Suplemento Especial Comemorativo aos 55 anos do Jornal Município Dia a Dia - Edição 11 - Dezembro/2009
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Festas Comemorações que fazem parte do nosso dia a dia
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Apresentação Desfiles Concursos de Misses Bailes de Debutantes Festa dos Atiradores Carnaval Desfiles de Carnaval Feira Industrial Festas religiosas Festa Evangélica Ontem - Festa de Azambuja hoje - Festa de Azambuja Baile dos Trabalhadores Bares Shows Perfil - Marlene Petruschky Perfil - Marli Schlindwein Hoje - Fenarinha Hoje - Felicitá Hoje - Strassenfest Hoje - Fenajeep Hoje - Rodeio Crioulo ontem - Fenarreco Hoje - Fenarreco Hoje - Good Times hoje - BRANCO & PRETO Hoje - Baile do Hawai Hoje - Forever Young
PROJETO IDENTIDADE
Jornal Município Dia a Dia Rua Felipe Schmidt, 31 - sl. 01 Centro - Brusque - SC Fone: (47) 3351-1980 www.municipiodiaadia.com.br municipiodiaadia@municipiodiaadia.com.br comercial@municipiodiaadia.com.br
Diretor: Cláudio José Schlindwein Editora-Chefe: Letícia Schlindwein Edição e redação: Guédria Baron Motta
(Palavra e Cia - Agência de Comunicação)
Fotografia: Maicon Schlindwein e Fotos Divulgação/Arquivo (exceto quando indicado)
Projeto Gráfico e Diagramação: Paulo Morelli | Chess Design Gráfico Impressão: Jornal de Santa Catarina
ERRAMOS: O projeto Identidade é um encarte mensal, temático e de fotojornalismo que, em 2009, comemorou os 55 anos de fundação do Jornal Município Dia-a-Dia. Foram impressas 11 edições com a proposta de apresentar retratos de Brusque, o que exigiu um intenso trabalho de pesquisa. Mesmo assim, algumas informações publicadas estavam incorretas, conforme observações de nossos leitores. São elas: No segundo caderno, edição “Fauna e Flora”, página 11, o Ficus apresenta flores, mas elas são minúsculas e se localizam dentro da estrutura chamada sicônio. Essas flores são polinizadas por insetos e se desenvolvem vários frutos, que são muito apreciados pela avifauna. No mesmo caderno, o animal apresentado na página 16 é o Gavião Carijó, espécie comum até mesmo em ambientes antropizados e, na página 17, temos o Jacu e não uma Jacutinga, animal extinto em Brusque ainda na primeira metade do século passado.
Colaboradores e Agradecimentos:
A décima primeira edição do projeto Identidade contou com o apoio e informações de muitas pessoas. Para elas, que guardam conhecimentos tão importantes sobre Brusque, nossa gratidão e respeito: Bia Renaux, Nayr Gracher, Marlene Petruschky, Rolf Kaestner, Juca Loos, Marli Schlindwein, Ewaldo Ristow Filho, Padre Adão Carlos Marcelino, Altair Stofela, Roberto Wilke, família Dallago, membros da Fenajeep e Rodeio Crioulo, Saulo Adami, Antônio Cervi, Almir Feller e Beto Maffezzolli. Nosso agradecimento especial à historiadora da Casa de Brusque, Luciana Paza Tomasi, que desde as primeiras edições contribui para a realização desse trabalho.
APRESENTAÇÃO
Muito antes da Fenarreco de Brusque ou da Oktoberfest de Blumenau, havia em Brusque a “Festa do Chope” ou “Festa da Cerveja”, realizada nas décadas de 60 e 70, em muitos clubes do município. O evento, mais tarde, foi adaptado no Rio de Janeiro e, por oito vezes, a Banda Araújo Brusque foi convidada para animar o evento em território carioca.
