Edição 14

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"Basta procurar uma das lojas participantes, preencher o cupom com dados completos e responder a pergunta e depositar na urna"

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que você faria com um carro 0km?’. Esta é a pergunta que O Visor e a Revista Visão Rural querem saber. O questionamento é parte do concurso cultural ‘Noticia Boa é você de carro 0km’, que realizará um sonho ao presentear o ganhador com um Nissan March. Lançado em 15 de outubro, o concurso possui caráter exclusivamente cultural, sem qualquer vínculo à aquisição ou uso de qualquer produto ou serviço, aberto a qualquer pessoa que queira participar. Para garantir sua participação, basta

procurar uma das lojas participantes, preencher o cupom com dados completos e responder a pergunta e depositar na urna. O concurso é voluntário e gratuito, não há necessidade de compra no estabelecimento. Ele encerra apenas em 30 de agosto de 2013. Até lá, quem quiser participar, com um, dois, 10, 100 cupons, precisará apenas depositar na urna identificada. O proprietário das publicações, Lissandro Schuelter, explica que as 11 respostas passarão pelo crivo de uma comissão julgadora que levará em conta, criatividade e adequação de resposta aos temas “chave” do concurso. “Há cada

ano, procuramos presentear com algo ainda mais significativo, como forma de agradecer os leitores por sua parceria. Decidimos incluir a criatividade neste ano e conhecer os sonhos das pessoas. Elas tem oportunidade de sonhar com algo que pode se tornar realidade, na sua garagem”, enfatiza. Para os autores das outras dez respostas escolhidas será entregue, um Tablet com sistema Android, Wi-Fi, Tela 7'', Touchscreen e Memória Interna 16GB. O resultado do concurso será divulgado em 6 de setembro do próximo ano, através do O Visor.

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9DORU ERP PDV FXVWR DOWR ID] SURGXWRU UHFODPDU O s produtores de leite vivem um momento adverso, agravado nos Ăşltimos tempos. Os motivos nĂŁo sĂŁo difĂ­ceis de apresentar. O preço do leite rende um pouco mais. Em compensação, o custo da produção tambĂŠm estĂĄ alto. As informaçþes apresentadas no mĂŞs de outubro, mostram que o preço pago ao produtor subiu 1,3% no geral brasileiro em outubro. É a terceira alta consecutiva. Em Santa Catarina, segundo o Conseleite, em função da escassez do produto, o preço do leite padrĂŁo, que hĂĄ poucos meses girava em torno dos R$ 0,60 centavos/litro, chega atualmente a R$ 0,88. A redução na importação de leite de paĂ­ses como Uruguai e Argentina, registrados nos Ăşltimos meses, unido ao clima que prejudicou a pastagem e a produção aquecida, elevaram a procura no mercado interno. Mesmo com o bom Ă­ndice, os produtores reclamam do alto custo da produção, que nĂŁo compensa o reajuste praticado pelas empresas. De acordo com os produtores, a alta se deve ao aumento nos valores da ração dos animais. “Se esse preço nĂŁo sofrer reajuste, nĂŁo temos como recuperar, teremos prejuĂ­zosâ€?, disse um produtor. Para o produtor, cada centavo que recebe a mais,

tem grande reflexo no volume total. Mas, a alta no preço pago ao produtor, no entanto, nĂŁo se compara ao aumento no custo de produção. Somente este ano, as despesas do criador aumentaram 20% em relação a 2011, e o item que mais pesa ĂŠ a alimentação dos animais. Apesar da Ăłtima safra de milho e soja, o custo para o mercado interno aumentou. De acordo com o consultor em vendas, FabrĂ­cio Gesser, no inĂ­cio deste ano a tonelada da soja era comercializada em mĂŠdia a R$ 700,00, atualmente o preço estĂĄ R$ 1,27 mil a tonelada. JĂĄ o milho era vendido em janeiro a R$ 26,00 (saca de 60 kg) e o preço atual praticado ĂŠ de R$ 37,00. “O Governo nĂŁo possui controle sobre a produção, sem isso, nĂŁo hĂĄ como controlar preços. Como exportou muito, o preço interno subiu. Se tivesse algum mecanismos, usaria a produção no mercado interno e exportaria o excedente. O Governo fez o contrĂĄrio e depois vieram as consequĂŞnciasâ€?, ressalta. AlĂŠm da questĂŁo produtiva e aliada a ela, desde o inĂ­cio do ano, com a falta de chuva que prejudicou a pastagem, os criadores utilizam ração para completar a alimentação, o que ajudou a elevar as despesas da produção. 5


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tradicional nesta época do ano o registro de chuvas e a previsão para os próximos três meses, primavera e verão, não reserva nenhuma novidade. A informação positiva, apresentada pelo Centro de Informação de Recursos Ambientais e de Hidrometereologia de Santa Catarina (Ciram), era de chuva dentro da normalidade climática na maior parte do Estado. No início do verão a tendência é de chuva próxima à média climática em todo o Estado. Porém o Ciram faz um alerta. Como é tradicional na temporada mais quente do ano neste trimestre, em função da alta temperatura, persiste o risco de temporais com ventania e granizo. Com eles é possível seguirem frentes frias, ciclones extratropicais e áreas de baixa pressão, que se intensificam no Sul do Brasil. Profissionais da área afirmam que é comum episódios de chuva intensa, em curto espaço de tempo, resultando em totais de chuva superiores à média climática mensal, o que, dependendo da vulnerabilidade da região, pode colocar a mesma em estado de atenção.

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Novembro iniciou com tempo seco, mas isso deve mudar a partir da segunda quinzena, na qual as chuvas voltam a ocorrer com mais frequência. Neste período do mês, o processo convectivo – união de dois fenômenos térmicos -, nuvens carregadas com grande desenvolvimento vertical, são as maiores responsáveis pelas pancadas de chuva de curta duração entre a tarde e noite. Estas características são acompanhadas de temporais com rajadas de vento forte, raios e granizo isolado. Apesar de não ser preciso, o Ciram aponta que os totais de chuva em novembro diminuem em relação ao mês de outubro e a média mensal varia de 130 a 180 mm em Santa Catarina. No próximo mês a previsão começa otimista, mas a segunda quinzena é mais chuvosa e a chuva se concentra especialmente no período da tarde e noite, em forma de pancadas passageiras, típicas de verão. A média mensal varia de 140 a 200 mm no Estado. A previsão é de elevação na temperatura no trimestre acima da média. Os episódios de frio serão muito raros e restritos ao Planalto Sul.

Fonte : Epagri/Ciram

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Rede de Cooperativas Ascooper lançou durante a Mercoláctea 2012, no Parque de Exposições Tancredo de Almeida Neves em Chapecó, o leite orgânico ECOLAT. Trata-se do primeiro registro de industrialização do produto autorizado pelo Ministério da Agricultura. O coordenador do núcleo Noroeste catarinense de agroecologia, Eliandro Comin, ressalta que serão produzidos cerca de 90 mil litros de leite certificados

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por mês. Com qualidade nutricional garantida, livre de resíduos de agrotóxicos, sustentável, economicamente viável e ambientalmente correto, o leite orgânico teve o suporte do Sebrae/SC através do Arranjo Produtivo Local (APL) de Leite e Derivados do Oeste Catarinense. “O trabalho do Sebrae teve foco para a elaboração de Estudos de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE) para indústria e para a fábrica de rações, além de diagnósticos e consultorias de


PRODUÇÃO Para a produção do leite orgânico, os animais são manejados em piquetes, onde recebem pasto, água, mineralização e sombra, proporcionando o bem-estar dos animais. A adubação das pastagens é feita pelos próprios animais e a sanidade é realizada de modo preventivo com homeopatia, Àtoterapia e, em caso de enfermidades, são utilizados procedimentos permitidos pela legislação de produção orgânica. A água, o solo e toda a biodiversidade animal/vegetal são protegidas para o equilíbrio no ambiente produtivo. Na fotos, propriedade orgânica em Novo Horizonte.

preparação, cadastro paraa cumprimento dos requisitos tores e orientações técnicas”, de certificação dos produtores onal oeste do Sebrae/SC, Enio destaca o coordenador regional Albérto Parmeggiani. Tudo começou quando os trabalhos feitos por meio odutores de Novo Horizonte, do pastoreio Voisin por produtores associados a Cooperal, e Formosa do Sul, associados a Cooperforsul, resultaram naa produção de leite com caraco sistema orgânico de produterísticas muito próximas ao ação do grupo de agricultores ção, o que motivou a formação der as normas de certificação “Leite Orgânico” para atender DA. A Cooperativa de Crédito participativa REDE ECOVIDA. unicípios de abrangência do Cressol, vinculada aos municípios io financeiro para os serviços projeto asseguraram o apoio ebrae elaborou os Estudos de de assistência técnica e o Sebrae ômica. Viabilidade Técnica e Econômica. eras propriedades familiares, A implantação de inúmeras o sistema Voisin foi viabilizada com produção de leite pelo por meio de uma parceria entre Rede Ascooper, Núcleo UFSC), LETA (UFSC), EPAGRI, Pastoreio Racional Voisin (UFSC), icultura, Sebrae/SC, Instituto CESAP, Secretaria de Agricultura, Saga, MAPA, MDA, Rede Ecovida de Certificação Parrra Viva, Ideia em Ação, Milk ticipativa, Cooperoeste Terra ão oeste catarinense. A indusSuck, e prefeituras da região trialização será feita pela Coopleite que prestará serviço ermanecer no mercado, sentiu para a Ascoop. Que para permanecer a necessidade de trocar a produção em escala para uma produção diferenciada e dee grande importância para a ue torna o produto valorizado saúde do consumidor, o que e competitivo.

