Ă? NDICE
E DITORIAL ESPAÇO TÉCNICO
PANORAMA MANGALARGA Mangalarga Fest ............................................................. 8 Celebração Paraense ................................................... 12 SimpĂłsio Mangalarga ................................................... 14 NotĂcias do Rio Grande ................................................. 18 Monty Roberts ............................................................... 20 Destaque na MĂdia ........................................................ 22 Mangalarga na Festa do PeĂŁo de Barretos .................. 24 Centro de Equitação Adaptada .................................... 26 30Âş Rodeio Internacional de Vacaria ............................. 28 Preservação GenĂŠtica ................................................... 30 Grandes CampeĂľes da Copa Janga Mangalarga ................................................................... 32 Galeria dos Grandes CampeĂľes .................................. 38 Copa Janga Mangalarga .............................................. 40
CIRCUITO DE EXPOSIÇÕES Exposição de São Paulo ............................................... 42 Temporada Movimentada ............................................. 46
LAZER & CULTURA O Mangalarga por Hans Haudenschild ........................ 48
TERRITĂ“RIO CAVALGADA 24ÂŞ Cuecada ................................................................. 50 15ÂŞ Cavalgada Amigos do Mangalarga ........................ 52 Cavalgada da Aleluia .................................................... 56 Cavalgada JundiaĂ a Aparecida.................................... 58 Viajar a Cavalo .............................................................. 58
ABCCRM Origem do Mangalarga ................................................. 60 CalendĂĄrio Comemorativo............................................. 63
A VOZ DO CRIADOR Qual ĂŠ o Mangalarga que queremos legar aos nossos netos? ......................................................... 66
ASSOCIAĂ‡ĂƒO BRASILEIRA DE CRIADORES DE CAVALOS DA RAÇA MANGALARGA DIRETORIA EXECUTIVA - TRIĂŠNIO 2012/2014
LuĂs Augusto de Camargo Ă“pice
PRESIDENTE MĂĄrio A. Barbosa Neto
DIRETORIA JOVEM João Pacheco Galvão de França Filho JosÊ Bueno de Camargo Filho Luiz Alberto Patriota de Araujo Costa
1º VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO Nelson Antônio Braido 2º VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO Francisco Marcolino Diniz Junqueira 1º VICE-PRESIDENTE OPERACIONAL João Pacheco Galvão de França
DIRETORIA JURĂ?DICA AntĂ´nio Carlos Pestili Fonseca Lauro CĂŠsar Goulart Fonseca Renato Tardioli Lucio de Lima
2Âş VICE-PRESIDENTE OPERACIONAL Gabriel F. Junqueira de Andrade
DIRETORIA DE NOVOS CRIADORES Pedro Roberto de Paula Ricardo da Silva Erthal
DIRETORIA ADJUNTA
DIRETORIA DE NĂšCLEOS Adalberto Borges Cunha Jivago Nascimento Queiroz
Diretoria de Cavalgada Jairo Hamilton Domingues Leandro Pasqualini de Carvalho
DIRETORIA DE PELAGEM Marisa IĂłrio Correa da Costa
DIRETORIA DE COMUNICAĂ‡ĂƒO E MARKETING JoĂŁo Luis Ribeiro Frugis Luiz Gustavo Alves Esteves
DIRETORIA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Cassiano Terra Simão Renato Diniz Junqueira
DIRETORIA DE EVENTOS Marcos Sampaio de Almeida Prado DIRETORIA DE EXPOSIĂ‡ĂƒO E COPAS Almiro Esteves Netto Eduardo H. Souza de França JosĂŠ Lamartine Moreira Cintra Filho Paulo Francisco Gomes Della Torre
CONSELHO SUPERIOR DE ADMINISTRAĂ‡ĂƒO MEMBROS ELEITOS Arnaldo de Almeida Prado Filho Cristina Junqueira Fleury JoĂŁo Carlos Matta LuĂs Cintra Sutherland Osvaldo Juliano
DIRETORIA DE FOMENTO Danton Guttemberg de Andrade Filho
MEMBROS EFETIVOS CĂŠlio Ashcar
CadĂŞ o motor e a “transmissĂŁoâ€? do Cavalo Mangalarga? ..................................................... 68 A Revolução Silenciosa ................................................. 70 A QuestĂŁo das RĂŠdeas no Mangalarga ........................ 72 “Cara Inchadaâ€? .............................................................. 76
ENTREVISTA ESPECIAL JoĂŁo Pedro Rodrigues................................................... 78
HARAS EM DESTAQUE CASS Mangalarga ......................................................... 82
MANGALARGA COLORIDO Coaching SistĂŞmico com Cavalos ................................ 85
PROFISSIONAL DE SUCESSO SĂŠrgio Luiz Santos Silva ................................................ 88
MERCADO & FINANÇAS 4º Leilão Haras RM ........................................................ 91 Leilão Sul de Minas ....................................................... 91 Negócios em Alta .......................................................... 92
PARCERIAS DE SUCESSO Royal Horse ................................................................... 94 Chevrolet ....................................................................... 95 Budweiser ..................................................................... 96 Notre Dame IntermĂŠdica ............................................... 97
MOMENTO SOCIAL Exposição Mangalarga de SĂŁo Paulo ........................... 98 Mangalarga Fest 2013 ................................................ 102 Copa Janga Mangalarga ............................................ 105 1Âş SimpĂłsio do NĂşcleo Sul de Minas e MĂŠdia Mogiana ........................................................ 108 Lançamento do Livro “Mangalarga Retratos por Hans Haudenschildâ€?............................... 110
ABCCR MANGALARGA !V &RANCISCO -ATARAZZO s 0AVILHĂ?O h$R &AUSTO 3IMĂœESv s 0ARQUE DA ÂŤGUA "RANCA 3Ă?O 0AULO 30 s %NVIO DE #ORRESPONDĂ?NCIAS Exclusivamente Caixa Postal 61016 - CEP: 05001-970
Celso Galetti MontalvĂŁo Clodoaldo Antonângelo Eduardo Diniz Junqueira Élio Sacco Felipe de Paula Cavalcanti de Albuquerque Lacerda Filho FlĂĄvio Diniz Junqueira Francisco Marcolino Diniz Junqueira Geraldo Diniz Junqueira Ivan AntĂ´nio Aidar Luiz Eduardo Batalha MĂĄrio Alves Barbosa Neto Ottorino Marini Reginaldo Bertholino Renato Diniz Junqueira Sergio Luiz Dobarrio de Paiva - Presidente CONSELHO DELIBERATIVO TÉCNICO TÉCNICOS AttĂlio D’Angieri Neto JoĂŁo Batista da Silva Quadros Josiane Cardoso Matta Vidotti Marcelo Leite Vasco de Toledo Maria Aracy Tavares de Oliva Thomas Nogueira NegrĂŁo D’Angieri NĂƒO TÉCNICOS Israel IraĂdes da Costa JosĂŠ Luiz Prandini Marcelo Cruz Martins Junqueira Paulo CĂŠsar Puttini Victor Arnaldo Torresan JĂşnior
SERVIÇO DE REGISTRO GENEALÓGICO - STUD BOOK SUPERINTENDENTE DO SERVIÇO DE REGISTRO GENEALÓGICO Jayme Ignåcio Rehder Netto
REVISTA MANGALARGA PUBLICIDADE Norberto Cândido norberto.candido@abccrm.com.br EDIĂ‡ĂƒO E REDAĂ‡ĂƒO Pedro Camargo Rebouças pedro.reboucas@abccrm.com.br REDAĂ‡ĂƒO E ARTE Carolina Rodrigues carolina.rodrigues@abccrm.com.br DEPARTAMENTO DE EXPOSIÇÕES Francisco Bezerra Felipe Ferreira DIAGRAMAĂ‡ĂƒO E PROJETO GRĂ FICO Marcelo de Brito - Dbrito Design marcelo@dbritodesign.com Fone: 11 7872-5300 IMPRESSĂƒO Mais Type
Rumo aos 80 anos! Amigos mangalarguistas, O ano que se inicia ĂŠ um ano muito importante para a ABCCRM, pois em 25 de setembro estaremos completando 80 anos da fundação de nossa Associação. Desde a fundação atĂŠ hoje, com as diversas administraçþes que passaram pela mesma, a histĂłria dos cavalos Mangalargas se confunde com a histĂłria de nosso paĂs. Nos primĂłrdios da raça, durante o decorrer do sĂŠculo XIX, os Mangalargas foram utilizados como um indispensĂĄvel meio de transporte e como elemento fundamental para as caçadas, conhecendo ĂĄreas novas do Brasil. Depois, foram muito utilizados para acompanhar o desenvolvimento da pecuĂĄria pelo Centro, Centro-Oeste e Norte do paĂs, trazendo uma grande contribuição para o desenvolvimento de nossa pĂĄtria. Evidentemente ao longo desses 80 anos tivemos perĂodos de menor e de maior desenvolvimento, mas a ABCCRM sempre lutou para a melhoria de nossos animais com exposiçþes, copas, provas funcionais e na lida diĂĄria de milhares de propriedades agrĂcolas pelo paĂs. Ressalto e chamo a atenção de que nossa querida associação ĂŠ uma das mais antigas do Brasil, e continua grande e valorizada, pelos associados, Ăşnica razĂŁo de existir das associaçþes. Para este ano temos diversas atividades jĂĄ programadas, tais como a Exposição de SĂŁo Paulo, que abre as comemoraçþes dos 80 anos da ABCCRM, e a Exposição Brasileira, marcada para acontecer este ano na cidade de Goiânia (GO). AlĂŠm disso, teremos uma
movimentada temporada da Copa Janga Mangalarga de Andamento, cujo calendĂĄrio jĂĄ conta com oito etapas abertas e dez regionais. Nossa Exposição Nacional, por sua vez, serĂĄ realizada de 18 a 27 de setembro, novamente na cidade de Franca (SP), que oferece condiçþes Ăşnicas tanto para nossos animais como para nossos associados, com um belĂssimo parque e um carinho Ămpar para com nossa Associação. Nossos animais atingiram um nĂvel tĂŁo alto que criadores de outras raças os tĂŞm utilizado de forma fraudulenta, fato que estĂĄ sendo objeto de investigação dos ĂłrgĂŁos competentes e que jĂĄ foi objeto de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com uma entidade de outra raça. Continuamos atentos e vigilantes na defesa de nossos interesses, pois o maior patrimĂ´nio que temos ĂŠ nossa genĂŠtica. Vejo com alegria o crescimento da ABCCRM nesses Ăşltimos tempos, com exposiçþes em nĂşmero crescente, provas, copas, utilização do nosso cavalo, leilĂľes e etc... Para continuarmos nesta toada, mais uma vez conclamo todos mangalarguistas a participarem ativamente da Associação, trazerem suas crĂticas e sugestĂľes e a usarem seus animais para passeio, excursĂľes e cavalgadas. Registro tambĂŠm a importante iniciativa do NĂşcleo de GuaxupĂŠ (MG), que recentemente realizou um simpĂłsio para melhor conhecimento do cavalo Mangalarga, com vĂĄrios criadores estudando e praticando um pouco de como se analisam e se julgam os nossos animais, e estimulo aos outros nĂşcleos que te-
nham iniciativas semelhantes. A Mangalarga Fest realizada em dezembro passado foi muito animada e deve ser a primeira de uma nova sĂŠrie de comemoraçþes nas quais o espĂrito de congraçamento e amizade da FamĂlia Mangalarga estarĂĄ sempre em primeiro lugar. Por tudo isso, tenho certeza que teremos um ano inesquecĂvel, no qual colocaremos o Cavalo de Sela Brasileiro em um novo patamar, fazendo jus ao trabalho de todos os mangalarguistas que se dedicaram ao sucesso da raça nesses 80 anos de existĂŞncia de nossa Associação.
Grande abraço e pÊ no estribo, Mårio Barbosa
TĂpica do Otnacer
A capa desta edição traz a premiada ĂŠgua TĂpica DO /TNACER UMA kLHA DE 0R½MIO DO /TNACER 4 % EM Zâmbia M.S.1, retratada pelo consagrado fotĂłgrafo MĂĄrcio Mitsuishi. Destaque do plantel do Projeto CASS Mangalarga, comandado pelo criador Cassiano Terra SimĂŁo, e proveniente da seleção de Antonio Caetano Pinto, TĂpica foi um dos principais destaques da temporada 2013. Seu principal feito foi realizado durante a 35ÂŞ Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga, realizada na cidade PAULISTA DE &RANCA NO M½S DE SETEMBRO DO ANO PASSADO QUANDO SUPEROU OUTRAS F½MEAS PARA CONQUISTAR O cobiçado tĂtulo de Grande CampeĂŁ Nacional Égua de 2013. Por sua vez, MĂĄrcio Mitsuishi ĂŠ um dos mais atuantes FOTĂ…GRAFOS DO MEIO EQUESTRE &ORMADO EM FOTOGRAkA pela Escola Panamericana de Arte, construiu uma sĂłlida carreira no mercado do cavalo Mangalarga. AlĂŠm disso, ĂŠ criador da raça desde 1990 e zootecnista formado pela Universidade SĂŁo Marcos, com pĂłs graduação em julgamento das raças zebuĂnas pela FAZU – MG.
Um Rico Panorama
Nesta edição, a Revista Mangalarga apresenta um rico panorama da raça, trazendo a cobertura de eventos como a Mangalarga Fest 2013, a Etapa Final da Copa Janga Mangalarga 2013 e o 1Âş SimpĂłsio dos Criadores do NĂşcleo Sul de Minas e MĂŠdia Mogiana. AlĂŠm disso, apresenta um animador panorama para a temporada que estĂĄ começando e comemorarĂĄ os 80 anos da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM). O conteĂşdo da publicação, no entanto, nĂŁo se restringe ao factual, apresentando tambĂŠm interessantes textos de um seleto grupo de colaboradores, que tem nesta edição a estreia do conceituado hipĂłlogo Sergio Lima Beck. AlĂŠm disso, traz uma entrevista exclusiva com o Mestre Picador Chefe da Escola Portuguesa de Arte Equestre e o inĂcio do ciclo de artigos especiais sobre os 80 anos da ABCCRM.
Boa leitura e um grande abraço, Equipe Revista Mangalarga 6
REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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P ANORAMA M ANGALARGA
Por Equipe Mangalarga
Fotos: Norberto Cândido.
Mangalarga
Fest
Sucesso absoluto na primeira edição do evento! Realizada na noite da sexta-feira 6 de dezembro, no Buffet MansĂŁo Cidade Jardim, na zona oeste da capital paulista, a Mangalarga Fest esteve envolta de um clima de muita alegria e confraternização. O evento contou com uma variada programação, que incluiu a apresentação de dançarinos profissionais, espetĂĄculo do Elvis Presley “coverâ€? e um inusitado DJ com saxofone fazendo a festa para todos os mangalarguistas presentes. O evento, alĂŠm disso, prestou uma bonita homenagem a Reginaldo Bertolino, destacado
O presidente MĂĄrio Barbosa comandou a cerimĂ´nia.
O diretor Luiz Patriota apresentou o novo portal da ABCCRM.
-œRIO "ARBOSA ENTREGA PR½MIO DE -ELHOR %XPOSITOR DE A .ELSON "RAIDO DIR E .ELSINHO "RAIDO ESQ DO (ARAS "RAIDO
A música de Elvis Presley garantiu a animação da festa.
Animação na pista de dança durante a apresentação do Elvis Presley “coverâ€?.
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REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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P ANORAMA M ANGALARGA criador e ex-presidente da Associação Brasileita de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM). A Mangalarga Fest foi palco também da aguardada premiação do Ranking Mangalarga 2013. A cerimônia premiou os criadores e expositores que mais se destacaram na raça durante a temporada passada, cuja agenda contou com 31 exposições, realizadas nas cinco regiões do país, e uma dezena de copas de andamento. Enfim, um importante momento de reconhecimento e condecoração aos mangalarguistas que garantiram mais um ano de sucesso para o Cavalo de Sela Brasileiro. Promovida pela ABCCRM, em parceria com o Núcleo Feminino Mangalarga, esta grandiosa confraternização ainda apresentou muitas novidades, como o lançamento do novo portal da ABCCRM, um site com uma nova aparência e pensado com carinho para todos os mangalarguistas.
A comunidade mangalarguista pôde desfrutar de instalações charmosas e confortáveis.
O homenageado Reginaldo Bertolino recebe troféu das mãos de Mário Barbosa. A família Mangalarga aguarda o início da apresentação do Elvis Presley “cover”.
Um expressivo público prestigiou o evento.-
Mangalarguistas aguardam o início do evento. Vista parcial do salão do Buffet Mansão Cidade Jardim.
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P ANORAMA M ANGALARGA
Por: NĂşcleo Mangalarga do ParĂĄ
CELEBRAĂ‡ĂƒO PARAENSE Fotos: NĂşcleo do ParĂĄ.
Núcleo do Parå comemora bom momento da raça no estado
Os convidados com Rebelde da SabaĂşna, um dos animais apresentados no evento.
No dia 21 de Dezembro de 2013, os criadores da raça Mangalarga no ParĂĄ e convidados se reuniram nas dependĂŞncias do Haras Dom Rodrigo, do criador Rodrigo Façanha, localizado em Castanhal (PA), para um churrasco de confraternização DE kM DE ANO Na ocasiĂŁo, comemoraram as grandes realizaçþes da raça no ParĂĄ ao longo do ano de 2013. Os criadores do estado festejaram ainda o tĂtulo de 2ÂŞ Reservada Grande CampeĂŁ Nacional de Andamento 2013, conquistado pela ĂŠgua Teoria UN, do criador Ubiratan Lessa Novelino; o tĂtulo de nĂşmero um do
Ranking Nacional de potros para Xå do Montserrat, de Marcelo Carneiro; o grande crescimento da raça no Parå, em 2013; os investimentos que SE kZERAM NO -ANGALARGA AO LONGO do ano; a realização da Copa regional de Maneabilidade; participação com sucesso em Exposiçþes fora do Parå; o sucesso do II Leilão Horse Show Mangalarga de Castanhal, realizado em outubro, por Rodrigo Façanha; assim como a eleição da nova Diretoria do Núcleo do Parå. Rodrigo Façanha, por sua vez, consolidou-se como o maior e mais antigo criador do estado, fechando o ano com um plantel de 40 animais
e 24 anos de criação, e tendo o Haras Dom Rodrigo estabelecendo-se como referĂŞncia na Raça no Estado do ParĂĄ. Para as bodas de prata, em 2014, planos para construção de laboratĂłrio de TE, fechamento de negĂłcios com a AustrĂĄlia, e outros. O churrasco transcorreu em clima festivo e alegre. Todos as cerca de 20 pessoas que estavam presentes tiveram a oportunidade de conferir a potrada recĂŠm nascida, assim como todo o plantel do Haras Dom Rodrigo. Os churrascos no Haras Dom Rodrigo jĂĄ estĂŁo virando uma tradição na regiĂŁo. É uma boa oportunidade de unir os criadores locais, agregar novos simpatizantes Ă Raça e difundir o Mangalarga naquela regiĂŁo do ParĂĄ. Sempre sĂŁo disponibilizados animais para serem montados, e churrasco e cerveja gelada Ă vontade, ressalta Rodrigo Façanha. A notĂcia corre, e, cada vez mais, os churrascos sĂŁo mais disputados. Este Ăşltimo jĂĄ foi a terceira edição, e jĂĄ estĂĄ marcado o prĂłximo para o dia 05 de Abril de 2014. A comunidade mangalarguista do ParĂĄ pĂ´de desfrutar de um gostoso almoço.
Vista geral da confraternização promovida pelo núcleo paraense.
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SimpĂłsio Mangalarga NĂşcleo Sul de Minas
Fotos: NĂşcleo Sul de Minas.
P ANORAMA M ANGALARGA
A bela sede da Fazenda da Onça.
Evento ofereceu uma diferenciada oportunidade para os criadores viverem a experiência de estar na posição de um jurado de exposição Participantes analisam o andamento de um exemplar da raça.
A Fazenda da Onça, localizada no municĂpio de GuaranĂŠsia (MG), recebeu nos dias 7 e 8 de março, o 1Âş SimpĂłsio dos Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga do NĂşcleo Sul de Minas e MĂŠdia Mogiana. O encontro reuniu cerca de 60 criadores e amantes do cavalo Mangalarga de todo BraSIL EM UM kM DE SEMANA muito agradĂĄvel de muito aprendizado tĂŠcnico e bate papo sobre o nosso Cavalo de Sela Brasileiro. Primeiramente foi dada uma pequena introdução conceitual pelo tĂŠcnico Eduardo Leite Cintra sobre parâmetros e caracterĂsticas raciais e - apĂłs um momento aberto a comentĂĄrios, perguntas e respostas - seguiu-se uma explanação prĂĄtica
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tendo como modelo a ĂŠgua Amorosa ACF, alĂŠm de um “test-driveâ€? com os premiadĂssimos garanhĂľes Porre e Dunga Vargedo, onde os conceitos anteriormente explanados foram explicados e testados na sela por todos os presentes. Para o Presidente da Associação O evento contou com a participação de criadores de diversos estados.
Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), MĂĄrio Barbosa, o simpĂłsio organizado pelo NĂşcleo Sul de Minas foi uma iniciativa muito importante. “Tratou-se de uma oportunidade para todos os criadores conhecerem um pouco melhor a parte teĂłrica referente ao cavalo e sua movimentação. Foi importante tambĂŠm a parte prĂĄtica, na qual todos os presentes tiveram a chance de avaliar cada um dos animais presentes tanto em morfologia como em andamento, percebendo assim A DIkCULDADE DO TRABALHO de um jurado de exposição face ao nĂvel da tropa atual, pois muitas vezes a decisĂŁo deles ĂŠ baseada em um pequeno detalhe. Assim, conclamo aos
demais nĂşcleos para que organizem reuniĂľes similares, uma vez que a raça tem muito a ganhar com este tipo de evento.â€? Amizade e descontração 3EGUIU SE ENTÂťO DURANTE O kM DE semana uma simulação de julgamento de vĂĄrios animais onde os “juĂzesâ€? eram os prĂłprios criadores. Tudo isso dentro de uma atmosfera de muita amizade e descontração, aliĂĄs CONFORME kZERAM QUESTÂťO DE RESSALTAR de modo descontraĂdo os prĂłprios organizadores do evento, Eduardo Leite Cintra (Pipa) e Luiz Henrique de Souza 2IBEIRO .INHO A DEkNI”O DE SIMPĂ…sio ĂŠ: 3IMPĂ…SIO EM GREGO ›Y TRANSL sympĂłsion) ĂŠ um termo que se referia, na GrĂŠcia Antiga, a uma festa onde se BEBIA O VERBO GREGO SYMPOTEIN SIGNIkca “beber juntoâ€?), geralmente realizada depois de um banquete, e durante a qual eram travados diĂĄlogos e conversas intelectuais, enquanto escravos
ou empregados faziam apresentaçþes de música e dança. Recentemente o termo passou a designar qualquer conferência acadêmica, ou um estilo de aula, ministrada em universidades, que segue um formato abertamente discursivo e não o formato tradicional de uma palestra ou perguntas e res-
postas. (Fonte: WikipĂŠdia) $E MODO QUE AO kNAL DE CADA DIA OS Mangalarguistas presentes tiveram o prazer de confraternizar em memorĂĄveis recepçþes na belĂssima e histĂłrica fazenda da Onça, da criadora HeloĂsa Freitas. ! ANkTRIÂť FEZ QUESTÂťO DE DESTACAR A
O churrasco de fogo de chão foi uma das atraçþes da programação.
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Criadores acompanham a parte teĂłrica do simpĂłsio.
