Revista Mangalarga - Dezembro 2014

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E ditorial

Um novo patamar Prezados amigos, A raça Mangalarga viveu em 2014 uma temporada muito especial, cujo ápice ocorreu na noite de 25 de setembro, dentro da programação da 36ª Exposição Nacional, quando celebramos o aniversário de 80 anos da ABCCRM com uma belíssima festa, que incluiu homenagens a ex-presidentes da entidade e a criadores com destacada atuação em prol do nosso cavalo, além de um animado show com a dupla Rionegro e Solimões. Realizada pelo terceiro ano consecutivo na cidade paulista de Franca, a 36ª Nacional também foi um grande sucesso, registrando maciça presença de público e um número recorde de animais presentes. Foram mais de 550 inscrições, entre a exposição e as provas. Além disso, a qualidade de nossos animais melhora a olhos vistos e pudemos observar que, tanto em andamento como em morfologia, tivemos um extraordinário avanço nos últimos anos, aumentando o número de adeptos e admiradores. Principal qualidade de nossa raça, o andamento esteve em evidência na Etapa Final da Copa Mangalarga 2014. Foram dois dias de julgamentos com a participação de uma excepcional tropa, composta pelos animais que mais se destacaram nas etapas abertas e regionais ocorridas nesta temporada. O evento decisivo, que este ano voltou a acontecer no Parque da Água

Branca, teve ainda o mérito de colocar o Cavalo de Sela Brasileiro em evidência para o público da maior cidade do país. É importante ressaltar ainda o notório progresso de nossa querida raça no triênio que está se encerrando. Nesse período, constatamos um expressivo crescimento no número de exposições, provas de andamento e cavalgadas, além de observarmos ano a ano o crescimento no número de potros registrados. O mercado mangalarguista também viveu uma notável evolução no decorrer desses três anos, com o ponto alto dessa trajetória ascendente acontecendo justamente em 2014. Afinal, a raça promoveu este ano cerca de 35 leilões, desempenho bastante superior ao das temporadas anteriores. O mais importante, entretanto, é que esses re-

mates registraram liquidez e preços extremamente razoáveis, comprovando que o consumidor está cada vez mais consciente das excepcionais qualidades do nosso cavalo. Dessa maneira, podemos constatar que a raça encontra-se hoje em um novo e superior patamar. Nos últimos anos, resgatamos a essência do Mangalarga e consolidamos sua imagem no cenário equestre. Entretanto, creio que novas conquistas estão por vir no triênio que em breve terá início. Assim, conclamo todos a prosseguirmos juntos com esse abnegado trabalho em prol da constante evolução de nosso excelente cavalo. Por fim, aproveito para desejar um feliz Natal e um próspero Ano Novo a toda família mangalarguista, fazendo votos de que o ano de 2015 seja repleto de amizade, felicidade e realizações.

Forte abraço e pé no estribo, Mário Barbosa

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Í ndice Território Cavalgada Cavalgando pela Chapada Diamantina.....................................08 XVII Cavalgada Ecológica................12 2º Raid das Flores...........................16

36ª Expo Nacional O Grande Momento do Cavalo de Sela Brasileiro..................18 Destaque na mídia..........................22 Grandes Campeões 2014................24 Funcionalidade em destaque...........30 Quadros celebram os 80 anos da ABCCRM....................................36 Parcerias de sucesso........................42 Um espetáculo de cores..................46 Grandes Campeões Nacional 2014................................56

Panorama Mangalarga Copa de Mococa.............................62 5ª Copa Colina de Marcha e Função.........................................64 Copa de Amparo.............................66 Copa de São Sebastião da Grama....68 Copa Mangalarga de Andamento 2014............................72 Campeões da Etapa Final................76

Circuito de Exposições 37ª Efapi Campos Gerais.................80 Exposição de São João da Boa Vista....................................84 27ª Expoagro Palmeiras...................97 Exposição de Ourinhos..................102 Notícias do Núcleo Riograndense................................106 Expoagro Guaxupé 2014...............110 Expo Jaú 2014..............................114 38ª Expo Lins................................116

E xpediente Mercado & Finanças

Negócios em alta na 36ª Nacional.................................118

Lazer & Cultura

No caminho das pedras.................120 Encontro com a realeza.................122 Expedição Pantanal.......................124

Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga ABCCR Mangalarga Av. Francisco Matarazzo, 455 • Pavilhão 4 - “Dr. Fausto Simões” • Parque da Água Branca - São Paulo - SP • Envio de Correspondências Exclusivamente Caixa Postal 61016 - CEP: 05001-970 Diretoria Executiva - Triênio 2012/2014 Presidente Mário Barbosa

Haras em destaque

Haras HIC....................................126

Espaço Técnico

Certificação do Ecologicamente Correto na Equinocultura...........................129 Avaliação e seleção do cavalo Mangalarga....................130 Suplementação Nutricional para Equinos Atletas.....................134 Transmissão Genética...................137 Refugos e cabeceiras.....................142

A voz do criador

A comercialização do Mangalarga através dos tempos.......................143

Profissional de Sucesso

Roque Carlos Nogueira..................144

Momento Social

38ª Expolins..................................147 36ª Exposição Nacional.................148 Jantar dos 80 Anos da ABCCRM..................................154 Nova Geração Mangalarguista.......158 Presença Feminina........................160 Etapa Final da Copa Mangalarga de Andamento...............................163 Leilão Pérolas Mangalarga.............166 Exposição de São João da Boa Vista..................................168 Momentos 36ª Nacional...............170 Exposição de Guaxupé..................172

2º Vice-Presidente Executivo Francisco Marcolino Diniz Junqueira 1º Vice-Presidente Operacional João Pacheco Galvão de França 2º Vice-Presidente Operacional Gabriel F. Junqueira de Andrade Diretoria Adjunta • Diretoria de Cavalgada • Jairo Hamilton Domingues • Leandro Pasqualini de Carvalho Diretoria de Comunicação e Marketing • João Luis Ribeiro Frugis • Luiz Gustavo Alves Esteves Diretoria de Eventos • Marcos Sampaio de Almeida Prado Diretoria de Exposição e Copas • Almiro Esteves Netto • Eduardo H. Souza de França • José Lamartine Moreira Cintra Filho • Paulo Francisco Gomes Della Torre Diretoria de Fomento • Danton Guttemberg de Andrade Filho Diretoria Jovem • João Pacheco Galvão de França Filho • José Bueno de Camargo Filho • Luiz Alberto Patriota de Araujo Costa Diretoria Jurídica • Antônio Carlos Pestili Fonseca • Lauro César Goulart Fonseca • Renato Tardioli Lucio de Lima Diretoria de Novos Criadores • Pedro Roberto de Paula • Ricardo da Silva Erthal Diretoria de Núcleos • Adalberto Borges Cunha • Jivago Nascimento Queiroz Diretoria de Pelagem • Marisa Iório Correa da Costa Diretoria de Planejamento Estratégico • Cassiano Terra Simão Renato Diniz Junqueira

Conselho Superior de Administração Membros Eleitos • Arnaldo de Almeida Prado Filho • Cristina Junqueira Fleury • João Carlos Matta • Luís Cintra Sutherland • Osvaldo Juliano Membros Efetivos • Célio Ashcar • Celso Galetti Montalvão • Clodoaldo Antonângelo • Eduardo Diniz Junqueira • Élio Sacco • Felipe de Paula Cavalcanti de Albuquerque • Lacerda Filho • Flávio Diniz Junqueira • Francisco Marcolino Diniz Junqueira • Geraldo Diniz Junqueira • Ivan Antônio Aidar • Luiz Eduardo Batalha • Mário Alves Barbosa Neto • Ottorino Marini • Reginaldo Bertholino • Renato Diniz Junqueira • Sergio Luiz Dobarrio de Paiva - Presidente Conselho Deliberativo Técnico Técnicos • Attílio D’Angieri Neto • João Batista da Silva Quadros • Josiane Cardoso Matta Vidotti • Marcelo Leite Vasco de Toledo • Maria Aracy Tavares de Oliva • Thomas Nogueira Negrão D’Angieri Não Técnicos • Israel Iraídes da Costa • José Luiz Prandini • Marcelo Cruz Martins Junqueira • Paulo César Puttini • Victor Arnaldo Torresan Júnior Serviço de Registro Genealógico Stud Book Superintendente do Serviço de Registro Genealógico • Jayme Ignácio Rehder Netto Revista Mangalarga Publicidade Norberto Cândido norberto.candido@abccrm.com.br Edição e Redação Pedro Camargo Rebouças pedro.reboucas@abccrm.com.br Redação e Arte Cleber Pereira cleber.pereira@abccrm.com.br Departamento de Exposições • Francisco Bezerra, • Victor Bianchi Diagramação e Projeto Gráfico Marcelo de Brito Dbrito SIGN marcelo@dbritodesign.com Fone: 11 2506-8637 Impressão Mattavelli Gráfica e Editora


Luxo da Piratininga

A capa desta edição traz o precioso registro do andamento do garanhão Luxo da Piratininga (TE), em momento flagrado pela sempre hábil lente do fotógrafo Márcio Mitsuishi. Proveniente da seleção do Haras Piratininga, o imponente alazão conquistou o cobiçado título de Grande Campeão Cavalo da 36ª Exposição Nacional da Raça Mangalarga, realizada no fim de setembro, em Franca (SP). Nascido em 1º de janeiro de 2010, produto do cruzamento entre Quartzo JES e Leda GDJ, Luxo da Piratininga já ostentava em seu currículo outra importante premiação, o Grande Campeonato Nacional Potro, conquistado no ano de 2012. O Haras Piratininga, por sua vez, está entre os mais premiados criatórios da raça Mangalarga. Sob o comando do criador Luiz Aparecido de Andrade, construiu nos últimos trinta anos uma trajetória ímpar na seleção do Cavalo de Sela Brasileira, conquistando mais de uma dezena de Grandes Campeonatos Nacionais. Hoje, mais de 260 animais integram este seleto plantel, cuja sede está localizada no município paulista de Barretos.

Nacional em foco

A Revista Mangalarga traz nesta edição uma ampla cobertura dos eventos que movimentaram esta segunda metade de 2014. Como não poderia deixar de ser, o destaque especial fica para os dois mais importantes eventos da temporada, a 36ª Exposição Nacional e a Etapa Final da Copa de Andamento. A publicação oficial do Cavalo de Sela Brasileiro abre espaço também para as cavalgadas, grande paixão da família mangalarguista, mostrando um rico panorama de três diferenciados passeios do gênero: o Raid das Flores, a Cavalgada da Chapada Diamantina e a tradicional Cavalgada Ecológica de Goiás. Além disso, a coluna Momento Social apresenta um rico painel das pessoas que marcaram presença nos principais eventos da raça e o Espaço Técnico vem recheado de informações tanto para o criador como para o usuário ou o apaixonado pelo cavalo Mangalarga. Assim, desejamos a todos uma boa leitura. Forte abraço e feliz Natal, Equipe Revista Mangalarga

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Fotos: Beto Falcão Filho.

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Cavalgando pela Chapada Diamantina Mangalarguistas baianos percorreram 45 quilômetros de trilhas em meio às belas paisagens do município de Lençóis

O criador Marcelo Zariff.

“Selfie” na Cachoeira do Roncador.

Os amigos e criadores da Bahia, apaixonados pela raça Mangalarga, têm a enorme satisfação de compartilhar com vocês os melhores

momentos da 1º Cavalgada Amigos do Mangalarga, que aconteceu no mês de maio, na cidade de Lençóis, na região baiana da Chapada DiaVolta para Lençóis.

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mantina. Cerca de 45 amigos e familiares estiveram presentes neste primeiro encontro, que teve como objeti-

vo passar um feriado em um lugar único, em boa companhia, bebendo bons vinhos ao redor da fogueira e como sempre conversando sobre a paixão pelo cavalo Mangalarga. A cavalgava teve início no sítio do criador Luiz Alberto S. Falcão, mais conhecido como Beto Falcão, que, junto com seu filho Betinho, deu as boas vindas a todos. No iníA comitiva chega ao Rio Roncador.

Helcinho e Helcio Miranda juntos na cavalgada.

cio da manhã, em clima de festa, todos prepararam seus animais para a partida. Algumas fotos na praça e na igreja e todos seguiram em frente para os quase 45 quilômetros de trilhas. Muitos rios estavam no caminho, em destaque o Rio Ribeirão e o Rio Capivara, que com sua exuberante beleza surpreenderam a todos. Ain-

Pausa para banho na Cachoeira do Roncador.

Passagem pelo Rio Funil.

Passagem pelo Rio Ribeirão.

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Chegada à cachoeira do Roncador.

Mangalarguistas se refrescam na Cachoeira do Roncador.

Os conjuntos também enfrentaram trechos acidentados. Jivago Queiroz, Dorival Santana e Helcio Miranda.

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da não imaginavam o que teriam pela frente... Todo o caminho foi percorrido pela antiga trilha do garimpo, onde ainda pode se encontrar algumas dragas abandonadas ao relento e antigas casas históricas. Após algumas paradas para o descanso o guia local anuncia que a chegada ao local principal estava

próximo. Mais alguns quilômetros percorridos e chegamos à Cachoeira do Roncador, local difícil de descrever... Deixo que as imagens possam transmitir um pouco da beleza desse local. É isso amigos leitores. Espero que consigam sentir um pouco deste nosso clima acolhedor baiano e

Belas trilhas estiveram no trajeto.

Chegada ao anoitecer à cidade de Lençóis.

convidamos a todos para ano que vem estarem presentes nesta linda cavalgada. Até a próxima, Beto Falcão Filho | Feira de Santana (BA) Núcleo Baiano Mangalarga

Parada para foto no Rio Capivara. Helcinho e Arturzinho representaram a novíssima geração.

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Por Antônio Celso Ramos Jubé

XVII Cavalgada Ecológica Fotos: Núcleo de Goiás.

Comitiva percorreu as históricas ruas da cidade de Goiás e as belas paisagens da Serra Dourada

Os conjuntos passaram por belos cenários de Goiás.

Nos dias 15 e 16 de novembro, ocorreu a XVII Cavalgada Ecológica do Mangalarga na Cidade de Goiás, realizada pelo Núcleo Mangalarga de Goiás. Participaram trinta cavaleiros e amazonas das mais variadas idades, desde a pequena Ana

Luíza, de dois anos, até “senhores” como o septuagenário Leandro Canêdo Guimarães Santos e João Bilô, no auge de seus oitenta e cinco anos de idade. Saímos da Fazenda Ouro Quente, em Itaberaí (GO), do criador e

Diretor Tesoureiro do Núcleo, Fábio Veiga, com destino à Fazenda Serra Dourada, do criador e Diretor Secretário da entidade, Celso Jubé. Após atravessarmos o Rio Urú, divisa entre os dois municípios, percorremos (descemos) o morro Cabeça de Touro, uma continuidade da Serra Dourada, no município de Goiás, avistando a antiga capital goiana, onde, ao chegarmos às margens do Rio Bacalhau, saboreamos um delicioso almoço composto por arroz com linguiça, feijão e salada de legumes. Após percorrermos parte da cidade, alcançamos da Igreja da Santa Bárbara em direção ao pouso dos animais, na fazenda do Sr. Ovídio Vieira. Dia seguinte, saímos do pouso e fomos recebidos na Fazenda do amigo Valdivino da Celg, com variado tira-gosto e cerveja gelada, onde se juntaram mais três companheiros até o fim do evento. Passamos por várias fazendas criadoras de gado, até mesmo da raça Curraleiro, que quase não se Cerca de 30 cavaleiros participaram da cavalgada.

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Participantes da XVII Cavalgada Ecológica.

Passeio teve participantes de todas as idades.

conhece criadores mais. Vegetação do cerrado harmoniosamente agradecendo as primeiras chuvas que, nesses dois dias nos pouparam da capa, onde os pequizeiros e cajueiros cumpriram sua produção anual de frutos, assim como as cagaiteiras, pés de corriola e mangaba. Chegamos à beira do Rio Bugre para um lanche à base de carne na chapa com pão, e, finalmente na Fazenda Serra Dourada, onde foi apreciado pelos participantes e pessoal de apoio (motoristas, médicos, veterinário, ferrageador) uma deliciosa galinhada, carne de panela, pequi, feijão tropeiro e salada, finalizando com doce de leite de fazenda e um cafezinho da hora. Em sua décima sétima edição, a Cavalgada Ecológica contou com o

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apoio da Fazenda Ouro Quente e da Fazenda Serra Dourada. O Núcleo Mangalarga de Goiás, por sua vez,

O clima de descontração é uma das características do evento.

esteve representado no evento pelos diretores Leandro Canêdo, Celso Jubé e Fábio Veiga. Preparação do almoço da comitiva mangalarguista.

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Fotos: Luis Opice.

2º Raid das Flores

Fotos: Luis Opice.

Cavalgar em Novembro é sempre uma incógnita com relação ao tempo. Muito calor, umidade e grande possibilidade de pancadas de chuvas. Nesse 2º Raid das Flores, de Holambra a Amparo, realizado entre os dias 20, 21 e 22 de Novembro deste ano, os mais de 70 participantes tiveram a sorte de contar com um tempo propício para cavalgar. Temperatura um pouco quente, mas agradável, suportável índice de umidade, mas sem aquele sol escaldante em cima das nossas cabeças e que cansam nossos animais. As trilhas escolhidas pelo Pipa foram maravilhosas, reunindo caminhos sombreados por meio de pastagens, matas e eucaliptais, sempre entremeados por partes planas, morros acima e abaixo. Cavalgamos uma média de 115 km nos três dias do II Raid das Flores, deixando todos os participantes Os cavaleiros puderam desfrutar bem satisfeitos de saborosas iguarias. e não tão cansados (exceto alguns nominados mais a frente!). Como acontece em todo Raid, o grupo se reuniu na véspera do iní-

Os animados participantes da cavalgada.

cio da cavalgada, no Restaurante Casa Bela de propriedade da filha do nosso amigo Peter Christians. Os comes e bebes estavam ótimos e davam uma amostra da qualidade do “catering” que nos aguardava durante os três dias. Lanches variados, sucos, bolos e frutas “super” bem produzidos, com muita fartura e um serviço nota mil! No primeiro dia da cavalgada a parada para o lanche foi no agradável Sítio das Macaúbas, localizado no município de Santo Antonio de Posse, de propriedade do casal Maria Inês e Paulo Lara Paes de Barros, sempre presentes nos nossos Raids. A sede do Sítio é muito ampla, confortável e muito bem decorada pela Maria Inês. As árvores plantadas pelo Paulinho cresceram e formaram um lindo jardim compondo um ambiente sombreado e muito agradável de estar. Terminamos nosso primeiro dia de jornada na Fazenda Nova Cintra, do amigo e criador sr. Luiz Cintra Sutherland que com os seus filhos Marina e Marcos, além de estarem cavalgando conosco, nos receberam fidalga e amavelmente. O almoço foi uma suculenta feijoada preparada pelo Restau-

A presença feminina alegrou o evento. Cavaleiros e amazonas preparados para mais um dia de jornada.

nas e, bem mais próxima, a cidade de Pedreira. A Fazenda Boa Vista é um capítulo à parte. Impecavelmente mantida, a sede construída e ampliada em 1877 e 1889, respectivamente, está guarnecida com móveis de época, lindos adornos e quadros, pronta para ter os seus mais de 15 quartos habitados. A tulha, recentemente reformada para o casamento de uma sobrinha do Fernandão, irmão do Romeu, nos abrigou para um almoço típico holandês, novamente sob a responsabilidade da competente cozinha do Restaurante Casa Bela. O cardápio foi composto de saladas variadas, salada de batata, “stampot” (purê de batata com cenoura), “eisbein” (joelho de porco), “zuurkool” (chucrutes), salsichão e “kassler”(carne de porco). De sobremesa a tradicional torta de maçã, “aptelstrudel”, de origem austríaca, mas que se tornou uma iguaria em toda a Europa Central, por força da grande importância cultural do Império Austro-Húngaro. Após o lauto almoço, fomos para o amplo terreiro de café, ao lado da tulha, e lá, entre uma baforada e outra do charuto do Pernambucano e do meu, ficamos conversando so-

bre as “abobrinhas da vida”, até que o Kalili pediu para a Verinha trazer o seu carro para perto e ligar o som, transformando o terreiro num salão de festa! A terceira e última etapa foi percorrida, praticamente, numa trilha sombreada, com lindas paisagens, entre uma mata e outra. O grupo estava cavalgando junto até que a comitiva de Guaranésia resolveu, no meio de uma plantação de eucaliptos, fazer o churrasco do carneiro que vinha sendo temperado há mais de 04 dias! Parte do grupo ficou parada no churrasco que os alegres rapazes de Guaranésia, da qual, segundo eles, Guaxupé é uma corrutela, fazendo com que houvesse um distanciamento do primeiro para o segundo pelotão. O fato é que, seja pelo distanciamento ou pelo visível cansaço que os acometia, o grupo do Sílvio Cesarino, que insiste em sofrer montando seu cavalo Árabe, e o do Kalili, este montado num belo e cômodo Mangalarga alazão, mas um pouco prejudicado pela Tequila, tiveram que chamar o caminhão para recolher suas montarias e, exaustos, pegaram um carro que os levou diretamente para a Fazenda Aparecidinha, local em que terminava a nossa cavalgada. Coisa da idade do Sílvio e da tequila do Kalili! Chegando à Fazenda Aparecidinha, do alegre, simpático e “super” hospitaleiro casal Esther e Fernando Lacerda de Camargo, a festa já estava animada. Essa fazenda, cuja sede, construída em 1885, foi recentemente reformada pelo casal Lacerda de Camargo, com o seu tradicional bom gosto e zelo pela preservação arquitetônica dos casarios que pos-

Fotos: Luis Opice.

rante Casa Bela, guarnecida com muito paio, carne seca, linguiça e couve, arroz e farofa. De sobremesa nos foi servido um pudim de leite lisinho e com muita calda. Uma delícia! O araraquarense Medina levou uma dupla de cantores sertanejos que trouxeram de volta ao Raid aqueles momentos agradáveis em que a boa prosa é entremeada por uma boa musica. No segundo dia a trilha continuou com a mesma característica, bem sombreada, passando por fazendas muito bonitas, algumas muito antigas, mas com casarios em ótimo estado de conservação. A primeira água para a tropa foi dada na Cabanha La Passion, em Arcadas, do Diretor de cinema e de televisão, Jayme Monjardim, onde ele cria, e muito bem por sinal, cavalos da raça Crioula, sua nova paixão (antes era criador de Lusitano) após o contato e convívio que teve com os gaúchos e seus belos cavalos crioulos durante as gravações da série televisiva “A Casa das Sete Mulheres”. Seguimos caminho trilhando terras de Amparo, um dos polos cafeeiros mais importantes do País, município dotado de uma topografia invejável dado os seus morros e vales, de lindas paisagens e muitas fazendas que resistem, teimosamente, em produzir café e um pouco de laranja antes que a plantação de eucalipto tome conta da totalidade de suas férteis terras. Lanchamos na Fazenda Sheffa, à beira de seus lindos e refrescantes lagos e vista para a sua imponente sede. Seguimos em direção à nossa segunda parada que se deu na Fazenda Boa Vista, do Romeu Lacerda de Camargo. Após o quase afogamento do Raimundo Christians, irmão do Peter, numa lagoa em que paramos para dar água aos nossos cavalos, subimos uma longa serra e ao chegar ao seu platô cavalgamos por uma trilha que nos proporcionou paisagens maravilhosas dos vales amparenses e, chegando à Fazenda Bela Vista, como o céu estava limpo, conseguimos avistar, já no entardecer, ao longe, a cidade de Campi-

Fotos: Beabisa.

Fotos: Beabisa.

Com lindas trilhas e um grupo de cavaleiros alegre e que presa a convivência amiga e harmoniosa, cavalgada foi um programa que trouxe muito prazer para todos os participantes

Fotos: Luis Opice.