Berço da fiação catarinense, hoje pólo da indústria metal-mecânica. Títulos e números apenas confirmam que Brusque é, de fato, terra de gente trabalhadora. Aliás, a concepção do trabalho no município vai além dos benefícios trazidos pelo salário, mês a mês. Aqui, trabalho é valor, é atribuição que dignifica, eleva, engrandece. É, justamente, com o fruto do trabalho, que o brusquense festeja e comemora. Durante a colonização e nos primeiros anos de formação da cidade, as festas eram a única opção de sociabilidade entre o povo. Então, se comemorava por tudo: desde as festas de santos e padroeiros até eventos cívicos. Sempre precedendo as confraternizações, haviam os desfiles pelas ruas centrais da cidade, além dos concursos de misses, um dos eventos mais glamorosos do ano. Hoje, com tantos destinos e recursos, as pessoas continuam se encontrando no município e o calendário de eventos ainda é vasto, conforme você confere a seguir. Crédito: Arquivo Casa de Brusque
DESFILES
As primeiras festas organizadas no fim do século IX e início do século XX, em Brusque, eram antecedidas por desfiles nas principais ruas da cidade. Cívicos ou festivos, o evento integra a cultura da cidade. Um dos mais tradicionais era o da manhã de 7 de Setembro, dia da Independência do Brasil. Cheio de pompas, não eram apenas as fanfarras que ensaiavam para o evento. Há, pelo menos, duas décadas, as escolas ainda saíam às ruas com seus alunos, dias antes do desfile para treinar o compasso na melodia única: esquerdo, direito, esquerdo, direito... Já a tradição do desfile no aniversário de Brusque (4 de agosto), se consolidou em 1960, no Centenário da cidade. Dez anos depois, foi a vez de a prefeitura implantar no calendário municipal a “Semana de Brusque”, com diversas atrações: Baile de Debutantes, apresentações culturais, inauguração de obras ou galerias de arte, atividades esportivas, entre outras. Hoje, além de 7 de Setembro ou 4 de Agosto, é realizado o desfile de abertura da Festa Nacional do Marreco e, pela primeira vez em 2009, o Desfile de Natal. 3
Concursos de Misses
O concurso que elege a mulher mais bela de Brusque se fortaleceu após 1969, quando a catarinense Vera Fischer foi coroada Miss Brasil. Na ocasião, a escolha era um acontecimento aguardado e lotava o Pavilhão da antiga Proeb, hoje Vila Germânica, em Blumenau. “Em Brusque havia as ‘espiãs da beleza’, um grupo seleto de mulheres envolvidas na sociedade, que indicavam a candidata ao título”, explica o membro da Secretaria de Turismo, Rolf Kaestner, 55 anos. Segundo ele, a Miss era uma figura respeitada no município e estava presente em eventos públicos como inaugurações ou bailes da alta sociedade. Para as empresas do município, era motivo de orgulho cobrir a mulher mais bela com suas roupas, perfumes e jóias. A primeira – e ainda única - Miss Brusque eleita Miss Santa Catarina foi Édina Siemsen, em 1976, quando tinha 19 anos. A jovem era estudante de Engenharia, tinha 1,72m de altura e se destacou pelos olhos verdes. Em Brusque, Édina visitava as empresas e frequentava eventos sociais. “Quando venci o concurso estadual, conheci muitas cidades de Santa Catarina, pois abria eventos, sobretudo bailes de debutantes. Era uma celebridade”, brinca Édina, que desde 1977 vive em Florianópolis, e hoje tem quatro filhas e uma neta. Crédito: Arquivo Pessoal Édina Siemsen 4
Édina Siemsen coroada Miss Santa Catarina em 1976.
