O Conflito Israel-Palestina
Claudio Blanc
Projeto Mem贸ria Sindicato dos Padeiros de S茫o Paulo
Presidente: Francisco Pereira de Sousa Filho (Chiquinho Pereira) Coordenador: Aparecido Alves Ten贸rio (Cid茫o) Curador: Claudio Blanc www.padeirosspmemoria.com.br
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O Conflito Israel-Palestina
Palestina. O nome evoca sangue e ódio; traz à mente o terrorismo de Menachem Begin contra os britânicos, logo após a Segunda Guerra Mundial, e a intifada palestina, a partir da década de 1980; remete, numa curiosa inversão de símbolos, à luta entre davis palestinos jogando pedras contra bem armados golias judeus; lembra a intransigência de líderes como Ariel Sharon e Yasser Arafat. Incrivelmente, por trás de tanto medo e intolerância arde um tremendo desejo de paz, alimentado pela grande maioria dos judeus e palestinos. Ao longo de toda a segunda metade do século XX, o conflito entre israelenses e palestinos tem ocupado os jornais do mundo inteiro. E em meio a tantos avanços e retrocesso no processo de 3
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paz, as manchetes parecem se contradizer. Ora algum grupo de um dos lados toma a iniciativa de “dar uma chance à paz”, ora é rechaçado por seus próprios concidadãos. E o conflito acabou se tornando tão complexo, com tantos agentes externos interferindo, que, hoje, poucos entendem como tudo começou, há mais de 150 anos. O Movimento Sionista e a Fundação de Israel Desde que Jerusalém foi destruída pelos romanos, no primeiro século d.C., os judeus foram expulsos da Palestina, a “Terra Prometida” a eles por Deus. Passaram, então, a viver na Diáspora, ou “exílio”. No entanto, eles nunca se fundiram às novas terras onde foram morar. De acordo com o rabino Dan Cohn-Sherbok , coautor do livro O Conflito Israel – Palestina, mesmo depois de gerações e gerações terem vivido num mesmo país, os judeus continuavam estranhos às culturas que os cercavam. Fechados ao redor de si mesmos e dos seus costumes e crenças, não demorou muito para que fossem perseguidos, atraindo todo o tipo de preconceito contra eles. Cientes disso, eles esperavam pela vinda do Messias. Com efeito, um traço marcante do judaísmo é seu caráter messiânico. Durantes milhares de anos, os judeus esperaram pelo Messias que os levaria de volta à sua terra ancestral – o Sião. No entanto, no começo do século XIX, emergiu uma nova tendência. Em 1834, Yehuda hai Alkalai, um rabino que tinha vivido na Palestina, publicou um pequeno livro chamado Shema Yisrael, onde de4
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fendia o estabelecimento de colônias judaicas na Palestina. As ideias de Alkalai se espalharam e se desenvolveram. Influenciados por elas, pensadores judeus afirmavam que seu povo deveria se engajar na construção de um país, antecipando a vinda do Messias. Era o sonho da Pátria israelita, onde todos os judeus pudessem viver com dignidade e, principalmente, em segurança. Assim nasceu o sionismo, que além do cunho religioso tinha uma característica tremendamente política. A teoria foi posta em prática quase que imediatamente, e a colonização da Palestina pelos judeus foi, aos poucos, se tornando fato. No final do século XIX, com o
Yehuda hai Alkalai
aumento das perseguições aos judeus russos, a imigração israelita à Palestina aumentou a ponto de preocupar os nativos árabes. Com a expansão da imigração dos judeus e a pressão que os líderes sionistas colocavam nas potências mundiais para a criação de um Estado israelita na Terra Santa, os árabes palestinos se viram ameaçados. E começaram a se revoltar contra a imigração judaica, buscando influenciar as autoridades otomanas, 5
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que, na época, governavam a Palestina. Houve rebeliões e perseguições aos judeus, mas o conflito continuou sem solução. Depois da Primeira Guerra Mundial, a Palestina passou a ser controlada pelos britânicos, que, em troca da ajuda recebida dos judeus na região durante a luta contra as potências do Eixo, prometeram, através da Declaração Balfour, emitida em 1917, ajudá-los a estabelecer sua pátria na Palestina. Foram, porém, taxativos: isso jamais poderia prejudicar os palestinos árabes. Mas a Declaração Balfour incendiou o já volátil ânimo dos palestinos. Os conflitos recomeçaram. E enquanto a minoria israelita se armava, a GrãBretanha buscava, inutilmente, conciliar as duas partes. Com a ascensão dos nazistas na Alemanha, em 1933, os judeus daquele país começaram a ser marcados e perseguidos. Percebendo o perigo que o nazismo representava aos judeus europeus, o movimento sionista buscou ainda mais desesperadamente liberar a imigração à Palestina. Ante a iminência da Segunda Guerra Mundial, apoiaram os britânicos, esperando Britânicos na Palestina: Sir Herbert Samuel, Alto-comissário para a região