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necessidade de estimular o setor cooperativista e produtivo, com foco na aplicação de novas tecnologias ao campo, levou o Governo Federal, a aumentar o aporte de recursos para este ano. Através de dois de seus principais programas, no último trimestre, foram liberados R$ 365,3 milhões para a agricultura. Os dados foram divulgados este mês pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os valores foram liberados em operações de crédito, através do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop) e do Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro). Apenas por meio do Prodecoop, foram aplicados R$ 233,2 milhões. O valor representa um aumento de mais de 46%, se comparado à oferta de crédito de 2011. No ano passado o mesmo programa liberou R$ 158,9 milhões. Para o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa, Caio Rocha, as cooperativas são importantes instrumentos de desenvolvimento da agricultura brasileira. "Os recursos são uma forma de estimular os agricultores e suas cooperativas a expandir a capacidade produtiva e a competitividade da agropecuária do país. Com eles pretendemos manter a posição relevante do Brasil no mercado agrícola internacional”, destaca. 10

Para o Mapa, a liberação do expressivo valor demonstra o crescimento do cooperativismo no país. A união de produtores em torno de cooperativas, administradas por eles próprios, aumenta a capacidade de exercitarem compras de insumos em escala. Esta forma de aquisição de insumos cria condições de buscar os menores preços. Outro ponto positivo é a possibilidade da venda em comum, e promover a escolha das melhores alternativas de valores e épocas mais adequadas para comercialização. Outro ponto positivo avaliado pelo Governo é o objetivo de lucro por parte do cooperativismos. “As entidades não tem objetivo de lucro, todos os resultados positivos, quer pela economia nas compras, quer pelos melhores valores de venda, são revertidos para os associados, proporcionalmente ao volume de negócios que realizaram com as cooperativas às quais são associados”, observa Rocha. Dentro da política de incentivo ao cooperativismo, o Mapa também elevou os recursos disponibilizados através do Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro), com destaque para maior disponibilidade para financiamento de capital de giro ao setor. No montante total, o Governo Federal deve destinar R$ 115 bilhões para financiar produtores rurais. Até o fim desta safra, a expectativa é que os recursos cedidos pelo Procap-Agro cheguem a R$ 5 bilhões.

Fonte : Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)

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nformação nunca é demais, já dizia um antigo ditado, um dos motivos ao qual frequentemente a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) realiza eventos voltados a melhoria da produção e vivência no campo. Recentemente a regional de Tubarão realizou em Rio Fortuna mais um destes eventos, voltados ao conhecimento. A propriedade de Jailson Kirchner, morador da

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comunidade Bracinho do Rio dos Bugres, em Rio Fortuna, foi a escolhida para receber os cerca de 50 agricultores da região. Eles participaram do evento voltado à bovinocultura de leite e sombreamento de pastagem. Nas diversas tardes de campo, a escolha da propriedade é aleatória e também depende da disponibilidade do proprietário. Porém, os resultados alcançados por Jailson, são referência para


HYROXomR GD SURGXomR a Epagri de Rio Fortuna. Para conhecer um pouco mais da vida do agricultor, acompanhamos a Epagri neste evento e observamos o esforço em alcançar melhores números, na propriedade que fica a cerca de 40 minutos da área urbana do município. Jailson, de 35 anos, a esposa e a única filha do casal, são exemplos do que os Governos buscam atualmente, o objetivo de dar condições à sobrevivência

no campo e reduzir o êxodo rural. A história do agricultor é longa, mas as principais mudanças ocorreram a cerca de nove anos. Após sair da área rural e ingressar como empregado em uma empresa de moldura, Jailson se viu descontente com o caminho que tomara. Além da dedicação ao trabalho que lhe dava o sustento, nos finais de semana ele trabalhava dobrado para cuidar da parte da terra herdada

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do pai e que possui em conjunto com um irmão. Cansado da jornada, em 2005 ele decidiu investir seus esforços na propriedade. A realidade das áreas como a que vive a família de Jailson tem mudado muito nos últimos anos, em escala vertiginosa nos últimos três anos. Através de incentivos do governo, de orientações técnicas e do esforço, muitas delas conseguem tirar uma boa renda do local onde vivem, sem perder em qualquer área para a área urbana. Mas, alcançar bons números depende do empenho e organização. O trabalho na propriedade de Jailson iniciou com atenção ao reflorestamento que já possuía e com gado de leite. Os primeiros animais foram adquiridos a base de troca, na qual Jailson faz questão de contar. “Troquei três machados por um galo que em seguida foi trocada por uma vaca. Dali em diante, o que ganhava reinvestia na propriedade, na compra de mais animais. Hoje são 25 animais”, conta. As vacas de leite geram uma média de quatro mil litros mensais do produto e ajudam no sustento da família que trabalha ainda com apicultura, além do já citado reflorestamento. Em pouco mais de três anos, a característica da propriedade mudara drasticamente, sem que para isso, Jailson tivesse perda na renda. O agricultor diz que as orientações técnicas da equipe da Epagri foram fundamentais para a melhoria continua da propriedade. Com o conhecimento oferecido pelos profissionais, Jailson passou a investir na melhoria do plantel, através da inseminação artificial e adotou o sistema de pastoreio Voisin, ou piqueteamento, no qual a pastagem consegue manter as proteínas necessárias para a alimentação animal. Também através da Epagri é que ele implantou o sistema de sombreamento que ajuda a manter os nutrientes, além de gerar conforto aos animais sem prejudicar o reflorestamento e sim o contrário, aumentar a área de plantio. “Não dá para fazer tudo de uma vez, mas aos poucos aplicamos o conhecimento que adquirimos e isto se reflete em renda, traz conforto para a família”, destaca.

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&RQKHFLPHQWRV GD WDUGH GH FDPSR Depois do resumo sobre a história e os objetivos, entramos na área produtiva da propriedade, para acompanhar as explicações técnicas. Dois temas foram expostos no encontro. O primeiro, relacionado ao sombreamento de pastagem, contou com o conhecimento do Engenheiro Agrônomo João Paulo Dornelles Reck. O tema influencia diretamente o produto final, seja o caso de gado de corte, ou leite. A arborização quando bem aplicada ajuda nas condições microclimáticas da pastagem afetando tanto a quantidade como a qualidade da forragem e também o conforto do animal. Reck é um dos que se surpreendeu com o avanço da propriedade. “Ele realmente aplica o conhecimento que absorver como são os casos do piqueteamento, sombreamento de pastagem, manutenção do bezerro. Com o cuidado diário ele consegue bons resultados”, diz. O Médico Veterinário Marcelo Tubino Bortolan explorará a criação de bezerras em piquete. Dentro do tema, o profissional abordou a forma de manejo e destacou a

importância da oferta de água, pastagem e concentrado de qualidade, ambiente limpo entre outras características. “Os cuidados iniciam desde a escolha pela inseminação. É importante o criador ficar atento a estes detalhes, pois refletirá no futuro produtivo do animal. Incentivamos também a criação do macho, geralmente descartado. Atualmente ele é visto como outra fonte de renda”, destaca. O Engenheiro Agrônomo Inácio Trevisan explorou seus longos anos de vivência no campo para alertar sobre a importância da participação dos agropecuaristas nestes eventos e da organização da propriedade. “É fundamental a participação em eventos como este, há sempre uma informação a mais que se reflete em avanço, em ganho principalmente econômico para o produtor ou criador”, garante. Se houver interesse em implantar as tecnologias propostas para a propriedade e consequentemente o melhoramento da produção, os interessados devem procurar os escritórios municipais da Epagri.

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Odontologia Equina

Juliano Menezes Battisti Veterinário CRMV/SC 4629 E-Mail: julianovethorses@hotmail.com www.vethorses.com

2V FDYDORV WDPEpP VRIUHP GH 'RU GH 'HQWH Muitas pessoas não sabem, mas os cavalos também sofrem de dor de dente. O tratamento odontológico nos equinos deve ser realizado por um Médico Veterinário uma vez ao ano como forma de prevenção e bem estar. Este procedimento aumenta a eficiência alimentar, melhora a resposta às rédeas e a performance atlética dos cavalos. Os problemas dentários geralmente são mal interpretados pelos proprietários e treinadores. A “Travagem” pode ser um sinal de problema dentário relacionado à retenção das Capas Dentárias (dentes de leite) e ocorre frequentemente em cavalos jovens. Os cavalos trocam os dentes de leite por dentes permanente entre dois a cinco anos de idade. Quando as trocas são tardias e desuniformes, provocam dor, desconforto e emagrecimento progressivo. As capas dentárias devem ser extraídas pelo Médico Veterinário no momento adequado, realizando a sincronização entre elas, permitindo o crescimento regular dos dentes e prevenindo anormalidades no crescimento que favorecem as Cáries, Fraturas, etc. Os dentes dos equinos crescem de forma contínua e quando não desgastados naturalmente durante o pastejo, leva à formação excessiva de pontas dentárias que causam úlceras (feridas na boca) causando inflamação e fazendo com que o cavalo mastigue 16

menos os alimentos. Quando as pontas são removidas pelo grosamento dos dentes, os cavalos notavelmente melhoram o ganho de peso. Estes benefícios duram aproximadamente 12 meses. Após este período, volta à formação das pontas dentárias principalmente nos cavalos confinados em baias e que se alimentam de ração. Por isso o tratamento odontológico deve ser realizado uma vez ao ano em todos os cavalos e a cada seis meses nos cavalos de esporte. O Dente de Lobo é um dente vestigial, pequeno e sem função. Nasce aos seis meses de idade e devido sua localização ocorre o traumatismo pelo freio, causando inflamação, dor e desconforto ao cavalo. Por isso, o Dente de Lobo deve ser extraído preferencialmente antes da doma. Esta prática tem sido descrita desde os tempos medievais. Devido aos problemas dentários serem frequentes tanto em cavalos jovens quanto adultos, preconiza-se o tratamento odontológico em todos os equinos. O custo do procedimento varia entre 300 a 600 reais e quando realizado anualmente, esse valor pode reduzir a 25 reais ao mês que será facilmente recompensado pelos benefícios. Dessa forma, o tratamento odontológico preventivo vem crescendo na rotina das melhores hípicas, haras, centro de treinamentos e cabanhas de todo Brasil.

