Caderno de Moda 2012 #2 - Município Dia a Dia

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MODA CADERNO ESPECIAL

BRUSQUE

| QUINTA-FEIRA, 19 DE ABRIL DE 2012

N達o pode ser vendido separadamente.


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CADERNO ESPECIAL

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EDITORIAL

* DIY P Façam vocês mesmos, young people!!!

TENDÊNCIAS

Última moda

arece que estamos sempre correndo atrás de alguma coisa: da moda, do tempo perdido, do filme que não conseguimos ver no cinema, do trabalho da escola que está atrasado… enfim, os nossos dias parecem

A

segunda edição do Caderno de Moda de 2012 tem como tema o jovem. E como sempre, é surpreendente e especial fazer esse caderno. O jovem faz a gente sair do lugar comum, faz a gente sair do lugar seguro e experimentar. A juventude é o período da vida de qualquer pessoa que é mais turbulenta tanto do lado biológico porque muitas transformações acontecem quanto pelo lado social: inseguranças, vontade de se afirmar, de dizer ao mundo a que veio e de experimentar. E acho que esse momento é especial porque nos possibilita, tanto para quem vivencia quanto para quem observa, ver como a partir de momentos que são tão conflituosos podem surgir tantas boas ideias desprovidas de preconceitos e com mentes muito abertas para criar, criar, criar! O Caderno de Moda que está em suas mãos agora se envolveu com tudo isso na sua elaboração com a intenção de sair do lugar comum e a vontade de mostrar como esse universo é movimentado, na medida em que vemos que cada vez mais cedo os jovens, seja em função da tecnologia, da informação ou de se sentirem muito confortáveis nas dinâmicas dessas novas gerações, que estão mostrando que as coisas podem sim, ser feitas de outra forma. E mais: podem e devem ser feitas por nós mesmos para que cada coisa tenha a nossa cara! Esse editorial tem a função de apresentar as nossas matérias e apostas, mas está difícil saber por onde começar, porque estou feliz com o resultado e de ter envolvido tanta gente bacana numa edição. Mas vamos lá.

A saia que é mais curta na frente e longa na parte traseira. Ela recebeu esse nome pois lembra aqueles cortes de cabelo curtinhos na frente e comprido atrás, bem fortes nos anos 80. Uma peça que ganhou as ruas, mas é preciso muita personalidade e estilo para não resultar numa produção de gosto duvidoso!

Mullet

Nada melhor do que um blusão gostoso e quentinho para o inverno. O hit neste quesito são os blusões com inspiração étnica assim como a capa do nosso caderno que trouxe referências étnicas para a composição da capa.

Estampa étnica e maxitricô

* DIY: sigla em inglês para “Do it yourself” = “Faça você mesmo”.

A matéria “Moda e Identidade pra já” fala sobre moda e estilo numa conversa descontraída que rolou com quatro jovens brusquenses que, além de falarem do que gostam, como se informam sobre moda e o que planejam para o futuro, também produziram looks de acordo com o seu estilo e o que gostam. Nessa matéria tivemos mais uma participação jovem: a de Luiza Colzani que, seguindo os passos da mãe que é super cult e talentosa, clicou a matéria mostrando seus talentos para a fotografia e as artes visuais. No final, a matéria se transformou em capa.

Graziela Morelli *

comercial@municipiodiaadia.com.br

Projeto Gráfico

Jornal Município Dia a Dia

Editora-Chefe Letícia Schlindwein

Rua Felipe Schmidt, 31 - sl. 01 Centro - Brusque - SC Fone: (47) 3351-1980 www.municipiodiaadia.com.br

Entendeu? Slippers são esses sapatinhos com super cara de confortáveis e spikes são os pinos pontudos que decoram o calçado. Eles estão super em alta e misturam duas propostas de estilo em uma só: conforto e delicadeza com algo bruto.

Slippers com spikes

Luis Henrique Lunardelli 24 anos | Ilustrador de moda Trabalha na AMC Têxtil Estudou Design de Moda na UNIFEBE INSTAGRAM @ikeluna www.facebook.com/luishenri Luis prefere utilizar técnicas manuais, desenha com grafite e arte finalização digital. Para esta ilustração, desenhou diretamente no Photoshop. O conceito foi definido na intenção de aproximar um personagem totalmente sem vínculos com a moda a um fundo étnico, possivelmente utilizado como estampa para tecido. No entanto, numa linguagem de moda contemporânea passar a ideia de que tudo pode se tornar uma imagem de moda.

