INTERCÂMBIO / Chacrinha

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Abertura Poema musicado Autoria - Everton Coroné Voz – Eric Duarte Sanfona e cordas – Everton Coroné Percussão - Johnny Herno Sinos da capela de nossa senhora da Boa Morte - Sineiro Chico Captação - Raphael Grisey Gravação – Sergio Duá

Um sobe montanha um fio de terra Que de tão estreita uma garganta Do fio porto miragem, um mar de montanhas Te espero passar, e em tuas águas um copo que gira Do teu fruto uma terra que brilha todo um Belo Vale Filhos de mãe terra



Corre nego (Fragmento) Autoria - Felipe Gomes Vozes – Eric Duarte - Felipe Gomes Percussão – Johnny Herno Gravação – Sergio Duá Corre nego até encontrar Na lavra bateia, arroz tem pilão Tem nego no mato pode entrar capitão


Texto (Fragmento Adobe) Autoria – Felipe Gomes Percussão – Johnny Herno Gravação – Sergio Duá Lá tinha nego que fugiu pro mato Pra encontrar vosmecê Do olhar penetrante sublime de Jordelina Aos grito impreciso do Edi da estiva de lá Os sons do tempero de Vó Domingas As rezas pras dores do povo de lá





Jogo de berimbau Autor – Seu Ribeiro Vozes – Quilombo Chacrinha – Cantantes da Boa Morte – Eric Duarte Sanfona e cordas - Everton Coroné Tambores e pandeiro – Quilombo Chacrinha – Everton Coroné – Eric Duarte Gravação – Sergio Duá Olha o jogo de berimbau Olha o jogo de berimbau É capoeira na terra é poeira na serra e sangue no punhal Olha o jogo de berimbau é pau é pau Olha o jogo de berimbau é biriba é pau Meu amigo João poceiro essa vida é um embaraço É um cabra na tocaia é chicote é pau e laço Derna os tempos de menino que eu conheço a opressão É um mar de absinto é o sangue do meu irmão Ah meu pai chegou a hora eu vou bater meu pé no chão Eu vou abrir a roda Ou me dê a mão Ou me dê a corda Ou acorda irmão



Canto de licença Homenagem a Vó Domingas Quilombo Chacrinha Autores – Eric Duarte - Sheila Quilombo Chacrinha Texto inicial - Sheila Quilombo Chacrinha Canto a capela – (Fragmento de entrevista áudio recuperado e tratado de Vó Domingas nas ruínas do Quilombo Chacrinha) Vozes - Quilombo Chacrinha – Eric Duarte – Elci filho caçula de Vó Domingas Cordas – Everton Coroné Percussão – Johnny Herno – Everton Coroné – Eric Duarte Gravação – Sergio Duá O canto que canta primeiro O canto de licença O canto que canta primeiro O canto de licença Licença pras almas Oyá Licença pras almas olhar Referência as almas Oyá No canto de licença Mesmo depois de entoar O canto de licença Mesmo depois de entoar O canto de licença Pro povo que vem de lá Pro povo que vem de cá Pra todo povo chegar No canto de licença Ê a Deus louvar Com cirandas encantos um conto de la Oyá ya Ê a Deus louvar Nas ruínas as historias de Vó Domingas Oyá ya O canto é de licença, o canto é de licença O canto é de licença, o canto é de licença



Febre amarela Compositor – Seu Ribeiro Vinheta – Quilombo Chacrinha - (Fragmento Triângulo das gerais documentário sobre o Quilombo Chacrinha) Depoimento inicial – Gloria Maia (Fia) - historiadora e Ambientalista / Instituto Aqua XXI (Fragmento Triângulo das gerais documentário sobre o Quilombo Chacrinha) Voz – Eric Duarte Sanfona e cordas – Everton Coroné Gravação – Sergio Duá Lá no pé daquela serra fizeram uma escavação Descobriram veio de ouro precioso tesouro E a febre amarela correu nesse chão Riscaram o mapa da mina foram pro exterior Compra titulo de nobreza na corte com imperador Pé ligeiro um estrangeiro veio em grande expedição Mineiro trouxe os posseiros até garimpeiros Escravos guerreiros de outra nação E cortou muita madeira pro dragão se alimentar E levar nossas riquezas pras cidades de além mar E o Vale do Paraopeba de amargura transbordou Olho D água viu tucano privatizar o que sobrou


Sinos da procissão Homenagem a Jordelina (Cantantes da Boa Morte) Compositores - Eric Duarte - Everton Coroné Diálogo inicial e vozes de Jordelina (Fragmentos de entrevista, por Lívia Leão e Raphael Grisey áudio recuperado e tratado de Jordelina no Arraial da Boa Morte) Vozes – Eric Duarte - Felipe Gomes Sanfona e cordas – Everton Coroné Percussão - Johnny Herno Gravação – Sergio Duá Jerônimo tá chamando Jerônimo tá chamando Bárbara Mês de maio mãe Maria Vamos louvar Ave Maria Cheia de graças O senhor e convosco Bendita sois vós Entre as mulheres E bendito e o fruto Do vosso ventre Jesus Os sinos estão chamando Os sinos estão chamando Anunciar Procissão de Jordelina rumo ao altar O silêncio te acompanha até chegar Nos teus braços mãe Maria meu repousar Badaladas de menino que quer chorar Mil tambores numa prece grito que não que calar.