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Belas paisagens acompanharam os mangalarguistas.

suem, foi o ambiente perfeito para a festa que coroou mais um Raid no seu velho e melhor estilo! O arroz de bacalhau preparado pelo ”chef” e “gourmet” Fernando Lacerda de Camargo estava para comer “de joelho”. As sobremesas caseiras, tais como doce de abóbora, cocada preta, doce de leite e pé de moleque, estavam maravilhosas. Para animar a festa, tivemos desde um competente e animado “DJ”, como, mais uma vez, a dupla sertaneja trazida pelo Molina. Um Raid com lindas trilhas, um grupo de cavaleiros alegre e que presa a convivência amiga e harmoniosa, com muitas e lindas mulheres, foi um programa que trouxe muito prazer para todos e que, certamente, fará os novatos como a Carolina e o Rafael Diederichsen, filha e pai, se tornarem presenças garantidas nos Raids de 2015. Que nos próximos a Stelinha e o Fernando Junqueira e o casal Rivaben não venham somente para a festa de encerramento, mas cavalguem conosco, pois suas presenças são indispensáveis! Parabéns ao Pipa por esse Raid e que em 2015 possamos estar novamente juntos cavalgando e proseando a vida montados em nossos maravilhosos Mangalargas! Por Luis Opice

Passeio teve participantes de todas as idades.

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36ª E xpo N acional

Fotos: Norberto Cândido.

Por Pedro Rebouças

O Grande Momento do Cavalo de Sela Brasileiro Jantar de Celebração dos 80 Anos da ABCCRM e espetáculo da dupla Rionegro e Solimões foram os principais momentos da programação social da 36ª Exposição Nacional

Desfile das Bandeiras abriu o evento.

O município paulista de Franca recebeu, entre os dias 19 e 27 de setembro, a 36ª Exposição Nacional da Raça Mangalarga. O evento, considerado um dos mais tradicionais da equinocultura brasileira, aconteceu nas dependências do Parque de Ex-

posições Fernando Costa, contando com julgamentos, provas, palestras, leilões e uma variada agenda social. Na opinião do presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), Mário Barbosa, a Exposição Qualidade da tropa foi muito elogiada.

Desfile das Bandeiras A abertura oficial da 36ª Exposição Nacional ocorreu no fim da tarde de 19 de setembro, com o tradicional desfile de bandeiras dos criatórios participantes. A comitiva entrou em pista sob a liderança do presidente Mário Barbosa, que portava o estandarte da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), e do criador Renato Diniz Junqueira, que exibia a bandeira alusiva ao octogésimo aniversário da entidade. Após desfilarem pela pista, os conjuntos participantes se perfilaram para a execução do hino nacional. Na sequência, o Diretor de Exposição da ABCCRM, Paulo Della Torre, abriu a solenidade de abertura oficial do evento com um discurso em que destacou a importância desta Nacional para a raça Mangalarga. Na sequência, o presidente Mário Barbosa ressaltou o êxito do evento, destacando o número recorde de animais inscritos e a rica programação preparada para celebrar os 80 anos da ABCCRM. Por fim, o prefeito de Franca, Alexandre Ferreira, lembrou o sucesso da parceria estabelecida entre a cidade

e a raça Mangalarga, assim como a meta de prorrogar a mesma por mais cinco anos. “Este é o terceiro ano consecutivo em que oferecemos o Parque Fernando Costa para a realização da Nacional. Esperamos, aliás, que essa parceria continue e a exposição permaneça ainda por muito tempo aqui. Afinal, estamos muito contentes com a presença do Mangalarga em Franca, especialmente porque todos vêm passar uma semana agradável em nossa cidade, ficando nos nossos hotéis, fazendo com que a economia gire e gerando renda, emprego e trabalho a todos os francanos”, ressaltou o prefeito Alexandre Ferreira.

Programação Movimentada A programação social dos primeiros três dias de exposição foi muito movimentada. Na noite de sexta (19), o “Happy Hour Mangalarga” ofereceu um agradável momento de confraternização, que incluiu uma mostra de fotos equestres da criadora Guta Alonso e o lançamento do livro “J.O. – No caminho das pedras”, de autoria de José Oswaldo Junqueira Fleury.

Nacional foi um grande sucesso, pela maciça presença de público e pelo número recorde de animais presentes. “Contamos com mais de 550 inscrições, entre a exposição e as provas. Além disso, a qualidade de nossos animais melhora a olhos vistos e pudemos observar que, tanto em andamento como em morfologia, tivemos um extraordinário avanço nos últimos anos, aumentando o número de adeptos e admiradores.” Paulo Francisco Gomes Della Torre, Diretor de Exposição da ABCCRM, também destaca o êxito do principal evento do calendário da raça Mangalarga. “Estamos muito felizes, pois conseguimos ter um público expressivo e um ótimo número de inscrições, registrando inclusive o recorde de todas as Nacionais. Isso é muito bacana, afinal demonstra o crescimento da nossa raça.” Evento recebeu número recorde de inscrições.

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Prefeito Alexandre Ferreira discursa na companhia de Paulo Della Torre e Mário Barbosa.

Jantar ABCCRM 80 Anos Realizado na noite da quinta-feira 25 de setembro, no charmoso Espaço Madeiro, o jantar foi aberto com uma bonita homenagem aos ex-presidentes da ABCCRM, comandada pelo atual mandatário Mário Barbosa. Entre os homenageados presentes ao evento estavam os antigos presidentes Célio Ashcar, Clodoaldo Antonangelo, Ivan Antônio Aidar e Sergio Luiz Dobarrio de Paiva. Em seguida, a Diretoria Executiva homenageou oito criadores cuja atuação vem sendo de grande importância para a raça: Roberto Diniz Junqueira, Luiz Aparecido de Andrade, Renato Diniz Junqueira, Antonio Carlos Ferreira, Paulo Eduardo Corrêa da Costa, Paulo Della Torre, Nivaldo Queiroz e Armando Raucci. O Jantar de 80 Anos da ABCCRM foi palco ainda do concorrido Leilão de Barrigas da 36ª Nacional Mangalarga. O remate, que teve como pisteiros informais os diretores José Lamartine Filho (Zequinha), Gustavo Esteves, Miro Esteves e Paulo Della Torre, movimentou a expressiva receita de R$ 280 mil, negociando ventres de 10 consagradas matrizes da raça. Após o leilão, a família mangalarguista pôde desfrutar do principal momento da programação, o aguardado espetáculo de Rionegro e Solimões. A apresentação contou com o mais novo sucesso da du-

Ivan Aidar, Clodoaldo Antonangelo, Mário Barbosa e Sergio Paiva.

Já na noite do sábado (20) ocorreu uma concorrida palestra sobre ferrageamento de equinos, ministrada pelo médico veterinário Edison Pagoto e prestigiada por estudantes universitários, profissionais da área equestre e criadores da raça Mangalarga. Durante a semana, a programação social prosseguiu com muitas outras atrações, como o tradicional Jantar dos Peões, o Happy Hour no Camarote Camangalarga, a Noite Baiana, o Leilão Gênesis e o Leilão de Pinturas Comemorativas. No entanto, o ponto alto do evento foi o Jantar dos 80 Anos da ABCCRM.

pla, “Cavalão Tá Doidão”, e com os maiores hits dos seus 25 anos de carreira, como “Bate o pé”, “Só Lembranças” e “Na Sola da Bota”. “Este jantar é um evento já tradicional. Toda Nacional nós temos um momento como este, que reúne os expositores, os apresentadores, os amigos e a família mangalarguista. Este ano, entretanto, ele tem um significado especial, pois nós estamos comemorando os 80 anos da ABCCRM. Hoje, aliás, é a data exata do aniversário de fundação da Associação”, lembrou o presidente Mário Barbosa. Por sua vez, o cantor Rionegro parabenizou a ABCCRM e recordou de sua antiga relação com o campo. “Eu nasci e fui criado na roça, então eu posso dizer que desde que eu me entendo por gente, eu tenho uma convivência com cavalos.” Já o cantor Solimões também recordou suas origens e fez questão de destacar ao Programa Mangalarga as qualidades da raça: “Nós fomos criados mais ou menos no mesmo sistema e viemos da mesma roça, quase na mesma época, então sempre tive contato com equinos, por isso eu sei que o Mangalarga é um dos melhores cavalos pra gente cavalgar, pois é um cavalo que não cansa ou desgasta o cavaleiro.” Promovida pela ABCCRM, a 36ª Exposição Nacional contou com o apoio da Prefeitura de Franca e com os patrocínios de Budweiser, Mitsubishi Motors, Royal Horse, Senar, Tower Hotel e Unimed Franca. Livro “No Caminho das Pedras” foi lançado durante a Nacional.

Fotos: Norberto Cândido.

Fotos: Norberto Cândido.

36ª E xpo N acional

Rionegro e Solimões se apresentam durante o evento.

Família Mangalarga curtiu o show de Rionegro e Solimões.

Palestra de ferrageamento foi destaque da programação.

Criadores homenageados no Jantar de 80 Anos.

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36ª E xpo N acional Divulgação

Destaque na mídia Além de despertar grande interesse da imprensa, a 36ª Expo Nacional contou com transmissão ao vivo via internet

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Divulgação Gustavo Esteves concedeu entrevista ao Globo Rural. Fotos: Norberto Cândido.

O cavalo Mangalarga mereceu um amplo destaque na mídia durante a 36ª Exposição Nacional. Realizada em Franca (SP), no mês de setembro, a mostra mais importante da raça recebeu uma vasta cobertura tanto dos veículos de comunicação especializados no segmento rural como da imprensa regional e até nacional. A Rede Globo, por exemplo, deu uma ampla cobertura ao evento por meio do Jornal da EPTV, importante afiliada da emissora no interior paulista, e também por meio do Globo Rural, principal atração da emissora voltada ao universo rural brasileiro. A 36ª Nacional mereceu também ampla veiculação em publicações especializadas como a revista Horse, o jornal Cavaleiro News e os portais Página Rural, N1 Cavalos, Mercado Horse, Mercado de Cavalos e Portal do Agronegócio. Além disso, foi destaque em publicações do Nordeste Paulista, como o Diário da Franca, o Comércio da Franca e a Revista Revide. Um dos principais destaques, contudo, foi a ampla cobertura dada ao principal evento do Cavalo de Sela Brasileiro pelo Programa Mangalarga. A atração, veiculada pelo Canal Terraviva, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, preparou uma série de reportagens com todos os detalhes da mostra mangalarguista para o público das cinco regiões do país. A 36ª Nacional também foi transmitida ao vivo pela internet, fato

Jornal da EPTV deu ampla cobertura à Nacional.

Portal Zona Rural realizou a transmissão em tempo real.

que possibilitou que ela fosse acompanhada por aficionados da raça nos mais diferentes pontos do Brasil e também em diversos países. Para viabilizar a transmissão em tempo real de sua mais importante mostra, a ABCCRM contou novamente com a parceria do portal Zona Rural, comandado pelo renomado leiloeiro e locutor esportivo Eduardo Vaz.

A transmissão via internet contou com novidades como bate-papos com convidados especiais da exposição, entrevistas com os expositores que mais se destacaram no evento e explicações de técnicos da raça. Além disso, os internautas puderam usar o Facebook para trocar impressões sobre a mais tradicional mostra do Cavalo de Sela Brasileiro.


Por Pedro Rebouças

Disputas acirradas e muita vibração marcaram os julgamentos que elegeram

os Grandes Campeões Nacionais da Raça Mangalarga

Muita vibração na conquista do Grande Campeão Luxo da Piratininga.

Após nove dias de concorridos julgamentos, a raça Mangalarga conheceu, na tarde do sábado 27 de setembro, nas dependências do Parque Fernando Costa, no município paulista de Franca, os Grandes Campeões de sua 36ª Exposição Nacional. Conduzidos pelos jurados Paulo Francisco Gomes Della Torre, a quem coube a análise do andamento dos concorrentes, e Marcelo Leite Vasco de Toledo, responsável pela avaliação da morfologia dos animais, os julgamentos envolveram 519 animais provenientes de 85 dos principais criatórios da raça.

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Grande Campeonato Cavalo Originário da seleção do criador Luiz Aparecido de Andrade, da cidade paulista de Barretos (SP), o alazão Luxo da Piratininga conquistou o cobiçado título de Grande Campeão Nacional Cavalo, superando outros 53 concorrentes e conquistando o troféu transitório Dr. Eduardo B. Marchi. Por sua vez, Pensamento da Província, exposto pela ZCM Agropecuária e proveniente da seleção de Nilo Wander Vieira, foi eleito 1º Reservado Grande Campeão Nacional Cavalo, enquanto Regalo da Braido, sele-

Fotos: Norberto Cândido.

Grandes Campeões 2014

drade, filho do titular do haras e um dos responsáveis pelo sucesso do criatório sediado na cidade paulista de Barretos.

Grande Campeã Égua Contando com a participação de 89 concorrentes, a disputa entre as fêmeas também foi bastante concorrida. Proveniente da seleção de Paulo Cornélio Della Torre e exposta por Almiro Esteves Junior, a alazã Athenas DT, sagrou-se Grande Campeã Nacional Égua, conquistando também o Troféu Transitório José Oswaldo Junqueira. O resultado foi recebido com muita vibração pela equipe do Haras A.E.J.. Muito emocionado, Luiz Gustavo Alves Esteves, filho do titular do criatório, destacou em entrevista ao Programa Mangalarga que a conquista foi fruto de um árduo trabalho. “Eu só tenho que agradecer a todo mundo e dizer que o resultado deste Grande Campeonato é muito satisfatório. Afinal, é muito bom você ter o reconhecimento de um trabalho bem feito.” A disputa consagrou ainda a 1ª Reservada Grande Campeã Nacional Égua Imagem do H.I.C., exposta e selecionada pela HIC Agropecuária, e a 2ª Reservada Grande Campeã Nacional Égua Pintura NJT, exposta pela Corumbau Participações e proveniente da seleção do criador baiano Nivaldo Batista Queiroz.

Fotos: Norberto Cândido.

cionado por Nelson Antonio Braido, sagrou-se 2º Reservado Grande Campeão Nacional Cavalo. O resultado foi muito comemorado pela equipe do Haras Piratininga, casa do Grande Campeão Cavalo 2014. “Nós esperávamos que o Luxo faria uma bela campanha nesta Nacional. No entanto, sabíamos que iríamos encontrar dificuldades, porque aqui estão grandes criadores. É a nata do Mangalarga, os melhores cavalos estão concorrendo aqui. Mesmo assim, a gente apostava em um bom desempenho. Assim, fiamos muito felizes com o resultado”, destaca José Luiz de An-

Fotos: Norberto Cândido.

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Equipe A.E.J. comemora o Grande Campeonato de Athenas DT.

Vibração com o Grande Campeonato de Andamento de Beldade do A.E.J..

Andamento em alta Característica mais marcante da raça Mangalarga, cujo andar é famoso por sua comodidade, progressão e equilíbrio, o quesito andamento despertou grande interesse do público e proporcionou um empolgante espetáculo na pista do

Parque Fernando Costa. “Nós avaliamos o sincronismo da passada do animal, a comodidade que ele apresenta, assim como a regularidade durante a prova e a ausência ou não de movimentos parasitas”, explica o jurado Paulo Della Torre, responsável pela avaliação do andamento dos participantes da 36ª Nacional. Após um concorrido julgamento, Protegido do Otnacer, originário da seleção de Antonio Caetano Pinto e exposto por Guilherme Pompeu Piza Saad, obteve o título de Grande Campeão Nacional de Andamento. Por sua vez, o experiente Barcelos do Torquato, proveniente da criação de Plínio Brotero Junqueira e exposto por Fernando Ferrucio Rivaben, obteve o 1º Reservado Grande Campeonato Nacional de Andamento, enquanto Regalo da Braido, selecionado e exposto por Nelson Antonio Braido, conquistou o 2º Reservado Grande Campeonato Nacional de Andamento. Revista Mangalarga • Dezembro/2014

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enquanto o pampa de alazão Ferragamo da Piratininga, proveniente da seleção de Luiz Aparecido de Andrade e exposto por Cassiano Terra Simão, ficou com o título de 2º Reservado Grande Campeão Nacional Potro, comprovando a evolução dos animais de pelagem diferenciada no plantel do Cavalo de Sela Brasileiro. Entre as potras, o título de Grande Campeã Nacional foi conquistado por Florença do Morro Agudo, também originária da seleção da fazenda Morro Agudo, de Pindamonhangaba (SP). Além disso, também brilharam Quatiara 3P, de Ricardo Pacheco de Almeida Prado, eleita 1ª Reservada Grande Campeã Nacional Potra, e Cynderella MAB, selecionada por Mário Barbosa, que sagrou-se 2ª Reservada Grande Campeã Nacional Potra.

Melhor Expositor e Melhor Criador

Protegido do Otnacer foi eleito Grande Campeão de Andamento.

Entre as fêmeas, o principal destaque foi a jovem Beldade do A.E.J., exposta e criada por Almiro Esteves Junior, que sagrou-se Grande Campeã Nacional de Andamento. O pódio contou ainda com a presença da 1ª Reservada Grande Campeã Nacional de Andamento Faceira NLB, originária da seleção do Haras Leni e exposta por Cassiano Terra Simão, e da 2ª Reservada Grande Campeã Nacional de Andamento Athenas DT, proveniente da seleção de Paulo Cornélio Della Torre e exposta por Almiro Esteves Junior.

Nacional Potro. Já o alazão Franco do Morro Agudo, exposto pela Fazenda Morro Agudo, foi eleito 1º Reservado Grande Campeão Nacional Potro,

Fotos: Norberto Cândido.

Fotos: Norberto Cândido.

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Por sua vez, a disputa responsável por eleger o Melhor Expositor da 36ª Nacional Mangalarga foi muito acirrada, com uma pequena margem de pontos separando o primeiro colocado Almiro Esteves Junior (2246,40) do segundo colocado Cassiano Terra Simão (2004,30). Destacaram-se

Haras Gadu vibra com o Grande Campeonato Potro de Tangará 42. Troféus do Grande Campeonato de Andamento.

também - entre os 75 participantes da classe geral - os expositores Guilherme Pompeu Piza Saad (1284,30), Luiz Aparecido de Andrade (1017,00) e ZCM Agropecuária (893,70). Almiro Esteves Junior sagrou-se ainda o Melhor Criador da Nacional 2014, somando 1489,50 pontos e ficando à fren-

te de tradicionais selecionadores, como: Luiz Aparecido de Andrade (1394,10), Antonio Carlos Ferreira (1174,05), Paulo Sergio Barros Barbanti (1026,00) e Eduardo Henrique Souza de França (796,50). Este foi o segundo ano consecutivo que Almiro Esteves Junior sagrou-se Melhor Criador e a terceira vez em que conquistou na sequência o posto de Melhor Melhor Expositor da Nacional, comprovando o bom trabalho desenvolvido pelo Haras A.E.J. na cidade paulista de Amparo.

Haras A.E.J. sagrou-se novamente Melhor Expositor e Melhor Criador.

Geração de Futuro A nova geração da raça também demonstrou muita qualidade em pista. No total, 57 potros e 89 potrancas passaram pela análise dos jurados. Entre os machos o principal destaque foi o alazão Tangará 42. O animal, criado por Ronaldo Andrade Bichuette e exposto por Guilherme Pompeu Piza Saad, conquistou o título de Grande Campeão Florença do Morro Agudo recebe o carinho de sua criadora.

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Por Pedro Rebouças

Funcionalidade em destaque Provas funcionais e disputas sociais estiveram entre as atrações da programação da Nacional 2014 Fotos: Norberto Cândido.

Na manhã do sábado 27 de setembro, a versatilidade do Cavalo de Sela Brasileiro esteve em evidência na 36ª Exposição Nacional da Raça Mangalarga. Na ocasião, a pista do Parque Fernando Costa foi palco das aguardadas disputas funcionais do mais importante evento do calendário mangalarguista. A programação foi aberta com a Prova Funcional, que distribuiu R$ 10 mil em prêmios e foi voltada a animais inscritos na Nacional, e o Campeonato Funcional, cuja disputa foi aberta e contou com R$ 5 mil de premiação. Em ambas, os concorrentes precisaram exibir muita habilidade para superar os obstáculos característicos da lida no campo que compõem o percurso. Para o cavaleiro Tiago de Oliveira Ferreira, campeão tanto da Prova Funcional como do Campeonato Funcional, é sempre muito especial se sobressair na principal mostra da

Prova do Patrão teve grande adesão.

As mulheres também marcaram presença.

A prova funcional foi um dos destaques da programação.

Premiação incluiu bicicletas para a criançada.

Premiação da categoria Mirim.

raça Mangalarga. “A gente treina durante o ano todo para vir participar desta prova, assim é gratificante chegar aqui e ganhar a prova, que reúne muitos competidores”, destacou o competidor em entrevista ao Programa Mangalarga. Em seguida, a programação abriu espaço para as provas sociais, que propiciaram uma oportunidade ímpar de participação a toda família mangalarguista e incluíram disputas de andamento voltadas a crianças, jovens, mulheres e também criadores. Com 17 participantes, todos, aliás, premiados com bicicletas, a categoria Mini-mirim foi um dos destaques do dia. A programação incluiu ainda outras quatro categorias: a Mirim, que contou com 14 inscritos, a Juvenil, da qual participaram 14 jovens, a Feminina, que teve a participação de dez amazonas, e a do Patrão, cuja adesão foi bastante expressiva com 22 cavaleiros.

Participantes da prova Mini-mirim.

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Por Pedro Rebouças

Quadros celebram os 80 anos da ABCCRM Fotos: Cléber Pereira.

Assinadas por Hans Haudenschild, peças foram leiloadas durante a 36ª Exposição Nacional da Raça Mangalarga

Hans Haudenschild concede entrevista ao Zona Rural.

A Diretoria Executiva da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) solicitou ao renomado artista plástico e pintor Hans Haudenschild a elaboração de seis gravuras comemorativas ao octogésimo aniversário da entidade. As pinturas apresentam a funcionalidade característica do Cavalo de Sela Brasileiro, mostrando cenas ligadas ao cotidiano da raça, como cavalgadas, provas de andamento, disputas funcionais, julgamentos de morfologia, exemplares de pelagem diferenciada e Mangalargas na lida com o gado. Os quadros foram leiloados com

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grande sucesso durante a Noite Baiana da 36ª Exposição Nacional, festa realizada na noite de 24 de setembro, no Camarote Mangalarga. No total, foram vendidas cinco pinturas pelo valor de R$ 3 mil cada. Segundo João Frugis, Diretor de Comunicação e Marketing da ABCCRM, as peças são exclusivas e marcam um momento histórico da raça Mangalarga. “Aqueles que as adquiriram têm agora a oportunidade ímpar de ter em seu acervo uma peça única, preparada especialmente para celebrar os 80 anos da ABCCRM”, explica o dirigente mangalarguista. Por sua vez, o talento de Hans

Haudenschild, cuja obra tão bem retrata o Cavalo de Sela Brasileiro, é notório há muitos anos no meio mangalarguista. Seus quadros conciliam uma apurada técnica, capaz de retratar em detalhes a privilegiada anatomia dos equinos, a uma profunda sensibilidade, que se traduz em traços que parecem capazes de captar a alma desses imponentes animais. Hans Haudenschild lembra a todos que também produz quadros sob encomenda. Para mais informações, entre em contato pelo e-mail hanshauden@gmail.com ou pelo telefone (11) 3834-9428.




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Fotos: Norberto Candido.

Parcerias de sucesso

Mitsubishi Motors

Diversos fatores são importantes para o êxito de um evento equestre. Entretanto, a parceria do poder público e da iniciativa privada merece destaque especial nesse contexto. Afinal, é por meio desse apoio que torna-se possível oferecer uma estrutura confortável e atrações diversificadas aos amantes do Cavalo de Sela Brasileiro. Confira quais foram os principais parceiros da 36ª Exposição Nacional, a mais importante mostra da raça na atual temporada.

Fotos: Divulgação.

Unimed

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Tradicional parceira da raça, a Budweiser esteve pelo terceiro ano consecutivo entre as empresas patrocinadoras da Nacional. Segundo a assessoria de imprensa da Ambev, a Budweiser é uma cerveja do tipo lager, com teor alcoólico de 5% e processo de produção diferenciado, que utiliza chips de Beechwood (madeira de faia) nos tanques de fermentação. O resultado é um líquido de sabor único e com equilíbrio perfeito: marcante no início e suave no final. Presente em mais de 60 países, a Budweiser é considerada a marca mais valiosa do mundo na categoria.

A mais tradicional mostra mangalarguista contou também com o patrocínio da Unimed Franca, cooperativa de serviços médicos do Grupo Unimed, que atua desde 1971 na cidade de Franca, possuindo uma carteira com mais de 72 mil clientes, 320 médicos cooperados e 700 colaboradores. Por sua vez, a Unimed é a maior experiência cooperativista na área da saúde em todo o mundo e também a maior rede de assistência médica do Brasil. Presente em 75% do território nacional, oferece serviço de qualidade e excelência.