E, finalmente, em “Estrela que brilha”, uma entrevista muito especial com Adriana Zucco, a estilista que dirige o departamento de estilo feminino da Colcci, uma marca com DNA jovem e que nasceu em Brusque. Essa matéria completa nossa vontade de muitas coisas: de mostrar uma marca com uma atitude muito moderna e muito jovem, de apresentar uma estilista que batalhou e ajudou a construir uma marca tão legal em Brusque e ela, como pessoa, que é inspiradora para os jovens que estão por aí e para todos nós!

Comercial

A saia plissada está de volta em vários comprimentos, desde a longa até a mini. Fica ótima em tecidos transparentes e fininhos numa produção com meia calça e acessórios pesados.

Saia plissada

TALENTO | ILUSTRAÇÃO

Aqui ao lado deste editorial, apresentamos uma ilustração. Criada por Luís Henrique Lunardelli, a proposta foi de uma imagem que mostrasse um pouco do seu talento em desenho e ilustração e moda. Ele trabalha na Colcci, estudou Design de Moda na Unifebe e desenhou a convite a ilustração que compõe esse caderno. Trabalho maravilhoso!

Pesquisa e Textos

sempre correr atrás de algo. Nesse pequeno espaço procuramos reunir algumas top dicas valiosas de moda e estilo que estão bombando por aí. Para a última moda nada melhor que imagens de streestyle! Inspire-se e corra…

GRAZIELA MORELLI

Formada em Moda pela Udesc com especialização, mestre em Ciências da Linguagem e doutoranda no mesmo programa. Coordenou o curso de Design de Moda da Unifebe por 4 anos onde leciona atualmente e também é professora da Univali. Trabalha com comunicação e produção de moda colaborando com alguns veículos como a Revista Catarina e o Jornal Município Dia a Dia de Brusque e foi editora do site Santa Moda quando fez cobertura de várias edições do São Paulo Fashion Week e eventos regionais. Desde que iniciou sua carreira, as atenções estão voltadas para a pesquisa de moda e tendências e a comunicação e produção de moda.


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COMPORTAMENTO

MODA E IDENTIDADE PRA JÁ

Forma de expressão e comportamento que encanta e fideliza muitos públicos, principalmente os jovens

Moda e estilo são palavras que fazem parte do vocabulário dos jovens cada vez mais cedo e com muita propriedade. Vistas como forma de expressão, a roupa e a moda são assuntos definitivos entre muitos jovens que vislumbram possibilidade de carreira profissional na área ou apenas como um modo de comportamento relacionando ainda a todas as possibilidades multimídia que a tecnologia oferece. Amanda Rieg, Martina Viterite Bado, Larissa Bressan de Matos e Paula Caetano são jovens brusquenses que falaram sobre a sua relação com a moda, pessoal ou profissionalmente, suas inspirações, seus estilos e como pesquisam e adotam novas propostas.

Larissa Bressan de Matos 16 anos

OS CLIQUES As fotos foram feitas por Luiza Colzani. E é mais uma brusquense cheia de estilo Ela que acompanhou, registrou, editou e tratou as fotos dessa matéria mostrando um pouco do seu talento para essa área. A fotografia é uma paixão de Luiza que foi descoberta quando conheceu a fotografia analógica, através da Lomografia. Luiza passa o dia na internet descobrindo e fazendo contato com jovens fotógrafos do mundo todo, e é deles que busca novas referências para me inspirar. Tem fotografado produções de moda e editoriais, e é esse caminho que pretende seguir. TEXTO

Graziela Morelli FOTOS

Luiza Colzani AGRADECIMENTOS

Rock Beat

CADERNO DE MODA: Qual a relação de vocês com a moda? AMANDA: Minha relação com a moda é de afinidade e também porque sou maquiadora. Desde o início da minha atividade procurei por informação de moda para agregar valor ao trabalho que fazia, primeiro de maquiagem social e depois também para catálogos e fotografia de moda em geral. PAULA: A moda está no sangue. Minha mãe é apaixonada por moda, trabalha com moda e meus avós também, pois a empresa que minha mãe trabalha hoje foi criada por eles. Desde criança me interessava por moda e até pouco tempo ajudava minha mãe a montar looks para as lojas. LARISSA: A moda chama a minha atenção, tenho intenção de fazer faculdade de moda e gosto de usar a moda a meu favor, na composição dos meus looks. MARTINA: Também gosto de moda para me vestir, afinal é uma forma de se comunicar. Na minha família também tenho essa relação com a moda, porque minha avó tem loja há muitos anos.