Benefícios ao cavalo Melhora o ganho de peso e o aproveitamento dos alimentos; Respondem melhor às rédeas; Melhora o condicionamento e a performance atlética. Maior conforto ao animal; Aumenta a longevidade e vida útil dos cavalos.

Quando Realizar: Antes da Doma e caso apresente dificuldades durante a mesma; Se nunca recebeu atendimento odontológico prévio ou a mais de um ano; Relutância em colocar a embocadura, Animal balança, levanta e abaixa a cabeça frequentemente; Apresenta peso excessivo nas rédeas “Cavalo Queixudo”; Relutância a virar para um dos lados ou para os dois lados; Quando empaca; tem arrancadas repentinas; boleia; empina; Já teve ou tem quedas de performance; Mastiga constantemente a embocadura e parece incomodado; Dificuldades de engorda; emagrecimento progressivo; “Travagem”; Deixa cair alimento da boca; mau hálito; histórico de cólicas; Juliano é natural de Tubarão-SC, formado em Medicina Veterinária pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC e especializou-se em medicina equina trabalhando por dois anos no Hospital Veterinário Octávio Dupont situado no “Jockey Club Brasileiro” – Rio de Janeiro. Também possui experiência proÀssional internacional em países como Nova Zelândia e Austrália onde trabalhou por um ano no Jóquei Clube de Sydney “Randwick Jockey Club”. Atualmente, Juliano reside em Tubarão e faz atendimentos veterinários em toda Santa Catarina e região sul do Brasil.


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Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca anuncia novidades para o próximo ano. De acordo com o secretário João Rodrigues, o grande destaque em 2013 será o investimento do Governo do Estado em pavimentação de estradas rurais por meio do Programa Caminhos para a Produção. “Nós vamos reeditar a maioria dos programas que estão em andamento. Além disso, teremos um novo programa que terá foco na pavimentação rural. O Caminhos para a Produção será uma nova linha de crédito que o Governo do Estado cria a favor dos municípios, na forma de empréstimo, sem juros com o rebate do Estado. É uma linha de ação que será desenvolvida permitindo que os

prefeitos possam asfaltar a área rural de seus municípios”, explica. Rodrigues afirma ainda que a Secretaria da Agricultura intensificará o Programa Terra-Boa para ampliar o plantio, principalmente de milho em Santa Catarina. “Vamos ampliar também a ação que incentiva a construção de silos para armazenagens de grãos, o que nos permitirá enfrentar as crises que ainda vivemos em decorrência da falta de grãos para abastecer as agroindústrias catarinenses”, ressalta. O secretário fala ainda sobre as ações do Governo do Estado para amenizar os danos causados pela estiagem em Santa Catarina. João Rodrigues destaca os recursos de R$ 60 milhões já liberados

pelo Estado, por meio de financiamento junto ao BNDES. “Esses recursos serão investidos na construção de cisternas, perfuração de poços artesianos, rede de distribuição de água e equipamentos para irrigação das propriedades com até 5 hectares”. Rodrigues acredita que 40% dos municípios que sofreram com a estiagem deixarão de passar por essa dificuldade nos próximos períodos de seca, em decorrência dos investimentos do Governo do Estado. “Além disso, já liberamos este ano R$ 20 milhões para o Programa Juro Zero especificamente para construção de cisternas, continuaremos dando prioridade para essa linha no próximo ano”, complementa.

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a b a c i t u b a J ção que vai te, fina e colora De casca brilhan o- os frutos curo -quase pret es ao o ar cl xo do ro saborosos do a são bem mais da jabuticabeir de um a r. As “bolinhas” ta en ar ap m de que po m polpa brans de diâmet ro tê três centímet ro ente in nsumidas geralm co o sã a; nt le cu ca e su o preparados elas também sã natura, mas com ces. aguardentes e do sucos, licores, a primeira escimento lento, Por causa do cr

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anos, de levar alguns po ta an pl da o frutificaçã dos fr utos, pensa. A beleza m co ra pe es a mas ade interna na , e a luminosid ramos e folhas vore basticabeira uma ár bu ja da m ze fa copa o exigente no l, além de pouc tante or namenta é a beleza ial da fr utífera nc re fe di O o. cultiv e se formam e fr utinhas, qu de suas flores espécies racterístico das ca r to fa s; co on nos tr caulif loras.


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po Reser ve Ingredientes rpore-as cuidaem neve e inco te ei as az ar cl de as a) a op at (s B 3 colheres desnatado eme leite condensado de ) há (c dosamente ao cr ra ca m untada e 1 xí da sa as am a fôrma de pudi de ricota um ) há em (c s je ra pe ca es xí D 30 minutos, 1 gema, 2 nho-maria por ba na se em r ai m sa as de ra a) leve pa 5 colheres (sop e saia limpo snatado ndo um palito el de fia e en it e le qu de é ) at há ou 1 xícara (c gelar. friar e leve para es xe ei D as 4 clar Cober tu ra nha o Cober tu ra: jabuticaba e po da s te ba en ca m ti se bu ja as Retire 1 xícara (chá) de dificador ua ág de ) há bagaço no liqui 1/2 xícara (c bata bem a) de adoçante Junte a água e ne o adoçante 2 colheres (sop panela e adicio a ra pa a ir sf an Tr ar um pouco o ar ep Ferva até encorp pr de sa m gelado. Modo en nd co te, o leite sirva com o pudi ei e r az ia o fr a ir es de xe te ei D Ponha na ba r cinco minutos po ta ba e a m do e a ge e o leite e bata cota, a maisena ri a e nt ce es cr A

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de 600g, lo menos mais pe , el áv zo ra e a quantidad o. ba, deve ser um is ela rende pouc - lave a jabutica , po de espera po m te o la grande de inox na ne pe pa a pa numa lim ba senão não vale ca ti ra pa bu ja io cessár os e coloque a s, somente o ne ai m de ua - retire os cabinh ág e coloqu com água. Não e cubra as frutas destampada. amente 1 1/2h, ad m xi ro ap r cobrí-las. po aco de pau em fogo médio/fr , use uma colher er ar ec nh ol zi co am e a ix do de tá começan er que a fruta es la para abrí-las. - quando perceb que irá parede da pane a ra nt co o de pectina, o as et ut pl fr re as e a xo im ro pr co e com r num su lento irá resulta - esse cozimento ento da geleia. so de endurecim es oc pr no ar ud aj as e polpa. e do suco em descarte as casc etade do volum m a te - coe o caldo e en sc re e ac tidade de suco - verifique a quan quando endo de vez em ex m , io éd m açúcar. go ao fo leve novamente - misture bem e is fica u. mais senão depo de o nã as m com colher de pa sa gros do a geleia está - o ponto é quan pão. no lhar (ferva as difícil para espa 15/20 minutos r po os id rv fe os r destampa- envase em vidr vidros devem se os as m , m bé m tampas ta dos). rir. geladeira até ab - guarde fora da

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Associação Catarinense de Criadores de Suíno (ACCS) promove assembleia geral Marcado para 7 de dezembro a assembleia geral ordinária da Associação Catarinense de Criadores de Suíno (ACCS). O encontro inicia às 09hs, no Auditório da entidade, em Concórdia, no oeste catarinense. Em pauta a apresentação sobre a avaliação das ações realizadas em 2012, o plano estratégico e ações propostas para o próximo ano. Logo após a entidade servirá um almoço de confraternização.

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Acontecendo

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Atlas IBGE mostra agropecuária mais moderna Um levantamento divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o setor rural é cada vez mais moderno. O Atlas do Espaço Rural Brasileiro destaca que as máquinas e os insumos agrícolas marcaram a modernização da agricultura, mas as principais mudanças estão no uso de irrigação, sementes certificadas e transgênicas, acesso a assistência técnica, aplicação de plantio direto, produção de eucalipto, entre outros. Na pecuária bovina, destaque para a transferência de embriões, rastreamento, uso de rações industriais, confinamento e inseminação. A pesquisa aponta que o país tem 5,2 milhões de estabelecimentos agropecuários e 3,9 milhões de proprietários rurais. O atlas combina dados do Censo Agropecuário 2006 com outras pesquisas do instituto, com o objetivo de retratar a realidade territorial do campo brasileiro.

Safra de grãos 2012/13 pode chegar a 181,55 milhões de toneladas Ao mesmo tempo em que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) suspende por tempo indeterminado os leilões de prêmios para o escoamento de milho (VEP), o mesmo órgão anuncia recorde na produção de grãos, safra 2012/2013. Puxado pela soja que deve ter produção entre 13,71 milhões e 16,61 milhões de toneladas em relação à safra anterior, a estimativa é superar 181 milhões de toneladas. O valor representa um aumento entre 6,4% e 9,3% comparado à safra passada, que chegou a 166,17 milhões de toneladas.


