Projeto Identidade

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Suplemento Especial Comemorativo aos 55 anos do Jornal Município Dia a Dia - Edição 08 - Setembro/2009

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Música Sons e talentos que fazem parte do nosso dia a dia


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PRIMÓRDIOS DA MÚSICA CANTIGAS Aldo Krieger Conservatório de Música Edino Krieger Assac Beto Dunker Deschamps Bruno Moritz Eneida Schaefer Mimi Reis Didi Maçaneiro Canto Coral Música clássica RODRIGO VECHI Orquestra Punk Rock Pop Rock Surf Music Música Popular Brasileira Disco Música Típica Seresta GAUCHESCO Sertanejo Universitário Eletrônico

PROJETO IDENTIDADE

Jornal Município Dia a Dia Rua Felipe Schmidt, 31 - sl. 01 Centro - Brusque - SC Fone: (47) 3351-1980 www.municipiodiaadia.com.br municipiodiaadia@municipiodiaadia.com.br comercial@municipiodiaadia.com.br

Diretor: Cláudio José Schlindwein Editora-Chefe: Letícia Schlindwein Edição e redação: Guédria Baron Motta

(Palavra e Cia - Agência de Comunicação)

Fotografia: Maicon Schlindwein e Fotos Divulgação/Arquivo Projeto Gráfico e Diagramação: Paulo Morelli | Chess Design Gráfico Impressão: Jornal de Santa Catarina

Colaboradores e Agradecimentos:

A oitava edição do projeto Identidade contou com o apoio e informações de muitas pessoas. Para elas, que guardam conhecimentos tão importantes sobre Brusque, nossa gratidão e respeito: Paulo Kons, Edino Krieger, Eneida Schaefer, Rodrigo Vechi, Luiz Roberto Deschamps, Beto Dunker, Bruno Moritz, Mimi Reis, Didi Maçaneiro, Filomena Battisti Archer, Sérgio Westrupp, membros do Coral de Azambuja, Orquestra do Centro Empresarial, Social e Cultural de Brusque, banda Tempestade, banda Não Pise na Grama, Cantaquatro, Os Robinsons, Brusband, Xamã, Trio Bailanta, Cavica e Tiago e os DJs Dodeh e Dado Szpoganicz. Foram consultados arquivos e fotos da Casa de Brusque, do livro do 1º Centenário de Brusque e do Trabalho de Conclusão de Curso “Rock n´BQ”, de Adriano Comim.


PRIMÓRDIOS DA MÚSICA

O cultivo e valorização da música é uma herança de nossos colonizadores, que costumavam cantar durante os encontros saudosistas, quando se recordava os feitos na antiga pátria. Um documento, de 1854, registrado no Livro do 1º Centenário de Brusque, indica aquele que teria sido o primeiro músico da cidade: João Lenschow. Ele teria vindo até o município “na qualidade de músico viajante, para tocar em ocasião de danças”. Um artigo produzido pelo maestro Aldo Krieger, também em comemoração ao Centenário de Brusque, afirma que 20 anos depois, em 1874, surgiria o primeiro grupo musical: um conjunto de sopros, comandado por Augusto Maluche. Aldo e seu filho Edino Krieger consagraram a cidade no cenário musical do Brasil e do mundo. E essa espontaneidade na produção artística também se revelou no final da década de 80, quando Brusque foi denominada “Capital do Rock no Sul do Brasil”. Em 2009, quando o jornal Município Dia a Dia completa 55 anos de fundação, temos a honra de mais uma vez observarmos o nome de nossa cidade elevado aos mais altos padrões da música mundial com o acordeonista Bruno Moritz. Nessa oitava edição do Projeto Identidade vamos falar sobre música, essa maneira harmoniosa de cantar a vida.