A 36ª Exposição Nacional contou também com o patrocínio da Mitsubishi Motors do Brasil. Representada na cidade de Franca pela concessionária NR Motors, a empresa

integra o Grupo Mitsubishi, um dos maiores do mundo, com atuação no setor automobilístico e em diversos segmentos. Em 2014, a Mitsubishi Motors do Brasil completa 24 anos.

Uma história que se construiu com muito espírito 4x4 e com veículos famosos pela tecnologia, design, alta qualidade e resistência.

Royal Horse Fotos: Norberto Candido.

Fotos: Norberto Cândido.

Budweiser

A Socil, uma marca Evialis, estará novamente presente na Nacional Mangalarga. Durante o evento, a empresa apresentará a linha Royal Horse. Com mais de 40 anos de ex-

periência, a Royal Horse é líder mundial no mercado de nutrição equina, fabricando rações balanceadas, desenvolvidas por veterinários e nutricionistas com o objetivo de garantir

o desempenho superior dos cavalos independentemente de sua finalidade, sejam eles animais de criação, cavalos usados para lazer, esporte ou competições de alto rendimento. Revista Mangalarga • Dezembro/2014

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Fotos: Divulgação.

Prefeitura de Franca

Pelo terceiro ano consecutivo, a Exposição Nacional aconteceu

no Parque Fernando Costa, graças ao relevante apoio da Prefeitu-

Fotos: Divulgação.

Tower Franca Hotel

Fotos: Divulgação.

Senar

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ra Municipal de Franca. A cidade, conhecida como a capital nacional do calçado masculino (é a maior produtora e exportadora brasileira deste item do vestuário), se destaca também pela cultura cafeeira e pelas plantações de orquídeas. Com uma população que se aproxima dos 340 mil habitantes, possui ainda um movimentado comércio, duas universidades, shoppings e vida noturna agitada, garantindo muito conforto e entretenimento ao público que a visita.

A ABCCRM contou também com uma importante parceria com o Tower Franca Hotel. Localizado no coração de Franca, o hotel leva requinte e opções de serviços para quem visita a cidade para fazer negócios, realizar eventos ou somente relaxar em boa companhia. Sua estrutura moderna em formato arredondado é um marco em Franca pela beleza e austeridade. Com 154 apartamentos, sendo 16 suítes e duas suítes adaptadas para pessoas com necessidades especiais, um restaurante, cinco salas de convenções e academia, o hotel está preparado para receber 500 hóspedes.

A Exposição Nacional da Raça Mangalarga 2014 teve também a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), entidade de direito privado, paraestatal, mantida pela classe patronal rural e vinculada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em 20 anos, o SENAR atendeu 60 milhões de produtores e trabalhadores rurais por meio de ações de promoção social, capacitações e cursos oferecidos, gratuitamente, a pessoas do meio rural associadas, direta ou indiretamente, aos processos produtivos agrossilvipastoris.


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Por Pedro Rebouças

Um espetáculo de cores Julgamentos da mais importante mostra mangalarguista comprovaram a evolução morfológica e funcional dos exemplares de pelagens diferenciadas

O julgamento de animais de pelagens diferenciadas foi uma das principais atrações da 36ª Exposição Nacional da Raça Mangalarga, realizada em setembro, na cidade paulista de Franca (SP). No total, as categorias destinadas aos cavalos coloridos, como são popularmente conhecidos esses exemplares, contaram com a participação de 128 animais, expostos por 48 criadores. O maior contingente - com 77 animais, expostos por 28 criadores - foi composto por exemplares da pelagem pampa. No entanto,

também aconteceram concorridos julgamentos de alazões amarilhos, tordilhos, castanhos, baios, zainos e pretos. Outro fato marcante é que a distância zootécnica entre esses exemplares e os animais alazões, preponderantes na raça, vêm ficando nitidamente menor após mais de uma década de um intenso trabalho de aprimoramento e de resgate das pelagens. Pode-se notar também uma significativa adesão de tradicionais criadores de alazão aos julgamentos destinados às pelagens Fotos: Norberto Cândido.

Maior contingente foi composto pela pelagem pampa.

diferenciadas. Na opinião de Marisa Iório Corrêa da Costa, diretora de pelagens da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), a participação dos coloridos está em constante evolução. “A pelagem vem crescendo ano a ano, somando-se a isso uma expressiva evolução genética. Dessa maneira, vem ocorrendo a migração de muitos animais para a categoria geral. Estamos inclusive presenciando resultados ótimos, que incluem primeiros lugares e campeonatos na categoria geral”, comemorou a dirigente em entrevista ao Programa Mangalarga.

Destaques do Pampa Exposto e selecionado por José Eduardo de Souza, de Araçoiaba da Serra (SP), Ereu JES foi eleito Grande Campeão Nacional Cavalo Pampa 2014. Por sua vez, Xingu do PEC, proveniente da seleção de Paulo Eduardo Corrêa da Costa, conquistou o 1º Reservado Grande Campeonato Nacional Cavalo Pampa, enquanto Hermes Estância Pi-

nhal, originário da seleção de João Frugis e exposto por Luis Augusto de Camargo Opice, obteve o 2º Reservado Grande Campeonato Nacional Cavalo Pampa. A qualidade e versatilidade de Ereu JES foi comprovada também pela conquista do Grande Campeonato de Andamento Cavalo Pampa. Assim, o jovem pampa de alazão ficou à frente de outros dois fortes concorrentes, o 1º Reservado Grande Campeão Nacional Cavalo Pampa de Andamento Bruney do PEC, de Paulo Eduardo Corrêa da Costa, e o 2º Reservado Grande Campeão Nacional Cavalo Pampa de Andamento Lastro da Piratininga, proveniente do plantel de Luiz Aparecido de Andrade. “O título do Ereu tem um brilho ainda maior porque ele foi grande campeão de andamento e grande campeão de morfologia. Então, trata-se de um cavalo de pelagem pampa completo, que anda bem e que é bonito”, destacou Marcio Mitsuishi, representante do Haras JES, em entrevista ao Programa Mangalarga. Entre as fêmeas, Bolívia

do PEC, proveniente da seleção de Paulo Eduardo Corrêa da Costa, de Jacareí (SP), conquistou o título de Grande Campeã Égua Pampa. Completaram o pódio a 1ª Reservada Grande Campeã Égua Pampa Suíça da Janga, selecionada por Paulo Barbanti e exposta por Eduardo Figueiredo Augusto, e a 2ª Reservada Grande Campeã Égua Pampa Nave WRP, selecionada por Waldeci da Rocha Pereira e exposta por Rodrigo Rodrigues da Costa. Criador da Grande Campeã, Paulo Eduardo Corrêa da Costa comemorou o resultado e destacou a magia de se criar o Mangalarga colorido. “Cada animal pampa é único em sua pelagem, não existem dois iguais. Isso dá um diferencial logo de cara, quando ele nasce. Assim, fora a qualidade morfológica e de andamento, você já tem um diferencial no animal. Isso dá um gosto especial, e a Bolívia veio justamente coroar esse trabalho.” No quesito andamento da pelagem pampa, Suíça da Janga, proveniente da seleção de Paulo Sergio Barros Barbanti e exposta por Eduardo Figueiredo Augusto,

Pelagem pampa vem mostrando constante evolução.

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A pelagem tordilha mostrou sua funcionalidade.

Fotos: Norberto Cândido.

Fotos: Norberto Cândido.

A pelagem alazã amarilho também esteve em destaque.

Pretos e zainos também coloriram a pista.

sagrou-se Grande Campeã Nacional. O julgamento desse importante item consagrou ainda a 1ª Reservada Grande Campeã de Andamento da Pelagem Pampa Babel do PEC, originária da criação de Paulo Eduardo Corrêa da Costa e exposta por Guilherme Pompeu Piza Saad, e Ivete da Piratininga, criada e exposta por Luiz Aparecido de Andrade.

Nova Geração Pampa O julgamento voltado aos potros de pelagem pampa teve como Grande Campeão Nacional o animal Ferragamo da Piratininga, proveniente da seleção de Luiz Aparecido de Andrade e exposto pelo criador Cassiano Terra Simão, de São José dos Campos (SP). Já Ouro do Orgin, proveniente do plantel de Rogério Câmara Nigro, foi eleito 1º Reservado Grande Campeão Nacional Potro Pampa, enquanto Edimburgo do PEC, selecionado por Paulo Edu-

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ardo Corrêa da Costa e exposto por Marisa Iorio Corrêa da Costa, obteve o título de 2º Reservado Grande Campeão Nacional Potro Pampa.

Por sua vez, Delta do PEC, originária da seleção de Paulo Eduardo Corrêa da Costa, superou outras 24 concorrentes para garantir o Gran-

Paulo Eduardo Corrêa da Costa foi eleito Melhor Criador e Melhor Expositor da pelagem pampa.

de Campeonato Nacional Potra Pampa. O concorrido julgamento premiou ainda a 1ª Reservada Grande Campeã Nacional Potra Pampa Dorothy do PEC, também originária da seleção de Paulo Eduardo Corrêa da Costa, e a 2ª Reservada Grande Campeã Nacional Potra Pampa Futura Três Rios, selecionada e exposta por Armando Raucci. E repetindo a edição anterior do evento, Paulo Eduardo Corrêa da Costa foi o principal nome entre os selecionadores da pelagem pampa nessa Nacional, obtendo os prêmios de melhor expositor e melhor criador do evento. Mais informações sobre o mais tradicional evento do Cavalo de Sela Brasileiro, que contou com o apoio da Prefeitura de Franca e teve os patrocínios de Budweiser, Mitsubishi Motors, Royal Horse, Senar, Tower Hotel e Unimed Franca, podem ser obtidas no portal www. cavalomangalarga.com.br. Revista Mangalarga • Dezembro/2014

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Fotos: Norberto Cândido.

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Fotos: Norberto Cândido.

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P anorama M angalarga Fotos: Maciel.

Copa de Mococa

Prova mocoquense contou com prêmios em dinheiro e um agradável momento de confraternização

O Parque de Exposições José André de Lima (EXPOAM) recebeu, nos dias 17 e 18 de outubro, a Copa de Andamento de Mococa, no interior paulista. Válida como 6ª Etapa Aberta da Copa Mangalarga 2014, a prova também foi a última credenciadora para a grande final da mais tradicional competição promovida pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM). O evento reuniu 50 animais, provenientes de 25 tradicionais criatórios do Cavalo de Sela Brasileiro, cujo julgamento esteve a cargo dos jurados Emerson Luiz Bartoli (técnico), Fabio Rivaben (criador) e José Roberto Pires de Campos Filho (criador). Por sua vez, a organização da copa esteve a cargo dos mangalarguistas Archibald Rehder Netto e Danton Guttemberg de Andrade Filho, esse último diretor de fomento do ABCCRM. Segundo Archibald, a Copa de Mococa contou com premiações em dinheiro para as diversas categorias em disputa, sendo que o campeão de cada uma delas ganhou R$ 400,00, enquanto o primeiro reser-

Exemplares de qualidade participaram do julgamento.

Jurado avalia o andamento de concorrente.

vado campeão recebeu R$ 300,00 e o segundo reservado campeão, R$ 200,00. Além disso, os organizadores ofereceram um churrasco aos apresentadores e criadores presentes ao evento. Este agradável momento de confraternização ocorreu na noite da sexta-feira 17 de outubro, nas dependências da Expoam.

A comunidade mangalarguista prestigiou o evento.

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Além dos mangalarguistas provenientes da própria região, o evento mocoquense teve a participação de representantes de núcleos de criadores com destacada atuação na seleção da raça Mangalarga, como: Alta Mogiana, Jaú e Região, Sul de Minas e Média Mogiana, Oeste Paulista e Bahia. A Equipe Mangalarga garantiu o sucesso do evento.


P anorama M angalarga

Raça Mangalarga faz bonito na tradicional competição funcional promovida pelo Clube Hípico de Colina

Don Juan 42 sagrou-se Grande Campeão da 5ª Copa de Colina.

O alazão Don Juan 42 conquistou o título de Grande Campeão da 5ª Copa Colina de Marcha e Função, competição que aconteceu nos dias 1 e 2 de novembro, nas dependências do Clube Hípico de Colina (SP), contando com a participação de animais das raças Mangalarga e Mangalarga Marchador. Com um destacado desempenho nos dois dias de competição, o representante da raça Mangalarga e da Fazenda Bom Jesus, de Ronaldo Andrade Bichuette, somou 97,67 pontos de um total de 100 possíveis, superando outros 30 concorrentes. Por sua vez, o Marchador Meirelles Dolar, representante do Haras 5M, de Marcelo Menezes Ravagnani, garantiu o Reservado Grande Campeonato ao somar 93,23 pontos. No primeiro dia de competição,

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que foi dedicado à prova de marcha, Don Juan 42 somou 58 pontos em 60 possíveis. Já no segundo dia da programação executou com grande habilidade as sete figuras da prova de função contra o cronômetro (seis balizas, recuo, oito, transposição de bolsa de sal, salto sobre quatro tambores deitados, abertura e fechamento de porteira e círculo), registrando o melhor tempo do evento (102,779s) e somando 35 de 35 pontos possíveis. A essa pontuação somou-se ainda a nota 4,67 (de um máximo de 5), obtida na rápida exibição de marcha (uma volta na pista) realizada imediatamente após a prova de função. Dono de uma premiada carreira nas pistas de exposição - cujo ponto culminante foi o título máximo da raça, o Grande Campeonato Na-

cional Cavalo, conquistado no ano de 2012 -, Don Juan 42 vem se dedicando com crescente êxito às provas funcionais, como o Concurso Cavalo Completo e a própria Copa Colina. A raça Mangalarga teve ainda outros importantes destaques na competição realizada no Clube Hípico de Colina. O alazão Kaizer BI, do Haras Vila São Jorge, de Edson da Cunha Junqueira, sagrou-se Campeão da Prova de Marcha, somando os 60 pontos máximos desse item do julgamento. Já entre as fêmeas o principal destaque da raça Mangalarga foi Batéia LMN, de Leonel Mafud Neto, eleita Reservada Grande Campeã Égua, com 90,33 pontos na classificação geral, e Campeã de Marcha, após obter 60 pontos, pontuação máxima desse quesito.

Fotos: Norberto Cândido/Arquivo Mangalarga.

5ª Copa Colina de Marcha e Função

Por Pedro Rebouças


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Por Pedro Rebouças

Copa de Amparo

Os cobiçados troféus da etapa amparense.

estamos resgatando a história da raça em Amparo”, comentou o dirigente, que também fez questão de destacar a expressiva e constante evolução da tropa. Com 76 pontos, Almiro Esteves Junior ficou em primeiro lugar no

Um plantel de excepcional andamento participou do evento.

ranking de expositores do evento, sendo seguido por HIC Agropecuária (74 pontos), Haras Precioso (60), Antonio Carlos Pestili Fonseca (52) e Espólio de Altair Maria Pedrosa Castilho (52). Já o Ranking de criadores teve como primeiro colocado Israel Iraídes da Costa (57 pontos), seguido pelo espólio de Geraldo Junqueira de Andrade (56), João Pacheco Galvão de França (48), Companhia Jauaperi de Imóveis (42) e o espólio de Antonio Josino Meirelles e Filhos (36). Fotos: Hipocampo.

Fotos: Hipocampo.

O Centro Hípico Hipocampo recebeu, no dia 23 de agosto, a edição 2014 da tradicional Copa de Andamento de Amparo (SP). Promovida pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), a prova contou com o apoio do mangalarguista Marcelo Leite Vasco de Toledo e do Sindicato Rural de Amparo. Válida como quinta etapa aberta da Copa Mangalarga de Andamento 2014, a prova amparense contou com a participação dos jurados José Rodolfo Brandi (Técnico), Fabio Rivaben (Criador) e Jorge Roberto Pires de Campos (Criador), a quem coube a responsabilidade de avaliar os 58 animais participantes, provenientes de 24 tradicionais criatórios do Cavalo de Sela Brasileiro. O evento, além disso, teve caráter classificatório para a prova final da competição, que aconteceu nos dias 24 e 25 de outubro, no Parque da Água Branca, em São Paulo (SP). Na opinião do jurado Fábio Rivaben, a Copa de Amparo vem melhorando a cada edição. “Até pela oportunidade que tive de julgar nos últimos três anos aqui, eu pude acompanhar a evolução no nível da tropa tanto de fêmeas quanto de machos. Na edição deste ano, tivemos páreos com disputas acirradas e animais realmente de altíssima qualidade de andamento, o que nos dá um enorme prazer de julgar um evento como esse”, destacou Rivaben em entrevista concedida ao Programa Mangalarga. Por sua vez, o criador João Pacheco Galvão de França, vice-presidente da ABCCRM, destacou que a Copa de Amparo representa muito para a comunidade mangalarguista. “Esta região sempre foi um importante núcleo de criação do cavalo Mangalarga. Agora, com essa prova aqui no Centro Hípico Hipocampo,

Fotos: Norberto Cândido.

Constante evolução da tropa é uma das marcas do evento que chegou este ano à sua oitava edição

O jovem cavaleiro fez bonito em Amparo.

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Copa de São Sebastião da Grama

Fotos: Norberto Cândido.

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No total, 55 animais, provenientes de 20 tradicionais criatórios da raça, passaram pela avaliação dos jurados Eduardo Leite Cintra (técnico), Maria Aracy Tavares de

Oliva (técnica) e Jorge Roberto Pires de Campos (criador). O evento, além disso, distribuiu atraentes premiações. A participação feminina foi ouAs amazonas abrilhantaram o evento.

Fotos: Norberto Cândido.

Rancho Bigorna recebeu 55 animais.

Vista geral da pista do Rancho Bigorna. Fotos: Norberto Cândido.

Constante evolução da tropa é uma das marcas do evento que chegou este ano à sua oitava edição

Evento reuniu uma tropa de qualidade.

O município paulista de São Sebastião da Grama recebeu, nos dias 14 e 15 de junho, a 3ª Etapa Aberta da Copa Mangalarga de Andamento 2014. O evento, realizado nas dependências do Rancho Bigorna, comandado pelo casal Dalva Marques e Silvio Parizi, contou ainda com uma variada programação, que incluiu agradáveis momentos de confraternização e ainda provas voltadas às categorias mirim, feminina e juvenil.

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Antonio Carlos Pestili comemorou seu aniversário.

Evento também abriu espaço para a confraternização.

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Fotos: Norberto Cândido.

tro destaque da Copa de São Sebastião da Grama. Além de marcarem presença como expositoras, as mulheres também participaram da apresentação de animais nas provas e julgamentos do evento. A etapa do Rancho Bigorna contou ainda com a presença da Butique Mangalarga, que levou ao público da região uma série de produtos com a grife do Cavalo de Sela Brasileiro. A programação contou ainda com momentos de descontração, que incluíram a comemoração do aniversário do criador Antonio Carlos Pestili Fonseca, diretor jurídico da ABCCRM. O evento, além disso, foi prestigiado pelo presidente da ABCCRM Mário Barbosa. Promovida pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), a Copa Mangalarga de Andamento visa valorizar a principal característica da raça, conhecida justamente por seu andar cômodo, progressivo e equilibrado.

Por Pedro Rebouças

A garotada mostrou muita habilidade. O público feminino prestigiou o evento.

Silvio Parizi, Dalva Marques, Beatriz Biagi e Mário Barbosa.

Uma competente equipe garantiu o sucesso da copa.

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Copa Mangalarga de Andamento 2014

Fotos: Norberto Cândido.

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Fotos: Norberto Cândido.

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Regalo da Braido sagrou-se Grande Campeão.

Qualidade excepcional

Regalo da Braido e Faceira NLB foram os principais nomes da etapa final da mais importante competição do Cavalo de Sela Brasileiro A equitação dos participantes mereceu muitos elogios.

A comunidade mangalarguista conheceu, na tarde de 25 de outubro, no Parque da Água Branca, na zona oeste da capital paulista, os Grandes Campeões da Copa Mangalarga de Andamento 2014. O evento, promovido pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), distribuiu R$ 50 mil em prêmios e contou com a participação de 70 animais, expostos por 28 tradicionais criatórios mangalarguistas. Originário da seleção de Nelson Antonio Braido, o alazão salpicado Regalo da Braido conquistou o título de Grande Campeão da Copa Mangalarga, levando para o Haras Braido o troféu transitório Eduardo Diniz Junqueira. A disputa entre os machos consagrou ainda o 1º Reservado Grande Campeão Ximarrock

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do Mont Serrat, exposto por Helio Korman e proveniente da criação de Sergio Luiz Dobarrio de Paiva, e o 2º Reservado Grande Campeão Balé ACF, selecionado por Antonio Carlos Ferreira e também exposto por Helio Korman. Em seu comentário, a jurada Maria Aracy Tavares de Oliva, responsável pelo julgamento da Etapa Final ao lado dos jurados José Rodolfo Brandi e Leandro Canêdo Guimarães Santos, ressaltou o ótimo nível do Grande Campeão e de seus reservados. “São três animais de muita qualidade, com boa comodidade e muita elegância na colocação de frente. Enfim, são três exemplares que estão dentro daquilo que a raça quer no andamento.” A jurada ressaltou também as

principais características do Grande Campeão da Copa de Andamento. “Trata-se de um animal que está muito confirmado, que apresenta muito equilíbrio, trabalha bem o seu conjunto de frente e está à mão do cavaleiro.” Por sua vez, o criador Nelson Braido, destacou em entrevista ao portal Zona Rural, responsável pela transmissão do evento, que é um sonho conquistar o Grande Campeonato Cavalo da Copa de Andamento. “É realmente uma satisfação enorme, pois esta competição avalia justamente a função primordial da nossa raça. Então, é uma emoção muito grande, ampliada ainda mais pelo fato de o Regalo ter batido na trave duas vezes, em 2012 e em 2013, quando sagrou-se 1º Reservado Grande Campeão.”

Entre as fêmeas, o principal destaque foi Faceira NLB. Exposta por Cassiano Terra Simão e proveniente da seleção do Haras Leni Ltda., a alazã superou outras 37 concorrentes, sagrando-se Grande Campeã e conquistando o troféu transitório João Carlos Saad. Por sua vez, a jovem Fantasia da Bica, originária da criação de João Pacheco Galvão de França, obteve o título de 1ª Reservada Grande Campeã, enquanto Madona

do Vassoural, selecionada por Beatriz Biagi Becker, conquistou o título de 2ª Reservada Grande Campeã. Em seu comentário, a jurada Aracy Oliva, destacou a excepcional qualidade do páreo que decidiu o Grande Campeonato Égua da Copa de Andamento, ressaltando especialmente o equilíbrio de conjunto e a bela qualidade de passada das três primeiras colocadas. “A Grande Campeã, por sua vez, é uma égua muito à mão do cavaleiro, com um bom trabalho do conjunto de frente,

que não perde a sua comodidade e tem muita vontade e disposição de andar. Enfim, um animal de muito equilíbrio”, comentou a experiente jurada ao final do julgamento. Já Thiago Nogueira Negrão D’ Angieri, que concedeu entrevista ao portal Zona Rural em nome do criatório CASS Mangalarga, ressaltou a vitoriosa carreira de Faceira NLB. “Trata-se de uma égua que só deu alegria pra gente, sempre correspondendo às expectativas e sempre se apresentando bem. Afinal, onde ela não foi campeã, ela foi reservada, e hoje ela se sagrou a Grande Campeã da Copa de Andamento, um evento que reúne a nata do andamento da raça, então este é um momento muito gratificante.”

Progressivo, cômodo e equilibrado Conhecido por sua aptidão como cavalo de sela, o Mangalarga tem como grande diferencial o seu andamento progressivo, equilibrado e cômodo. A Copa Mangalarga, por sua vez, foi criada justamente para valorizar essa marcante característica da raça. Nessa disputa, os animais concorrentes são avaliados em diversos A qualidade da tropa foi o ponto alto do evento.

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Fotos: Norberto Cândido.

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O julgamento da categoria de pelagens também foi muito concorrido.

A pelagem pampa também marcou presença.

Mangalarguistas acompanham o julgamento.

O título de Grande Campeã coube a Faceira NLB.

A programação incluiu um agradável coquetel.

quesitos, como: deslocamento (cobertura de rastro e progressão da passada), comodidade, sincronia e

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elegância da movimentação, ausência de movimentos parasitas e regularidade e disposição.