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Pesquisa e Qualidade

Glênio César Nunes Ferrer Médico Veterinário – CRMV/SC 2352 Consultor Técnico Laboratório Biocontrol

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os estabelecimentos leiteiros a água assume grande importância, além de servir como bebida para os animais, seu uso também é fundamental em atividades relacionadas à ordenha e para o próprio consumo da família rural. Por isso é de fundamental importância, que o produtor de leite conheça a qualidade da água. As propriedades químicas da água, especialmente dureza e pH, comprometem a limpeza e desinfecção dos equipamentos e utensílios, porque pode ocorrer interferências na eficiência da limpeza, pois altera as concentrações ideais dos princípios ativos dos detergentes específicos para este fim. Além de outras sustâncias, como a concentração de cálcio e outros íons na água levam a formação de biofilmes que podem resultar na contaminação do leite produzido. Outro exemplo é na utilização de águas ácidas que pode neutralizar detergentes alcalinos, enquanto as águas alcalinas podem neutralizar detergentes ácidos, como o ácido nítrico utilizado para retirar os minerais do leite nas tubulações da ordenhadeiras. A má qualidade microbiológica é um dos principais indicadores da qualidade do leite na propriedade leiteira, porque pode contaminar equipamentos de ordenha e de resfriamento, e comprometer especialmente no que se refere a Contagem Bacteriana Total (CBT), inviabilizando a obtenção de alimentos que atendam aos padrões exigidos pela legislação. Além disso, muitos casos de mastite podem estar relacionados a contaminação da água como o principal agente causador chamado Staphylococcus aureus, interferindo diretamente na sanidade animal e qualidade da matéria-prima produzida. Como comentado anteriormente a água sendo muito usado para consumo da população rural, já que também é usada para consumo próprio, é importante ser de qualidade especialmente pelo fato da água veicular doenças 24

como hepatite, febre tifóide, cólera, e outras doenças diarréicas de natureza infecciosa. A Instrução Normativa 62 do Ministério da Agricultura de 2011 que substituiu a IN 51/2002 estabelece que a água destinada à produção de leite deve ser de boa qualidade ou tratada, garantindo sua qualidade sanitária. A Portaria 518 do Ministério da Saúde de 2004 determina que a água de qualquer origem, para ser considerada potável, deve ser isenta de Coliformes fecais e C. totais. Por isso é importante realizar analises químicas e microbiológicas periódicas para comprovar a potabilidade da água e, consequentemente, utilizá-la na ordenha. Além disso, outras preocupações estão sendo levantadas por muitos produtores e técnicos que se esforçam para garantir aos animais dietas balanceadas, com excelentes fontes de proteínas, energias, vitaminas, entre outros, mas acabam se esquecendo de garantir ao animal o nutriente mais importante que ele necessita para aumentar a produção de leite: que é a ÁGUA. Pelo motivo que vários estudos indicam que em média, para cada litro de leite produzido, a vaca precisa consumir de 2 a 4 litros de água, sendo que cada litro de leite contém 87% de água, portanto garantir que o animal tenha acesso a água com quantidade e qualidade satisfatória torna-se extremamente necessário para elevar a produção leiteira. Como curiosidade, um animal pode perder 50% de sua proteína corporal, 100% de sua gordura e ainda consegue se manter vivo por um certo tempo, mas a perda de 20% de água do seu corpo o leva à morte rapidamente. Claro que, a quantidade de água que o animal deve ingerir por dia varia em função da produção, do peso do animal, em função do clima como a temperatura e a umidade e também varia em função do teor de matéria seca da dieta, ou seja, com dietas mais secas o animal terá que


consumir mais água e com dietas mais úmidas o animal precisará ingerir menores quantidades de água. Por fim a quantidade de água a ser ingerida por dia também pode variar de acordo com o teor de gordura do leite, fato que devemos estar atentos, principalmente quando o rebanho for composto por raças caracterizadas pela elevada produção de gordura, como por exemplo, animais Jersey, predominantes na região. Como exemplo,

Temp ºc

Vacas

uma vaca produzindo 30 kg/dia e consumindo uma dieta com 60% de matéria seca, deveria ingerir 72 litros de água por dia, ou neste exemplo uma vaca produzindo 30 kg/dia com 3,8% de gordura e consumindo 21 kg de matéria seca por dia teria a ingestão de 138 litros de água. A tabela abaixo traz o consumo de água em função da temperatura do ambiente de produção e da categoria animal:

Crescimento

Terminação

Lact

Secas

180

270

360

270

360

450

550

10

47.3

24.6

17

22.7

26.5

24.6

30.3

36

39.8

20

62.5

32.2

20.8

28.4

34.1

32.2

37.9

45.4

53.0

25

66.3

37.9

24.6

32.2

37.9

36.0

45.4

53.0

60.6

30

72.5

53.0

34.1

45.4

53.0

53.0

64.4

75.7

85.2

Com relação a limpeza, os bebedouros devem ser limpos pelo menos uma vez por semana e como teste para verificar se eles precisam ser limpos vale a seguinte pergunta: - Esta água está boa para você beber? Se a resposta for NÃO, então é sinal que ela também não está apropriada para seus animais. Para desinfecção dos bebedouros usar água sanitária na dosagem referente a 1/2 xícara de água sanitária diluída em 5 litros de água, e passar em toda a superfície do bebedouro, esperar 20 minutos para agir e ter o cuidado de enxaguar bem com objetivo

de retirar completamente o cloro, para não prejudicar a flora ruminal do animal. Problemas comuns relacionados aos minerais são elevados teores de sulfato e de ferro. Para suspeitar dos problemas com sulfato, a água fica com odor de ovo e para ferro fica com gosto metálico. Nestes casos o animal poderá ter o consumo de água reduzido e ainda prejudicar a absorção de outros minerais como cobre, zinco e selênio. A água poderá ainda conter elevados níveis de nitrato, que podem levar a problemas de intoxicação dos animais, uma vez que no rúmen (pança)

o nitrato será convertido em nitrito e uma vez absorvido diminui a capacidade de transporte de oxigênio do sangue, estes teores elevados de nitrato são causados por contaminação de adubos ou matéria fecal, principalmente por esterco de suínos ou outro adubo. Percebe-se que os animais são tão sensíveis ou mais do que nós quando ingerem água contaminada. Caso haja suspeita de que a água disponível não esteja com qualidade adequada, recomenda-se fazer análise para verificar os níveis de minerais e possíveis contaminações bacterianas.

Para Ànalizar seguem dicas importantes para melhorar a produção leiteira em relação à ingestão da água: - para maximizar a ingestão de comida (matéria seca), maximize a ingestão de água. - instale bebedouros na saída da ordenha e na sala de espera. - os bebedouros devem estar no máximo a 15 metros do cocho de alimentação - evite água fria e corrente, os animais preferem água morna (temperatura entre 25° e 30°C) - lavar bebedouros pelo menos uma vez por semana - para assegurar um consumo ótimo para cada animal, é necessário disponibilizar água dentro do piquete. - realize analise físico-quimica pelo menos uma vez por ano e microbiológica a cada 6 (seis) meses.

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O

s preços das carnes no varejo subiram quase 30% neste ano e devem continuar em linha ascendente até dezembro, totalizando 50% de majoração no período. Esse é o efeito mais visível da crise de encarecimento da nutrição animal que assola as cadeias produtivas da avicultura, suinocultura e bovinocultura no Brasil. Ao fazer esta avaliação, o presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), Clever Pirola Ávila, estima que desde o início da crise dos grãos até o encerramento do ano, a proteína animal registrará crescimento nos preços na ordem de 50%. “Não se trata de lucro, mas de transferência de custos”, ressalva. A crise está instalada há oito meses e o quadro permanece inalterado. A disparada nos preços dos principais insumos (soja e milho) encareceu fortemente a produção de carnes de aves e suínos no Brasil e ameaça derrubar a competitividade do setor neste ano. O dirigente realça que em face do forte encarecimento da soja nos mercados nacional e mundial, as previsões para 2013 são de redução da produção ou crescimento vegetativo, com inevitável aumento do preço dos alimentos cárneos no mercado doméstico e exportação. O cenário de grãos com preços elevados persistirá até a próxima safra. “As commodities saltaram para um novo patamar de preços e, como existem contratos de aquisição firmados já para a próxima

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safra, é bastante provável que os preços continuarão altos”, coloca Ávila. Os preços de soja, farelo de soja e milho não crescerão mais nesse período, mas se manterão elevados. O presidente do Sindicarne acredita que não há mais espaço para aumentos em função da safra já comercializada, entretanto os valores se manterão nos atuais níveis ou com uma leve queda. O temor do setor é que muitos frigoríficos de pequeno e médio porte ficaram fragilizados e ameaçados de desaparecer em consequência dessa crise. Para evitar isso, o Sindicarne trabalha para a criação de um fundo de aval junto ao Governo Federal, visando facilitar o crédito para financiamento do capital de giro e minimizando o impacto nas empresas. Ávila continua insistindo em um plano estratégico de longo prazo, no qual a logística multimodal será ponto fundamental para manter a competitividade do Estado de Santa Catarina. Na avaliação do Sindicarne, as medidas que devem ser tomadas para evitar a repetição desse quadro de superencarecimento dos grãos não devem ser casuísticas. Santa Catarina tem mais de 17.000 suinocultores e avicultores integrados às agroindústrias produzindo num setor que emprega diretamente 105 mil pessoas e, indiretamente, mais de 220 mil trabalhadores. O setor no País se desenvolveu copiando o modelo de parceria produtor/indústria implantado em Santa Catarina a partir do início dos anos 70.


