre os quais estavam tradicionais selecionadores e também muitos criadores novos. Além disso, recebemos um ótimo público, composto por pessoas das cidades da região, interessadas em conhecer melhor as qualidades do nosso cavalo.” O anfitrião destaca ainda que a programação do evento foi pensada para receber toda a família Mangalarga. “Creio que conseguimos atingir o objetivo de conciliar os julgamentos da exposição com um ambiente festivo, proporcionando Jantar de recepção foi ponto alto do evento.

A banda Red Fox animou a festa mangalarguista.

uma oportunidade diferenciada de congraçamento para todos aqueles que passaram pela Exposição Mangalarga de Itapetininga.” Já o criador José Oswaldo Junqueira Fleury, que acompanha a Expoagro há cerca de 40 anos, acredita que este foi o ápice da participação da raça no evento ao longo de todo este período. “Além da ótima qualidade dos exemplares que passaram pela pista de julgamento, a mostra contou com uma participação de animais e expositores como nunca antes eu havia visto. Esta foi, sem dúvida, a melhor entre todas as edições da Exposição de Itapetininga.”

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INFORME PUBLICITÁRIO

SENEPOL CAIU NAS GRAÇAS DO PECUARISTA BRASILEIRO Criado nas Ilhas Virgens, em Sant Croix, o taurino tropical é o investimento mais lucrativo e eficaz para a produção de carne em curto período Berrante Comunicação Por Karina Mamede

Não é à toa que a raça Senepol cresce em média, no Brasil, 35% ao ano. Ora, pois, um avanço mais que esperado, uma vez que a prosperidade da raça é fruto das qualidades adaptativas e dos resultados promissores que ela mostra constantemente. Conhecido como taurino tropical, o Senepol faz jus a esse termo, visto que associa a capacidade de produzir a campo em climas quentes e, mesmo assim, mantém a qualidade do produto final.

em climas quentes. Dessa tentativa surgiu o triunfo, a raça Senepol – “Sene”, originado a partir do local que tem o maior rebanho N’Dama na África, Senegal, e “pol”, do nome Red Poll. Por volta de 1949 o taurino tropical havia se espalhado por toda a Sant Croix.

Criada no Brasil há 15 anos, a raça que ganhou os criatórios do País se originou nas Ilhas Virgens, em Saint Croix, a partir do cruzamento entre duas raças taurinas, de um lado a britânica Red Poll, de outro a africana N’Dama. Por isso o Senepol, mesmo oriundo do cruzamento entre duas raças, é conhecido como um taurino puro. A origem dela surgiu a partir da pretensão de se criar um animal de corte em climas tropicais, ou seja, que não sofresse estresse térmico no clima caribenho – inadequado para a criação de outras raças bovinas. O cruzamento foi certeiro, mas ele partiu de várias tentativas nas Ilhas Virgens. Em 1880 importou-se do Senegal a raça N’Dama, esse animal, inicialmente, parecia uma alternativa viável, pois era adaptado ao clima e resistente a parasita, entretanto, ele não desempenhava a performance produtiva desejada pelos criadores. Por isso, o filho de um dos maiores criadores da Ilha, Bromley Nelthropp, adquiriu em 1918 o primeiro touro Red Poll, para realizar o acasalamento com a raça africana. A ideia principal era aliar os predicados de cada raça e desenvolver um animal de caráter sólido, pronto para produzir carne de qualidade

Ilhas Virgens - Sant Croix


INFORME PUBLICITÁRIO

A partir da aceitação da raça, o registro dos animais Senepol, enquanto marca consolidada, aconteceu em 1954. Desse momento em diante o taurino se espalhou para os Estados Unidos da América (EUA) – no sul deste país a raça mostrou o seu potencial e se desenvolveu expressivamente. Em seguida, no ano de 2000, o Senepol ganhou a admiração dos pecuaristas brasileiros, e desde então, cresce vertiginosamente em terras tupiniquins. A seriedade com que os pecuaristas brasileiros tiveram para a produção do Senepol PO vigoroso, assim como em outros países, chegou à criação de um animal adaptado ao clima quente e altamente produtivo. As vantagens que o Senepol proporciona ao plantel não se restringem à resistência ao calor e rusticidade, tanto os machos quanto as fêmeas, agrupam características peculiares para produzir com qualidade.

SENEPOL, O TAURINO PRONTO PARA O CLIMA TROPICAL Os méritos que a raça alcançou fizeram do Senepol uma opção viável pela facilidade do manejo e lucratividade – observada com os resultados apreciados. O Senepol, independente do gênero (fêmea ou macho), é um animal de ciclo curto (ideal para a pecuária moderna), ótima ferramenta de produção a pasto, taurino de temperamento dócil, mocho, tem a cor vermelha e pelagem curta (pelo zero), conta com precocidade sexual, apresenta resistência a ecto/ endoparasitas, e, para que todas as vantagens sobreditas fizessem sentido, o animal produz carne extremamente macia. As fêmeas da raça são rústicas, precoces e excelentes matriarcas da pecuária moderna,


INFORME PUBLICITÁRIO

uma vez que é uma eximia doadora de embriões, ao passo que é boa matriz a campo – o que reafirma sua alta fertilidade. As matrizes Senepol possuem elevado instinto de cria e cuidados para com os bezerros, mesmo assim, não são agressivas com a mão de obra durante a parição ou no momento de cura dos umbigos. Celso Menezes, superintendente técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), afirma que a precocidade das matrizes é um aspecto excepcional que a raça apresenta. “Entre 12 e 14 meses as matrizes da raça estão aptas à reprodução e com ótimo desempenho na FIV”. Para contribuir com as características da fêmea, o macho da raça Senepol é indicado para cobertura a campo, o touro consegue acompanhar e cobrir, em média, 50 vacas, sejam elas zebuínas, F1, Tricross ou Senepol PO. Com essa quantidade de matriarcas, por exemplo, ele consegue alcançar um índice superior a 80% de prenhezes. O reprodutor da

raça desempenha com eficiência tal característica pela alta libido, todavia, ele é um animal dócil e de fácil manejo. Menezes reitera as principais qualidades das matriarcas, precocidade e fertilidade, e dos reprodutores a rusticidade e capacidade de cobrir a campo. “As características das fêmeas e machos da raça Senepol são fatores que influenciam diretamente na eficiência econômica do criatório, pois são aspectos zootécnicos fundamentais no sistema de produção da pecuária”, acrescenta. Além das vantagens sobreditas, outra perspectiva contribui para impulsionar a utilização do Senepol enquanto instrumento melhorador dos rebanhos de corte. De acordo com resultados mensurados, a raça tem a capacidade de desenvolver a heterose máxima (vigor híbrido ou choque sanguíneo), que representa a melhoria do desempenho dos animais oriundos do cruzamento entre Senepol e outras raças, em que as progênies contam com maior produtividade, resistência e precocidade.


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A RAÇA CRESCE E OS RESULTADOS COMPROVAM Os pecuaristas do Brasil acreditaram no potencial do taurino e atualmente usufruem dos proventos. Resultados que merecem aplausos, pois o Senepol tem uma história recente no País e já atingiu a pujante média de 35% de crescimento ao ano, o aumento de 107% no último ano na comercialização em leilões e 44% na quantidade de novos criadores associados de 2013 a 2014. “O Senepol é uma raça extremamente nova, mas que já demonstrou o seu potencial para contribuir com a quantidade e melhoria da carne produzida no cenário nacional. Com apenas 15 anos, a raça apresentou grande eficiência produtiva”, aponta Gilmar Goudard, presidente da ABCB Senepol. Na comercialização de animais em leilões no último ano, o Senepol movimentou R$ 33,6 milhões, superior a 2013 que negociou R$ 16,2 milhões – com base em dados apontados pela DBO. O valor alcançado em 2014 é proveniente da comercialização de fêmeas, machos, sêmen e embriões. Outro fator que demonstra o crescimento é o aumento da produção de sêmen. A raça Senepol alcançou em 2014, de acordo com dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), o terceiro lugar em volume de sêmen produzido, uma marca de 240.591 doses – crescimento de 277% se comparado a 2013. Os touros nacionais Senepol, mesmo indicados para a cobertura de vaca a campo, se destacaram como ótimas ferramentas para a realização de IA, IATF e FIV, resultando, no último ano, na comercialização de 143.567 doses. O crescimento da raça é comprovado pelos resultados acima, mas, além disso, outro aspecto contribui para a utilização do Senepol, este fator é o crescimento da demanda de proteína animal, tanto no consumo interno, quanto na exportação. Em vista disso, para atender o esperado é importante que os criadores invistam em animais de ciclo curto, que consigam oferecer o produto final de qualidade e em tempo hábil para atender a procura por proteína de origem bovina. O Senepol, por sua vez, responde positivamente às exigências mercadológicas.


E xposições

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Por Pedro Rebouças

Fotos: Cléber Pereira.

Evento apresentou toda a beleza e versatilidade do Cavalo de Sela Brasileiro ao público da Cidade Maravilhosa Evento contou com a participação de 144 animais. Disputa de andamento foi um dos destaques do evento.

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A cidade do Rio de Janeiro (RJ) recebeu, no período de 11 a 14 de junho, um dos mais tradicionais eventos equestres do País, a Exposição Brasileira do Cavalo Mangalarga. O evento, que aconteceu pela primeira vez na capital fluminense, foi realizado nas dependências da Hípica do Clube Marapendi, no charmoso bairro da Barra da Tijuca. Promovida pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), a Exposição Brasileira reuniu 144 animais, provenientes de 31 tradicionais criatórios da raça, que participaram da disputa pelos troféus dos Grandes Campeonatos Brasileiros de 2015. Para tanto, os participantes passaram por concorridos julgamentos nos quesitos Morfologia e Andamento, comandados respectivamente pelos jurados Antonio Thomé Filho e André Fleury Azevedo Costa. A Exposição Brasileira contou ainda com uma movimentada pro-

O Leilão Cidade Maravilhosa movimentou o mercado.

gramação social, cujo ponto alto foi o coquetel de recepção dos criadores realizado na noite da sexta-feira (12), contando com a participação da bateria e das passistas da tradicional escola de samba carioca Imperatriz Leopoldinense. Além disso, os negócios tam-

bém estiveram em alta durante o evento. Promovido pela Business Leilões, o Leilão Mangalarga Cidade Maravilhosa levou um grande público ao Clube Marapendi, negociando 27 lotes, entre garanhões, matrizes, potros e potras provenientes de conceituados criatórios

Um plantel de muita qualidade esteve presente.

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da raça. De acordo com a Business Leilões, o remate alcançou a cotação média de R$ 24,6 mil, registrando a participação de compradores dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Maranhão e Sergipe. Por sua vez, o lote mais valorizado do evento foi composto pelo alazão amarilho Heitor 3P, que atraiu um investimento de R$ 59,8 mil. Grandes Campeões Proveniente da seleção de Almiro Esteves Junior, o alazão Veleiro do A.E.J. conquistou o cobiçado Grande Campeonato Brasileiro Cavalo. Por sua vez, Executivo JES, exposto pelo Haras São Bento e originário da seleção de José Eduardo de Souza, obteve o título de 1º Reservado Grande Campeão Brasileiro Cavalo, enquanto Diamante Negro França, de Eduardo Henrique Souza de França, foi eleito 2º Reservado Grande Campeão Brasileiro Cavalo. Entre as fêmeas, o principal destaque foi a Grande Campeã Brasileira Égua Atriz do A.E.J., também exposta por Almiro Esteves Junior. O pódio foi completado ainda pela 1ª Reservada Grande Campeã Brasileira Égua Fabulosa França, de Eduardo Henrique Souza de França, e pela 2ª Reservada Grande O público carioca pode conferir as qualidades da raça.

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Dalva Marques, Mário Barbosa e Lourenço Botelho acompanham o julgamento.

Campeã Brasileira Égua Bettina do A.E.J., outra representante do plantel de Almiro Esteves Junior. Por sua vez, a disputa da categoria de potros consagrou os seguintes animais: Gestor do Ordec (Grande Campeão Brasileiro Potro), exposto por Almiro Esteves Junior e originário da seleção de Roberto Buzato, Franco do Morro Agudo (1º Reservado Grande Campeão Brasileiro Potro), proveniente do plantel da Fazenda Morro Agudo, e Gálico do Morro Agudo (2º Reservado Grande Campeão Brasileiro Potro), também originário da seleção da Fazenda Morro Agudo. Já entre as potrancas o pódio foi composto por Elegância do A.E.J. (Grande Campeã Brasileira Potra), oriunda da tropa de Almiro Este-

ves Junior, Eleita da Araxá (1ª Reservada Grande Campeã Brasileira Potra), proveniente da seleção de Josiane Cardoso Matta Vidotti, e Bronzeada Gadu (2ª Reservada Grande Campeã Brasileira Potra), exposta e selecionada por Guilherme Pompeu Piza Saad. O julgamento consagrou ainda Diamante Negro França, de Eduardo Henrique Souza de França, como Grande Campeão Brasileiro de Andamento Cavalo. O quesito teve ainda notável participação de Jaguar J.F. (1º Reservado Grande Campeão Brasileiro de Andamento Cavalo), exposto por Guilherme Pompeu Piza Saad e originário da seleção de Geraldo Junqueira de Andrade, e Urú do Mont Serrat (2º Reservado Grande Campeão


A Família Mangalarga desfrutou de uma confortável estrutura.

Eduardo França, Mário Barbosa e André Freire.

A comunidade mangalarguista prestigiou o evento.

Brasileiro de Andamento Cavalo), exposto por Hélio Korman e proveniente da criação de Sergio Luiz Dobarrio de Paiva. Por fim, a jovem fêmea Nave do Caldeirão, exposta por Almiro Esteves Junior e selecionada por Roberto Penna Fachinetti, foi eleita Grande Campeã Brasileira de Andamento Égua. Além disso, O evento contou com concorridos julgamentos.

As passistas mostraram muito samba no pé.

a categoria consagrou Era França, de Eduardo Henrique Souza de França, como 1ª Reservada Grande Campeã Brasileira de Andamento Égua, e Hebe da Marazul, exposta por Guilherme Pompeu Piza Saad e proveniente da seleção de Moacir Aga Filho, como 2ª Reservada Grande Campeã Brasileira de Andamento Égua. A bateria da Imperatriz Leopoldinense animou o evento.

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Por Pedro Rebouças

Fotos: Cléber Pereira.

Expoagro Bragança 2015

Evento recebeu 138 inscrições.

Ótimo público, bom número de participantes e elevada qualidade da tropa garantiram o sucesso desta tradicional mostra do cavalo de sela brasileiro O cavalo Mangalarga esteve novamente em destaque na Expoagro Bragança, uma das mais importantes feiras agropecuárias do interior paulista, que este ano chegou à sua

50ª edição. A participação da raça no evento aconteceu entre os dias 10 e 12 de maio, com concorridos julgamentos de morfologia e andamento, que contaram com a partici-

pação de 138 animais, expostos por 34 conceituados criatórios da raça. Organizada pelo Núcleo Mangalarga de Bragança Paulista, comandado pelo criador Rodnei Pereira

A pelagem pampa esteve entre as atrações da exposição.

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Fotos: Cléber Pereira. Qualidade da tropa foi muito elogiada.

Leme, a mostra mangalarguista também contou com o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM). Os julgamentos, por sua vez, foram realizados na pista principal do Parque Doutor Fernando Costa, popularmente conhecido como Posto de Monta, sob a condução da experiente dupla de jurados composta por Leandro Canedo Guimarães Santos, responsável pela análise

do item andamento, e Luiz Paulo Arantes Ramos Neto, a quem coube a avaliação do quesito morfologia. De acordo com Rodnei, mais conhecido entre os amigos mangalarguistas como Rodão, a Exposição Mangalarga de Bragança Paulista foi muito boa. “O evento, além de reunir um número expressivo de animais e de ter sido acompanhado por um ótimo público, teve um nível excelente e um ambiente fes-

tivo e de muita amizade, como já é característico da mostra da raça na Expoagro”, ressalta o anfitrião. Rodnei destaca ainda a excelente atuação da dupla de jurados presente à mostra bragantina. “Tanto os criadores como o público elogiaram muito o trabalho deles, em especial por conta das didáticas e convincentes explicações dadas ao fim do julgamento de cada categoria”, afirma o organizador, cujo envolvi-

O julgamento de andamento foi um dos destaques da mostra.

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Fotos: Cléber Pereira.

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A participação dos jurados mereceu elogios. Mostra bragantina está entre as mais tradicionais da raça.

A participação dos jurados mereceu elogios.

mento com o evento já dura cerca de 35 anos. “A Exposição de Bragança acontece desde 1950 e está entre as mais tradicionais da raça Mangalarga. No começo, ela acontecia a cada três anos, depois passou a ser anuMangalarguistas acompanham os julgamentos.

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al. Felizmente, eu tive oportunidade de começar a participar da organização ainda muito jovem, ajudando os criadores mais antigos. Desde então, isso tudo virou uma grande paixão, que me motiva a organizar a mostra até hoje. Aliás, é muito im-

portante que realizemos todo ano este evento, pois, como a Expoagro é uma feira muito forte, há sempre outras raças esperando um vacilo nosso e cobiçando o espaço que o Mangalarga conquistou aqui em Bragança”, conclui Rodnei.

Evento recebeu um ótimo público.



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Expoagro Atibaia Fotos: Cléber Pereira.

Participação da raça cresce de forma expressiva na tradicional feira agropecuária atibaiense

O andamento da raça chamou a atenção do público atibaiense.