Primeira banda musical de Brusque, sob direção de Augusto Maluche

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CANTIGAS

Amorosas, satíricas, imitativas, religiosas ou dramáticas. Apesar de tradicionais, são poucas as contribuições especificamente brasileiras nas cantigas de roda e outras manifestações folclóricas de Brusque e região. Estudos da música popular apontam influência espanhola, francesa e, sobretudo, lusitana. De qualquer forma, as letras e melodias foram incorporadas à cultura dessa terra, através de acalantos, rodas, quadrilhas soltas e os já quase esquecidos “romances velhos”: “Onde está a Margarida? Olé, olé, olá!”...

Aldo Krieger

Aldo Krieger e seu violino (canto esquerdo), ao lado de membros do Jazz-Band América

Aprendiz de alfaiate que acreditou no próprio dom e inseriu Brusque no cenário da Música Popular Brasileira. Estamos falando de Aldo Krieger e de seu inseparável violino, que fez tantos corações baterem mais forte em noites de serestas e boemias. Entre os anos 20 e 30, ele foi o grande animador de carnavais, em Brusque e região, à frente do Jazz-Band América, formado por 10 músicos da família. Também foi mestre da Banda Musical Concórdia e se formou pelo Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, no Rio de Janeiro, onde conviveu com Villa Lobos. “Cultivou o repertório do dobrado brasileiro, expressão característica de nossa identidade musical. O brasileirismo da juventude, no entanto, voltou a se manifestar na passagem pelo Rio de Janeiro, em sua produção madura para coro misto, como a canção marítima Arataia, com letra de Eglê Malheiros, e os arranjos corais de canções de autores e do folclore catarinense, elaborados durante sua permanência à frente da Associação Coral de Florianópolis, nos últimos 10 anos de sua vida”, explica o historiador Paulo Vendelino Kons. 4


Conservatório de Música

O músico e maestro Aldo Krieger não usou o seu talento e o seu conhecimento para se enaltecer. Seu principal objetivo era fazer com que muitas outras pessoas pudessem usufruir da música para o próprio bem. Foi assim que criou, em 1955, o Conservatório de Música, no Centro de Brusque. A entidade, inclusive, era um departamento do Conservatório Brasileiro de Música, do Rio de Janeiro, durante os primeiros três anos de fundação. A intenção era despertar em crianças, jovens e adultos o interesse e o amor pela arte. Durante as aulas de violino, piano, acordeão, flauta, canto e sopro, um dos principais feitos foi trazer professores do Rio de Janeiro para ministrar oficinas e fazer audições com os alunos. Uma dessas professoras era Elisabeth Druschel, bailarina do Bolshoi, “professora de piano, mulher sensível e culta, oriunda de outros palcos, que contribuiu para a cultura formadora dos brusquenses”, conforme observa Bia Renaux.

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Edino Krieger

Filho de Gertrudes e Aldo Krieger, o brusquense Edino Krieger já recebeu vários prêmios como compositor da música contemporânea. Iniciou seus estudos de violino aos sete anos e, aos 14 já integrava o Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro, com o maestro e compositor Hans-Joachim Koellreutter. Em 1948 iniciou estudos no Berkshire Music Center de Massachussets, nos Estados Unidos, com Aaron Copland. Em seguida frequentou a Juilliard School of Music de Nova York. Obteve bolsa do Conselho Britânico para estudar em Londres com Lennox Berkeley, da Royal Academy of Music, em 1955. No ano seguinte foi recepcionado pela rainha Elizabeth, com o seguinte comentário: “Deve ser interessantíssimo isso de inventar música, ser compositor”. “Mais interessante deveria ser rainha”, observou o brusquense. Respeitado internacionalmente, Edino Krieger foi criador das Bienais de Música Brasileira Contemporânea, diretor de música da FUNARTE, presidente da Fundação Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, presidente da Academia Brasileira de Música por duas gestões e diretor da Sala Cecília Meireles. É autor de peças orquestrais, música de câmara, peças para piano, obras para coro à capela e outras, com ecletismo que se perfila na história brasileira ao lado da música sacra do Padre José Maurício, da ópera de Carlos Gomes e do modernismo nacionalista de Villa-Lobos, entre outros. 6