Bailes de Debutantes
Baile das Debutantes na Sociedade Esportiva Bandeirante, na década de 70
Os primeiros bailes de debutantes em Brusque foram realizados pelo Clube Atlético Carlos Renaux. Mas, por volta da década de 60, a prefeitura assumiu o evento que apresentava as jovens moças à sociedade, promovendo a festa anual na sede do Paysandú ou Beneficiente. Durante alguns anos, os dois bailes foram simultâneos, também adequados ao calendário de outras entidades da região. O objetivo era permitir que a debutante aproveitasse melhor seu vestido, bailando em Brusque ou nas cidades vizinhas. Na década de 70 foi a vez da Sociedade Esportiva Bandeirante assumir a festa no município e realizar o baile de gala. Todos os anos uma nova patronesse era escolhida a dedo pela organização do evento e esta se comprometia em passar uma semana com as meninas, promovendo viagens e encontros. Há dois anos o Bandeirante não realiza o Baile de Debutante pela falta de candidatas. A expectativa é que a festa seja retomada em 2010, ano do sesquicentenário de Brusque. Crédito: Arquivo Sociedade Esportiva Bandeirante
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Festa dos Atiradores
Festa dos Atiradores – Schützenfest – Páscoa de 1932
Representando as glórias guerreiras da comunidade germânica, a festa do Tiro ao Alvo acompanhou os colonos no início do trabalho em solo brasileiro. Em 14 de julho de 1866 foi fundada a “Schützenverein” e, logo depois, iniciaram as atividades de tiro, sagrando-se como primeiro “Rei do Tiro” Theodoro Deeke. Tradicionalmente a festa começava no Domingo de Páscoa e se prolongava até terça-feira. Porém, era na segunda-feira o ponto alto do encontro, com alvorada às 5h, seguida por desfile festivo nas ruas centrais da cidade. Ao meio-dia era proclamado o “Rei do Tiro”, que recebia medalha e faixa. Em seguida, o recém-empossado era responsável pelo pagamento das bebidas de um verdadeiro banquete organizado. Naquela noite, o rei abria o baile com a música, invariavelmente, “Polonaise”. Ele também deveria acompanhar o “almoço de gatos”, também chamado de “almoço da ressaca”, na terça-feira. E, para finalizar, às 14h o evento encerrava com baile: as apreciadas domingueiras. Crédito: Arquivo Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque
Carnaval
Bloco de Carnaval do Carlos Renaux, em 1954
A rivalidade entre os Clubes Paysandú e Carlos Renaux transcendia as partidas de futebol, se refletindo também nas festas carnavalescas que organizavam em suas sedes, entre as décadas de 70 e 80. Havia escolha e premiação do Rei Momo, da Rainha do Carnaval, concurso de melhor fantasia e apresentação do bloco. E para não fazer feio durante a entrada do bloco no salão, reuniões entre familiares e amigos antecediam o evento. Era a oportunidade de escolher a música, aprender a marchinha e confeccionar a fantasia. A banda Urca Jazz era uma das mais solicitadas nas festas sociais e bailes de Carnaval, mais tarde também animados pela Escola de Samba “Manera a Voga”, iniciativa de João Celso Schöning. Confete, serpentina e papéis coloridos eram a decoração desses bailes. Crédito: Arquivo Marlene Petruschky 6
Desfiles de Carnaval
Carro alegórico durante o desfile do Carnaval, em 1954
Famílias associadas aos dois tradicionais clubes da cidade mantinham o hábito de apreciar o desfile carnavalesco na “terça-feira gorda”. Nas primeiras edições o evento era simples, com carros de decoração improvisada minutos antes, com palmeiras, bambus e serpentinas. Apesar de montados em locais diferentes, os blocos do Paysandú e Carlos Renaux se encontravam no centro de Brusque e provocavam admiração de todos. Mas, o encantamento do brusquense com o Carnaval e a organização de bailes e desfiles foi enfraquecendo com a mudança de hábito em relação à festa. A melhoria nas estradas e a proximidade do litoral fez a população aproveitar o feriado de outra maneira. Em busca de reviver os bons e velhos tempos, o Clube Paysandú retomou o Baile de Carnaval e hoje ainda mantém acesa – mesmo que discretamente – a chama da festa mais popular do Brasil. Crédito: Arquivo Marlene Petruschky
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Feira Industrial
Foto da década de 60 durante a Feira de Amostras de Brusque