Apesar de separados em classes diferentes, tanto machos como fêmeas participam da disputa. Cinco categorias são destinadas às fêmeas: Égua Jovem, Égua, Égua Sênior, Égua Master e Égua de Pelagem. Por sua vez, os machos contam com sete categorias: Cavalo Jovem, Cavalo, Cavalo Sênior, Cavalo Master, Cavalo Castrado, Cavalo de Pelagem e Cavalo de Pelagem Castrado. Iniciada no mês de março, a Copa Mangalarga de Andamento contou ao longo do ano com a participação de cerca de 250 animais e 87 expositores. Além disso, foram realizadas duas etapas regionais, nas cidades baianas de Vitória da Conquista e Jequié, e seis etapas abertas, que ocorreram nos municípios paulistas de Jundiaí, Campos do Jordão, São Sebastião da Grama, Orlândia, Amparo e Mococa.


P anorama M angalarga Campeões da Etapa Final Confira os campeões e reservados campeões da Etapa Final da Copa Mangalarga de Andamento 2014. Campeão Cavalo Jovem: Ximarrock do Mont Serrat Criador: Sergio Luiz Dobarrio de Paiva Expositor: Helio Korman

2º Reservado Campeão Cavalo Sênior: Urú do Mont Serrat Criador: Sergio Luiz Dobarrio de Paiva Expositor: Helio Korman

1º Reservado Campeão Cavalo Jovem: Heron RBV Criador: Luis Augusto de Camargo Opice Expositor: Luis Augusto de Camargo Opice

Campeão Cavalo Master: Torpedo da Janga Criador: Paulo Sergio Barros Barbanti Expositor: Pedro Cesar Seraphim Pitanga

2º Reservado Campeão Cavalo Jovem: Magnífico do Vassoural Criador: Beatriz Biagi Becker Expositor: Beatriz Biagi Becker

1º Reservado Campeão Cavalo Master: Blumarine ACD (T.E.) Criador: Antonio Carlos Pestili Fonseca Expositor: Antonio Carlos Pestili Fonseca

2º Reservado Campeão Cavalo de Pelagens: Magnífico do Vassoural Criador: Beatriz Biagi Becker Expositor: Beatriz Biagi Becker Campeão Cavalo Castrado de Pelagens: Orvalho do Santo Izidro Criador: José Luis Prandini Expositor: Paulo Eduardo Rosa Campeã Égua Jovem: Fantasia da Bica Criador: João Pacheco Galvão de França Expositor: João Pacheco Galvão de França 1ª Reservada Campeã Égua Jovem: Imprensa do H.I.C. (T.E.) Criador: Israel Iraídes da Costa Expositor: HIC Agropecuária Ltda.

Campeão Cavalo: Balé ACF Criador: Antonio Carlos Ferreira Expositor: Helio Korman

Campeão Cavalo Castrado: Turbante do Mont Serrat Criador: Sergio Luiz Dobarrio de Paiva Expositor: Helio Korman

1º Reservado Campeão Cavalo: Brasil ACD Criador: Antonio Carlos Pestili Fonseca Expositor: Antonio Carlos Pestili Fonseca

1º Reservado Campeão Cavalo Castrado: Xapuri do Mont Serrat Criador: Sergio Luiz Dobarrio de Paiva Expositor: Helio Korman

2º Reservado Campeão Cavalo: Hangar do H.I.C. Criador: Israel Iraídes da Costa Expositor: HIC Agropecuária Ltda.

2º Reservado Campeão Cavalo Castrado: Orvalho do Santo Izidro Criador: José Luis Prandini Expositor: Paulo Eduardo Rosa

Campeão Cavalo Sênior: Regalo da Braido Criador: Nelson Antonio Braido Expositor: Nelson Antonio Braido

Campeão Cavalo de Pelagens: Ximarrock do Mont Serrat Criador: Sergio Luiz Dobarrio de Paiva Expositor: Helio Korman

2ª Reservada Campeã Égua: Dama do Ordec Criador: Roberto Buzato Expositor: Francisco Horácio Fernandes

1º Reservado Campeão Cavalo Sênior: Quilate do EFI (T.E.) Criador: Eduardo Figueiredo Augusto Expositor: Eduardo Figueiredo Augusto

1º Reservado Campeão Cavalo de Pelagens: Diamante Negro França Criador: Eduardo Henrique Souza de França Expositor: Eduardo Henrique Souza de França

Campeã Égua Sênior: Faceira NLB (T.E.) Criador: Haras Leni Ltda. Expositor: Cassiano Terra Simão

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2ª Reservada Campeã Égua Jovem: Fortaleza da Bica Criador: João Pacheco Galvão de França Expositor: Armando Raucci Campeã Égua: Madona do Vassoural Criadora: Beatriz Biagi Becker Expositor: Beatriz Biagi Becker 1ª Reservada Campeã Égua: Divina JES (T.E.) Criador: José Eduardo de Souza Expositor: HIC Agropecuária Ltda.

1ª Reservada Campeã Égua Sênior: Dança da Bica Criador: João Pacheco Galvão de França Expositor: João Pacheco Galvão de França 2ª Reservada Campeã Égua Sênior: Milonga Mangalarga Criador: Geraldo Diniz Junqueira Expositor: Geraldo Diniz Junqueira Campeã Égua Master: Pilar do Otnacer Criador: Antonio Caetano Pinto Expositor: Luis Augusto de Camargo Opice 1ª Reservada Campeã Égua Master: Zagaia da Bica Criador: João Pacheco Galvão de França Expositor: Eduardo Figueiredo Augusto 2ª Reservada Campeã Égua Master: Olina da Sabaúna Criador: Joaquim Bento de Souza Neto Expositor: Corumbau Participações e Serviços Ltda. Campeã Égua Pelagens: Zagaia da Bica Criador: João Pacheco Galvão de França Expositor: Eduardo Figueiredo Augusto 1ª Reservada Campeã Égua Pelagens: Delicada OBC Criador: Othoniel Brandão Costa (Espólio) Expositor: Cauê Costa Hueso 2ª Reservada Campeã Égua Pelagens: Xereta do Mont Serrat Criador: Sergio Luiz Dobarrio de Paiva Expositor: Sergio Luiz Dobarrio de Paiva Revista Mangalarga • Dezembro/2014

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Por Vinicius João Curi (Núcleo Mangalarga Sul Paraná)

Fotos: Divulgação Efapi.

37ª Efapi Campos Gerais

Exposição e leilão fortalecem a raça na cidade de Ponta Grossa, reunindo admiradores e criadores do cavalo Mangalarga Premiação da Exposição de Ponta Grossa com a criadora Elizandra de Aguiar da Cruz.

A 37ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial dos Campos Gerais foi palco, nos dias 12 e 13 de setembro, de dois importantes eventos da raça: a Exposição do Cavalo Mangalarga de Ponta Grossa (PR) e o Leilão Vinicius João Curi e Convidados. Os eventos, além de reunir a família mangalarguista, fomentaram e fortaleceram a raça, não apenas na região, mas também no Brasil, com a transmissão do leilão, ao vivo e em rede nacional de TV. Organizada pelo Núcleo ManUm grande público prestigiou a 37ª Efapi.

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galarga Sul Paraná, com o apoio da Sociedade Rural dos Campos Gerais (SRCG) e da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo da Raça Mangalarga (ABCCRM), a Exposição de Ponta Grossa reuniu criadores de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que levaram uma tropa de qualidade para os julgamentos de andamento e morfologia conduzidos pelo jurado Eduardo Leite Cintra na pista do Centro Agropecuário de Ponta Grossa. Além dos julgamentos, a programação incluiu concorridas pro-

vas funcionais, com premiação em dinheiro, e o Leilão Vinicius João Curi & Convidados, no qual todos os 30 lotes disponibilizados foram arrematados por investidores de vários estados, como Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. No clima de confraternização do Recinto do Parque de Exposições, ou no conforto de suas casas, admiradores e criadores puderam adquirir um exemplar da Raça Mangalarga para iniciar ou ampliar seus plantéis. Exemplares da raça chegam ao recinto.



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Por Pedro Rebouças (Com informações adicionais do Portal da Eapic)

Exposição de São João da Boa Vista

Fotos: Norberto Cândido.

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apresentar as qualidades do Cavalo de Sela Brasileiro ao público sanjoanense, a exposição também somou pontos para o Ranking Mangalarga 2014. O julgamento ficou a cargo da dupla de jurados composta por Maria Aracy Tavares de Oliva, responsável pelo quesito andamento, e Lourenço de Almeida Botelho, que ficou a cargo da avaliação da morfologia dos concorrentes. A exposição contou ainda com a presença do Presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), Mário Barbosa, que, juntamente com os demais visitantes, pôde desfrutar de um ambiente de muita amizade e descontração. Fernando Penteado Cardoso

Concorridos julgamentos e homenagem a Fernando Penteado Cardoso foram os principais diferenciais da mostra realizada durante a 41ª Eapic

Na manhã do sábado (12 de julho), o agrônomo Fernando Penteado Cardoso, um dos mais respeitados do país, mereceu uma bonita homenagem da EAPIC. O homenageado recebeu uma placa comemorativa das mãos do presidente

O andamento foi um dos itens avalidados.

da Eapic e diretor de cavalgada da ABCCRM, Jairo Hamilton Domingues, e do vice-presidente da Eapic, Waldemar Yazbek Júnior, pelos mais de cinquenta anos dedicados à agricultura. A solenidade contou ainda com a participação do presidente Mário

Barbosa, genro do homenageado, e da prefeita em exercício Patrícia Magalhães. Além disso, a comunidade mangalarguista e a família Cardoso fizeram questão de prestigiar o evento. “Em 1964, tive a honra de inaugurar a reforma desse recinto com Pelagem pampa teve expressiva participação.

Evento levou 152 animais a São João.

O Cavalo de Sela Brasileiro foi mais uma vez recebido com entusiasmo na Exposição Mangalarga de São João da Boa Vista (SP). O evento, realizado entre os dias 10 e 12 de julho, dentro da programação da 41ª Eapic (Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial), contou com a agradável estrutura do Recinto de Exposições José Ruy de Lima Azevedo. A exposição foi novamente organizada pelos mangalarguistas Jairo Hamilton Domingues e Marcelo Bertoldo Motta, com o apoio da Sociedade Sanjoanense de Esportes Hípicos (SSEH) e da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM). Segundo Marcelo Bertoldo, o balanço da Exposição foi bastante positivo. “Estou muito feliz com o

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resultado, tivemos um bom número de animais inscritos e a tropa estava muito boa. Além da qualidade dos animais, a agilidade do julgamento foi admirável, muito bem conduzi-

da.” O sucesso foi indubitável, pois a mostra superou a edição do ano passado, contando com 152 animais expostos por 38 criadores. Além de A beleza da raça também esteve em destaque.

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E xposições Fotos: Norberto Cândido.

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Conjuntos aguardam o julgamento.

o apoio da Secretaria de Agricultura do Estado”, lembrou Fernando Penteado Cardoso em seu discurso no Camarote Mangalarga, localizado ao lado da pista de grama do Recinto de Exposições. Nascido em São Paulo no dia

19 de setembro de 1914, Fernando Penteado Cardoso formou-se em Engenharia de Agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), na turma de 1936. É um dos mais renomados agrô-

Fernando Penteado Cardoso recebe placa durante a EAPIC 2014.

O público pode conferir a funcionalidade da raça.

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nomos do Brasil. Foi fundador da empresa de adubos MANAH e é presidente da Fundação Agrisus, que tem como objetivo financiar projetos de ensino, divulgação e pesquisa relacionados com a fertilidade do solo. Trabalhando sempre em prol da agricultura brasileira, foi diretor e presidente da Federação das Associações Rurais do Estado de São Paulo, Secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, delegado da Agricultura junto ao Conselho Interamericano da Produção e Comércio (Chicago/EUA), membro do Conselho e diretor da Fundação Santa Cruz (São Paulo/SP). Em 2009, foi agraciado com a medalha Luiz de Queiroz por seus méritos pessoais e relevantes serviços prestados ao Estado de São Paulo em atividades relacionadas com o desenvolvimento da Agricultura.

Mário Barbosa, Marcelo Bertoldo e Fernando Penteado Cardoso.

A família prestigiou a homenagem a Fernando Penteado Cardoso.

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Fotos: Núcleo de Goiás.

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27ª Expoagro Palmeiras

Com participação crescente e plantel de qualidade, evento goiano se consolida no cenário nacional da raça Mangalarga Participantes aguardam o julgamento.

O Cavalo de Sela Brasileiro esteve novamente entre os destaques da programação da Exposição Agropecuária de Palmeiras de Goiás. A participação da raça no evento, que está entre os principais do gênero no Estado de Goiás e na região Centro-Oeste, aconteceu na sexta-feira 1º de agosto, contando com a par-

ticipação de cerca de 60 animais, provenientes de 14 tradicionais criatórios mangalarguistas. Na opinião de Antônio Celso Ramos Jubé, diretor secretário do Núcleo Mangalarga de Goiás, a Exposição Mangalarga de Palmeiras vem melhorando ano a ano, tanto na quantidade como na qualidade

dos animais participantes. “Este ano, fomos prestigiados por conceituados criatórios de outros estados e tivemos a presença de uma tropa muito boa. Isso mostra que a mostra está se consolidando no cenário nacional da raça.” O presidente do Núcleo, Adalberto Borges Cunha, destaca o O jurado Marcelo Toledo com participantes.

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A pelagem pampa foi um dos destaques.

importante apoio do prefeito Alberane de Sousa Marques. “A prefeitura novamente nos deu todo o respaldo para realizarmos uma bela exposição. Dessa maneira, gostaria de agradecer ao prefeito e aos seus colaboradores por esse apoio, que foi fundamental para uma edição de sucesso da nossa mostra.” Celso Jubé, por sua vez, lembra que o evento mangalarguista contou ainda com o fundamental apoio da Associação dos Criadores de Nelore de Goiás, da Nelore Goiás, do Sindicato Rural de Palmeiras de Goiás e da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM). “A participação da Associação nos ajudou demais, principalmente por meio da presença do jurado Marcelo Leite Vasco de Toledo e do gerente do Departamento de Exposição Francisco Bezerra.” Além do bom resultado registrado na pista de julgamento, a Exposição de Palmeiras teve outro importante mérito na área comercial. “Os expositores levaram vários potros para a venda direta durante a mostra. Assim, foi possível atrair novos usuários e fomentar a raça na região, que é conhecida no Estado por ser um polo de admiradores de cavalos, graças principalmente à centenária da tradição das cavalhadas”, explica Celso Jubé. Localizada na próspera região do Oeste Goiano, Palmeiras de Goiás possui fácil acesso tanto a partir de Goiânia, localizada a 76 quilômetros, como a partir da ca-

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pital federal, Brasília, distante 296 quilômetros. Em sua quarta edição, a mostra mangalarguista teve a organização do Núcleo de Goiás, em

A mostra vem crescendo ano a ano.

especial de Adalberto Borges Cunha (presidente), Fábio Veiga Jardim (diretor tesoureiro) e Antônio Celso Ramos Jubé (diretor secretário). A comunidade mangalarguista prestigiou o evento.

Expo Palmeiras se consolida no cenário nacional.

Cena do julgamento em Palmeiras.


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Exposição de Ourinhos Fotos: Cauê Costa Hueso.

Núcleo Oeste Paulista garante o sucesso do evento realizado durante a 48ª Fapi

Número de animais mais que dobrou este ano.

O Cavalo de Sela Brasileiro esteve novamente entre os destaques da programação da Fapi, a Feira

Agropecuária e Industrial de Ourinhos, no interior paulista. A participação da raça no evento, que

chegou este ano à sua 48ª edição, aconteceu nos dias 14 e 15 de junho, incluindo concorridos julgamentos de morfologia e andamento válidos para o Ranking Mangalarga 2014. Organizada pelos mangalarguistas Cauê Costa Hueso, Guilherme Pompeu Piza Saad e Roberto Marrom, a Exposição Mangalarga de Ourinhos contou ainda com o apoio da Associação das Indústrias de Ourinhos e Região e da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM). Na opinião de Cauê Costa Hueso, a exposição, além de muito boa, registrou um expressivo crescimento, com a participação de expositores de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. “O número de inscrições mais que dobrou em relação ao ano passado, passando de 42, em 2013, para 87, em 2014. Creio que José Rodolfo Brandi analisou o andamento dos animais.

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Belos exemplares participaram do julgamento.

A pelagem pampa coloriu a pista da Fapi.

O Mangalarga compartilhou a pista com raças de destaque na pecuária nacional.

Evento registrou um ótimo público.

Cauê Costa (ao centro) recebe premiação das mãos de Nelson Braido (direita).

Silas Freire, André Freire e Guilherme Saad acompanham o julgamento.

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o envolvimento e o empenho dos integrantes do recém-fundado Núcleo Oeste Paulista foi fundamental para alcançarmos esse bom resultado.” O organizador ressalta ainda a importância da participação do Mangalarga na Fapi. “Esta é uma oportunidade ímpar para apresentarmos nosso cavalo na pista principal da maior feira agropecuária aberta do país, que conta com a participação de raças bovinas muito importantes para o cenário pecuário nacional, como a Nelore e a Guzerá. Enfim, trata-se de um momento especial, no qual podemos divulgar todas as qualidades que fazem do Mangalarga um cavalo completo. Prova disso foi o grande público que acompanhou a disputa do nosso grande campeonato (extra catálogo), estimado em cerca de 15 mil pessoas.” Comandado pelos jurados José Rodolfo Brandi, a quem coube a

avaliação do quesito andamento, e Lourenço de Almeida Botelho, que foi o responsável pela análise da morfologia dos animais participantes, o julgamento da raça aconteceu na pista principal do Parque de Exposições Olavo Ferreira de Sá. Com uma ampla infraestrutura e confortáveis instalações tanto para os animais como para o público e para os expositores, o recinto também mereceu muitos elogios. Agora, o Núcleo Oeste Paulista se prepara para uma temporada de sucesso no próximo ano. “Nosso núcleo, que está em fase de credenciamento na ABCCRM, reúne cerca de cem criatórios, o que faz dele o maior do país. Assim, temos um ótimo potencial para tornar a Exposição de Ourinhos cada vez mais forte e para fomentar a realização de outros eventos nesta importante região do interior paulista”, conclui Cauê.


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Por João Fernando Argento Pozzi e Laércio Leismann

Notícias do Núcleo Riograndense O Núcleo Riograndense de Criadores do Cavalo Mangalarga ainda está comemorando os resultados obtidos na EXPOINTER 2014, maior feira agropecuária da América Latina. Na reunião de Diretoria realizada no dia 26 de outubro, sob a batuta do nosso Presidente, Hugo Farias, avaliou-se o resultado desta exposição que é recordista em público. O Mangalarga no Rio Grande do Sul mostrou que continua sendo uma raça ativa e admirada. Apesar de não termos realizado leilão durante o evento, as vendas aconteceram diretamente nas baias, onde os interessados procuravam por nossos cavalos. Inclusões de novos associados ao Núcleo foram registradas durante a feira. O público deliciou-se com a proximidade dos animais, sobretudo, as crianças. Enquanto a vida segue célere reciclando seus participantes, assim também no Mangalarga onde as crianças apaixonam-se pelos animais, havendo as trocas sinceras de carinho e amizade, iniciando um novo ciclo de Vida. A docilidade, a amizade, a sinceridade do nosso cavalo está demonstrada na foto, destacando-se essas virtudes pueris de animais adultos.

Fotos: Divulgação.

Exposição de Esteio comprovou o bom momento do Cavalo de Sela Brasileiro em território gaúcho

Olodum da Utopia foi um dos destaques do julgamento.

Programação movimentada Os parceiros comerciais do Mangalarga, importantes marcas, também se mostraram satisfeitos com os resultados da feira e já firmaram compromisso em continuar as parcerias em 2015.

Nossa Vice-Presidente, Elisandra de Aguiar da Cruz, com sua sensibilidade feminina e bom gosto, criou um espaço muito visitado e de excelente comercialização durante todo o evento, onde foram oferecidos produtos, vestimentas e acessórios com a logomarca do NRCCRM. A prova feminina teve grande adesão.

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A exposição contou com a participação do jurado Adáldio José de Castilho Filho, que, além de conduzir o julgamento, transmitiu seus conhecimentos sobre a raça aos associados e convidados do Núcleo. Por sua vez, o animal Olodum da Utopia, apresentado pela Fazenda Utopia, de Cambará do Sul, sagrou-se campeão da Exposição. Como sempre, as provas funcionais, chamaram a atenção do público presente na mostra, empolgando a todos, principalmente na prova de seis balizas cavalo versus moto, tendo o cavalo como vencedor. Já a prova feminina de andamento teve a adesão das mulheres do Núcleo, com muito entusiasmo, apesar do mau tempo reinante que deixou a pista enlameada. Segundo as amazonas, o prazer de montar um Mangalarga compensa qualquer pista difícil, “pois, além da marcha, o animal desfila beleza na pista”. Na grande festa de premiação, homenageou-se o Sr. Telmo Cardozo Bernardes, nosso associado, que é um fervoroso criador e incentivador do cavalo Mangalarga, participando de todas as exposições e cavalgadas chanceladas pelo Núcleo.

Os exemplares da raça participaram de emocionantes disputas contra motocicletas.

no dia 29 de novembro, organizado por Vitomiro Antonio Machado, secretário do NRCCRM. Para finalizar, o NRCCRM deseja a todos os amigos da ABCCRM um Feliz Natal e um ano de 2015 com muitas realizações pessoais e para esta raça de cavalos que tanto admiramos. Vamos entrar o Novo Ano saboreando uma marcha trotada!

O Mangalarga conquistando o carinho das crianças.

Elisandra Cruz criou um espaço especial para comercialização de itens do Núcleo.

Próximas atividades Para dezembro próximo, a tradicional Cavalgada das Areias, em sua 16ª edição, organizada por Laércio Leismann, do Haras da Lagoa Branca, em Viamão, está programada para os dias 5 e 6, sendo sempre a última do ano. O jantar de confraternização do Núcleo deverá acontecer O evento incluiu uma palestra com o jurado Adáldio de Castilho Filho.

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O homenageado Telmo Bernardes entre Elizandra Cruz e Hugo Farias.

A núncio H aras A gua do V ale


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E xposições Fotos: Norberto Cândido.

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Fotos: Norberto Cândido.

Expoagro Guaxupé 2014

Exemplares de seis estados estiveram presentes.

Mostra mineira repetiu o sucesso das edições anteriores.

Evento contou com a participação de criadores de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul O Cavalo de Sela Brasileiro abriu em grande estilo a programação da Expoagro Guaxupé 2014. Realizada entre os dias 4 e 6 de julho, a mostra mangalarguista levou exemplares de altíssima qualidade à pista de julgamento do Parque de Exposições Geraldo de Souza Ribeiro, palco desse tradicional evento agropecuário do estado de Minas Gerais. O sucesso da Exposição Mangalarga de Guaxupé foi comemorado pelo Núcleo Sul de Minas e Média Mogiana. Segundo o presidente da entidade, Luiz Henrique de Souza Ribeiro (Ninho), a princípio todos estavam temerosos pelo evento coincidir com a Exposição de Ara-

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çatuba, mas a tradição prevaleceu e um expressivo número de animais, provenientes de diversas localidades do país, esteve presente na Expoagro Guaxupé. “Fazia tempo que as duas exposições não coincidiam na mesma data, então, ficamos um pouco temerosos, mas a participação superou nossas expectativas, já que registramos 132 animais inscritos. Sem dizer o altíssimo nível de todos, pois a conversa geral entre criadores, técnicos e juízes presentes é de que essa foi uma das melhores exposições realizadas este ano. Isto nos dá uma alegria muito grande!”, comenta o dirigente do Núcleo.