receber simpatia pela sua causa. No final, porém, perceberam 6
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que estavam por conta própria. A guerra acabou e o Reino Unido não apoiou os judeus na construção de sua Pátria. Além disso, a experiência do Holocausto modificou profundamente o caráter judeu. A impensável chacina promovida por Hitler fez nascer o que Menachem Begin, líder d a milícia judaica Irgun, chamou de “o judeu combatente”. Devido à proibição da imigração à Palestina, nem mesmo os refugiados que tinham sobrevivido aos campos de extermínio puderam entrar no país. Cansados de esperar que as potências estrangeiras interviessem a favor da sua causa e ainda mais conscientes da necessidade de se construir uma Pátria judaica que pusesse um fim às perseguições históricas, os sionistas se voltassem ao terrorismo para conseguirem fundar seu país. Os grupos armados judaicos – o Irgun e a Gang Stern – engajaram-se numa atividade terrorista contra o governo britânico na Palestina, semelhante àquela, posteriormente, usada por grupos palestinos radicais contra Israel. Em 1946, um atentado à bomba destruiu o Hotel Rei Davi, em Jerusalém, vitimando civis e
Declaração da fundação de Israel
militares. Como parte das 7
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atividades terroristas do Irgun, oficiais britânicos e diplomatas foram raptados e assassinados, e, em 9 de abril de 1948, um ramo do Irgun liderado por Manachem Begin chacinou homens, mulheres e crianças árabes no vilarejo Deir Yassin, espalhando o pânico na região. A ideia era aterrorizar os árabes, no que foram bem sucedidos. Aldeias inteiras fugiram temendo sofrer o mesmo destino. O clima de tensão criado pelos terroristas judeus era tal que a Grã-Bretanha resolveu desistir de sustentar um conflito praticamente insolúvel e antecipou sua retirada da Palestina. Logo depois do fim do Mandato Britânico, David Ben-Gurion declarou a fundação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948. A Diáspora Palestina Entre o século XV e a Primeira Guerra Mundial, a Palestina era parte da Síria e estava sob o califado otomano, que a governava como território administrativo. Os otomanos, porém, não buscaram colonizar ou ocupar a Palestina. Seu principal foco de interesse era Jerusalém, mas o resto do país era na maior parte inabitável e nunca foi desenvolvido. A infraestrutura era mínima, senão, inexistente. Com o declínio do Império Otomano, a Palestina foi cada vez mais negligenciada. O país não era, porém, uma “terra vazia”. De acordo com Dawoud el-Alami, professor palestino da Universidade de Oxford, coautor do livro O Conflito Israel-Palestina (Editora Palíndro8
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Camponeses palestinos no século XIX
mo), os palestinos “viviam em cidades e em centenas de aldeias”. Por conta da chegada das crescentes levas de imigrantes, os quais compravam cada vez mais terras, os judeus fundavam colônias e escolas. Esse movimento levou os nativos a pressentir o perigo de se tornarem minoria dentro de seu próprio país. O grande choque para os árabes foi a Declaração de Balfour, promulgada no final da Primeira Guerra. “Ela foi o resultado das negociações entre os sionistas e o governo britânico e declarava que a Grã-Bretanha se comprometia em assistir os judeus na aquisição de uma Pátria e que 9
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essa Pátria seria a Palestina”, explica el-Alami. Os palestinos, que apoiaram os britânicos durante a guerra esperando conquistar sua independência, além de terem seu objetivo negado pelas grandes potências, viam seu território ser dividido entre elas. Os otomanos se foram, mas a Palestina ficou sob o Mandato Britânico.
Colonos judeus na Palestina (final do século XIX, início do XX)
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A partir de então, a reação árabe contra os imigrantes judeus foi cada vez mais frequente e violenta. Os palestinos buscaram, através da autoridade britânica, suprimir as crescentes imigrações de judeus e restringir a compra de terras. Os israelitas, por sua vez, pressionavam para ter permissão de entrar no país. Com a situação cada vez mais inconciliável, surgiu, na década de 1930. a primeira proposta de divisão da Palestina. Os palestinos, porém, não viam vantagem na divisão. Pelo contrário. “Seu futuro seria controlado pelo Mandato Britânico e/ou pelo Estado judaico e pela política árabe, especificamente da Transjordânia”, explica el-Alami.