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CONSCIÊNCIA E ORGANIZAÇÃO GARANTEM

TRANQUILIDADE NO FUTURO Busca por aposentadoria pode ser mais rápida quando documentos são separados

A

lcançar a terceira idade depois de muito esforço para produzir e alimentar famílias de todo o país é o desejo de muitos produtores da área rural. Após os longos anos na atividade, tirando da terra seu sustento, o que se espera é um retorno, a aposentadoria. Porém em muitos casos, quando a idade avança e as condições de trabalho não são as mesmas de outros tempos, estas mesmas pessoas que esperam por dias tranquilos se veem a frente de um grande problema: a falta de documentação necessária exigida pela Previdência Social. A aposentadoria é uma assistência financeira prevista na legislação do Brasil. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informam que no Brasil, dos 190 milhões de habitantes, mais de 29 milhões de pessoas, ou 15% do total do país, sobrevivem na área rural. Em Santa Catarina, segundo dados do IBGE, dos 1.320 milhões de idosos, mais de 243,5 mil estão na área rural. Parte deste número está incluso entre os mais de

3,2 milhões de idosos com idade em que a procura pela aposentadoria rural inicia, para quem consegue comprovar o regime de economia familiar. Tanto para homens quanto para as mulheres do campo, a idade limite é cinco anos a menos que a exigência normal, ou seja, 60 anos para homens e 55 para mulheres. Neste contexto, pesquisas com base no Censo 2010, mostram que a contribuição da população idosa para renda familiar alcançava 67%. A preocupação deste grupo da população inicia no momento de solicitar a aposentadoria. Mesmo estando no terceiro milênio, na era da informação, muitos deles ainda possuem dificuldade em reunir os documentos necessários para adquirir o benefício e a busca muitas vezes é demorada. A apresentação de provas não passa somente pela idade do interessado. A lista exige, comprovações como, escritura ou contratos de arrendamento e serviços terceirizados, Número de Identificação do Trabalhador (NIT), bloco de notas, são alguns deles.

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PRINCIPAIS DOCUMENTOS Documentos a serem apresentados para ter o direito ao benefício do INSS para segurado Especial: - Contrato individual ou Carteira de Trabalho e Previdência Social; - Contrato de Parceria e Comodato Rural; - Declaração do Sindicato ou Testemunha; - Comprovante de Cadastro do Incra; - Declaração do ITR; - Bloco de Notas do Produtor Rural; - Atestado Médico (se for auxílio-doença).

Mesmo na área rural um dos documentos imprescindíveis ao trabalhador é a carteira de trabalho. Nela estão registradas todas as ações e mudanças ao longo da vida, no exercício da função. No caso de não possuir o documento e mesmo assim houver uma contratação, mesmo que temporária, é importante registrar um contrato individual, como garantia na obtenção de benefício, seja aposentadoria ou auxílio-doença.

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BLOCO Bloco de notas - tem a função de registrar a comercialização da produção e a contribuição do produtor rural com o país, o que se refletirá no futuro em retorno na aposentadoria. No regime familiar ela representa a garantia à família do produtor, também segurados.

NIT Número de Identificação do Trabalhador (NIT) - é usado para o recolhimento das contribuições ao INSS pelo trabalhador autônomo, por meio da Guia da Previdência Social (GPS). O número pode ser solicitado via internet e representa mais uma garantia ao contribuinte.

CONTRATO Contrato de Parceria e Comodato Rural - é o documento que comprova um acordo selado entre duas partes (trabalhador/empregador ou proprietário/arrendatário). Nele estão expressas as vontades para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. Também um registro oficial no caso de uma das partes, por exemplo, requerer auxílio previdenciário.

INCRA Com a mesma função do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) o Imposto Territorial Rural (ITR), também substituto do INCRA – também necessário quando a necessidade de comprovação ultrapasse os 15 anos -, é a forma de contribuição pelo uso das terras na área rural. Ele se mostra importante no momento em que o produtor rural necessita de crédito, já que é um dos documentos exigidos para a liberação dos valores absorvidos. No caso de extravio de documentos, uma alternativa é a declaração do sindicato ou testemunha. Somente o testemunho pessoal é rejeitado e não reconhecido como prova neste caso. Por este motivo a Previdência Social oferece outra alternativa para a comprovação do trabalho no campo. Os trabalhos executados ao longo dos anos pelos sindicatos garantiu a eles credibilidade junto ao Governo. Assim, a declaração do órgão de defesa das famílias rurais é

vista como prova razoável em favor do requerente. Vale destacar que a solicitação para seguridade especial depende de outro fator. Neste caso o agricultor precisa comprovar o exercício da atividade, individualmente ou em regime familiar, em área inferior a quatro módulos fiscais, o que representa em Santa Catarina, uma área de 56 hectares. Acima desta condição ele perde o direito ao benefício especial.

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ENVOLVIMENTO DOS SINDICATOS FACILITOU

TRÂMITE NA BUSCA POR BENEFÍCIO Visto a dificuldade em reunir estas provas, em função da falta de conhecimento de grande parte da população rural, os sindicatos que representam a classe passaram a investir em informações. Dois exemplos de ação, e que representam a profissionalização dos sindicatos, são encontrados nos Sindicatos Rurais de Braço do Norte e Orleans. A secretária executiva do sindicato em Orleans, Iolene Stang Bianco Crema, explica que desde o primeiro contato, os representantes sindicais informam e conscientizam os associados sobre a importância em reunir os documentos necessários. “Eles não servirão apenas para a aposentadoria, mas também na busca por crédito bancário”, informa. Ela explica que os sindicatos ajudaram a mudar a forma de agir das famílias e lembra que os jovens são uma preocupação. “Na hora de renovar o bloco de notas, é colocado todos do grupo fa-

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miliar maiores de dezesseis anos de idade como dependente”, acrescenta Iolene. De acordo com a secretária executiva do sindicato, Marli Uliano Meurer, há anos o programa de rádio mantido pelos associados é fonte de informações e conscientização. “Com os documentos corretos e organizados é possível requerer a aposentadoria e sair com o resultado em menos de 20 minutos. Por isso trabalhamos para auxiliar o produtor rural nesta hora. Quanto mais provas, mais fácil a comprovação”, explica. Várias formas de vivência podem atrapalhar na hora de solicitar a aposentadoria. Exemplos não faltam. São famílias que moram nas mesmas terras, filhos que completam 18 anos ou casam, mas que não possuem bloco de notas, nem contrato para uso de terras, seja em regime de comodato, parceria, ou outro sistema. Em caso de morte de algum membro principal da família, o problema


"Várias formas de vivência podem atrapalhar na hora de solicitar a aposentadoria. Exemplos não faltam. São famílias que moram nas mesmas terras, filhos que completam 18 anos ou casam, mas que não possuem bloco de notas, nem contrato para uso de terras, seja em regime de comodato, parceria, ou outro sistema"

pode ser ainda maior. Ainda mais nos tempos modernos, no qual há formas diferentes de união. Para a Previdência Social, a prova testemunhal não possui valor senão acompanhada de outras provas. “Diversas pessoas já tiveram esta dificuldade e perdem a veracidade por não ter documentos reconhecidos em cartório, fundamental quando o trabalho não é em suas terras. São detalhes pequenos mas que fazem toda a diferença em uma necessidade”, lembra a secretária executiva. Talão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e seu substituto a partir de 1997, o Imposto Territorial Rural (ITR), são também exigidos pela Previdência Social como reconhecimento do tempo em que a pessoa trabalhou na área rural. Para alinhar a lei prevista na Constituição e exigidas pelo órgão, são comprovações efetivas do exercício da atividade rural: contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social, contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural, declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Também comprovam o pleno exercício da atividade o cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, Notas de produtor, notas fiscais de mercadorias adquiridas para a propriedade, desde que no nome do segurado. Outros documentos fiscais de entrega da produção também são válidos.

Ao longo dos anos, em função de trabalhar diretamente com a população rural, o Sindicatos passaram a ser referência como fonte de informação para a Previdência Social o que facilitou ainda mais o acesso ao benefício. “Não é obrigatório o envolvimento do sindicato nesta questão. As pessoas podem fazer tudo pessoalmente, pela internet ou na própria previdência, porém, muitos ainda preferem utilizar o sindicato pela experiência adquirida nesta questão. Tanto que de alguns anos para cá, não houve registro de casos onde a pessoa teve dificuldade em receber o benefício”, observa Meurer. Ela revela ainda que a Previdência Social testa o sistema Cadastro Nacional de Entidade Sindical (Cnes). Com ele o sindicato recebe uma senha e abastece e atualiza os dados do associado para o órgão nacional. “A partir dos 18 anos é importante que os jovens façam o bloco de notas em seu nome e utilizem anualmente para facilitar o acesso a benefícios no futuro, não somente a aposentadoria, mas a empréstimos bancários, por exemplo”, explica. Há ainda casos de pessoas que saíram do meio rural, trabalharam com carteira assinada na cidade e após certo tempo retornaram à vida na área rural. Neste caso, segundo a secretária executiva, o período em que trabalhou ‘fichado’, não servirá para a aposentadoria especial. “Somente se o tempo de produtor rural superar o previsto em lei, pois o período fora da propriedade é excluído no caso dele requerer a aposentadoria”, destaca.