O cavalo Mangalarga esteve entre as principais atrações da sétima edição da Expoagro Atibaia (SP). A participação da raça no evento aconteceu nos dias 23 e 24 de maio, contando com concorridos julgamentos de Morfologia e Andamen-

to, válidos para o Ranking Mangalarga 2015 e conduzidos pelos jurados André Fleury de Azevedo Costa (Andamento) e Marcelo Leite Vasco de Toledo (Morfologia). Organizada pelo mangalarguista Paulo Patara, com o apoio da

Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), a mostra atibaiense registrou um expressivo crescimento na comparação com sua edição anterior. Afinal, o número de animais expostos saltou de 60 no ano de 2014 para 133 no ano de 2015. Além disso, um expressivo público acompanhou os julgamentos realizados na pista do Parque Municipal Edmundo Zanoni. De acordo com Alcides Ribeiro, secretário de agropecuária e abastecimento do município de Atibaia (SP), além de ser uma ótima oportunidade para fomentar o setor de agronegócios da região, a Expoagro é uma excelente opção de recreação para a população local. “Este é um evento voltado para toda a família, com espaços para visitação, mini fazenda e, que teve como novidade este ano, o espaço cultural caipira, em comemoração aos 350 anos de Atibaia, onde o público pode conferir conto de ‘causos’ e roda de viola”, destaca o secretário. Vista geral da pista do Parque Edmundo Zanoni.

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Fotos: Cléber Pereira. Evento atibaiense recebeu 133 exemplares da raça. Jurado analisa participantes da Exposição de Atibaia.

Os cobiçados troféus da raça na Expoagro.

Um bom público acompanhou a mostra mangalarguista.

Evento aconteceu no mês de maio.

Além de espaços de artesanato regional, shows, campeonatos, sorteios, leilão de animais, exposição de produtos agrícolas e animais e estandes de empresas ligadas ao setor de agronegócios, a 7ª Expoagro sediou o primeiro encontro de carreiros de Atibaia e espaço do carreiro e o primeiro encontro de tropeiros de Atibaia e espaço do tropeiro. Expressivo número de participantes prestigiou o evento.

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Expo Guará 2015

O quesito andamento comprovou a evolução da tropa.

Evento levou uma tropa de muita qualidade à pista do Recinto de Exposições Manoel Soares de Azevedo

O cavalo Mangalarga esteve novamente entre as atrações da Expo Guará, a Feira Comercial, Industrial e do Agronegócio de Guaratinguetá. A participação da raça neste tradicional evento agropecuário do Vale do Paraíba, no interior paulista, aconteceu nos dias 20 e 21 de junho, com concorridos julgamentos válidos para o Ranking Mangalarga 2015. Organizada pelo casal Ilda e Dirk Helge Kalitzki, com o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), do Núcleo Mangalarga do Vale do Paraíba e da Associação Agropecuária de Guaratinguetá, a mostra reuniu 72 animais, provenientes de 12 conceituados criatórios mangalarguistas. Os julgamentos aconteceram na pista de grama do Recinto de Exposições A funcionalidade da raça também esteve em destaque.

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Fotos: Norberto Cândido.

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Evento reuniu 72 animais.

Manoel Soares de Azevedo, sob a condução do jurado Eduardo Leite Cintra, a quem coube a avaliação tanto do item andamento como do quesito morfologia.

Na noite do sábado (20), como fazem todos os anos durante a Exposição Mangalarga de Guaratinguetá, os anfitriões Dirk e Ilda Kalitzki abriram as portas do Haras

Forsteck para receber a Família Mangalarga. A agradável recepção proporcionou um animado momento de confraternização aos expositores, criadores, familiares e amigos presentes. Segundo os organizadores, a Expo Guará foi um sucesso, com muita qualidade em pista. “Agradecemos a todos que direta ou indiretamente participaram do nosso evento. Festa boa, cavalos maravilhosos e amigos melhores ainda. Aguardamos a todos novamente no próximo ano”, ressalta o casal anfitrião. O Haras Forsteck recepcionou a comunidade mangalarguista.

Belos exemplares passaram pela pista de julgamento.

Os anfitriões Ilda e Dirk Kalitzki.

A pelagem pampa também esteve em destaque na mostra.

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Expo Londrina 2015

O cavalo de sela brasileiro foi um dos principais destaques da programação da Expo Londrina 2015. A participação da raça neste tradicional evento, que figura entre as principias feiras agropecuárias da América Latina, aconteceu nos dias 10, 11 e 12 de abril, na pista Roberto Requião, nas dependências do Parque de Exposições Governador Ney Braga. Participaram do evento 85 animais do Paraná e dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. A programação da mostra mangalarguista foi aberta ao meio-dia da sexta-feira (10), com a disputa de concorridas provas funcionais. Por sua vez, os julgamentos válidos para o Ranking Mangalarga 2015 aconteceram ao longo do sábado (11) e do domingo (12), sob a condução dos jurados André Fleury Azevedo Costa, a quem coube a análise do quesito andamento, e Antonio Thomé Filho, responsável pela avaliação da morfologia dos animais concorrentes. A tarde do domingo reservou espaço também para uma das principais atrações da Exposição Mangalarga de Londrina, o julgamento das categorias de Progênie e Conjunto de Raça. “Trata-se de um dos momentos mais bonitos da mostra, quando a pista fica repleta de cavalos da raça”, informa Adauto Quintanilha, presidente do Núcleo Mangalarga Norte do Paraná e diretor da Sociedade Rural do Paraná.

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Fotos: Assessoria Sociedade Rural do Paraná.

Julgamentos das categorias de Progênie e Conjunto de Raça foram o ponto alto da programação

Apresentadores preparam os animais para o julgamento de progênie.

Expo Londrina De acordo com a SRP, a Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina recebe anualmente cerca de meio milhão de visitantes e é um dos maiores eventos de lazer, entretenimento e negócios do Brasil, sendo de grande importância para o agronegócio nacional. Segundo a entidade, milhares de empresas e produtores expõem a excelência genética da pecuária, implementos agrícolas, novas tecnologias em máquinas e equipamentos. O evento, além disso, conta com a participação do setor automotivo, de laboratórios, da indústria farmacêutica, de instituições bancárias, telecomunicação,

A pelagem pampa também esteve em destaque.

energia, informática, indústria do vestuário e acessórios, instituições governamentais e educacionais. A Expo Londrina possui ainda uma agenda de eventos técnicos de altíssimo nível e uma programação cultural e artística que garante a cada ano o sucesso de público. (Com informações adicionais da Assessoria da Expolondrina 2015) Vista geral da pista Roberto Requião.



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Por Pedro Rebouças

Fotos: Márcio Mitsuishi.

Exposição de Ourinhos Núcleo Oeste Paulista garante o sucesso do evento realizado durante a 49ª Fapi

A pelagem pampa esteve em destaque no evento.

O Cavalo de Sela Brasileiro esteve novamente entre os destaques da programação da Fapi, a Feira Agropecuária e Industrial de Ourinhos, no interior paulista. A participação da raça no evento, que chegou este ano à sua 49ª edição, aconteceu no período de 5 a 7 de junho, incluindo concorridos julgamentos de morfologia e andamento, válidos para o Ranking Mangalarga 2015. A organização da Exposição Mangalarga de Ourinhos esteve novamente a cargo do Núcleo Oeste Paulista. No total, 60 animais, provenientes de 18 conceituados criatórios da raça, passaram pela pista do Parque de Exposições Olavo Ferreira de Sá. Segundo Cauê Costa Hueso, criador e presidente do Núcleo, a pista principal foi dominada pelos criatórios de diversos Estados e o enorme público presente pode acompanhar a notável evolução da raça. “O ponto alto da maior feira agropecuária aberta do Brasil foi o clima no es-

paço Mangalarga, entre criadores, expositores e convidados. Serviço de garçom durante todo o evento inclusive com almoço -, camarote Mangalarga para os shows do rodeio e uma festa para os apresentadores e equipes foram alguns dos atrativos oferecidos à comunidade mangalarguista”, destaca Cauê.

Ainda de acordo com o organizador, os grandes campeonatos extra catálogo e a prova do patrão foram destaques que animaram a festa e trouxeram muita emoção para o julgamento. “A Exposição de Ourinhos contou ainda com a honrosa avaliação morfológica de Marcelo Boaro

O jurado Marcelo Boaro Junior observa concorrente.

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Junior e a estreia brilhante de João Pacheco Galvão de França Filho no andamento. Além disso, foram confeccionados os troféus transitórios, em homenagem ao saudoso Oscar Janes (sufixo OJ), de Melhor Criador e Melhor Expositor da feira, sendo ambos conquistados por Geraldo Zinato (sufixo GZ). Os resultados foram, aliás, publicados em tempo real na internet, com fotos profissionais e filmagens do evento.” A Exposição de Avaré contou, além disso, com o julgamento extra catálogo e extra oficial dos Grandes Campeões da mostra. Os resultados consagraram os seguintes animais: Ativa da Patizal (Grande Campeã Potranca), Ferrari G.Z. (1ª Reservada Grande Campeã Potranca), Grandeza WRP (Grande Campeã Potranca de Pelagem), Bondade das Águas (1ª Reservada Grande Campeã Potranca de Pelagem), Gavião Três Rios (Grande Campeão Potro), Xogum da Braido (1º Reservado Grande Campeão Potro), Feitiço OBC (Grande Campeão Potro de Pelagem), Clakson WRP (1º Reservado Grande Campeão Potro de Pelagem), Xaia das Duas Águas (Grande Campeã Égua), Cinderela ACF (1ª Reservada Grande Campeã Égua), Xaia das Duas Águas (Grande Campeã Égua de Andamento), Conquista FSF (1ª Reservada Grande Campeã Égua de Andamento), Lua do Urso Branco (Grande Campeã Égua Pelagem), Tigresa WRP (1ª Reservada Grande Campeã Égua Pelagem), Verona das Duas Águas (Grande Campeã Égua de Andamento Pelagem), Fabulosa da Tatu (1ª Reservada Grande Campeã Égua de Andamento Pelagem), CaO andamento foi um dos quesitos do julgamento.

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Belos exemplares passaram pela pista de julgamento.

Evento reuniu exemplares de 18 criatórios.

cique ACF (Grande Campeão Cavalo de Andamento), Bolero ACF (1º Reservado Grande Campeão Cavalo de Andamento), Luau FVR (Grande Campeão Cavalo de Andamento Pelagem), Xadrez das Duas Águas (1º Reservado Grande Campeão Cavalo de Andamento Pelagem), Bolero ACF (Grande Campeão Cavalo), Ébano do Ordec (1º Reservado

Grande Campeão Cavalo), Xadrez das Duas Águas (Grande Campeão Cavalo Pelagem) e Luau FVR (1º Reservado Grande Campeão Cavalo Pelagem). Para obter mais informações, entre em contato com o Núcleo Oeste Paulista, pelo endereço eletrônico caue-costa@uol.com.br ou pelo telefone (11) 97642-4140.

Concorrente pronto para a disputa de morfologia.



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Expo Franca O cavalo Mangalarga esteve entre os destaques da Expoagro.

O Parque Fernando Costa recebeu, nos dias 28 e 29 de maio, a tradicional Exposição Mangalarga de Franca, no interior paulista. Orga-

nizada pelo criador Paulo Francisco Gomes Della Torre, com o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga

Por Pedro Rebouças

Fotos: Cléber Pereira.

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Qualidade da tropa foi o ponto alto da tradicional mostra da raça na Expoagro (ABCCRM) e da Prefeitura Municipal de Franca, a mostra mangalarguista foi uma das principais atrações da programação da Expoagro 2015. Válida para o Ranking Mangalarga 2015, a Exposição de Franca reuniu 70 animais, expostos por 21 conceituados criatórios dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Os julgamentos, por sua vez, estiveram a cargo do jurado Benedito Carlos da Silva, que avaliou os concorrentes tanto no quesito andamento como no quesito morfologia. Na opinião de Paulo Della Torre,

A raça participa do evento desde sua primeira edição.

Vista geral da pista de julgamento.

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O andamento foi um dos itens em julgamento.

o evento foi muito bom. “Este ano, optamos por limitar o número de animais para garantir uma estrutura melhor para o julgamento da raça. Além disso, tivemos páreos concorridos com a participação de uma tropa de muita qualidade.” Della Torre destaca ainda o agradável ambiente da exposição. “Recebemos a visita de muitos amigos, entre eles os criadores Antônio Carlos Ferreira, Eduardo França, Renato Diniz Junqueira e Roberto Diniz Junqueira Filho. Foi uma festa muito boa, que contou novamente com um gostoso momento de confraternização, o tradicional porco no rolete, que todos os anos oferecemos aos mangalarguistas que vêm prestigiar a mostra de Franca.” O organizador Paulo Della Torre destaca ainda que a raça e a Exposição Agropecuária de Franca são parceiras desde a primeira edição da feira, acontecida no ano de 1942. “O cavalo Mangalarga sempre teve Participante aguardam o resultado do julgamento.

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A qualidade da tropa foi um dos destaques da mostra.

espaço garantido na Expoagro, encontrando aqui uma ótima oportunidade para divulgar suas qualidades ao público de toda a região da Alta Mogiana.”

O tradicional porco no rolete ofereceu um agradável encontro aos mangalarguistas.



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Por Redação Revista Mangalarga

38ª Expointer

Uma programação especial está sendo preparada para receber os criadores de todo Brasil

O Núcleo Riograndense de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (NRCCRM) está se preparando para receber os Mangalarguistas de todo o país para a maior exposição agropecuária da América Latina, a 38ª Expointer, a ser realizada no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), no período de 27 de agosto a 06 de setembro. Neste ano, a exposição Mangalarga, cuja programação já foi enviada à Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), terá caráter de fomento e contará com a participação dos jurados Caroline Golin Porto e José Roberto Pires de Campos Filho. A organização da mostra ressalta ainda que os expositores de fora do estado poderão retirar seus animais em 31 de agosto, se não quiserem participar de todo o período da feira. Além dos julgamentos e campeonatos, estão programadas diversas provas de agilidade, com grande presença de público nas arquibancadas, oferecendo, sem dúvida, uma excelente oportunidade de divulgação da raça junto ao público deste importante evento agropecuário. Afinal, de acordo com o NRCCRM, a Expointer é o melhor palco para a apresentação de qualquer criatório, e as estrelas são os cavalos. O ponto alto da participação mangalarguista está previsto

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Evento contará com a tradicional disputa Mangalarga contra moto.

A disputa contra as motos é o momento preferido pelo público.

para acontecer no sábado 29 de agosto, das 15h às 16h, quando o público gaúcho deve novamente lotar a pista do Parque Assis Brasil para assistir uma disputa que já se tornou tradicional e esperada pelos frequentadores da Expointer, a prova de Cavalo Mangalarga versus Motos, disputada em seis balizas em espelho. A programação da raça na Expointer incluirá ainda uma série de atrações sociais, cuidadosamente preparadas para receber os amigos mangalarguistas. Na quinta-feira (3 de setembro), está programada uma palestra na sede social do Núcleo Riograndense, no período das 10h às 12h, seguida

por um workshop na pista de julgamento, às 14h. Já no dia 5 de setembro acontecerá a cerimônia de entrega de prêmios do evento. E, no dia 6 de setembro, ao meio-dia, um churrasco fechará com chave de ouro as atividades da Exposição Mangalarga de Esteio. Assim, o Núcleo Riograndense deixa o convite para que os amigos mangalarguistas de todo o Brasil participem desta festa. Mais informações podem ser obtidas com Hugo Anélio Lipp Farias, pelos telefones (51) 3593-9704 e (51) 9984-7416, ou com Elisandra Aguiar da Cruz, pelo telefone (54) 9971-5569. (Com informações do Núcleo Riograndense)

Fotos: Arquivo NRCCRM.

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Fotos: Assessoria SRP.

Expo Nacional 2015

Desfile de Bandeiras durante a Expo Londrina.

A paranaense Londrina será o palco da 37ª edição do mais tradicional evento do cavalo de sela brasileiro A Diretoria Executiva da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) definiu, no início de junho, a cidade norte-paranaense de Londrina como sede da 37ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga. Prevista para acontecer no período de 17 a 27 de setembro, a mostra acontecerá nas dependências do Parque de Exposições Governador Ney Braga, o mesmo recinto que recebe anualmente a Expo Londrina, uma das feiras mais importantes do agronegócio latino-americano. O Parque possui 42 hectares e uma ampla infraestrutura, que inclui recintos para eventos sociais, auditórios, pistas de julgamentos, recintos de leilões, pista para atividades equestres e um amplo estacionamento, entre outras confortáveis dependências. No local, também está localizada a sede do Núcleo Mangalarga Norte do Paraná, que, ao lado da Sociedade Rural do Paraná (SRP), é um dos apoiadores do evento. Esta será a segunda vez que a Exposição Nacional acontecerá fora do Estado de São Paulo, principal centro de seleção da raça. Em 2007, a própria cidade de Londrina recebeu o evento com grande êxito. Na-

quela ocasião, a mostra foi elogiada em especial por conta da hospitalidade dos anfitriões, das boas instalações do Parque de Exposições e ainda pela ótima estrutura do município paranaense. Com 543 mil habitantes (IBGE/2014), Londrina é a segunda cidade mais populosa do Paraná e a quarta da região Sul. Além disso, é considerada um importante eixo de ligação entre o Sul e o Sudeste do País e o mais importante centro urbano, econômico, industrial, financeiro, administrativo e cultural do norte do Paraná. Fundada na década de 1930, a cidade ganhou seu nome em homenagem à inglesa Londres e experimen-

tou um alto índice de crescimento populacional e econômico durante todo o século XX, amparado inicialmente pelo plantio e comercialização do café. A partir da década de 1970, entretanto, o perfil econômico londrinense foi se alterando progressivamente, tendo evoluído para um importante e diversificado centro industrial e econômico regional, até se tornar uma das principais cidades do interior do Brasil. A composição do PIB do município demonstra o destaque do setor de serviços na economia local. Londrina conta com grande rede hoteleira e shopping centers, além de um comércio tradicional forte e diversificado, oferecendo ótimas condições para receber a comunidade mangalarguista durante a 37ª Nacional. Na área de transportes, o município é servido também por uma ampla malha rodoviária e pelo Aeroporto de Londrina, que está localizado a menos de cindo quilômetros da cidade e tem como principais destinos diretos os aeroportos de Curitiba, São Paulo (Congonhas e Guarulhos), Rio de Janeiro (Santos Dumont), Campinas, Maringá, Campo Grande, Cuiabá e Porto Alegre. Para obter mais informações sobre a 37ª Exposição Nacional, visite o portal www.cavalomangalarga.com. br ou entre em contato com o Departamento de Exposição da ABCCRM pelo telefone (11) 3866-9866.