Assac

Em 1972, o Conservatório de Música se transformou na Associação Artística e Cultural de Brusque (Assac). A professora e atual presidente Eneida Schaefer, há 34 anos integrando a entidade, explica que a mudança ocorreu em função de outras atividades que passaram a ser oferecidas, como dança, teatro e biblioteca. Sem nunca ter parado as atividades desde a sua fundação, a ASSAC, que desde 1997 atua junto ao SENAC de Brusque, vive basicamente por amor à arte. A aquisição de novas partituras, as mudanças no material didático e na metodologia de ensino, a atualização de professores por meio de master class e oficinas ocorre graças ao interesse da diretoria, com a colaboração dos 35 associados, da mensalidade dos atuais 60 alunos, além da contribuição do público que assiste às apresentações artísticas. Da época do Conservatório, ainda há muitos livros, partituras de Aldo Krieger e até mesmo dois pianos armários, com mais de 50 anos.

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BETO DUNKER

Natural de Joinville e radicado em Brusque, o compositor Beto Dunker, 45 anos, continua produzindo. Hoje tem mais de 250 composições, que permitiriam a elaboração de três ou quatro CDs de qualidade, semelhante ao primeiro disco de sua carreira: “Tempo”, lançado em 1999. Ele, que já conquistou o primeiro lugar em um concurso nacional de música, também viu sua composição “Luzes da cidade” ser escolhida por Cacau Menezes como a melhor música instrumental de 1986. Além disso, já cedeu suas letras para a mais famosa banda de rock de Santa Catarina, o Expresso e, recentemente, para a cantora Janete Joel Brito, em um CD patrocinado pela Fundação Catarinense de Cultura. 8


Deschamps

“Tive aqui, não te encontrei. Foi por isso que deixei escrito esse bilhetinho”. É assim que inicia a música “Finados anos 80”, composta e gravada por Luiz Roberto Deschamps, 46 anos. Vocalista da extinta Bandeira Federal, ele foi um dos protagonistas do movimento punk rock em Brusque, no final dos anos 80. Formado em Letras - Língua francesa, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Deschamps é produtor cultural, professor de Literatura e integrante da banda Deschamps & Escola Básica. Ativo, atuante, inspirado, vive envolto de pura endorfina, adrenalina, energia e entusiasmo, que você também pode chamar de rock’n’ roll!

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Bruno Moritz

Já dizia o mestre Sivuca: a música foi feita para todos, o que diferencia é o talento. A frase, de um dos principais incentivadores de Bruno Moritz, se encaixa perfeitamente à trajetória musical do brusquense. Mais do que técnica, o dom natural e o incentivo da família ajudaram a transformá-lo no melhor acordeonista do Brasil e um dos melhores do mundo. Quando criança, a música acalmava o agitado menino e atraía a sua curiosidade. Por isso, um dos principais brinquedos era o acordeão da Fábrica Hering, de Blumenau. Na infância, Bruno se recorda das primeiras experiências de tocar para e com a família, na Fenarreco e, por volta dos oito anos de idade, o primeiro contato com o mestre Sivuca, no camarim de um show em Florianópolis, encontro que voltaria a se repetir inúmeras vezes. Na adolescência, provou exatos 58 instrumentos. Até descobrir, por fim, que eram as teclas que o faziam feliz. Desde então, não parou mais. Morou durante sete anos em São Paulo, estudou, conheceu, aprendeu, ensinou e tocou com músicos de todo o país, gravou dois CDs, ganhou o primeiro concurso da Associação dos Acordeonistas do Brasil, ganhou o concurso da Roland do Brasil, ficou em quatro lugar no concurso da Roland internacional e, por fim, tirou o quarto lugar da Copa Mundial de Acordeonistas. Como a perseverança, assim como o talento musical é um dom natural, se prepara para no ano que vem concorrer ao prêmio novamente e, quem sabe, desta vez, trazer o troféu de primeiro lugar. Porque, como ele mesmo afirma, música não é só técnica, é coração. 10