Na década de 60, a Feira de Amostras de Santa Catarina (Famosc) era considerada um grande evento no Estado, sempre realizada em Blumenau ou Joinville. Brusque, com todo seu parque industrial, decidiu organizar uma proposta semelhante, mas que não obteve sucesso na ocasião, sobretudo pela dificuldade de acesso à cidade. O pavilhão, erguido no centro do município, logo foi tomado pelo mato e, mais tarde, passou a ser palco de competições esportivas. Em 1981 foi fundada no local a Feira de Coisas de Brusque (Fecovi), que no ano seguinte passou a ser conhecida por Feira Industrial de Brusque (Fideb – daí o nome tradicional da praça que hoje ainda abriga a estrutura do que seria a Rua 24 Horas). Com 26 estandes, a iniciativa oferecia confecção, calçados e gêneros alimentícios. Durante os meses de janeiro e fevereiro, filas se formavam do lado de fora, em busca do melhor produto e preço. Os pedidos, no entanto, se estendiam por todo o ano e, em função disso, nasceu o comércio da Rua Azambuja, depois transferido para os Centros Comerciais da Rodovia Antônio Heil. Crédito: Casa de Brusque
Festas religiosas
Festa de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas, no bairro Dom Joaquim, em 1996
Música ao vivo, completo serviço de bar e cozinha, ambiente ideal para o encontro de familiares e amigos. Oportunidades assim são frequentes em Brusque e ocorrem, praticamente, todos os meses do ano, através das festas religiosas nos bairros. São Luís Gonzaga, Santa Teresinha, Santa Rita, São Judas Tadeu, Santa Luzia e Santo Antônio são apenas alguns exemplos de padroeiros que recebem festas por ocasião do seu dia de homenagem. Uma das mais tradicionais confraternizações religiosas de Brusque é a de São Cristóvão, organizada na Paróquia Santa Catarina, bairro Dom Joaquim. Iniciativa de Luiz “Lula” Tabarelli, João Toscan e Ernesto Merizio, o evento iniciou em meados de 1945, com o objetivo de oferecer diversão aos motoristas e, sobretudo, aos caminhoneiros. A primeira festa aconteceu no galpão da serraria de João Knihs e durou uma semana. Hoje os festejos são mais contidos: apenas na sexta-feira à noite, sábado e domingo, quando acontece a tradicional carreata com a imagem de São Cristóvão pelas ruas de Brusque até a Paróquia, onde é celebrada a missa. Em 2009 o evento reuniu 20 mil pessoas. Crédito: Arquivo Paróquia Santa Catarina 8
Festas Evangélicas
A Comunidade Evangélica Luterana de Brusque – Paróquia Bom Pastor – foi fundada em 1863 e, desde então, realiza sua tradicional festa, sempre no terceiro domingo de maio. O evento cresceu, sobretudo na década de 50, quando prendas eram recolhidas pela cidade, em carroças. Para angariar verbas que sustentariam as atividades sociais realizadas pela entidade, os fiéis doavam de tudo: desde utensílios para a roda-da-fortuna e outros passatempos, até galinhas, porcos, patos e marrecos vivos, preparados e servidos na festa. “Era menino e trabalhava durante aquela semana, auxiliando nos preparativos. Lembro da roda da sorte e do tiro ao alvo, com espingarda de pressão. Era um tempo romântico”, diz o administrador e presidente da Comunidade Evangélica União Paroquial, Roberto Wilke. Há cerca de três anos, a Festa Evangélica se restringiu a um jantar com a comunidade, mas deve ser retomada em 2010. O espaço durante alguns anos também acolheu a “Festa do Porco no Rolete”, uma iniciativa do Hospital Evangélico e Maternidade Cônsul Carlos Renaux. Crédito: Arquivo Comunidade Evangélica Luterana de Brusque – Paróquia Bom Pastor
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ontem - Festa de Azambuja
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Em 1909, o padre Geraldo Ohlenmüller escreveu uma crônica aos seus confrades da Alemanha, relatando como eram as primeiras edições da Festa de Azambuja. “Já três dias antes da festa chegavam os peregrinos em pequenos grupos. Vinham a pé. Seu aspecto exterior denotava que eram autênticos caboclos... Depois vinham os grupos montados em cavalos e mulas... O brasileiro organiza sua peregrinação mais ou menos da seguinte maneira: ele vem até a capela e reza por alguns momentos, então se dirige em passos solenes à imagem de Nossa Senhora e deixa aí um donativo, seja em dinheiro ou em gêneros, ou na forma de uma vela. Então contempla posteriormente o interior da capela, do hospital e dos arredores. Encontrando um padre ou uma irmã, solicita um rosário, um santinho, ou logo meia dúzia, para toda a sua família; compra uma dúzia de foguetes, solta-os e então volta contente para casa”.