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Guilherme Azevedo

Analista de seguros da Previdência Social, agência Braço do Norte

ÓRGÃO OFICIAL RECONHECE EVOLUÇÃO "Como a região é formada por pequenos municípios, com grande parte da produção vinda da agricultura e pecuária, a Previdência Social adotou as agências móveis para chegar a todos os contribuintes"

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Apesar de considerar a região com grau elevado de conhecimento, o analista de seguros da Previdência Social, agência Braço do Norte, Guilherme Azevedo, revela que a população rural ainda é resistente, mas que com o auxílio dos sindicatos, uma grande barreira entre o órgão e as pessoas foi tombada. Segundo ele, o órgão oferece mais que o benefício da aposentadoria, há outras formas de auxiliar as pessoas de modo geral, seja em acidente de trabalho, auxílio-doença, ou salário maternidade, por exemplo. “É o melhor, mais seguro e completo plano previdenciário da América e um dos melhores do mundo. Temos que mudar a ideia que a previdência serve apenas para aposentadoria, há um leque de benefícios que podem ser acionados em momento de necessidade”, garante o analista. Atualmente parceiros em várias ações, Guilherme afirma que o sindicato é o melhor canal para disseminar as informações. O uso do espaço para palestras ou


repasse de informação tem surtido bons resultados. O reflexo desta parceria pode ser analisado na média de atendimentos. Na Previdência Social em Braço do Norte, atualmente a média esta em 110 atendimentos diários, no Brasil são mais de 220 mil. “Antigamente os processos davam trabalho, muitas vezes a pessoa fazia várias viagens até reunir todas as comprovações necessárias. Com o auxílio dos sindicatos ganhamos em agilidade, pois o interessado no benefício que passou pela entidade traz os documentos organizados. Eles fazem o que podem para facilitar nosso trabalho”, revela. Apesar do grande número de benefícios oferecidos, Guilherme alerta para a necessidade em reunir os documentos exigidos para comprovação da atividade. Um problema atual muito visto por ele são as forma de união estável que pode complicar a vida do agricultor e familiares. “Tomamos como exemplo o falecimento do marido. Ainda hoje as pessoas acha que ao casar novamente ela perderá o aposento e isso não ocorre. Ela permanece com o benefício. Salvo o caso de acúmulo de pensão de pessoa de mesma classe. Se ela tiver a pensão do marido e de algum filho, isso ela não perderá. É uma questão de conhecimento que atrapalha a vida das pessoas”, destaca. Para reduzir as diversas realidades é que a Previdência Social estuda formas de transferir responsabilidades. Algumas delas são testadas, como é o caso explicitado pelo sindicato de Braço do Norte, onde o cadastro para a previdência é alimentado e atualizado pelo próprio sindicato. “Testamos o maior banco de dados da América Latina, interligado com a Polícia Federal, Receita Federal, entre outros órgãos. Com a migração de dados é fácil confrontar informações e avaliar o direito ao benefício. Em certos casos o sistema automatizado

envia carta ao agricultor, no qual informa sobre o direito”, acrescenta. Guilherme também expõe que a previdência, em certos casos, atua na fiscalização dos beneficiários. A nota fiscal é considerada prova plena, mas precisa de outra comprovação, como escritura, ou contrato. Quando não é apresentado o documento, uma forma de confirmação é a declaração do sindicato. “O risco de fraude é reduzido, pois o sindicato pesquisa a atividade da pessoa antes de assinar a declaração. Como não estamos envolvidos no dia-a-dia de determinada pessoas, para nós esta declaração é a prova real da atividade”, complementa. Porém, ele afirma que o órgão está atento a qualquer detalhe. “Em outros estados, a previdência social suspendeu o auxílio e a Policia Federal encerrou os trabalhos dos sindicatos que não atuavam com seriedade. Isso não ocorre por aqui. Trabalhamos com pessoas sérias que dividem a mesma preocupação que temos, de atender bem as pessoas e garantir seus direitos”, notifica. Como a região é formada por pequenos municípios, com grande parte da produção vinda da agricultura e pecuária, a Previdência Social adotou as agências móveis para chegar a todos os contribuintes. Durante dois dias uma estrutura permanece em um dos municípios, onde realiza todos os trabalhos que lhe compete. “Geralmente as agências estão na contramão dos agricultores, por este motivo foram adotadas as agências itinerantes. Nosso objetivo é assistir, colaborar da forma mais plena com as pessoas. Ainda assim há outros canais de contato como o 135, onde a ligação é gratuita, e o site da previdência, onde a pessoas pode tirar duvidas registrar reclamações, efetuar seu agendamento, entre outros serviços”, finaliza.

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OHLWHLUR VmR HQWUHJXHV DR 0$3$ Proteger o produtor de leite brasileiro é a principal meta apresentada pelo Governo Federal, após a I Conferência Nacional do Leite, realizada entre os dias 3 e 5 de novembro. O debate reuniu representantes da cadeia produtiva do segmento que enumeraram propostas de políticas para o desenvolvimento do setor. A lista com 135 propostas que devem constar nas ações prioritárias da Política Nacional do Leite foram entregues aos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Mendes Ribeiro Filho, e do Desenvolvimento Agrário (MDA), Pepe Vargas, no último dia do evento, realizado na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília. A preocupação com a melhoria na

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infraestrutura no campo foi a que mais rendeu diálogo. Dentro do tema, a melhor logística de distribuição de energia e oferta de internet banda larga, o que permitiria implantação de sistemas e possibilitariam rápido acesso a informação. Na área de recursos intelectual e econômico, o uso dos créditos do PIS/ COFINS para custeio e investimento em programas de capacitação de produtores e modernização do parque industrial. Também foi amplamente discutida a renovação do acordo de cotas e preços do leite em pó importado da Argentina e a inclusão neste acordo do queijo e do soro de leite. O acordo bilateral de cotas e preços para importação de leite em pó com a Argentina, vigente desde 2009, encerra este mês, motivo que

deixa o setor atento e as cobranças por reformulação, mais enfáticas. O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Alvim, enfatiza que a ideia é criar uma política para o setor leiteiro brasileiro, que permita um crescimento ainda maior no setor. “Já somos o quinto maior produtor de leite do mundo e, atualmente, produzimos 32 bilhões de litros por ano”, lembrou. O ministro Mendes Ribeiro Filho, afirma que o Governo Federal busca um diálogo com a Argentina e o Uruguai com o objetivo de manter os acordos bilaterais e preservar o produtor brasileiro. “Recebo estas propostas como valiosas para o crescimento do setor leiteiro, uma vez que ajudam o governo a cumprir seu papel de forma


mais qualificada. O Estado está disposto a estender a mão ao produtor e mostrar que vale a pena produzir nessa terra. Vamos juntos discutir a política Nacional do leite e em conjunto com o setor avançaremos cada vez mais”, destaca. O mesmo olhar sobre o acordo já mapeado com a Argentina deve valer no diálogo na nova política com o Uruguai que também aumentou suas exportações para o mercado brasileiro. “As importações têm prejudicado nossos produtores e precisamos conter isso. Por isso queremos que as importações sejam avaliadas, não para fechar as portas para os outros países, mas para defender nossos produtos”, afirmou. Outro ponto mencionado por ele foi a consolidação da Tarifa externa Comum (TEC) em 28% para todos os produtos lácteos.

3URSRVWDV Estão divididas em 11 temas: s: sanidade; defesa comercial; capacitação e assistência técnica; ca; políticas de crédito; tributação; infraestrutura e logística; promoção romoção comercial; legislação; Àscalização; pesquisa e desenvolvimento lvimento e organização do setor. Entre elas, em destaque estáá o reforço para a restrição das importações de leite em pó e queijo ueijo de países do Mercosul, a partir da renovação de cotas para ara a entrada destes produtos no Brasil. Na questão tributária, uma dos os itens abordados foi o obre rações e suplemenÀm da cobrança de PIS/CoÀns sobre ebanho. tos usados na alimentação do rebanho.

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Curiosidades

4XDO p D UDoD GH É FDFKRUURV PDLV LQWHOLJHQWH"

a Border Collie, uma raça de pastoreio e trabalho criada na Inglaterra há mais de cem anos. Pelo menos é o que garante o psicólogo especializado em cães Stanley Coren, autor do livro A Inteligência dos Cães. Esse professor de psicologia da Universidade de British Columbia, em Vancouver, Canadá, coordenou uma pesquisa com mais de 200 juízes americanos e canadenses especializados em provas de obediência. Entre as 133 raças analisadas, a border collie ficou em primeiro. "Trata-se de um animal superativo, que precisa de espaço para realizar atividades físicas. Se ficar confinado em um espaço pequeno, vira um capeta", diz a médica veterinária paulista Cristina Moreira, que concorda com o resultado da pesquisa de Coren. Ao lado a gente mostra o top 3 desse ranking polêmico pra cachorro.

Os amigos mais espertos do homem 1. Border Collie . Esse simpático cãozinho é considerado um verdadeiro workaholic. Adora pastorear rebanhos e, na falta de um, cuida também de patos, crianças e tudo o que se mova na sua frente. É um cão de extrema vitalidade e muito atlético. Ele dá show em competições do tipo agility, em que o animal tem que superar vários obstáculos.

3. Poodle . A adaptabilidade é a principal característica da raça. No passado, o poodle era usado para a caça aquática: cabia a ele buscar as aves abatidas que caíam em lagos e riachos. O tempo passou e ele virou cão de companhia. Graças à sua facilidade de aprendizado, é muito utilizado em espetáculos de circo. 40

Fonte: Mundo Estranho

2. Pastor Alemão . Sua inteligência e versatilidade fazem com que o pastor alemão seja uma das raças mais populares do mundo. Como ele é forte, obediente a comandos e aprende muito rápido, tem sido usado como cão de polícia, de resgate, de guarda e guia de cegos. Também tem forte vocação para o trabalho.


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sso ĂŠ sĂł um mito. Esses animais conseguem enxergar cores, sim, embora de uma forma mais limitada do que a gente. Ao contrĂĄrio dos humanos, que tĂŞm trĂŞs tipos de pigmentos na retina capazes de captar o azul, o vermelho e o verde, cĂŁes e gatos sĂł possuem dois pigmentos, o que reduz o espectro de cores que eles podem identificar. "Alguns pesquisadores acreditam que eles

enxergam azul e amarelo, enquanto outros defendem que eles vêem azul e vermelho, mas todos são unânimes em dizer que eles não percebem o verde", diz a veterinåria Adriana Teixeira, especialista em oftalmologia animal. Essa limitação visual, no entanto, não Ê um problema, jå que os animais a compensam de outras formas. Cães e gatos, por exemplo, conseguem ver

muito bem na penumbra, são capazes de diferenciar vårias tonalidades de cinza e possuem enorme habilidade para detectar movimentos. Em tempo: entre os poucos animais que enxergam em preto-e-branco estão os peixes abissais, que, aliås, não sofrem muito com isso. Afinal, nas profundezas dos mares, onde a iluminação Ê baixíssima, não existem cores para ser vistas.