Casa do Mangalarga no Parque Ney Braga.

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Por Pedro C. Rebouças

Foto: Divulgação.

Nova temporada da TV Mangalarga Participe de nossa plataforma de TV e divulgue seu haras para milhões de telespectadores em todo Brasil

Nova temporada está prevista para ir ao ar no segundo semestre.

A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) está preparando uma nova temporada do seu programa oficial de televisão, o TV Mangalarga. A nova fase da atração, que contará com produção do Horse Brasil Channel e transmissão do Canal Terraviva, está prevista para ir ao ar no segundo semestre. Um dos destaques do programa será o Momento Haras, um espaço de oito minutos de duração, reservado para os criadores apresentarem seu criatório e seu plantel a telespectadores de todo Brasil. O investimento é de R$ 8 mil e pode ser parcelado em até cinco vezes, com a produção do material ficando a cargo da equipe do programa, que visitará o haras para realizar entrevistas e captar as imagens necessárias para a realização da reportagem. A Diretoria de Marketing da ABCCRM lembra ainda que a participação no programa seguirá a ordem de reserva junto à entidade.

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O anunciante do Programa Mangalarga terá, assim, uma oportunidade ímpar para exibir seus animais e sua marca a milhões de pessoas em todo País. Afinal, o Terraviva é o canal de agronegócios do Grupo Bandeirantes de Comunicação e um dos principais veículos do segmento no país, possuindo uma rede de distribuição que integra TV aberta via satélite (parabólicas) e TV por assinatura (Sky, Claro TV, Sim TV e Oi TV), além de internet e aplicativos. Confira a seguir o potencial de alcance da transmissão do Terraviva via TV por assinatura e parabólicas, segundo dados da Abinee (Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica). TV por assinatura via satélite: • Sky - Canal 158 - mais de 5,1 milhões de domicílios, atingindo mais de 16,4 milhões de telespectadores.

• Claro TV - Canal 113 - mais de 3,2 milhões de domicílios, atingindo mais de 10,2 milhões de telespectadores. • Sim TV - Canal 71 - mais de 100 mil domicílios, atingindo mais de 300 mil telespectadores. • Oi TV - Canal 178 - mais de 900 mil telespectadores. Transmissão via parabólica de recepção gratuita: • 20 milhões de domicílios, atingindo mais de 64 milhões de telespectadores. Entre em contato com o Departamento de Marketing da ABCCRM e reserve já sua participação na nova temporada do Programa Mangalarga. Mais informações pelos e-mails antonio.luna@abccrm.com. br, pedro.reboucas@abccrm.com.br e cleber.pereira@abccrm.com.br ou pelo telefone (11) 3866-9866.





P anorama M angalarga

Vale do Paraíba

Foto: Norberto Cândido.

Por Pedro Rebouças

Próspera região do interior paulista vive momento de entusiasmo com a raça Mangalarga O Cavalo de Sela Brasileiro vem vivendo um momento de forte retomada na região paulista do Vale do Paraíba. O crescente sucesso nas pistas de julgamento, o aumento no número de criadores e usuários, o retorno de antigos mangalarguistas e a agenda movimentada, da qual fazem parte eventos dos mais diferentes tipos, são alguns dos fatores que colocam em evidência esta realidade. Nas pistas, a 36ª Expo Nacional, realizada em setembro do ano passado, deu uma mostra da qualidade do plantel da raça Mangalarga no Vale do Paraíba. Afinal, esta pujante região, outrora famosa por suas plantações de café e hoje conhecida por sua dinâmica economia, conquistou no mais importante evento da raça o expressivo número de quatro grandes campeonatos nacionais, cinco primeiros reservados grandes campeonatos nacionais e três segundos reservados grandes campeonatos nacionais. Por sua vez, a agenda de eventos da região também se apresenta muito movimentada. O bimestre recém-encerrado é um bom exemplo disso. Em junho, duas mostras movimentaram o calendário da raça, a Exposição de Taubaté, promovida pelo criador Pedro Roberto de Paula durante

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Foto: Divulgação.

A Expo Guará é um dos eventos que movimenta a região.

Cavalgada Amigos do Mangalarga está na 16ª edição.

a Feicampo, e a Exposição de Guaratinguetá, realizada pelo criador Dirk Helge Kalitzki dentro da tradicional Expo Guará. Além disso, dois remates movimentaram o mercado mangalarguista: o Leilão Celebridades, que aconteceu em maio no Haras Lagoinha, em Jacareí, e o Leilão Virtual Mangalarga do Vale, ocorrido em junho com pontos de encontro no Rio de Janeiro e em São Paulo. A programação teve espaço ainda para a décima sexta edição da tradicional Cavalgada Amigos do Mangalarga. Organizada pelo mangalarguista Felipe Angelin, com o apoio do Núcleo do Vale do Paraíba, ela aconteceu no dia 30 de maio, percorren-

do belas trilhas e estradas rurais do município de Paraibuna e oferecendo um agradável momento de confraternização aos criadores da raça. O Vale do Paraíba é ainda uma região pioneira na seleção do “Mangalarga colorido”, em especial pelo trabalho desenvolvido com a pelagem pampa pelo casal Marisa Iorio e Paulo Eduardo Corrêa da Costa, no município de Jacareí. Além disso, outros criatórios começam a despontar neste mesmo segmento, caso do Haras Vegas, capa da edição deste mês da Revista Mangalarga, cujo foco está voltado para as pelagens preta e alazã amarilha. Nesta década, a região também


Encontro definiu a composição da nova diretoria do núcleo.

criador José Roberto Angelin. Ainda na opinião de Felipe Angelin, a raça possui um bom potencial de crescimento no Vale do Paraíba. “Nos últimos anos, tivemos a chegada de grandes criatórios à região. Mas acredito que ainda é possível crescer de forma expressiva, em especial no mercado de usuários, que é muito grande na região, mas que ainda possui uma participação muito pequena do nosso cavalo.” Trabalho de fomento Este efervescente momento tem contagiado os integrantes do Núcleo do Vale do Paraíba, que estão empolgados para prosseguir com o trabalho de fomento da raça nesta próspera região do interior paulista, segundo revela Dirk Kalitzki, que assumiu a presidência da entidade, sucedendo a criadora Marisa Iório. No início do semestre, o grupo se reuniu para debater as diretrizes para os próximos anos e definir a composição da diretoria do núcleo, que conta com a participação dos seguintes mangalarguistas: Dirk Helge Kalitzki (Presidente), Pedro Roberto

O Leilão Celebridades é um dos destaques do calendário da região. Foto: Norberto Cândido.

A Feicampo de Taubaté recebe a raça todos os anos.

de Paula (Vice-presidente), Natália Lois (1ª Diretora de Eventos), Roberto Pilnik (2º Diretor de Eventos), Marisa Iório Correa Da Costa (1ª Diretora de Pelagem), Claudia Regina Costa (2ª Diretora de Pelagem), Felipe Angelin (1º Diretor Financeiro), Marcelo Ângelo Scarano (2º Diretor Financeiro), Samuel Pereira Tavares (1º Diretor Jurídico), José Pavan (2º Diretor Jurídico), Roberto Carlos Barros (1º Diretor de Marketing e Fomento) e Fernando Paludo (2º Diretor de Markenting e Fomento). Por sua vez, a composição do Conselho Fiscal passou a contar com a participação de Celso Barcelos Silveira, Leandro Dias Colo e Marcos Gonçalves Freire. Já o Conselho Superior tem a participação de Alexandre de Oliveira Ribeiro, Cláudio Mente, Cassiano Terra Simão, José Roberto Angelim e Paulo Eduardo Correa da Costa. De acordo com o presidente do Núcleo, a nova diretoria está também reformulando o estatuto da entidade com base nas novas diretrizes da ABCCRM. “Esperamos, assim, que nosso Núcleo possa fortalecer ainda mais nossa Associação!” Foto: Haras Lagoinha.

viu o surgimento de pujantes trabalhos de seleção do cavalo de sela brasileiro. Na Fazenda Jardim, localizada em São José dos Campos, o criador Cassiano Terra Simão instalou o projeto CASS Mangalarga, responsável por um notável investimento na genética da raça. Já o município de Caçapava recebeu, no ano de 2012, as instalações do Haras Germana, de Alexandre de Oliveira Ribeiro. Além disso, antigos criadores que estavam afastados dos eventos do Mangalarga estão voltando a participar de forma mais ativa. Um bom exemplo é o haras da família Angelin. “Meu pai começou a criar na década de 70 e foi muito atuante nas exposições da raça nas décadas de 80 e 90. No início do ano 2000, ele resolveu diminuir o plantel e deixou de participar de forma tão frequente dos eventos da raça. No entanto, cerca de um ano atrás, conversamos e concluímos que aquele era um bom momento para voltarmos a criar em uma escala maior. Afinal, a raça está crescendo na região e o núcleo está sendo reativado”, destaca o mangalarguista Felipe Angelin, filho do

Foto: Núcleo Vale do Paraíba.

Foto: Núcleo Vale do Paraíba. Cláudio Mente e Dirk Kalitzki falam aos demais criadores durante encontro do núcleo.

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P anorama M angalarga

Por Pedro Rebouças

Fotos: Cléber Pereira.

Seminário Mangalarga 2015

Temas relevantes foram apresentados no seminário.

Concurso do Cavalo Completo e Copa de Orlândia também integraram a programação deste diferenciado evento

A Copa de Andamento foi uma das atrações.

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Fotos: Cléber Pereira.

A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) promoveu, na cidade paulista de Orlândia, berço do cavalo de sela brasileiro, o Seminário Mangalarga 2015. A programação deste aguardado evento, que deu continuidade às celebrações do 80º aniversário da ABCCRM, se estendeu pelos dias 24, 25, 26 e 27 de junho, incluindo atrações paralelas como a 6ª Etapa Aberta da Copa de Andamento e o Concurso do Cavalo Completo Geraldo Diniz Junqueira. As atividades foram abertas, na tarde da quarta-feira (24), nas dependências da Fazenda Boa Esperança, com as disputas da Copa de Andamento e do Concurso do Cavalo Completo. Contando com uma expressiva premiação de R$ 36 mil, o concurso contou com julgamentos de morfologia, andamento e maneabilidade, tendo como objetivo avaliar o desempenho dos exemplares da raça e valorizar as qualidades do animal de sela. Os julgamentos, cuja coordenação esteve a cargo do Vice-Presidente Técnico da ABCCRM Gabriel Junqueira de Andrade e do Diretor Técnico Lourenço de Almeida Botelho, tiveram ainda a participação dos jurados Emerson Luiz Bartoli, José Rodolfo Brandi e Marcelo Boaro Junior. No total, 86 animais, expostos por 38 tradicionais criatórios da raça, participaram das disputas, que prosseguiram também ao longo de toda quinta-feira (25). O cobiçado título de Grande Campeão Cavalo Completo foi conquistado por Bandite de NH, proveniente da seleção de Adaldio José de Castilho e exposto por Altair Maria Pedrosa Castilho. Por sua vez, Alecrim MAB, originário da seleção de Mário A. Barbosa Neto, sagrou-se 1º Reservado Grande Campeão, enquanto Imigrante do H.I.C., exposto pela Corumbau Participações e selecionado por Israel Iraides da Costa, foi eleito 2º Reservado Grande Campeão. Por sua vez, o Grande Campeonato Égua Completa coube a Camélia de NH, exposta por Adaldio José

Mário Barbosa, Renato D. Junqueira e Eduardo França na abertura do seminário.

Mais de 160 pessoas acompanharam as palestras. Ronaldo Bichuette, Lourenço Botelho, Mário Barbosa, Renato D. Junqueira, Roque Carlos e Gabriel Junqueira participaram da mesa de debate.

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Fotos: Cléber Pereira.

P anorama M angalarga

O Concurso do Cavalo Completo comprovou a funcionalidade da raça.

de Castilho Filho e originária da seleção de Altair Maria Pedrosa Castilho. O pódio da categoria contou ainda com a 1ª Reservada Grande Campeã Esfera do Corumbau, exposta e selecionada pela Corumbau Participações, e com a 2ª Reservada Grande Campeã Pintura NJT, exposta pela Corumbau Participações e proveniente da criação de Nivaldo Batista Queiroz. Instigantes Palestras Na sexta-feira (26), a Sociedade Hípica de Orlândia recebeu o Seminário Mangalarga 2015, evento que A morfologia também foi observada pelos jurados.

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teve como proposta promover uma profunda reflexão sobre o futuro da raça e da Associação, proporcionando ainda um amplo debate sobre o andamento, a morfologia e a função do cavalo de sela brasileiro. Para atingir tal objetivo, o seminário contou com uma série de cinco palestras. Raul Sampaio de Almeida Prado abordou a origem e formação do cavalo Mangalarga. Francisco Marcolino (Quico) Diniz Junqueira palestrou tendo como tema “o Mangalarga e o cavalo de sela”. Por sua vez, Eduardo Henrique Souza de França tratou da questão do marketing de cavalos, enquanto Joaquim

Francisco Rodrigues César Neto (Presidente da Comissão de Turfe do Jockey Club SP) abordou a questão do anti doping e o Dr. Alessandro Procópio (Professor da UFMG) apresentou um amplo trabalho técnico sobre a marcha do cavalo mangalarga. Como de costume nos eventos da raça, a programação do Seminário Mangalarga 2015 também incluiu agradáveis momentos de confraternização. Na noite da quinta-feira (25), a comunidade mangalarguista pôde desfrutar de um jantar de recepção oferecido pelo Núcleo Mangalarga da Alta Mogiana e pelo Nú-


Fotos: Cléber Pereira. Pintura NJT sagrou-se 2ª Reservada Grande Campeã.

Esfera do Corumbau foi eleita 1ª Reservada Grande Campeã.

Camélia de NH conquistou o Grande Campeonato Égua Completa.

Pódio do 2º Reservado Grande Campeão Imigrante do H.I.C..

cleo Feminino Mangalarga. Já na sexta-feira (26), após as atividades do dia, foi oferecido um coquetel às mais de 160 pessoas que acompanharam as palestras na Sociedade Hípica de Orlândia. Por sua vez, o sábado (27), quarAlecrim MAB sagrou-se 1º Reservado Grande Campeão.

to e último dia do evento, incluiu na parte da manhã uma oportunidade única para os presentes conhecerem o berço do Cavalo de Sela Brasileiro, com visitas às pioneiras fazendas Boa Vista e Boa Esperança. Além disso, na parte da tarde ocor-

reu a 27ª edição do tradicional Leilão Mangalargão. O remate, promovido pela família Diniz Junqueira, ofertou 35 lotes selecionados especialmente nos criatórios da região de Orlândia.

Bandite de NH foi eleito Grande Campeão Cavalo Completo.

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M emória

O modo caipira de entender a genética equina Na minha infância, saíamos meu avô José Oswaldo Junqueira e eu, cavalgando nos Mangalargas de sua criação, para vistoriar os trabalhos na fazenda Santa Amélia, mas na verdade ele queria apenas “executar” (palavras dele) suas montarias. Os dias de verão eram terríveis, o nosso cafezal estava localizado invariavelmente nos altos dos morros, face do sol e com pouco vento, e a topografia era o pior possível, havia inclusive uma brincadeira que dizia que o café fora plantado com cartucheira. Nessa época, no “pacote tecnológico” do café não estava incluída a praticidade da colheita e demais tratos culturais. Pois bem, meu avô sempre decidia entrar no meio daquele cafezal despencando, no sentido cabeça pra baixo, e procurava “engajar” sua montaria e observar seu desempenho. Para mim era a “quase morte”, mas tinha que o acompanhar. Os cavalos não tinham tempo ou disposição para refugar nada e assim nós íamos escorregando morro abaixo com muita atenção à montaria, porque no próximo carreador em nível nós estaríamos andando na toada, ou novamente nos atiraríamos morro acima, como se tudo aquilo fosse normal. A outra atividade do verão era a vistoria do gado solteiro, e como sempre nós íamos aos pastos mais distantes, terras que não serviam para o café, sempre na toada estradeira. Lá chegando colocávamos um pouco de sal no cocho, para atrair o gado e olhávamos um por um procurando ferimentos, bicheiras, bernes ou carrapatos. A montaria não podia fazer barulho ou alarde, senão o gado dispersava, e então nós emparelhávamos com o boi, e o cavalo precisava ficar

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José Oswaldo Junqueira insistia que as características dos cavalos vinham em “pacotes”, adquiridos dos seus ancestrais e repassados em conjunto imóvel, afastar com muito jeito e muito frequentemente nós portávamos uma mistura de óleo queimado com inseticida para fazer um combate emergencial a um berne ou bicheira. O óleo queimado era necessário para evidenciar que houve o tratamento e também para manter o produto aplicado na presença de chuva. No caminho de volta para casa, meu avô evidenciava as qualidades de nossos cavalos, apesar da enorme dificuldade que eu sentia para abrir as porteiras de arame sem desmontar, e pedia para eu comentar as características mais marcantes da minha montaria. Nessa sequência de eventos ele insistia para que eu construísse na minha imaginação o meu cavalo ideal, e fornecia os exemplos: - “Imagine um toureiro espanhol, com toda aquela pose, ele poderia encontrar uma montaria mais adequada do que um Andaluz, com todo aquele pescoço grande e rodado formando uma figura única e iluminadamente imponente?” - “Um árabe beduíno, sem pasto, sem água, muita areia, galopando o tempo todo e cheio de panos esvoaçantes por todo lado, jamais conseguiria manter o cavalo desse espanhol em boa forma.”