Paula Caetano 16 anos

artina Viterite Bado aaMaa 15 anos

CM: Vocês acham que a roupa é usada como uma forma de expressão? AMANDA: Sim, ela expressa muito o meu humor e muda de acordo com o dia. PAULA: Adoro fazer combinações e as roupas expressam muito meu humor. Tem dias que sinto vontade de me produzir e outros dias priorizo o conforto, quero sair com uma roupa que não preciso pensar muito. Quando estou na frente do guarda-roupa, costumo fazer algumas provas antes de sair, mas geralmente acabo saindo com a primeira opção que me parece ser sempre a melhor. LARISSA: Sim, ela é uma forma de expressão e comunicação. Mas costumo ser mais prática na escolha das roupas todo dia. Gosto de pensar os looks que vou usar antes, pensar nas combinações e aí quando chego na frente do guarda-roupa e preciso me vestir para sair, consigo escolher rapidamente as peças. Quando tenho tempo livre fico na frente do guarda-roupa provando o que combina com o que, para ter opções na hora de sair. MARTINA: Não penso muito antes de vestir, mas acho que a roupa expressa, sim, nossas vontades e quem nós somos. CM: Como vocês se informam sobre moda? Paula: Eu gosto de olhar blogs e sites de moda, gosto de olhar revistas também. A revista Caras e blogs como o LookBook são ótimos. LARISSA: Me informo em blogs e sites de moda. Amanda: Pesquiso bastante na internet em blogs e sites. Também vejo revistas de moda, não só porque gosto mas também me obrigo a pesquisar constantemente para me inspirar para meu trabalho.

aaa Amaa nda Rieg 21 anos

CM: Vocês se identificam com algum estilo em particular? AMANDA: Mudo muito de acordo com o dia. Há dias que gosto de usar camiseta de banda e usar um estilo mais rock, em outros gosto de usar um look mais básico. Varia bastante e gosto de misturar informações de vários estilos num mesmo look.


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PAULA: Eu também gosto de misturar bastante os estilos e, dependendo da ocasião, sinto vontade de fazer uma superprodução ou sair bem básica. LARISSA: Se puder unir o útil ao agradável, melhor, ou seja, elegância e conforto num único look. CM: Tem alguma celebridade que vocês se identificam ou admiram quanto ao estilo? AMANDA: Gosto muito da Julia Petit que tem um blog de moda e beleza, mas também acho muito estiloso o tipo da Alice Dellal e da Georgia May Jagger que aparece na capa da edição de abril da Revista Elle. Geralmente acabo me identificando mais com celebridades fashion do que artistas propriamente ditos. CM: Vocês costumam montar looks com peças que não são novas garimpadas em brechó ou no guarda-roupa da mãe, da vó, da tia? PAULA: Com certeza, adoro ir a brechós e principalmente explorar peças do guarda-roupa da minha mãe. Adoro! Também compro tecidos para mandar fazer peças na costureira. AMANDA: Sim, gosto de roupas de brechó mas adoro também transformar peças. Se vejo algo numa revista ou site que não encontro em lojas, procuro uma costureira para fazer a peça ou então vejo se consigo transformar a partir de uma peça antiga que tenho no guarda-roupa. A ideia de customização me agrada muito.