Olho por olho Uma mesma imagem ĂŠ captada de maneiras diferentes por humanos, cĂŁes, gatos e insetos VISĂƒO HUMANA Como nossos olhos tĂŞm cĂŠlulas fotorreceptoras para as cores azul, verde e vermelha, enxergamos um amplo espectro de cores com a luz do dia e conseguimos captar imagens bem definidas

VISĂƒO DE CĂƒES E GATOS JĂĄ cachorros e gatos levam algumas desvantagens. Ambos enxergam colorido, mas as cores sĂŁo mais desbotadas se comparadas Ă s que os humanos vĂŞem. AlĂŠm disso, eles captam imagens com pouca definição e nĂŁo percebem o verde, vendo no lugar tonalidades que vĂŁo do cinza ao preto

VISĂƒO DOS INSETOS Eles enxergam com estranhas variaçþes nas cores. Por exemplo, onde nĂłs identificamos vermelho, eles veem preto; onde tem azul, entra o verde. AlĂŠm disso, como captam radiação ultravioleta, onde tem preto, eles enxergam violeta

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Giro Agropecuário

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nfim, estamos encaminhando para mais um final de ano. E junto disso nos vem em mente os acontecimentos que marcaram ele. Do mesmo modo, vem em mente tudo aquilo de deixamos de fazer, as amizades que ficaram para trás, os amigos que deixamos de visitar, as pessoas que deixamos de perdoar. O final do ano sempre é bom, pois podemos analisar a maneira que fomos como pessoa durante o ano que se passou. Vale lembrar alguns acontecimentos no Brasil e no mundo, e refletir sobre isso. Nas últimas semanas tivemos a oportunidade de acompanhar a eleição nos Estados Unidos, sabendo que o resultado das eleições poderia afetar os interesses econômicos do Brasil no comércio internacional, no qual já temos uma boa participação. As eleições municipais, na qual tem interferência direta sobre nossas vidas, são estas pessoas eleitas que terão que fazer políticas pública nas quais podem garantir qualidade de vida a nós, cidadãos.E é aí que percebemos a importância do voto e deste modo somente daqui a quatro teremos novamente esta oportunidade. O julgamento do mensalão é talvez um fato histórico, no qual pode ser um marco na história deste país, pela primeira vez foram julgadas pessoas do primeiro escalão do governo, este fato repercutiu

Diogo Schotten Becker Gestor em Agronegócio e Acadêmico de Agronomia diogoschottenbecker@hotmail.com

no mundo inteiro. A revista Financial Times publicou uma matéria no qual um trecho dizia: “O Brasil está dando o exemplo para o mundo, eles estão cortando a cabeça dos grandes”. E é por estas e outras que ainda podemos nos orgulhar de ser brasileiros. Somos um país democrático, tanto que o nome da bola para a copa de 2014 foi escolhida através de votação, o mascote foi escolhido através de votação, fomos o primeiro país a fazer isto. Tudo isso serve para refletir, temos alguns pontos que teremos que realizar mudanças, outros devemos aperfeiçoar, enfim antes de cada discussão devemos nos perguntar, desejo estar certo ou desejo ser feliz, se a resposta for estar certo, prepare-se para encontrar muitas portas fechadas em sua vida, brigar é diferente de lutar, devemos lutar por valores e princípios, brigar significa romper, e romper normalmente nos dá uma sensação de vitória no curto prazo, romper no longo prazo termina relações e machuca sentimentos, dependendo do conflito que entramos é como um vaso que cai no chão, por mais que tentamos juntar os pedaços percebemos que é impossível deixá-lo com era. Cuide de você, cuide de ser feliz, deixe as portas abertas. Desejo um feliz Natal a todos e um excelente Ano Novo.


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Saber Planejar

Carlos Geraldo Rodrigues Junior Técnico Agropecuário E-Mail: saberplanejar@hotmail.com

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necessidade da preservação do meio ambiente sempre gera muita discussão, principalmente pela falta de entendimento do que se esta preservando e quem será beneficiado com isso. Possuímos leis que regulamentam o que é preciso preservar, estudos científicos comprovando os problemas gerados pelo progresso sem o controle ambiental e mesmo assim ainda relutamos para fazer as adequações ambientais de nossas propriedades rurais, indústrias, em fim qualquer atividade que utilizam recursos naturais ou gerem degradação ambiental. Dentro das atividades agropecuárias a geração de dejeto é um impacto ambiental e o consumo de água para abastecimento animal, irrigação, dentre outras, é utilização de recursos naturais. Para entendermos isso um pouco melhor temos que começar a pensar que o Brasil possui uma biodiversidade e riqueza natural muito grande, possui quase 14% da água doce do planeta, e isso é valorizado em outros países há muito tempo. Países estes que fazem investimentos no Brasil para que estas riquezas sejam preservadas. E nós brasileiros temos também que aprender a preservar, pelo menos da maneira como diz na lei, para podermos nos apropriar destes nossos recursos que são tão valorizados. Temos que produzir com sustentabilidade, fazendo os controles ambientais de modo que isso venha agregar valor ao nosso produto. Trazendo benefícios para as atividades econômicas como diminuindo custos, gerando novos produtos e diferentes alternativas de renda dentro do mesma atividade. E não é diferente nas atividades agropecuárias, os produtores que


"Produtores que fizerem o controle ambiental além de ter um valor agregado ao produto terão uma propriedade com um meio ambiente equilibrado, um solo mais rico, proporcionando uma melhor qualidade de vida"

fizerem o controle ambiental além de ter um valor agregado ao produto terão uma propriedade com um meio ambiente equilibrado, um solo mais rico, proporcionando uma melhor qualidade de vida ao produtor rural, pois terá um menor custo com defensivos e adubos, uma qualidade diferenciada na sua produção e um bem estar agradável na propriedade, sem pragas como o famoso borrachudo. Uma importante ferramenta para que se consiga uma excelente adequação ambiental é o projeto de licenciamento elaborado de forma específica para cada atividade, seja ela industrial, rural, e para as atividades que necessitam de licenciamento. Além de o projeto viabilizar ambientalmente sua atividade, com um bom projeto pode-se dimen-

sionar possíveis gastos, economias e lucros que se poderá obter com os controles ambientais. Além disso, o projeto ambiental também irá viabilizar economicamente a atividade. Hoje em dia qualquer atividade que não tenha um licenciamento ambiental não consegue nenhum tipo de financiamento, não recebe nenhum investimento externo e daqui a pouco tempo não conseguirá vender seu produto também, além de sofrer com as questões judiciais. A Planejar- Projetos Agropecuários e Ambientais, está preparada para fazer seu projeto de licenciamento ambiental, adequando sua atividade, solucionando seus problemas, visualizando novas alternativas, regularizando sua atividade conforme a legislação ambiental.

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Qualidade do Leite

Pré Dipping Três primeiros jatos

Pré Dipping Prevenção de mastite contagiosa

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Pós Dipping Prevenção de mastite ambiental

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elevação da CBT está associada com as situações de falta de higiene durante a ordenha, tetos sujos antes da ordenha, deficiência de limpeza de equipamentos como ordenha, resfriador e utensílios e problemas no resfriamento do leite. A elevação de CCS está associada com as situações de falta de higiene durante a ordenha, tetos sujos antes da ordenha, deficiência de limpeza da ordenha, manejo de piquetes, genética, ambiente, de sala de ordenha, sala de espera, sala de cochos , corredores, alimentação, imunidade do animal e principalmente a prática de pré e pós dipping (disinfecção dos tetos antes e depois da ordenha) A prática de pré e pós-dipping é atualmente considerada eficiente para a qualidade do leite e controle de mastite. 46

Fernanda Oenning Engenheira Agrônomaa do Laticínios Fortuna

Célio e Marilsa Schlickmann da localidade de Barracão, Orleans. Unem o manejo de ordenha, pré e pós dipping, o manejo de vacina e a terapia de vaca seca. E há quatro anos conseguem manter baixas as contagens de células somáticas (CCS) em média de 300 durante o ano, antigamente este número era de 800. Prova de que o manejo na hora da ordenha, aliado a outras práticas, vale a pena para atingir maior produtividade e lucro.

PRÉ DIPPING CONTROLA A MASTITE SUB- CLÍNICA (CONTAGIOSA) Processo:

1 - não lavar os tetos (só quando muito sujo); 2 - tirar 3 jatos cada teto; 3 - desinfetar com produto; pré -dipping 4 - secar com papel toalha. 5 - ordenhar

PÓS DIPPING AJUDA A CONTROLAR A MASTITE CLÍNICA (AMBIENTAL) 1 - Depois da ordenha passar o pós dipping(produto específico) com um copo aplicador sem retorno. 2 - Ir para os cochos comer e ficar de pé. 3 - Depois ir para os piquetes. Essa medida é utilizada para reduzir a população de microrganismos o que reduz o risco de infecções intramamárias e a contaminação da pele dos tetos que é transferida para o leite. No período de tempo entre as ordenhas, o contato dos tetos com o solo, barro, esterco e lama causa a sua contaminação e, desta forma, aumenta o risco de novas infecções intramamárias. COM O CONTROLE DE MASTITE, ENTÃO SE REDUZ O USO DE ANTIBIÓTICOS E NÃO TERIA PROBLEMAS COM O DESCARTE DE LEITE. HOJE NÃO SE DEVE MANDAR O LEITE COM RESÍDUO DE MEDICAÇÃO PARA A INDÚSTRIA. O controle da mastite é um conjunto entre manejo de ordenha, manejo com a sanidade e alimentação balanceada.


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Artigo

$*5,&8/785$ (0 (%8/,d®2 Assunto controverso e recorrente, o aquecimento global ameaça alterar a geografia da produção agrícola brasileira. Diante deste cenário, uma pergunta persiste: o Brasil está preparado para enfrentar estas mudanças?

