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A Senhora que apareceu no Vale do Neiva
Anualmente a 15 de agosto, realiza-se uma grande peregrinação rumo ao santuário de Nossa Senhora da Aparecida em Balugães. É do conhecimento geral, que a Nossa Senhora terá aparecido em 1702 a João Alves “o Mudo”, operando o milagre de lhe dar a fala, para que pudesse transmitir a Sua mensagem, aos povos das aldeias do Vale do Neiva. Também, há conhecimento que esta aparição Mariana em Balugães, terá sido a primeira em terra portuguesa e na Europa. Reportando-me aos anos sessenta, vou transcrever o que vi e o que mais me marcou quando me integrava na procissão da minha Paróquia (Tregosa), rumo à Sr.ª da Aparecida em Balugães. Todos os organismos religiosos e população se integravam na procissão, cantando lindos cânticos e rezando. Estrada fora, parávamos junto ao apeadeiro em Durrães, para proceder em segurança a travessia da linha férrea e para receber a peregrinação daquela freguesia. No encontro com a estrada Viana-Braga, aguardávamos pela peregrinação da Paróquia de Barroselas. Tudo em ordem, era dado o avanço e lá seguíamos cantando e rezando até à capelinha da aparição.
Já na reta de Algares, era visível os inúmeros cestos que as mulheres transportavam à cabeça, contendo o apetitoso farnel para deliciar o estômago no final dos atos religiosos. Findos os atos religiosos, as famílias reuniam-se, estendiam uma manta no chão e sobre ela uma toalha de linho onde era colocado o tradicional farnel. O frango caseiro era o prato principal e a pinga naquele dia era da melhor. Para os mais novos, havia as famosas bebidas como: o pirolito em garrafa (abria-se pressionando uma esfera em vidro) e a limonada servida a copo era transportada em recipiente forrado a cortiça. Despedimo-nos da Senhora da Aparecida e alegres e contentes regressamos novamente a pé até casa.
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Para terminar, realça-se com grande destaque para os Tregosenses, a possibilidade de o Vidente Frei João de Nossa Senhora Aparecida (nome dado após a Aparição), ter professado (ingresso numa ordem ou instituto religioso), na Ordem Terceira de Tregosa, erigida em 1676, pelos franciscanos do convento de Barcelos”. (Consoante consta no Livro de Manuel Moreira do Rêgo em “Crenças, Tradições e a sua Evolução no Vale do Neiva”).