Então me explicava que nós não conseguiríamos em poucas décadas criar nenhum cavalo milenar, apenas iríamos adequá-los aos nossos gostos. O mestre criador João Francisco Diniz Junqueira havia descrito o padrão de cavalo de sela internacional, já era um começo. Então ele insistia que as características dos cavalos vinham em “pacotes”, adquiridos dos seus ancestrais e repassados em conjunto, e a maior dificuldade era “quebrar” essa sequência de gerações fixando características. Como meu avô não conheceu o monge austríaco Mendel, daqui para frente verão o modo caipira de entender a genética dos cavalos. Justificava esses “pacotes” comentando a saga dos grandes criadores da história do Mangalarga, mencionando por exemplo a afamada Tropa “53”, formada pela união resultante do casamento de uma filha do Capitão Chico, de nome Genoveva, com José Frauzino Junqueira Netto, este descendente do José Frauzino criador do Fortuna. José Frauzino era exímio caçador de veados e almejava um cavalo extremamente forte e rústico, com couro grosso e musculatura de lombo de alta resistência, enfim um caçador incansável. Meu avô admirava especialmente a linha de dorso desses animais, além das outras qualidades já mencionadas, e tentou, por algumas vezes, incorporar na sua linhagem “JO” essa característica. Apanhou muito e não conseguiu, e usava esse episódio para esclarecer que as características dos Mangalargas vinham em “pacotes hereditários”, que no seu entender seriam detalhes acumulados por centenas de anos em conjuntos


quase indissolúveis. O referido lombo forte dos 53 estava, por sucessivas gerações, amarrado à uma crineira larga, e na sua visão do cavalo ideal, nada poderia interferir na beleza quase exótica dos animais formados por Sebastião Malheiro, especialmente a fina e aristocrática crineira. Continuando na sua progressiva didática, informava que havia um primo do José Frauzino que também tinha alguns animais de bom dorso, mas nesse pacote além da crineira grosseira acompanhava umas terríveis pernas retas, que utilizando uma quartela comprida dava sensação de comodidade ao cavaleiro, mas logo os boletos estouravam ao ponto de tocar o chão na chegada da idade avançada. Conforme a minha idade vem chegando, melhor entendo esse “pacote da herdabilidade”, espe-

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cialmente quando a vejo nos descendentes do cavalo “Fogo T”, criado pelo saudoso José Ruy de Lima Azevedo e imortalizado na sua beleza por diversos criadores, especialmente pelo mal educado e saudoso grande companheiro José Eduardo Kuntgen. Escancaradamente conhecido pelo “osso sacro” proeminente, os maravilhosos descendentes do Fogo T foram atacados pelos mais diversos criadores do país, que cobriam aqueles lindos Mangalargas com as mais diversas linhagens, mas como meu avô descrevia, na utilização do “pacote da herdabilidade” desse magnífico garanhão, para ganhar a mais nobre frente da raça, tinha que engolir esse horrível osso sacro e muitas vezes uma indesejável conformação cilíndrica. O Mangalarga é uma raça nova, e assim como nós brasileiros, tem

origem nas mais diversas raças, e como meu avô dizia, não iremos criar uma raça milenar e sim identificar e fixar as características que visualizamos em nosso cavalo ideal.

José Oswaldo Junqueira Fleury (Juca) Autor do Livro “JO – No caminho das pedras” Associado Nº 00726

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A

voz do criador

QUE BUSCAIS? João cap I v. 38 ... E Jesus voltando-se e vendo que eles O seguiam pergunta: - Que buscais? A reflexão sobre a pergunta de Jesus aos seus discípulos nos direciona a vida nas mais diversas atividades; seja na Família, no trabalho ou nas relações sociais. Em se falando no nosso trabalho, ou seja, voltando nosso pensamento para o que nos une (a criação de cavalos, especificamente o Mangalarga). Por que o Mangalarga? Qual a finalidade? Comércio? Busca de prêmios? Cavalgadas? Passeios? Trabalho? Com a lida nas fazendas, seja no trabalho pecuário ou na administração. Lembro-me certa vez na Fazenda Nata, junto ao Sr. Badih Aidar, quando recebeu a visita de um criador, que se dirigiu a ele da seguinte maneira: - Sr. Badih, minha filha e seu esposo compraram duas potras em seu leilão e, no momento, passando aqui em frente, resolvi entrar para te conhecer. Ao que o Rei da Fidalguia, (numa ligeira parada enquanto nos dirigíamos para as cocheiras) respondeu: - O Sr. observe a importância do cavalo em nossos dias, pois, se não fosse o cavalo, eu não teria o prazer de te conhecer!... (aquele senhor quase caiu das pernas ao ouvir esta resposta, que ficou marcada em mim para sempre).

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O cavalo é isso, nos une, cria oportunidades e belas amizades. Refletindo ainda sobre o tema: QUE BUSCAIS? Penso... por que crio o Mangalarga? Qual sua origem? Quais suas características morfológicas funcionais? O que devo fazer para obter êxito em minha criação? Para que serve nosso cavalo além das exposições e das provas funcionais, provas, que infelizmente são poucas, ou quase inexistentes? No meu trabalho de assessoria em rebanho Nelore PO, certa ocasião tive a oportunidade de vivenciar as qualidades do nosso cavalo. O que vou relatar aqui, creio que muitos já tiveram e tem oportunidades semelhantes. ... Entrou um novo gerente na fazenda (Chacrinha) e, como é gente do cavalo (criado no meio de outra raça), me desafiou a montarmos: “Antigamente meu patrão criava Mangalarga, participava das exposições... ainda restam alguns poucos mestiços de Mangalarga por lá.” Saímos, eu montado numa boa égua Mangalarga e ele em um mestiço de Mangalarga. Logo coloquei minha égua na toada, ao que ele me advertiu de que eu estaria cansando o animal com aquele andamento. Retruquei explicando que eles é quem cansavam os animais andando o dia inteiro a passo (costume da região), que esta maneira de montar é que cansa, pois, o animal estará sempre “empurrando” (como se fosse a primeira marcha de um car-

ro), que neste tipo de andamento (a passo), uma de suas funções, é para quando vamos trabalhar o cavalo na musculação... mas que na toada, o animal estaria em andamento que cansa menos, pois, já deu o impulso. E o Chacrinha, ao sentir a toada do Mangalarga, já se alegrou. Fomos, chegando num pasto onde havia uma tropa de entrevero com as novilhas; resolvemos tirá-los de lá... Executei minha égua na marcha tocando a tropa que seguia a galope na frente, em um pasto sujo de terreno levemente ondulado, de longe o Chacrinha veio ao galope todo feliz da vida, com um sorriso que “mordia as orelhas”. “Que é isso? Que é isso?”, perguntava, com seu cavalo no galope para poder me acompanhar enquanto minha égua seguia na marcha. “Este é o Mangalarga que você não conhecia...” - disse a ele. E creio que pelo Brasil afora muitos não conhecem o valor do nosso cavalo. Pensemos nisso e voltando a atenção para nossa criação, lembremos o Apóstolo: Que Buscais?... Fica a reflexão!

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E spaço T écnico - M ercado P rofissional

Qual o futuro do profissional do cavalo? Em tempos da tal “crise”, muitos estão vivendo momentos diferentes em suas profissões. Verdade é que todos estamos nos adaptando aos novos momentos do mundo, mas todos tocam a vida e seguem trabalhando. Conversando com alguns amigos, fica a sensação de que estamos trabalhado mais para ganhar o mesmo. Em tempos como estes, a capacidade de adaptação é fundamental. A readequação das coisas, dos investimentos, das formas de se trabalhar. Agora é o momento que o profissional com capacidades múltiplas, conhecimentos amplos dentro do segmento, relacionamento e contatos vai aparecer. O momento que passamos pode ser encarado por outro lado: é a verdadeira peneira do mercado. Esta readequação que falei acima não significa corte. Significa arrumação, reorganização das peças. Saem os que são “acidentais” nos locais em que trabalham, ficam o que são “essenciais”. Essenciais não necessariamente são os mais antigos no emprego. São os que podem atender ao maior número de ocorrências, os que têm mais habilidades amplas, os que são solucionadores de coisas do dia a dia. Conheço alguns haras que cortaram funcionários. Quem saiu achava que nunca ia sair. Quem ficou era o último da lista na ideia dos que saíram. Por que? Porque conhecimento técnico é parte de um processo. Contar com a pessoa é a outra parte… Mas, mesmo assim, o conhecimento técnico ainda é muito importante obviamente. A fórmula então é ser conhecedor e estar absolutamente disponível para tudo. Tudo, aqui, talvez seja muito mais do que imaginemos… Pense que quem emprega está se

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readequando da mesma forma com seus clientes, fornecedores, etc. Pense que não vamos parar de mexer com cavalos. Mas, o filtro ficou mais apertado de verdade. Vamos assistir a um cenário de perdas de empregos, de pessoas sem trabalho. Em todas as esferas de um organograma de qualquer centro equestre. Onde tínhamos 3 serão 1 ou 2. Agora, portanto, é a hora em que quem era o “bobo”, o “puxa saco”, fica, e o “esperto”, o “defensor absoluto dos seus direitos”, saem. Em minha opinião, isto veio com a necessidade do momento, mas não vai mais acabar, mesmo que saíamos da tal crise, que obviamente vai acabar um dia. Não vai acabar porque na verdade o que estamos fazendo é cortando gordura e até músculos, mas não parando de vez. São os aventureiros que páram. E para o mercado isto é bom. E, para quem fica, fica com gente boa, e se acostuma com gente boa. Ou seja, nivela por cima o que hoje está nivelado pelo meio ou por baixo. Cada vez mais bons profissionais vão valer mais porque serão disputados pelos centros equestres. Aí a “tabela” sobe… Aos alunos de faculdades, jovens que querem viver do cavalo, seguem algumas dicas que acho que podem fazer a diferença no futuro: - faça estágio de uma forma diferente. Não seja mais o estagiário convencional. Se precisar troque lâmpadas nas cocheiras. Não se iluda… se um dia você quer ser dono ou trabalhar em locais dos seus sonhos, é isto o que você vai fazer também… e estude. Estude. - fale inglês. Vai ficar pra trás quem não fala inglês. Inglês é a língua

A crise é boa. Penera, tira todo mundo da zona de conforto, arruma a casa e faz com que a médio prazo o mercado se fortaleça. universal. As raças e os cavalos estão no mundo todo. O Brasil é um país internacionalizado no mundo dos cavalos. Juízes, criadores, compradores, vendedores, de todo o mundo vêm ao Brasil. Se você fala inglês e pouca gente fala inglês… - não fique em casa. Me impressiona ver jovens que dizem amar cavalos, terem oportunidades todos os dias de estarem com cavalos, mas deixam a preguiça ou o comodismo tomar conta. Se você não for, alguém vai até os cavalos e vai ser visto, e vai ser lembrado… - não complique. Se para cada solicitação você tiver 2 ou 3 probleminhas, senões, etc, você não vai durar. Transforme tudo em oportunidade. Tudo é uma oportunidade para você aprender, mostrar quem é e ganhar experiência que pode ser usada lá na frente. A crise é boa. Penera, tira todo mundo da zona de conforto, arruma a casa e faz com que a médio prazo o mercado se fortaleça mais. Nosso futuro é melhor ainda…

Aluisio Marins, MV Universidade do Cavalo www.universidadedocavalo.com.br



E spaço T écnico - T reinamento

As cinco rédeas da equitação (Parte II) Quando algo não vai bem na atividade comercial de uma pessoa se costuma dizer que ela “perdeu as rédeas do negócio” e quando alguém passa a cuidar direito de um empreendimento se diz que essa pessoa “tomou as rédeas da atividade”. Isto mostra o alcance da palavra rédea e a importância do seu significado. Mas a origem da palavra vem da Equitação e da Atrelagem. Rédea é o mais importante equipamento do arreamento do cavalo. Na Atrelagem cem por cento das atividades se fazem sempre utilizando rédeas. Na Equitação noventa e nove por cento das atividades se fazem sempre utilizando rédeas. Rédeas são tão importantes que deram nome a uma internacional competição vaqueira do estilo western dos americanos. Movimentos a la rienda é o nome de prova semelhante no estilo uaso dos chilenos. Rédeas são, portanto, equipamentos deveras importantes e bem merecem conhecimento detalhado e atenção específica por parte de quem monta a cavalo. Com este parágrafo introdutório procurei justificar as matérias sobre rédeas e com este artigo espero dar continuidade ao tema. No último artigo fiz uma introdução às cinco rédeas da Equitação. Cheguei a falar de rédea direta e de rédea contrária. Resumindo, disse que rédea contrária é quando o sentido da pressão cruza, em algum ponto, a coluna vertebral do cavalo. Direta é quando não cruza a coluna. Inclusive disse que as duas rédeas (esquerda e direita), uma agindo como direta e a outra como contrária, ambas mais ou menos na mesma direção, se acionadas ao mesmo tempo e na mesma intensidade não combinam, não casam. São ações

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A teoria das cinco rédeas é a melhor maneira de explicar com precisão os comandos que se deve aplicar para exatidão nos movimentos desejados conflitantes que não se somam e acabam, ao longo do tempo, fazendo com que o cavalo, com razão, pese nas rédeas mais do que seria desejável. Tenham sempre isso em mente, principalmente quando usarem as duas mãos nas rédeas, a mão direita na rédea direita e a mão esquerda na rédea esquerda. Em princípio, nas condições citadas acima, a ação direta e a contrária não casam bem. Nesta situação um mais um não resulta dois. Resulta menos do que um. Isto posto, vamos às subdivisões de cada uma dessas ações ou dessas rédeas básicas.

Rédea direta de abertura

Como dissemos no artigo anterior, a rédea direta ou a ação direta se subdivide em direta de abertura e direta de oposição. Como é a direta de abertura? Rédea de abertura é quando o sentido da pressão, além de não cruzar a coluna do cavalo, na prática se afasta dele. Este é o campo de ação dela. Vejam desenhos neste artigo retirados do meu livro “EQUINOS Raças Manejo Equitação”. Esta rédea tem um

efeito poderoso em termos de domínio do cavalo, mas como ajuda de mão (comando) é considerada feia porque, além de aparecer demais (equitação refinada é discreta), dobra muito o pescoço e praticamente nada do resto da coluna do cavalo. Quando deve se usar a ação direta de abertura? Ela é freqüentemente empregada nas primeiras montadas nos cavalos em fase de doma. Emprega-se também para descontrações ou para resolver problemas e resistências do cavalo. É preciso que se diga que na Equitação avançada também se usa rédea direta de abertura, mas de maneira bem discreta, não como principal e sim como auxiliar ou preparatória para logo em seguida as rédeas contrárias agirem. Seja em que situação for se acionarmos uma rédea direta de abertura, então, ao mesmo tempo, a outra rédea precisa ser afrouxada para ceder e permitir que o cavalo possa dobrar o pescoço. Seu efeito é forte e ao mesmo tempo suave. Forte porque domina bastante o cavalo e suave porque não trava o seu deslocamento. Leva o cavalo a fazer uma curva de forma bem solta, quase como um carro na quinta ou sexta marcha de engrenagem ou até mesmo em ponto morto. Apenas muda a direção, mas não reduz o motor, isto é, não diminui o andamento e não engaja o cavalo. Mas tem sua função, pois serve para várias coisas como: dominar um cavalo rebelde; fazer curva sem provocar redução no andamento; preparar o posicionamento da cabeça do cavalo imediatamente antes do acionamento da rédea contrária; etc.


Rédea direta de oposição

A direta de oposição provoca curva ou giro. Na curva tem como efeito colateral o deslocamento da garupa para o lado oposto à direção dada à cabeça e ao deslocamento do cavalo. No giro a garupa vai propositalmente para o lado oposto ao da rédea acionada. Portanto é a rédea que mais mexe com a garupa do cavalo. Daí ser conhecida também pelo nome de direta da garupa. Mas tecnicamente se chama de oposição porque, de fato, também faz um pouco de oposição ao deslocamento para frente. Portanto, diferentemente da de abertura, a da garupa ou de oposição reduz um pouco o andamento. Como é a direta da garupa (ou direta de oposição)? Supondo um cavalo reto, a direta de oposição é quando se aciona a rédea na direção paralela à região dorso-lombar e sacral da coluna vertebral do animal. Nem cruzando nem se afastando dessa região. Este é o campo de ação dela. Também aqui quando se aciona uma direta de oposição então no mesmo instante a outra rédea, a do outro lado, precisa ceder para o cavalo poder dobrar um pouco o pescoço, por mínimo que seja. Quando se usa a direta de oposição? Se estivermos usando as duas mãos, com uma rédea em cada mão, a ação direta de oposição numa das rédeas é a ação mais fácil de ser usada e também muito fácil para o cavalo compreender. Usa-se para fazer curvas, com um pouco de redução de velocidade, em cavalos que ainda não respondem bem às rédeas contrárias. Usa-se também para fazermos pirueta indireta (inversa) ou, em outras palavras, giro sobre os anteriores. Vale dizer que se acionarmos marcadamente as duas rédeas, esquerda e direita, ambas ao mesmo tempo como direta de oposição e na mesma intensidade teremos então o comando

de alto, isto é, a indicação para o cavalo parar. Mas isso todo mundo sabe. Talvez só não soubessem era dar o nome técnico para as rédeas acionadas nesse comando de parar. Neste caso elas se somam, porque não são direta e contrária. São ambas diretas da garupa. Mesmo assim trata-se do único caso em que, dos cinco campos de ação de rédeas, se podem acionar esquerda e direita ao mesmo tempo, na mesma direção e na mesma intensidade. Exceção a esta regra ou a este caso, numa equitação avançada, é o ato de reunir o cavalo. Porém para este efeito de reunir a intensidade deve ser pouca ou baixa, para não provocar o ato de parar. Mas, como é lógico, para giros ou para curvas com direta da garupa aciona-se apenas uma, direita ou esquerda, e a outra deve ceder.