O presidente da ABCCRM MĂĄrio Barbosa fez questĂŁo de prestigiar o evento.
! ANkTRIÂť (ELOĂ€SA &REITAS E O PRESIDENTE DO NĂŠCLEO ,UIZ (ENRIQUE 2IBEIRO
O simpĂłsio foi ministrado pelo tĂŠcnico Eduardo Cintra.
Detalhe de diploma do evento.
hospitalidade mineira. “VocĂŞ sabe que em Minas nĂŁo existe receber alguĂŠm e nĂŁo fazer festa. EntĂŁo, na noite da SEXTA FEIRA NĂ…S kZEMOS UM COQUEtel de recepção para os participantes, logo apĂłs as aulas da tarde. No dia seguinte (8), as pessoas tomaram cafĂŠ da manhĂŁ mas durante todo dia puderam
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desfrutar de um cafezinho, um biscoitinho. AlĂŠm disso, tivemos um almoço um pouco mais rĂĄpido e, Ă noite, um churrasco de fogo de chĂŁo muito gostoso e muito concorrido. Ficamos atĂŠ as 11h da noite conversando, trocando informaçþes, trocando ideias com muito respeito e com muita alegria por estarmos todos juntos. Foi uma coisa muito boa.â€? HeloĂsa Freitas destacou ainda que o evento teve a participação de mangalarguistas das mais diferentes regiĂľes. “Recebemos aqui criadores de nĂşcleos da Bahia, de BrasĂlia, de Minas Gerais e ainda de vĂĄrias regiĂľes de SĂŁo Paulo, como o Vale do ParaĂba e a Alta Mo-
giana. AlĂŠm disso, o NĂşcleo Feminino compareceu em grande nĂşmero, dando um importante suporte ao simpĂłSIOu COMEMOROU A ANkTRIÂť DESTACANDO ainda que o nĂşcleo pretende realizar novos simpĂłsios no segundo semestre. “NĂłs estamos pensando em fazer um simpĂłsio em que acompanhemos OS REGISTROS DEkNITIVOS COM UM JUIZ E depois, quem sabe, fazer tambĂŠm um preparatĂłrio para peĂľes de apresentação de pista.â€? Esperamos todos no prĂłximo evento!! Abraço, Luiz Patriota REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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Por JoĂŁo Fernando Argento Pozzi
NotĂcias do Rio Grande Fotos:NĂşcleo Riograndense.
Um homem e seu cavalo pelos caminhos da vida: o que pode haver de melhor? Saboreando uma marcha trotada no lombo de um Mangalarga, por este Rio Grande afora, enviamos notĂcias do NĂşcleo Riograndense de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (NRCCRM). Aproveitando o feriado de 15 de novembro passado, nosso presidente, Hugo Farias, e um grupo de amigos corajosos, enfrentaram, a convite de Elizandra Cruz (Vice-Presidente do NRCCRM) e Cristiano Antunes dos Santos, da Fazenda Utopia (CambarĂĄ-RS), uma cavalgada bastante difĂcil para cavalos e cavaleiros. Trata-se de um belĂssimo trajeto, desde os aparados da serra do mar de CambarĂĄ, passando por esta regiĂŁo monta-
Turma do “pĂŠ na poeiraâ€?, que sĂŁo sempre os Ăşltimos a sair, fechando as porteiras pelo caminho das areias. Ă€ direita, LaĂŠrcio Leismann, proprieTÂśRIO DO (ARAS DA ,AGOA "RANCA
,OTHAR -ACHADO PILCHADO SE AJEITANDO NOS ARREIOS SOB OLHAR DO 0RESIDENTE (UGO E DO 6ITOMIRO -ACHADO (UGO &ARIAS ,AURO "ARRETO E #RISTIANO 3ANTOS NA PARTIDA DA CAVALGADA DA SERRA AO MAR
O peĂŁo Birica aprendendo a trabalhar nas balisas com a Jornalista da Lagoa Branca. 0AISAGENS QUE SUPERAM AS DIkCULDADES
Marcos Sampaio, peĂŁo da Fazenda Alvorada de propriedade de %DUARDO &INCO RECEBENDO SEU CERTIkCADO DO CURSO DAS MÂťOS DO PROFESSOR #ARLINHOS #RUZ E DO PRESIDENTE (UGO &ARIAS
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nhosa atĂŠ o mar da Praia de Torres (RS), quase na divisa com Santa Catarina. A beleza das paisagens supera todas as DIkCULDADES DA CAVALgada. Foram utilizados animais de carga e mulas para o transporte das tralhas de acampamento e cozinha. De 29 de novembro a 1Âş de dezembro, foi a vez da tradicional Cavalgada das Areias, que jĂĄ estĂĄ na sua 15ÂŞ edição, sempre comandada por LaĂŠrcio Leismann, do Haras da Lagoa branca, ViamĂŁo (RS). Esta cavalgada reĂşne a maioria dos sĂłcios do NRCCRM, que aĂ iniciam as festiVIDADES DO kNAL DE ANO Como jĂĄ ĂŠ uma ĂŠpoca bastante quente por aqui aproveitamos para um belo passeio pelas terras arenosas da regiĂŁo, com visita Ă Laguna dos Patos e sempre iniciando e kNALIZANDO COM FESTA NO Haras da Lagoa Branca, com direito a banho na lagoa que margeia e dĂĄ nome Ă propriedade, com cavalo e tudo. 0ARA kNALIZAR O ANO de 2013 em grande estilo, o NRCCRM promoveu um curso de provas funcionais sob a orientação do professor Carlinhos, no perĂodo de 12 a 14 de dezembro, no Parque de Exposiçþes Assis Brasil, palco das maiores mostras agropecuĂĄrias, onde o nĂşcleo possui sua sede. Participaram deste curso dezesseis conjuntos, que receberam orientaçþes teĂłricas e prĂĄticas da equitação funcional. AtĂŠ a prĂłxima, “indiada buenaâ€?!
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Monty Roberts Ruth Villela de Andrade.
Famoso encantador de cavalos norte-americano elogia a raça e prestigia a revista Mangalarga
Carla Tambellini, Mara Leme Martins e Ruth Vilella com o mestre norte-americano.
Durante sua mais recente visita AO "RASIL ACONTECIDA NO kNAL DE o norte-americano Monty Roberts concedeu uma entrevista ao programa Estylo & Campo TV. O encontro aconteceu no dia 5 de dezembro, nas dependĂŞncias da Sociedade HĂpica Paulista, em SĂŁo Paulo (SP), contando com a participação da mangalarguista Ruth Vilella de Andrade e das jornalistas Carla Tambellini e Mara Leme Martins. Segundo Ruth Villela de Andrade, o famoso encantador de cavalos falou no decorrer da entrevista sobre seus projetos para o paĂs, sobre equoterapia e sobre sua sĂşbita paixĂŁo pelo cavalo
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Mangalarga. Monty Roberts foi, alÊm disso, presenteado com uma camiseta do projeto social Mangalarga do Bem e com um exemplar da revista Mangalarga. Como jå havia acontecido com os ANIMAIS DA RA”A A PUBLICA”O OkCIAL do Cavalo de Sela Brasileiro tambÊm recebeu muitos elogios do mestre norte-americano, que esteve no Brasil para ministrar dois workshops sobre os segredos e tÊcnicas do seu mÊtodo pessoal. Conhecido como join-up, o sistema desenvolvido por Roberts revolucionou a forma das pessoas lidarem com cavalos no mundo e foi tema DE DIVERSOS LIVROS E kLMES
Monty Roberts foi presenteado com exemplar da revista Mangalarga.
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P ANORAMA M ANGALARGA
Por Pedro C. Rebouças
Destaque na mídia
Fotos: Divulgação.
O Cavalo de Sela Brasileiro despertou grande interesse da imprensa em 2013. Durante a 35ª Nacional, o programa Globo Rural realizou entrada ao vivo direto do Parque Fernando Costa.
João Frugis falou ao vivo para todo país no Globo Rural.
O Jornal da EPTV deu uma ampla cobertura à Nacional. Mário Barbosa concedeu entrevista ao programa Globo Rural.
O cavalo Mangalarga mereceu um amplo destaque na mídia durante o ano de 2013. Um bom exemplo foi a 35ª Exposição Nacional. Realizada em Franca (SP), no mês de setembro, a mostra mais importante da raça recebeu uma vasta cobertura tanto dos veículos de comunicação especializados no segmento rural como da imprensa regional e até nacional. A Rede Globo, por exemplo, deu uma ampla cobertura ao evento por MEIO DA %046 IMPORTANTE AkLIADA da emissora no interior paulista. Na sexta-feira 20 de setembro, véspera do início do evento, o Jornal da EPTV contou com uma entrada ao vivo direto do Parque Fernando Costa, na qual o
O jurado Lourenço Botelho concedeu entrevista ao repórter Marcelo Ferri.
repórter Guilherme Leoni entrevistou o Diretor de Exposições da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) Paulo Francisco Gomes Della Torre. Na ocasião, o dirigente aproveitou para convidar o público da região de Franca, cidade sede do evento, para prestigiar a Nacional. Mais tarde, na quinta-feira 26 de setembro, o repórter Marcelo Ferri produziu uma ampla matéria, veiculada na edição noturna do Jornal da EPTV, com entrevistas dos jurados que conduziram os julgamentos da exposição e do presidente da ABCCRM Mário Barbosa. O ponto alto da cobertura da Rede Globo aconteceu, entretanto, na manhã da sexta-feira 27 de setembro, quando o programa Globo Rural contou com uma entrada ao vivo direto do Parque Fernando Costa para todo o território nacional. Além de exibir uma nova matéria sobre a raça, o mais importante programa televisivo voltado ao homem do campo brasileiro contou com uma interessante entrevista com o Diretor de Marketing da ABCCRM João Luis Ribeiro Frugis. Transmissão ao vivo A 35ª Nacional também foi transmitida ao vivo pela internet, fato que possibilitou que ela fosse acompanhaDA POR AkCIONADOS DA RA A NOS MAIS DIferentes pontos do Brasil e também em diversos países. Para viabilizar a transmissão em tempo real de sua mais importante mostra, a ABCCRM contou com uma parceria com o portal Zona Rural, comandado pelo renomado leiloeiro e locutor esportivo Eduardo Vaz. A transmissão via internet contou ainda com novidades como bate-papos com convidados especiais da exposição, entrevistas com os expositores que mais se destacaram no evento e explicações de técnicos da raça. Além disso, os internautas puderam contar com um chat para conversar e trocar impressões sobre a mais tradicional mostra do Cavalo de Sela Brasileiro.
Paulo Della Torre abordou as qualidades da raça em entrevista à EPTV.
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Mangalarga na Festa do Peão de Barretos
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Vista aérea da arena do Parque do Peão de Barretos.
nam a apresentação e ainda aos treinos coletivos em Barretos. Mais informações podem ser obtidas com Camila Glycerio de Freitas, pelo telefone (11) 99946-1280 ou pelos e-mails camila@cavalomangabaia.com.br e
sandra@cavalomangabaia.com.br, com Maria Augusta Alonso, pelo telefone (11) 99911-8603 ou pelo e-mail gutalonso@gmail.com, ou ainda com a ABCCRM, pelo telefone (11) 3866-9866 ou pelo e-mail francisco.bezerra@abccrm.com.br.
Apresentação exibirá movimentos ritmados e sincronizados com o andamento típico da raça.
Fotos: Norberto Cândido.
A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) e o Núcleo Feminino Mangalarga convidam todos os mangalarguistas a participarem, em plena arena, da cerimônia de abertura da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos 2014. Segundo a criadora Camila Glycerio de Freitas, uma das organizadoras da participação mangalarguista no evento, esta será uma grande oportunidade de mostrar o Cavalo de Sela Brasileiro e entrar na arena do maior evento de rodeio do mundo, tendo oportunidade de aparecer na mídia nacional e internacional e ainda sendo visto nas arquibancadas por um público estimado em 35 mil pessoas. Camila explica também que a apresentação será um grande carrossel, com dez minutos entre entrada e saída da arena e com a participação de 40 animais montados (fêmeas e castrados), executando movimentos ritmados e sincronizados no passo, na marcha trotada e no galope, mostrando assim todas as qualidades do cavalo Mangalarga. “Convidem seus amigos cavaleiros, montem seus grupos, treinem o reprise do Carrossel e venham para Barretos (SP), de 18 a 23 de agosto, para os treinos coletivos antes das apresentações, que acontecerão nos dias 22 e 23 de agosto”, ressalta a organizadora, lembrando ainda que o número de participantes será limitado a 40 conjuntos (cavalos e cavaleiros). As inscrições custam R$ 1 mil e devem ser pagas na sede da ABCCRM. Este valor dará direito a baia nos cinco dias de estada no Parque do Peão, a duas visitas ao criatório dos técnicos que coorde-
Foto: Divulgação.
Carrossel com exemplares da raça abrirá a edição deste ano do maior rodeio do mundo
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Por Pedro C. Rebouças
Centro de Equitação Adaptada Projeto multidisciplinar pretende oferecer atendimento a pessoas com necessidades especiais no Parque da Água Branca Fotos: Divulgação.
TER A DOTA »O kNANCEIRA necessária para sua execução. Em contrapartida, na condição de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) registrada no Ministério da Justiça, o IAD possibilita o direcionamento de 02% da alíquota de base de cálculo do lucro real da empresa parceira. Além disso, se compromete a divulgar a empresa parceira em uniformes, materiais equestres, meios de comunicação e redes sociais, de acordo com as Cena de apresentação realizada pelo IAD no Parque do Água Branca. quotas assumidas pelo patrocinador. tenção estimado em R$ 400,00 por Mais informações sobre o propraticante, o projeto necessita da jeto podem ser obtidas com Roparceria privada para vir a ser efetisana, do IAD, pelo e-mail equovamente implantado e consolidado. terapiaiad@hotmail.com ou pelo Para a manutenção desse difetelefone (11) 4812-6766, ou com renciado projeto, o Instituto Anjos Vera, da ABCCRM, pelo e-mail de Deus propõe às pessoas jurídicas vera.almeida@abccrm.com.br e/ou físicas interessadas o apoio via ou pelo telefone (11) 3866-9866, raLei de Incentivo ou o patrocínio, mal 214. PELO SISTEMA DE QUOTAS A kM DE OB-
O Instituto Anjos de Deus (IAD) pretende implantar um Centro de Equitação Adaptada no Parque da Água Branca, na zona oeste da capital paulista. A iniciativa, que conta com o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), tem a meta de atender, em breve, a cerca de 200 pessoas com necessidades especiais. O projeto conta ainda com o objetivo de promover a integração social dos atendidos por meio de um amplo trabalho multidisciplinar, DESENVOLVIDO POR UMA QUALIkCADA EQUIPE PROkSSIONAL COMPOSTA POR SUPERVISOR EDUCADOR PSICÅLOGO ksioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, instrutor equestre, educador físico e tratadores. No entanto, tendo em vista que TRATA SE DE UMA INICIATIVA SEM kNS lucrativos e que a equitação adaptada tem um custo mensal de manu-
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Projeto pretende atender 200 pessoas no tradicional parque paulistano.
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Por Carolina Rodrigues
30Âş Rodeio Internacional de Vacaria
O Cavalo de Sela Brasileiro evidencia suas qualidades para o pĂşblico do sul do paĂs na disputa do laço comprido deste importante evento gaĂşcho Fotos: Divulgação.
O Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria ĂŠ um dos maiores rodeios do Brasil. Realizado no municĂpio gaĂşcho de Vacaria, ĂŠ conhecido entre os laçadores como Copa do Mundo do Laço. O rodeio, muito tradicional, teve sua primeira edição em 1956 e desde entĂŁo ĂŠ sucesso na regiĂŁo nordeste do estado do Rio Grande do Sul. O evento ĂŠ realizado a cada dois anos, sempre nos anos pares, e o Parque Nicanor Kramer da Luz ĂŠ o local escolhido para sediar tĂŁo importante evento. Este ano nĂŁo foi diferente, o parque sediou de 1Âş a 9 de fevereiro a edição de 2014 da competição. O Cavalo Mangalarga esteve lĂĄ e evidenciou toda a funcionalidade do Cavalo de Sela Brasileiro nas provas de laço comprido, garantindo boa colocação para a raça, COMO AkRMA #RISTIANO !NTUNES dos Santos, titular da Fazenda Utopia ao lado de Elisandra de Aguiar da Cruz, em CambarĂĄ do Sul (RS). g/ #AVALO -ANGALARGA kCOU MUITO BEM COLOCADO UMA DUPLA kNALISTA E OUTRA SEMIkNALISTA u AlĂŠm de representantes da Fazenda Utopia, tambĂŠm marcaram presença no evento representantes do Haras VJC, do ParanĂĄ. De acor-
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A raça mostra muita habilidade na prova de laço comprido.
do com Cristiano, a boa colocação do Mangalarga evidencia o sucesso da raça. “O rodeio reĂşne mais de 800 duplas disputando as provas de laço, modalidade chave no evento. Um rodeio grande normalmente reĂşne em mĂŠdia 200 duplas, isso dĂĄ uma ideia da dimensĂŁo deste evento, que tambĂŠm distribui a maior premiação do gĂŞnero.â€? Cristiano ainda ressalta a importância de a raça participar do rodeio, e comenta sobre as açþes da Fazenda Utopia no sul do paĂs. “A participação do Mangalarga no rodeio ĂŠ importante para mostrar o cavalo para um pĂşblico diferente, abrindo novos mercados e fomentando a raça, uma vez que a regiĂŁo ĂŠ uma das maiores consumidoras de cavalo crioulo. NĂłs partiCIPAMOS QUASE TODO kM DE semana de provas como esta e no mĂŞs de março a Fazenda Utopia promove o Entrevero, evento com diversas provas funcionais, no qual ĂŠ feita uma disputa de laço comprido exclusiva para o Mangalarga, denominada Mangalaço.â€? Para o diretor de even-
tos da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) Marcos Sampaio de Almeida Prado (Kiko), ĂŠ extraordinĂĄrio que o Mangalarga participe de em uma competição tradicional da raça Crioula. “O Mangalarga participar de um evento com esta dimensĂŁo ĂŠ muito importante, pois mostra outras funçþes do nosso cavalo e leva a raça para provas em que nĂŁo ĂŠ comum participarmos. Isso ĂŠ importante para o cavalo, ĂŠ importante para a raça, ĂŠ fantĂĄstico.â€? Representantes da raça presentes ao evento internacional de Vacaria.
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Preservação GenÊtica Criatório paulista preserva ainda hoje a genÊtica do famoso pilar da raça Capitel
Arnaldo de Almeida Prado Filho monta exemplar do criatĂłrio em 1989.
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selecionado prioritariamente para a função e o andamento. “A raça evolui naturalmente e acaba tendo uma mistura de sangue que ĂŠ normal porque sempre entram criadores novos. A importância ĂŠ que o Papu soube preservar essa genĂŠtica. É lĂłgico que com o passar do tempo vocĂŞ vai vendendo animais, vai misturando, trazendo animais de outras linhagens, mas ele foi um dos poucos que acabou mantendo essa linhagem mais fechada dentro de casa, com cavalos mais antigos. EntĂŁo isso tem uma importância muito grande, prova disso ĂŠ o fato de muitos criadores procurarem essas tropas mais antigas, talhadas para o andamento, justamente para melhorar essa caracterĂstica em suas tropas.â€? O pampa de tordilho Capitel, que viveu na primeira metade do sĂŠculo passado, estĂĄ entre os pilares da raça Mangalarga. Sua importância, aliĂĄs, ĂŠ ressaltada por estudiosos como Fausto SimĂľes - em seu famoso livro ‘Mangalarga e o Cavalo de Sela Brasileiro’ -, como um dos formadores de NĂŠCLEOS DE MAIOR INlU½NCIA NO MEIO mangalarguista: “De suma importância para a Raça, este reprodutor, de notĂĄvel prepotĂŞncia racial, marcou
sua descendĂŞncia com caracterĂsticas inconfundĂveis. É uma constante nos representantes deste nĂşcleo animais com garupas amplas e bem conformadas, lombo curto, membros sĂłlidos e bem aprumados. A pelagem mais comum ĂŠ a tordilha, encontrando-se tambĂŠm com certa freqßência os PAMPAS %NTRE SEUS kLHOS E NETOS QUE se notabilizaram como expoentes da raça, podemos citar: na linha masculina – Sete de Ouro, Sururu, Damasco, Durango, CipĂł – e na linha feminina: Sagarana, Noiva Flori, Tarantela, QuĂŞnia, Laguna, Cegonha.â€? O andamento sempre foi um diferencial da tropa da fazenda. Fotos: Acervo Pessoal.
Localizada no municĂpio paulista de Morro Agudo, a Fazenda Santa Elza, comandada pelo criador Arnaldo de Almeida Prado Filho, o Papu, preserva hĂĄ dĂŠcadas em seu plantel as qualidades selecionadas por um importante pioneiro da raça, assim como a genĂŠtica do reprodutor que foi o principal expoente dessa famosa seleção. Na opiniĂŁo de SĂŠrgio Paiva, criador e ex-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCRRM), o trabalho realizado por Arnaldo de Almeida Prado Filho ĂŠ fundamental para a raça. “O Papu tem um papel muito importante, na realidade ele ĂŠ um dos poucos herdeiros da tropa Capitel do senhor SebastiĂŁo de Almeida Prado. É um criador que pegou grande parte da genĂŠtica selecionada por seu pai (Arnaldo) e por seu tio (Gilberto) e conseguiu trazer atĂŠ os dias de hoje, dentro de uma expressiva pureza, uma tropa muito forte, muito resistente, de andamento diferenciado e que traz do berço a criação de Capitel.â€? SĂŠrgio Paiva destaca ainda que a preservação desse plantel tem especial importância por ele ter sido
Foto de 1989 mostra potrancas em liberdade no pasto do criatĂłrio.
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Por Pedro C. Rebouças
Grandes Campeþes da Copa Janga Mangalarga Fotos: Norberto Cândido.
$ISPUTAS ACIRRADAS MARCARAM A ETAPA kNAL desta tradicional competição do Cavalo de Sela Brasileiro
campeonato conquistado por EstĂĄdio M.E. marcou um momento inesquecĂvel para o seu criatĂłrio, localizado no municĂpio paulista de Itapetininga. “Foi realmente muiTO BOM PRAZEROSĂ€SSIMO !kNAL FOI uma conquista obtida apĂłs pĂĄreos duros, que contaram com a partiEmocionados, apresentadores aguardam a divulgação do resultado do Grande Campeonato Égua.
Disputa entre os machos foi muito equilibrada.