Eneida Schaefer

As primeiras influências musicais, os primeiros acordes ao piano e os primeiros recitais ocorreram para Eneida Schaefer em Itajaí, sua cidade natal. No entanto, foi em Brusque, que a pianista e atual presidente da Assac fincou raízes ainda mais fortes na música e, assim, se tornou uma brusquense de música e de coração. A mudança do litoral para cá ocorreu após o casamento, há 35 anos. E não demorou muito para se encaixar ao meio artístico. Um ano depois da chegada à cidade, a convite da diretoria, Eneida passou a integrar o corpo docente da Assac, ministrando aulas de piano. Formou dezenas de alunos, organizou concertos, descobriu talentos, enfim, contribuiu – e continua a contribuir – para a evolução da música na cidade. Sente muito orgulho de atuar no mesmo ramo do maestro Aldo Krieger, do qual ouviu muitas histórias e que adoraria ter convivido. Presidente da Assac desde 1991, Eneida mantém o espaço conservado e espera que os próximos alunos e as próximas diretorias preservem o espaço e não o deixem morrer.

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Mimi Reis

Um dos principais orgulhos do guitarrista, violonista e microempresário Mimi Reis é ter aberto as próprias portas e hoje, poder dizer com todas as letras, que vive de música. A paixão pelo palco e pelo instrumento começou ainda na infância, quando assistia o pai, o músico Goianinho, fazendo show, programa de rádio e roda de viola em casa. O sonho de ser como o seu genitor rendeu frutos, os quais Mimi colhe com um sorriso largo estampado no rosto. Com 15 anos de carreira e um apelo eclético, estudou música em Blumenau e Curitiba, passou por grupos como Código Aberto, integrou bandas de dupla sertaneja antes de chegar à banda Hipnose, na qual é guitarrista há sete anos. Antes disso, ministrou aulas de música e, por meio dos alunos, percebeu a necessidade de Brusque voltar a ter um loja de instrumentos musicais. Foi assim que nasceu a Vkings, na Rua Azambuja. O espaço cresceu rápido e, como ele mesmo diz, se tornou ponto cultural. Hoje, além da loja, no mesmo prédio, nove professores dão aulas de bateria, guitarra, violão, contrabaixo e técnica vocal. O home estúdio, criado há quatro anos, foi aperfeiçoado e há um ano se tornou um estúdio profissional, com qualidade sonora que não perde para nenhuma grande gravadora. Assim, realizando o próprio sonho de viver de música, Mimi ajuda a realizar o sonho de outros cantores e instrumentistas, ajudando a ensinar música e a fomentar o trabalho de artistas locais e independentes. 12


Didi Maçaneiro

O ser humano é um ente percussivo. É o coração, o seu compasso e a sua cadência, que nos mantém vivos. Certo desta colocação, Didi Maçaneiro, 27 anos, considera-se percussionista antes mesmo de nascer. Mas o processo de descobrir-se tal foi um processo, que exigiu silêncio e estudo. Na infância e adolescência, um dos sons que o intrigava era dos teares, que ouvia à noite, vindo de uma empresa próxima a sua casa. E, assim, dentro da simplicidade dos sons do dia-a-dia e da natureza, com um ouvido aguçado, passou a valorizar cada vez mais a percussão. A dedicação mais forte começou há 11 anos, teve como mestres, músicos de renome nacional e internacional como Marcos Suzano, Mestre Negreiros, Mestre Dinho Gonçalves, Naná Vasconcelos. Desde então, não parou mais. Integrou vários grupos, como o Esquina Brasilis, Xamã, Bossa’n’roll, Hipnose, parceria com Bruno Moritz, sempre de posse de um pandeiro, atabaques, timbal, surdo, djembe, bongo, udu, timbales, entre outros. E coloca fé que a percussão é mais do que um instrumento: tem um significado quase religioso, emana um som de cura, assim como nos primórdios do instrumento, talvez o primeiro da face da terra.