Rédea contrária de apoio

Como dissemos no artigo anterior, a rédea contrária se subdivide em três campos de ação, os quais são: apoio, oposição, intermediária. Como é a rédea contrária de apoio? É aquela em que o sentido da pressão cruza perpendicularmente a região cervical da coluna vertebral. Em outras palavras, é aquela em que o sentido da pressão forma ângulo reto com o pescoço do cavalo. O nome apoio vem do fato que ela praticamente sempre toca no pescoço, praticamente sempre se apóia no pescoço. Mas trata-se de uma contrária que não faz oposição ao movimento para frente e nem opõe espáduas à garupa. Assim como a direta de abertura, a contrária de apoio também é suave, não reduz o andamento, não engaja o cavalo. Mas isso de não reduzir nem engajar, em certos casos, em certas curvas, pode ser até desejável. Depois de bem treinada no animal o cavaleiro consegue enxergar o olho do cavalo do lado de dentro da curva que estiver sendo

percorrida. Nesta ação, diferentemente da rédea de abertura, aqui não é preciso se preocupar com ceder a outra rédea (rédea de dentro ou do lado de dentro da curva) para o cavalo poder dobrar o pescoço a favor do encurvamento desejável. A rédea de dentro acaba sendo cedendo automaticamente, aliás, como também ocorre quando se aciona a ação contrária de oposição depois de muito bem treinada. Quando se usa a contrária de apoio? Usa-se sempre que você quiser fazer uma curva não muito fechada e sem redução de velocidade.

Rédea contrária de oposição

Também chamada contrária da paleta ou das espáduas. Chama-se de oposição porque reduz o andamento para frente e opõe as espáduas à garupa. Chama-se das espáduas porque é a rédea que mais consegue movimentar ou deslocar as espáduas. É uma rédea que provoca movimentos mais reunidos e por isso mesmo só deve ser acionada em cavalos com boa impulsão, do contrário o andamento morre em vez de se fazer reunido. Como é a contrária de oposição? A contrária de oposição também provoca curva ou giro. Mas é das cinco rédeas a que mais mexe marcadamente com as espáduas do cavalo. Daí também ser conhecia pelo nome de rédea contrária das espáduas ou de oposição à frente das espáduas. O campo de ação da contrária de oposição é aquele em que o sentido da pressão na rédea cruza diagonalmente a coluna do cavalo, porém cruzando sempre antes da cernelha. Quando se usa a contrária de oposição? Usa-se quando se quer fazer curva fechada, com redução de velocidade. Usa-se também para giros, no caso da pirueta direta ou giro sobre Revista Mangalarga • Abril/2015

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E spaço T écnico - T reinamento os posteriores, bem como nas suas sub-partições (meia pirueta, um quarto de giro, etc.). Seria o caso prático, por exemplo, de um cavalo apartando boi numa porteira.

então deve ceder a fim de permitir a flexão. Mas deve ceder com controle de limite, caso eventualmente o cavalo tenda a encurvar demasiado o pescoço. Aliás, o encurvamento do pescoço deve ser sempre bem pouco.

Rédea contrária intermediária

Também chamada de rédea da massa, a rédea contrária intermediária movimenta por igual toda a massa, todo o corpo do cavalo, para o lado e para frente, portanto provocando um deslocamento diagonal, não só para o lado nem só para frente. É chamada de contrária porque cruza a coluna do cavalo e também se opõe ao movimento para frente. Mas se opõe pouco, menos do que a direta de oposição e a contrária de oposição e por essa razão é também chamada simplesmente de rédea intermediária, a que faz pouca oposição das espáduas contra as ancas e pouca oposição ao deslocamento para frente. Como é a contrária intermediária? A ação contrária intermediária, como o nome diz, é quase um misto de direta com contrária, isto é, o sentido da pressão cruza a coluna vertebral, mas de maneira suave, pouco diagonal. É numa diagonal fraca, quase nula na sua diagonalidade. Dito de outra forma, é diagonal mas quase paralela à coluna. O detalhe mais importante é que o sentido da pressão deve cruzar a coluna vertebral do cavalo sempre atrás da cernelha. Pode ser logo atrás ou até mesmo bem atrás, lá perto do fim da garupa. Onde cruza depende do treino e da diagonalidade que se quer no deslocamento para frente, mas deve ser sempre atrás da cernelha e antes do fim da garupa. Outra indicação seria dizer que o cavaleiro deve pressionar a rédea direcionando-a entre seu próprio umbigo e o fim da garupa do cavalo. Não mais nem menos diagonal do que isso. Este seria o campo de ação da contrária intermediária. Quando se deve acionar a

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Conclusão

contrária intermediária? Emprega-se a contrária intermediária quando se quer descrever um deslocamento para frente e ao mesmo tempo para o lado, portanto deslocamento diagonal de toda a massa do cavalo e com pouca encurvação do mesmo. Não deve ser empregada para descrever curvas, até porque se corretamente acionada não provoca curva nem giro. Geralmente quando as pessoas não conseguem o deslocamento diagonal é porque acionam a pressão cruzando-a muito diagonal, antes da cernelha. Em outras palavras, erram porque acionam o sentido da pressão mais para lá do campo entre a diagonal que vai do umbigo do cavaleiro até a anca ou fim da garupa do cavalo no mesmo lado da rédea (esquerda ou direita) acionada. Então, cruzando antes da cernelha, o que acontece geralmente é curva ou giro porque a pressão acaba cruzando a coluna antes da cernelha. Os leigos costumam achar que quanto mais diagonal a ação mais diagonalidade conseguirão no deslocamento. Ledo engano. Acabam fazendo uma ação contrária de oposição e não uma intermediária e então, naturalmente, o resultado não é o que deveria ser. Como a intermediária também provoca uma pequena encurvação no pescoço do cavalo, a outra rédea

Cada rédea, isto é, cada ação de rédea, tem sua função e seu efeito. No uso comum e rotineiro de um cavalo bem equitado, bem treinado, na maioria das vezes ou na maior parte do tempo as contrárias são as principais e as melhores. Por quê? Porque são as que provocam menos deslocamento da garupa no sentido oposto à direção indicada para o deslocamento. Isso se torna particularmente importante quanto mais velocidade for empregada no deslocamento. São também, se você não for um exímio equitador portador de muitos macetes, as únicas possíveis de serem acionadas quando se usa as duas rédeas numa só mão. Mas as contrárias são as mais difíceis para o cavalo. São as que exigem mais tempo de treino para o cavalo e mais técnica por parte do cavaleiro. Saber iniciá-las num cavalo é uma arte. A teoria das cinco rédeas é a melhor maneira de explicar com precisão os comandos que se deve aplicar para exatidão nos movimentos desejados. Mas é importante também dizer que as rédeas não funcionam bem se acionadas sozinhas. Sempre é preciso complementá-las com adequadas ajudas de perna e de peso. Essa é a parte, a questão, mais difícil. Isto, entretanto, já seria motivo para outros artigos e até para cursos práticos sobre o acordo das ajudas. A boa Equitação é simples, mas não é fácil. O ideal é conjugar teoria e prática. No que eu puder ajudar estou às ordens. Mãos às rédeas e pé no estribo. Cordialmente, Sergio Beck. Por Sergio Lima Beck*

*Contatos para livros, DVDs, assistência, treinamentos e cursos práticos com o autor deste artigo: sbeckequinos@yahoo. com.br ; (41) 9953-0317 e (48) 9162-7185.



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Prepotênca racial, tipos de cruzamento e heterose Série de artigos de autoria do criador Otávio Henrique Zeraik Melo Bueno prossegue nesta edição abordando a influência desses fatores para a genética equina PREPOTÊNCIA RACIAL: Por definição, Prepotência Racial é a habilidade de um reprodutor ou reprodutora, imprimir suas altas características zootécnicas a seus descendentes, por várias gerações, e que estes se assemelham, o mais “próximo possível”. O tempo tem mostrado que, na formação de raças e ou de linhagens importantes, iremos encontrar os animais fundadores que deram origem às grandes famílias que se foram formando ao longo do tempo, como podemos lembrar no caso da raça Puro Sangue Inglês, com o cavalo Eclipse, corredor invicto. Sua vida reprodutiva teve uma descendência de 350 filhos(as) vencedores, e que ainda tinha uma característica; imprimia a sua “mancha” da garupa em todos os seus filhos. Tinha ele, um grande coração, herdado de sua Mãe e transmitia praticamente aos seus descendentes. No incicio deste trabalho, foi feita uma comparação da forma dos

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Cromossomos com os genes: e foi dito que se tivéssemos montado vários pedaços de arames de forma de X ou Y; em seu eixo colocamos pequenos diamantes de forma arredondada, estes serão os genes. Com esta comparação, os animais prepotentes, terão seus genes como “diamantes de boa qualidade e quantidade”, existentes principalmente no cromossomo X, por ser de bom tamanho, e no Macho também no Cromossomo Y, apesar de que este é menor do que o cromossomo X, para que ele melhore de maneira significativa a sua descendência. TIPOS DE CRUZAMENTO: Existem várias maneiras de realizar acasalamentos e ou cruzamentos, senão vejamos: Cruzamento Linear: Pode ser definido como sendo o cruzamento entre indivíduos consanguíneos que apresentam na mesma geração, na linha Paterna e Materna, o ancestral comum de que se pretende preservar determinadas qualidades que se procura. Cruzamento “Linear Inclinado”: Pode ser definido como sendo o cruzamento entre indivíduos consanguíneos, que apresenta nas gerações subsequentes, na linha Paterna e Materna, o ancestral comum, que se pretende preservar determinadas qualidades. Cruzamento “Linear Inclinado Defasado”: É o cruzamento em que observamos que o ancestral comum, na linha Paterna e Materna, se apresenta nas gerações dos Pedigrees de forma linear e inclinada.

Assim sendo, poderíamos mencionar, que o Cruzamento Linear faz com que o ancestral comum tenha a mesma quantidade de “contribuição genética” exceto nas fêmeas que tem uma contribuição em mais de 10% para formação de novos indivíduos. É oportuno lembrar que a contribuição genética será “proporcional” à posição do Ancestral Comum no Pedigree, em relação ao Indivíduo, dependendo de sua prepotência racial, que pode ser aferida por método Matemático-Estatístico, para os estudos de Progênie. No caso “do Cavalo Quarto-de Milha, o Cavalo Old Sorrel, foi cruzado” “linearmente” no King Ranch no programa de criação de cavalos Quarto de Milha, sendo que a seleção se estabilizou com os cavalos formadores pelas famílias de: Peter McCue, Syke’s Rondon, Yellow Jacket e Traveler. Assim, os criadores definiram um tipo definido de cavalo Quarto-de- Milha. Um artigo no “The Quarter Horse Journal” concluiu que os retrocruzamentos foram necessários para que se ganhasse maior homozigoze. Esta mesma situação ocorreu também na formação do Gado Santa Gertrudes, através do touro de nome “Monkey”, animal fundador da referida raça. É interessante mencionar que os beduínos do deserto Árabe, por sua intuição “Instintiva de Criador”, cruzavam os descendentes de éguas famosas, e como resultado desenvolveram o conceito de linhagem,


formando famílias de éguas fundadoras, pois eles afirmavam que um garanhão é importante apenas por causa das qualidades de sua mãe. Desenvolveram assim as linhagens conhecidas mundialmente com sendo Seglawi, Abeyan Jilfan. Interessante que à época, os Árabes não sabiam a influência do cromossomo X exclusivo das fêmeas. Um exemplo de cruzamento linear de “Consanguidade - Moderada” é o do Cavalo Puro Sangue Árabe GAI DANIZON, filho de GAI PARADA e da égua FERZONA, de propriedade do criador DAN GAINEY, americano e joalheiro de profissão, sendo que este animal foi Campeão Mundial do cavalo Árabe nos Estados Unidos. Passaremos a descrever o Pedigree Balanceado dele e como seu criador chegou a este resultado. Inicialmente, utilizou somente dois animais que eram filhos de um mesmo garanhão de nome SKOWRONEK, que foram RASEYN e RAFFLES, este foi definidor de diversas linhagens Árabes, mas era pequeno, porém seu criador soube utilizar éguas que completassem as características morfológicas dele. Destes dois garanhões, formaram-se famílias e, após vários anos de cruzamento, o Sr. Dan Gainey formou o garanhão de nome FERZON, que foi Pai de GAI PARADA e da égua FERZONA, genitores de GAI DANIZON. Observando o Pedigree, verifica-se que o garanhão de nome RAFFLES aparece em cruzamento linear na 5a geração, aparecendo na mãe de GAI PARADA e na tetra-avó da égua FERZONA, mãe de GAI DANIZON. Com relação ao outro garanhão fundador RASEYN, este foi usado para formar o cavalo FERZON, pai de GAI PARADA, sendo este, campeão Internacional do cavalo Árabe nos Estados Unidos, em 1977. A égua de nome AZLETA, mãe de GAI PARADA era consanguínea em linha, na 3a geração com garanhão

RAFFLES. Assim sendo, foram formando famílias, de tal maneira que GAI PARADA e FERZONA, genitores do Campeão Mundial, GAI DANIZON, eram filhos de garanhão FERZON, resultando deste cruzamento o GAI DANIZON. Verificamos que se deram início para formação do animal GAI DANIZON, dois garanhões, ambos filhos de SKOWRONEK, que foi um dos mais famosos cavalos Árabes do Mundo. Assim, o cruzamento linear balanceado e moderado, faz aparecer animais de grande prepotência racial e aumento da homozigoze, mantendo a ancestral comum o mais afastado até por exemplo na 5a geração no pedigree, se não pretende introduzir “linhagens de fora”. Ver a definição de RECESSIVO que MENDEL tinha descoberto com suas experiências com plantas. (O Joalheiro por profissão DAN GAINEY fez em sua criação de cavalos árabes, aparecerem verdadeiros “DIAMANTES”). O garanhão Árabe Raffles era tordilho e muito pequeno. Os seus descendentes após anos de cruzamentos e seleção aumentaram de tamanho, pois seu criador DAN GAINEY, escolheu éguas para serem acasaladas de maior tamanho. DIFERENÇA DOS COEFICIENTES DE PARENTESCO – GP , NO CRUZAMENTO EM “LINHA” ( NA “VERTICAL” ) EM RELACÃO AO CRUZAMENTO EM “LINHA INCLINADA”. Uma das propriedades do acasalamento de animais consanguíneos, sendo o ancestral comum que se deseja preservar, e demonstrou ser raçador(a), estando situado na mesma geração, na vertical, em relação ao acasalamento do mesmo animal, situado em gerações defasadas - inclinadas, temos a seguinte propriedade : Na 1ª situação, aumenta a probabilidade do novo Indivíduo

possuir as qualidades do animal comum, em mais de 30,00 %, em relação aos acasalamentos inclinados, situados em gerações sucessivas. Esse aumento de probabilidade não significa em hipótese alguma, aumento do número de genes do novo indivíduo; significa que existe uma maior possibilidade do novo animal, com esta estrutura de pedigree, apresentar maior probabilidade em adquirir as qualidades do ancestral comum. A demonstração dessa condição se obtém utilizando a fórmula do Coeficiente do Grau de parentesco ( GP ), lembrando que é a metade dos valores correspondentes a dos ancestrais, como demonstraremos a seguir: No primeiro caso, teremos acasalamento entre Meios-Irmãos, estando o ancestral comum na 3ª Geração na Linha Paterna e Materna, tomando-se os seguintes valores: GP1 = ( 1 / 2 ) x [ 25,00% linha paterna + 25,00 % linha materna ] GP1 = 25,00 % No segundo caso, teremos o ancestral comum localizado na linha Paterna na 3ª Geração e na linha Materna na 4ª geração, com essa nova situação,do Pedigree teremos: GP2 = ( 1 / 2 ) x [ 25,00 linha paterna + 0,50 x 25,00% linha materna] GP2 = 18,75% A relação destes dois coeficientes, será: GP1 / GP2 = 25,00 / 18,75 = 1,3333 , em valor percentual representa 33,33 % Assim sendo, o ancestral comum, estando na mesma geração, os descendentes deste tipo de acasalamento terão mais de 30% de probabilidade de possuírem as características do ancestral comum. Essa propriedade é válida para os animais situados na verticalidade, em qualquer geração. Os hipólogos de cavalos PSI concluíram em suas pesquisas utilizando análise matemática e estatística, de uma boa amostragem de animais de qualidade, que este tipo de estrutura de Revista Mangalarga • Abril/2015

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A HETEROSE: Pode ser definida como sendo o acasalamento de indivíduos geneticamente desiguais, ou seja, que em seus cromossomos não possuem o mesmo gene responsável pelas características de transmissibilidade hereditária, devido à presença de indivíduos “geneticamente desiguais”. A manifestação externa da existência da heterose mostra-se pelo vigor, vitalidade, rendimento em provas, e esta manifestação será tanto mais acentuada quanto maior forem “afastados geneticamente” os indivíduos que se cruzam, ou seja, os gens dos indivíduos são diferentes entre si, em todas as gerações. A manifestação mais intensa da heterose é o cruzamento do Jumento com a Égua, conhecido como Mulo(a) (espécies diferentes - Equs cabalus x Equs Asininos). Temos também o cruzamento do Cavalo com a Jumenta, prática esta mais rara no Brasil; este cruzamento recebe o nome de Bardotos(as), que geralmente são relativamente menores do que os Mulos(as), provavelmente devido ao pequeno desenvolvimento da bacia da jumenta, e condições genéticas. O efeito da heterose se manifesta de uma maneira expressiva na 1a Geração – F1, mestiça. Assim os indivíduos com genes diferentes que deram origem a esta 1a geração, mostram em termos de morfologia, carácter e vigor na maioria das vezes superiores aos seus genitores iniciais. O êxito de se produzir novos indivíduos depende da carga genética dos indivíduos a reproduzir, ou seja, de um acasalamento correto de duas bagagens genéticas diversas diferentes, poderão, se ajustadas de maneira satisfatória, nos próximos cruzamentos. Assim os Americanos, a partir do Mestiço, adotaram como sendo um dos métodos de seleção (Seleção