ApĂłs uma concorrida temporada, que contou com a realização de seis etapas abertas e trĂŞs etapas regionais, a raça Mangalarga conheceu no domingo 1Âş de dezembro os Grandes CampeĂľes da Copa Janga Mangalarga de Andamento 2013. A prova decisiva da competição levou 82 animais, provenientes de 38 tradicionais criatĂłrios mangalarguistas, Ă pista do Recinto SebastiĂŁo Ferraz de Camargo Penteado, no municĂpio paulista de JaĂş. Promovida pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), em parceria com a Associação AgropecuĂĄria da RegiĂŁo de JaĂş (AARJ) e
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com o NĂşcleo Mangalarga de JaĂş, A ETAPA kNAL DESTA IMPORTANTE COMpetição do Cavalo de Sela Brasileiro teve patrocĂnio do Grupo Notre Dame IntermĂŠdica por meio da Lei de Incentivo ao Esporte (LIE). O evento, que contou com a participação dos jurados AndrĂŠ Fleury de Azevedo Costa (TĂŠcnico), JosĂŠ Roberto Pires de Campos Filho (Criador) e JosĂŠ Rodolfo Brandi (Criador), distribuiu R$ 70 mil em prĂŞmios para os proprietĂĄrios dos melhores animais da competição. EstĂĄdio M.E. Exposto por Guilherme Pompeu Piza Saad e originĂĄrio da seleção de
MĂĄrio EmĂlio Carlos Gonçalves, EstĂĄdio M.E. (Zinabre 3P em Maritaka do JEK) foi eleito Grande CampeĂŁo da Copa Janga Mangalarga, superando outros 33 concorrentes e conquistando o cobiçado trofĂŠu transitĂłrio Eduardo Diniz Junqueira. A disputa entre os machos consagrou ainda o 1Âş Reservado Grande CampeĂŁo Regalo da Braido (VanerĂŁo do HIC em Matinada JO), de Nelson Antonio Braido, e o 2Âş Reservado Grande CampeĂŁo Tigre do Mont Serrat (Regalo JO em Greta Garbo PN), exposto por Luis Augusto de Camargo Ă“pice e proveniente da seleção de Sergio Paiva. Para Guilherme Saad, o grande
Evento reuniu os animais que mais se destacaram ao longo da competição.
cipação de Ăłtimos cavalos. AlĂŠm disso, o EstĂĄdio ganhou todas as etapas das quais participou este ano, mostrando sempre um Ăłtimo desempenhoâ€?, comentou o criador em entrevista ao Zona Rural, portal responsĂĄvel pela transmissĂŁo ao VIVO DA ETAPA kNAL DA #OPA *ANGA Mangalarga. Barbacena ACF Entre as fĂŞmeas, o principal destaque foi Barbacena ACF (Vermute ACF em Uberlândia ACF). Exposta por Haigazun Sanazar e proveniente da seleção de Antonio Carlos Ferreira, a jovem ĂŠgua alazĂŁ arrebatou o trofĂŠu transitĂłrio JoĂŁo Carlos Saad, superando outras 47 concorrentes e sagrando-se Grande CampeĂŁ da Copa Janga. Por sua vez, a tordilha (AVANA *& 0OPĂ… *UJA EM 5NIlOR JF), exposta por Almiro Esteves Junior e selecionada por Geraldo Junqueira de Andrade, obteve o tĂtulo de 1ÂŞ Reservada Grande CampeĂŁ, enquanto Dança da Bica (XingĂş da Bica em Estiva do Pave), proveniente da seleção de JoĂŁo Pacheco GalvĂŁo de França, conquistou o tĂtulo de 2ÂŞ Reservada Grande CampeĂŁ. Para o criador Haigazun Sanazar, que comemorou a conquista REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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P ANORAMA M ANGALARGA tĂŠcnicos AndrĂŠ e Silas Freire. “Estamos muito felizes e que venham noVOS DESAkOS EM PORQUE QUANTO MAIS DESAkOS MELHORu RESSALTOU o vitorioso selecionador cujo criatĂłrio localiza-se em Itapetininga (SP).
A Copa Janga contou com dez etapas em 2013. O segmento de pelagens tambĂŠm esteve em destaque.
do Grande Campeonato Égua pelo segundo ano consecutivo, a etapa kNAL DA COMPETI”O FOI MUITO EMOcionante. “Para mim, este foi o pĂĄreo mais difĂcil da Copa. Ele contou com ĂŠguas fantĂĄsticas, que andaram muito bem, valorizando muito nosso bicampeonato, pois nĂłs jĂĄ havĂamos ganhado no ano passado com a Teresa da AraxĂĄ e este ano ganhamos com a Barbacena ACFâ€?, destacou o criador tambĂŠm em entrevista ao Zona Rural. Haigazun ressaltou ainda a competĂŞncia dos colaboradores do haras Biro e Quinho, assim como dos Competição teve o patrocĂnio do Grupo IntermĂŠdica.
MissĂŁo Cumprida Para JoĂŁo Pacheco GalvĂŁo de França, 1Âş Vice-presidente Operacional da ABCCRM e Presidente do NĂşcleo Mangalarga de JaĂş, o evento foi um sucesso. “A sensação que TEMOS Âź DE MISSÂťO CUMPRIDA !kNAL foi uma grande festa em que tudo transcorreu de forma maravilhosa tanto para a Mangalarga como para a Associação AgropecuĂĄria da RegiĂŁo de JaĂş (AARJ). Por tudo isso ĂŠ motivo de muito orgulho para nĂłs TER RECEBIDO ESTA ETAPA kNAL DA #OPA Janga Mangalargaâ€?, destacou o dirigente mangalarguista na entrevista que concedeu no encerramento das atividades ao portal Zona Rural. A programação do evento, aliĂĄs, nĂŁo se restringiu apenas Ă s disputas em pista. Na noite da sexta-feira 29 de novembro, a ABCCRM ofereceu um agradĂĄvel momento de confraTERNIZA”O AOS PROkSSIONAIS LIGADOS Ă raça com o churrasco dos apresentadores. JĂĄ no sĂĄbado 30 de novembro, logo apĂłs o julgamento do dia, a agenda incluiu uma palestra sobre adestramento com o hipĂłlogo Sergio Beck, seguida pelo coquetel de confraternização dos criadores oferecido pela ABCCRM com o apoio do NĂşcleo Feminino.
Vista geral da ĂĄrea social do evento.
O presidente MĂĄrio Barbosa foi recepcionado pelos amigos de JaĂş.
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O concorrido espaço do Núcelo Feminino.
Sergio Beck realizou palestra sobre equitação.
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Galeria dos Grandes CampeĂľes
1Âş Reservado Grande CampeĂŁo: Regalo da Braido Expositor: Luis Augusto de Camargo Ă“pice
Grande CampeĂŁo: EstĂĄdio M.E.
‰ 2ESERVADA 'RANDE #AMPE (AVANA * &
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Expositor: João Pacheco Galvão de França
Grande CampeĂŁ: Barbacena ACF Expositor: Almiro Esteves Junior
2Âş Reservado Grande CampeĂŁo: Tigre do Mont Serrat
%XPOSITOR (AIGAZUN 3ANAZAR
Fotos: Norberto Cândido.
Expositor: Guilherme Pompeu Piza Saad
Expositor: Nelson Antonio Braido
Copa Janga Mangalarga 2013
2ª Reservada Grande Campeã: Dança da Bica
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Por Equipe Mangalarga
Copa Janga Mangalarga
CALENDĂ RIO COPA JANGA MANGALARGA 2014
Considerada um dos principais eventos da raça, a Copa Janga Mangalarga de Andamento terĂĄ este ano uma temporada muito MOVIMENTADA !kNAL O CALENDÂśrio desta tradicional competição mangalarguista conta com 19 provas agendadas, sendo dez etapas regionais e oito abertas, alĂŠm da AGUARDADA ETAPA kNAL A competição passarĂĄ ainda pelas cinco regiĂľes brasileiras com duas provas no estado da Bahia, duas em GoiĂĄs, uma no ParanĂĄ, uma no ParĂĄ, uma em Minas Gerais e 12 no estado de SĂŁo Paulo, principal centro de seleção da raça. Da mesma forma que ocorreu no ano passado, a abertura da competição estĂĄ marcada para acontecer em territĂłrio baiano. Mais precisamente no dia 30 de março (logo apĂłs o fechamento desta edição da Revista Mangalarga), com a Etapa Regional de VitĂłria da Conquista, que acontece nas dependĂŞncias do Parque Teopompo de Almeida, como uma das principais atraçþes da 47ÂŞ Expo Conquista. JĂĄ para este mĂŞs de abril trĂŞs provas estĂŁo agendadas: a Etapa Regional de JaĂş (SP), no dia 19 de abril, a Etapa Regional de AnĂĄpolis (GO), no dia 24 de abril, e a aguardada Etapa Aberta de JundiaĂ e RegiĂŁo (SP), que terĂĄ inĂcio no dia 30 de abril e prosseguirĂĄ atĂŠ 4 de maio. Este ano, a competição terĂĄ tambĂŠm a inĂŠdita participação do NĂşcleo Feminino, cujas integrantes serĂŁo as responsĂĄveis pela organização da 2ÂŞ Etapa Aberta, prevista para acontecer no charmoso municĂpio paulista de Campos do JordĂŁo. A agenda completa da competição pode ser conferida no quadro que acompanha esta matĂŠria.
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Fotos: Norberto Cândido.
Tradicional competição mangalarguista terå uma temporada muito movimentada em 2014
21/03 a 30/03
Copa Janga Mangalarga de Andamento Regional de Vitoria da Conquista.
19/04
Copa Janga Mangalarga de Andamento Regional JaĂş/SP
24/04
Copa Janga Mangalarga de Andamento Regional de AnĂĄpolis/GO
30/04 a 04/05
Copa Janga Mangalarga de Andamento 1ÂŞ Etapa Aberta JundiaĂ/SP
16/05 a 18/05
Copa Janga Mangalarga de Andamento Regional de Itapetinga/BA
22/05 a 24/05
Copa Janga Mangalarga de Andamento 2ÂŞ Etapa Aberta do NĂşcleo Feminino - Campos do JordĂŁo/SP
07/06
Copa Janga Mangalarga de Andamento Regional de JaĂş/SP
14/06 a 15/06
Copa Janga Mangalarga de Andamento 4ÂŞ Etapa Aberta SĂŁo SebastiĂŁo da Grama/SP
20/06 a 21/06
Copa Janga Mangalarga de Andamento Regional de Bocaina/SP
28/06 a 29/06
Copa Janga Mangalarga de Andamento Regional de Goiânia/GO
12/07 a 13/07
Copa Janga Mangalarga de Andamento 5ÂŞ Etapa Aberta Londrina/PR
17/07 a 20/07
Copa Janga Mangalarga de Andamento 6ÂŞ Etapa Aberta do NĂşcleo Alta Mogiana - RibeirĂŁo Preto/SP
25/07 a 27/07
Copa Janga Mangalarga de Andamento 7ÂŞ Etapa Aberta JaĂş/SP
08/08 a 10/08
Copa Janga Mangalarga de Andamento 3ÂŞ Etapa Aberta GuaxupĂŠ/MG “ Data Sujeita Alteraçãoâ€?
30/08 a 31/08
Copa Janga Mangalarga de Andamento 8ÂŞ Etapa Aberta SĂŁo JoĂŁo da Boa Vista/SP
13/09 a 14/09
Copa Janga Mangalarga de Andamento Regional de Castanhal/PA
17/10 a 18/10
Copa Janga Mangalarga de Andamento Regional de Mococa/SP
25/10
Copa Janga Mangalarga de Andamento Regional de JaĂş/SP
21/11 a 23/11
Copa Janga Mangalarga de Andamento Etapa Final SĂŁo Paulo/SP
A Copa Janga visa valorizar uma das principais qualidades do Cavalo de Sela Brasileiro.
Progressivo, cĂ´modo e equilibrado Conhecido por sua aptidĂŁo como cavalo de sela, o Mangalarga tem como grande diferencial o seu andamento progressivo, equilibrado e cĂ´modo. A Copa Janga Mangalarga, por sua vez, foi criada justamente para valorizar essa marcante caracterĂstica da raça. Nessa disputa, os animais concorrentes sĂŁo avaliados em diversos quesitos, como: deslocamento (co-
bertura de rastro e progressão da passada), comodidade, sincronia e elegância da movimentação, ausência de movimentos parasitas e regularidade e disposição. Apesar de separados em classes diferentes, tanto machos como fêmeas participam da disputa, subdivididos em categorias conforme a idade: 36 a 48 meses, mais de 48 a 60 meses e mais de 60 meses. A competição abre espaço ainda para as categorias de cavalo castrado e de animais de pelagens diferenciadas.
A disputa reúne os melhores exemplares da raça Mangalarga.
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C IRCUITO
DE
E XPOSIÇÕES
Por Pedro Rebouças
Exposição de São Paulo
para a atual temporada, a apresentação do calendĂĄrio comemorativo dos 80 anos da ABCCRM e o concorrido lançamento do livro “Mangalarga Retratos por Hans Haudenschildâ€?. AlĂŠm disso, a mostra contou com a importante participação do NĂşcleo Mangalarga Feminino, que recepcionou as mangalarguistas em um espaço com gostosas guloseimas e com uma loja com produtos da grife da entidade.
Evento levou toda beleza e funcionalidade da raça ao público da maior cidade brasileira
MĂĄrio Barbosa recepcionou a comunidade mangalarguista.
A garotada tambÊm marcou presença em pista.
JosÊ Rodolfo Brandi, no quesito andamento. O evento abriu espaço ainda para uma animada programação social. Nos dois dias de julgamentos, os criadores e seus familiares foram recebidos na sede da Associação com um
aprazĂvel cafĂŠ da manhĂŁ. JĂĄ na noite do sĂĄbado (22) aconteceu o Happy Hour dos Criadores, que ofereceu um agradĂĄvel momento de confraternização Ă comunidade mangalarguista e ainda contou com atraçþes como a apresentação do calendĂĄrio da raça
As pelagens tiveram participação expressiva na exposição.
0ROGRAMA”O INCLUIU A NOITE DE AUTÅGRAFOS DO NOVO LIVRO DE (ANS (AUDENSCHILD
O andamento esteve em destaque na mostra.
Um bom pĂşblico compareceu ao evento.
Vista geral da pista do Parque da Ă gua Branca.
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Fotos: Norberto Cândido.
O Parque da Ă gua Branca, localizado na zona oeste da capital paulisTA RECEBEU NO kM DE SEMANA DOS DIAS 22 e 23 de março a Exposição Mangalarga de SĂŁo Paulo. O evento, alĂŠm de abrir o circuito de exposiçþes da raça no ano de 2014, deu inĂcio Ă s comemoraçþes dos 80 anos da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM). A exposição recebeu cerca de 170 animais e teve a participação de 44 expositores, comprovando o entusiasmo da comunidade mangalarguista com o retorno ao Parque da Ă gua Branca, recinto cuja histĂłria tem forte ligação com o Cavalo de Sela Brasileiro. Por sua vez, a tarefa DE AVALIAR OS CONCORRENTES kCOU A cargo dos jurados Marcelo Leite Vasco de Toledo, no item morfologia, e
O evento recebeu cerca de 170 exemplares da raça.
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C IRCUITO
DE
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Por Pedro Rebouças
Temporada Movimentada Fotos: Norberto Cândido.
Exposição Mangalarga de São Paulo abre o Circuito de Exposiçþes 2014
de uma das mais importantes feiras agropecuĂĄrias da Bahia, a Expo Conquista 2014. Por sua vez, a mais tradicional mostra mangalarguista, a Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga, estĂĄ marcada para ocorrer de 18 a 27 de setembro. A sede serĂĄ novamente o Parque Fernando Costa, no municĂpio paulista de Franca, que recebeu com grande ĂŞxito as duas ediçþes anteriores do evento. #ONkRA NO QUADRO QUE acompanha esta matĂŠria a relação completa de exposiçþes da raça na temporada 2014. A ABCCRM esclarece, entretanto, que algumas datas ainda estĂŁo sujeitas a alteraçþes. Para mais informaçþes, consulte o portal www.cavalomangalarga. com.br ou entre em contato com o Departamento de Exposiçþes pelo telefone (11) 3866-9866 SĂŁo JoĂŁo da Boa Vista (SP) receberĂĄ a raça em julho.
Exposição de Jaú (SP) acontecerå de 15 a 17 de agosto.
A temporada que estĂĄ começando promete ser muito movimentada para a comunidade mangalarGUISTA !kNAL COM MOSTRAS JÂś agendadas, o circuito de exposiçþes da raça irĂĄ levar toda beleza e funcionalidade do cavalo Mangalarga ao pĂşblico das cinco regiĂľes do paĂs. Segundo o calendĂĄrio divulgado pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), o estado de SĂŁo Paulo, principal centro de criação da raça, receberĂĄ 16 exposiçþes este ano. As mostras, entretanto, tambĂŠm acontecerĂŁo no Distrito Federal (1) e nos estados da Bahia (5), ParanĂĄ (3), GoiĂĄs (4), Rio Grande do Sul (2), ParĂĄ (1) e Minas Gerais (1). A primeira mostra da raça na temporada 2014 estĂĄ agendada para acontecer na capital paulista, mais precisamente no emblemĂĄtico Parque da Ă gua Branca, onde estĂĄ localizada a sede da ABCCRM.
A Exposição Mangalarga de SĂŁo Paulo ocorrerĂĄ nos dias 22 e 23 de março, oferecendo um agradĂĄvel momento de confraternização para os criadores paulistanos, assim como uma oportunidade especial para a divulgação da raça na maior cidade do paĂs.
Ainda no mesmo mĂŞs, o circuito de exposiçþes apresentarĂĄ as qualidades do Cavalo de Sela Brasileiro ao pĂşblico do Sudoeste Baiano, com a aguardada mostra de VitĂłria da Conquista (BA). A exposição acontecerĂĄ no perĂodo de 21 a 30 de março, dentro da programação
CIRCUITO DE EXPOSIÇÕES 2014 s %XPOSI ÎO DA ÂGUA "RANCA 3ĂŽO 0AULO 30 – 21 a 23 de março
s %XPOSI ÎO DE /URINHOS 30 – 13 a 14 de junho (Data sujeita a alteração)
s %XPOSI ÎO DE 6ITĂ˜RIA DA #ONQUISTA "! – 21 a 30 de março
s %XPOSI ÎO DE 0ALMEIRAS DE 'OIÉS '/ – 18 a 21 de junho (Data sujeita a alteração)
s %XPOSI ÎO DE ,ONDRINA 02 – 03 a 07 de abril s %XPOSI ÎO DE "RAGAN A 0AULISTA 30 – 12 e 13 de abril s %XPOSI ÎO DE !NÉPOLIS '/ – 25 a 27 de abril (Data sujeita a alteração)
s %XPOSI ÎO DE 'UAXUP� -' – 04 a 06 de julho s %XPOSI ÎO DE 3ÎO *OÎO DA "OA 6ISTA 30 – 10 a 12 de julho s %XPOSI ÎO DE !RA ATUBA 30 –11 a 13 de julho
s %XPOSI ÎO DE ,ENÂ Ă˜IS 0AULISTA 30 – 01 a 04 de maio
s %XPOSI ÎO DE "RASÓLIA $& – 25 a 27 de julho
s %XPOSI ÎO DE -ARINGÉ 02 – 09 a 11 de maio
s %XPO 0ELAGEM 0RETA )TU 30 – 08 a 10 de agosto
s %XPOSI ÎO DE !TIBAIA 30 – 09 a 11 de maio
s %XPOSI ÎO DE *AÞ 30 – 15 a 17 de agosto
s %XPOSI ÎO DE )TAPETINGA "! – 13 a 18 de maio
s %XPOSI ÎO DE ,UZIÊNIA '/ – 15 a 17 de agosto
s &ENASUL %STEIO 23 – 16 a 18 de maio (Data sujeita a alteração)
s %XPOINTER %STEIO 23 – 22 a 31 de agosto (Data sujeita a alteração)
s %XPOSI ÎO DE 'UARATINGUETÉ 30 – 16 a 18 de maio
s %XPOSI ÎO DE &EIRA DE 3ANTANA "! – 05 a 07 de setembro (Data sujeita a alteração)
s %XPOSI ÎO DE *EQUI� "! – 23 a 25 de maio (Data sujeita a alteração)
s %XPOSI ÎO DE #ASTANHAL 0! – 11 de setembro
s %XPOSI ÎO DE &RANCA 30 – 30 e 31 de maio
s 8886) %XPOSI ÎO .ACIONAL &RANCA 30 – 18 a 27 de setembro
s %XPOSI ÎO DE -OCOCA 30 – 05 a 07 de junho
s %XPOSI ÎO DE ,INS 30 – 10 a 12 de outubro (Data sujeita a alteração)
s %XPOSI ÎO DE 4AUBAT� 30 – 06 e 07 de junho
s %XPOSI ÎO DE 'OIÊNIA '/ – 17 e 18 de outubro
s %XPOSI ÎO DE 0ONTA 'ROSSA 02 – 12 a 15 de junho
s &ENAGRO 3ALVADOR "! – 03 a 05 de dezembro
Exposição de GuaxupÊ estå entre as atraçþes do calendårio.
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L AZER & C ULTURA
Por Pedro C. Rebouças
O Mangalarga por Hans Haudenschild
/BRA RECENTE DE (AUDENSCHILD ENTREGUE AO CRIADOR !LEXANDRE 2IBEIRO
O artista plĂĄstico Hans Haudenschild lança no sĂĄbado 22 de março seu segundo livro: “Mangalarga por Hans Haudenschildâ€?. A tarde de autĂłgrafos da obra, que integra o calendĂĄrio comemorativo dos 80 anos da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), acontece na sede da entidade, durante a Exposição Mangalarga de SĂŁo Paulo (SP). O livro traz um vasto panorama de garanhĂľes e matrizes retratados de forma minuciosa nas pinturas de Hans Haudenschild, possibilitando assim que o leitor tenha ocasiĂŁo de conhecer de forma mais profunda a rica produção do artista. As caprichadas pĂĄginas da obra apresentam ainda a trajetĂłria do pintor desde as artes de vanguarda atĂŠ a pintura de cavalos, especialidade em que foi um
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destacado pioneiro e na qual se tornou inquestionĂĄvel referĂŞncia. AlĂŠm disso, a prĂłpria histĂłria do Cavalo de Sela Brasileiro ĂŠ exposta de forma detalhada a partir da chegada da FamĂlia Real Portuguesa ao Brasil. No prefĂĄcio da obra, o presidente da ABCCRM, MĂĄrio Barbosa, destaca que o talento de Hans Haudenschild, cuja obra tĂŁo bem retrata o Cavalo de Sela Brasileiro, ĂŠ notĂłrio hĂĄ muitos anos no meio mangalarguista. O dirigente mangalarguista lembra tambĂŠm que os quadros conciliam uma apurada tĂŠcnica, capaz de retratar em detalhes a privilegiada anatomia dos equinos, a uma profunda sensibilidade, que se traduz em traços
que parecem capazes de captar a alma desses imponentes animais. A atuação de Hans, entretanto, nĂŁo se limita ao campo artĂstico. Desde 1970, concilia a carreira de artista plĂĄstico com a criação de cavalos da raça Mangalarga, no Haras TrĂŞs Estrelas, em TatuĂ (SP). Sua paixĂŁo tambĂŠm o levou a tornar-se um dedicado colaborador da ABCCRM, tendo integrado a diretoria da entidade nas gestĂľes dos presidentes AlĂpio Pereira Marques de Oliveira, Fausto SimĂľes, JosĂŠ Oswaldo Junqueira e Felippe Cavalcanti de Albuquerque. Essa produtiva parceria teve como um de seus principais frutos a criação da famosa logomarca da ABCCRM. Produto de sua imaginação, o sĂmbolo inspirado na cabeça do cavalo Colorado, um dos pilares da raça, popularizou o slogan “Mangalarga, o Cavalo de Sela Brasileiroâ€?. Dessa maneira, “O Mangalarga por Hans Haudenschildâ€? ĂŠ uma obra essencial para todos os apaixonados pelo Cavalo de Sela Brasileiro. Mais informaçþes sobre a obra podem ser obtidas na sede da ABCCRM pelo telefone (11) 3866-9866. #APA DO NOVO LIVRO DE (ANS (AUDENSCHILD
Foto: Divulgação.
Foto: Norberto Cândido.