Realizada sempre no terceiro fim de semana de agosto, a tradicional festa de Nossa Senhora do Caravaggio reúne cerca de 50 mil peregrinos em suas edições. Além de missas de hora em hora, há procissões e constantes visitas na gruta, onde os peregrinos costumam beber e se benzer com o líquido que consideram bento. Há ainda, o show pirotécnico na noite de sábado, após a missa das 19 horas, bem como música ao vivo e completo serviço de bar e cozinha. O comércio alternativo é outro atrativo da festa, que beneficia ambulantes de Brusque e região e permite à comunidade levar para casa lembranças de baixo custo.
hoje - Festa de Azambuja
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Baile dos Trabalhadores
Baile do Trabalhador, realizado pelo Sintrafite desde 1999
Primeiro de Maio é o Dia Mundial do Trabalhador, data reservada no calendário a todos aqueles que arregaçam as mangas e vão à luta, em busca de dias melhores. A homenagem, comemorada desde 1889, faz alusão à greve geral, ocorrida nos Estados Unidos, em 1º de Maio de 1886, quando milhares de trabalhadores reivindicavam a redução da jornada de trabalho de 13 para oito horas. Em Brusque, o feriado nacional sempre foi marcado por festas nas empresas, sobretudo nas décadas de 70 e 80. Antes disso, em 1933, durante a comemoração de 1º de Maio, na antiga Sociedade Pomerana (hoje Beneficiente), foi discutida pela primeira vez a necessidade de organizar o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação, Malharia, Tinturaria, Tecelagem e Assemelhados (Sintrafite), de Brusque. No fim da década de 90, quando festas de empresas já não aconteciam com tanta frequência no Dia do Trabalhador, foi a vez do Sintrafite comemorar a data com seus associados que, em 2009, chegou a 11ª edição, com a distribuição de oito mil ingressos.
Bares
Carlinhos Bar, durante a eleição de Ivete Appel da Silveira, a primeira dama do Estado, como “Brotinho do Mês”, em 1960
Em 1957, foi inaugurado em Brusque o “Carlinhos Bar”, considerado a primeira boate de Santa Catarina e do Paraná. O empreendimento da família Gracher oferecia diversificada gastronomia, feita por cozinheiros de Florianópolis, além da bebida preferida da época: Cuba Libre. No local era escolhida a “Brotinho do Mês”, em festas embaladas por Raynério Krieger, no piano. Nas décadas seguintes, outros bares reuniam a mocidade de Brusque. Pode ser destacado o Amarelo Vinte, Schutz, Alice’s Rock Stage, Porão Bar, Maxwell’s, La Boom, a Boate B224 (do Bandeirante), Kaifá, entre outros. Hoje os bares da cidade continuam sendo referência para o encontro de familiares e amigos. Além disso, algumas casas noturnas resistem à preferência dos moradores por diversão em municípios vizinhos e continuam com as portas abertas. São exemplos disso o Celebration, Beira Rio, Grauo Casa de Eventos e outros clubes da região. 12
Durante muitos anos, Brusque se tornou palco de atrações nacionais e internacionais. Passaram por aqui grandes nomes de nossa música, como Maria Bethânia, Legião Urbana, Chitãozinho e Xororó, Daniel, Sandy e Junior, Família Lima, J Quest, Skank, Titãs, Capital Inicial, Ivete Sangalo, Kid Abelha, Fábio Junior, entre outros. A parceria entre o poder público e privado também já incentivou shows no município, como em 1995, quando pisou no Pavilhão da Fenarreco o rei Roberto Carlos. “Foi uma festa incrível, memorável. Só lamento não atingirmos a quantidade de público esperado. Acho que alguns não acreditaram que ele vinha”, lembra o atual diretor de Patrimônio do Bandeirante, José Carlos Loos.