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Massal) o “retrocruzamento”, e a escolha de um carácter após outro, considerando cada qualidade, após varias gerações, e assim por diante, até que a Manada ou Rebanho melhore em todos os aspectos. Como exemplo disso, temos a raça Brangus de gado de corte, mocha de pelagem preta, foi formada pelo cruzamento das raças Brahman e Aberdeen Angus. A estabilização dessa raça foi com 5/8 de Angus + 3/8 Brahman, e reconhecida pelo governo dos Estados Unidos, como uma nova raça, trabalho inicialmente realizado na cidade de Kansas, Missouri. (Estabilizou com 62,50% de Angus e 37,50% de Brahman). Outra raça que merece atenção é o gado Santa Gertrudes, iniciada no King Ranch, no Texas, Estados Unidos, em 1910, quando nesse local foram feitos cruzamentos de zebuínos com animais das raças Shorthorn e Hereford, obtendo excelentes mestiços em regime de pasto e com grande ganho de peso. Depois de anos de cruzamentos surgiu um touro extraordinário, de nome “Monkey“, sendo que este animal foi cruzado, linearmente com seus parentes colaterais, fixando assim as características da raça Santa Gertrudes, apresentando uma caracterização racial própria, e no ano de 1940, esta raça foi reconhecida oficialmente pelo Governo Americano, como sendo uma raça de corte devido as suas características que foram fixadas através dos anos de cruzamentos, realizados pelo Touro fundador, que se estabilizou com 5/8 de Shorthorn e 3/8 de Brahman, correspondente a 62,50% de Shorthorn e 37,50% de Brahman). Ou seja, os idealizadores na formação destas novas raças bovinas fixaram em 3/8 de influencia de Gado Indiano (Brahman), mantendo como maior percentual os 5/8 de Raça Europeia. A raça de gado que também foi criada pela mestiçagem foi a CANCHIM, na Fazenda de criação de São Carlos, do Estado de São Pau-

lo, obtida pelo cruzamento da raça europeia Charolesa com o Nelore, trabalho este iniciado em 1940, iniciando com touros Charolês e vacas Indubrasil, mas foi com a raça indiana Nelore com seguinte proporção de cruzamento: 5/8 Charolês + 3/8 Zebu, correspondendo também a 62,50% de Charolês e 37,50% de Nelore (Zebu) que fixou suas atuais características, pois desse cruzamento com mais influência da raça europeia, verificou-se animais de maior precocidade em regime de pasto, boa resistência ao calor, aos carrapatos , características estas herdadas do Zebu. As fêmeas são boas criadoras de bezerros e produtoras de leite melhor do que as Zebu, e normalmente são melhores de índole. Assim sendo, através desse cruzamento resultou o Gado Canchim, animal de bom desenvolvimento, excelente carcaça, perímetro torácico e comprimento, musculatura das coxas e rusticidade, ou seja, o Zebu contribuiu de maneira significativa dando a esta nova raça a “natureza do Zebu”, qual seja , a rusticidade necessária para adaptação ao nosso meio-ambiente.

Foto: Norberto Cândido.

Pedigree, chamada por eles de consanguinidade na verticalidade, fixa melhor as características do ancestral comum.

Otávio Henrique Zeraik Melo Bueno é criador e estudioso da Genética Equina.



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O Uso de Óleo na Dieta dos Equinos Antes de se pensar em qualquer tipo de oferta extra de qualquer nutriente, é necessário equilibrar a dieta básica, buscando atender às necessidades mínimas do animal em termos de energia, proteína, vitaminas, minerais e água Suplementos nutricionais são alimentos adicionados à alimentação diária do cavalo que o auxiliam no desempenho. Devem ser utilizados com muito critério preferencialmente recomendados por um técnico especializado. É importante ressaltar que a utilização adequada dos suplementos nutricionais, pode melhorar o desempenho de um animal sem causar doping, pois são substâncias naturais, que aliadas a um treinamento e manejo corretos, estimulam o organismo do animal até o limite máximo de seu potencial genético. Entre os muitos tipos de suplementos, temos a categoria de suplementos energéticos, isto, complementos nutricionais adicionados à alimentação cuja função seja de melhorar a disponibilidade de energia para os animais. Cabe aqui ressaltar que a adição de quaisquer suplementos à dieta de um animal somente deverá ser feita após o correto balanceamento das necessidades básicas da categoria a que ele se

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destina, pois tão ruim quanto oferecer ao animal menos do que ele necessita, é oferecer a ele mais do ele precisa. Isto é, os excessos são tão ou mais prejudiciais que as deficiências. Desta forma, antes de se pensar em qualquer tipo de oferta extra de qualquer nutriente, é necessário equilibrar a dieta básica, buscando atender às necessidades mínimas do animal em termos de energia, proteína, vitaminas, minerais e água. Se após atender essas necessidades matematicamente, tendo o animal potencial genético para melhor desempenho, posso aí sim buscar nos suplementos uma dose extra de algum nutriente realmente necessário para atender às suas necessidades. Atente apenas para o fato de que, muito do que se tem disponível no mercado, não tem qualidade ou ainda não atende nenhuma necessidade real do cavalo, apenas do proprietário. Existem duas formas de se aumentar a oferta de energia para o animal:

1. Através do aumento do fornecimento de carboidratos, especificamente de amido, sob a forma de grãos, isto é, aumentando-se a ração. 2. Elevando-se o teor de gordura da dieta, através do fornecimento de óleos. O aumento da energia através do aumento da ração pode ser feito, sem risco, até o limite de 1 kg de ração para cada 100 kg de peso vivo do animal (1% do peso vivo), dividido em diversas refeições ao dia, sem que se ultrapasse 0,5 kg de ração para cada 100 kg de peso do animal por refeição. Isto é, para um animal de 400 kg de peso, o máximo a ser administrado é 4 kg de ração, sendo no máximo 2,0 kg por refeição. Pessoalmente, acredito que um máximo de 0,4 kg de ração por refeição gere um aproveitamento melhor para os animais. Administrar mais concentrado que isso por dia gera dois problemas sérios: (i) sobrecarga intestinal levando a quadros de cólicas; (ii) excesso de amido não digerido no ceco, o que leva a um dis-


microbismo (morte da microflora digestiva) com conseqüências desastrosas para o animal, que vão desde cólicas, laminites, produção excessiva de gases, perda de desempenho, suor excessivo, má recuperação após esforço, etc. Desta forma, o limite de oferta de grãos acaba sendo baixo para, muitas vezes, atender às necessidades de desempenho do animal desejada pelo homem, sem que isso comprometa a vida e saúde do equino. Então, podemos e devemos utilizar as gorduras como fonte energética. Diversos trabalhos comprovam que a adição de 10 a 20% da dieta de grãos em óleo elevam o glicogênio muscular, que é a principal fonte de energia de disponibilidade imediata na célula muscular. Além disso, o óleo que não será utilizado será armazenado sob a forma de gordura, para posterior utilização (não confundir esse armazenamento com acúmulo de gordura que leva à obesidade – se ofertar muito além do necessário isso poderá ocorrer). E aqui citamos mais uma vantagem dos óleos como fonte energética sobre o amido, oriundo dos grãos. Como o amido é rapidamente transformado em glicose, energia de pronta disponibilidade, o animal fica mais agitado, com mais energia para gastar, muitas vezes ficando mais irritado se for mantido em confinamento. Como o óleo é disponibilizado como glicogênio muscular ou armazenado como gordura, esse excesso de energia que deixa o cavalo agitado, ocorre com menor intensidade, daí alguns autores, inadvertidamente, classificarem o óleo como calmante. O óleo não acalma o cavalo, mas deixa-o menos inquieto do que quando se utiliza o amido como fonte energética. Diversos tipos de óleos estão disponíveis no mercado.

Entre todos os tipos de óleos, como óleo de milho, óleo de soja, óleo de canola, óleo de algodão, óleo de arroz, óleo de linhaça e mesmo o óleo de oliva (azeite) a quantidade de energia disponível é exatamente a mesma, ao redor de 8,9 mcal de energia digestível por kg de produto. Desta forma, se o que se deseja é apenas elevar a quantidade energética da dieta diária, não importa o tipo de óleo utilizado, podendo aqui se basear no preço do produto. Em geral o óleo de soja é o mais barato.

sive), ele já estava administrando 240 ml de óleo, muito além da necessidade do animal. Nesse caso, costumo dizer que, em nutrição, mais com mais é igual a menos (contrário à matemática), pois se der muito além das necessidades do animal, o resultado é perda de peso, e não ganho. A solução, já citada, foi simples, cortando a ração para 3,5 kg e diminuindo-se o óleo extra, o animal chegou ao seu estado ótimo para o grande evento da raça, sagrando-se reservado Campeão Nacional.

A quantidade de óleo a ser administrada varia de 50 ml a 500 ml diários, dependendo de uma série de fatores, como: (i) qualidade e disponibilidade do volumoso; (ii) qualidade e disponibilidade da ração; (iii) tipo de exercício a que o animal se submete; (iv) qualidade genética do animal, isto é, se o animal tem potencial para desempenhar aquela função a que o submetemos; (v) peso do animal; entre outros.

Segue uma dica para se observar se a ração já vem com óleo de fábrica: observe o valor de extrato etéreo constante do rótulo. Se for acima de 5%, em geral, esses valores somente são conseguidos com adição de óleo na fórmula. A quantidade é impossível de se saber apenas por esse índice, mas nos indica o enriquecimento, o que torna a adição extra de óleo temerosa se feita sem critério.

Todos esses fatores devem ser avaliados por um técnico competente. Deve-se tomar muito cuidado na adição indiscriminada de óleo à alimentação do equino, pois o excesso de óleo também traz prejuízos à saúde do animal, com os mesmos problemas descritos acima para excesso de amido, somando-se emagrecimento e perda de desempenho. Isto é, o aumento indiscriminado de gordura leva à perda de peso e não exatamente ao ganho de peso. Já tive clientes onde consegui fazer com que o cavalo ganhasse peso, cortando 40% da ração. O cliente em questão utilizava uma ração muito rica em óleo e foi, pela moda de terceiros sem conhecimento técnico, incitado a adicionar mais óleo à dieta para ‘melhorar o pelo’. Ocorre que a ração já era enriquecida de fábrica com 40 ml de óleo por kg. Como o cliente administrava 6 kg de ração (além da necessidade do animal, inclu-

Entretanto, há uma grande diferença entre a qualidade dos óleos citados. Quando falamos de óleos refinados, soja, milho, canola, algodão, etc. a qualidade de todos é a mesma, pois o processo de refino volatiliza praticamente todos os compostos nutricionais que trariam algum beneficio ao animal se presentes. Desta forma, o uso desses óleos é apenas como fonte energética quantitativa. Porém, se desejar algo mais além da quantidade de energia na alimentação, buscando valores qualitativos, que podem fazer a diferença no desempenho e qualidade de vida do animal, pode-se utilizar óleos prensados a frio ou extraídos fisicamente, como o óleo de arroz ou óleo de linhaça. Certamente o azeite de oliva estaria incluído neste rol se não fosse seu custo, o que torna impeditiva sua utilização. Os óleos de linhaça e arroz prensado a frio ou extraídos fisiRevista Mangalarga • Abril/2015

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As vantagens do equilíbrio entre os ácidos graxos podem ser descritas como abrandamento de reações inflamatórias e alérgicas indesejáveis, melhorando a resposta imunológica. Para potros em crescimento funciona como auxiliar no desenvolvimento neurológico. Para éguas em gestação auxilia no desenvolvimento fetal e na lactação, aumentando a quantidade do leite. Observamos ainda restabelecimento do brilho e da cor da pelagem, bem como a saúde da pele. Em cavalos de esporte e trabalho aumenta a energia disponível, levando a uma recuperação muscular mais rápida após exercícios. Promove ainda prevenção de distúrbios circulatórios e cardiovasculares além de ser excelente auxiliar no tratamento de laminites, artrites e artroses e miopatias. Além disso, o óleo de arroz possui um composto denominado Gama-oryzanol. O gama-oryzanol é um antioxidante natural que previne o risco de desenvolvimento de doenças coronarianas. Em muitos trabalhos científicos foram observados diversos efeitos deste composto presente no arroz e no óleo de arroz extraído fisicamente. Dentre os benefícios observados em seres humanos, mas que podem aparentemente, ser extrapolados para os equinos, temos: (i) função anabolizante com aumento de massa corpórea; (ii)

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melhora no crescimento com aumento da massa muscular magra; (iii) aumento da resistência física, melhora da recuperação após exercício e redução na gordura corporal; (iv) atividade antioxidante por neutralizar a ação dos radicais livres tóxicos ao organismo; (v) aumento da produção de insulina, proporcionando melhor aproveitamento dos carboidratos pelo organismo; (vi) efeito anti-inflamatório e imuno-estimulante com melhora do estado físico; (vii) e melhoria da circulação capilar com melhoria nos aspecto de pelo e pelagem.

cia, ao menos visual, com outros equinos (redução do estresse).

Pessoalmente, entre meus animais e os de clientes das mais diversas raças, pude comprovar os reais benefícios destes óleos, tanto o de arroz como o de linhaça a curto, médio e longo prazo.

O preço certamente é um fator a ser levado em consideração, pois enquanto o óleo de soja sai por volta de R$ 2,00 o litro, o óleo de arroz e linhaça saem por volta de R$ 13,00 o litro, ou mais.

Cabe ainda ressaltar, que muitas pessoas fazem um uso errôneo adicional dos óleos: como preventivo de cólicas, administrando 20 a 30 ml duas vezes por semana. Os óleos, como lubrificam o aparelho digestivo, podem efetivamente auxiliar para que o alimento passe mais facilmente pelo aparelho digestivo. Entretanto, utilizá-lo duas vezes por semana, significa prevenir cólicas duas vezes por semana. Além disso, o uso de óleos (ou mesmo de semente de linhaça com o mesmo propósito) como preventivo de cólicas não se justifica, pois se 95% das cólicas são causadas por erros de manejo, somente se justificaria seu uso se houver erros no manejo, e erros de manejo não se justificam. Para se prevenir cólicas basta um manejo correto, respeitar um mínimo de 50% da dieta de volumoso (forrageira) de boa qualidade e um máximo de 1% do peso do animal de ração concentrada, além de permitir liberdade mínima de 2 horas por dia aos animais embaiados e convivên-

Exceção feita, por exemplo, na seca que passamos nos últimos meses, onde não havia, na maioria das regiões do país, volumoso de qualidade. Nesse caso, o uso diário de óleo pode ser interessante. Desta forma, ao se escolher os óleos como suplemento energético, deve-se primeiramente definir o que buscar: apenas quantidade energética ou preciso de mais alguma coisa para meu animal.

Então a escolha do tipo de óleo depende do que espero e desejo para meu animal.

Foto do autor.

camente são riquíssimos em ácidos graxos ômega 3, 6 e 9 e em vitamina E.

André Galvão Cintra, MV, Prof. Esp. Autor do Livro “O Cavalo: Características, Manejo e Alimentação” Coautor do livro “Manual de Gerenciamento Equestre”. Contato: agcintra@gmail.com – www.andrecintra.vet.br






E spaço T écnico - M elhoramento G enético

Fotos: Guta Alonso.

Não podemos descuidar da habilidade materna das matrizes Mangalarga

Conhecer a Habilidade Materna das doadoras de embriões é um importante fator de seleção.

Ao realizarmos um trabalho de melhoramento genético em um plantel de equinos, exercemos uma interferência direta no futuro destes animais e do plantel, portanto é muito importante que os critérios de seleção sejam utilizados com muito rigor e ao mesmo tempo com cuidado, pois os efeitos negativos gerados pelos erros demoram a se manifestar, fazendo que o criador perca muito tempo até descobri-los, e um tempo maior para recuperar aquelas características perdidas. Dentro de vários fatores importantes para o melhoramento gené-

tico do Cavalo Mangalarga, estão os seus andamentos, suas características Raciais, Morfológicas, a resistência, a Rusticidade, o Temperamento, a fertilidade e a Habilidade materna. Vamos falar sobre a Habilidade Materna, porque esta é uma ferramenta de melhoramento muito importante e precisa de uma maior atenção dos Criadores, sendo que a não observação destas características no momento dos acasalamentos podem trazer sérios problemas para o futuro da raça. Atrás das mesmas, está a Herdabilidade, que expressa

o grau de confiança do valor Fenotípico como indicador do valor genético, ou seja, é “O quanto aquilo influenciará a próxima geração”. Portanto os acasalamentos entre indivíduos em uma população são responsáveis pelos genótipos da próxima geração. Numa população grande, na ausência de seleção e em presença de acasalamentos aleatórios, as frequências gênicas e genotípicas serão constantes de uma geração para a próxima, ou seja, não trará ganho genético nenhum para o plantel (Satchidanandar, 1989). Se a influência do Garanhão Revista Mangalarga • Abril/2015

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É fundamental que a matriz tenha cuidados e saiba proteger sua cria.