Novo livro permite conhecer de forma mais profunda a rica produção voltada à raça desse celebrado artista
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Por Pedro C. Rebouças
24ª Cuecada EVENTO PERCORRERÁ AS BELAS PAISAGENS DA SERRA DA MANTIQUEIRA Um simples passeio e sem grandes pretensões de alguns PAIS COM SEUS kLHOS APENAS PARA mostrar e transmitir hábitos adquiridos por gerações, se transformou em um dos maiores eventos equestres da região de São João da Boa Vista (SP): a Cuecada. Como o nome mostra, só participam homens para que se mantenha a tradição, já que foi desta forma que tudo começou. As mulheres têm seu passeio no mês seguinte: a Sutianzada. No início eram apenas os cavaleiros e seu animais, seus alforges com um lanche, uma peça de roupa... e 23 anos depois passou a contar com caminhão-cozinha, caminhonetes-bar, veterinários,
pessoal de suporte e apoio... uma verdadeira operação de guerra. Mas uma guerra de paz, amizade e interação entre os cavaleiros e com a natureza. Estamos na 24ª Cuecada! Ela ocorrerá nos dias 11, 12 e 13 de abril de 2014 e como sempre sairá da cidade paulista de São João da Boa Vista com destino ao município mineiro de Poços de Caldas, sempre pela majestosa Serra da Mantiqueira com a Serra da Paulista emoldurando o passeio. Tudo começará no dia 11 pela manhã com saída da Fazenda Laranjeiras, onde é servido farto café da manhã. Nos dias seguintes são servidos o nosso autêntico e fa-
moso almoço tropeiro, destaque mais esperado depois de horas de cavalgada: é montada a cozinha e também o local de parada para os animais se refrescarem e descansarem para o período da tarde. O pouso dos cavaleiros é no Hotel Nascentes da Serra, em Poços de Caldas, onde é montada uma cozinha exclusiva ao lado da piscina, na qual além de saborear a maravilhosa comida os cavaleiros relembram as aventuras do dia e das outras cavalgadas também. Conheço os detalhes do evento no portal www.cuecada. com.br. Para mais informações, entre em contato com Jairo Hamilton ou Tony Malta pelos telefones (19) 99775-8448 e (19) 99775-2095. Fotos: Divulgação.
Cavalgada irá de São João da Boa Vista (SP) a Poços de Caldas (MG).
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Fotos: Dirk Kalitzki.
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15ª Cavalgada Amigos do MANGALARGA Lindas trilhas com a Serra da Mantiqueira ao fundo foram o ponto alto do trajeto da mais recente edição desta tradicional cavalgada da raça
Belas paisagens acompanharam a comitiva mangalarguista.
O Haras Forsteck, localizado no município de Guaratinguetá (SP), recebeu no dia 26 de outubro a décima quinta edição da tradicional cavalgada do Vale do Paraíba “Amigos do Mangalarga”. A programação teve início
Evento percorreu estradas e trilhas da região de Guaratinguetá.
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na noite da sexta-feira (25), véspeRA DA CAVALGADA QUANDO OS ANktriões Dirk e Ilda Kalitzki ofereceram aos amigos mangalarguistas uma agradável confraternização com queijos e vinhos. Durante o encontro ocorreu também a reunião do Núcleo Feminino na qual kCOU DEkNIDO QUE A #OPA DE !N-
damento de Campos de Jordão (SP) acontecerá nos dias 24 e 25 de Maio, uma semana antes da Exposição de Guaratinguetá. Segundo Dirk Kalitzki, a cavalgada transcorreu em clima bem familiar e descontraído, percorrendo 25 qui-
A comunidade mangalarguista prestigiou o tradicional evento.
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Pausa para o descanso da tropa. Um ambiente de amizade e descontração marcou o passeio.
A famĂlia Kalitzki recebeu os amigos no haras Forsteck.
Programação incluiu a reunião do Núcleo Feminino Mangalarga.
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lĂ´metros em estradas de terra e, sobretudo, em lindas trilhas com a Serra da Mantiqueira ao fundo. “Tivemos um cafĂŠ da manhĂŁ seguido de uma oração antes da saĂda dos cavaleiros. Durante o percurso, o grupo de apoio organizou um delicioso lanche Ă beira de UM LAGO E NO TER”O kNAL DA CAVALgada tivemos ‘uma parada obrigatĂłria’ no Bar do Perigosoâ€?, conta o ANkTRIÂťO DO EVENTO Dirk Kalitzki revela ainda que este ano a cavalgada contou com a presença de vĂĄrios criadores e usuĂĄrios do cavalo Mangalarga, provenientes do Vale do ParaĂba e
!LEXANDRE 2IBEIRO E O ANkTRIÂťO DO EVENTO $IRK +ALITZKI
A NUNCIO H ARAS EFI
de outras regiĂľes, em especial um grupo bem animado de Bragança Paulista (SP). A chegada do passeio tambĂŠm aconteceu no Haras Forsteck, onde os cavaleiros e o grupo de apoio desfrutaram um delicioso churrasco. “Foram momentos muito agradĂĄveis, com o encontro de vĂĄrios criadores antigos do Vale do ParaĂba, NĂşcleo Feminino e outros amigos, botando a prosa em dia!â€?, conclui o organizador desta dĂŠcima quinta edição da cavalgada Amigos do Mangalarga. REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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T ERRITÓRIO C AVALGADA
Por Pedro C. Rebouças
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Cavalgada da Aleluia EVENTO UNE FÉ E DEVOÇÃO A UM AGRADÁVEL MOMENTO DE CONFRATERNIZAÇÃO E CONVÍVIO COM O CAVALO DE SELA BRASILEIRO Fotos: Walter Fukuara.
Sebastião Malheiro liderou a comitiva durante o passeio do ano passado.
O Parque do Lago, localizado no município de Dourado (SP), promoverá neste mês de abril a décima quinta edição da Cavalgada da Aleluia. O tradicional evento, cuja organização está a cargo do casal Sebastião Malheiro Neto e Telma Somenzari, promete movimentar a comunidade mangalarguista no dia 19 de abril, Sábado de Aleluia. O percurso do passeio terá cerca de vinte quilômetros e percorrerá as belas trilhas e estradas rurais que ligam a propriedade à cidade de Dourado, onde a comitiva receberá a bênção do pároco da igreja
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matriz local. Após a cavalgada, o grupo será recepcionado no Parque do Lago com uma agradável festa de confraternização, que incluirá churrasco, música ao vivo e muitas brincadeiras com destaque para a tradicional busca, captura e malhação de Judas. Segundo Malheiro, a expectativa é que esta 15ª edição do evento repita o sucesso dos anos anteriores. “Nas cavalgadas passadas, o número de participantes superou sempre os cem conjuntos, contando inclusive com a presença de diversos estrangeiros que trabalham no Brasil.
Além disso, recebemos expressiva atenção da mídia e em especial da %046 AkLIADA DA 'LOBO NO INTERIOR paulista.” O organizador esclarece ainda que o evento tem o objetivo de unir fé e devoção com um agradável momento de confraternização e convívio com o Cavalo de Sela Brasileiro. “Fazemos isso para manter as tradições e não deixar perder esse vínculo com a Páscoa, que não é só uma festa, é toda uma relação religiosa. E o bacana é que o pessoal tem sempre prestigiado”, conclui Malheiro. REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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Cavalgada JundiaĂ a Aparecida
Foto: Thiago D’Angieri.
Por Pedro C. Rebouças
Qualidade e Beleza do Grande CampeĂŁo Nacional
.O kM DA VIAGEM A COMITIVA POSA PARA FOTO DIANTE DA "ASĂ€LICA DE !PARECIDA
.O kNAL DE DEZEMBRO UM ANImado grupo de mangalarguistas celebrou e agradeceu as conquistas da temporada 2013 com uma cavalgada entre o municĂpio paulista de JundiaĂ e o SantuĂĄrio de Aparecida do Norte (SP). A comitiva, composta por sete cavaleiros e catorze animais, percorreu cerca de 290 quilĂ´metros em sete dias de viagem. Entre os participantes estavam
Thiago D’Angieri, AttĂlio D’Angieri (TiĂłca), Rafael D’Angieri, MĂĄrio EspĂłsito, Paulo Roberto CorrĂŞa, Roque Carlos Nogueira (MamĂŁo) e seu neto Gean. O evento teve ainda o apoio de Juninho e Tavinho Mingotti e contou, em um dos dias da jornada, com a companhia do criador JosĂŠ Lamartine Filho (Zequinha). Segundo Thiago D’Angieri, essa foi a quinta edição do passeio. “Dessa
VEZ TAMBÂźM kZEMOS QUESTÂťO DE PASsar por alguns tradicionais criatĂłrios da raça, como o Haras Canto do Picharro, do Paulo Puttini, o Haras NLB, do Nilton Bartolli, e a Fazenda Morro Agudo, do ClĂĄudio Mente. AlĂŠm disso, acho que ĂŠ importante destacar que a tropa, que incluĂa animais de trĂŞs a 23 anos de idade, se saiu muito bem durante todo o percursoâ€?, destacou o cavaleiro e tĂŠcnico da raça.
ApĂłs alguns anos de estrada, e vĂĄrias cavalgadas, Jacira Omena escreve sobre o resultado de suas descobertas ao percorrer os caminhos do turismo equestre como uma praticante apaixonada pela atividade. Escreveu de forma entusiasmada um livro indispensĂĄvel para aqueles que gostariam de fazer como ela, que uniu dois grandes prazeres da sua vida e saiu galopando pelo mundo afora. Em “Viajar a cavalo: um guia passo a passoâ€?, ela, de uma forma didĂĄtica, leva o leitor a conhecer os mecanismos envolvidos nos roteiros de turismo equestre. E a partir daĂ, oferece ferramentas prĂĄticas e objetivas para a tomada de decisĂŁo de viajar a cava-
Foto: Divulgação.
Viajar a Cavalo lo, e a escolha do seu prĂłximo destino. NĂŁo satisfeita, baseada na sua experiĂŞncia, passa para os leitores preciosas dicas de como vivenciar esses momentos, sem passar por tanto sufoco. Porque como ela diz - “O caminho da descoberta ĂŠ prazeroso, mas pode ser facilitadoâ€?. A autora Jacira Freitas de Omena, alĂŠm de apaixonada por viagens e cavalgadas, ĂŠ graduada em medicina, artesĂŁ e fotĂłgrafa amadora. A obra, que conta com 200 pĂĄginas, foi editada pela Equus Brasil. Para mais informaçþes, acesse o portal www. equusbrasil.com.br.
Don Juan 42 Istambul da Jauaperi X Quiçaça Mangalarga
Grande CampeĂŁo Nacional Cavalo 2012
Livro Ê uma interessante opção para os apaixonados por cavalgada.
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Fazenda Bom Jesus - Uberaba - MG (34) 9643-4242 / (31) 99820455 Ronaldo Andrade Bichuette REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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ANOS
Por Geraldo Diniz Junqueira e Filhos
Origem do Mangalarga
Fotos: Blog Mangalarga Mangalarga.
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Marco do estabelecimento dos Junqueira no Favacho, o ano de 1761 pode ser considerado como o ponto de partida da criação Mangalarga. Antigo retrato do Quartel da Cachoeira.
Durante o século XVIII a Coroa Portuguesa realizou uma série de investimentos para criar e desenvolver um corpo de cavalaria denominado “Dragões”, que culminou com a construção do Quartel dos Dragões e do Palácio dos Governadores Gerais, em 1779. Ao lado destes investimentos do Estado, os particulares também foram estimulados a fazerem suas próprias criações, não só para proveito do Estado, como também para usa daquela população que se multiplicava e enriquecia nas Minas Gerais. Foi neste cenário, por volta de 1750, que se estabeleceu no Sul de Minas, na Fazenda Campo Alegre, em São Thomé das Letras, o português João Francisco Junqueira, natural de São Simão da Junqueira, próximo a Braga, Portugal. Poucos anos depois mudou-se
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para um lugarejo próximo denominado Favacho, onde construiu a casa e uma capela, na qual encontrou-se a seguinte inscrição: “Foi Benta em 1o. de Janeiro de 1761”. Marco do estabelecimento dos Junqueira no Favacho, o ano de 1761 pode ser considerado como o ponto de partida da criação Mangalarga. João Francisco Junqueira teve DIVERSOS kLHOS TODOS FAZENDEIROS e criadores como o pai. É costume atribuir-se o título de primeiRO CRIADOR AO kLHO MAIS NOVO DO Patriarca, Gabriel Francisco Junqueira, Barão de Alfenas, pelo fato de ter sido através dele, quando Deputado do Império (1831), que o cavalo dos Junqueira chegou à Fazenda Mangalarga, onde adquiriu este nome. Podemos facilmente imaginar o sucesso que tal empreendimento causou nas Minas Gerais, de onde
irradiaram-se produtos para todas AS REGIÉES BENEkCIANDO TODAS AS melhores criações através de seus concorridos remates. Com o estabelecimento da Coudelaria em 1820, os primeiros produtos foram desmamados em 1821; entre eles 2 potros e 2 potras do “cavalo do Junqueira”. Como esse cavalo procriou em 1821, já era reprodutor em 1820, devendo ter nascido antes de 1817. Portanto, antes de 1817, a Mangalarga já tinha ares de raça, com um representante sendo utilizado como reprodutor no principal núcleo de criação do País.
Chegada a Orlândia Os primeiros Junqueira partiram do Sul de Minas em 1812, vindo parar em Orlândia, no Estado de São Paulo, onde em 1816 estabeleceu-se, na Fazenda Invernada, um neto do Patriarca com o nome de Francisco Antonio Junqueira e na Fazenda Santo Ignácio em Morro Agudo estabeleceu-se seu cunhado, João José de Carvalho, ambos provenientes das Fazendas Favacho, em Cruzília, e Santo Ignácio, em Luminárias. Trouxeram consigo, além da família e famulagem, seus animais entre os quais o Fachada da Capela do Favacho. garanhão Sublime e a Minas, centro mais civilizado e de égua Fortuna, mãe de Fortuna I. maiores recursos para tratamenVoltando a Minas Gerais, por to, em companhia de seu filho ocasião do nascimento de sua primogênito João Francisco, da primeira filha, Francisco Antonio Fazenda Melancias. foi presenteado por um de seus Informado por seu primo Francunhados com um potro alazão cisco de Andrade Junqueira – o salpicado de nome Volteiro, que ‘Chiquinho do Cafundó’ – filho do reproduziu apenas 2 anos por ser Barão de Alfenas, de que os cavaquase indomável, apesar de lindo, los dos Junqueira estavam muito ótimo andar, resistente à toda provalorizados devido a uma comva. Teria sido este animal o antepra que lhes fizera um fazendeiro cedente do cavalo Alazão, um dos muito rico do Estado do Rio dono mais renomados reprodutores dos da FAZENDA MANGALARGAe primeiros tempos e ainda responeste os teria recomendado a amisável pela introdução da pelagem gos, João Francisco adquiriu um salpicada no Mangalarga. reprodutor para refrescar a conEm 1833 casou-se José Frauzisanguinidade dos cavalos criados no Junqueira, irmão mais novo de em São Paulo. Este esteio da raça Francisco Antonio, e como o cosfoi Telegrama, conhecido dos antume era o noivo chegar a cavalo, tigos criadores por Telegrama VeFrauzino adquiriu de um tio de lho. sua noiva, Carlos de Sá, na MantiEm 1867, Francisco Marcoliqueira, o cavalo Gregório, descenno Diniz Junqueira – o ‘Capitão dente dos Sublimes de Barbacena. Chico’, segundo filho de FrancisO pagamento foi feito pela troca co Antonio, tomou emprestado de de vinte novilhas turinas, uma seu amigo João Alves Gouveia, fortuna para a época. Barão de Lavras e proprietário da Em 1840, com a saúde abalaFazenda Chamusca, em Carmo da, Francisco Antonio retornou a
da Cachoeira, Minas Gerais, o reprodutor Joia, conhecido como Joia da Chamusca, fundador de um importante ramo da Mangalarga, que vem até nossos dias. O último grande chefe de raça dos Mangalarga primitivos foi Rosilho (ou Abismo), de Antonio Gabriel Junqueira, filho do Barão de Alfenas e proprietário da Fazenda Narciso, em Cruzília. Linhagens iniciais Os Junqueira sempre preservaram e distinguiram as linhagens de: Fortuna, Sublime, Gregório, Telegrama, Joia e Rosilho, devido ao fato deles descenderem de diferentes reprodutores ou mesmo de diversas linhagens de reprodutores que pertenciam à Coudelaria Real de Cachoeira do Campo ou Coudelaria de Barbacena, como era conhecida, por ter sido morada do Visconde de Barbacena. Em Cachoeira do Campo coexistiram cavalos de raça Alter, Inglês, Francês, Alemão, Árabe e, provavelmente, do Cabo da Boa Esperança. Os “Fortuna” eram reforçados, de crinas ásperas, corpo curto e forte, ventre desenvolvido; cavalos um tanto cilíndricos e de membros bem aprumados. Tinham contra si a cabeça pesada e o pescoço deselegante. Todos com andar elegante e resistência à toda prova. A linhagem “Sublime” era proveniente da Coudelaria de “Barbacena”, da qual João Francisco “das Melancias” tinha uma égua preta que muito estimava e dizia sempre ser filha do Sublime, cavalo de seu falecido pai. Esta égua foi mãe de Rio Branco. REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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ANOS
GregĂłrio era tordilho, to crinas claras, descendente dos “Sublimeâ€? de "ARBACENA 3EUS 3EUS kLHOS ERAM ELEgantes, de pescoço comprido, pĂŞlos MUITO kNOS E CRINAS TRANSPARENTES Entre seus descendentes, dois levaram o nome de Cisne, devido ao pescoço elegante. Os “Telegramaâ€?eram marchadores, nĂŁo tĂŁo carnudos como os “ForTUNAu CABE”A kNA CRINA E CAUDA com pouco cabelo macio, de garupa plana e grande velocidade, muito usados como cavalos de silhĂŁo. Os “Joiaâ€? eram escorreitos, Detalhe da porta de entrada do Quartel da Cachoeira.
impecĂĄveis na forma, pescoço altaneiro, olhos vivos, cabeça pequena, porĂŠm menos seca que os “Telegramaâ€? e os “GregĂłrioâ€?, ĂĄgeis e velozes; mas como os “Fortunaâ€?, eram rebeldes. Os “Joiaâ€? foram cĂŠlebres cavalos de corrida e de caçada. Os “Rosilhoâ€? tinham a mesma origem e tipo dos “Telegramaâ€?, porque seus criadores eram irmĂŁos e vizinhos. De Rosilho (ou Abismo), descendem a maioria dos representantes da raça de marchadores e da raça Mangalarga.
Por Geraldo Diniz Junqueira e Filhos
Esquema das origens do cavalo Mangalarga 1) CAVALO DA PENĂ?NSULA IBÉRICA + CAVALO DOS MOUROS E Ă RABES = CAVALO DO CONQUISTADOR. 2) CAVALO DO CONQUISTADOR, VINDO DO NORTE. CAVALO DO CONQUISTADOR TOMÉ DE SOUZA + CAVALO HOLANDĂŠS = CAVALO DO SERTĂƒO DO SĂƒO FRANCISCO (NORDESTE). 3) CAVALO DO CONQUISTADOR, VINDO DO SUL. CAVALO DE MARTIN AFONSO DE SOUZA (PIRATININGANO) + CAVALO DE Ă LVAR NÚÑES CABEZA DE VACA + CAVALO DE PEDRO DE MENDOZA = CAVALO DOS TROPEIROS (CAVALO SULINO). 4) CAVALO DE MINAS GERAIS = CAVALO DO SERTĂƒO DO SĂƒO FRANCISCO (NORDESTE) + CAVALO DOS TROPEIROS (CAVALO SULINO) =CAVALO DE MINAS GERAIS (BASES DO CAVALO DO JUNQUEIRA).
CalendĂĄrio Comemorativo A Diretoria Executiva da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) preparou uma sĂŠrie de atraçþes para celebrar o aniversĂĄrio de 80 anos dessa entidade que ĂŠ referĂŞncia para a equinocultura e o agronegĂłcio brasileiros. AlĂŠm de uma sĂŠrie de eventos, a data tambĂŠm serĂĄ lembrada pela produção de um Ciclo de MatĂŠrias na Revista Mangalarga e pela realização de um vĂdeo institucional da raça. Confira a seguir o calendĂĄrio de eventos comemorativos e venha participar desse momento Ămpar da histĂłria do Cavalo de Sela Brasileiro!
Exposição Mangalarga de São Paulo Evento jå realizado
Lançamento do Livro “Mangalarga – Retratos por Hans Haudenschildâ€? Evento jĂĄ realizado
Cavalo Mangalarga na Festa do PeĂŁo de Barretos Agosto 2014
Festa da FamĂlia Mangalarga 07 a 10 de agosto 2014
Jantar Comemorativo 80 anos Durante a XXXVI Exposição Nacional
5) CAVALO DA CORTE E DA ABERTURA DOS PORTOS = CAVALO ALTER + CAVALO DA CIDADE DO CABO (CAVALO INGLĂŠS DE CORRIDAS + CAVALO HOLANDĂŠS). 6) CAVALO DO BRASIL NA ÉPOCA DE D. JOĂƒO (RIO E MINAS GERAIS) = CAVALO DE MINAS GERAIS + CAVALO ALTER + CAVALO DA CIDADE DO CABO. 7) CAVALOS DA COUDELARIA REAL DA CACHOEIRA DO CAMPO: = REPRODUTORES DE VĂ RIAS ORIGENS (PORTUGUĂŠS, FRANCĂŠS, Ă RABE, ALEMĂƒO, O CAVALO DO JUNQUEIRA E O CAVALO DO CABO DA BOA ESPERANÇA). 8) CAVALO MANGALARGA = CAVALO DO JUNQUEIRA + CAVALO DO BRASIL NA ÉPOCA DE D. JOĂƒO + VĂ RIOS REPRODUTORES ESTRANGEIROS ORIGINĂ RIOS DA COUDELARIA REAL DA CACHOEIRA DO CAMPO.
SimpĂłsio Nacional Novembro em SĂŁo Paulo
Mangalarga Fest 2014
Obs: Esta matĂŠria ĂŠ a primeira de uma sĂŠrie de quatro artigos especiais sobre os 80 anos da ABCCRM.
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REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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VOZ DO CRIADOR
Qual ĂŠ o Mangalarga que queremos legar aos nossos netos? Nesses dias de hoje devemos, em todos os sentidos, nos apresentar sempre montados em tropa de muito boa qualidade e que seja bem mangalarga na sua essĂŞncia. Ao contrĂĄrio do que antes se imaginava correto, o buscar a similitude dentro de um conceito universal de cavalos de sela mostrou-se uma idĂŠia questionĂĄvel. A realidade atual ĂŠ que um dos fatores determinanTES PARA A SIGNIkC¡NCIA DAS RA”AS DE cavalos deverĂĄ ser, cada vez mais, exatamente a sua singularidade. Num tempo em que o mundo parece estar no quintal da nossa casa ĂŠ fundamental a valorização das qualidades essencialmente tĂpicas dos nossos animais, assim como das nossas manifestaçþes culturais e histĂłricas. Mais do que nunca, devemos nos apegar aos nossos costumes e tradiçþes, adaptando-os e transformando-os em provas e espetĂĄculos a serem mostrados em nossos eventos e competiçþes. Mais do que nunca, devemos preservar e valorizar o andamento marchado dos nossos animais, bem como suas qualidades originais de morfologia e temperamento, como forma de assegurar a nossa identidade. Passada a euforia de um perĂodo em que os animais tinham um vaLOR kCTĂ€CIO E DIANTE DE UM PROCESSO de globalização que exige o aperfeiçoamento do raciocĂnio de fazer PREVALECER OS VALORES ESPECĂ€kCOS de cada povo e cada lugar, cabe aos criadores e Ă Associação o dever de GARANTIR QUE O -ANGALARGA SE kRME cada vez mais como raça nacional e importante, garantindo tambĂŠm um bom futuro para as novas geraçþes de animais e de criadores.