Aliás, a tradição da Exposição Mangalarga de Guaxupé coincide com o início da Expoagro. São 40 anos da raça no evento. “Sabemos que o primeiro evento do Mangalarga realizado aqui aconteceu em 1958, continuando por alguns anos, depois parando e sendo retomado em 81. Nós participamos de todos e comemoramos 40 anos junto com a Expoagro. O comentário aqui que me emociona é que o grande campeão da primeira exposição foi um cavalo do meu pai. Eu não me lembro, pois tinha apenas um ano de idade, mas dois criadores que hoje estão aqui, o Mamão, que na época era treinador, e o senhor Olímpio Garcia, lembram

Exemplares de muita qualidade participaram do julgamento.

que o nome do animal era Bala, de propriedade do meu pai. Isto é muito gratificante para mim, ainda mais estando à frente do nosso Núcleo. É muito bom ter estas lembranças.” As emoções do criador Luiz Henrique não ficaram, entretanto, apenas nas lembranças, pois ele também comemorou seu aniversário durante o primeiro dia de Exposição. A data foi lembrada pelos amigos criadores, que cantaram parabéns e levaram um bolo para o evento. Além disso, na tarde desse mesmo dia, os organizadores montaram uma sala com telão para que criadores, treinadores e amigos pudessem acompanhar o jogo do Brasil na Copa do Mundo, O evento reuniu 132 animais de ótimo nível zootécnico.

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E xposições Fotos: Norberto Cândido.

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O aniversariante Luiz Henrique e a criadora Heloísa Freitas.

desfrutando ainda de delícias servidas a todos pelo Núcleo. A programação social da Exposição Mangalarga de Guaxupé contou ainda com uma marcante homenagem ao criador Antonio Carlos Ferreira e com a aguardada edição de 2014 do Leilão Pérolas Mangalarga, promovido pela Fazenda São Luiz Gonzaga, comandada pelos irmão Sergio e Celso Cerávollo Paoliello. Os julgamentos, por sua vez, foram conduzidos pelos jurados Luiz Paulo Arantes Ramos Neto (Andamento) e Eduardo Leite Cintra (Morfologia) e contaram com a participação de animais expostos por criadores de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul. (Com informações da Êxito Assessoria de Comunicação) Um expressivo público acompanhou a exposição.

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Leandro Pasqualini, Luiz Henrique, o homenageado Antonio Carlos Ferreira e J Junior

O Leilão Pérolas recebeu um ótimo público.


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E xposições

Por Antonio Carlos Pestili Fonseca

Fotos: Equipe Expojaú.

Expo Jaú 2014

Fotos: Norberto Cândido/Arquivo ABCCRM.

Com 182 animais e 205 inscrições, evento jauense confirmou-se como um dos principais momentos do calendário da raça na atual temporada

Leilão Mangalarga Jaú ofertou 28 lotes.

andamento e Maria Aracy Tavares de Oliva que foi incumbida da parte morfológica dos animais, sendo certo que ambos afirmaram terem as disputas sido acirradíssimas desde a primeira até a última categoria, que aliás estavam repletas, face à homogeneidade dos concorrentes, tendo as decisões sido supedaneadas em pequeninos detalhes existentes entre eles. Novamente, a Expojaú 2014

foi um grande sucesso, não só em quantidade de animais como também na qualidade dos mesmos, além do grande número de pessoas que compareceram à mostra. Neste sentido, tivemos 205 inscrições, o que se configura recorde absoluto para uma exposição regional, vindo a Expojaú neste diapasão já há vários anos, só que desta feita superou seu próprio recorde. Isto para o Núcleo Mangalarga de Fotos: Norberto Cândido/Arquivo ABCCRM.

No período de 08 a 17 de agosto, o Recinto de Exposições Sebastião Ferraz de Camargo Penteado foi palco da 24ª. Edição da Expojaú 2014, tendo a raça Mangalarga sido o foco principal do dia 14 ao dia 17, com a entrada dos animais e a realização dos julgamentos. A exemplo do que ocorreu no ano de 2013, os julgamentos iniciaram-se no dia 15 na pista principal com a categoria égua jovem, seguindo-se as demais categorias montadas durante todo o dia. No sábado (16), os julgamentos prosseguiram com os animais apresentados a cabresto, isto porque a pista principal foi ocupada pela ABHIR Associação Brasileira de Hipismo Rural, que realizou provas do seu calendário oficial durante todo o transcorrer do sábado. Domingo a raça Mangalarga retornou à pista principal, com prosseguimento dos julgamentos das categorias restantes. O julgamento esteve a cargo dos experientes jurados Marcelo Leite Vasco de Toledo, que analisou o

Belos exemplares passaram pela pista de julgamento.

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sentes todos os dias. Esta parceria ocorre há anos num perfeito sincronismo e assim o Núcleo Mangalarga de Jaú e a RTB Rações seguem caminhando juntos na promoção e realização dos eventos. Assim, a Expojaú 2014 foi um sucesso absoluto sob todos os aspectos, graças, repita-se, aos amigos que estiveram conosco assim como à equipe coesa e determinada que a fez acontecer, constituída por João Pacheco Galvão de França, Antonio Carlos Pestili Fonseca, respectivamente Presidente e Vice-Presidente do Núcleo de Jaú e os demais mem-

bros da Diretoria João Sérgio de Almeida Prado Filho, Luciano Pacheco de Almeida Prado, Eloy de Almeida Prado Neto, Ricardo Pacheco de Almeida Prado, Otavio Bauer Filho, Sergio Amauri Sartori, Caio Affonso Junior, José Roberto Pires de Campos, Antonio Carlos Camargo de Andrade Filho, além dos colaboradores Silvio Santana, Ney e as secretárias Genilda Schiavon e Salviane Nardes. Desde já convidamos a todos para a Expojaú 2015, marcada para acontecer no período de 12 a 16 de agosto. Esperamos vocês, até lá!

Valdir Marques, Deolinda, Antônio Carlos Pestili e Gabriel Marques. Fotos: Antonio Carlos Pestili Fonseca.

Evento jauense registrou número recorde de inscrições.

Jaú é motivo de muita alegria, satisfação e orgulho demonstrando o reconhecimento dos criadores, expositores e apresentadores ao trabalho desenvolvido na região centro oeste paulista, mais especificamente em Jaú e entorno, em prol da raça, nos prestigiando e participando maciçamente do evento. Ficam aqui nossos agradecimentos a todos, que como sabem são sempre benvindos. Outros números que ratificam o que foi dito anteriormente, são os 56 expositores participantes, vindos dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Já nos 10 dias de realização da Exposição Agropecuária passaram pelo Recinto 200.000 pessoas, aproximadamente. No sábado, dia 16, tivemos ainda a 20ª Edição do Leilão Mangalarga Jaú, cujo remate esteve a cargo da Fênix Leilões, com animais de sela, embriões, potros, potras e coberturas sendo comercializadas, cuja média alcançou R$ 8.000,00. Não podemos deixar de fazer um agradecimento especial aos nossos parceiros da RTB Rações, Fernando Barbieri e Luiz Barbieri proprietários, a Gerente Majô e o representante Adauto, que estiveram pre-

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C ircuito

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E xposições

Por Pedro Rebouças

38ª Expo Lins

Fotos: Divulgação.

Mostra da raça no evento linense registra expressivo crescimento na temporada 2014

Mostra recebeu 75 inscrições.

Tradicionais criatórios da raça estiveram presentes.

A funcionalidade da raça também esteve em destaque.

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Evento abriu a nova temporada do Ranking Mangalarga.

O Cavalo de Sela Brasileiro esteve novamente em destaque na Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de Lins (Expo Lins), um dos mais importantes eventos agropecuários da próspera região da Alta Noroeste, no interior de São Paulo. Organizada pelo Núcleo da Alta Noroeste, com o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), a Exposição Mangalarga de Lins registrou um expressivo crescimento tanto no número de participantes como no número de expositores. No total, o evento teve 75 animais inscritos, um crescimento de quase 50% na comparação com a mostra do ano passado. Por sua vez, o número de expositores passou de 12, em 2013, para 17, em 2014, refletindo o crescente interesse pela raça na região da Alta Noroeste. Realizado na sexta-feira 10 de outubro, nas dependências do Recinto

José Maurício Junqueira de Andrade, o evento contou com a participação do jurado Luiz Roberto Domingues Ramos Filho, responsável por avaliar o andamento e a morfologia dos potros, potras, éguas e cavalos participantes. Para Maurício Corrêa Galhanone, um dos organizadores do evento e presidente do Núcleo da Alta Noroeste, a exposição foi muito boa tanto em qualidade como em quan-

tidade. “Apesar de ter sido em uma data muito próxima à Nacional, tivemos ótimos animais expostos pelos melhores criatórios do país e do estado.” Maurício ainda ressaltou a benéfica troca de experiências em eventos desta natureza. “É sempre muito bom organizar um evento deste porte numa praça tão boa e tradicional como é Lins. A exposição, além de uma festa onde reunimos os amigos

criadores, é também onde trocamos experiências e traçamos um ideal do Cavalo de Sela. A exposição é sempre uma grande escola para todos nós criadores!” Os cobiçados troféus da Expo Lins.

Belos exemplares passaram pela pista de julgamento.

Alessandra Prata e Maurício Galhanone.

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M ercado & F inança s

Por Pedro C. Rebouças

Por Pedro C. Rebouças

Negócios em alta na 36ª Nacional Fotos: Norberto Cândido.

Leilão Gênesis, Leilão de Barrigas e Leilão de Coberturas movimentaram o mercado do Cavalo de Sela Brasileiro na mais importante mostra da raça Mangalarga

O público demonstrou grande interesse nos remates.

Tendo como pisteiros informais os diretores Miro Esteves, Gustavo Esteves, José Cintra Filho (Zequinha) e Paulo Della Torre, o remate movimentou a expressiva receita de R$

280 mil, negociando ventres de 10 consagradas matrizes da raça. Doada pelo criador Luiz Aparecido de Andrade, a barriga da égua Califórnia G.D.J. (DL Uruguai da

alvorada em Califórnia OJC) foi o destaque do remate, merecendo um investimento de R$ 70 mil. Toda renda arrecadada com o remate será utilizada em prol da ABCCRM.

Leilão Gênesis obteve média de R$ 63,1 mil.

Seguindo a tendência verificada durante a atual temporada, o mercado da raça Mangalarga esteve bastante aquecido durante a 36ª Exposição Nacional. Com três remates na programação, o evento ofereceu uma ótima oportunidade para os criadores interessados em aprimorar o plantel com produtos de qualidade. O ponto alto da programação voltada aos negócios foi o Leilão Gênesis 2014. O aguardado evento, promovido pela Fênix Leilões com assessoria dos técnicos João Quadros, João Tolesano e Geraldo Castro Filho (Gereba), aconteceu na noite da sexta-feira 26 de setembro, no Parque Fernando Costa. No total, o Leilão Gênesis efeti-

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vou a venda de 21 lotes pela cotação média de R$ 63, 1 mil, alcançando uma movimentação total de R$ 1,326 milhão. Com um investimento de R$ 252 mil, o criador Cassiano Terra Simão garantiu a aquisição do lote mais valorizado do evento, composto pela potra Quatiara 3P, ofertada por Ricardo Pacheco de Almeida Prado. Outros destaques do remate foram a potranca Faceira ACF, vendida por Antonio Carlos Ferreira para Marco José Valente Cintra, pelo montante de R$ 165,6 mil, e a potra La Paz 42, vendida por Ronaldo Andrade Bichuette para Cassiano Terra Simão, pela quantia de R$ 144 mil.

Leilão de Barrigas e Leilão de Coberturas A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) promoveu dois remates durante a 36ª Nacional. O primeiro deles foi o Leilão de Coberturas. Realizado no decorrer do evento, em especial durante os momentos de confraternização do Happy Hour Mangalarga, este remate arrecadou R$ 101 mil com a venda de coberturas de 13 renomados garanhões da raça. Por sua vez, o Leilão de Barrigas ocorreu na noite de 25 de setembro, nas charmosas dependências do Espaço Madeiro, palco do Jantar de Celebração dos 80 Anos da ABCCRM. Revista Mangalarga • Dezembro/2014

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L azer & C ultura

Por Pedro Rebouças

No caminho das pedras A 36ª Exposição Nacional contou com um importante momento cultural, o lançamento do livro “JO, No caminho das pedras”, cujas páginas apresentam a trajetória e o trabalho de José Oswaldo Junqueira, um dos mais renomados criadores da raça Mangalarga. De autoria de José Oswaldo Junqueira Fleury (Juca), neto do famoso JO, a obra discorre também sobre a seleção dos inúmeros grandes campeões provenientes da Fazenda Santa Amélia, partindo do início da sua jornada, quando adquiriu Pensamento, campeão nacional de 1936, até o Grande Campeão Nacional de 1999, Topázio JO, e o cavalo do século Turbante JO, com seus 1670 filhos registrados e seu jovem clone, o primeiro do Brasil. Além de se basear nas anotações de seu avô, que tinha o hábito de anotar tudo, Juca Fleury relata que contou também com a ajuda das memórias de sua tia Zilá Junqueira para compor um rico relato

Fotos: Norberto Cândido.

Livro destaca vida e obra do criador José Oswaldo Junqueira

Exemplares do livro “JO - No caminho das pedras”.

da vida e obra de José Oswaldo. “Meu avô foi um criador perfeccionista, admirava um cavalo com o olhar profundo de quem está na presença das suas gerações passadas, embalando com a vista de um lapidário ao examinar a beleza plástica nos seus pequenos e invisíveis detalhes”, escreve o autor na introdução do livro, acrescentando

ainda que pretendeu demonstrar como ele criou seus animais, a forma como foram feitos os cruzamentos dentro da tropa “Mangalarga JO”, apresentando e dissecando cada decisão tomada. O livro “JO - No caminho das pedras” pode ser encomendado pelo e-mail vera.almeida@abccrm.com. br ou pelo telefone (11) 3866-9866. Juca Fleury e Zilá Junqueira com amigos e parentes.

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L azer & C ultura

Por Pedro Rebouças

Encontro com a realeza

Carta de agradecimento da Rainha Elizabeth II.

Rainha Elizabeth II e Príncipe Henry foram presenteados com obra sobre o Cavalo de Sela Brasileiro

Carta de agradecimento do Príncipe Henry.

Durante recepção realizada na noite de 25 de junho, nas dependências do Centro Brasileiro Britânico (Great Britain House), na cidade de São Paulo, a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) presenteou a Rainha Elizabeth II e o príncipe Henry de Gales com exemplares do livro “A pintura equestre de Hans Haudenschild”, que tão bem retrata a beleza e a alma do cavalo Mangalarga.

As obras, que tiveram como portadora a associada Ruth Villela de Andrade, foram acompanhadas por uma carta do presidente da ABCCRM Mário Barbosa, na qual o dirigente mangalarguista descreve a trajetória e as qualidades do Cavalo de Sela Brasileiro. Promovida pelo Consulado Britânico em São Paulo, a recepção celebrou o aniversário da Rainha Elizabeth II, contando com a presença do príncipe Henry, do embaixador

do Reino Unido no Brasil Alex Ellis e do Consul-Geral Britânico em São Paulo John Doddrell. Apesar de não estar presente à confraternização, a Rainha Elizabeth fez questão de agradecer à gentileza por meio de carta enviada por sua assistente pessoal Samantha Cohen à representante da ABCCRM Ruth Villela. O príncipe Henry, por sua vez, também agradeceu o presente, mostrando-se tocado pela atenção dedicada a ele pela comunidade mangalarguista.

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A edição de novembro da revista Horse abriu um espaço especial para o cavalo Mangalarga. Em matéria intitulada “O Mangalarga voltou”, de autoria do jornalista Marcelo Mastrobuono, a publicação ressaltou o bom momento vivido pela raça e a forte retomada do mercado mangalarguista. Considerada a principal revista multi-raças do mercado equestre

brasileiro, a Horse destacou também a notável evolução zootécnica do Cavalo de Sela Brasileiro. “Conhecida como uma das mais tradicionais raças brasileiras, criação de origem paulista renova a tropa e apresenta geração de animais de grande estatura, fortes e, sobretudo, de andamento confortável, como nos velhos tempos”, analisa a publicação no subtítulo de sua matéria principal. A edição de novembro da revista Horse também mostrou o trabalho de destacados criatórios da raça e apresentou um amplo balanço da 36ª Exposição Nacional, a mais importante mostra do calendário mangalarguista, realizada no mês de setembro, em Franca (SP). Dessa maneira, confirma-se o crescente

interesse despertado pelo Mangalarga em leitores e amantes de cavalos de todo país.

Coração de Poeta

Príncipe Henry é recepcionado pelo embaixador britânico.

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Mangalarga em destaque na Horse

O jornalista e leiloeiro rural Marcelo Pardini, apresentador do Programa Mangalarga, exibido pelo Canal Terraviva, lançou neste segundo semestre seu novo livro de poesia: “Coração de Poeta - O amor, a Fé e o pensamento positivo nos levam à evolução”. A obra, publicada pela Solidum Editora, promete agradar àqueles que buscam uma palavra de alento, conforto e força. Este é o quarto livro de Marcelo Pardini, que já escreveu “Cenários Comunicativos” (2009), em parceria com alunos da pós-graduação da Fundação Cásper Líbero; “Rimas & Versos - Minha vida em prosa, causos e devaneios” (2011), e “100 Poemas - A beleza da vida está no amor e na superação” (2013), todos pela Iglu Editora.

Capa do novo livro de Marcelo Pardini.

Jornalista, pós-graduado em Marketing, Pardini é um homem apaixonado pela Comunicação. Amante das belezas do campo, ele desde cedo aprendeu na lida da

fazenda o respeito para com a Natureza, os homens e os animais. “Carismático, encantador, o batalhador que nos enternece... Assim é o jovem poeta Marcelo Pardini, cujas obras nos encantam ao primeiro olhar. Degustar seus belos poemas e saborear palavras singelas, colocadas em doses exatas, levam-nos ao torpor”, escreve a poetisa Angela Marconato, que assina o prefácio do livro. “Coração de Poeta ajuda-nos a compreender o mundo, as pessoas, as épocas, os lugares e, sobretudo, a vida. O autor se identifica com o leitor - sofre, chora, ri e o incentiva a ser feliz”. Mais informações podem ser obtidas no portal www.marcelopardini.com.br. Revista Mangalarga • Dezembro/2014

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O Pantanal é a maior planície alagável do mundo e um dos ecossistemas mais preservados e interativos no planeta. Nas lendas indígenas e nos primeiros mapas, é lembrado como um grande lago cheio de ilhas, o “mar dos Xaraiés”. Na cheia, com a chegada das águas que cobrem os campos, peixes e crustáceos saem das baías e dos leitos dos rios e alcançam as planícies em busca de alimento e locais para reprodução representando farta fonte de alimento, atraindo grande número de aves aquáticas. São estas aves que enchem o Pantanal de sons e movimentos nesta época do ano. Mamíferos aquáticos também têm nesta estação a oportunidade de ampliarem seus domínios em busca de alimento e de um parceiro para acasalamento enquanto os mamíferos terrestres migram para terras altas. Quando as chuvas terminam, no período da seca, as águas baixam e depositam nutrientes no solo, enriquecendo-o e oferecendo alimento para os animais da região, o que possibilita aos cavaleiros encontrar durante a Expedição Pantanal animais de rara beleza, que saem de suas tocas e ninhos em busca de alimento, e esta também é a época para ver a piúva florida (ipê roxo), árvore símbolo do Pantanal. Se a cheia torna o Pantanal um domínio de aves, a seca é a estação dos mamíferos, quando a visualização destes animais torna-se mais fácil devido ao fato de a vegetação perder a folhagem.

Expedição Pantanal Cavalgada oferece oportunidade para conhecer a diversificada paisagem pantaneira: baías, salinas, corixos, campo de vazante e mata ciliar, além do rio Negro O belo entardecer durante a cheia do Pantanal.

Entre as mudanças de estações, é comum designar que o Pantanal esteja enchendo ou secando. Contudo, as variações climáticas globais logicamente também afetam os ciclos do Pantanal e há atualmente uma modificação da duração ou intensidade das estações. Desde meados dos anos 70, inA boiada nelore é presença constante na paisagem.

Fotos: Divulgação.

L azer & C ultura tensificou-se no Pantanal a economia agropecuária. Hoje, com cerca de quatro milhões de cabeças de gado, a região tornou-se importante produtora de carne e os bois nelores se tornaram parte da paisagem e são companhia constante da Expedição Pantanal . Nossa cavalgada começa numa fazenda de 15 mil hectares no “coração” do Pantanal Sul, na região da Nhecolândia, que além das atividades de pecuária extensiva tem criação de cavalos pantaneiros. Durante a cavalgada conhecemos o melhor do Pantanal e a maioria da paisagem pantaneira: baías, salinas, corixos, campo de vazante,

Regiões alagadas também estão no trajeto da comitiva.

A convivência com os guias locais oferece uma rica experiência.

mata ciliar e o rio Negro que corre na planície entre dois grandes brejos, fazendo dele um local praticamente inacessível. As margens do Rio Negro abrigam uma mata densa extremamente conservada que ser-

ve de refúgio para rica vida selvagem. Na convivência com os guias locais, você ouve causos e histórias que vão te aproximar do modo de vida e da cultura pantaneira.

No período da cheia ouve-se a rica cantoria dos pássaros.

Por Paulo Junqueira Arantes Diretor da Cavalgadas Brasil www.cavalgadasbrasil.com.br

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em destaque

Haras HIC

Foto: Norberto Cândido.

Por Pedro Rebouças

Foto: Márcio Mitsuishi.

H ara s

Fortes laços de amizade e busca incessante pela excelência no andamento estão entre as razões do sucesso do criatório

O Haras Hic busca a excelência em andamento.

Localizada no município de Mogi Mirim, a cerca de 153 quilômetros da capital paulista, a HIC Agropecuária possui um forte compromisso com o objetivo de produzir animais com excelência em andamento. Essa, aliás, pode ser apontada como uma das principais razões do sucesso do criatório, comandado com grande dedicação pelos criadores Israel Iraídes da Costa e Dirceu José Thomazeto. Recentemente, com o intui-

to de fortalecer ainda mais a seleção do andamento em seu plantel, o haras realizou um importante investimento, com a aquisição do garanhão Xilindró da Nata. Produto de Príncipe da Nata em Macaúba da Nata, o novo reprodutor do criatório ostenta muita beleza e funcionalidade, além dos cobiçados títulos de Grande Campeão Nacional de Andamento e Grande Campeão Nacional Cavalo, ambos conquistados na 27ª Exposição Nacional, no ano de 2005.

“O Xilindró é a nossa grande aposta para manter o ótimo andamento que caracteriza nossos animais. Afinal, trata-se de um cavalo que tem essa característica como ponto forte. Além disso, possui temperamento de sela, com ótima índole e muita docilidade. Tenho certeza que seus filhos e filhas oferecerão muito prazer para quem quer desfrutar de um bom cavalo de sela”, destacou Israel em recente entrevista ao Programa Mangalarga.

A HIC Agropecuária possui ainda uma nova geração muito talentosa, que já vem despontando nas pistas de julgamento da raça Mangalarga, com nomes como Jogatina do H.I.C., Jabuticaba do H.I.C., Jornada do H.I.C., Juventus do H.I.C., Kênia do H.I.C., Imprenssa do H.I.C. e especialmente Imagem do H.I.C., por quem os titulares do criatório nutrem um carinho especial. “Ela é a nossa principal égua jovem e também o nosso xodó, produto do Café JO com a Época LHL, uma matriz muito importante para nosso criatório, com várias filhas campeãs”, destaca Dirceu. Por sua vez, Israel ressalta que a castanha Imagem é uma égua que vem realizando tudo aquilo que eles pretendiam tirar em um produto final de cruzamento. “Quando eu a vejo andando, começo a imaginar que é o ponto máximo que a gente poderia criar,

Foto: Pedro Rebouças.

Geração de futuro

Perla Fleury com o clone de Cascata JO ainda em seus primeiros meses de vida.

realizar e querer de um animal”, comenta o criador. Imagem do H.I.C. vem, aliás, confirmando as expectativas de seus criadores. Durante a 36ª Nacional Mangalarga, realizada no mês de setembro na cidade paulista de Franca, foi eleita Campeã

Nacional Égua Jovem e 1ª Reservada Grande Campeã Nacional Égua. Já a zaina Imprenssa do H.I.C. (Café JO em Maravilha do H.I.C.) sagrou-se 1ª Reservada Campeã Égua Jovem da Etapa Final da Copa Mangalarga de Andamento,

Xilindró da Nata é o novo destaque do criatório.

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E spaço T écnico - C ertifcação

em destaque Foto: Norberto Cândido.