é maior que a das matrizes, pois ele produz maior número de filhos, isso torna o conhecimento das características referentes à habilidade materna das mães destes Garanhões muito importante para o trabalho de melhoramento Genético. A Habilidade Materna é a capacidade da Matriz de gerar e criar um potro (a), e fazer que ele chegue à desmama em condições ideais, este fator é de grande importância no melhoramento genético, porque a contribuição genética transmitida ao filho é igualmente dividida, sendo 50% do pai e 50% da mãe. O diferencial em favor da mãe é que esta tem a importante tarefa de nutrir o feto durante um período de aproximadamente onze meses, em seguida, amamentar, proteger e orientar a cria, durante um período de aproximadamente cinco meses. Assim o efeito da contribuição maternal eleva a contribuição total da égua para 55 a 60% aproximadamente (Satchidanandar, 1989, Hintz, 1979). Sabendo que a necessidade alimentar dos potros é de 36 g/dia de cálcio e 20 g/dia de fósforo, e que precisam de 8500 kcal/dia, nascem com 10% do peso da mãe, e realizam mais de trinta mamadas por dia (Alexandre A. O. Gobesso USP), as matrizes precisam ser boas produtoras de leite para suprir estas necessidades. Pesquisando em

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alguns trabalhos sobre a produção leiteira das éguas, vimos que as matrizes das raças leves produzem em média 10 litros de leite dia, podendo chegar até 17 litros/dia, e as raças pesadas produzem em média de 15 a 16 litros/dia, podendo chegar até 24 litros/dia (Smolders, 1990 e Oftedal, 1985). Além da produção leiteira, é também importante que esta matriz tenha cuidados e saiba proteger sua cria, que tenha bons intervalos entre partos e tenha também facilidade de parto. Portanto fica evidente a necessidade de voltar a atenção para estas características, pois quando os veterinários vão à busca de receptoras para o uso em Transferência de Embriões, além do exame do aparelho reprodutivo, a habilidade materna é o fator mais importante na escolha, sendo esta característica grande responsável pelo sucesso de todo o processo. Outros fatores importantes estão ligados ao número de partos de uma égua; em estudos realizados com a raça Puro Sangue Inglês, observou-se que a 3ª cria de uma égua teria maiores chances de serem ganhadores de Clássicos que seus irmãos (Finocchio, 1985), vimos também que o peso até 510 dias de idade tem alta correlação com o peso ao nascimento e os potros com menor peso ao nascimento, demonstraram marcas insatisfatórias em corridas.

Observa-se também que as matrizes em idades entre 7 e 12 anos produzem potros com melhores pesos que as éguas fora desta faixa etária (Hintz, 1979). Na raça Mangalarga, as principais matrizes são também doadoras de embriões, e com maior frequência geram os garanhões que serão usados por um grande número de criadores, mas como vimos anteriormente, a contribuição maternal transmitida ao filho é maior em um acasalamento devido a sua Habilidade Materna, e que a maior difusão genética é transmitida pelos Garanhões, isto porque eles geram um maior número de filhos. Portanto, fica evidente a necessidade de conhecermos a Habilidade Materna das doadoras de embriões, assim teremos a certeza de que este importante fator de seleção, estará sendo avaliado. Seria ideal que a matriz tivesse ao menos dois partos conhecidos para se tornar uma doadora de embriões, porém, diante da urgência dos criadores de iniciar a matriz neste processo, recomendamos que deixe-a ter uma gestação natural após cada duas receptoras prenhes através da técnica de transferência de embriões.

Fotos: ZZN Peres.

Fotos: Divulgação.

E spaço T écnico - M elhoramento G enético

Lourenço De Almeida Botelho Diretor Técnico e Coordenador do Colégio de Jurados da ABCCRM



Machu Picchu a cavalo

Paisagens deslumbrantes, ruínas incas e vilarejos pitorescos acompanham os aventureiros cavaleiros em seu percurso

Fotos: Cavalgadas Brasil.

L azer & C ultura

Sempre começamos essa cavalgada com dois dias de aclimatação à altitude em Cusco. Fundada no século 11, Cusco que foi a Capital do Império Inca - era o centro político e religioso do Império e por isso os conquistadores espanhóis fizeram questão de marcar sua presença construindo “em cima” dos principais palácios e templos incas. Muitas dessas construções, igrejas, museus e prédios coloniais valem a visita além das ruazinhas de pedra com muitas lojas e vendedores de um rico e colorido artesanato. Dormimos em Cusco num ótimo hotel instalado num antigo mosteiro. No 3º dia, saimos cedo para nossa “cavalgada com estilo” com destino a Machu Picchu. Seguimos de carro até o Rancho Coronilla, onde ficam os cavalos e base de saída de nossa cavalgada. Após um lanche de almoço recebemos todas as informações acerca de nossos cavalos e iniciamos o caminho para So-

Fotos: Chensiyuan/Wikimedia Commons

Belíssimas paisagens acompanham os cavaleiros.

Vista geral do sítio arqueológico de Machu Picchu.

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por dia – contra 70 na de Salkantay (fica parecendo uma trilha quase exclusiva). E melhor, não é preciso carregar mochilas, acender fogareiros ou dormir em barracas, toda a bagagem segue com uma tropa de mulas comandada por arreeiros. Os quatro Lodges de montanha aonde nos hospedamos estão localizados em cenários cinematográficos, um a cada dia de viagem. Cada Lodge foi projetado para representar uma tradição Inca e o Salkantay Lodge foi projetado para representar a tradição dos palácios Incas. Nos Lodges, o cardápio é elaborado por uma nutricionista e os pratos servidos com detalhes artísticos por um chef que abusa de alimentos leves e energéticos, como a quinoa nativa dos Andes. Há ainda surpresas, como a bolsa de água quente colocada debaixo das cobertas na hora de dormir e os bombons em cima da cama. Após uma noite de grandes sonhos, o segundo dia de cavalgada é dedicado à aclimatação aos efeitos da altitude e nossa cavalgada segue até a base do nevado Humantay, partindo dos 3500 metros de altitude, rumo aos 4200 metros e depois baixando – uma estratégia utilizada por montanhistas. Num determinado ponto, deixamos nossos cavalos com os guias e subimos a pé um pequeno trecho até o lago Soray, “os olhos de Humantay”, cuja água vem dos glaciares da montanha do mesmo nome. A vista é deslumbrante; um lago que pode estar verde ou azul (dependendo do tempo estar nublado ou não) emoldurado pela montanha nevada! Os Incas conside-

Participantes em um dos pontos de parada do trajeto. Fotos: Cavalgadas Brasil.

Roteiro inclui locais sagrados para a cosmologia inca.

ravam os lagos glaciais como sendo “olhos” da montanha. De volta ao Lodge, depois de uma relaxante ducha ou banho na Jacuzzi (ao ar livre e aquecida a 37º C) o grupo se reúne na sala da lareira para receber o briefing do dia seguinte. Após mais uma noite no Salkantay Lodge, abençoados pelos xamãs (como eram chamados os “pajés” na cultura Inca), começamos cedo os preparativos para nossa subida ao Paso de Salkantay num percurso que é o mais difícil mas também o que apresenta as melhores paisagens. Salkantay é o 2º pico mais sagrado na mitologia Inca e com seus 6.270 metros é o mais alto na região. São preparativos de uma verdadeira expedição; podemos ver o carregamento de nossa bagagem nas mulas (curiosidade: elas são vedadas com típicos panos coloridos na hora do carregamento) e acompanhar a preparação dos cavalos. A saída para o vale do Wayraccomanchay é triunfal, além de nosso grupo, os muleiros com toda a bagagem, o cozinheiro e seu assistente, que vão nos acompanhar durante os próximos dias (os muleiros saem um pouco depois e no meio do caminho nos alcançam e seguem em frente enquanto o cozinheiro que saiu antes estava nos esperando no meio do dia com o almoço pronto no acampamento “armado” no meio da trilha). Devagar subimos admirando um casal de condores fazendo suas evoluções. Avistar essa ave, considerada pelos incas uma mensageira dos Apus, é sinal de sorte. Logo adiante surgem as apachetas, montículos de Fotos: Cavalgadas Brasil.

raypampa, que segue por montanhas com muitas pedras e um bonito vale com um rio correndo entre as pedras. Durante o percurso podemos observar um antigo canal de irrigação Inca “cortando” a montanha “do outro lado” do rio e também uma mata de árvores polylepis (queunas), nativas da região. Após três horas de cavalgada, surge como uma miragem a visão do lodge aos pés do monte nevado Salkantay (3.850ms) - uma das montanhas mais sagradas da cosmologia Inca. A equipe de funcionários nos espera com uma calorosa recepção servindo chá quente de coca, cuidando de nossos casacos, e trocando nossa bota suja por um chinelo limpinho e nos acomodando ao lado de uma lareira aconchegante. No quarto nos espera uma cama king size, edredon de plumas, travesseiros de penas de ganso, tudo com muito bom gosto. Um mergulho rápido na cultura Inca e na geografia local mostra que os quinhentos anos sob o domínio da coroa espanhola não conseguiram sufocar na cultura inca a crença nos elementos da natureza, o amor à mãe terra (Pachamama), a obediência ao calendário das constelações e a fé nos espíritos sagrados (Apus) das grandes montanhas. Ao entrar num caminho sagrado como o do Salkantay, é recomendado realizar, uma oferenda pedindo proteção aos Apus. A partir daqui vamos iniciar a parte mais difícil, inóspita e mais bonita da Trilha Inca de Salkantay, trilha que é considerada melhor opção que a tradicional Trilha Inca, que vive lotada, por onde passam 500 pessoas

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L azer & C ultura pedras empilhadas para mostrar seu respeito aos Apus (tradição que nós também mantemos colocando nossa apacheta no local). Os Incas usaram este “Paso” como um cemitério e hoje o que vemos são inúmeras pilhas de pequenas pedras empilhadas pelos que por lá passaram num sinal de respeito pela montanha. A 4700 metros de altitude (ponto mais alto de nossa viagem), estamos no Passo de Salkantay, com as neves do Salkantay quase a tocar os pés, um momento de reflexão e emoção. Depois de uma parada no “Paso” para fazer nossa “oferenda” e nossos “pedidos” começamos a descida rumo ao Wayra Lodge (“Wayra”: vento; “lugar aonde o vento mora), uma construção de pedras ao sopé da outra face do Humantay, a face norte, com ovelhas pastando ao lado de um rio de águas turquesa. O Wayra Lodge tem como motivação a religiosidade dos Incas e em sua decoração vemos ricas peças de artesanato de rituais Chaman. Passamos a noite com a visão de nossos cavalos pastando cobertos com suas mantas no gramado junto a nosso quarto. No dia seguinte um percurso com mais vida pelo caminho, a paisagem começa a mudar completamente: são as matas tropicais de altitude com orquídeas, bromélias, samambaias e borboletas e muitos pássaros. Uma descida tranquila em que cruzamos pequenas comunidades nas montanhas e passamos por trechos estreitos aonde descemos dos cavalos e passamos a pé, enquanto nossos cavalos são conduzidos pelos guias. O Colpa Lodge (2.840 metros) fica encravado no final de uma cordilhei-

subida de 650 metros até a passagem Llactapata que está a 2.800 metros. Durante toda a subida podemos apreciar uma vista espetacular e alguns minutos após a “passagem” encontramos as ruínas de Llactapata, ainda em restauração (ou seja com partes intactas!), um sítio arqueológico pouco visitado, e de onde poderemos ter nossa primeira vista da Sétima Maravilha do Mundo, a cidadela de Machu Picchu, que apesar de distante, é algo impressionante e de um lado (sudoeste) singular,que poucos tem a oportunidade de apreciar. Caminhamos mais um pouco até a estação de trem que nos leva numa breve viagem até a cidade de Águas Calientes também chamada de Machu Picchu Pueblo. Um despertar bem cedo é sugerido para aqueles que querem ver o sol nascer em Machu Picchu (vale à pena). Os primeiros raios de sol tocam a cidade de pedra iluminando terraços, praças, observatórios e templos. Os Incas preservaram um de seus mais belos segredos no alto de uma montanha no meio dos Andes. A chegada à cidadela é o momento triunfal da viagem. Temos uma vista incrível do alto dos terraços! Não há como não se surpreender a cada construção de pedra, os templos, as praças, os mirantes e os entalhes precisos nas pedras. Um lugar onde o tempo parou... A verdadeira história dessa construção ainda é um mistério, mas uma coisa é certa, o lugar transmite uma sensação de paz muito grande! No final da tarde embarcamos novamente no trem em Águas Calientes, com destino a Ollantaytambo e depois a Cusco, ponto final da viagem. Sem dúvida, uma experiência única!

ra de montanhas, aonde somos esperados com uma Pachamanca, receita tradicional das montanhas aonde diversas variedades de batata e de carnes (bovina, suína, aves e porquinho da Índia) são assadas enterradas entre pedras fervendo... O Colpa Lodge foi construído num “platô” na confluência de três rios que se juntam para formar o rio Santa Teresa que segue até Machu Picchu. Tal qual os demais, este Lodge também tem um estilo único e como motivação a arte e a música dos Incas. Máscaras coloridas utilizadas em danças e “ponchos” usados em cerimônias enfeitam as paredes. A jacuzzi na frente do Lodge tem uma vista panorâmica imperdível das montanhas que estão ao redor. Após o café da manhã, começamos nossa descida pelo vale do rio Santa Teresa, junto à mesma vegetação exuberante do ecosistema “cloud Forest”. Cruzamos com inúmeras nascentes e alguns trechos estreitos onde descemos dos cavalos e passamos a pé, enquanto nossos cavalos são conduzidos pelos guias. Após cerca de 4 horas e meia de cavalgada chegamos ao início da Trilha Inca de Llactapata aonde vamos ter que nos despedir de nosso companheiro de jornada (nosso cavalo) e seguir a pé por cerca de meia hora até chegarmos ao Lucma Lodge (2.150 metros). Projetado para celebrar a natureza, este Lodge além de estar totalmente integrado ao meio ambiente de seu entorno, tem em seu interior plantas e imagens que representam esta proposta. Depois de mais uma noite agradável, sentindo falta de nossos cavalos, começamos um dia diferente “caminhando”... Começamos cedo nossa Fotos: Cavalgadas Brasil.

O passeio percorre a Trilha Inca de Salkantay.

Paulo Junqueira Arantes Diretor da Cavalgadas Brasil www.cavalgadasbrasil.com.br

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M ercado & F inança s

Por Pedro C. Rebouças

Leilão Toada Mangalarga

Evento reuniu cinco conceituados criatórios.

ofereceu uma oportunidade única para os compradores que desejavam investir em tropas que estão em evidência na raça, pois todos os participantes se dispuseram a compartilhar a genética de ponta de seus criatórios. Ofertada pelo Haras Tarlim, a premiada matriz Umburana do Mont Serrat (Regalo JO em Nandaia MT) alcançou a maior cotação do dia, sendo negociada por R$ 126 mil com o Haras Paraíso do Man-

Fernando Tardiolli com familiares e amigos. Foto: Norberto Cândido/Arquivo.

Mário Barbosa, Sergio Paiva e João Pacheco.

galarga. Por sua vez, a reprodutora alazã Uberaba do Mont Serrat , proveniente da seleção do Haras Mont Serrat, obteve o segundo melhor lance do evento, sendo adquirida pelo criador João Paulo Fagundes por R$ 72 mil. Para obter mais informações sobre o Leilão Toada Mangalarga, entre em contato com a Fênix Leilões pelo eendereço eletrônico contato@ fenixleiloes.com.br ou pelo telefone (44) 3026-2299.

Foto: Divulgação.

A segunda edição do Leilão Toada Mangalarga movimentou o mercado da raça no sábado 23 de maio. O evento, realizado nas dependências do Recinto de Leilões do Haras Raphaela, na cidade paulista de Porto Feliz, foi promovido por cinco conceituados criatórios mangalarguistas: a Fazenda São Pedro (Mário Barbosa), o Haras da Bica (João Pacheco Galvão de França), o Haras Mont Serrat (Sergio Paiva), o Haras F1 (Eduardo França) e o Haras Tarlim (Fernando Tardiolli). O evento, que contou com organização da Fênix Leilões e assessoria zootécnica de João Quadros, recebeu um público de cerca de 400 pessoas e registrou muita liquidez na comercialização dos 34 lotes ofertados, entre os quais estavam potrancas, potros, matrizes, garanhões, barrigas e embriões especialmente selecionados. De acordo com Fernando Tardiolli, um dos promotores do evento, o Leilão Toada Mangalarga

Foto: Norberto Cândido/Arquivo.

Evento ofereceu uma oportunidade ímpar para a aquisição de genética de ponta da raça Mangalarga

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M ercado & F inança s

Por Pedro C. Rebouças

1º Leilão Haras A.E.J Foto: ZZN Peres.

Família A.E.J organizou uma grande festa para receber amigos e amantes de cavalos Mangalarga

O Haras A.E.J ofertou 25 lotes especialmente selecionados para o evento.

cionais, potras, éguas campeãs em pista e animais prontos para iniciarem carreira, além de matrizes comprovadas e embriões das melhores éguas do criatório A.E.J. Os invesOs irmãos Esteves: Miro, Marcello, Nendo e Gustavo. Os investidores puderam adquirir produtos de qualidade.

O 1º Leilão Haras A.E.J movimentou o mercado do cavalo de sela brasileiro no sábado 11 de abril. Relizado nas dependências do próprio criatório, localizado no município paulista de Amparo, o evento recebeu um público de aproximadamente 600 pessoas e obteve liquidez total dos 25 lotes ofertados, alcançando a expressiva cotação média de R$ 39 mil. Entre as atrações do catálogo estavam Grandes Campeões Na-

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tidores presentes ao evento puderam desfrutar também de pacotes de coberturas dos reprodutores do haras, como o consagrado garanhão Quartzo. Negociados com condições


Foto: ZZN Peres. Cerca de 600 pessoas acompanharam o evento.

exclusivas e unicamente no dia do evento, os pacotes proporcionaram a venda de mais de 50 coberturas. Por sua vez, o lote composto pela premiada égua África A.E.J foi o principal destaque do remate. Com um investimento de R$ 111,6 mil, o criador Roberto Pilnik garantiu a aquisição desta premiada alazã, produto do cruzamento entre os consagrados Quartzo JES e Escócia R.A.A..

O público pôde desfrutar de uma ótima estrutura.

As atrações, entretanto, não se restringiram ao seleto grupo de animais que foi ofertado pelo consagrado criatório comandado pelos irmãos Esteves. Afinal, a família A.E.J organizou uma grande festa para receber amigos e amantes de cavalos Mangalarga. Assim, além de poder desfrutar de uma linda decoração e de um ambiente descontraído e festivo, o público pôde aproveitar

uma série de atrações preparadas para toda a família, como o Espaço Kids, que contou com monitores para entreter a criançada. O 1º Leilão Haras A.E.J contou ainda com assessoria técnica de João Quadros, assessoria de comunicação da Lasf Propaganda e organização da empresa leiloeira Fênix Leilões.