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Em alguns aspectos nossa criação vem caminhando na direção correta nesses últimos anos. É inegåvel uma maior preocupação de parte dos nossos criadores e tÊcniCOS COM A EkCI½NCIA DOS NOSSOS ANImais tanto na qualidade dos seus andamentos como na valorização da parte funcional como um todo. Continuar trilhando essa estrada Ê a forma mais segura de alcançar mais depressa os objetivos pretendidos de estabelecer um mercado ESTœVEL E SUkCIENTE PARA NOSSOS ANImais e obter o merecido reconhecimento de um trabalho sÊrio, duråVEL E CONkœVEL A Copa de Andamento, com um histórico de sucesso jå hå alguns ANOS SE kRMA COMO ALTERNATIVA VIœvel de mostra e importante fator de seleção, valorizando a nossa raça no que ela tem de mais autêntico. O turismo eqßestre, hoje uma realidade crescente, Ê tanto na sua versão mais longa da cavalgada como na mais curta dos passeios a cavalo uma excelente opção de utilização da raça e um rico manancial de provåveis usuårios do nosso cavalo. As qualidades originais da nossa tropa, andamento, temperamento e rusticidade, formam um PERkL QUE SE ADŸQUA COMO UMA LUVA à atividade. AlÊm disso, depois de horas ou de vårios dias montados os cavaleiros, experientes ou não, terão muito mais capacidade de avaliar as qualidades de um animal de SELA INlUINDO POSITIVAMENTE NOS critÊrios de seleção a serem seguidos, atÊ porque, em última anålise, cavalo bom Ê aquele que nos då prazer em cavalgar. Provas de maneabilidade devem ser incrementadas e hå que se abrir MAIS ESPA”O PARA OS NO PROkSSIO-
nais e para os jovens em nossos eventos. É necessĂĄrio perceber que a exposição, embora importante e deva ser mantida, ĂŠ elitista em si mesma, nĂŁo sĂł por onerosa e limitante para a maioria dos criadores, mas tambĂŠm porque trata da observação e anĂĄlise de um contingente muito pequeno de animais, deixando Ă deriva a esmagadora maioria da POPULA”O DO MANGALARGA QUE kCA desvalorizada e sem guarita em UMA RA”A COM POUCAS FORMAS Okciais de se fazer representar. Sem falar que a valorização excessiva das exposiçþes como critĂŠrio de seleção transformou nossos julgamentos num espetĂĄculo monĂłtono e cansativo, motivo de inĂşmeras BRIGAS E INkNDÂśVEIS MUDAN”AS DE regulamento, alijou da raça linhagens fundamentais, criando uma perigosa tendĂŞncia de endogamia e provocou o ĂŞxodo de parte do plantel e dos criadores para o Mangalarga Marchador. Importante frisar, e aqui abrindo um parĂŞntese para tratar do assunto, ĂŠ que essa divisĂŁo Mangalarga e Mangalarga Marchador, desde sempre muito mais polĂtica do que zootĂŠcnica, ĂŠ, no meu ponto de vista, prejudicial Ă s duas associaçþes e a aproximação entre elas seria talvez uma forma de concretizar a idĂŠia de uma raça brasileira ainda maior e mais forte de cavalos marchadores. Cabe Ă Associação mudar essa situação e colocar o seu peso, sua intenção e o seu prestĂgio na transformação desse processo. É necessĂĄrio Ă Associação descobrir e valorizar o cavalo que trabalha, o que faz prova, o que ĂŠ efetivamente utilizado para que seja possĂvel conquistar espaços de uma
forma duradoura e sustentĂĄvel, baseados em critĂŠrios consistentes para alĂŠm das concepçþes imediatistas e que atendam a todas as faixas de criadores e proprietĂĄrios de Mangalarga. O modelo bibelĂ´ de cavalo estĂĄ CONDENADO AO EXTERMĂ€NIO POR INEkcaz e caro e por se restringir a um nĂşmero reduzido de criadores e de pĂşblico. Temos que proporcionar espetĂĄculos eqĂźestres que cativem o pĂşblico em geral e motivem as pessoas a montar o nosso cavalo. É fundamental a criação e efetivação de provas funcionais que remetam Ă s nossas tradiçþes rurais, porque sĂł assim essas provas serĂŁo verossĂmeis e consistentes, tornando o Mangalarga uma alternativa interessante para crianças, mĂŁes, pais, famĂlias de um modo geral e usuĂĄrios e gerando um fluxo constante de
envolvimento com nosso cavalo, como demonstram vĂĄrios exemplos de outras raças e associaçþes. HĂĄ que se estimular, muito mais que o espĂrito de competição e disputa, as vantagens que o envolver-se com cavalo de uma forma sadia pode trazer ao fortalecimento dos laços afetivos e Ă prevalĂŞncia dos valores familiares. ! HORA Âź DE RElEXÂťO E Âź IMPORtante tentar compreender o processo que nos trouxe atĂŠ aqui. Faz-se necessĂĄrio projetar um futuro para a raça baseado em seus reais conceitos e qualidades, adequando-os ao momento que vivemos. Estabelecer metas de curto, mĂŠdio e longo prazo e uma diretriz maior que nos forneça a direção e o sentido dos ajustes nos desvios eventuais do nosso percurso. E ĂŠ sempre bom lembrar que a utilização do cavalo, nas suas va-
riadas formas, Ê que vai atrair as pessoas e garantir que tenhamos uma pirâmide de criadores e usuårios sólida e alicerçada desde a sua base, permitindo o desenvolvimento equilibrado e saudåvel da raça. Sobreviverå quem valorizar a função.
Raul Sampaio de Almeida Prado SĂłcio NÂş: 01049
A NUNCIO
M ANGALARGA
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CadĂŞ o motor e a “transmissĂŁoâ€?do Cavalo Mangalarga? Se outro dia tive a pretensĂŁo de escrever sobre importante parte do cavalo em geral, do cavalo de sela e do CAVALO MANGALARGA ESPECIkCAMENTE a cabeça, hoje vamos perguntar onde estĂĄ o motor do cavalo, de qualquer cavalo, de tração pesada, de tração leve, de salto, de passeio, de corrida atrelada, de corrida montada? O afoito jĂĄ responderia que o motor do cavalo em geral, de qualquer CAVALO ESTÂś NA garupa, e sĂł. / MOTOR kCA NA GARUPA MAS DAS pernas, jarretes, canelas, boletos atĂŠ os cascos temos a “transmissĂŁoâ€? do cavalo, o que lhe dĂĄ o arranque, o torque, a cadĂŞncia, o passo, o trote, a marcha, o galope. Estou usando linguagem automobilĂstica porque os nossos jovens de 18 anos, 28 anos, 38 anos, 48 anos, etc, talvez tenham lido, estudado, viajado mais de automĂłvel do que a cavalo, kCANDO ENTÂťO TUDO DE MAIS FÂśCIL ENtendimento. $ESTAS PRIMEIRAS AkRMAӃES JÂś podemos começar a pensar e atĂŠ a concluir entĂŁo: serĂĄ que o motor dita o andamento do cavalo, a marcha trotada do cavalo mangalarga? Acho que sim, pois se o exame externo do cavalo (ezoognĂłsia) começa pelas pernas, no cĂŠlebre: “no foot, no horseâ€?! dos hipĂłlogos ingleses, tambĂŠm ĂŠ verdade que o cavalo “sem garupaâ€? tem apenas um motorzinho 1.0, e nĂŁo serĂĄ nunca um 3.0 V8. Escrevi em 1989, no REFERENCIAL MANGALARGA, da BG CULTURAL, pĂĄginas 69/86, artigo em que DIZIA QUE EM %84%2)/2 %://'NĂ“SIA), o que era a BELEZA e o DEFEITO DO CAVALO. A beleza ĂŠ a perfeição de determinada regiĂŁo do cavalo, sob o ponto de vista estĂŠtico e funcional, podendo ser absoluta AQUELA QUE MANTÂźM o mesmo valor, seja qual for a utilização do animal); relativa AQUELA que constitui perfeição para determinado emprego do cavalo, deixando
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de ser beleza se for mudada sua utilização); e convencional, ditada pela MODA OU PARA kNS COMERCIAIS Beleza absoluta no cavalo mangalarga ĂŠ ter garupa comprida, larga, musculosa, prĂłxima Ă horizontal sem ser plana, cauda inserido-se harmoniosamente Ă garupa, com sabugo CURTO kRME DE CRINEIRA kNA E SEDOSA O oposto de beleza ĂŠ o defeito, que ĂŠ a imperfeição de determinada regiĂŁo, que pode ser tambĂŠm absoluto, relativo e convencional. Defeito absoluto no cavalo mangalarga ĂŠ ter garupa curta, estreita, descoberta, e tambĂŠm GARUPA DUPLA. E porque a garupa dupla ĂŠ defeito absoluto em nosso cavalo, se ela mostra um cobertura muscular muito grande ? A explicação estĂĄ no fato de que tal caracterĂstica ĂŠ tĂpica do cavalo quarto de milha, que ĂŠ um cavalo que foi formado da mestiçagem de animais de tração com animais de sela. No cavalo de tração, ĂŠ comum a garupa dupla, o que denota sempre a mestiçagem com animais de tração. Se em nosso cavalo aparecer garupa dupla, necessariamente haverĂĄ aĂ um crime zootĂŠcnico, pois por mais INlU½NCIA EXĂ…TICA QUE O NOSSO CAVALO possa ter sofrido em sua fase de formação, os pioneiros mangalarguistas nunca usaram raças de tração, para a moldagem de suas tropas. Assim, portanto, se o seu cavalo apresenta garupa dupla, necessariamente ele ĂŠ um mestiço, que deve ser banido da raça. O cavalo mangalarga deve ter, seGUNDO O 0ADRÂťO /kCIAL DE .OSSA !"##2- “4Âş - Garupa forte, ampla e comprida – Por ser esta regiĂŁo do cavalo que reĂşne grande parte de sua capacidade motora, nĂŁo ĂŠ sem razĂŁo que se diz que no cavalo de sela o motor ĂŠ atrĂĄs – As arrancadas rĂĄpidas, qualidade muito procurada no cavalo de sela, dependem
principalmente do trem posterior – A garupa comprida, ampla e forte, com coxas bem musculadas e bem descidas, constitui-se no motor que arranca a massa no momento de partida.â€? %M SEGUIDA AkRMA O MESMO 0ADRÂťO /kCIAL DO #AVALO -ANGALARGA “5Âş - Membros fortes, bem estruturados e aprumados, com articulaçþes grandes e tendĂľes nĂtidos – Qualidades imprescindĂveis a qualquer cavalo de sela, tanto no trabalho como no esporte – Para bem desempenhar suas funçþes, o cavalo depende em primeiro lugar de seus locomoveres.â€? As belezas, portanto, da garupa do cavalo mangalarga sĂŁo sua fortaleza, sua largura, sua cobertura muscular e seu comprimento. Tudo isto atrelado a coxas bem musculadas, devendo esta musculutura ser bem descida, atĂŠ os jarretes, para cobrir as articulaçþes e os tendĂľes, dando força de transmissĂŁo, de torque ao cavalo, e evitando, outrossim, o aparecimento de taras nos jarretes, que acabam com a vida Ăştil do cavalo. Embora as pernas sejam fundamentais, o leitor vai concordar comigo que garupa fraca faz do seu cavalo um cavalinho que, para nĂŁo “afogarâ€? na rampa, no arranque, na curva, vai exigir que vocĂŞ desligue o ar condiCIONADO 3EJA UM BOM BRASILEIRO A PREkRA UM gGARUPÂťOu
Artur Pagliusi Gonzaga SĂłcio 504, desde 1964 criando Mangalarga Funcional e atĂŠ de EstĂĄtica Muito Boa.
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A Revolução Silenciosa Divulgação.
Em todo mundo, cavaleiros e proprietĂĄrios estĂŁo cada vez mais preocupados com as questĂľes de bem estar, de forma de se treinar e de como os cavalos vivem.
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A cada 2 anos a Universidade do Cavalo leva um grupo de 50 clientes e alunos para a Equitana, a grande feira realizada em Essen na Alemanha. AlĂŠm disto, todos os anos vou aos EUA para cursos e reciclagens na ĂĄrea de treinamento de cavalos e de pessoas, e tambĂŠm para contatos nestes paĂses que geram frutos para a Universidade do Cavalo. A cada ida nossa ao exterior, para os paĂses considerados maduros pelo ponto de vista de cultura do cavalo, vemos uma crescente mudança de comportamento da comunidade equestre. Na Equitana, por exemplo, onde as demonstraçþes de raças ĂŠ feita o dia todo por todo o perĂodo da feira, vemos cada vez mais crianças e mulheres realizando es-
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tas demonstraçþes. Enquanto isto, os locutores enaltecem as qualidades de franqueza, calma, obediĂŞncia, docilidade, etc, de cada raça. As demonstraçþes sĂŁo feitas com estas crianças rodando na guia, passando em lonas, saltando pneus e cones, todos sorrindo e criando o ambiente familiar, de calma e tranquilidade. Enquanto isso, nos EUA, cada vez mais cresce o nĂşmero de participantes em clĂnicas e cursos visando exercĂcios de relacionamento, equitação de baixo stress, o chamado horsemanship natural, e tantos outros neste viĂŠs. Isto tem mudado muito o mercado lĂĄ fora. Mudado porque como estes paĂses sĂŁo tradicionais no esporte a cavalo, a tradição era a de
resultados baseados exclusivamente em performance e atĂŠ mesmo uma agilidade maior para o alcance deste resultado. Uma Alemanha ĂŠ campeĂŁ olĂmpica e mundial de Salto, CCE, Adestramento. Os EUA sĂŁo tradicionalmente os melhores no mundo das modalidades western. Tiveram e estĂŁo tendo que se adaptar a uma realidade diferente. Os esportes continuam, o alto nĂvel continua, mas nem sempre da forma como sempre foi. Enquanto tradicionalmente tĂnhamos o resultado como foco, hoje o grande pĂşblico prioriza a forma como este resultaDO VEM SENDO OBTIDO % ISTO SIGNIkCA que os cavaleiros e proprietĂĄrios estĂŁo cada vez mais preocupados com as questĂľes de bem estar, de forma de se treinar, de como os cavalos vivem. Pode parecer estranho, mas Âź A VERDADE % ISTO TAMBÂźM SIGNIkca que o maior nĂşmero de pessoas que estĂĄ neste mercado nĂŁo cria, mas sim, usa o cavalo de sua raça preferida. Tornar-se criador nestes paĂses requer muito mais dinheiro do que tornar-se usuĂĄrio, proprietĂĄrio de 1 ou 2 cavalos. Este ĂŠ um dos grandes motivos que a cadeia toda do cavalo sobrevive de forma bem distribuĂda. Como se cria em quantidade mĂŠdia e atĂŠ baixa, tem-se maior nĂşmero de clientes usuĂĄrios, e estes dependem de treinaDORES E PROkSSIONAIS QUE TRABALHAM em torno destes cavalos. Assim todo mundo ganha de forma mais equilibrada. Qual a real mudança de mercado? Que, a partir de um pĂşblico que quer formas diferentes de se relacionar com cavalos, que se preocupa em como o cavalo estĂĄ sendo treinado, como vive, como aprende,
etc, os treinadores tiveram que se adaptar a receber este pĂşblico e a ensinar coisas a este pĂşblico. E obviamente, a treinar os cavalos de forma diferente. Treinadores que aplicam tĂŠcnicas de horsemanship natural, e que ensinam estas tĂŠcnicas a seus clientes, estĂŁo lotados de cavalos. Quem ainda nĂŁo decidiu pela mudança, assiste a uma debandada de cavalos indo para outros centros de treinamento. Como em todo mercado, existem obviamente os bons e os ruins dentro do universo do horsemanship natural. E existem os enganadores tambĂŠm, mas aĂ ĂŠ o mercado quem experimenta e descobre quem ĂŠ quem. E o Brasil? No nosso paĂs, a mesma coisa jĂĄ estĂĄ acontecendo. De maneira bem calma e pequena, mas estĂĄ. É grande o nĂşmero de clientes
que desejam conhecer mais seus cavalos e aprender com eles desde as tĂŠcnicas simples de equitação atĂŠ os exercĂcios de guia, horsemanship, etc. É grande o nĂşmero de pessoas que procura competiçþes em ambientes saudĂĄveis, competitivos, mas sempre pensando primeiramente nos cavalos. Aumenta a cada dia o volume de pessoas que procuram na competição uma forma de superação a si prĂłprio, nĂŁo somente por ganhar dos outros. E atravĂŠs disso pensam primeiro no cavalo. Doping, medicamentos para aumentar performance, cavalos que vĂŁo para provas ou treinos com dor, ferramentas severas demais, vĂŁo cada vez mais sair de moda. Cada vez mais serĂŁo parte de uma leva de treinadores que sim, terĂĄ seu cliente, mas serĂĄ a minoria. Ganhar a
qualquer custo Ê cada vez mais fora de moda. E o futuro serå assim, pois a geraçþes que estão chegando jå pensam assim desde cedo. Temos que nos adaptar. O criador tem que criar pouco e bem, para então conseguir treinar melhor seus cavalos. A força não vem mais de dentro do mercado para fora, mas sim de fora para dentro. Nossos clientes estão tomando as rÊdeas do mercado e forçando a uma nova realidade na forma de treinarmos nossos cavalos. Quem jå estå fazendo isto, jå colhe os frutos. Quem ainda não se adaptou ou acha isto uma grande bobagem, vai assistir talvez a uma das maiores revoluçþes silenciosas do nosso mercado. Aluisio Marins, MV Universidade do Cavalo www.universidadedocavalo.com.br
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A Questão das Rédeas no Mangalarga Equitação no Mangalarga sempre esteve na frente da maioria das raças no nosso país e devemos zelar para que assim continue
Em dezembro de 2013 fui honrado com um convite da ABCCRM PARA NA ETAPA kNAL DA #OPA *ANga de Andamento, em Jaú SP, palestrar sobre Adestramento. Como cheguei bem antes do horário preVISTO PARA A PALESTRA kQUEI LOGO NA entrada, a apreciar os excelentes andamentos em pista. Todos muito bons. Mas me chamou a atenção o tipo de rédeas utilizado e a maneira de segurá-las. Na verdade não foi surpresa, mas comparando com dez ou quinze anos atrás o que se vê hoje é bem diferente, assim como outras diferenças existiam há uns vinte anos atrás. Notei também, na maioria dos cavaleiros, CERTA INlU½NCIA OU RElEXO DE DOIS estilos que tem pouco ou nada a ver com a tradição mangalarguista, porém muito em voga nos últimos dez ou quinze anos. Notei ainda certa confusão ao misturarem esses dois estilos. Senão vejamos.
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Norberto Cândido.
O que aqui vai é uma análise crítica, no bom sentido, do tipo atualmente mais usado de rédeas e da maneira de segurá-las. Quase ninguém aborda esse assunto e é raro encontrá-lo até na literatura equestre. Por isso mesmo, apesar de poder desagradar alguns, achei que seria útil ao meio mangalarguista escrever estas linhas. O caminho do aprendizado é bem mais árduo do que a suave Marcha Trotada do Cavalo de Sela Brasileiro. Mas quando se trata de uma boa causa, às vezes é preciso dar a cara para bater. Pelo Mangalarga vale correr este risco. Então vamos lá.
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Tipo de rédeas Vamos iniciar analisando a questão do tipo de rédeas. Esquerda e direita separadas ou unidas? Quase todos, em Jaú, usavam rédeas separadas, isto é, não unidas esquerda com direita. Mas quem conheceu o Mangalarga de uns vinte ou mais anos para trás lembra que a tradição não era de rédeas separadas. Eram rédeas unidas, esquerda com direita. E eram apenas duas. Depois, quando trouxeram alguns treinadores portugueses para ensinar Equitação Acadêmica de alto nível, muitos cavaleiros do Mangalarga passaram a usar quatro rédeas, ou seja, duas do
freio unidas esquerda com direita e duas do bridão unidas esquerda com direita. Um recurso de manejo SOkSTICADO TÀPICO DA !LTA %SCOLA E também obrigatório em provas de nível avançado no Adestramento do Hipismo Clássico. Nada contra quem sentir necessidade e realmente souber usá-las. Porém, além das quatro rédeas ou de apenas duas com bridão, a aproximação do Mangalarga ao tipo morfológico do cavalo de Hipismo Clássico, grande, pernalta e comprido, somadas à generalização do uso de culote por parte dos cavaleiros, fez com que a “moderna” imagem da raça afastasse muitos consumidores.
Para o usuário comum o Mangalarga não parecia mais um cavalo de passeio nem de lida nas fazendas. Ao mesmo tempo para os praticantes do Hipismo Clássico faltava na raça a seleção funcional para Adestramento, para Saltos e para CCE. Como consequência uma longa crise de comercialização foi inevitável. Felizmente, em termos morfológicos, a raça tem voltado para o seu “eixo”. Em termos de andamentos também, está num bom caminho. O temperamento é outro aspecto que melhorou. A boa valorização atual dos animais ¼ PROVAVELMENTE RElEXO DESSE redirecionamento na raça. O que me parece ainda deixar um pouco a desejar são alguns aspectos da Equitação no Mangalarga. Um melhor conhecimento dos estilos e uma maior identidade própria poderiam ajudar mais nessa recuperação econômica da raça. É o que tentarei expor aqui. Uma das estratégias para reverter o quadro negativo de comercialização que se tinha instalado deve ter sido adotar uma imagem menos elitizada, provavelmente voltando a se aproximar novamente das coisas simples do campo. Parece também que nesse caminho de volta, consciente ou inconscientemente, OS CAVALEIROS ACABARAM INlUENCIAdos pela imagem dos praticantes de uma competição vaqueira, a Rédeas do estilo Western, modalidade esta que desde aquela época vem ganhando adeptos e prestígio. A partir daí então, no ambiente manGALARGUISTA O CULOTE kCOU CADA VEZ mais raro e comandar o cavalo só com freio usando apenas duas réDEAS N»O UNIDAS kCOU CADA VEZ mais comum. Rédeas não unidas x rédeas unidas Analisemos agora as vantagens e desvantagens de cada um dos tipos de rédeas, unidas e não uni-
das. Como já dissemos rédeas não unidas não eram muito comuns nas pistas do Mangalarga antigamente. Rédeas não unidas são mais próprias de vaqueiros típicos como o Gaúcho, o Cowboy, o Huaso, o Charro, etc. Mas por quê? Porque esses vaqueiros, normalmente, lidam com gado todos os dias e costumam, muito mais do que outros estilos, praticar apartação em curral ou até mesmo no campo. Se as rédeas, esquerda e direita, forem unidas existe o risco de um bovino aspado, no calor do entrevero da apartação, passar por baixo do pescoço do cavalo, enganchando numa delas, ou nelas (nas rédeas), e levar tudo de roldão. Já se as réDEAS N»O FOREM UNIDAS kSICAMENTE esse risco não existe. Se o bovino enganchar nas rédeas não unidas ele apenas as toma da mão do cavaleiro, mas não leva o cavalo junto. Pouca gente sabe que esta é a razão principal para se usar rédeas separadas. Trata-se de uma opção prática para prevenir acidentes maiores. Mas se as rédeas não unidas têm essa vantagem para apartar gado, por outro lado têm desvantagens quando não se está apartando. Para quem não aparta gado todo dia, não convém utilizá-las em qualquer outra ocasião ou função. Desunidas, esquerda e direita, elas podem, sem querer, facilmente cair e serem pisadas pelo cavalo, consequentemente ferindo a boca dele mesmo. Além disso, por serem desunidas a maneira de empunhá-las é, geralmente, mais COMPLICADA MAIS FEIA E MENOS Ekciente. Veremos isso no próximo parágrafo. As maneiras de empunhar as rédeas Vamos falar de cavalgar com apenas duas rédeas, como faz a maioria mangalarguista de hoje, aliás como faz a grande maioria dos cavaleiros no mundo todo.