SHOWS
Show do Rei Roberto Carlos em Brusque, 1995
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Perfil - Marlene Petruschky
Marlene Petruschky, Rainha do Carnaval do Clube Atlético Carlos Renaux, em 1954
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Enquanto folhea o álbum de fotografias, os olhos tão escuros de Marlene Petruschky, 73 anos, brilham forte. Parece que aquela menina de cabelos curtos, bem comportada e alegre, salta do papel amarelado para reviver belas histórias, esquecidas entre décadas. O tempo passou, mas o sorriso de Marlene ainda é o mesmo. Com essa mesma simpatia ela conquistou, em 1954, o título de Rainha do Carnaval do Clube Atlético Carlos Renaux. “Fiquei feliz, desfilei pelo centro da cidade em carro alegórico e foi lindo. O lado ruim é que o meu então namorado, Egon Petruschky (in memoriam), permaneceu distante. Logo depois do Carnaval, em março, ficamos noivos e naquele mesmo ano casamos”, recorda. Com família formada, Egon e Marlene continuaram prestigiando a festa mais popular do Brasil, em bailes organizados em Brusque e região. Anos depois, foi a vez de improvisar o Carnaval na garagem de casa, em festa exclusiva para os netos. “Queria permitir que eles vivenciassem um pouco do que nós vivenciamos”, justifica. Além de integrar os eventos, era Marlene quem costurava fantasias para o Carnaval, trajes de festas e vestidos de casamento. “Costumava dizer que a última criação era sempre a mais bonita”, observa a rainha, que costurou seu último – e, portanto, mais belo – vestido de noiva, em 2008. Crédito: Arquivo Marlene Petruschky
Perfil - Marli Schlindwein
Marli Schlindwein onde sempre gostou de estar: entre as debutantes de Brusque
Mulher cheia de vida e luz. Assim pode ser descrita Marli Schlindwein, 65 anos, que abria as portas de sua casa aos fanfarrões do Carnaval do Clube Esportivo Paysandú. “O que não se faz para manter os filhos próximos da gente? Desde a sexta-feira aguentava aquela gurizada divertida lá em casa”, recorda ela. Na verdade, unir família e festa é sinônimo de unir o “útil ao agradável”, no caso de Marli, que sempre gostou de confraternizações e eventos sociais. Era ela quem organizava os bailes de debutantes municipais que, mais tarde, se tornaram atribuição da Sociedade Esportiva Bandeirante. No clube vermelho e branco, Marli colaborava desde 1986, se tornando Diretora Social em 1990. “Sempre gostei de organizar festas e minha casa era ponto de encontro dos jovens”, complementa ela, que hoje se divide entre Brusque e São Paulo, onde estão a filha e duas netas. Na “terra da garoa”, Marli integra o conselho deliberativo do condomínio, através da comissão de festas e eventos. Tudo com bom humor e simpatia que lhe são características.
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Hoje - Fenarinha
É impossível falar da Festa da Farinha, e não lembrar de Vó Rosa. É em torno da matriarca da família Dallago e Benvenutti que ocorre uma das mais tradicionais festas da região. Mais conhecida como Festa da Farinha, o evento, que chegou a 15ª edição em 2009, começou timidamente, mas aos poucos foi crescendo e chamando a atenção da população. Um dos intuitos da festa era manter viva a tradição do engenho de farinha, que na década de 1960 garantia o trabalho e o sustento de muitas famílias na região de Limeira. Assim, o engenho do Sítio Vó Rosa, que na verdade possui 130 anos de existência, volta a funcionar sempre no mês de abril, proporcionando ao público um dos melhores pratos da época: o pirão com linguiça. Um dos fatos curiosos é que na organização do evento estão sempre os familiares de Vó Rosa – e também é possível encontrá-la saboreando a festa – e o público pode visitar o engenho e ver a produção da farinha na hora.
Hoje - Felicitá
Também conhecida como “Festa das Festas”, a Felicitá foi lançada em abril de 2009, no Pavilhão da Fenarreco, como iniciativa da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Turismo. O objetivo é integrar as diferentes etnias que compõem nossa gente e suas múltiplas expressões culturais. Até a programação do evento envolve diferentes atrações, com o intuito de contemplar – e agradar – todos os gostos. Música, dança, folclore, teatro, artesanato e gastronomia foram oferecidos em quatro dias de festa. Três palcos com shows simultâneos apresentavam diferentes convidados, entre eles o acordeonista brusquense Bruno Moritz e a dupla irreverente Rudi e Willy. 16
Quando se faz aniversário, nada melhor do que reunir amigos e confraternizar. Foi com esse espírito que em 2004, o Jornal Município Dia a Dia lançou a Strassenfest, um evento que não para de crescer. Esse ano, em sua sexta edição, a festa brindou os 55 anos de fundação do Jornal, história de sucesso aplaudida pelos 90 grupos de amigos participantes da festa. A iniciativa é uma forma de agradecer a você, leitor, pela confiança. Por nos permitir entrar em sua casa todos os dias, narrando histórias alegres ou tristes de nossa gente. É só por isso que hoje a Strassenfest se transformou em um evento com a cara de Brusque: cheio de sorrisos, boa música, impecável gastronomia e aquela aura amistosa, que faz com que nos sintamos uma grande família. É ao seu lado, leitor, que desejamos estar, em todas as festas de aniversário.