Leilão Top

Selection

Evento aposta na implementação de um projeto de mídia de vanguarda O Espaço Panamby, localizado na zona sul da capital paulista, foi o palco do 1º Leilão Top Selection Mangalarga, na noite da terça-feira 7 de abril. Promovido pela Prime Selection, com organização da Júlio Paixão Leilões, o evento negociou 28 lotes pela cotação média de R$ 29,7 mil, alcançando uma arrecadação total de R$ 833,2 mil. Entre os produtos negociados estavam matrizes, potros, potras, garanhões, barrigas e embriões de conceituados criatórios do País. Segundo Rogério Cruz Dias Teixeira, diretor da Prime Selection, o tra-

balho da empresa tem entre suas premissas “a seleção de uma tropa que atenda os interesses e as expectativas do mercado, e o estabelecimento de uma relação de transparência que permita ao investidor ter segurança quanto ao objeto de seu investimento, assegurando-lhe ainda condições para dar continuidade com sucesso ao seu projeto de criação ou iniciá-lo da melhor forma”. Rogério Cruz revela ainda que o trabalho da Prime Selection também está alicerçado no planejamento e na implementação de um projeto de mídia de vanguarda, que

visa buscar um mercado potencialmente extraordinário, tradicionalmente não alcançado pela mídia convencional implementada em eventos desta natureza. “Esta mídia, assegurada em todos os eventos promovidos pela Prime Selection ou sob sua organização, viabiliza-se através de parcerias firmadas com empresas interessadas no mesmo público, de forma a desonerar o vendedor/proprietário, minimizando-lhe os custos de venda e por consequência ampliando suas perspectivas de retorno”, explica o diretor da empresa. Revista Mangalarga • Abril/2015

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M angalarga C olorido

Por Assessoria Haras Lagoinha

Leilão Celebridades Fotos: Divulgação.

Recorde de público e destaque de vendas

Vista do palco durante a abertura do leilão.

No último dia 09 de Maio, no Haras Lagoinha, foi realizada a sétima edição do esperado leilão Celebridades. A promoção do evento foi do próprio Haras Lagoinha, marca PEC, e teve a coorganização dos criatórios EFI, ORGIN e OBC. Como ocorre todos os anos, o leilão tem sempre um tema, no ano pas-

sado foi a Comunidade Pampa e agora em 2015, o tema foi a Democracia Pampa. A ideia consiste na democratização da seleção alcançada através do partilhamento dessa genética superior com outros criadores. O leilão bateu o recorde absoluto de público para eventos da espécie, com a presença de 892 pessoas, toFotos: Divulgação.

Os machos despertaram muito interesse.

Fotos: Divulgação.

Faturamento ultrapassou R$ 1 milhão.

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das admiradoras dessa pelagem. A organização coube a Business Leilões e a batida do martelo contou com o leiloeiro Guillermo Sanches, que já trabalha com os proprietários do Haras Lagoinha, Marisa Iório e Paulo Eduardo Corrêa da Costa, há mais de 20 anos. O local do remate, o bufê de alto nível regado a champanhe e uísque importado, os desfiles das bandeiras, o hino nacional cantado com pompa e vídeos hollydianos, produzidos especialmente para o leilão, absolutamente tudo, contribuiu para o sucesso desse evento mágico, segundo os organizadores. O faturamento novamente ultrapassou R$ 1 milhão, com média de quase R$ 24 mil por animal, um excelente resultado nos tempos atuais. Importante dizer é que houveram 35 compradores diferentes e, muitos deles, compradores pela primeira vez, demonstrando o grande crescimento que vem tendo a pelagem pampa. O que mais impressionou, no entanto, é que dos 42 lotes - onde se incluíram cinco barrigas e três lotes de coberturas, foram vendidos 16 machos, a grande maioria com grande disputa. O recorde do leilão foi a fêmea pampa Belize do PEC comprada por R$ 90 mil pelo novo criador Felipe Hamilton Loureiro. Outro preço de destaque foi o macho Xaxim do PEC, que após intensa disputa foi adquirido por R$ 86,8 mil pelo entusiasmado cavaleiro George Behisnelian Neto. Também mereceu destaque a potra negra Era do PEC, que foi para o haras de Marcelo Vegas Barbosa pelo valor de R$ 71,3 mil. Já entre as barrigas e coberturas, o destaque vai para o ventre da égua Musa da Copi, adquirida por Vinicius João Cury pelo preço de R$


Fotos: Marisa Iório.

Fotos: Divulgação. Os anfitriões Paulo Eduardo e Marisa Iório.

Belize do PEC mereceu o maior lance do remate. Fotos: Divulgação.

38.440,00 e as coberturas de Zagros do PEC, compradas ao preço de R$ 7.750,00 cada uma, tendo sido um dos pacotes adquiridos pelo também vendedor Eduardo Figueiredo Augusto (EFI). O leilão Celebridades só veio a confirmar o excelente momento pelo qual passa o Mangalarga Pampa, cada vez mais caindo no gosto dos criadores tradicionais, seja pelo nível de seleção alcançado, seja pelo grande interesse comercial dos novos criadores e, dos usuários aficionados por essa pelagem.

Evento recebeu público recorde de 892 pessoas.

quero mais, deixando todos a imaginar como os organizadores conseguirão se superar no ano que vem.

Na etapa final do evento, com os últimos lotes ainda atingindo ótimos preços, ficou aquele gosto de

4ª Expo Preto e Pelagens Especiais Fotos: Divulgação.

Primeira edição do Leilão EFI estará entre as atrações desta diferenciada exposição do cavalo de sela brasileiro

Julgamentos de potrancas na edição de 2013 do evento.

O Núcleo Mangalarga dos Criadores de Cavalo da Pelagem Preta promoverá, nos dias 31 de julho e 1º de agosto, a quarta edição da Expo Preto e Pelagens Especiais. O evento acontecerá este ano nas dependências do Road Shopping, loca-

lizado no quilômetro 72 da rodovia Castelo Branco, no município paulista de Itu. A programação da 4ª Expo Preto também abrirá espaço para os negócios da raça, com a realização da primeira edição do Leilão EFI – A

Família do Mangalarga. Promovido pelo criador Eduardo Figueiredo Augusto, o remate acontecerá a partir das 13h do sábado 1º de agosto, contando com a oferta de 40 lotes, entre reprodutores, matrizes, potras e potros. Mais informações sobre a Expo Preto podem ser obtidas com o criador Rodrigo Paradeda Nunes, pelo endereço eletrônico mangalarga. rpn@hotmail.com ou pelo telefone (11) 99156-3660. Já para saber mais sobre o 1º Leilão EFI entre em contato com a Business Leilões pelo e-mail business@businessleiloes. com.br ou pelo telefone (21)24913808. Revista Mangalarga • Abril/2015

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H ara s

em destaque

Por Pedro C. Rebouças

Foto: Divulgação.

Haras Vegas Com foco nas pelagens preta e amarilha e primando sempre pela qualidade, criatório vem conquistando espaço cada vez maior na raça Apesar de possuir uma trajetória ainda recente, iniciada oficialmente no ano de 2011, o Haras Vegas vem conquistando cada vez mais projeção na raça Mangalarga, em especial no segmento de pelagens. O sucesso obtido na Exposição de São Paulo, realizada em março no Parque da Água Branca, recinto de importância histórica para o Cavalo de Sela Brasileiro, é a prova da evolução do criatório comandado pelo criador Marcelo Vegas, na cidade paulista de Guararema. O Haras Vegas, afinal, mostrou sua força ao arrebatar seis campeonatos na conceituada mostra paulistana: Campeã Égua Pelagem Pampa (Chuva do HOP), Campeã Égua de Andamento Pelagem Pampa (Chuva do HOP), Campeã Égua Pelagem Preta (Calais LFT), Campeã Égua de Andamento Pelagem Preta (Calais LFT), Campeã Égua Master Pelagem Preta (Kalunga do Urso Branco) e Campeã Égua Master de Andamento Pelagem Preta (Kalunga do Urso Branco). As razões para esses ótimos resultados compreendem tanto um expressivo investimento em genética de qualidade como um bem direcionado trabalho de criação.

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Fotos: Márcio Mitsuishi.

Vista geral do pavilhão de baias do Haras Vegas.

Marcelo Vegas na prova do patrão da 36ª Nacional Mangalarga.

“As pessoas frequentemente acham que estou selecionando animais de pelagem pampa, porém, apesar de gostar desta pelagem, entendo que este segmento já possui ótimos criadores e selecionadores que melhoraram e continuam melhorando por demais os exemplares. Assim, meu foco maior é em outras pelagens. Prova disso é que meu plantel se constitui no momento de 15 matrizes pretas, dez alazãs, três tordilhas e cinco pampas, sendo 90% premiadas ou progenitoras de animais premiados, todas de classificação muito boa ou ótima”, destaca Marcelo Vegas. O titular do haras ressalta ainda que seu foco maior está nas pelagens preta e amarilha. “Entendo que ambas, principalmente a preta, possuem um mercado muito

abrangente, além de estarem extremamente atrasadas em relação a outras pelagens. Assim, esse é um modo de fomentar a raça, buscando novos criadores e usuários, podendo mostrar toda qualidade do Mangalarga e fornecendo ao mercado o que o mercado quer. Temos o melhor cavalo, porém a imagem que a maioria dos usuários e criadores que não o conhecem tem não é essa. Cabe ressaltar ainda que os alazões que vierem serão muito bem vindos.” Marcelo Vegas destaca ainda que vem tentando selecionar as matrizes visando andamento, docilidade e morfologia. “Esta é uma tarefa difícil de cumprir, principalmente na pelagem preta. Tenho consciência do degrau de qualidade encontrado nesta pelagem, em especial quando


Foto: Márcio Mitsuishi.

Foto: Norberto Cândido. O belo cenário do Haras Vegas.

comparada à alazã, por isso tentei adquirir matrizes dos mais conceituados criatórios, como Janga, Otnacer, HIC, RB, SLG, PEC, RM, Urso Branco, Gadu, OBC e Expert, entre outros.” Dessa maneira, o criatório vem desenvolvendo um plantel equilibrado, com animais enquadrados em um padrão zootécnico homogêneo. “Fica difícil apontar um ou outro expoente em nossa tropa, pois adotei o mesmo critério na compra de todos. Levei em consideração o indivíduo, mas também a genética, buscando animais que se enquadrassem nas linhagens que quero usar. Contudo, posso destacar alguns nos quais acredito muito, como: Calais LFT - por seu conjunto e genética -, Kalunga do Urso Branco - por sua morfologia e aprumos -, Era da Expert - por sua caracterização racial e andamento -, Era do Pec - por sua morfologia, andamento e carga genética singular na pelagem preta -, Alegria Gadu por seu andamento e correção morfológica -, Chuva do HOP - por sua correção morfológica -, Florete do

Foto: Divulgação.

Dione Vegas apresenta a Campeã Nacional Baia Juta do JAÓ. Foto: Divulgação.

Pódio de Kalunga do Urso Branca, Campeã Égua Master Pelagem Preta da Expo São Paulo.

Os dedicados integrantes da equipe do Haras Vegas.

Urso Branco - por seu andamento, carga genética e produção - e Portugal RM - por seu andamento, carga genética e beleza. Além disso, posso citar as matrizes comprovadas que adquiri: Inglesa do Damo - mãe de campeões e grandes campeões nacionais, entre os quais Vietnam do Pec, Atenas do Pec e Boemia do Pec -, Concertina OJ - mãe da grande campeã nacional Guitarra OJ e de Furacão da Ginga -, Digna do Engenho - mãe da campeã Índia Forsteck -, Lavínia do H.I.C. - mãe da campeã Calais LFT - e, por fim, Rima da Major Mourão - dona de um andamento que considero como exemplo”, descreve o criador. A participação familiar é outra característica do Haras Vegas. Segundo o titular do criatório, o Mangalarga foi a realização de um sonho e o preenchimento de um vazio na vida de toda a família. “Todos aqui adoram cavalos. Meus filhos, apesar de pequenos, querem sempre participar de tudo, se deixar ficam no haras o tempo todo. Minha mãe, apesar da idade, se alegra por ver o filho realizando o sonho de

infância. Já minha esposa, Dione, gosta dos cavalos tanto quanto eu. Ela participa de tudo e sempre ajuda no haras. É o meu pilar, sem o qual, com certeza, não conseguiria chegar ao patamar em que estou hoje.” Paixão antiga O amor pelos cavalos acompanha Marcelo Vegas desde muito cedo. “Creio que já nasci com esta paixão. Lembro das histórias de meu pai (bem como seu desejo de um dia criar também) sobre meu bisavô e sua criação nas fazendas de café na cidade de São Carlos. Cresci com aquilo na cabeça. Durante a infância, tive meus primeiros contatos reais com cavalos, o que aumentou a vontade. Mais tarde, por volta de 1985, conheci o Mangalarga. Meu cunhado e minha irmã compraram um exemplar em seu sítio em Ibiúna (SP), foi paixão à primeira vista. Se tratava de um alazão de crina loira que se destacava dos demais animais da propriedade por seu tamanho e beleza. A partir daí surgiu o desejo de um dia Revista Mangalarga • Abril/2015

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em destaque

criar tão magnífico animal.” No entanto, apenas alguns anos depois, em 1990, essa paixão iria ressurgir, graças a um golpe do destino. “Eu havia comprado um Escort conversível na concessionária Souza Ramos. Ao sair da loja, ainda na marginal Tietê, um caminhão boiadeiro desgovernado colidiu comigo, causando perda total do automóvel. Como o proprietário do caminhão, Eraldo Hernadez, que comercializava animais em Bonsucesso (SP), não tinha condições de arcar com o prejuízo, acabei pegando como ressarcimento uma tropa de dez animais, entre os quais estava o garanhão Mangalarga Javali da Piratininga. Pouco tempo depois, adquiri mais um garanhão, Ajax do Catavento, e construí instalações no sítio que havíamos recém adquirido no município de Guararema (SP). Pensei em iniciar a criação, porém, inexperiência aliada à falta de tempo - na época estava iniciando a universidade de direito e fazendo cursos no exército - acabaram me levando para um outro lado. Adiei a criação e fiquei apenas na comercialização de animais.” O passo seguinte veio a acontecer em 2004, quando Marcelo Vegas resolveu, enfim, começar a criar. “Na época a pelagem pampa estava em plena ascensão, então adquiri algumas éguas e um garanhão homozigoto, porém acabei tendo problemas com o registro do mesmo junto à ABCCRM, o que me fez criar somente na ABCPampa. Os resultados, entretanto, não foram os esperados e acabei adiando a criação. Mas me mantive acompanhando

Por Pedro C. Rebouças

sempre as tendências do mercado. Em 2006, adquiri um garanhão preto, Tropical da Santa Julia - o cavalo do logotipo do nosso haras - e logo em seguida, um amarilho que havia pouco se sagrara bi-campeão nacional, o Florete do Urso Branco. Tentei então reiniciar a criação com algumas éguas que já possuía. O Tropical, contudo, sofrera EPM, o que me impossibilitou de usá-lo na reprodução. Além disso, minha esposa estava grávida, houve complicações e mais uma vez adiei a criação. Acabei vendendo as matrizes e fiquei só com o Florete.” Uma nova oportunidade viria a surgir alguns anos depois, em 2009, quando Marcelo Vegas voltou a procurar animais para criação, adquirindo algumas matrizes e um novo reprodutor preto, Tupã do Cal. “A coisa, no entanto, não fluiu, pois o garanhão, apesar da pelagem preta, era homozigoto tobiano e não se enquadrava em minhas pretensões de selecionar animais de pelagem preta e amarilha. Continuei então adquirindo fêmeas, principalmente as de pelagem preta, visando usá-las com meu garanhão amarilho, mas uma nova gravidez de risco adiou novamente a criação. Em 2011, decidi de vez que criaria, encerrei meus negócios em São Paulo, aumentei as instalações do Haras e nos mudamos para o mesmo, enfim iniciando a criação.” A antiga paixão, nascida na infância, finalmente encontrava todas as condições para se concretizar. E a raça escolhida para efetivar esse sonho não poderia ser outra que não a Mangalarga. “Eu sempre procuro fa-

Pódio da Campeã Nacional Égua Baia Juta do JAÓ. Foto: Divulgação.

Toda família é apaixonada pela raça.

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zer o melhor dentro de minhas possibilidades, com a criação não podia ser diferente. Assim, para tentar fazer o melhor seria imprescindível optar pela melhor raça brasileira”, explica o titular do Haras Vegas. Para manter-se sempre atualizado e em busca de aperfeiçoamento constante, o criatório passou a participar de forma ativa do calendário de mostras da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM). Afinal, na opinião de Marcelo Vegas, as exposições são muito importantes para orientar o criador. “Entendo que esta é a forma mais confiável de saber se estamos no caminho certo e se orientar enxergando as deficiências e corrigindo os erros.” Nesses anos de dedicação à raça, o criador e sua família viveram momentos muito especiais. Entretanto, o nascimento da primeira geração de potros do garanhão Florete do Urso Branco foi o mais marcante entre eles. “Apostei em um cavalo de andamento excepcional e genética ímpar dentro do que pretendo fazer. Para não me estender em seu pedigree, cito apenas seus avôs Feiticeiro LMN e Garimpo do Jek. Felizmente, seus filhos e filhas vieram mostrar que a minha aposta foi acertada. Agora, o objetivo é continuar buscando a melhoria de meu plantel, procurando selecionar exemplares de pelagem e visando fomentar o Mangalarga por todo Brasil, com o objetivo de mostrar para usuários e novos criadores a superioridade do cavalo Mangalarga, mas sempre primando pela qualidade acima de qualquer coisa.” Foto: Norberto Cândido.

H ara s


M omento S ocial

Fotos: Norberto Cândido.

Exposição de Guaratinguetá 20 e 21 de junho de 2015

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