Unidas ou desunidas, tanto se pode empunhar as duas rédeas numa só mão como também uma em cada mão. Depende da embocadura, do treino, do trabalho e da tradição. Com freio, isto é, embocadura de alavanca, se o cavalo é bem treinado e já conhece as ações contrárias ou de rédeas de pescoço (neck reining), as duas rédeas vão a uma só mão. Nos estilos rurais elas entram na mão por cima e saem por baixo, entre a palma e o dedo mínimo. Nos estilos acadêmicos elas entram por baixo e saem por cima, entre os dedos indicador e polegar. Quando a embocadura é bridão, ou quando é freio mas ainda com pouco treino, os estilos acadêmicos e a maioria dos estilos rurais (exceto o gaúcho) usam uma rédea em cada mão. Só que nesses casos, tanto acadêmicos como os rurais, fazem as rédeas entrarem por baixo e saírem por cima da mão. A diferença é que os acadêmicos usam rédeas unidas e os rurais que fazem apartação usam rédeas não unidas. Nessa fase normalmente ainda predomina a ação direta de rédeas, isto é, para direita aciona-se a rédea direita e para a esquerda aciona-se a rédea esquerda. Mas os rurais de apartação, por usarem rédeas não unidas, costumam pegar duas vezes cada mesma rédea, para diminuírem o risco de que elas caiam. A rédea esquerda entra por baixo e sai por cima da mão esquerda e na sequência entra por cima e sai por baixo da mão direita. Caminho igual, porém inverso faz a rédea direita. Entre uma mão e ouTRA DEVE kCAR UMA SOBRA GRANDE DE rédeas, para que as mãos possam se mover independente uma da outra. Complicado ? Sim, além de pouco elegante ou pouco discreto, mas necessário. Daí que quem não aparta vacas ou não representa um estilo rural eminentemente apartador de gado, não tem vantagem neREVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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E SPAÇO T ÉCNICO - E QUITAĂ‡ĂƒO nhuma em usar rĂŠdeas desunidas. a empunhaCom rĂŠdeas unidas uni DURA kCA MAIS FÂśCIL MAIS DISCRETA DURA kCA MAIS FÂś MAIS BONITA E MAIS EkCIENTE ATÂź porque permite mais facilmente o dedilhar nelas. Vantagens do Freio O freio tem sua hora e sua função. No começo nĂŁo, mas depois, num estilo vaqueiro, sim. Todavia parece que a maioria dos mangalarguistas, pelo menos os que MONTAVAM NA ETAPA kNAL DO CAMpeonato de andamentos em JaĂş, nĂŁo soube aproveitar do freio a sua maior vantagem e sua maior função que ĂŠ liberar uma das mĂŁos, ou seja, comandar com sĂł uma das mĂŁos. O freio permite, mais que o bridĂŁo, liberar uma das mĂŁos para a espada, para a lança, para o revĂłlver, para o chicote, para o laço, para segurar o bezerro sobre o cavalo, para segurar um saco de sal, para segurar a mĂŁo da prenda, etc. NĂŁo estĂĄ errado manejar o freio com uma rĂŠdea em cada mĂŁo, mas isto ĂŠ prĂłprio de cavalo que ainda NÂťO ESTÂś SUkCIENTEMENTE TREINADO para aquele tipo de embocadura. Curiosamente em JaĂş, o Ăşnico cavaleiro que montava com bridĂŁo usava uma sĂł das mĂŁos, enquanto que a maioria montava com freio e usava as duas mĂŁos nas rĂŠdeas. Algo estava destoando do normal, do tĂpico, do pronto. Pairava um pouco de confusĂŁo no ar, ou melhor, nas mĂŁos dos cavaleiros. Ao que parecia os cavalos de freio ainDA NÂťO ESTAVAM SUkCIENTEMENTE treinados para serem comandados com uma sĂł mĂŁo ou entĂŁo os cavaleiros estavam fazendo uma bela confusĂŁo com a função, vantagens e detalhes das embocaduras, das rĂŠdeas e da maneira de segurĂĄ-las. Acredito mais nesta segunda hipĂłtese, porque creio que os cavalos estavam bem treinados e supostamente pelos prĂłprios cavaleiros que os montavam. Os detalhes da
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apresentação ĂŠ que nĂŁo me pareciam muito adequados. Se quiseREM SER BEM kEIS š IMAGEM DE VAqueiro e querendo apresentar um cavalo pronto, numa Equitação rural a embocadura tĂpica ĂŠ mesmo o freio. Mas aĂ o tĂpico ĂŠ empunhar as duas rĂŠdeas numa sĂł das mĂŁos e na esquerda para quem ĂŠ destro. JĂĄ o cavalo pouco treinado que ainda PRECISA DE BRIDÂťO PARA MAIOR EkCIĂŞncia de comando, o normal ĂŠ usar as duas mĂŁos uma em cada rĂŠdea. Infelizmente o que vi nĂŁo foi uma coisa nem outra e sim uma mistura confusa. Falta ainda analisar o outro estiLO QUE EU DISSE PARECER INlUENCIAR um pouco os cavaleiros atuais do Mangalarga. Trata-se do costume de pegar as rĂŠdeas empunhando-as com as duas mĂŁos bem juntas, como se estivessem algemados. Um gaĂşcho perguntaria: TĂĄ maneado tche ? Para quem nĂŁo conhece essa expressĂŁo campeira vale dizer que maneia ĂŠ uma espĂŠcie de tento ou corda com que se amarram juntas as mĂŁos do cavalo. Mas essa forma de levar as mĂŁos juntas ĂŠ pouco discreta porque os cotovelos TENDEM A kCAR ABERTOS ISTO Âź AFAStados do tronco. Pouco elegante por que os cavaleiros parecem algemaDOS 0OUCO EkCIENTE PORQUE DO COtovelo do cavaleiro atĂŠ a embocadura do cavalo, descreve-se linhas QUEBRADAS 0ERDEM kNEZA E SENSIbilidade porque desta forma quase nĂŁo usam os dedos e em consequĂŞncia geralmente empregam mais força do que o necessĂĄrio. E de onde veio este costume? Creio que de tanto verem os cavaleiros do M. Marchador, hoje em maior quantidade. Como o Marchador tem conquistado um mercado grande, Ă custa de muito marketing e, inclusive, do sangue “enrustidoâ€? do Mangalarga, acho que alguns mangalarguistas, consciente ou inconscientemente, adotaram o
mesmo posicionamento errado de mĂŁos para segurar as rĂŠdeas. “Algemadosâ€? ou, o que ĂŠ ainda pior, com uma mĂŁo atrĂĄs da outra, ambas fechadas segurando as rĂŠdeas juntas (como a “arrancar guanxuma no pastoâ€?), desaprumados, sem UM MĂ€NIMO DE lEXIONAMENTO ADEquado nas articulaçþes da cintura e joelhos, alĂŠm de pendurados na boca dos cavalos, esta ĂŠ a imagem mais comum do cavaleiro no Marchador. Felizmente no Mangalarga sĂł se vĂŞ, Ă s vezes, as duas maneiras erradas de segurar as rĂŠdeas (mĂŁos juntas ou uma atrĂĄs da outra). O resto nĂŁo. Por mais que O Cavalo Sem Fronteiras tenha atualmente um bom comĂŠrcio, aproximar-se da Equitação comumente usada no Marchador seria um retrocesso no Cavalo de Sela Brasileiro. O intuito deste artigo foi apenas chamar a atenção para uma maior adequação de estilo na apresentação montada. Desde os tempos do criador JoĂŁo Francisco Diniz Junqueira, a Equitação no Mangalarga sempre esteve na frente da maioria das raças no nosso paĂs e devemos zelar para que assim continue. Num prĂłximo artigo, se quiserem, poderemos tratar mais um pouco de adequação nas rĂŠdeas abordando os aspetos de: formato redondo ou chato; espessura fina, mĂŠdia ou grossa; comprimento curto, mĂŠdio ou longo; materiais como couro, lona, nylon, etc. A porteira estĂĄ aberta. PĂŠ no estribo e mĂŁo Ă s rĂŠdeas. Sergio Beck - O autor ĂŠ biĂłlogo dedicado Ă Hipologia e prof. de Educ. FĂsica dedicado ao treinamento e ensino de Doma e Equitação EtolĂłgica. Contatos: sbeckequinos@yahoo.com.br, (41) 9953-0317. REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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E SPAÇO T ÉCNICO
“Cara Inchadaâ€? O Hiperparatireoidismo Nutricional SecundĂĄrio ou Osteodistrofia Fibrosa, doença tambĂŠm conhecida como “Cara Inchadaâ€?, estĂĄ relacionada ao aumento da liberação de um hormĂ´nio, o PTH (hormĂ´nio da paratireĂłide), que atua retirando cĂĄlcio dos ossos para a corrente sanguĂnea. Este hormĂ´nio ĂŠ liberado quando se observa uma alteração na relação cĂĄlcio - fĂłsforo (Ca:P) na corrente sanguĂnea. Para um perfeito equilĂbrio do organismo, esta relação deve ser ao redor de 2:1 na corrente sanguĂnea e prĂłxima disso na dieta diĂĄria. A rigor, esta relação depende da categoria animal (ver box), mas do ponto de vista prĂĄtico, podemos manter a relação 2:1 na alimentação tambĂŠm, bastando para isso fornecer alimentos de qualidade e mantendo sal mineral especĂfico para equinos oriundo de empresa idĂ´nea Ă disposição dos animais com livre acesso. Deve-se atentar ainda para se evitar os excessos de cĂĄlcio que tambĂŠm podem trazer problemas ao animal, (relação mĂĄxima 3,5:1). Quando houver um desequilĂbrio sanguĂneo nesta relação, com aumento da quantidade de fĂłsforo no sangue, o organismo vai tentar reequilibrĂĄ-lo retirando cĂĄlcio do maior reservatĂłrio do corpo do animal que sĂŁo os ossos. Ocorre que o cĂĄlcio ĂŠ muito importante para os ossos, pois ĂŠ ele que dĂĄ sua consistĂŞncia. Os primeiros ossos a sofrerem com a retirada do cĂĄlcio sĂŁo os ossos da face. Quando ocorre retirada do cĂĄl-
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AndrĂŠ Cintra.
ReequilĂbrio da dieta ĂŠ parte importante do tratamento do (IPERPARATIREOIDISMO .UTRICIONAL 3ECUNDÂśRIO OU /STEODISTROkA &IBROSA
IndivĂduo afetado pela doença da cara inchada.
cio dos ossos da face, o tecido Ăłsseo precisa ser substituĂdo e ocorre uma proliferação de um tecido conjuntivo (aerado) no local onde seria o osso: este tecido possui um volume maior, dando a aparĂŞncia de que o cavalo estĂĄ com a cara inchada (Figura). Em casos mais graves, onde a correção nĂŁo ĂŠ feita, o organismo continua a retirar cĂĄlcio dos ossos comprometendo outros ossos do esqueleto, como a coluna vertebral (Figura) e atĂŠ mesmo os membros, comprometendo em definitivo a funcionalidade do animal. Basicamente, sĂŁo 4 os fatores que podem causar esta enfermidade: $ElCIžNCIA DE C¡LCIO NA alimentação: com a baixa oferta de cĂĄlcio, ocorre uma menor absorção para a corrente sanguĂnea, diminuindo os nĂveis de cĂĄlcio sĂŠrico e a relação Ca:P. 2. Excesso de fĂłsforo na
alimentação: Mesmo que os nĂveis de cĂĄlcio estejam corretos na alimentação, um excesso de fĂłsforo causarĂĄ o desequilĂbrio na relação Ca:P. esta ĂŠ uma das causas mais comuns, pois este excesso de fĂłsforo normalmente estĂĄ ligado ao consumo excessivo de grĂŁos de milho ou farelo de trigo ou de certas gramĂneas, como napier. 3. IngestĂŁo de oxalato: O oxalato ĂŠ uma substância presente em algumas forrageiras que, ao ser absorvida pelo organismo, se une ao cĂĄlcio formando um quelato inabsorvĂvel, tornando-o indisponĂvel e impedindo que este possa cumprir suas funçþes vitais. Alguns tipos de pastagens sĂŁo ricas em oxalato e, sempre que possĂvel, devem ser evitadas para nĂŁo prejudicar o animal, como por exemplo a setĂĄria, o quicuio e alguns tipos de brachiĂĄrias. $ElCIžNCIA DE VITAMINA D: Esta vitamina ĂŠ necessĂĄria para que o cĂĄlcio seja absorvido pelo organismo; em sua ausĂŞncia, ocorre desequilĂbrio na relação Ca:P. Esta causa ĂŠ rara, pois ocorre apenas em cavalos que nĂŁo tomam sol, bastando 45-60 minutos de sol diariamente para que esta vitamina seja sintetizada pela pele do animal. O principal sintoma observado ĂŠ aumento de volume dos ossos da face do animal, em geral bilateral e, em alguns casos, uma ligeira claudicação sem causa aparente. O principal tratamento ĂŠ a correção da causa primĂĄria, que passa
Doença atua retirando cĂĄlcio dos ossos para a corrente sanguĂnea.
sempre pelo reequilĂbrio da dieta, podendo ser aumentar a administração de cĂĄlcio (nos casos de dekCI½NCIA DESTE DIMINUIR O FĂ…SFORO (quando em excesso) e evitar pas-
tagens ricas em oxalato. Nos estĂĄgios iniciais pode ser SUkCIENTE CORRIGIR A CAUSA PRIMÂśria. Em estĂĄgios mais avançados, deve-se proceder a uma administração maciça de cĂĄlcio, alĂŠm de medicamentos que auxiliem na absorção deste cĂĄlcio, nem sempre alcançando ĂŞxito. É fundamental iniciar o tratamento nos estĂĄgios iniciais, pois, em casos graves, a cara inchada pode levar o animal Ă morte por obstrução dos seios nasais impedindo a respiração. O melhor tratamento ĂŠ a prevenção. Esta deve ser feita atravĂŠs do equilĂbrio nutricional, alimentando-se adequadamente o animal, com raçþes balanceadas de boa procedĂŞncia, capim ou feno de boa qualidade, sal mineral esPECĂ€kCO PARA EQUINOS š VONTADE
em cocho separado. Ressaltando aqui que o sal mineral deve fazer parte da dieta normal do cavalo, diariamente, e não apenas quando SE OBSERVAR UMA DEkCI½NCIA Lembramos ainda que o animal deve tomar sol algumas horas por dia para que ele sintetize a vitamina D necessåria para a absorção do cålcio. Foto do autor.
Relação cĂĄlcio: fĂłsforo (Ca:P) ideal na dieta dos equinos, conforme categoria animal – Para cĂĄlculo das necessidades diĂĄrias, multiplicar o valor da tabela pelo peso do animal, conforme a categoria. (ExtraĂdo de Cintra, 2010, adaptado de INRA, 1990)
Categoria
Relação Ca:P ideal
Quantidade diĂĄria de cĂĄlcio em gramas por kg de peso vivo
Quantidade diĂĄria de fĂłsforo em gramas por kg de peso vivo
Manutenção Garanhþes em Monta Leve Garanhþes em Monta MÊdia Garanhþes em Monta Intensa Éguas Gestação 1º ao 8º mês Éguas Gestação 9º ao 10º mês Éguas Gestação 11º mês Éguas em Lactação 1º ao 3º mês Éguas em Lactação 4º ao 6º mês Potros atÊ 12 meses Potros 12 aos 24 meses Cavalos de Trabalho Leve Cavalos de Trabalho MÊdio Cavalos de Trabalho Intenso
1,75:1 1,70:1 1,75:1 1,75:1 1,60: 1 1:46: 1 1:43: 1 1,10: 1 1,22: 1 1,80: 1 1,80: 1 1,70:1 1,70:1 1,40:1
0,0525 0,0648 0,0788 0,0840 0,0620 0,0760 0,0900 0,1220 0,0780 0,1805 0,0839 0,0600 0,0700 0,0800
0,0300 0,0379 0,0450 0,0480 0,0388 0,0520 0,0630 0,1110 0,0640 0,1019 0,0466 0,0360 0,0420 0,0580 AndrĂŠ GalvĂŁo Cintra, MV, Prof. Esp. – ‘Nutrição & Interacionismo’ Autor do Livro “O Cavalo: CaracterĂsticas, Manejo e Alimentaçãoâ€? Coautor do livro “Manual de Gerenciamento Equestreâ€?. E-mail: andre@vongold.com.br Site: www.vongold.com.br
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E NTREVISTA E SPECIAL
Por Pedro Rebouças
JoĂŁo Pedro Rodrigues executa movimento com exemplar Alter Real.
Durante a 35ÂŞ Exposição Nacional, ocorrida no mĂŞs de setembro de 2013, a Revista Mangalarga realizou uma ampla entrevista com o mestre picador chefe da Escola Portuguesa de Arte Equestre (EPAE), JoĂŁo Pedro Rodrigues. O bate-papo abordou a trajetĂłria deste destacado personagem do universo hĂpico portuguĂŞs, responsĂĄvel pela preservação de uma das mais ricas tradiçþes equestres da Europa. O ilustre visitante, cuja palestra foi uma das atraçþes do mais importante evento do Cavalo de Sela Brasileiro, abordou ainda o funcionamento da EPAE e sua relevância para a equiTA”O MUNDIAL #ONkRA A SEGUIR OS melhores momentos dessa interessante conversa, fruto do encontro entre duas ricas culturas equestres estabelecidas em lados opostos do Oceano Atlântico.
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O senhor sempre esteve envolvido com cavalos e com o universo equestre? Eu sempre tive uma grande paixĂŁo por cavalos. Comecei a montar com dez anos de idade e aos 13 anos meu pai ofereceu-me um cavalo lusitano. Alguns anos mais tarde, apesar de estar a estudar e estar na universidade, OPTEI POR SEGUIR CARREIRA PROkSsional no ramo equestre. Entrei entĂŁo para a Escola Portuguesa de Arte Equestre (EPAE), que promove um resgate da antiga Academia Real, entidade fundada no sĂŠculo XVIII, na regiĂŁo de BelĂŠm, em Lisboa, e que trabalhava sĂł com cavalos da Coudelaria de Alter da mesma forma QUE FAZEMOS ATUALMENTE (OJE jĂĄ trabalho hĂĄ 34 anos para a EPAE e sou seu cavaleiro mais antigo.
PSML/Pedro Yglesias.
PSML/Pedro Yglesias.
JoĂŁo Pedro Rodrigues Quais modalidades hĂpicas o senhor jĂĄ praticou? Eu comecei como cavaleiro de obstĂĄculos. Pratiquei salto durante cinco anos. Depois, entrei na modalidade de concurso completo de equitação (CCE), que INCLUI TR½S MODALIDADES ENSINO (adestramento), prova de campo (cross-country) e prova de obstĂĄculos (salto). Mais tarde, entrei para a escola de cavaleiros de ensino de competição, modalidade chamada aqui no Brasil de adestramento, e quando tinha 23 anos entrei para a EPAE, passando a partir daĂ a me dedicar a uma EQUITA”O MAIS CLÂśSSICA (OUVE aliĂĄs, uma altura em que eu fazia as duas coisas, tanto o ensino de competição como o ensino clĂĄssico. No entanto, com o passar do tempo, tive que me dedicar em tempo integral Ă equitação clĂĄssica por causa do trabalho desenvolvido na Escola. Como o senhor entrou para a Escola Portuguesa de Arte Equestre? Foi a convite do Dr. Guilherme Borba, o primeiro diretor da entidade. A Escola Portuguesa de Arte Equestre tem 35 anos. Ela começou em 1979 com apenas quatro cavalos. Uma coisa muito pequena, muito restrita. Eram cavaleiros na altura: o prĂłprio Dr. Guilherme Borba, o Dr. Filipe Graciosa que chegou a vir ao Brasil julgar exposiçþes do cavalo Mangalarga -, o Dom JosĂŠ de Athayde - entĂŁo equitador da Coudelaria de Alter - e o Francisco Cancela de Abreu. Passado um ano, entretanto, esse Ăşltimo desistiu e o Dr. Borba me convidou a substituĂ-lo, uma vez que tĂnhamos a mesma altura, o que permitia que eu utilizasse os mesmos trajes e equipamentos que vinham sendo preparados para o Francisco Cancela. Foi assim que começou a minha viagem pela Escola Portuguesa de Arte Equestre.
Escola preserva a tradição da antiga Real Picaria.