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Canto Coral

As portas da igreja estão fechadas, mas, toda quinta-feira, às 20h, os integrantes do Coral de Azambuja se encontram para o ensaio. Assim, com o santuário vazio, as vozes afinadas se propagam e o resultado é surpreendente, encantador. Sob regência de Edemundo Belli, o Coral de Azambuja foi fundado por Dom Gregório Warmeling, em 1945. Hoje com 19 membros, ele é formado pelos naipes soprano, contralto, tenor e baixo. Todos os participantes são voluntários e acreditam que a recompensa está na alegria de servir, já que quem canta “reza duas vezes”.

Música clássica

Filomena Battisti Archer, 63 anos, conheceu a música clássica ainda menina, quando estudava no Colégio de Freiras, em Nova Trento. Mas, a condição simples da família, que mantinha também seus dez irmãos, impossibilitou a continuidade dos estudos de piano. Anos depois, já casada e mãe, a funcionária pública investiu no sonho: comprou seu piano através de um consórcio, pago em 36 meses. Hoje, o mesmo instrumento musical ocupa lugar de destaque na sala de casa e foi companheiro de grandes conquistas: desde às primeiras aulas com Ingrid Knihs, o aprimoramento com Rodrigo Warken e o curso de técnica pianística, ministrado pelo professor do Rio de Janeiro, Luiz Henrique Senise. Atualmente, Filomena leciona aulas de teclado no Centro Cultural Azambuja e segue a influência de Mozart, Beethoven e Joseph Hayden. 14


RODRIGO VECHI

Ainda menino, Rodrigo Vechi tratava de esticar bem o corpo, em busca das teclas de sonoridades mágicas proporcionadas pelo piano. Hoje, na frente no instrumento musical, ele conduz espetáculos que revolucionaram a arte brusquense, com a maestria daquele menino que ainda se permite sonhar. Misture, então, Chico Buarque, Maria Bethania, Cazuza e Marisa Monte, com um grupo de canto que adora experimentar. Alguns ensaios, muita disciplina, boa afinação. E o público aplaude de pé Rodrigo Vechi e suas Alinas Lamparinas. Em 10 anos de carreira, o grupo vocal apresentou 14 espetáculos e tem dois discos gravados. Atualmente, planeja um novo enredo, que vai contar fatos históricos do Brasil e do mundo, entre os anos de 1984 e 1994, tendo os sucessos do rádio como pano de fundo. “Tem gente interessada em fazer boa música na cidade. O que ainda não temos é uma estrutura capaz de suportar grande shows”, explica Rodrigo Vechi, que hoje é professor de piano e técnica vocal na ASSAC. 15


ORQUESTRA

Para quem já teve a oportunidade de assistir a apresentação da Orquestra de Câmara de Brusque, projeto do Centro Empresarial, Social e Cultural em parceria com a CDL, não imagina o projeto que existe por de trás das sete notas musicais e suas variações. Existente desde 2007, o orquestra é resultado do trabalho de formação de músicos da Escola de Música de Câmara. São oferecidas, sempre aos sábados, aulas gratuitas e iniciação musical, de instrumento e de prática de orquestra. A formação é de dois anos e conta com a dedicação de 12 professores. Ao todo, hoje o projeto atende 75 alunos, da infância até a idade adulta, da cidade e região. Mais do que formar uma orquestra, a intenção é garantir a formação e o amadurecimento do profissional de música, explica o maestro Sérgio Westrupp. 16


Punk Rock

Bandeira Federal, Tubo de Ensaio, DaBesta, Insultos, Shit, Black-Out, Intensidade, Adrenalina, Fuck You, Pósárrouto, Destroyrr!!, Autópsia, The Púberes. No final da década de 80, havia mais de 10 bandas de punk rock em Brusque, formada por meninos desprendidos dos tradicionais “covers” e sedentos por cantar suas próprias verdades. Todo esse movimento cultural trouxe para a cidade diversos shows de bandas nacionais, como Cólera, Nossa Senhora Aparecida, Kães Vadius, Billy Mobile e Garotos Podres. O cenário roubou a cena do país e se tornou pauta de uma das reportagens do Jornal Folha de São Paulo, sob o título: “Brusque, templo do rock no sul”.