H ara s

Imprenssa do H.I.C. brilhou na Copa Mangalarga de Andamento.

realizada no fim de outubro no Parque da Água Branca, na capital paulista. Além disso, o haras mogimiriano está em sintonia com os mais modernos sistemas de reprodução equina. O criatório, afinal, é a casa

do clone da famosa égua Cascata JO, um dos primeiros do gênero no país, desenvolvido em parceria com a In Vitro Brasil e com a veterinária Perla Fleury, outra personagem muito ativa na HIC Agropecuária. Foto: Norberto Cândido.

Pódio da 1ª Reservada Grande Campeã Nacional Égua Imagem do H.I.C..

Certificação do Ecologicamente Correto na Equinocultura

Amizade em primeiro lugar No entanto, o fator apontado como principal razão para o sucesso é o forte laço de amizade que une as pessoas envolvidas com o Haras HIC. “Uma dupla sertaneja geralmente começa com dois componentes e depois um deles segue em carreira solo. Aqui, o processo foi o inverso, eu comecei em carreira solo e depois os amigos foram se unindo ao nosso trabalho”, brinca Israel. O mangalarguista conta ainda que seu início na criação começou justamente com um presente do amigo Dirceu, que anos mais tarde se tornaria seu sócio no haras. “Ele me deu de presente dois potros e com isso eu fui pegando gosto pela coisa, fui participando dos principais leilões e tentando conhecer mais da raça. Hoje, eu o tenho como sócio e é um prazer muito grande ter ele comigo criando os animais, porque a gente tem um pensamento muito próximo em relação ao que quer com o cavalo.” Perla Fleury, por sua vez, destaca a importância do cavalo Mangalarga para o fortalecimento dos laços de amizade de todos que participam do trabalho desenvolvido no criatório. “O cavalo nos traz muitas coisas boas, como amizade, amor e momentos gostosos. É uma verdadeira terapia da qual eu desfruto tanto nos meus momentos de lazer como na condição de veterinária. Semanalmente a gente se reúne, recebe amigos, recebe criadores e é sempre um momento de diversão”, lembrou em recente entrevista à matéria especial sobre o Haras HIC veiculada pelo Programa Mangalarga.

O “Sela Verde”, além de agregar valor ao criatório, sinaliza que os equinos procedentes do haras certificado devem ser animais mais confiáveis, felizes e equilibrados

Foto: Norberto Cândido.

Perla Fleury, Israel Iraídes da Costa e Dirceu Thomazeto.

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Já faz algum tempo que países desenvolvidos vêm, cada vez mais, condicionando suas compras à certificação dos produtos. No final da década de 1980 surgiu a ISO 9000 que orientava para a gestão eficiente e certificava a qualidade total nas indústrias. Depois veio a certificação ISO 14.000 para as indústrias que minizavam o lixo, reciclavam produtos, cuidavam da água e economizavam energia. Com o crescimento da Agro-ecologia veio a certificação dos alimentos orgânicos. Essa tendência também chegou ao comércio internacional da madeira. Preocupados com o crescente desmatamento do planeta, com o aquecimento global e com as mudanças climáticas, muitos países passaram a exigir que as importações de madeiras da Amazônia só fossem efetivadas se elas dispusessem de certificação ecológica. A Pecuária de corte também entrou nessa. Carne de bovino rastreado, criado sem muita química, sem hormônios de crescimento, sem alimentos transgênicos, etc. Hoje temos certificação orgânica até para leite e seus derivados. Essa saudável tendência acaba de chegar também ao cavalo e o Brasil é pioneiro nesta iniciativa. O Haras Oito Virtudes, no município de Amparo (SP), criatório que prestei assistência por muitos anos, foi o primeiro a ser certificado e é hoje considerado um centro de referência neste assunto. A certificação, que se chama “Sela Verde”, é feita pelo Instituto Biotrópicos com apoio de uma conceituada ONG internacional.

Ecologicamente correto

Mas o que significa o ecologicamente correto na criação de equinos? Ecologicamente correta é a criação que satisfaz três condições, a saber: 1) socialmente justa; 2) ambientalmente legal; 3) adequado bem-estar dos equinos. Vamos explicar um pouco mais tudo isso. Socialmente justa significa que não há trabalho escravo, que não há crianças trabalhando quando deveriam estar na escola, que todos os trabalhadores têm carteira assinada e inclusive direito de interlocução com seus superiores. Enfim, respeitos às leis trabalhistas. Ambientalmente legal é a propriedade rural que conserva a reserva legal, respeita as áreas de preservação permanente, guarda as devidas distâncias das margens dos cursos d’águas e que recicla ou destina adequadamente seus resíduos e dejetos. Enfim, respeito às leis ambientais. Adequado bem-estar dos equinos implica reconhecer os direitos animais e respeitar, ao máximo possível, as cinco premissas do bem-estar animal, as quais são: ausência de fome, de sede e de subnutrição; ausência de dor, de lesões e de doenças; ausência de violências e de ansiedades; ausência de prolongado desconforto térmico, olfativo e auditivo; ausência de privação de liberdade para manifestar e vivenciar seu comportamento natural. Enfim, boas práticas de manejo, com base na Etologia. Das cinco premissas do Bem-estar animal creio que vale a pena explicar um pouco mais a última, isto é, a liberdade para manifestar e vivenciar seu comportamento natural. Isto significa que o equino não deve viver sozinho, pois é um animal gregário. Significa que o confinamento deve ser evitado ao máximo possível, pois o equino é um animal de deslocamentos quase constantes, de espaços amplos e de correrias voluntárias. Significa que a forragem volumosa deve ser o seu principal alimento, pois o cavalo é um herbívoro. Além disso, o acesso a esse volumoso deve ser permanente ou quase permanente, sob pena de gastrites e de úlceras. Promover tudo isso

é propiciar o bem-estar animal dos equinos. Um cavalo com bem-estar satisfeito é um equino mais equilibrado, mais confiável e mais feliz. Dessa forma o cavalo será um melhor companheiro para você no esporte, no trabalho, no lazer e nas terapias. Mas qual a vantagem de se obter essa certificação? Conquistar o “Sela Verde” é obter o reconhecimento e a divulgação de estar ecologicamente correto na equinocultura. É um grande mérito, um atestado oficial feito pela auditoria de uma entidade séria, independente e especializada nisso. É agregar valor ao seu criatório. É uma sinalização clara de que os equinos procedentes do criatório certificado devem ser animais mais confiáveis, mais felizes, mais equilibrados e mais saudáveis tanto física como mentalmente. É andar junto com a Ética na criação, na doma, no treinamento e na comercialização. Enfim, obter o “Sela Verde” é um diferencial para o criatório se inserir melhor no mercado, tanto interno como externo. É “marchar na frente” e uma tendência que só tende a crescer. Quem não se certificar, no futuro, terá menos chances de comercialização dos seus produtos. Assim já acontece com muitos setores da economia. Mais informações podem ser obtidas no site do Sela Verde ou no endereço eletrônico de Sergio Beck, um dos consultores para certificação sbeckequinos@yahoo.com.br. Por Sergio Lima Beck

*O autor é proprietário de Mangalargas, cavaleiro profissional e instrutor de Doma e Equitação. É também autor, entre outros livros e DVDs, do Manual de Gerenciamento Equestre. Contatos: sbeckequinos@yahoo.com.br , (41) 9953-0317. Revista Mangalarga • Dezembro/2014

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Avaliação e seleção do cavalo Mangalarga 3. MORFOLOGIA E CARACTERIZAÇÃO RACIAL Morfologia é a conformação de suas partes, os comprimentos ósseos e suas angulações, sua musculatura, volume e proporções para exercer determinado fim. A conformação desejada está diretamente ligada a habilidade de sua função. A pressão de seleção em sua morfologia deve ser sempre exigida para manter conformações fortes, especialmente quando não houver testes de habilidade funcional e atlética. Caracterização Racial é o tipo de cavalo desejado, sua conformação, seu aspecto geral, suas características desejadas em seu padrão racial. É importante também diferenciar a expressão de masculinidade e feminilidade. Os objetivos do criador não podem fugir ao Padrão Racial.

a. BELEZAS - absolutas, relativas e convencionais. Belezas absolutas são aquelas desejadas em qualquer cavalo ou raça, ou seja, boa visão, bons aprumos, cascos fortes, bom tronco, boa garupa, etc, enquanto que as belezas relativas são aquelas desejadas para determinado fim, ou seja, para um cavalo de tração, frente pesada, paleta em pé, etc, para um cavalo de sela, frente leve, paleta inclinada, etc. Existem também as belezas convencionais que são as pelagens, andamentos artificiais, maneira de tosar, etc.

b. AVALIAÇÃO GERAL - proporções, medidas e angulações Existem dois questionamentos

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que auxiliam em uma avaliação: 1. O QUE EU QUERO DESSE CAVALO? Tem qualidades? O maior defeito de um cavalo é a falta de qualidades. 2. QUAL EU QUERO MONTAR? Bastante útil na definição final. A avaliação inicial deve ser do conjunto, para verificarmos se todas as suas partes se harmonizam entre si, quando as proporções são boas, o entrosamento de todas as suas partes também são e toda a potência do cavalo é utilizada. Ao avaliarmos as proporções devem-se considerar as proporções lineares, as angulares, as de continuidade, as gerais, as variações e compensações. É importante a simetria de um cavalo, está diretamente ligada ao equilíbrio, que está baseado em seu centro de gravidade, ponto do corpo onde a maior força de gravidade é exercida. Todos os corpos são influenciados pela força da gravidade, que impede ou dificulta a sua movimentação, o movimento típico do cavalo é para cima, para baixo e para frente, como toda a conformação é formada ao redor do centro de gravidade, este ponto deve mover-se o menos possível para um ganho máximo de funcionalidade. Distúrbios nesse centro, por uma conformação defeituosa, causam a este ponto movimentos mais vezes do que o necessário, isto causa desperdício de energia, dificuldade de movimentos e habilidade reduzida. O cavalo em movimento está constantemente mudando o centro de gravidade numa direção ou outra, esta mudança de equilíbrio é imediatamente restabelecida pela nova base de suporte, que determina quando o equilíbrio será estável ou instável. Assim, defeitos

Este artigo traz a segunda parte das explanações da palestra ministrada pelo criador e jurado Eduardo Leite Cintra durante o 1º Simpósio dos Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga do Núcleo Sul de Minas e Média Mogiana, evento realizado no mês de março, na Fazenda da Onça, em Guaranésia (MG). de conformação como maus aprumos, movimentos parasitas, uma frente pesada, paletas curtas, pernas excessivamente longas ou curtas, garupas curtas, excesso de massa, etc, dificultam sua dinâmica. A proporção entre as várias partes do corpo formam o equilíbrio, um cavalo está em equilíbrio quando as várias forças atuando sobre ele equilibram uma a outra. PROPORÇÕES LINEARES Existem vários estudos para medirmos as proporções lineares, o primeiro foi idealizado pelo árabe Abou Bekr no século XII, baseado nele Bourgelat criou o sistema em que se usa o comprimento da cabeça como referência, assim como o Sistema Eclético de Lesbre. Todos eles são bastante discutíveis mas servem como instrumento auxiliar para avaliação e treinamento. Existem três medidas exemplificam bem:

que

LINHA DE AGILIDADE - o comprimento saindo da ponta do focinho, passando entre as orelhas até o fim da crineira deve ser igual ou maior que a linha do fim da crineira até a ponta do sabugo do rabo. Segundo os árabes se for igual é um bom cavalo, se for maior é mais veloz e ágil, menor é um mau cavalo de sela.

LINHA DE RESISTÊNCIA - o comprimento saindo da cernelha, passando pela ponta da paleta, até o meio do peito deve ser igual à linha do meio do peito até o chão. Se for maior é mais, menor é menos resistente. LINHA DE BELEZA - o comprimento do fim da crineira até a ponta da garupa deve ser igual à linha da ponta da garupa, passando pela articulação coxo-femural até a ponta das nádegas. PROPORÇÕES ANGULARES para que o cavalo possua harmonia e para que seus andamentos sejam regulares é necessária uma relativa concordância entre as aberturas dos ângulos anteriores e posteriores, com graus de abertura apropriados à sua aptidão. Existe uma relação entre eles de número, direção e função. RELAÇÕES DE CONTINUIDADE - Para melhor harmonia e simetria, deve ter regiões bem proporcionadas e bem unidas entre si. As ligações mais importantes são as da cabeça, pescoço, espáduas, lombo, garupa e membros. PROPORÇÕES GERAIS - Baseado na altura, comprimento, largura e peso, assim como suas relações podem ser observadas por medidas e índices. MEDIDAS E ÍNDICES : - O peso pode ser calculado multiplicando o perímetro torácico ao cubo por 80. Ele é Eumétrico quando for entre 350 e 550 kg, Hipermétrico acima e Hipométrico quando abaixo. - altura igual ao comprimento - altura da cernelha igual à da garupa - garupa forma um triângulo equilátero (três lados iguais) - comprimento de canela igual

a 1/3 do antebraço - distância entre a cernelha e cilhadouro é igual a deste ao chão, é mediolíneo, se maior é longe do chão, é longilíneo, menor é perto do chão, brevilíneo. - ÍNDICE PEITORAL - relação entre altura do tórax e vazio sub esternal deve ser superior a 4:5. - ÍNDICE CORPORAL - relação entre o comprimento do corpo e perímetro torácico. IC = C/Pt entre 0,86 e 0,88 é mediolíneo, mais é longilíneo e menos é brevilíneo. - ÍNDICE DACTILO-TORÁCICO - relação entre o perímetro de canela e do tórax. IDT = PC/PT = 0,105 nos cavalos leves, 0,110 nos intermediários e 0,115 nos de tração. - ÍNDICE TORÁCICO - relação entre largura e altura do tórax, entre 0,86 a 0,88 é mediolíneo, inferior é longilíneo e superior brevilíneo. - ÍNDICE MELOSCÓPICO relação entre o perímetro da canela, do joelho e do meio do antebraço com a altura da mão (altura do codilho ao solo), indica a proporção dos membros em relação ao tronco, a soma dos três perímetros deve ser igual à altura da mão no mediolíneo, menor que um no longilíneo e maior que um no brevilíneo. - ÍNDICE DE CONFORMAÇÃO - relação entre o quadrado do perímetro torácico e a altura. IC = PT ao quadrado/Altura, ideal é igual a 2,1125, quando maior é apto a tração. - ÍNDICE DE CARGA - indica o peso em kg que o animal suporta sem esforço exagerado, é dado pelo quadrado do perímetro torácico multiplicado por 56 dividido pela altura.

- ÌNDICE DE COMPACIDADE - relação entre peso e altura, indica a aptidão do animal, IC = P/A = P:A deve ser igual a 2,60 para cavalo de sela e acima de 2,75 para tração. Também usando a fórmula IC = P:(A-100) igual a 7,75 para sela e acima de 8,00 para tração. Os índices não devem ser avaliados isoladamente, são auxiliares em trabalho de seleção e principalmente em treinamento, mas não revelam o temperamento, aprumos, andamentos, etc. A avaliação de cavalos não é matemática, é muito mais sensibilidade, conhecimento e bom senso. VARIAÇÕES - Essas proporções são variáveis de acordo com a idade, sexo e estado corporal.

c. AVALIAÇÃO DAS PARTES - qualidades, defeitos e compensações. As qualidades são aquelas descritas no Padrão Racial, os defeitos e compensações são: - Cabeça pesada -... Pescoço mais curto. - Cabeça muito leve -... Pescoço longo. - Pescoço grosso -... Boa implantação e direcionamento, espáduas longas e inclinadas - Pescoço curto -... Cabeça leve, cernelha alta, boas espáduas. - Cernelha empastada -... Paleta forte e inclinada, bons aprumos. - Cernelha baixa -... Posterior forte, dorso e lombo bem sustentados, bons aprumos. - Selado -... Dorso musculoso, lombo bem ligado, ventre pouco volumoso. - Tórax estreito -... Costelas longas e espaçadas. Revista Mangalarga • Dezembro/2014

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E spaço T écnico - C riação - Espáduas curtas -... Pescoço longo, cernelha alta, comprida e atrasada, braços longos. - Antebraços fracos -... Espáduas e braços fortes, bons tendões e aprumos. - Antebraços curtos -... Paleta e braços compridos e bem inclinados. - Canelas longas e fracas - Antebraços largos e fortes, frente leve, bons aprumos. - Garupa curta -... Coxas descidas e musculosas, boa passagem de rim, curvilhões fortes e frente leve. - Garupa oblíqua -... Coxas inclinadas, curvilhões fortes, bons aprumos. - Garupa estreita -... Garupa longa, lados inclinados e bem musculados, lombo bem ligado. - Pernas retas -... Coxas longas, bem musculadas, curvilhão forte. - Curvilhão fraco -... Pernas, coxas e garupa musculosa, lombo forte e bem ligado, frente leve, articulações baixas e bem aprumado. - Quartelas longas -... Tendões bem definidos, bons aprumos, frente leve. - Quartelas curtas -...Bons aprumos, frente leve, boa inclinação de paleta. - Talões baixos -... Boa quartela, cascos sólidos, ranilha cheia e sola côncava. - Lombo comprido -... Bem ligado, espáduas longas e inclinadas, garupa longa, musculada. - Frente baixa -...Boa cernelha, pescoço longo e bem implantado, espáduas inclinadas, boas articulações, tendões bem definidos, bons apru-

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mos. - Posterior baixo -... Frente leve, bom conjunto de posterior. - Membros longos -... Corpo leve, tórax largo, alto e profundo, bons tendões. - Ajoelhado -... Boa espádua, braço e antebraço fortes, frente leve, boa cernelha, linha superior correta. - Sobre si -... Frente leve, espádua inclinada, anteriores fortes e aprumados. - Acurvilhado -... Frente leve, posterior musculoso, lombo e curvilhão forte. - Andamentos curtos -... Enérgicos e vigororosos. As compensações não tiram o defeito, elas corrigem ou amenizam sua ação. De uma maneira geral podemos dizer que as compensações situadas na própria região defeituosa podem corrigir a ação do defeito, perto elas atenuam, longe, apenas não agravam o problema. São mais eficazes quanto mais perto do defeito e funcionam de acordo com a severidade e a localização do defeito. Outra parte importante é a musculatura, ela serve para sustentar e impulsionar o cavalo, deve ser mediana e definida, um excesso de musculatura no peito e coxas (músculos curtos) limita sua desenvoltura e amplitude, com a frente muito levantada o músculo braquicefálico limita a ação dos anteriores, os músculos longos dão elasticidade e velocidade enquanto que os músculos curtos atuam mais na sustentação e força. Também merecem destaque as suas passagens: - Passagem de ar - Favorece melhor entrada de ar nos pulmões. - Passagem de rim - Favorece melhor suporte de peso e transferência de potência. - Passagem de cilha - Favorece

equilíbrio e leveza de frente.

4. DINÂMICA a. MARCHA TROTADA Por definição, é um andamento em dois tempos, com apoios bipedais, diagonais e sucessivos. A diferença para o trote é seu menor tempo de suspensão. Sua velocidade média é de 09 km por hora em sua toada curta é de 12 a 15 km por hora quando mais alongada, podendo variar de acordo com sua altura e conformação. Deve ser natural, descontraída, progressiva, cômoda, anteriores soltos favorecendo a entrada dos posteriores, com um posicionamento em que sua embocadura fique na altura da ponta da garupa, oferecendo assim, conforto, equilíbrio e segurança ao cavalo e cavaleiro.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 1. Deslocamento a. cobertura de rastro - os posteriores devem cobrir os anteriores. Na formação do Mangalarga, havia um ditado que dizia: “SOMENTE OS CAVALOS QUE PISAVAM EM CIMA DO RASTRO ERAM CÔMODOS E ÁGEIS. OS QUE PISAVAM NA FRENTE PODIAM SER COMODOS MAS SEM AGILIDADE E OS QUE PISAVAM ATRAS, AO CONTRÁRIO, ÁGEIS MAS SEM COMODIDADE.”

b. amplitude de passadas - Passadas amplas, levemente alçadas, anteriores soltos, facilitando a entrada dos posteriores.

2. Comodidade Item dos mais importantes, muitas vezes confundido com maciez. A razão da marcha trotada está diretamente ligada a sua comodidade. É bastante agradável montar em um cavalo cômodo, progressivo, com equilíbrio e temperamento enquanto que é bastante desagradável um cavalo desequilibrado, sem vontade, trote ou macio, que não proporcione conforto e segurança. É fundamental que um cavalo cômodo tenha equilíbrio e temperamento, a partir daí vamos analisar os demais fatores. Outros fatores que influenciam são excesso de atrito, tanto vertical quanto horizontal, presença de movimentos parasitas, principalmente de paletas, tronco e garupa, colocação de cabeça e pescoço, falta de progressão, morfológicos (tronco fraco, sem arqueamento, frente pesada ou curta, pescoço invertido, etc), etc.. É importante que para uma melhor avaliação se monte o cavalo, fatores como atritos, leveza, equilíbrio e temperamento são melhores observados, a avaliação torna-se mais segura e reforça as decisões. Ao montar é importante sair ao passo para que o cavalo descontraia e perceba a mudança do tipo de montada, primeiramente deixar ele mostrar o que ele sabe e só depois pedir o que queremos.

3. Sincronização e Elegância de Movimentos Um animal bem sincronizado e elegante tem bom deslocamento, a movimentação dos posteriores deve acompanhar o movimento dos anteriores em seus gestos de altura e amplitude. Os posteriores devem entrar embaixo da massa, mostrando que o animal caminha somente com as pernas, boa colocação de cabeça e pescoço (conjunto de frente), sem desvios de membros e movimentos parasitas, com anteriores e posteriores com bom flexiona-

mento, sem alçar excessivamente as mãos e ou os posteriores. Outro fator importante a ser observado é a naturalidade da marcha trotada. Um meio eficaz de avaliação é a saída do passo à toada, com leveza, equilíbrio, sustentação, mostrando gestos que mostram sua caracterização racial.