Qual a importância das escolas de arte equestre europeias para a equitação mundial? Eu posso falar mais da nossa, mas creio que se passa com ela o mesmo que ocorre nas outras grandes escolas da Europa. Trata-se de um manter de tradiçþes atravĂŠs DOS SÂźCULOS (Âś ATUALMENTE QUAtro grandes academias equestres. Temos Samour em França, que ĂŠ uma escola mais militar, mas que tambĂŠm se adaptou a um adestramento um bocado clĂĄssico e agora jĂĄ ĂŠ uma mistura dos dois estilos. Depois temos a escola de Viena (Ă ustria), grande sĂmbolo da equitação clĂĄssica, que tem conseguido manter-se sem parar hĂĄ quatro sĂŠculos. Temos ainda a escola de Jerez de La Frontera (Espanha). Ela tem 40 anos, ĂŠ mais antiga que a nossa, mas em nĂvel de tradição equestre ĂŠ mais RECENTE 0OR kM TEMOS A %SCOLA Portuguesa, que vem mantendo a tradição da antiga Academia Real ou Picaria Real. Como a tradição da equitação portuguesa manteve-se atĂŠ os dias de hoje? O auge da Picaria Real aconteceu no sĂŠculo XVIII, ĂŠpoca em que era moda nas cortes da Europa ter uma academia real. Depois, a partir dos princĂpios do sĂŠculo
XIX, teve o declĂnio com as invasĂľes francesas de NapoleĂŁo em Portugal e a ida da corte portuguesa ao Brasil em 1808 com Dom JoĂŁo VI como prĂncipe regente. Nesse perĂodo, a Picaria Real e a Coudelaria de Alter viveram uma sĂŠrie de vicissitudes com o deslocamento de eguadas e roubo de cavalos das cavalariças reais. A Academia Real entĂŁo entrou em declĂnio e em meados do sĂŠculo XIX era praticamente inexistente. A tradição equestre em Portugal, no entanto, sempre foi mantida nĂŁo sĂł pela academia, pela caça e pelo manejo do gado mas principalmente pelos cavaleiros tauromĂĄquicos. As corridas de touros sĂŁo uma tradição que vem de sĂŠculos em Portugal e a maneira de montar quando se lida com um touro de 500 kg exige um manejo de preparação pra guerra ao mesmo tempo que ĂŠ necessĂĄrio ter tambĂŠm o adestramento do cavalo, pois nĂŁo ĂŠ qualquer equino que se aproxima de um touro cujo intuito ĂŠ atacĂĄ-lo em alta velocidade e com força extrema. Por isso, todo esse ensino, assoCIADO A UMA GRANDE INlU½NCIA da equitação francesa de meados do sĂŠculo XIX atĂŠ os princĂpios do sĂŠculo XX, fez manter toda equitação e toda tradição equestre
em Portugal. NĂłs sempre tivemos uma tradição equestre de se montar bem e de ter um cavalo de sela capaz de fazer tudo. Assim, em 1979, o governo portuGU½S DECIDIU RECRIAR A ACADEMIA Com a Escola Portuguesa de Arte Equestre conseguiu-se manter toda essa tradição que vinha dos sĂŠculos XVII, XVIII e XIX. Por isso, qual ĂŠ o intuito de se ter uma escola? A escola ĂŠ um manter de tradiçþes, ĂŠ um ponto cultural, ĂŠ uma maneira de mostrarmos para o exterior a riqueza de Portugal a nĂvel equestre. É o manter de uma raça, ĂŠ o manter de um costume, de uma tradição equestre. Tudo isso estĂĄ associado tambĂŠm Ă s selas com que montamos e atĂŠ Ă s fardas que usamos na escola, porque os trajes que nĂłs usamos sĂŁo uma rĂŠplica das fardas do sĂŠculo XVIII, cujo estilo era INlUENCIADO PELA GRANDE CORTE da ĂŠpoca, a corte de Luiz XV, em França. Dessa forma, tudo isso se manteve atĂŠ o sĂŠculo XXI, o que ĂŠ muito importante. Inclusive, quando hĂĄ eventos importantes em Portugal, como visitas de reis ou presidentes, chamam a escola para apresentar a cultura do paĂs. TambĂŠm realizamos muitas apresentaçþes NO EXTERIOR !INDA AGORA NO M½S de julho, nos deslocamos ao PaĂs de Gales para fazer quatro espetĂĄculos na maior feira agropecuĂĄria da GrĂŁ-Bretanha e talvez uma das maiores da Europa, a Royal Welsh Show, para a qual LEVAMOS CAVALOS *Âś NO M½S DE agosto estivemos em Marselha, capital da cultura francesa, com dois espetĂĄculos nas lindas arenas romanas de Nimes, construĂdas a quase dois mil anos. Isso mostra o quanto ĂŠ importante a equitação levada a bom termo. Qual a função do mestre picador chefe, cargo que o senhor ocupa como cavaleiro mais antigo dentro da EPAE? A gestĂŁo da escola antigamente REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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era feita sĂł po por uma pessoa, que acumulava os cargos de diretor e de primeiro equitador e ou equid chefe. h f O Ăşltimo a desempetador nhar esse papel foi o Dr. Filipe Graciosa, que, infelizmente, por um problema de saĂşde teve que abandonar a escola. AlĂŠm disso, recentemente houve uma empreSA PĂŠBLICA DO ESTADO PORTUGU½S que tomou a gestĂŁo da Escola, apĂłs um perĂodo difĂcil nos Ăşltimos 7, 8 anos em que a administração da entidade esteve a cargo de uma fundação, uma EXPERI½NCIA QUE NÂťO DEU MUITOS bons resultados com a EPAE e a Coudelaria de Alter passando POR GRANDES DIkCULDADES .O ENtanto, por uma decisĂŁo acertada DO GOVERNO PORTUGU½S A ESCOLA passou para a administração desta empresa pĂşblica do estaDO PORTUGU½S A MESMA QUE TEM a gestĂŁo dos palĂĄcios no entorno de Lisboa, como o de Queluz, onde estĂĄ sediada a EPAE, e o de Sintra. Ao tomar conta do palĂĄcio de Queluz, esta empresa decidiu dividir a direção da EPAE em dois cargos, com uma diretoria da parte de gestĂŁo, ocupada pela Dra. Teresa Abrantes, e uma diretoria relacionada com a parte equestre e de espetĂĄculos, da qual o mestre picador chefe ĂŠ quem estĂĄ Ă frente. Esse tĂtulo tem origem no sĂŠculo XVIII, ĂŠpoca em que os equitadores eram chamados de picadores por trabalharem no picadeiro, a sala de trabalho e de apresentação da Academia Real. Isso nĂŁo quer dizer que eu nĂŁo auxilie na parte administrativa, mas eu nĂŁo sou um especialista em gestĂŁo, a minha função sempre foi montar a cavalo, dar aula de equitação e cuidar da parte relacionada com os cavaleiros e com a seleção de cavalos junto Ă Coudelaria de Alter. Qual a importância desse intercâmbio da EPAE com a raça Mangalarga e com os criadores brasileiros?
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PSML/Pedro Yglesias.
E NTREVISTA E SPECIAL
João Pedro Rodrigues (à direita) comanda exibição da EPAE no Palåcio de Queluz.
Eu vim aqui a convite do presidente da vossa associação do Mangalarga, o Dr. Mårio Barbosa, porque ele esteve a visitar Portugal e a visitar a Escola Portuguesa de Arte Equestre, ocasião em que teve uma reunião comigo e disse que gostaria muito que eu kZESSE UMA PALESTRA E TOMASSE CONTATO COM O -ANGALARGA !kNAL A RA”A TEVE UMA FORTE INlU½NCIA DOS ALTERES REAIS QUE VIERAM com Dom João no sÊculo XVIII. Assim, eu vim aqui para aprender sobre o Mangalarga e para falar um bocadinho sobre o cavalo Lusitano e mais propriamente de uma das linhas dessa raça que Ê o Alter Real.
Do ponto de vista social, hå uma boa amizade entre os criadores, o que Ê sempre importante. TambÊm assisti ao leilão e achei os valores muito bons. Preços mais elevados demonstram que a raça estå em desenvolvimento. Quando os preços não são bons Ê sinal de que não hå novos compradores, não hå novos criadores. Isso Ê muito importante porque quando hå criadores novos a raça pode se desenvolver, jå quando estagna com os mesmos criadores NORMALMENTE kCA MANTIDA NUMA redoma que não interessa. A raça cavalar, como tudo no mundo, tambÊm tem que evoluir. O Presidente Mårio Barbosa recepcionou João Pedro Rodrigues em Franca.
Qual avaliação que o senhor faz desta 35ª Nacional Mangalarga? O evento Ê muito bem organizado, que eu saiba tem uma participação de 500 animais. Para nós, Ê muito, pois nunca atingimos esse número em nossos eventos de lusitanos, geralmente temos cerca de 200, 220 animais. AlÊm disso, tem vårias provas, vårias classes, com cavalos muito bonitos, muito bem apresentados e muito parecidos uns com os outros, o que indica que devem estar muito dentro do padrão da raça. REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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H ARA S
EM DESTAQUE
Por Pedro Rebouças
CASS Mangalarga Após as importantes conquistas obtidas no ano passado, criatório aguarda a chegada dos produtos de suas primeiras gerações Comandado pelo criador Cassiano Terra Simão, na Fazenda Jardim em São José dos Campos (SP), o CASS Mangalarga tornou-se em curto espaço de tempo um criatório de destaque no cenário mangalarguista. Prova disso foi o sucesso obtido na 35ª Exposição Nacional, quando conquistou dois cobiçados Grandes Campeonatos, deixando claro que está mais que pronto para disputar os principais títulos da raça Mangalarga. Tamanho êxito é fruto de um traBALHO EXTREMAMENTE PROkSSIONAL Carioca ACF está entre os destaques do criatório.
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A bela sede da Fazenda Jardim.
baseado em um amplo planejamento e em um investimento criterioso em produtos de qualidade. “Além da genética que buscamos através da compra de barrigas e coberturas dos principais reprodutores da raça, todos os animais adquiridos pelo ‘Projeto CASS’ foram estudados
Fotos: Divulgação.
e pinçados dos melhores criatórios para formar a base de nossa criação”, explica o titular do haras, que vem aplicando na seleção da raça a expertise obtida em anos de uma bem-sucedida criação de bovinos de elite da raça Nelore. Cassiano também destaca que o equilíbrio da tropa é um dos objetivos do criatório. “Em nosso projeto é fundamental bom andamento, ótimo temperamento e uma beleza zootécnica aprimorada”, destaca o criador, cuja seleção também busca manter uma expressiva diversidade genética. Dessa forma, a tropa CASS conta hoje com o suporte de animais de muita qualidade. “Apesar de para nós todos terem a mesma importância, os que podemos destacar entre as fêmeas são Típica do Otnacer, Carioca ACF, Faceira NLB, Diva da
Piratininga, Cintura RB e Aruba RB e entre os machos, Ferragamo da Piratininga e Voluntário de N.H.”, ressalta o criador. Momento marcante Esse seleto plantel vem, aliás, proporcionando muitas alegrias para Cassiano Terra Simão. “Tivemos em 2013 vários momentos para comemorar, como os títulos da copa de Jundiaí (SP) e da exposição de Itapetininga (SP), mas sem dúvida alguma o momento mais marcante foi durante a 35ª Nacional com as conquistas dos Grandes Campeonatos da Típica do Otnacer e da Carioca ACF”, relembra o titular do criatório. Além das exposições e copas, consideradas fundamentais para equiparar a tropa em relação aos outros criatórios, as cavalgadas também estão entre as atividades preferidas no Haras CASS. “Elas fazem parte da nossa rotina e são a principal função de nossa criação”, destaca o selecionador, para quem a raça foi responsável também por UMA S¼RIE DE SIGNIkCATIVAS MU-
danças na vida familiar. “O cavalo Mangalarga nos aproximou mais da fazenda, onde passamos nossos momentos de lazer cavalgando, isso agregou ainda mais a família e os amigos.” Um cavalo para a família A paixão de Cassiano pelos equinos é, aliás, muito antiga. “Desde
minha infância sempre fui amante e usuário de cavalos, quando decidi começar uma criação de equinos procurei um cavalo mais elegante, de bom temperamento e índole, com boa morfologia e principalmente de bom de andamento. Achei no Mangalarga um cavalo que, além de fazer uma seleção de qualidade, eu e minha família pudéssemos desfrutar”, explica o atuante seleA temporada 2013 rendeu muitos troféus ao CASS Mangalarga.
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H ARA S
EM DESTAQUE
Por Pedro Rebouças
M ANGALARGA C OLORIDO
Por Pedro Rebouças
Coaching SistĂŞmico com Cavalos &OTOS %QUIPE (ARAS ,AGOINHA
g/S EQUINOS RElETEM COMPORTAMENTOS !SSIM O PARTICIPANTE Ÿ POSTO FRENTE A frente com aquela parte dele mesmo que ele (ainda) não se sente confortåvel para enfrentar.� – Ruud Knaapen
Cassiano Terra SimĂŁo com a esposa, grande incentivadora do CASS Mangalarga.
cionador, que hoje tambĂŠm ocupa o cargo de Diretor de Planejamento EstratĂŠgico da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM). O primeiro contato efetivo de Cassiano com o Cavalo de Sela Brasileiro ocorreu por meio das aulas de equitação que frequentou no Haras Bonanza, do criador Salazar Curado Dias. “Posteriormente tive experiĂŞncia com outras raças como o Quarto de Milha, Paint Horse e Pampa. No entanto, com a compra da Fazenda Jardim, decidi começar uma criação de cavalos, e optei pela raça Mangalarga por ser o cavalo ideal para o usufruto da minha famĂlia.â€?
Agora, Cassiano e sua equipe, comandada pelo renomado tĂŠcnico da raça Thomas D’Angieri, se preparam para uma movimentada temporada em 2014. “Nossa expectativa estĂĄ principalmente nos produtos que estĂŁo nascendo em nossas primeiras geraçþes. AlĂŠm disso, tambĂŠm desejamos manter o bom desempenho que nossos animais apresentaram em 2013 e seguir com as diretrizes do nosso projeto que jĂĄ nos renderam bons frutos.â€?
O animado pĂłdio da Grande CampeĂŁ Nacional Égua TĂpica do Otnacer.
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O titular do haras Cassiano Terra SimĂŁo.
Segundo todos os indĂcios, o CASS Mangalarga percorre um caminho seguro rumo Ă consolidação de seu plantel entre os expoentes da raça. Agora, ĂŠ esperar para ver os frutos desse audacioso trabalho.
O coach Ruud Knaapen com a ĂŠgua SuĂça do PEC.
A sensibilidade dos cavalos ĂŠ bem conhecida por todos nĂłs que convivemos com esses incrĂveis animais em nosso dia a dia. No entanto, tive a oportunidade de vislumbrar essa caracterĂstica de forma ainda mais aprofundaDA NO kNAL DE DEZEMBRO QUANDO fui convidado a acompanhar um workshop internacional de coaching sistĂŞmico com cavalos. O evento foi ministrado pelo psicĂłlogo holandĂŞs Ruud Knaapen com o uso de belos animais de pelagem pampa do Haras Lagoinha, criatĂłrio localizado no municĂpio paulista de JacareĂ (SP), no Vale do ParaĂba. Segundo Marisa IĂłrio, titular do Lagoinha ao lado de seu esposo Paulo Eduardo CorrĂŞa da Costa, essa foi a primeira vez que um evento do gĂŞnero ocorreu no estado de SĂŁo Paulo. O coaching assistido por equinos ĂŠ feito em um piquete ou picadeiro de haras ou escola de equitação. É lĂĄ que cavalo e participantes
se encontram sob a supervisĂŁo de um facilitador ou coach. Segundo Ruud Knaapen, que tambĂŠm ĂŠ especialista em constelaçþes familiares e organizacionais no Istituto Bert Hellinger, nesse encontro ocorre a atuação de trĂŞs fatores. SĂŁo eles: estar disposto a se ver atravĂŠs dos olhos do cavalo, ter CLAREZA E AUTENTICIDADE E POR kM integrar e prestar atenção ao todo. Relação de manada Ainda de acordo com Knaapen, no inĂcio da interação o cavalo vai querer saber se os participantes estĂŁo dispostas a iniciar uma relação de manada. “Como os cavalos veem os seres humanos como predadores, sua primeira reação ĂŠ fugir. Desse modo, o cavalo vai primeiramente interpretar os sinais que os participantes enviam. SĂł serĂĄ possĂvel o cavalo se conectar com o participante se ele parar de enxergĂĄ-lo como um predador.
Entretanto, os cavalos usam uma linguagem diferente, principalmente a linguagem corporal... Cada movimento que o participante faz dĂĄ informaçþes ao cavalo. Na interação com o animal ĂŠ importante que o participante entenda as reaçþes do cavalo em sua presença e que esteja disposto a ajustar sua comunicação a elas. O facilitador traduz as reaçþes especĂficas do cavalo diretamente para o participante para que este receba feedback instantâneo sobre o seu comportamento nĂŁo verbal. Por fim, o facilitador pedirĂĄ aos participantes que olhem a si prĂłprios atravĂŠs dos olhos do cavalo.â€? O psicĂłlogo destaca tambĂŠm que os cavalos refletem comportamentos. “Se vocĂŞ nĂŁo liga para a sua empresa, se vocĂŞ ĂŠ um lĂder focado no poder ou na posição, o cavalo nĂŁo vai gostar de vocĂŞ: ele literalmente lhe darĂĄ as costas... Os cavalos mostram apenas o que sentem. Um cavalo nĂŁo entende de emoçþes e nĂŁo consegue julgĂĄ-las. Quando nos apresentamos, consciente ou inconscientemente, de maneira diferente do que realmente somos naquele momento, as reaçþes do cavalo serĂŁo imediatas. O aspecto mais importante para o participante ĂŠ que o cavalo reage de maneira mais forte ao que o participante estĂĄ tentando esconder. O participante ĂŠ posto frente a frente com aquela parte dele mesmo que ele (ainda) nĂŁo se sente confortĂĄvel para enfrentar.â€? Knaapen ressalta ainda as diferenças de comportamento entre humanos e equinos. “Os humanos caminham em linha reta em direção ao seu objetivo, pensam por meio de funçþes e interpretaçþes e vivem a vida de maneira cronoREVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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Por Pedro Rebouças
Momento de conexão entre uma participante e a Êgua Rochelle do PEC durante a constelação de um tema.
lĂłgica, em que o agora existe por causa do ontem e o amanhĂŁ existe por causa do hoje. No entanto, os cavalos, de maneira inconsciente, possuem uma visĂŁo mais holĂstica do mundo. Eles sĂŁo parte de uma manada e estĂŁo sempre no aqui e agora. Um cavalo sobrevive apenas se a manada sobrevive. O objetivo de vida de um cavalo ĂŠ se manter no ‘nĂłs’, ao invĂŠs de se ajustar ao ‘eu’. Assim, uso esse DIRECIONAMENTO ESPECĂ€kCO DO CACena do workshop com a participação da ĂŠgua Rochelle do PEC.
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valo focado no nĂvel coletivo para desenvolvimento de liderança e para coaching de grupos e indivĂduos. Um cavalo busca liderança no grupo de modo que a manada seja organizada para que sirva ao grupo como um todoâ€?, explica o CONCEITUDADO PROkSSIONAL HOLANdĂŞs, que introduziu a participação de equinos no coaching sistĂŞmico apĂłs uma marcante experiĂŞncia com uma de suas ĂŠguas no ano de 2001.
Constelaçþes SistĂŞmicas AlĂŠm de ser aplicado no campo corporativo, o coaching sistĂŞmico com cavalos aplica-se tambĂŠm para o desenvolvimento pessoal, especialmente por meio das constelaçþes sistĂŞmicas. Segundo o Instituto AnauĂŞ-TeiĂąo, que desenvolve esse trabalho em territĂłrio brasileiro, ele atua em trĂŞs diferentes aspectos: comportamental, intra-psĂquico e sistĂŞmico.
No aspecto comportamental, o coaching e as intervençþes relatadas estĂŁo focados no comportamento do paciente e do cavalo. O coach faz intervençþes com o objetivo de levar o participante a se tornar ciente de seu comportamento e dos efeitos que este proporciona. JĂĄ no campo intra-psĂquico o cavalo atua como um espelho no qual o participante, consciente ou inconscientemente, faz a leitura de seu estado interior. O facilitador ou coach traduz o comportamento do cavalo e do participante, conectando esse Ăşltimo com seus possĂveis processos internos. 0OR kM NO CAMPO SIST½MICO O cavalo representa algo ou alguĂŠm do sistema familiar ou organizacional do participante. A este nĂvel, o cavalo pode ser substituĂdo por um ou mais representantes humanos para se obter mais informaçþes sobre o sistema, ocorrendo o que ĂŠ chamado de constelação. Assim, obtĂŠm-se ainda mais informaçþes, trazendo Ă luz possĂveis soluçþes sistĂŞmicas.
“O coaching sistĂŞmico trabalha muito com o tema da inclusĂŁo, entĂŁo como podemos nos relacionar com cavalos que carregam o peso de tambĂŠm jĂĄ terem sido excluĂdos?â€?, questionou Marisa IĂłrio. Ruud, entĂŁo, explicou que a partir DO MOMENTO QUE VOC½ SE IDENTIkCA com aquilo que foi excluĂdo vocĂŞ tambĂŠm entra nessa dinâmica. “A pergunta ĂŠ: ‘quem exclui quem?’ Quando uma pessoa internaliza aquele por quem se sente discriminado, acaba por se tornar
um perpetrador e a assim se torna igual ao outro. A conciliação estĂĄ em honrar o que a guia, dizendo para as pessoas que excluĂram essa pelagem: ‘eu honro aquilo que guia vocĂŞs e honro o que me guia, assim nĂłs nos tornamos iguais’. Isso demanda um movimento maior. E ĂŠ isso que Nelson Mandela nos mostrou. Ele conseguiu ir alĂŠm, perceber esse movimento maior. 6OC½ PRECISA SACRIkCAR ALGO PARA um bem maiorâ€?, conclui Ruud Knaapen.
ExclusĂŁo e conciliação Durante o workshop, pude acompanhar e vivenciar os trabaLHOS COM PESSOAS COM DIkCULDADES em sua vida gerados especialmente por relacionamentos mal resolvidos, como um senhor cuja relação com o pai foi sempre turbulenta ou uma senhora cuja morte inesperada do marido, jĂĄ hĂĄ muitos anos, se relETE AINDA HOJE NO COMPORTAMENTO de toda famĂlia. De forma geral, foi interessante ver como a postura do cavalo diante dessas pessoas dava pistas sobre os comportamentos represados que carregavam dentro de si. JĂĄ em um momento livre, no intervalo entre as atividades, tive oportunidade de participar de uma conversa reservada com o coach Ruud Knaapen e a criadora Marisa IĂłrio, que abordou a questĂŁo da exclusĂŁo da pelagem pampa em alguns momentos da histĂłria da raça Mangalarga.
/RGANIZADORAS DO WORKSHOP -ARISA )ORIO (ARAS ,AGOINHA -ARLY #ORDEIRO TERAPEUTA E 3ANDRA 2EGINA 3AWADZKI (psicĂłloga).
!NA (ELOĂ€SA !RRUDA TÂźCNICA DA !"##2- TAMBÂźM ESTEVE PRESENTE AO WORKSHOP
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Por Pedro C. Rebouças
Foto: Acervo pessoal.
Foto: Acervo pessoal.
Sérgio Luiz Santos Silva EM QUATRO DÉCADAS DE ATUAÇÃO, SERGINHO ACUMULA TÍTULOS EM PROVAS FUNCIONAIS E NAS MAIS CONCORRIDAS PISTAS DE JULGAMENTO DA RAÇA
Sérgio Luiz começou sua trajetória na raça ainda na infância.
Apresentador e cavaleiro de sucesso, Sérgio Luiz Santos Silva já dedicou 40 de seus 50 anos de vida à raça Mangalarga. Nessas quatro décadas, obteve muitas conquistas tanto nas mais concorridas exposições do calendário mangalarguista como nas competições hípicas típicas do Cavalo de Sela Brasileiro. Sua recordação mais marcante nesse longo período de atuação na raça vem da 19ª Exposição Nacional, quando venceu a disputada ETAPA kNAL DA CATEGORIA ABERTA DA prova de agilidade, sagrando-se
Em prova funcional com a égua Estrela.
campeão do Campeonato de Agilidade Aberta 1997. “Naquela época, o João Matta tinha dois cavalos dos quais você não ganhava, não tinha jeito. Eles eram montados pelo João Bento e estavam há anos ganhando tudo. Então, naquele dia, montando a égua Estrela Maria de Nazareth, eu consegui superá-los por uma diferença mínima. A emoção foi incrível”, relembra o cavaleiro. Serginho, como é mais conhecido entre os amigos mangalarguistas, destaca também que sempre foi um apaixonado pelas provas funcionais. “Eu gosto muito desse tipo de competição, pois você depende apenas de você mesmo e do relógio. Nos julgamentos de exposição, você acaba dependendo do gosto do juiz,
e aí é mais complicado. Já na prova contra o relógio não é assim. Se você for melhor, você vai ganhar.” Entretanto, apesar da preferência pelas provas, o mangalarguista também tem uma premiadíssima carreira nas pistas de julgamento da raça Mangalarga, cujo ápice ocorreu nas conquistas do Grande Campeonato Nacional Potro 2003, com Jambo da Sabaúna, e do Grande Campeonato Nacional Potranca 2009, com Raridade da Sabaúna. As conquista não param por aí. !kNAL A .ACIONAL DE FOI OUTRO momento muito marcante para Serginho. Naquele ano, o apresentador foi fundamental para a ótima participação da Fazenda Sabaúna, que conquistou naquela mostra qua-
tro campeonatos, um 1º Reservado Grande Campeonato (com a égua Luna da Sabaúna), um 2º Reservado Grande Campeonato (com a potranca Nigéria da Sabaúna) e ainda o cobiçado título de Progênie de Pai (com Hércules da Janga). Longa trajetória A convivência de Serginho com a raça começou ainda nos seus primeiros dias de vida. “Eu nasci na Fazenda Angaí, em Araçatuba (SP), daí a gente veio para a região de Morro Agudo (SP), onde trabalhei para o Sr. Arnaldo Almeida Prado (Nhonhô) e depois para o Sr. Roberto Diniz Junqueira. Mais tarde também trabalhei COM kLHOS OU NETOS DO Sr. Nhonhô e, depois disso, aos 17 anos, eu saí da
casa dos meus pais e fui trabalhar para o Sr. Othoniel Brandão Costa, o Sr. Toti, no município de Matão. Eu ainda voltei para casa novamente e trabalhei um pouco com meu pai, mas aí teve um curso que a ABCCRM deu em Rio das Pedras. Eu kZ ESSE CURSO E PASSEI EM PRIMEIro lugar. Foi nessa ocasião que eu conheci o Alexandre Dahrujj. Ele precisava de alguém para treinar
o Atlas RN, animal que havia acabado de comprar, e me convidou para trabalhar com ele. Nessa época, conseguimos formar uma tropa muito funcional, que fazia aparta »O TEAM PENNING TAMBOR ENkM era completa. Assim, eu trabalhei com o Dahrujj por 15 ou 16 anos, até o momento em que ele decidiu fechar o haras. Agora, estou já há 13 anos morando em Tietê, onde trabalho na Fazenda Sabaúna, do Marcelo Camargo de Souza e do Joaquim Bento de Souza Neto. E foi justamente na Sabaúna que as conquistas que eu ainda não havia obtido vieram a se concretizar, em especial com o Jambo e com a Raridade.” O bem-sucedido prokSSIONAL MANGALARGUISTA também faz questão de ressaltar que sempre se inspirou no trabalho e na Foto: Divulgação.