Hoje - Strassenfest
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Hoje - Fenajeep
A Fenajeep, fundada por Ademar Hasmann, Ivo Sérgio Wanka, Newton Patrício Crespi, Vilmar Walendovsky é considerada a maior festa jipeira da América Latina e reúne todos os anos, cerca de 30 mil pessoas. O objetivo é congregar apaixonados por jipe, divulgar novos equipamentos off-road e incentivar o turismo, visto que a iniciativa movimenta milhões todos os anos, durante a Festa Nacional. São oferecidas as modalidades de Raid (competição em trilha), Jeep Indoor, Expedition (passeio ecológico) e Trilha 4 x 4 (passeio radical). A Fenajeep é organizada pelo Brusque Jeep Clube, entidade fundada em 4 de agosto de 1991, por Vilmar Walendovsky, Humberto Rezini, Udo Cerpa, Alberto Granville, Silvio Vargas, Altair Lauritzen e José de Oliveira. 18
Hoje - Rodeio Crioulo
Música e competição são as duas palavras que dão o tom para o Rodeio Crioulo de Brusque. Realizado em frente ao Pavilhão da Fenarreco, durante uma semana inteira, o evento é organizado pelo CTG Laço do Bom Vaqueiro, geralmente no mês de agosto. O ano de 2009 foi especial para o evento, que comemorou 25 anos, trazendo um pouco da tradição gaúcha e do espírito de rodeio para Brusque e região. E não é à toa que atrai público e competidores de Brusque, região e até mesmo de outros estados. Durante todos os dias, há competições como gineteadas, laço, touradas e competição de vaca parada, para adultos e também crianças, que garantem premiações ao final do evento. Além disso, o evento é voltado para toda a família e conta também com música típica, como bandas de música gaúcha e duplas sertanejas. Crédito: Bolivar Trindade
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ontem - Fenarreco
Diferente da Oktoberfest de Blumenau, a Festa Nacional do Marreco (Fenarreco) nasceu em 1986, com a proposta gastronômica de servir marreco recheado com repolho roxo aos turistas que visitavam a região. Sem ideia de quantos pratos seriam consumidos, a organização do evento tratou de encomendar 10 mil aves, mesmo sob advertências do cozinheiro do Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque, Oscar Campi. Já na sexta-feira de abertura da festa, duas surpresas: a venda significativa e inesperada do marreco e o anseio da população pelas músicas típicas madrugada adentro. Os serviços da banda, no entanto, foram contratados até as 23h30, conforme ocorria nas festas de igreja e foi preciso empenho da equipe de organização para estender o contrato por mais duas horas. Na manhã seguinte, os marrecos assados foram vendidos e iniciou a tensão para o almoço de domingo, já que o forno do Clube poderia assar apenas 30 aves durante três horas. “Saímos pelos bares e padarias pedindo pelo amor de Deus aos proprietários, para que abrissem seus estabelecimentos e nos ajudassem na preparação do marreco durante a madrugada de sábado para domingo”, lembra o membro da Secretaria de Turismo, Rolf Kaestner, 55 anos. No dia seguinte, o comunicado de marrecos assados se dava através do rádio da Polícia Militar, em ronda pelos bairros. Alguns camburões serviram, inclusive, para o transporte da ave e quando a comunidade percebeu que a comida chegava em viaturas, passou a aplaudir os militares. Graças ao empenho de todos, o evento deu certo e se consolidou. Em 1990 a festa foi transferida para o Pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof, onde permanece até hoje.
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Desde o seu início, a Fenarreco tinha a intenção de estar ligada às tradições germânicas. Por isso, sua gastronomia, as bandas escolhidas para animar os dias e as noites de festa e os próprios desfiles estavam marcados por essa característica alemã. Apesar disso, no fim da década de 90, a festa começou a receber também atrações nacionais, como shows de bandas de rock, pop e sertanejo, que não combinavam com as intenções iniciais dos festejos. Em 2009 (foto), houve uma tentativa de trazer novamente os valores germânicos para o evento e, dessa forma, atrair não apenas o turista, mas também a família brusquense de volta. Este ano, por exemplo, quando a festa atingiu 24 anos de atividades ininterruptas, foram trazidos novamente os grupos de música alemã para animar as noites, retomado os tradicionais desfiles, além de ter sido realizado o Concurso Nacional de Danças Folclóricas, atividades que valorizam a cultura local.