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ançado no dia 11 de agosto, durante o 7º Congresso Brasileiro de Agribusiness, em São Paulo, o estudo "Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Brasil", elaborado em conjunto pela Embrapa e pela Unicamp, trouxe dados alarmantes e repercutiu com a força de um tornado. Se nada for feito para reduzir os danos das mudanças climáticas ou se os investimentos em pesquisas permanecessem estagnados, os prejuízos econômicos por conta da elevação das temperaturas chegariam a R$ 7,4 bilhões em 2020 e subiriam para R$ 14 bilhões em 2070. Além das significativas perdas, o mapa da agricultura brasileira sofreria intensas modificações, com o café se deslocando da região Sudeste para o Sul do país e com a soja praticamente se inviabilizando nos estados do Sul. Diante desta alteração significativa no cenário, as conclusões do estudo tiveram ampla cobertura da imprensa e serviram de subsídio para os ambientalistas, presentes ao evento, colocarem a agricultura em xeque. Discutir e avaliar o impacto do aquecimento global 48

- mesmo que sua ocorrência não se consolide ainda como uma teoria consensual - sobre a agricultura não é novidade no setor. Mas pela primeira vez um estudo colocou o tamanho das imprecações e o valor do prejuízo no papel. E o trabalho da Embrapa, mesmo que desconsidere o avanço tecnológico que certamente ocorrerá no período, acendeu o sinal amarelo e trouxe alguns questionamentos. O principal deles: a agricultura brasileira está preparada para enfrentar os prováveis problemas decorrentes da elevação gradual das temperaturas? Outro: o que está sendo feito para amenizar o impacto do aquecimento global? Parte das respostas foi dada pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Para ele, o levantamento servirá como base para o país encaminhar variedades adaptáveis a esta situação. "Já há cerca de 220 projetos de pesquisas neste sentido. Estamos trabalhando para se adequar a este novo cenário. O país está investindo em pesquisa e já reforçou os recursos, visando amenizar os prejuízos projetados no estudo", explicou o ministro.


1RYDV SUiWLFDV H LQYHVWLPHQWR HP SHVTXLVD Responsável pelo estudo, o professor Eduardo Assad, da Embrapa, deu a receita para que o quadro seja revertido. "Já foi comprovado que 75% da emissão de gases no Brasil é resultado do desmatamento e das queimadas. A agricultura tem que reduzir estes processos", apontou, defendendo também práticas agrícolas que diminuam a emissão de carbono e aumentem o resgate, como o plantio direto na palha e a integração lavoura-pecuária. "A Embrapa já tem pesquisas voltadas a diminuir o impacto do aquecimento sobre a agricultura brasileira, mas os investimentos ainda são tímidos. O esforço tem que ser ainda maior e ainda temos tempo para reverter ou amenizar a situação", defendeu. Segundo o estudo, a soja, principal cultura de exportação brasileira, poderá sofrer uma perda econômica

de R$ 4 bilhões em 2020, com uma redução de 24% da área apta para plantio no Brasil. Em 2070, estes números seriam de R$ 7,6 bilhões e de 40%, respectivamente. Os maiores prejuízos seriam sentidos na região Sul. Para o café, o estudo indica prejuízos econômicos de R$ 882 milhões em 2020, com uma queda de área apta ao cultivo de 9,48%. Estes números passariam para R$ 3 bilhões e 33% no cenário mais pessimista do estudo. Das culturas avaliadas, a cana-de-açúcar seria a maior beneficiada pelo aquecimento global. Para 2020, a área cultivada com a gramínea poderia pular dos atuais 6 milhões para 17 milhões de hectares. Áreas no sul do Brasil, hoje com restrições ao cultivo, podem se transformar em regiões de potencial produtivo entre 10 e 20 anos.

Especialista em aquecimento global e seus impactos no cenário climático, acumulando prêmios e títulos em seu currículo, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Carlos Nobre, alerta que o comportamento das temperaturas no futuro pode ser projetado com menos incertezas. "São previsões mais fáceis de serem feitas", garante, alertando, no entanto, que se trabalha com faixas de variação, que levam em conta o nível de emissão de gases de efeito-estufa. "A emissão de gases de efeito-estufa é um fator importante e que não conseguimos prever, pois depende de decisões humanas e do que estamos dispostos a fazer para reduzi-la". Diante deste impasse, Nobre trabalha com cenários. No mais otimista dos cenários, com drástica redução na emissão, as temperaturas subiriam 2 graus centígrados até o final do século. Na pior das hipóteses, este aumento ficaria em 4,5 graus.

Já em relação ao regime de chuvas, as projeções são mais difíceis. "Na estação chuvosa, o regime não deverá se modificar muito no Sul e no Sudeste. Já na estação de seca, a tendência é de menos chuvas, em um período onde o regime já é escasso. Ainda há uma certa incerteza em relação à região amazônica. Já no Nordeste, a previsão é de menos chuvas", resume o pesquisador. Outro ponto a ser considerado pela a agricultura é a concentração de gás carbônico na atmosfera que, até certo ponto, não afeta a produtividade. "Até certo ponto de CO2, a fotossíntese aumenta, favorecendo os rendimentos. Já as temperaturas mais elevadas tendem a reduzir a produtividade, principalmente para os grãos", explica. As gramíneas, como a cana-de-açúcar, têm mais capacidade para absorver temperaturas elevadas. "Até 4 a 5 graus mais elevadas, as temperaturas são

aceitáveis para a cana-de-açúcar, que também 'gosta' de mais gás carbônico para a fotossíntese". Os regimes de chuvas terão maior variabilidade. Ou seja, os veranicos tenderão a ser mais longos e mais intensos, alternados com períodos de chuvas mais longos. O regime tende a variar mais entre os extremos. "E isso é ruim para a agricultura", completa. Colocando para pesar na balança as alterações projetadas para o clima e os prejuízos econômicos estimados, a Agência SAFRAS saiu a campo para tentar diminuir as dúvidas e apresentar o que o Brasil está fazendo para adequar o crescimento da produção agrícola e os obstáculos que o aquecimento global prometem provocar. Consultando meteorologistas, agrônomos e demais especialistas, SAFRAS disponibiliza a seus assinantes um cenário do que poderá ocorrer com a agricultura brasileira diante deste desafio. 49

Fonte: Safras e Mercados

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Artigo

Antenor Turazi turazi@brturbo.com.br

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e acordo com o último relatório “Perspectivas Agrícolas 2012-2021", publicado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a situação do mercado no setor de carnes é caracterizada por altos preços nominais para todas as carnes, apoiados no lado da demanda pelo rápido crescimento nas economias em desenvolvimento e no lado da oferta pelos altos custos dos insumos, notavelmente pelos grãos usados na alimentação animal e nos insumos relacionados à energia, como transporte e refrigeração. No lado da política, as previsões de futuras aberturas no comércio internacional de carnes que podem resultar da entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC), que está entre os maiores importadores de carne do mundo, fornecerão um ambiente comercial favorável para o setor. Embora o crescimento na produção e no comércio seja contemplado em curto prazo para carne de frango, suína e ovina, a carne bovina inicialmente será limitada pelos rebanhos, que foram reduzidos nos últimos anos nas principais regiões exportadoras. Principais projeções - O forte aumento nos preços dos grãos usados na alimentação animal nos últimos cinco anos está se movimentando substancialmente através da cadeia de mercado e, com exceção da carne de frango onde os ajustes têm sido feitos, 50

está se refletindo em maiores preços da carne. Os preços deverão permanecer altos durante a próxima década e, em termos reais em cerca de 11%, 17% e 4% acima do período base (2009-11) para carne bovina, suína e ovina, respectivamente. Os preços reais para carne de frango deverão permanecer próximos aos atuais. Pata todas as carnes, os preços reais estão atualmente em seus maiores níveis dos últimos 15 a 20 anos e uma pequena moderação é esperada enquanto os preços dos alimentos dos animais e da energia permanecem altos. - Os maiores preços para carnes induzirão a uma resposta na oferta, embora limitada pelos maiores custos dos insumos, além da competição por terra e água. O efeito combinado desses fatores desacelerará o crescimento na produção global por carnes para 1,8% por ano no período previsto comparado com 2,2% por ano na década anterior. A produção de carne bovina deverá aumentar em 1,8% em média por ano, enquanto a produção de carne suína e ovina pode crescer em 1,4% e 1,8%, respectivamente. A carne de frango continua sendo o setor de carnes de mais rápido crescimento, com o crescimento projetado em 2,2% por ano. Os países em desenvolvimento aumentarão sua participação na produção global em todas as categorias de carnes e, até o final do período, representarão 58%, 64%, 63% e 78% da produção de carne bovina, suína, de frango e ovina, respectivamente. Os maiores retornos

à escala continuarão concentrando a produção em menos fazendas maiores, não somente nos países desenvolvidos, mas cada vez mais também em mercados emergentes. Essa mudança estrutural continuará aumentando a dependência da produção de carne de alimentos animais à base de grãos. - O consumo mundial de carnes continua crescendo em uma das mais altas taxas entre as principais commodities agrícolas. O crescimento nos países em desenvolvimento capturará 82% do consumo global durante o período projetado. O consumo per capita aumentará em 3,2 quilos por ano, com a carne de frango representando 70% desse aumento. Até 2021, os consumidores nos países desenvolvidos comerão 3,6 quilos de carne a mais per capita com relação ao período base, o que também será principalmente para carne de frango, exceto no Leste Europeu, onde o consumo de carnes vermelhas ainda tem um substancial potencial de crescimento. - Apesar dos fortes preços das carnes durante a projeção, as importações de carnes em países em desenvolvimento deverão aumentar, direcionadas por um crescimento na população e na renda e na alta elasticidade da renda da demanda. Da mesma maneira, os fortes preços resultarão em lucros de exportação sustentados, que encorajarão os grandes países exportadores de carne a investir nos mercados internacionais de carne, apesar da alta incidência prevalente de barreiras de importação relacionadas a questões sanitárias e de segurança alimentar.


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