4. Ausência de Movimentos Parasitas São movimentos que prejudicam a dinâmica do cavalo, estão localizados basicamente nas espáduas, garupa, pescoço e cauda. O deslocamento mais alçado e ou ceifado dos anteriores também são movimentos parasitas. São mais graves os que prejudicam a comodidade. 5. Regularidade e Resistência Para se ter uma boa regularidade o cavalo tem que ter uma boa resistência, um cavalo que não tem regularidade, troca constante de velocidade, do tipo de andar e ou de comportamento perde muito em sua comodidade. É importante uma boa doma e um bom treinamento.

b. PASSO Tipo de deslocamento em que o cavalo desloca um membro de cada vez, é um andamento marchado a quatro tempos. Deve ser solto, firme e com amplitude. É muito utilizado na avaliação de cavalos de esporte, ele evidencia as qualidades e defeitos de sua morfologia. É muito importante nos treinamentos pois é o único que movimenta e exercita naturalmente todas as articulações e musculaturas do cavalo. Deve ser avaliado no passo alongado, com a frente mais baixa (embocadura abaixo da linha da ponta da garupa), rastros dos posteriores ultrapassam o dos anteriores.

seja na qualidade e ou na resistência, são necessários, pois dão sustentação e auxiliam na propulsão do deslocamento do cavalo, permitindo a realização de movimentos com equilíbrio, correção, elegância e segurança. Cavalos mal aprumados favorecem aparecimentos de taras, lesões e manqueiras. Quanto mais alto o desvio, mais grave é o defeito.

d. GALOPE É um andamento saltado a três tempos (galope reunido) podendo ser a quatro tempos (corrida). O galope deve ser reunido, apoiado nos posteriores, com boa colocação de pescoço e cabeça, favorecendo um galope leve, equilibrado e elástico, ao alongarmos deve ter amplitude, oferecendo comodidade e segurança ao cavaleiro. O melhor meio de avaliação é na partida e no alongamento e retomada do galope, podendo ser observado principalmente a leveza, amplitude, elasticidade, equilíbrio e sustentação. As figuras de equitação não definem, mas ajudam na avaliação, dependem muito mais do grau de equitação. Por Eduardo Leite Cintra Criador e Jurado da ABCCRM

c. APRUMOS Aprumos corretos têm grande influência no desempenho do cavalo, Revista Mangalarga • Dezembro/2014

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Suplementação Nutricional para Equinos Atletas A dieta deve variar o menos possível, sendo composta apenas de alimentos de qualidade, para potencializar o efeito do manejo, permitindo a exteriorização máxima da genética do animal. Para o melhor aproveitamento, a alimentação dos cavalos deve ser baseada na soma de dois fatores que interagem entre si: manejo e equilíbrio. O correto manejo faz com que os animais fiquem o mais tranquilo possível, sendo pouco afetado pelas condições de estresse que comprometem consideravelmente o aproveitamento dos nutrientes da alimentação. O segundo fator citado é o equilíbrio nutricional. Este consiste em ofertar ao animal a quantidade de nutrientes necessária para atender à demanda da categoria específica, quer seja trabalho, reprodução ou crescimento, suprindo de maneira correta, sem deficiências nem excessos, o que o organismo necessita para o correto metabolismo. Este equilíbrio nutricional é conseguido através da composição da alimentação levando-se em consideração os cinco grupos de nutrientes, proteicos, energéticos, vitamínicos, minerais e água e a inter-relação que existe entre eles, onde a ação de um nutriente é dependente de outro. Formação de um Atleta Quando se fala em cavalo atleta devemos pensar inicialmente na formação deste cavalo. Esta formação se inicia antes do nascimento do potro, mais especificamente no terço final da gestação, onde ocorre 70% do crescimento e desenvolvimento do feto. Um potro nasce com cerca de 10% de seu peso quando adulto e 65

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a 75% da altura do animal adulto. Antes do nascimento, a única forma de alimentação do potro é através de sua mãe; isto é, para se ter um potro bem formado, deve-se alimentar adequadamente a mãe. Nesta fase, incrementar a dieta com proteína, energia, ou mesmo suplemento com aminoácidos, não é muito recomendado, pois esses nutrientes podem estimular um crescimento exagerado do potro, propiciando o surgimento de doenças ortopédicas desenvolvimentares, como epifisites, osteocondrites, contraturas de tendão, etc., assim como o livre acesso a volumosos ricos em proteína, como a alfafa. A alimentação do potro continua na fase de lactação, onde sua nutrição, até o 3º mês de vida, é baseada essencialmente no leite, apesar do potro já iniciar o consumo de forragens e, eventualmente, concentrado. Mantém-se aqui o mesmo conceito do período gestacional final: alimentar o potro é alimentar a mãe. Sendo assim, mantem-se a mãe com acesso a volumoso de qualidade, complementada com ração concentrada específica para a fase, com sal mineral para equinos e água fresca e limpa à vontade. Eventualmente pode-se ofertar um suplemento vitamínico mineral com aminoácidos. Na fase lactente, deve-se ter muito cuidado com alimentação extra com concentrado ou o mesmo de outros suplementos para o potro, pois seu excesso predispõe às doenças ortopédicas desenvolvimentares. A partir do desmame pode-se ofertar um suplemento vitamínico mineral com aminoácidos, complementando a dieta básica de volumoso, mais concentrado específico para potros, sempre com sal mineral específico para equinos e água fresca e limpa à vontade. A partir dos 36 meses de idade, o potro já pode ser domado da forma correta e treinado para as competi-

ções específicas da raça, respeitando-se sempre o tempo de adaptação de suas estruturas, que, com o treinamento correto, pode demorar até 36 meses para estarem aptas ao esforço físico mais extremo. A Alimentação Equilibrada No quesito alimentação, em qualquer fase da vida, deve ser baseada em volumoso de qualidade, especialmente gramíneas, devendo-se evitar as leguminosas à vontade, como a alfafa, pois possui elevados teores de proteína que podem ser prejudiciais ao bom desempenho e à saúde do animal. A base da dieta é composta ainda de sal mineral específico para equinos e água fresca e limpa à vontade Conforme a categoria animal, a oferta de concentrado deve ser feita com níveis nutricionais diferentes para cada necessidade específica, com produtos de qualidade e que busquem realmente atender à demanda nutricional de forma equilibrada. Atendida estas necessidades, para se ter o melhor desempenho possível pode ainda ser necessário e interessante o uso de suplementos nutricionais específicos que buscam atender pontualmente a demanda metabólica do indivíduo. Existem inúmeros suplementos no mercado, tornando a escolha difícil mesmo para um profissional competente. Sendo assim, o ideal é buscar conhecer as reais necessidades de cada indivíduo e o que determinado produto oferece de benefício ao animal, sem comprometer sua saúde. A seguir, citamos as principais categorias de suplementos nutricionais para equinos e seus benefícios e restrições: • Probióticos São micro-organismos vivos que, introduzidos na dieta alimentar, melhoram a performance zootécnica dos animais. Através destas substâncias, é possível facilitar a absorção de nutrientes pelo animal e promover um manejo adequado. A perfeita atividade da flora intestinal presente naturalmente no apa-

relho digestivo dos equinos, e mais intensamente no IG, permite uma boa utilização digestiva dos alimentos, pois a flora tem um efeito de barreira ecológica à instalação de germes, particularmente os patogênicos que podem trazer graves prejuízos ao animal. A boa higiene digestiva do animal dependerá também do equilíbrio da flora intestinal. Seu uso deve ser contínuo para uma melhor eficácia, pois estes micro-organismos não se reproduzem no aparelho digestivo equino. • Prebiótico São substâncias alimentares não digeríveis pelo organismo animal, que têm como função fortalecer ou estimular o crescimento da flora intestinal saprófita (benéfica), natural ou não do animal, tornando-a mais capacitada para aproveitar os nutrientes oferecidos pelos alimentos. O uso concomitante de probiótico e prebiótico tende a potencializar a eficácia de ambos. Produtos que contenham probiótico e prebiótico são denominados simbióticos. • Suplementos Vitamínicos A suplementação vitamínica para equinos depende de uma série de fatores, pois esta espécie sintetiza toda a vitamina C necessária para o metabolismo, sua microflora digestiva disponibiliza todas as vitaminas do complexo B e vitamina K, as vitaminas A e E são obtidas em quantidade suficiente em forragens verdes e, no caso da vitamina D, bastam 45-50’ de sol diariamente para atender a demanda do animal. Entretanto, o processo de cura ao sol do feno, faz com este alimento perca grande parte das vitaminas A e E presentes na forragem verde. Se o animal se alimenta exclusivamente de feno, a administração extra destas vitaminas pode ser interessante. Além disso, se o animal é submetido frequentemente a situações de estresse, onde possa ocorrer comprometimento de sua microflora digestiva, a oferta de vitaminas do complexo B pode ser apropriada. A administração de vitamina C não se comprovou cientificamente eficaz. • Suplementos Minerais

Além do sal mineral específico para equinos que deve ser ofertado diariamente aos equinos, eventualmente pode ser necessária a administração de mais minerais conforme as circunstâncias, especialmente se falamos de animais atletas. Entretanto, deve-se tomar cuidado pois, devido à inter-relação que os elementos minerais possuem entre si, onde um pode interferir na absorção ou forma de ação de outro, fornecer para um animal saudável apenas um elemento mineral, pode comprometer a performance do animal. Por exemplo, é comum a oferta de suplementos de ferro de forma a incrementar a performance do animal, pois o ferro é responsável pelo transporte de oxigênio para dentro do músculo, diminuindo o efeito fadiga. Porém, além do ferro extra não potencializar a entrada de oxigênio no músculo, o excesso de ferro inibe a absorção de zinco, cobre levando a problemas de carência induzida. Sendo assim, o ideal é fornecer um complexo mineral equilibrado. • Eletrolíticos Eletrólitos são minerais perdidos através do suor. O suor é composto por cerca de 95% de água e 5% de minerais. Destes 5%, quase 95% é cloreto de sódio, sendo o restante composto por cálcio, potássio e magnésio. Para animais atletas em treinamento e competição, estas perdas podem comprometer a performance do animal ou mesmo o retorno do animal ao estado de repouso, afetando a rotina de treinamento. O eletrolítico deve ser fornecido após o exercício físico, quer seja no treinamento ou na competição, e sempre com presença de água, pois esta é fundamental para o processo de absorção dos elementos minerais. Na falta de água, a administração de eletrolítico pode prejudicar a performance do animal. • Suplementos Energéticos São os suplementos compostos por nutrientes que fornecem energia, como lipídeos, carboidratos e proteí-

na. Estes nutrientes são encontrados em todos os alimentos, afinal, tudo o que se ingere como alimento também fornece energia. Os alimentos que possuem maior quantidade de energia, especialmente em virtude de seu elevado teor de carboidrato ou lipídeo, são denominados alimentos energéticos, como a aveia, o milho, óleos vegetais, etc. e são amplamente utilizados na composição de rações de elevado teor energético. Estes alimentos também são a escolha preferencial para se elevar a energia da dieta de um equino. Em razão da especificidade do processo digestório do equino, cuja quantidade de aveia e milho deve ser limitada a 40-50% do concentrado em virtude do elevado teor de amido, deve-se dar preferência aos óleos de origem vegetal para uma melhor disponibilidade energética ao animal, evitando-se os problemas decorrentes do excesso de amido. • Suplementos Proteicos O fornecimento de proteína é fundamental, devendo ocorrer de forma balanceada (sem deficiências nem excessos) de acordo com as exigências de cada animal. Um conceito fundamental quando se fala em cavalo atleta é que o desempenho do cavalo é condicionado ao fornecimento de energia, e não de proteína. Um excesso de proteína na alimentação pode trazer problemas. Uma dieta balanceada deve considerar tudo o que se oferece ao animal, equilibrando-se o concentrado e o volumoso, além dos suplementos oferecidos. Da mesma forma como com a busca pelo equilíbrio energético, é muito mais fácil, econômico, viável e saudável buscarmos o equilíbrio dietético da proteína, priorizando sempre a qualidade do alimento e não sua quantidade, adequando o alimento certo, na quantidade certa às necessidades de cada animal. Suplementos Aminoácidos A principal e primordial fonte de aminoácidos para um animal saudável deve ser a dieta equilibrada, composta por forrageira de boa Revista Mangalarga • Dezembro/2014

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E spaço T écnico - N utrição qualidade, na quantidade adequada às necessidades do animal, complementada por uma ração concentrada de boa qualidade indicada para as necessidades específicas do animal. Não há estudos conclusivos a respeito se a administração exagerada de aminoácidos pode gerar mais desconforto e o surgimento de problemas do que propriamente benefícios, quer sejam maior crescimento ou melhor desempenho para animais saudáveis. No caso de animais submetidos a situações específicas de estresse ou desgaste constante, eventualmente uma suplementação extra pode ser interessante, e muito mais ainda do que o fornecimento de proteína, pois não possui o inconveniente da produção excessiva de amônia. Tendo quantidades adequadas de proteína e, consequentemente de todos os aminoácidos na dieta, oriundas de uma alimentação equilibrada com alimentos de qualidade, o equino terá disponível todo aminoácido necessária para seu desempenho atlético, sendo dispensável sua administração extra. Alguns aminoácidos possuem recomendação específica e usualmente feita, mas sem comprovação científica de sua real necessidade, tais como: • LISINA: é o único aminoácido cujas necessidades são previamente determinadas (40 a 70g diários), porém são facilmente obtidas em uma dieta equilibrada. O grande problema de se ofertar mais lisina que o necessário, é que o excesso de lisina pode levar à carência induzida de outros aminoácidos, como glicina, comprometendo a performance do animal. • TRIPTOFANO: Atua no sistema nervoso central, liberando serotonina, equilibrando a atividade cerebral e o sono. Também tem forte atuação nas intoxicações alimentares. É muito utilizado como ‘calmante’ para cavalos nervosos ou em situações específicas. Diversos estudos questionam essa função nutricional do triptofano, pois não há evidências que a administração extra deste aminoácido, via suplemento, consiga ultrapassar a barreira cefálica de forma eficiente para conseguir esta ação induzida. • BCAA (Branched Chain Amino Acid – Aminoácidos de Cadeia Ra-

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mificada). Existem três aminoácidos, leucina, isoleucina e valina, que possuem ação semelhante e são denominado de cadeia ramificada em virtude de sua fórmula. É atribuída a esses aminoácidos a capacidade de atrasar a fadiga; favorecer a neoglicogênese (formação de glicose por aminoácidos - ciclo alanina-glicose) entre outras funções. Estudos em ratos demonstraram que o efeito benéfico destes aminoácidos ocorrem apenas se os animais forem submetidos a exercícios que se estendam até próximo do momento de fadiga. Se o exercício não for suficiente para levar o animal a tal estado, não foram observados benefícios em sua administração. Entretanto, doses indiscriminadas de BCAA podem ocasionar prejuízos ao estômago e intestino, interferir na absorção de outros aminoácidos pelo organismo e produzir amônia. Não foram bem definidas quais as doses ideais deste complexo aminoácido para o equino. • CARNITINA: não é um aminoácido, mas um complexo derivado da lisina e metionina. Atua naturalmente melhorando o desempenho atlético nos diversos esportes, promovendo melhor aproveitamento energético. Entretanto, não há estudos que comprovem sua eficiência na melhora do desempenho quando adicionado à dieta, exceto em animais com deficiência deste aminoácido ou de seus precursores. Alguns estudos comprovam a melhora do sêmen de garanhões suplementados com L-Carnitina, tanto na quantidade de espermatozoides como na qualidade do sêmen. • CREATINA: não é um aminoácido, mas um complexo derivado de glicina, arginina e metionina. O aumento da concentração de creatina no músculo esquelético resulta em um incremento de energia, síntese proteica e massa muscular. O aumento de massa muscular está diretamente ligado à entrada de água intracelular que a creatina promove. Ao se suplementar um animal com quantidades extras de creatina, eleva-se essa entrada de líquido intracelular, nas células musculares, que aumentam de tamanho, dando a impressão de aumento de massa muscular. Experiências práticas demons-

E spaço T écnico - G enética tram que alguns animais respondem positivamente a uma suplementação diária, nos períodos de treinamento mais intenso, especialmente aqueles com restrição qualitativa de nutrientes, que restringem a formação fisiológica da creatina. Desta forma, deve ser suficiente equilibrar a dieta com nutrientes de origem garantida para se ter o mesmo efeito. Considerações Finais Quaisquer que sejam as necessidades da categoria animal com que trabalhamos, existem variações individuais que podem afetar o aproveitamento dos nutrientes pelo cavalo, tais como raça, temperamento, digestibilidade individual, clima, condições de manejo e instalações, estado geral e de saúde do animal, além, é claro, da qualidade dos alimentos que compõem a dieta diária. A alimentação equilibrada deve ser composta sempre de matérias primas nobres e fórmulas estáveis, isto, a dieta deve variar o menos possível, sendo composta apenas de alimentos de qualidade, para potencializar o efeito do manejo, permitindo a exteriorização máxima da genética do animal. Para isso, deve-se sempre buscar avaliar as necessidade do animal com auxílio de um técnico especializado que deverá considerar os diversos fatores que podem interferir no melhor desempenho nutricional e atlético do cavalo.

André Galvão Cintra, MV, Prof. Esp. Autor do Livro “O Cavalo: Características, Manejo e Alimentação” Coautor do livro “Manual de Gerenciamento Equestre”. E-mail: andre@vongold.com.br. Site: www.vongold.com.br

Transmissão Genética

Série de artigos sobre a importância da genética para a reprodução equina, de autoria do criador Otávio Henrique Zeraik Melo Bueno, prossegue nesta edição abordando o tema da Transmissão Genética.

Gene e molécula de DNA.

A transmissão genética é feita através dos Cromossomos XY, das Células Sexuais do Macho e da Fêmea, na Reprodução Sexuada: CÉLULA: De uma maneira geral pode ser definida como sendo uma entidade que se encontra nos seres vivos, constituídos por uma membrana plasmática do citoplasma e do núcleo. O citoplasma é conhecido geralmente como sendo o “ambiente de trabalho” das células, no envoltório do núcleo, é onde estão localizados os Lissonos, o Complexo de Golgi, o Ribossonos que envolve boa parte da superfície lateral do núcleo, os Centriolos, o Retículo Endoplasmático, os Cristais de Mitocôntria, que

são importantes e necessárias para o bom funcionamento celular. No núcleo das células germinativas, anterior ao processo de Espermatogênese e Ovulogenese, na formação dos GAMETAS, existe um conjunto de filamentos conhecidos por CROMATINA nos testículos do Macho, e nos ovários das Fêmeas, onde se localizam os ”eixos dos Cromossomos”, e os genes respectivamente, sendo estes os responsáveis por toda base genética existente no ser, correspondente aos seus genitores e ancestrais que deram origem. A FECUNDACÃO: Antes de se iniciar os processos de formação dos gametas, pelo processo da Meiose, para formar os espermatozoides e

óvulos que existem no núcleo das células germinativas nos filamentos em forma de espiral que são os eixos e as bases de formação genética dos seres vivos, que são a CROMATINA. Depois de dois Processos complexos, um de divisão celular – Mitose e outra a Meiose, a primeira de multiplicação de células somáticas, sendo que o primeiro significa a divisão celular para formar os gametas. Assim, verifica-se que no Macho existem dois pares de cromossomos em forma de X ou Y, e nas fêmeas os cromossomos são de forma X e X. No momento da Fecundação, cada cromossomo pareia-se de acordo com suas características iguais ao do outro, (“locus Genes sendo todos eles sequenciais“) e com processo da Mitose para formação das céluRevista Mangalarga • Dezembro/2014

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E spaço T écnico - G enética curso da Meiose, que transmitem os caracteres hereditários de cada ser, e constituem unidades definidas na formação de um novo ser. No cruzamento entre as espécies equinas diferentes, como sendo Asno Doméstico (Jumento) com o Cavalo Doméstico, apresentando o 1o com 62 pares de cromossomos e o 2o com 64 pares de cromossomos, faz com que estes não fiquem “pareados”, sendo assim, as células sexuais, não conseguem se formar de maneira satisfatória, fazendo com que a Mula seja estéril. Existem alguns casos de mulas que conseguiram procriar. Outras experiências feitas com a Zebra da Somália, de 46 cromossomos, com cavalos domésticos de 64 cromossomos, todos eles resultaram estéreis. Estudos de citogenéticas demostraram que desse cruzamento o híbrido apresentava 55 pares de cromossomos.

Divisão celular denominada mitose.

las somáticas em situação haploidde, duplicando-se estas para dar-se forma ao novo ser, em situação diplóide. Após o primeiro encontro dessas duas células germinativas, a nova célula formada, dá-se o nome de Zigoto, e desta célula inicial formam-se inúmeras outras células que irão se formar, até definir o Embrião. Assim, quando o espermatozoide entra no Óvulo, ambos os núcleos das células germinativas sofrem um aumento de tamanho, após ter encadeado várias reações químicas no citoplasma das células, facilitando a fusão dos núcleos das células germinativas e encadeando várias reações químicas no citoplasma das células, facilitando a fusão dos núcleos das células germinativas do macho e da fêmea. Essa reação química faz o óvulo inicialmente fecundado, tornar-se mais rígido por liberar mais cálcio, o que explica que outros espermatozoides

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não mais conseguem penetrar no óvulo, ou seja, somente um espermatozoide fecunda o óvulo, e se ele for portador do Cromossomo X combinando com o da fêmea, gera um ser com Célula do tipo XX, portanto o novo ser será de sexo feminino. Se o espermatozoide for portador do Cromossomo Y , e como a fêmea possui somente Cromossomo do tipo X , esta combinação gera um novo ser com célula do tipo XY, e o novo ser será de sexo masculino. Definição de Cromossomo: Por esta pequena introdução, os CROMOSSOMOS surgem durante a formação dos Gametas (espermatozoides para os Machos e óvulos para as Fêmeas) dos núcleos das células sexuais germinativas dos filamentos da CROMATINA que contêm as informações necessárias de um novo ser. Os corpúsculos que aparecem na divisão dos núcleos celulares no

Também cruzaram a Zebra Africana de 44 cromossomos com Jumento de 66 cromossomos. Desse cruzamento resultou um híbrido de 53 cromossomos, também estéril. No ser humano o número de cromossomos é 46. Na espécie Bovina o número de cromossomos é 60. Na espécie Ovina o número de cromossomos é 54. Nos Suínos o número de cromossomos é 38.

Fazendo a divisão dos Cromossomos, entre pares na espécie Equina verifica-se teoricamente que o novo ser recebe influência até a 7a Geração, sendo daí por diante não ser mais possível fazer a

divisão dos cromossomos em números inteiros. Definição de Gene: Como mencionado anteriormente, pode ser definido como uma unidade hereditária ou genética em formas alternativas, responsável pelas diferenças de um determinado caractere, segmento de ácido desoxiribonucléico que codifica a proteína. Estes pequenos corpúsculos comandam os princípios básicos da genética e, como os Genes, estão dentro dos cromossomos, pois tiveram sua origem na CROMATINA. Sua distribuição é bem complexa, ocorre também na fertilização do espermatozoide com o óvulo, formando assim o primeiro embrião (ZIGOTO) e posteriormente o EMBRIÃO, dando novas bases genéticas, com as características herdadas dos genitores, e de seus ancestrais correspondentes. É difícil saber com precisão quantos genes estão embutidos na carga genética total de um equino, mas estima-se que este número deva estar entre 10.000 a 60.000 genes. Estes genes, além de serem importantes na reprodução durante o desenvolvimento do Embrião, são importantes durante toda a vida do animal responsável pela formação das células somáticas (célula do corpo), definindo a estrutura corporal, índole, cor, resistência, inteligência, ligeireza, longevidade, fertilidade e outros atributos que definem o novo ser. No Macho, com a desesperilação da CROMATINA para se formar o Cromossomo, neste apresenta em duas formas; com o formato de Y não só responsável pela definição do tipo de sexo, como também pela herança transmitida a seus descendentes, e pelos seus ancestrais. E com formato X, com uma quantidade de genes maior do que Y. Na Fêmea, também com a deses-

perilação da CROMATINA, para formar o Cromossomo, terá somente o formato de X. Com isso, a fêmea não é responsável pela definição do tipo de sexo, porém é muito importante na herança genética transmitida a seus descendentes. Descobertas genéticas recentes concluíram que a égua (fêmea) contribui mais para a herança do que o garanhão (macho). As estimativas são de que elas contribuem com mais de 10 %. Esta estimativa vem sendo descoberta nos estudos de citogenéticas que tem a ver com a diferença de tamanho que tem as células germinativas do macho e da fêmea, aos cromossomos sexuais, sendo o cromossomo X, é bem maior do que o Y dos machos. Entre os Mamíferos, os cromossomos Y geralmente não possuem muitos genes. Este tipo de cromossomo é mais curto e possui menos genes que o cromossomo X. O cromossomo X, sendo mais longo, possui maior quantidade de genes. Pode-se dizer, aproximadamente, que o Cromossomo X chega a ser mais do que dobro de tamanho do Cromossomo Y. Assim sendo, como no macho, possui o Cromossomo Y, e sendo ele menor do que o Cromossomo X, a transmissão genética se dá mais pela bagagem genética que a fêmea possui. Entretanto, quando os Machos produzem fêmeas, o espermatozoide que fecundou o Óvulo da fêmea, foi do tipo X, com as mesmas propriedades desse cromossomo. Portanto a fixação das características raciais dos Reprodutores se dá através de suas filhas, netas e bisnetas. Nestes, estão contidos os genes, que são “pequenos corpúsculos” responsáveis pela carga genética. Para entendermos melhor e visualizar esta

condição, é como estivéssemos montando vários “pedaços de arames” em de forma de X ou Y, e em seu eixo colocamos pequenos diamantes de forma arredondada, e estes seriam os genes. Na divisão celular das células germinativas do macho e da fêmea pela Meiose, anterior à fecundação, ocorre o chamado “Crossing-over”, que consiste basicamente na troca ou permuta dos genes que estão contidos nos cromossomos vindos do macho e da fêmea e se unem, em suas formas originais de X para as fêmeas, e X ou Y para os machos, assim sendo, se faz a troca desses genes, mesclando-os a carga genética dos genitores, dando uma nova formação para o novo ser, “pela interação desses genes“, após completar todos os processos para formação definitiva do Embrião. Podemos então mencionar que a Meiose e a Mitose, sendo um tipo de reprodução sexuada entre os seres vivos, é um mecanismo gerador de variação genotípica, permitindo a recombinação genética pelo Crossing-Over, permutando a genética do Macho e da Fêmea. Assim sendo, a seleção natural buscou naturalmente preservar este método de divisão celular, pelas infinitas combinações desses genes (“diamantes, colocados nos arames na forma de X ou Y, que são os cromossomos”), o que explica a diferença entre os seres vivos mesmo sendo irmãos próprios, e que na maioria dos casos, possuem bagagem genética diferente entre eles, tendo como consequência os resultados em seus descendentes. Bruce Lowe (Pesquisador Australiano) poderia ter mencionado à época de suas pesquisas, se os estudos de citogenéticas tivessem se desenvolvido o suficiente, que: o Cromossomo X é veículo para transmissão de caracRevista Mangalarga • Dezembro/2014

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E spaço T écnico - G enética

Ocorrência de crossing.

ziram animais ganhadores tinham também sido ganhadoras com boa frequência, sendo que os pais dessas éguas ganhadoras também tinham sido ganhadores (“semelhantes geram semelhantes” - genótipos).