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#ModaHavan @lojahavan

Loja Havan


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ENTREVISTA

Estrela que brilha Adriana Zucco, diretora criativa da Colcci, fala de sua trajetória na história da marca, de seu grande momento, dos desafios diários e do seu orgulho de fazer moda jovem Adriana Zucco é brusquense, cheia de estilo, muito bem resolvida e que conhece muito bem a Colcci, o lugar onde trabalha há uns bons anos. Sua relação com a marca vem de muito longe, desde a produção das

primeiras

camisetas

que ajudou a vender. Mulher de espírito e atitude jovem, ela está hoje à frente da direção criativa feminina da Colcci ao lado de Jeziel Moraes que é responsável pelo masculino e que apresenta coleções vestidas por Gisele Bundchen, Alessandra Ambrosio e Ashton Kutcher. Conheça um pouco sobre essa pessoa especial que brilha na moda catarinense. CADERNO DE MODA: Em dezembro de 2010, foi anunciado para a imprensa que você e Jeziel Moraes estavam assumindo a direção criativa da Colcci. Isso aconteceu só nesse momento ou na prática você já teria assumido a direção da marca? ADRIANA ZUCCO: Praticamente, foi nessa data. O convite aconteceu uns meses antes, mas o anúncio foi feito um pouco antes do desfile de inverno que ocorreu em janeiro de 2011. O convite veio depois de terem entrevistado muitos estilistas sempre perguntando o que cada um deles entendia sobre o DNA da Colcci. Nessa busca frustrada, eles se deram conta que ninguém conhecia mais as características e o estilo da marca que eu que estava lá dentro há tantos anos. CM: Como começou a sua história com a Colcci e a moda? AZ: Minha história na Colcci começou porque a minha mãe disse que eu tinha que trabalhar. Somos em três irmãs e eu precisava trabalhar para ter as minhas coisas. Minha irmã já trabalhava na Colcci e eu sempre gostei dessa coisa de roupa, de moda. Aliás, minha mãe foi uma grande influenciadora porque eu sempre observava como ela se vestia, admirava o jeito que ela se vestia, com aquelas calças de sarja com lycra. Minha mãe sempre foi magra, esbelta e vaidosa. Eu achava lindo o jeito que ela se vestia e queria ter roupas como as dela. Assim, eu entrei na Colcci como vendedora lá no início, quando a marca vendia camisetas. CM: Como é a parceria com Jeziel Moraes? AZ: A parceria é muito legal. O Jeziel é paulista mas se mudou para cá e mora em Balneário Camboriú. Nós nos damos muito bem. Ele tem muita bagagem profissional e temos um estilo muito parecido, é uma troca muito legal. O Jeziel é uma pessoa super experiente. Participou do Phytoervas Fashion com uma marca que levava seu

nome, trabalhou na Ellus e em outras empresas que trouxeram muita experiência e uma visão comercial muito forte como a que eu tenho também. Ele é responsável pela parte masculina e eu pela feminina. Apesar da minha experiência profissional ter sido só na Colcci e hoje há esse olhar de valorizar a experiência com passagens por várias empresas, mas considero que passei por tantas mudanças na Colcci que é como se tivesse passado por várias empresas, pois as experiências foram muito diferentes. Eu não me sinto como uma pessoa que trabalhou numa empresa só, porque a Colcci cresceu tanto e mudou tanto, e eu acompanhei essa mudança que parece que passei por muitas empresas. CM: A Colcci começou desenvolvendo moda básica assim como muitas empresas de confecção e depois, quando assumiu uma identidade de moda, voltou-se para um público mais jovem. Agora fala-se de um amadurecimento da marca. O que mudou ou o que está mudando nesse sentido? AZ: A Colcci é uma grande difusora de tendências, sempre foi e essa é uma veia super forte da marca. Essa imagem tão jovem que ela desenvolveu em determinado momento esteve relacionada a uma forte tendência daquela época também com produtos mais jovens no mercado de uma forma geral, uma época em que viajávamos constantemente para o Japão, que tinha uma moda um pouco mais funny, mais alegre, mais adolescente e isso aconteceu não apenas com a Colcci mas com muitas marcas que também são difusoras de tendências. Esse foi um momento muito forte na marca que acabou fazendo com que ela se identificasse com um público mais jovem. Mas eu acho que é mais um momento de tendência que acabou influenciando esse público. E o engraçado é que acaba acontecendo o inverso agora. Estamos num período em que a sofisticação, a elegância está bem forte. Até exemplos bobos podem ser citados. Há alguns anos quando começou o seriado Gossip Girl, a minha filha que tinha 18 anos na época dizia: “mãe, eu quero ter aquele blazer dela”, “eu quero usar aquela camisa de tecido com aquela manga dura, que lindo!”. O que é isso? Não é mais aquela moda que usava aquelas peças com rendinha, babadinho, toda colorida. Foge totalmente disso. Tanto que as marcas dos anos 80, 90 como Yves Saint Laurent e Lanvin se transformaram novamente em objeto de desejo. Esse produto mais sofisticado, a saia lápis, por exemplo, é para ser usado com uma T-shir de rock, com uma camisa xadrez colorida. Não é para ser usada com uma blusa bege. A marca nunca quis isso.