Foto: Pedro Rebouças.
Com a égua Estrela, comemorando o título de 1997.
Durante a apresentação no Jaguariúna Festival 2013.
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S UCESSO Foto: Acervo pessoal.
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4Âş LeilĂŁo HARAS RM
Evento fechou os negócios da raça na temporada 2013
Apresentando Barbie DAM na Exposição de Ourinhos.
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/ PROkSSIONAL DE SUCESSO DESta edição da Revista Mangalarga faz questĂŁo de ressaltar tambĂŠm a importância do Cavalo de Sela Brasileiro em sua vida. “Para mim, o
-ANGALARGA REPRESENTA TUDO AkNAL tudo que eu tenho eu devo a este incrĂvel cavalo. AlĂŠm disso, criei muitas amizades. Graças a Deus, tenho muitos amigos.â€?
Conduzindo Barbie DAM, ao tĂtulo de andamento em Ourinhos. Foto: Acervo pessoal.
conduta de seu pai, JosĂŠ dos Santos Silva, o Baianhinho. “Eu era muiTO CONHECIDO COMO @3ERGINHO kLHO do Baianinho’, porque meu pai era muito conhecido, era bom pra caramba. Ele sempre trabalhou com Mangalarga, fez Grandes CampeĂľes como Sanhaço da Boa Vista e 2ESGATE */ %NkM Âź A PESSOA EM quem eu me espelhei. Na realidade ele queria que eu estudasse, que eu fosse mĂŠdico, mas daĂ eu comocei a ir para as cocheiras e a me envolver com o Mangalarga. EntĂŁo virou um vĂcio e agora jĂĄ sĂŁo 40 anos de trabalho com a raça.â€? Serginho tambĂŠm destaca que se inspirou muito em um conheciDO TRIO DE PROkSSIONAIS DE SUCESSO do meio mangalarguista: Marcelo Boaro, JosĂŠ Freire (Zequinha) e Roque Carlos Nogueira (MamĂŁo). “Sempre admirei o trabalho deles, acredito que eles deram uma importante contribuição para a raça. Hoje, tambĂŠm temos uma garotada boa vindo aĂ, como o Raul e o RogĂŠrioâ€?, destaca.
O 4º Leilão Haras RM movimentou o mercado da raça na noite da quarta-feira 18 de dezembro. Promovido pelo criador Roberto Montenegro, com organização da Business Leilþes e apoio da Fênix Leilþes, o evento reuniu um grande público no Bar da Piscina, no Jockey Club de São Paulo (SP). O catålogo do leilão foi composto por 38 lotes, com destaque especial para produtos da pelagem pampa. Segundo a Business Leilþes, foram ofertados animais de muita qualidade e genÊtica de ponta.
Com um investimento de R$ 68 mil, o Haras Gadu, de Guilherme Pompeu Piza Saad, adquiriu a recordista do leilĂŁo, a matriz Lua do Urso Branco (Limoeiro OBC em Rapa Rapa Mangalarga), detentora do tĂtulo de Grande CampeĂŁ de Andamento da Pelagem Pampa na Exposição Nacional da Raça Mangalarga 2009. Entre os machos, o principal destaque foi o premiado pampa de alazĂŁo Coroado da Sadek (Xavante MFG em Bavaria FAF), adquirido pelo Haras 4 IrmĂŁos, do criador Otoniel BrandĂŁo Costa, por R$ 50 mil.
Agora, na temporada 2014, o Haras RM jå tem outros dois eventos programados. Na noite da terça-feira 25 de março, o Bar Mercearia, no Jockey Club de São Paulo, receberå o 5º Leilão Haras RM Virtual. Mais tarde, no såbado 17 de maio, ocorrerå o 3º Dia de Campo Haras RM, na sede do criatório em Tatuà (SP).
Mais informaçþes podem ser obtidas pelo endereço eletrônico atendimento@canalbusiness. com.br ou pelo telefone (21) 2491-3808.
LeilĂŁo SUL DE MINAS
Evento colocou em evidência a qualidade do plantel sul-mineiro O Leilão Mangalarga Virtual Sul de Minas movimentou o mercado da raça na noite da terça-feira 26 de novembro. O evento, que reuniu um grande público no bar Mercearia São Roque, no Jockey Club de São Paulo (SP), negociou 27 lotes pela cotação mÊdia de R$ 28,1 mil. Coordenado pela Fênix Leilþes, com a condução do leiloeiro rural Marcelo Junqueira, o leilão foi promovido por cinco tradicio-
nais criatórios da região sul de Minas Gerais: o Haras Ceråvolo Paoliello, o Haras ACF, o Haras LFT, o Haras São Pedro e a Fazenda Vargedo. AlÊm disso, contou com a assessoria tÊcnica de AndrÊ Freire, D’Angieri Assessoria, Geraldo Santos Castro Filho (Gereba), João Quadros, João Tolesano e Silas Freire. Segundo JosuÊ Cunha, diretor da Fênix Leilþes, o lote mais valorizado do evento foi composto
pela fĂŞmea alazĂŁ TĂŠl Kalypso da SLG, ofertada pelo Haras CerĂĄvolo Paoliello e adquirida por R$ 66 mil pelo criador Dirk Helge Kalitzki.
Mais informaçþes sobre o Leilão Sul de Minas podem ser obtidas pelo endereço eletrônico fenix@fenixleiloes.com ou pelo telefone (11) 4327-7877. REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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NEGÓCIOS EM ALTA Fotos: Norberto Cândido.
Mercado do Cavalo de Sela Brasileiro vive bom momento com a entrada de novos compradores e o retorno de antigos criatĂłrios
Qualidade dos produtos tambĂŠm tem sido fundamental para a boa fase do mercado.
Leilão Virtual Haras da Janga 18 de março – 20h Local: Bar Mercearia - Jockey Club/SP 5º Leilão Haras RM Virtual 25 de março – 20h Local: Bar Mercearia - Jockey Club/SP 5º Leilão Virtual Fazenda Engenho Mangalarga 26 de março – 20h30 Transmissão: Canal Terra Viva Leilão Haras Origem Mangalarga 29 de março – 13h Local: Haras Origem - Batatais/SP Precioso & F1 - Reserva Especial 05 de abril – 13h Local: Helvetia Riding Center-Indaiatuba/SP Leilão Haras Atibaiense 12 de abril – 15h Local: Haras Atibaiense - Atibaia/SP
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ApĂłs viver Ăłtimos momentos no ano de 2013, o mercado da raça Mangalarga dĂĄ promissores sinais para a temporada que estĂĄ come”ANDO ! RA”A AkNAL JÂś TEM REmates agendados para 2014. Para JosuĂŠ Cunha, diretor da FĂŞnix LeilĂľes, empresa com forte participação na raça, o elevado nĂşmero de leilĂľes marcados para este ano Âź UM RElEXO DO BOM DESEMPENHO da raça na temporada passada. “O ano de 2013 foi extraordinĂĄrio para o mercado do Mangalarga. Tivemos uma Ăłtima aceitação do mercado e observamos um expressivo crescimento pela procura de produtos da raça, cuja qualidade tanto morfolĂłgica como funcional estĂĄ cada vez mais elevadaâ€?, destaca o empresĂĄrio. JosuĂŠ ressalta ainda que o retorno de antigos criatĂłrios tem sido um fator importante para a retomada dos negĂłcios. “No ano passado, nĂłs pudemos constatar a volta de criadores e haras que estavam afastados das atividades da raça. Muitas vezes essa retomada tem sido realizada pela nova geração dessas famĂlias mangalarguistas, com os kLHOS E NETOS RETOMANDO O INVESTI-
mento no plantel do criatĂłrio.â€? O mercado, alĂŠm disso, registrou em 2013 a chegada de novos criadores e investidores, um movimento que deve prosseguir este ano. “Para se ter uma ideia, em nossa empresa, antes mesmo da agenda de leilĂľes começar jĂĄ tĂnhamos 50 novos cadastros de compradores. Esse fato comprova o crescente interesse pelo Cavalo de Sela Brasileiroâ€?, comenta JosuĂŠ Cunha. O diretor da FĂŞnix LeilĂľes tem tambĂŠm uma expectativa otimista para a temporada de remates, cujo calendĂĄrio foi aberto com o LeilĂŁo Virtual Haras da Janga, na noite de
18 de março. “De 2012 para 2013, a FĂŞnix teve um crescimento de 100% trabalhando exclusivamente com Mangalarga. Agora, em 2014, estamos esperando um crescimento de 150% na comparação com 2013. %NkM ACHO QUE EM MAIS UM OU dois anos a raça estarĂĄ de volta ao patamar em que esteve em sua fase de maior valorização.â€? #ONkRA NO @BOX QUE ACOMPANHA esta matĂŠria a agenda completa de leilĂľes para o ano de 2014. A Revista Mangalarga lembra, entretanto, que novos eventos poderĂŁo ser incluĂdos a esta lista no decorrer do ano.
/S EVENTOS DA RA”A T½M REGISTRADO UMA GRANDE PROCURA
7Âş LeilĂŁo PrestĂgio Otnacer 26 de abril – 13h Local: Helvetia Riding Center Indaiatuba/SP
LeilĂŁo Virtual JES Mangalarga 03 de junho - 20H Local: SĂŁo Paulo/SP
Leilão Expopreto & Pelagens Especiais 02 de agosto – 14h Local: - São Paulo (SP)
Toada Mangalarga 10 de maio – 13h Local: Helvetia Riding Center Indaiatuba/SP
Dia de Campo dos 400 06 e 07 de junho – Das 10h às 16h Local: Parque de Exposiçþes de Jacareà (Fapija)
Melhores Ventres do Mangalarga 05 de agosto – 20h Local: Feicorte 2014 - Agrocentro (SP)
III Dia de Campo Haras RM 17 de maio – 10h às 17h Local: Haras RM - Tatuà (SP)
Leilão PÊrolas Mangalarga 05 de julho – 20h Local: Haras Ceråvolo Paoliello GuaxupÊ/MG
Leilão Núcleo Feminino Mangalarga 24 de maio – 20h Local: Campos do Jordão/SP
Leilão Mangalargão 19 de julho – 13h30 Local: Fazenda Boa Esperança – Orlândia/SP
5Âş LeilĂŁo Celebridades Mangalarga & Pampa 31 de maio – 13h Local: Haras Lagoinha - JacareĂ/SP
Leilão do Núcleo Mangalarga de GuaxupÊ e Alta Mogiana 26 de julho – 13h Local: GuaxupÊ/MG
20º Leilão Mangalarga ExpoJaú 16 de agosto – 20h Local: ExpoJaú 2014 - Jaú (SP) Leilão Grandes Marcas 26 de agosto – 20h Local: Jockey Club de São Paulo/SP Leilão Genesis Mangalarga 26 de setembro – 20h Local: Nacional Mangalarga 2014 - Franca/SP Leilão Sul de Minas 18 de novembro – 20h Local: São Paulo/SP
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Por Equipe Mangalarga
CHEVROLET
Royal Horse Fotos: Norberto Cândido.
PĂşblico da principal exposição da raça pĂ´de conhecer a linha completa de raçþes da Royal Horse A Socil, uma marca Evialis, esteve presente na 35ÂŞ Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga. Durante o evento, realizado entre os dias 21 e 28 de setembro, em Franca (SP), a empresa contou com um estande para prestigiar clientes e convidados e apresentar a linha de raçþes Royal Horse. Com mais de 70 anos na fabricação, comercialização e prestação de serviços tĂŠcnicos em nutrição animal, a Socil consolidou sua liderança no mercado brasileiro buscando superar limites de produtividade e qualidade. A marca pertence ao grupo francĂŞs Evialis, e estĂĄ apoiada em uma forte estrutura de pesquisa e desenvolvimento localizada no Brasil e na França, que conta com profissionais especializados em nutrição animal, preparados e capacitados para proporcionar ao mercado tecnologias especĂficas e voltadas para cada objetivo e necessidade dos produtores rurais de cada regiĂŁo do paĂs. Por sua vez, a Evialis, empresa de origem francesa e uma das lĂderes mundiais em Nutrição Animal, ĂŠ parte da InVivo NSA, braço
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Nova S10 e Novo Trailblazer foram as estrelas da participação da marca na 35ª Nacional Mangalarga
A Nova S10 esteve em destaque na Nacional Mangalarga.
6ISTA GERAL DO ESTANDE DA 2OYAL (ORSE
de Nutrição e SaĂşde Animal do Grupo InVivo. EstĂĄ presente industrialmente em 16 paĂses, possui mais de 77 unidades industriais e comercializa produtos e serviços em 50 paĂses. AlĂŠm disso, possui cerca de seis mil funcionĂĄrios e estĂĄ presente no mercado mundial hĂĄ mais de 50 anos. No Brasil, possui fĂĄbricas lo-
O estande da empresa tornou-se ponto de encontro de clientes e convidados durante a Nacional.
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Por Equipe Mangalarga (Com informaçþes adicionais do Portal Chevrolet)
Fotos: Norberto Cândido.
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calizadas em Barra Mansa (RJ), Canoas (RS), Contagem (MG), Descalvado (SP), Inhumas (GO), PaulĂnia (SP), SĂŁo Lourenço da Mata (PE), Primavera do Leste (MT), Apucarana (PR), alĂŠm de dois centros de pesquisas ligados Ă InVivo NSA. Mais informaçþes podem ser obtidas no portal www.socil.com.br.
Vista geral do estande da Chevrolet na 35ÂŞ Nacional.
Durante a temporada 2013, a raça Mangalarga contou novamente com a importante parceria da Chevrolet. A consagrada marca do mercado automobilĂstico foi pelo segundo ano consecutivo patrociNADORA OkCIAL DA %XPOSI”O .ACIOnal do Cavalo Mangalarga. Em seu estande na mais tradicional mostra da raça, montado em ponto nobre do Parque Fernando Costa, no municĂpio paulista de Franca (SP), a Chevrolet apresentou dois de seus principais lançamentos, a Nova S10 e o Novo Trailblazer. Segundo a Chevrolet, a nova S10 foi lançada para atender a todos os
GOSTOS %LA TEM CONkGURAӃES DA picape, que se dividem entre motoRES DIESEL E lEX FUEL CABINES DUPLAS e simples, traçþes 4x2 e 4x4 e ainda trĂŞs nĂveis de acabamento e equipamentos: LS, LT e LTZ, respeitando a nova nomenclatura global aplicada a todos os veĂculos Chevrolet. As versĂľes equipadas com o motor 2.4 Flexpower sĂŁo vendidas em CINCO DIFERENTES CONkGURAӃES TOdas 4x2. HĂĄ duas opçþes de cabine simples, a LS e a LT e trĂŞs na cabine dupla, LS, LT e LTZ. JĂĄ as versĂľes equipadas com motor 2.8 Chevrolet Turbodiesel sĂŁo vendidas em sete diferentes versĂľes. A versĂŁo de cabine simples sĂł
serĂĄ comercializada no pacote LS e com tração 4x4. A versĂŁo Turbodiesel com cabine dupla tem os conjuntos LT e LTZ, com a tração 4x2 e 4x4, sendo que ainda hĂĄ a opção do câmbio automĂĄtico de seis marchas como opcional. / 4RAILBLAZER POR SUA VEZ Âź DEknido pela Chevrolet como completo EM SOkSTICA”O COM CONFORTO PARA sete pessoas, computador de bordo, sistema premium de som e central multimĂdia de 7â€? touch screen - disponĂvel como acessĂłrio. As opçþes de motor sĂŁo 2.8L turbo diesel ou , 6 GASOLINA %NkM UM CARRO completo, para quem estĂĄ acostumado ao que existe de melhor. REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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Por Equipe Mangalarga
Por Equipe Mangalarga
Notre Dame IntermĂŠdica
Marca de cerveja de presença global esteve pelo segundo ano consecutivo entre as principais parceiras da raça
Apoio deste importante grupo de medicina corporativa foi fundamental para o sucesso da Copa de Andamento 2013 Fotos: Norberto Cândido.
Fotos: Norberto Cândido.
Budweiser
A Budweiser deu um toque especial ao Camarote dos Criadores da 35ÂŞ Nacional.
O público que compareceu à 35ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga pôde conferir de perto a diferenciada decoração proporcionada ao evento pela Budweiser. A marca, que integra o portfólio da Ambev e Ê representada na região de Franca (SP) pela Rizatti Distribuidora, esteve novamente entre os principais patrocinadores da mais importante mostra da raça. AlÊm de disponibilizar equipamentos para a pista de julgamento, como mesas, cadeiras, guarda-sóis, A marca garantiu uma decoração especial à pista da Nacional.
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painÊis e tambores, a Budweiser tambÊm deu um toque especial ao Camarote Vip, ponto alto da estrutura montada no Parque Fernando Costa. Sobre Budweiser Segundo a assessoria de imprensa da Ambev, a Budweiser Ê uma cerveja do tipo lager, com teor alcoólico de 5% e processo de produção diferenciado, que utiliza chips de Beechwood (madeira de faia) nos tanques de fermentação. O resul-
tado ĂŠ um lĂquido de sabor Ăşnico e com equilĂbrio perfeito: marcante NO INĂ€CIO E SUAVE NO kNAL Budweiser ĂŠ ainda uma marca global de cerveja, presente em mais de 60 paĂses e ĂŠ considerada a mais valiosa do mundo na categoria, de acordo com a BrandZ´s Top 100. No Brasil, a marca ĂŠ produzida na fĂĄbrica de JacareĂ, interior de SĂŁo Paulo, onde recebe constantes investimentos nas linhas de produção para o desenvolvimento da cerveja.
Notre Dame IntermĂŠdica foi a patrocinadora da Copa 2013.
Principal competição do calendĂĄrio mangalarguista, a Copa de Andamento contou na temporada 2013 com o patrocĂnio do Grupo Notre Dame IntermĂŠdica. Composto pelas empresas IntermĂŠdica Sistema de SaĂşde, Interodonto Planos OdontolĂłgicos, NotreDame Seguradora e RH Vida, o Grupo Notre Dame IntermĂŠdica estĂĄ entre os trĂŞs maiores do ramo de medicina de grupo do Brasil. A estreia da parceria aconteceu, entretanto, ainda em 2012, quando a empresa patrocinou a etapa final da competição daquele ano. Em 2013, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte (LIE), a parceria foi fundamental para fortalecer a infraestrutura do evento, contemplando as etapas abertas de JundiaĂ (SP), SĂŁo SebastiĂŁo da Grama (SP), JaĂş (SP), Londrina (PR), Amparo (SP) e Mococa (SP), alĂŠm da prova final, realizada no Recinto SebastiĂŁo Ferraz de Camargo Penteado, novamente no municĂpio paulista de JaĂş.
Soluçþes em saĂşde Cuidar da saĂşde das pessoas, contribuindo para sua felicidade, atravĂŠs da excelĂŞncia na prestação de serviços de assistĂŞncia integral Ă saĂşde com responsabilidade corporativa ĂŠ a principal missĂŁo do Grupo IntermĂŠdica, que jĂĄ conquistou mais de quatro milhĂľes de associados ao longo de seus 45 anos de solidez no mercado. Com serviços mĂŠdico-hospitalares feitos por meio de atendimento especializado e humanizado, a IntermĂŠdica Sistema de SaĂşde conta com uma estrutura prĂłpria de atendimento integrada por 96 centros clĂnicos, nove prontos-socorros, nove hospitais, quatro maternidades e mais de 5.600 recursos credenciados, entre hospitais, maternidades, serviços diagnĂłsticos e consultĂłrios particulares. Esses nĂşmeros, aliĂĄs, sĂł refor-
çam a missão do Grupo no Brasil. Por meio de sua Divisão de Medicina Preventiva, criada em 1982, a IntermÊdica Sistema de Saúde tem CONTRIBUÀDO PARA A SIGNIkCATIVA MElhora da qualidade de vida de seus associados e familiares. As açþes e programas de medicina preventiva da Notre Dame - cursos, palestras, orientaçþes e demonstraçþes sobre mais de 60 temas - resultam em menos faltas no trabalho e mais produtividade nas empresas. REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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Exposição Mangalarga de São Paulo PARQUE DA ÁGUA BRANCA
Fotos: Norberto Cândido.
22 e 23 de março 2014
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Mangalarga Fest 2013 BUFFET MANSテグ CIDADE JARDIM
Fotos: Norberto Cテ「ndido.
06 dezembro 2013
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M OMENTO S OCIAL
Copa Janga Mangalarga Fotos: Norberto Cândido.
ETAPA FINAL - RECINTO SEBASTIÃO FERRAZ DE CAMARGO PENTEADO JAÚ (SP) 30 de novembro e 1 de dezembro
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1º Simpósio do Núcleo Sul de Minas e Média Mogiana FAZENDA DA ONÇA - GUARANÉSIA (MG)
Fotos: Núcleo Sul de Minas.
M OMENTO S OCIAL
7 e 8 de março 2014
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E SPAÇO E MPRESARIAL
M OMENTO S OCIAL
“Mangalarga - Retratos por Hans Haudenschild” EXPOSIÇÃO DE SÃO PAULO PARQUE DA ÁGUA BRANCA
Fotos: Norberto Cândido.
Lançamento do livro
22 de março 2014
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REVISTA MANGALARGA r Abril/2014
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DE
A NUNCIANTES
R EVISTA M ANGALARGA
Haras F 1
CASS Mangalarga
Página - 2 e 3
Página – 36 e 37
–
E DIÇÃO
Mangabaia Mangalarga Página - 67
Fazenda Santa Rita
Fazenda São
Página – 7
Pedro
Haras HEF Página – 69
Página – 39
Leilão Haras Atibaiense Página – 13
Haras da Terra Página – 44 e 45
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Haras Vegas Página – 75
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Página – 25
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Estância Remaza
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Fazenda Bom Página – 29
Página – 115
Jesus
Haras Braido
Haras Forsteck
Mangalarga da TARLIM
Página – 31
Página – 64 e 65
Página – 116
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(Rei de Ouros 42 x Xileninha 42)
Página – 81
Página – 27
Sitio Santa Elvira
ÁS DE OURO 42
Página – 59
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N ORBERTO )
1º Reservado Campeão Nacional 2013 - Potro Geral e Campeão Nacional 2013 - Pelagem Castanha