Hoje - Fenarreco
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Hoje - Good Times
Voltar a fazer aquilo que era comum em suas vidas nos anos 1970 e 1980. Foi com essa intenção que Almir Feller (Zinho) e Loka Teixeira criaram a Good Times, uma festa para lembrar as décadas mais dançantes dos últimos tempos. A ideia surgiu em meio a virada do século 21, sempre buscando tocar boa música e alegrar as pessoas. A primeira edição ocorreu na AABB e, em 2003, os trabalhos começaram a ampliar e contar com a participação de mais duas pessoas na organização: Henrique Novaes e Luis Teixeira. Com o sucesso de público, o evento teve a necessidade de um lugar mais amplo e, então, passou a ter edições no Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque. Na sede do clube, cerca de 1200 pessoas prestigiaram a festa. Em 2008, a necessidade de um novo local fez com que o evento fosse realizado na Grauº Casa de Eventos. Na foto em anexo, Zinho e Loka em ação na Good Times.
hoje - Branco & Preto
Depois de sete anos à frente da Love Party, festa que comemorava o Dia dos Namorados em Brusque, a colunista e editora do Jornal Município Dia a Dia, Letícia Schlindwein, junto do colunista Rodrigo Vechi, lançaram em 2009, a “Festa Branco & Preto”. Em sua primeira edição, o evento já comprovou que veio para ficar e entrou no calendário oficial do município. No dia 7 de agosto, a Sociedade Beneficiente foi o cenário de uma festa requintada que reuniu a sociedade brusquense, em branco e preto, com muito glamour e bom gosto em todos os detalhes. Os organizadores já preparam a segunda edição, que acontecerá em agosto de 2010, mês da comemoração dos 150 anos de Brusque. Crédito: Silvana Helmann 22
Hoje - Baile do Hawai
Pioneira nesse baile irreverente e colorido, a Sociedade Esportiva Bandeirante promoveu, em 2009, a 22ª edição do Baile do Hawai. A festa, que já era tradicional apenas entre os sócios, foi aberta à comunidade e, desde então, reúne uma infinidade de adeptos. Atentos ao sucesso da temática, outros clubes também passaram a oferecer o evento, do qual também colhem bons resultados. É o caso dos clubes Guarani, Santos Dumont, Mineral Água Park, entre outros. Geralmente montado ao lado de piscinas, o Baile do Hawai é caracterizado por decoração colorida e toneladas de frutas. Arranjos são formados a partir de melancias, bananas, maçãs, laranjas e outras delícias, à disposição de quem as queira saborear. Já os trajes envolvem flores, quase sempre acompanhados por uma segunda peça branca. Não há requinte ou restrição: vale de plataforma a chinelo de dedo: como o pagante se sentir bem. O som é diversificado e alguns clubes apostam na transmissão simultânea, com pop rock de um lado e música eletrônica de outro, por exemplo.
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Hoje - Forever Young
Depois de celebrar a chegada do Natal com a família, nada melhor do que comemorar a data com os amigos. Foi dessa maneira que nasceu a Forever Young, na década de 80, quando não era tão comum viajar para cidades vizinhas. As primeiras edições foram realizadas em chácaras, ponto de encontro comum dos jovens da época. Mas, como o evento cresceu, surgiram problemas relacionados à segurança e estacionamento, sendo transferida para a Sociedade Esportiva Bandeirante, onde é organizada há 10 anos. O evento, que sempre atrai novos adeptos, também reúne a geração da década de 80. Alguns membros já nem vivem mais em Brusque, embora passem por aqui exclusivamente para a festa, para distribuir beijos e abraços aos amigos. “Tem muita gente que mora em outras cidades e que não temos mais contato. Então, sempre nos encontramos nessa festa. E quando nos despedimos, o comentário tradicional é: até a próxima Forever”, diz Beto Maffezzoli, que organiza o evento ao lado de Vlamir Cipriani.
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