“Considero que passei por tantas mudanças na Colcci que é como se tivesse passado por várias empresas, pois as experiências foram muito diferentes.”

Esse momento mais sofisticado que veio a partir de uma influência do mercado acabou sendo associado como um amadurecimento da marca, o que também não vejo do lado negativo. Vejo como uma coisa boa, pois as pessoas perceberam as mudanças. E acho que é uma sinalização de um amadurecimento que a marca não está envelhecendo mas melhorando. Ela está mais segura de si. Mas em nenhum momento a ideia é focar num público mais velho. A marca tem esse estilo, essa pegada mais jovem. Ela tem o perfil de acompanhar as mudanças do mercado e do próprio público, do que seus consumidores vão querer. Nosso objetivo é prever o que eles vão querer, o que vai ser objeto de desejo. Essa é a cara da marca. CM: Como você define o público da Colcci hoje? Você tem alguém em mente quando cria? AZ: É dificil falar de alguém, mas é essa garota que segue tendência, sim, que é descolada, que é cool, que gosta de moda, que gosta de estar informada. Por mais que a gente faça uma simples camisa, ela sempre vai ter uma “bossinha” de informação, vai ter uma referência nova para surpreender. E acho que essa é a cara da marca, é aquela pessoa que é jovem, que tem uma atitude jovem. Essa pessoa de atitude jovem pode ser uma garota de 15 ou uma mulher de 40 que hoje é tão jovem quanto uma garota de 15. Nós acreditamos num estilo de comportamento, de atitude e não nos baseamos mais em faixa etária. CM: O que é bom e o que é complicado quando se cria para o público jovem? AZ: Eu procuro não olhar como complicado.

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Graziela Morelli FOTOS

Divulgação


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Gosto muito de criar para esse público. Aliás, quando a gente faz o que gosta, os problemas acabam sendo minimizados, porque nem tudo acontece às mil maravilhas. Gosto muito do fato de criar para uma marca como a Colcci que é difusora de tendências, que nos instiga a cada dia. Acho delicioso essa possibilidade de trabalhar ao mesmo tempo com esse público e ao mesmo tempo para uma marca que tem um DNA tão forte que dá uma cara autoral para o produto. Um dos grandes desafios é criar um produto para esse público que é tão exigente, tão dinâmico, tão informado com um ano de antecedência. Nossas coleções são desenvolvidas com um ano de antecedência. Esse produto precisa ter informação de moda, precisa ser atual, mas precisa ser também autoral. A visão para desenvolver esse produto tem que ser macro olhando lá para a frente. E isso é um desafio todo dia, pois o volume de trabalho é muito grande. São 4 coleções por ano, além de todos os projetos paralelos que você desenvolve para satisfazer o seu consumidor de forma muito mais intensa porque esse consumidor jovem é muito mais exigente, está constantemente na rede e é preciso se relacionar com ele. O Colcci Day com as blogueiras, o reality show da Temporada de Moda Capricho são todas situações que existem hoje que exigem a aproximação da marca com o consumidor. É preciso estar constantemente em contato.