Pot-pourri Seu Ribeiro - Domínio Publico (Catopé de Pinhões – Santa Luzia - MG) – Adriano Ribeiro Vozes - Eric Duarte – Quilombo Chacrinha – Cantantes da Boa Morte Sanfona e cordas - Everton Coroné Percussão - Eric Duarte Gravação – Sergio Duá

Vão se embora minha gente Que a festa vai começar Vão se embora minha gente Que a festa vai começar Na igreja do rosário Depois da missa madinha Na igreja do rosário Depois da missa madinha Eu vou me encontrar com ela Por detrás da capelinha É a morena mais bela Que Deus pôs nessa terrinha Do arco da lua ao arco da velha Numa noite bem escura Um abraço meu bem não nega Numa noite bem escura Um abraço meu bem não nega São João ordenou que acendesse a fogueira Lá perto do rio das piabas Calor é muito morena Calor é muito morena A preguiça não deixa trabalhar A preguiça não deixa trabalhar Passei um tempo em minha vida Num pé de serra em noite fria de São João Junto à fogueira marela das alegrias Jogando verso e batendo palma de mão O seu Zé traz a cachaça Maria traz o quentão Que hoje e noite de arruaça O trem danado de bão

Ai ai barão Mãe senhorinha Vai dizer ao capitão do mato ir ligeiro Dizer os negros da chacrinha Em Santana acabou seu cativeiro Tenho a garganta da serra Pra cantar bonito e forte Pra Belo Vale sobre a serra Sorrindo pra Boa Morte Pra Belo Vale sobre a serra Sorrindo pra Boa Morte No Paraopeba tem peixe Tem peixe lá não senhor No Paraopeba tem peixe Tem peixe lá não senhor Intonse já não é o rio Que Domingas se banhô Esse já não e o rio Que Noêmia se banhô Pra Belo Vale sobre a serra Sorrindo pra Boa Morte Pra Belo Vale sobre a serra Sorrindo pra Boa Morte Tá no céu tá na terra Tá caindo fulô Tá no céu tá na terra Tá caindo fulô Tá caindo fulô tá caindo fulo Tá caindo fulô tá caindo fulo Tá no céu tá na terra Tá caindo fulô




Intercâmbio Documento Quilombola

Nome escolhido devido à grande participação de artistas de várias áreas e planos espirituais que contribuíram nesse primeiro passo junto ao Quilombo Chacrinha. Agradecimentos Deus (Por tudo. Por introduzir o sagrado em minha vida), Nossa Senhora do Bom Parto (Por todo o cuidado), Nossa Senhora da Boa Morte (Por me orientar), Vó Domingas (Por guiar meus passos dentro da comunidade), Jordelina (Pelos conselhos), Mãe Senhorinha (Pelos sonhos), Vô Januário (Por me manter vivo musicalmente), Seu Ribeiro (Pelo norte e versos amigos. Sua obra, minha pesquisa. Exemplo de vida, de respeito à musica e a palavra), Everton Coroné (Pela nobreza de assumir a responsabilidade da canalização dos sentimentos e dos arranjos de forma única e humilde), Sergio Duá (Por ter sido parceiro quando necessário, paciente com a causa e o profissionalismo no tratamento do áudio), Johnny Herno (Pela textura da cena impressa no trabalho, Meu Mestre), Felipe Gomes (Pelas portas abertas na minha vida, pelos ensinamentos do oficio do tambor e pela amizade), Julho Campeiro (Pelas primeiras guias, primeira experiência de estúdio, inicio da cor), Gloria Maia (Sagrado), Lapinha (Pela oportunidade na hora certa e pela confiança no trabalho), Daniel (Pela captação das vozes e tambores dentro do Quilombo Chacrinha na música jogo de berimbau), Buzé (Pela captação de vozes e tambores, Capela da Boa Morte e Quilombo Chacrinha músicas Jogo de Berimbau e Pot-pourri), Leandro Emediato (Pelas idas e vindas dentro das comunidades e suporte na captação do áudio do sino da capela da Boa Morte), Ana Carolina Martins e Pablo Caldeira (Pela doação do trabalho fotográfico, do projeto gráfico, respeito e início de uma parceria), Raphael Grisey (Pela parceria nas captações das imagens nas comunidades e por ceder todo o material para o arquivo pessoal das comunidades), Padre Ivan (Pelos conselhos. Por nunca desistir do trabalho junto aos quilombolas), APHAA – BV (Pelo respeito, moradia e visibilidade. Gratidão pela total liberdade de trabalho nesse primeiro passo), Cantantes da Boa Morte (Por acreditarem), Quilombo Chacrinha (Por me acolher. Pelo resgate da minha religiosidade e valores familiares)



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