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pop rock

Formada por Gerhard Ristow, Dudu Colzani, Rafael Vieira, Briam Bork e Alexandre Stoll, a banda Tempestade foi fundada em 1996 e hoje apresenta uma média de três shows de pop rock por mês, em Brusque e na região. Dos integrantes, apenas Stoll vive exclusivamente da música, tocando no que ele calcula em mais de “250 mil bandas”. Os demais encontraram na carreira uma renda extra, que nem se compara com a diversão de pisar no palco. Em 13 anos de estrada, os amigos confessam que seus planos são bem curtos: algo como ensaiar a próxima música, marcar o próximo show... E toda essa irreverência e carisma é apreciada pelo já definido grupo de fãs que os acompanha, a cada nova apresentação. 18


Surf Music

Influências de Jorge Ben Jor, Djavan, Lenine, Seu Jorge, Jack Johnson, Donavon Frankenreiter e Ben Harper. Bem-vindo ao surf music, estilo musical apreciado em Brusque. A banda “Não pise na grama” é uma das propulsoras desse novo balanço, tocado com mais freqüência em choperias ou algumas casas noturnas da cidade. O que eles revelam é algo bastante comum entre os espectadores do município: a valorização de quem se arrisca a produzir som na cidade. “Quando passamos um mês sem tocar as pessoas já cobram e essa resposta é positiva, impulsiona nosso trabalho”, descrevem.

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Música Popular Brasileira

Elas já se conheciam de outros palcos, mas, pela primeira vez estavam reunidas, interpretando música sacra. No fim da canção: emoção. A certeza de que deveriam prosseguir juntas nesse caminho inesperado e gratificante da arte. Nascia em 2002 o Cantaquatro, que ainda mantém sua formação original, com Nani Maurici, Loli Hoffmann, Suzi Brito e Trude Stoll. Histórias divertidas e verídicas, harmonicamente combinadas com clássicos do repertório, tornaram a entrevista mais leve, inspiradora. Na bagagem, as meninas colecionam participação em trabalhos de diversos músicos, sobretudo catarinenses, uma composição premiada e a presença no “Comboio Cultural”, projeto patrocinado pelo Governo do Estado como instrumento de valorização do compositor catarinense.

Disco

“Estou guardando o que há de bom em mim. Para lhe dar quando você chegar”. O sucesso do rei Roberto Carlos soa longe. Ecoa harmônico pela rua do Centenário, transversal da avenida Otto Renaux. Escapa pelas envergaduras do portão de ferro, enquanto ali, no porão, com luz amarela e teto de seda, acontece mais um encontro da banda “Os Robinsons”. Formada em 1965, a banda é atualmente composta por Ivo Celestino (violino), Lauro Maurici (guitarra), Armando Maffezzolli (saxofone) e Ingo Lauritzen (bateria), também conhecidos como os “Beatles de Brusque”, em montagem produzida pelo Jornal Município Dia a Dia, em 2008. (foto) 20


Música Típica

Três instrumentos de sopro, dois vocais, um teclado, um acordeão e seis integrantes. Pode preparar os tradicionais “passinhos” da dança alemã, porque quando a Brusband toca, dificilmente alguém permanece parado. Formada essencialmente por amigos, a banda embala há 15 anos as festas típicas em Brusque e região. Em todo esse tempo de caminhada, os músicos aprenderam que “versatilidade” é primordial para agradar os diferentes gostos musicais. “Hoje nós tocamos na Fenarreco, em aniversários e casamentos. Quando é preciso contatamos outras pessoas para incrementar o som e diversificamos ainda mais o repertório”, destaca o músico José Nunes.