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Por mais que a gente faça uma simples camisa, ela sempre vai ter uma “bossinha” de informação, vai ter uma referência nova para surpreender. E acho que essa é a cara da marca, é aquela pessoa que é jovem, que tem uma atitude jovem. CM: Como você se vê na história da Colcci? Você começou sua história profissional vendendo camiseta junto com a Lila, acompanhou-a durante esse crescimento da Colcci e está aí até hoje, parte de um conglomerado de várias marcas de moda, todas reconhecidas nacionalmente e até internacionalmente. O que significa isso para você? AZ: Significa só a minha vida. Todas as fases foram muito boas como está sendo agora também. Não é tudo às mil maravilhas, há problemas todos os dias. Mas a marca foi criada com muito carinho, com muita paixão. Ali nasceu uma estrela e o Alexandre Menegotti só fez essa estrela brilhar ainda mais. A minha paixão também está ali. Tem muita gente que trabalha na Colcci que está lá desde que a empresa começou e essas pessoas também têm essa paixão como a que eu tenho pela marca. Esse é todo o diferencial, é um comprometimento que faz toda a diferença. Quando a Lila saiu foi um momento difícil porque foi um momento de insegurança, de mudança. Nós sempre trabalhamos muito próximas e pensávamos de forma muito parecida. Era assim: ela começava e eu terminava. Ela ia viajar e eu segurava as pontas. Isso é muito legal, é único e raro, tanta afinidade. É uma pena que as coisas mudaram, mas ao mesmo tempo surgiu a oportunidade para mim e não posso considerar isso ruim. Não faz sentido. A história com a Colcci do início até agora é muito forte porque me construí como profissional ali. CM: Como acontece o desenvolvimento de produto na marca? AZ: Basicamente, o desenvolvimento de produto na marca não se diferencia dos métodos utilizados em outras empresas, sejam elas pequenas ou grandes. O que é diferente é o volume e o fato de desenvolvermos a coleção um ano antes de ser lançada, em função do cronograma da empresa. Assim, procuramos investir em elementos que vão dar a cara da marca independente do que esteja acontecendo. A cartela de cores, por exemplo, sempre vai ser mais colorida porque é uma marca jovem e é uma característica da Colcci. A marca já teve momento de cartelas de cores como a de verão de muitos tons camelo mas sempre tem um tom forte, seja um laranja ou azul. No início de cada coleção escolhemos as cores que a gente acredita, e que a gente

tem vontade de usar. As cores fortes são uma característica da marca. CM: Estar à frente de uma marca reconhecida significa o que para você hoje? Passava pela sua cabeça quando começou que poderia chegar onde chegou? AZ: Não pude dizer que não passava pela minha cabeça mas nunca foi uma meta. Várias pessoas me questionaram quando a Lila saiu se eu não iria me oferecer para assumir a direção da marca e eu disse que não. Hoje acho que realmente eu não estava pronta naquele momento e isso ter acontecido agora foi a coisa mais certa. CM: Você foi fazer faculdade de moda depois de muitos anos no mercado. A faculdade contribuiu em alguma coisa? AZ: Eu acho que formação e conhecimento nunca é demais, aliás, nunca é suficiente. Para mim a faculdade foi muito boa, sim. Ela complementou muito do meu conhecimento prático, de mercado. Quando eu fiz o curso ele tinha recém-iniciado em Brusque, mas mesmo sendo pequeno e recente, foi muito bom. Eu acho que ter o curso superior de moda em Brusque é muito importante para a região. CM: Há alguns anos a Colcci investe em celebridades para suas campanhas como Gisele Bundchen, Ashton Kutcher e Alessandra Ambrosio. Como é trabalhar com essas pessoas? AZ: A escolha dessas celebridades para fazer parte da marca sempre se deram pelo perfil e atitude jovem dessas pessoas. Tanto a Gisele quanto a Alessandra são pessoas que adoram jeans, que usam Colcci no seu dia-a-dia. Elas se identificam com os produtos e se aproximam do perfil da marca. Como ter celebridades desse calibre não é uma coisa comum no Brasil, algumas pessoas costumam criticar e o fato de serem pessoas tão famosas dá um certo trabalho pois tanto a imprensa quanto as pessoas querem se aproximar, mas todos eles são ótimos. O Ashton é super brincalhão, tem uma atitude super jovem - brinca, dança, toca piano. A Alessandra e a Gisele também são super acessíveis. CM: Santa Catarina sempre foi reconhecida por ser um estado de tradição têxtil mas não de criação, tanto que temos pouquíssimas marcas no primeiro time da moda. Como é fazer parte disso e estar ao lado de muitas outras marcas famosas e reconhecidas no cenário nacional em eventos como o SPFW, por exemplo? AZ: Acho que é um orgulho estar à frente de uma marca do sul do Brasil. É excelente para nosso estado essa visibilidade que temos lá fora, mesmo sendo de poucas marcas, mas acho que acabamos colhendo as vantagens de ter a facilidade da produção têxtil aqui se compararmos com outros estados que possuem esse problema. Acho maravilhoso poder representar e fazer parte.


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