Permuta entre cromatóides homólogas.

terísticas de famílias. Assim, o Cromossomo X é verdadeiramente puro e feminino em todo o trajeto para formação de novos indivíduos. Assim o pesquisador Bruce Lowe em suas várias observações, postulou que um garanhão “muito inteligente” herda sua capacidade de sua Mãe. Portanto se a família é extremamente desejada por suas características extrínsecas e intrínsecas, então o Garanhão e a Égua deverão ser tiradores genéticos da mesma família, ou seja, terão que ser necessariamente pertencentes à mesma família, fornecendo material genético a seus descendentes. O Pedigree do garanhão e ele mesmo devem ser de tal maneira, que complete ao da égua.

grees de éguas famosas procurando a consanguinidade em certas linhas, pois a fêmea, como já sabemos, é a grande responsável pela transmissão das boas qualidades a seus descendentes. Os Hipólogos de cavalos Puro Sangue Inglês, com seus vários estudos, pesquisas durante bom período, concluíram a importância do genotípico da Matriz, sendo que os reprodutores venham a completar as qualidades da fêmea.

Assim sendo, é importante estudar de maneira técnica-cientifica os Pedigrees dos Animais, para termos um bom resultado na criação.

Não devemos esquecer que o Genótipo está relacionado com a conformação, ou seja, o Genótipo “espelha-se” no Fenótipo. A herança é uma chance, em alguns casos, são perdidos durante o caminho para formação de novos indivíduos, entretanto em outros, são portadores e transmissores de grandes qualidades por várias gerações.

Deve-se portanto, procurar Pedi-

Uma pesquisa feita pelo Ame-

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ricano Charles Leicester, indicou que mesmo os Grandes Vencedores mais altamente consanguíneos que a população geral, os parentes destes eram mais altamente consanguíneos que eles próprios. Este estudo exemplifica entre a predominância e heterose. Mostra em uma tabela que os animais consanguíneos até a 5a geração tinham mais vitórias nos Clássicos de corridas à época do que os animais de mesma consanguinidade da 4a geração, e os animais fora de padrão, eram mais vencedores, mas estes não se mostravam bons reprodutores, não davam continuidade a nenhuma criação. Devemos mencionar o trabalho feito por Thomas e Donald Hess, em que demonstraram que a consanguinidade mais estreita mantém as qualidades de seus pais (Paternos e Maternos). Utilizaram para isso, em sua pesquisa, animais Puro-Sangue-Inglês, da Inglaterra e Irlanda, e concluíram que as éguas que produ-

Verificou-se nesse estudo, quando havia repetição de um determinado ancestral comum na linha Paterna e Materna, até a 5a geração, o resultado era de um animal ganhador. Estes animais se mostravam também corredores, repetindo praticamente os resultados do ancestral comum, que se mostraram como excelentes corredores, confirmando também o trabalho realizado por Charles Leicester. A Consanguinidade busca a dominância: compara o diamante com pedaços de carvão, apesar de que diamantes e carvão são feitos de átomos de carbono idênticos, o diamante tem uma perfeição rara de sua estrutura molecular, e isso conta com seu grande valor. Assim é com o cavalo dominante: os genes são de uma qualidade rara devido a sua estrutura molecular esplêndida (“qualidade do diamante superior – puro”). Com esta comparação, é oportuno lembrar que os ”Diamantes” são eternos, enquanto o “carvão” tem sua duração diminuta.

O criador de sucesso deve ser capaz de dominar no estreito caminho entre heterose e predominância. Ambas são importantes no desenvolvimento de um rebanho ou manadas realmente de alta qualidade, mesmo que heterose e predominância sejam antagônicas entre si. Manter o balanço entre os dois tem sido comumente citado como a ciência da criação do cavalo. Nesse mesmo sentido, os hipólogos do cavalo PSI denominam como se tivéssemos um movimento pendular para manter-se as famílias de grande qualidade zootécnica. João Francisco Diniz Junqueira, professor de José Oswaldo Junqueira, aplicava naquela época esse princípio, quando em determinado momento de sua criação, com utilização do cavalo SHEIK, sentiu a necessidade do uso de outros garanhões, como PREDILETO, ABSINTO SM, INVASOR SM e GALANTE. Do resultado desses novos animais, voltou a utilizar novamente o cavalo SHEIK. O tempo se encarregou de mostrar que ele estava certo, pois o cavalo SHEIK acasalado com as filhas de ABSINTO SM, deixou uma descendência exemplar, que perdura até os dias atuais. Também José Oswaldo Junqueira aplicou esse princípio, pois em determinado momento de sua criação utilizou o garanhão NAIROBI MANGALARGA em éguas filhas de TURBANTE JO, obtendo um resultado excelente na atual modernidade dos cavalos da Raça Mangalarga. Nesta mesma linha, lembra-nos com muita propriedade que o Dr. WILLIAN E. JONES, quando estava completando sua tese de Doutorado em Genética Animal, sob a orientação do Dr. Raph Bogart em Oregon State University, Califórnia USA. “O criador de sucesso deve ser capaz de dominar no estreito caminho entre Heterose (animais não consanguíneos) e Predominância (animais con-

sanguíneos). Ambas são importantes no desenvolvimento de um rebanho ou manada realmente de qualidade, mesmo que heterose e predominância sejam antagônicas entre si. Manter o balanço entre os dois tem sido comumente citada como a ciência da criação do cavalo.” Um método utilizado para que possamos interpretar se os acasalamentos realizados foram feitos de forma adequada é o uso da Média Aritmética dos Índices Seletivos dos Ancestrais que pertencem à genealogia do animal. Por este processo Matemático, pesquisamos o ancestral que mais influência teve na formação de um determinado reprodutor ou matriz, adotando como fator ou Índice Seletivo a Nota Atribuída pela Associação com relação ao andamento ou aspectos de morfologia de seus ancestrais até a 7a geração, ou de outros atributos que julgarem ser necessário. O valor final do animal em estudo será obtido pela média aritmética de todos os ancestrais até a 7ª geração. Através de uma planilha eletrônica EXCEL, é possível obter o resultado final, que poderá ser chamado de PVG (Provável Valor Genético).

Referência Bibliográfica: L’inbreeding et L’out-crossing (Consanguinidade e Cruzamento), nos Cavalos Anglo-Árabes e Trotador Francês, Edouard Nicard, Editora Mazeron Freres (1912). Genética e Criação de Cavalos, Dr. Willian E. Jones, Tese de doutoramento em genética animal (Edição de 1987).

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A

A comercialização do Mangalarga através dos tempos

Refugos e Cabeceiras

A sensação de que um refugo tem que ser vendido logo pode mudar. Afinal, ele pode ser a cabeceira para um mercado específico.

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muitas vezes são irmãos próprios dos grandes campeões? Estes normalmente são “descartados” sendo vendidos. É o correto, é o que se deve fazer mesmo. Mas, talvez possamos ainda pensar em agregar mais valor a estes cavalos, que podem ser comercializados por preços até mais altos se forem preparados para clientes que estão cada vez mais entrando no nosso mercado: os proprietários de um cavalo, que passeiam, fazem provas, andam a cavalo nos finais de semana somente. Não têm técnica de equitação de qualidade, mas investem tudo no cavalo que têm. Este público cresce por semana no mundo, não somente no Brasil. Mais de 80% das pessoas que andam a cavalo fazem isto por lazer, por prazer, por hobby. E precisam de cavalos que atendam a esta demanda! Mas o que é um cavalo preparado para este perfil de público? Talvez seja um cavalo que saiba fazer coisas que nunca pensamos que seria importante, como encostar em um banco para o cavaleiro montar, ficar parado e deixar o cavaleiro colocar uma capa de chuva, entrar em trailers sem qualquer reação de medo ou fuga, ser um cavalo que não seja assustado, saber andar ao passo, marcha, galope sem pesar nas rédeas, deixar ser montado dos dois

lados, ficar parado para ser encilhado, responder a todos os comandos com leveza, deixar qualquer pessoa montar independente de técnica, enfim, coisas que sabemos que muitos cavalos já apresentam, mas que muitos não apresentam. Se um cavalo sabe fazer tudo isto, tem em seu “currículo” habilidades importantes que agregam muito a quem vai comprar. É o novo perfil de clientes que deseja isto. O que estamos falando, então, é que a sensação de que um refugo tem que ser vendido logo pode mudar. E ele pode ser a cabeceira para um mercado específico. E sendo a cabeceira para um mercado específico, imagine que o cliente vai comprar um irmão de um campeão nacional que vem com um monte de habilidades que agregam muito valor a este cavalo. Talvez devamos pensar um pouco ao contrário. Se temos volume de cavalos em um haras, porque não tratar e treinar todos desta forma, e depois separarmos a cabeceira para os campeonatos. Apostar que todos são cabeceiras pode significar até mesmo perda de tempo. Apostar que todos são refugos também. Tratar e treinar todos iguais significa ganhar tempo, pois a cabeceira vai se destacar mesmo, e todos ganham valor.

Antigamente toda visita era uma quase-venda e a arte da negociação de cavalos era exercida com muita desenvoltura. Na minha infância eu convivi com criadores fazendeiros, amantes de um bom cavalo. A conversa era super agradável, rica em detalhes, tais como pedigree, e detalhada nas características pessoais (se é possível ser pessoal em se tratando de cavalos). Não havia outro assunto e se a conversa desviasse, meu avô logo bradava: “Vamos colocar uma égua nessa conversa!!”. Os velhos criadores saudosistas sempre comentavam detalhes da prole deste ou outro garanhão, assim como procuravam descobrir qual o novo produto das éguas barrigas-de-ouro.

Foto: Divulgação.

Todo haras cria cavalos que são planejados desde a escolha do cruzamento, trato das éguas matrizes e receptoras, dos potros que nascem e de todo o processo de criação que todos sabem. Todo haras cria na esperança de criar o craque. De certa maneira é o que alimenta a criação de cavalos no mundo, e é o que faz com que a “roda do mercado” gire sempre. Nascem esperanças, crescem confirmações ou não, e assim vai indo o mercado. Criar é uma mistura de poesia e realidade, com choques grandes de alegria e decepção, às vezes altos investimentos em nada, às vezes baixos investimentos em um campeão. É realmente um campo incrível que mexe com vaidade, ego, prazer, alegria e principalmente, se não for bem tocada, com o bolso do criador. Todos conhecemos ex-criadores, que começaram forte, não aguentaram e pararam. Todos conhecemos os tradicionais, que criam há muitos e muitos anos, e que somem, voltam, reaparecem, ganham, perdem, mas não páram de criar. É assim mesmo em todas as raças. Criar já foi (e ainda é para alugns) um hobby onde se gasta e não se visa lucro. Para outros pode ser um negócio, e para outros ainda, começa como um hobby e vira um negócio. Independentemente da forma ou da ideia que o criador tenha, existe um fato que é comum a todos: nascem cavalos bons e cavalos ruins. São os chamados “refugos” e “cabeceiras”. E este é um dilema: até quando definir o que é refugo do que é cabeceira? Um antigo criador de cavalos uma vez me disse a seguinte frase: “A qualidade da criação de um haras está diretamente ligada à coragem do criador em descartar cavalos”. No fundo é verdade. Não é a maioria que é cabeceira, mas sim a minoria. Só um ganha, só um vira campeão. O que fazer com todos os outros, que

Aluisio Marins, MV Universidade do Cavalo www.universidadedocavalo.com.br

voz do criador

Não era fácil conhecer os potros promissores, porque havia o medo de aparecer “um olho gordo” ou “um seca-pimenteira” e a admiração desandar numa diarreia ou algo pior. Sempre ansiosos por montar as éguas que iriam participar das pistas próximas, assim como observavam os potros e potras que poderiam vir a “estrear” no ano. Toda visita era uma quase-

-venda e era muito difícil descobrir qual a potra cobiçada para compra, porque a arte da negociação de cavalos era exercida com muita desenvoltura. Os candidatos a compradores conheciam a potra que estava à venda e barganhavam o preço durante horas, para só no final elegantemente soltarem: “Estou propenso a comprar essa potra, mas como estou vindo de longe tenho que aproveitar o carreto e levar aquela outra junto!!”... Nessa hora estava dada a largada numa disputa em que ninguém mais sabia onde iria parar a força da compra ou a teimosia do vendedor.

Meu avô sonhava com o Mangalarga com acesso Nacional, o que acabou acontecendo com o advento da Transferência de Embriões e a facilidade da venda em Leilão. O formato da venda mudou, e o Leilão conseguiu agradar a todos, visto que o comprador leva uma estrela pagando pequenas e eternas parcelas, e o vendedor pode anunciar a todos que vendeu sua obra prima por um preço estupendo. O melhor dos mundos.

Hoje tudo isso parece um romance, os criadores pouco se visitam e os técnicos assumiram o encargo pela procura da qualidade, ou mesmo o planejamento de um plantel. Os animais são vistos a qualquer hora, pelas redes sociais virtuais, os julgamentos são acompanhados em tempo real, via net, e o próprio andamento dos Mangalargas julgados são examinados em “slow motion”, de uma forma tão científica que era inimaginável.

José Oswaldo Junqueira Fleury (Juca) Autor do Livro “JO – No caminho das pedras” Associado Nº 00726 Revista Mangalarga • Dezembro/2014

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P rofissional

de

S ucesso

Por Pedro Rebouças

Fotos: Arquivo Pessoal.

Roque Carlos Nogueira Responsável pela doma e apresentação de alguns dos principais baluartes da raça, o cavaleiro discípulo de José Oswaldo Junqueira construiu uma trajetória ímpar no universo do Cavalo de Sela Brasileiro

Empinando com o Grande Campeão Tropical.

Roque Carlos Nogueira, o Mamão, iniciou sua trajetória no universo mangalarguista ainda muito novo. Afinal, teve o privilégio de nascer na Fazenda Santa Amélia, de propriedade do lendário criador José Oswaldo Junqueira, que muito influenciou em sua formação como profissional e cavaleiro. “O ‘seu’ José Oswaldo me influenciou em praticamente tudo, porque eu perdi meu pai aos cinco anos, então toda a orientação que eu recebi na vida foi dele. Ele influenciou tanto o cavaleiro Mamão quanto o homem Roque Carlos Nogueira. Como era um grande cavaleiro, me ensinou e transmitiu os seus conhecimentos de como montar a cavalo. Também costumava corrigir meus defeitos por meio de fotografias. Tirávamos es-

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sas fotos todos os meses para ele me apontar os erros”, revela o renomado apresentador e ginete, que hoje se dedica à atividade de criador no Haras ZCM, do qual é titular em sociedade com o amigo José Lamartine Moreira Cintra. O próprio apelido Mamão foi cunhado por José Oswaldo Junqueira. “Muita gente pensa que é por causa da fruta, mas não tem nada a ver. Como eu perdi meu pai muito cedo, fui criado praticamente dentro da casa do ‘seu’ José. Muitas vezes ele saía e me levava junto. Assim, quando começava a demorar, eu começava a reclamar, porque ainda mamava na mamadeira. Aí ele falava ‘mas você é mamão, hein’. E o apelido ficou para a vida toda.” Mamão conta ainda que sua liga-

ção com cavalos começou por volta de 1951, quando tinha cerca de seis anos de idade. “Naquela época eu já gostava de cavalo e o ‘seu’ Zé costumava nos incentivar. Um pouco mais tarde, quando eu tinha por volta de oito anos, ele me deu um cavalinho piquira e disse pra mim: ‘Esse é teu, mas você tem que domá-lo’. A partir daí começou meu gosto pelo cavalo.” Com o passar dos anos e o crescente envolvimento com os equinos, Mamão tornou-se naturalmente cavaleiro e apresentador da Fazenda Santa Amélia, propriedade localizada em São José do Rio Pardo, no interior paulista. “Foi um negócio meio que previsto. Em 1956, o ‘seu’ José Oswaldo fez uma viagem aos Estados Unidos e quando ele retornou me chamou no escritório e disse o seguinte:

‘Se eu contar o que vi lá ninguém aqui acredita, mas você tem obrigação de acreditar. Aqui no Brasil para comprar um Ford Fairlane tenho que vender 15 potros, lá nos Estados Unidos para comprar um potro é preciso vender cinco Ford Fairlane. Além disso, lá o cavaleiro vai para o haras em carro do ano. Isso vai acontecer aqui também, por isso você tem que estar preparado”, conta o renomado cavaleiro, que começou a frequentar as exposições como tratador por volta de 1954 e estreou como apresentador em 1959, no parque da Água Branca, em São Paulo. O trabalho e a parceria com o criador José Oswaldo Junqueira viriam a dar excepcionais resultados nos anos seguintes, com importantes conquistas nas pistas de julgamento e a consagração de uma incrível série de animais. “Eu domei parte dos cavalos mais importantes da raça, como Gigante JO, Chapéu JO, Paladino JO, Cocar JO, Turbante JO e Tropical JO, todos Grandes Campeões Nacionais. Isso sem contar que tenho três títulos de Grande Campeão dos Campeões da Semana Nacional do Cavalo, uma exposição que envolvia inúmeras raças e era promovida pela Comissão Coordenadora da Criação do Cavalo Nacional (CCCCN). Esses três títulos foram obtidos com o Gigante, no ano de 1965 em Porto Alegre (RS), com o Mamão com a renomada matriz Pluma SM.

Primeiro à direita da foto, com José Oswaldo e família.

Estádio, no ano de 1966 em Curitiba (PR), e com o Chapéu, no ano de 1968 em Belo Horizonte (MG)”, destaca Mamão. Entretanto, no ano de 1979, o bem-sucedido profissional, considerado à época o melhor cavaleiro do Brasil, decidiu partir rumo a novos desafios e em busca de uma melhor remuneração. “Esta saída foi muito difícil porque eu gostava muito do seu José Oswaldo. Nós conversamos muito e chegamos à conclusão de que seria o melhor para mim. Recebi então muitas ofertas, no entanto optei por ir para o Haras Barretos, no qual fiquei por sete anos, levando-o ao terceiro lugar no ranking da Man-

galarga. Em seguida, trabalhei oito anos para a Associação, como diretor do Centro Mangalarga Brasileiro, o CMB, e depois fiquei três anos nos Estados Unidos trabalhando com Mangalarga também.” No país da América do Norte, Mamão recebeu uma forte impressão da cultura equestre local. “Foi uma experiência muito boa, porque lá o cavalo tem que provar que é capaz. E nós conseguimos fazer isso. Praticávamos enduro de regularidade com animais da raça e chegamos a colocar quatro Mangalargas entre o segundo e o quinto lugar em uma prova que contou com 96 conjuntos”, destaca. Contudo, a ocasião inesquecível da carreira de Mamão viria a acontecer justamente em seu retorno ao Brasil. “Quando voltei dos Estados Unidos, em 1997, o ‘seu’ José Oswaldo me convidou para cuidar da tropa dele. Pouco tempo depois, em 1999, fiz o Topázio JO Grande Campeão Nacional. Para mim, esse foi o ápice da minha carreira, porque fiquei 19 anos fora da Fazenda Santa Amélia e nesse período ela não ganhou nenhum título de Grande Campeão Nacional Cavalo. Então esse é um momento que eu nunca vou esquecer.” Hoje, Mamão se dedica à seleção do cavalo Mangalarga na ZCM Agropecuária, localizada em Joanópolis, no interior paulista. “Quando eu voltei dos Estados Unidos, o ‘seu’ José Oswaldo me propôs uma parRevista Mangalarga • Dezembro/2014

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P rofissional

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ceria nos animais para voltarmos a trabalhar juntos. Assim, anos depois, quando ele veio a falecer, eu tinha animais excepcionais mas não tinha condições de tocar. Então eu fiz a parceria com o José Lamartine que resultou na ZCM.” Por sua vez, José Lamartine Filho, o Zequinha, lembra que “a ZCM surgiu da fusão entre a marca ‘ZC’, iniciada há quase 60 anos por meu pai, José Lamartine Moreira Cintra, e a marca ‘Do Mamão’, comandada pelo Roque Carlos Nogueira, o Mamão, um dos maiores conhecedores do cavalo Mangalarga em todo país”. Ainda segundo o jovem criador, a fundação do criatório representou a união de uma grande vontade de criar em

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Conduzindo o famoso Turbante JO.

alto nível com um profundo conhecimento da raça, tudo isso alicerçado em uma amizade de mais de 40 anos. Como não poderia deixar de ser,

Marcelo Boaro, José dos Santos (Baiano), Roque Carlos (Mamão) e José Freire (Zequinha).

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Fotos: Divulgação

38ª Expolins

Com Chapéu, Grande Campeão entre 12 raças na Semana Nacional do Cavalo.

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a criação ZCM reflete o gosto de Mamão pela funcionalidade. “Eu desejo um cavalo completo. Às vezes, vejo algumas pessoas selecionando um cavalo de pista. Para mim, entretanto, o cavalo tem que ser de pista, mas tem que ser de trabalho também. Se precisar correr num espaço apertado, pegar um boi, ele tem que estar pronto. Isso que eu acho importante, criar um cavalo funcional, um cavalo que atenda todas as necessidades, seja lida de gado ou cavalgada. Eu tenho um cavalo que está com 27 anos. Esse animal, em uma ocasião saiu do Centro Mangalarga e foi até a Fazenda Sobrado, que pertencia ao Tatinho (Clodoaldo Antonangelo), presidente da ABCCRM naquela época, percorrendo 120 quilômetros em uma noite. Então, este é o tipo de cavalo que eu desejo e não o cavalo que fica frouxo depois de andar meia hora numa pista, pra mim isso não serve.” Montando Gigante, Grande Campeão Nacional em 1962.

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Fotos: Norberto Cândido.

36ª Exposição Nacional

Parque Fernando Costa - 19 a 27 de setembro - Franca

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Fotos: Norberto Cândido.

Jantar dos 80 Anos da ABCCRM 25 de setembro de 2014 - Espaço Madeiro - Franca (SP)

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Fotos: Norberto Cândido.

Nova Geração Mangalarguista 19 a 27 de outubro de 2014 XXXVI Nacional Mangalarga

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Fotos: Norberto Cândido.

Presença Feminina

19 a 27 de setembro de 2014 - 36ª Nacional Mangalarga

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Fotos: Norberto Cândido.

Etapa Final da Copa Mangalarga de Andamento 24 e 25 de outubro de 2014

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Fotos: Norberto Cândido.

Leilão Pérolas Mangalarga 05 de julho de 2014 Haras Cerávolo Paoliello - Guaxupé (MG)

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Fotos: Norberto Cândido.

Exposição de São João da Boa Vista 10 a 12 de julho de 2014

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Fotos: Norberto Cândido.

Exposição de Guaxupé 4 a 6 de julho de 2014

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E spaço E mpresarial Fotos: Norberto Cândido.

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Í ndice

de

A nunciantes

Haras DTL Página 02

Haras Equus Página 05

Haras Orgin Página 07

R evista M angalarga

Página 13

Haras Zarif e Filhos Página 15

ZCM Agropecuária Página 23

Haras EFI Página 28

Haras Piratininga Página 32

Haras Lagoinha

E dição

de

A gosto

Haras Braido

Haras Corumbau

Página 60

Página 100

Haras Atibaiense

Haras Pitanga

Página 63

Haras Germana Página 65

Fazenda São Pedro

Haras Sítio Grande

Página 103

Haras Precioso Página 105

Fazenda Vassoural Página 107

Página 67

Haras Forsteck

Haras Águia do Vale Página 109

Página 71

Nova Vedovati Página 75

Haras Machado Página 113

Haras Josilmar Página 78

Mangalarga Patriota Página 119

Galeria Uniformes

Página 37

Página 81

Haras Anauê

Fazenda Caldeirão da Serra

Haras Três Rios

Página 121

Página 82

Estância Remaza

Haras A.E.J.

3ª Capa

Página 45

Haras Gadu Página 50

JLC Projetos Página 55

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Página 87

Haras HEF

Haras Cerávolo Paoliello

Página 99

4ª Capa

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