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Seresta

Ninguém precisa mais sentir saudades daquelas noites de seresta, quando o apaixonado dedicava canções à sua amada, debruçada na soleira da janela. Para resgatar esse romantismo e o próprio valor da Música Popular Brasileira, foi fundado em 1996 o grupo Xamã – Serenata e Eventos. Formado pelos músicos Valmir Coelho Ludvig e José B. Segala, eles interpretam músicas consagradas através do violão, gaita de boca (harmônica), flauta transversal, flauta doce, saxofone e percussão eletrônica. “Existem diferentes estilos musicais, mas há ainda quem prefira a serenata, sobretudo para homenagens. Já tocamos em casamento, formaturas, festas de aniversário. De manhã, na hora de acordar e também à noite, embaixo de janelas de casas e apartamentos”, revela Ludvig.

GAUCHESCO

Por diversão e por prazer, a família Noriller sempre cultivou a música no dia a dia. Para os irmãos Marciel e Marlon, desde a infância, era comum ver o pai tocando gaita dentro de casa. Autodidatas, só por meio da observação, aprenderam a tocar esse e outros instrumentos e a influência musical familiar despertou o interesse para o ramo. Assim, há 14 anos, depois de passar por outras bandas criaram o Trio Bailanta, o primeiro grupo a introduzir a música gaúcha em Brusque, em parceria com o primo Jeferson Vargas e o colega Cladiston Kister, conhecido como Feta, todos brusquenses. Marlon explica que, na época, a novidade foi recebida muito bem e se manteve em alta por muito tempo. Em 2002, o grupo fez um show a cada dois dias, se apresentando em Brusque, Nova Trento, São João Batista, Canelinha, entre outras cidades da região. Atualmente, além do gauchesco, tocam músicas de banda de baile, como sertanejo, popular, pagode, anos 60 e outros ritmos. 22


Sertanejo Universitário

Algumas canções são eternas, mas o mercado musical também convive com sucessos momentâneos, aqueles sons que roubam a cena e caem na boca das pessoas por alguns meses. Talvez a aceitação não seja tão breve assim, mas, se pudéssemos eleger um estilo musical em alta no ano de 2009, certamente seria o Sertanejo Universitário. Os amigos Cavica e Tiago apostaram no ritmo e hoje embalam Brusque e região noite adentro. “Falam que essa onda vai acabar, mas acredito que o sertanejo está mais forte do que nunca. É isso que vemos em cada nova apresentação”, afirmam os músicos.

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Eletrônico

A música eletrônica conquistou seu espaço e hoje é indispensável nas pistas de casas noturnas de Brusque e região. No comando das melhores pick-ups de Santa Catarina está Dado Szpoganicz (na foto, com o DJ Daniel Kuhnen), que comanda a festa nas edições da Playlab, um projeto cultural que trouxe para Brusque música eletrônica de vanguarda. “Mas a iniciativa não tem apenas a música como tema. Em todas as edições buscamos artistas de diversos segmentos (designers/ilustradores/estilistas/cenografistas) para fortalecer a cena “eletrônica”, ou seja, a cena que se criou através da Internet”, explica o DJ. Outro que aposta na música eletrônica é Josué Maçaneiro, o DJ Dodeh, que toca em média oito vezes por mês, em casas noturnas da cidade. O profissional revela a preferência pelo estilo Progressivo: uma mistura mais conceitual, que envolve o teclado e o saxofone, com pouco recurso vocal. “Mas não é isso que o jovem brusquense gosta de ouvir. Nas casas de Brusque tocam sons comerciais, aquelas músicas que se transformam em sucesso de rádio. Aqui faço a mixagem e o resultado agrada”, garante.

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