Revolta palestina contra os britânicos, entre 1936 e 1939
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Em 1939, os britânicos promoveram negociações entre palestinos e judeus. A conferência terminou com as exigências árabes de uma Palestina independente e o abandono da concepção da Pátria judaica. A Grã-Bretanha recusou essas propostas e ofereceu restringir a imigração judaica de cem para oitenta mil entradas em um período de dez anos. No final, não houve qualquer acordo. Com a declaração do Estado de Israel, depois da Segunda Guerra Mundial e da retirada dos britânicos da Palestina, forças jordanianas, iraquianas, egípcias, sírias e sauditas ocuparam os territórios alocados à Palestina no plano de divisão que, apesar de ter sido recusado, era uma garantia de pátria palestina. A data da ocupação foi 15 de maio de 1948, o dia seguinte à declaração do Estado de Israel. O Conselho de Segurança da ONU interveio no conflito, mas sem qualquer sucesso. Houve luta entre os árabes e Israel. No acordo resultante do cessar-fogo, foi determinado que os envolvidos deveriam respeitar as fronteiras estabelecidas no plano de divisão. O saldo palestino foi, porém, um desastre: milhares de pessoas expulsas das suas terras, vivendo em campos de refugiados. Começava a Diáspora Palestina. Em 1958, um jovem líder da resistência palestina, Yasser Arafat, fundava o Partido de Libertação da Palestina, o Fatah. Poucos anos depois, também surgiu a Organização para Libertação da Palestina, a OLP. Os lideres mais radicais – e mais jovens – se alinharam com o Fatah, enquanto os moderados atuavam na OLP. Ambas 12
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as organizações combatiam a presença judaica na Terra Santa, não aceitando o Estado de Israel. Logo, porém, as ações propostas pelas duas facções se tornaram conflitantes. O Fatah de Yasser Arafat, temendo que o Exército de Libertação da Palestina se tornasse um fantoche dos regimes árabes, queria demonstrar sua força, atacando Israel. Já a OLP temia perder o apoio dos países árabes e buscou moderação. Em 1966, o governo saudita Bandeira da Fatah
começou discretamente a abastecer o Fatah com
armas. Apesar de a maioria dos países árabes que fazia fronteira com Israel relutar em estimular os ataques palestinos a Israel, a luta estourou no ano seguinte. A Guerra dos Seis Dias, como ficou conhecida, envolveu, além dos guerrilheiros palestinos, o Egito, a Síria e a Jordânia. No balanço final do conflito, Israel se tornou o poder militar dominante na região. As tropas israelenses passaram a controlar toda a Palestina, inclusive a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, Jerusalém, a Península do Sinai, além de 1,6 mil km2 do território sírio, nas Colinas de Golan. Cerca de um milhão de árabes foi desalojado durante a guerra. Na esteira da Guerra dos Seis Dias, a OLP e o Fatah se fundiram sob a liderança de Arafat. A tática, agora, era fazer uma guerra 13
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de atrito. Mas, acuada e sem recursos, a OLP passou a se dedicar praticar a atos de terror. No final dos anos 1960, a relação entre a OLP e seus aliados árabes tinha se deteriorado sobremaneira. Israel, por sua vez, começou a se resolver com os vizinhos árabes a partir da década de 1970. Não sem conflito. Em 1973, o Egito e a Síria iniciaram uma bem sucedida guerra em larga escala contra Israel – a Guerra do Yom Kipur –, ocupando o Sinai e as Colinas de Golan. Quatro anos depois, em 1977, Anuar Sadat, presidente do Egito, foi a Jerusalém oferecer paz aos judeus. Agora, os palestinos estavam completamente isolados.
Forças egípcias cruzam o Canal de Suez durante a Guerra do Yom Kipur
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O foco da luta dos palestinos mudava lentamente. Não era mais centrada em combater a existência do Estado de Israel, mas na recuperação do seu território ocupado, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, legalmente garantida à Palestina pela resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU, promulgada logo depois da Guerra dos Seis Dias. Sem apoio e falidos, reduzidos pela opinião pública internacional a um povo de terroristas, restava muito pouco aos palestinos. Sua arma passou, então, a ser o desespero.
Davi contra Golias: coragem e indignação levaram ao movimento intifada
Na década de 1980, surgiu espontaneamente o movimento Intifada . A população dos territórios ocupados – humilhada e impedida de se desenvolver, submetida como estava ao duro controle 15
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do exército israelense – viu que não tinha mais nada a perder e, armada de pedras e coquetéis molotov, se dispôs a enfrentar um dos mais sofisticados e equipados exércitos do planeta. O mundo passou a testemunhar garotos lançando pedras contra soldados munidos de rifles automáticos, uma luta como a de Davi e Golias. As imagens comoveram a opinião internacional, e a questão palestina voltou a ser discutida. Sob o patrocínio da Noruega e dos Estados Unidos, as negociações de paz avançaram. Em 1993, a OLP reconhecia o Estado de Israel, declarava-se comprometida com o processo de paz e renunciava ao terrorismo e a outros atos de violência. Apesar dos avanços, o processo de paz sofreu um tremendo revés. Em 1995, o primeiro-ministro Ytzak Rabin, o principal mentor das negociações de paz com os palestinos, foi assassinado a tiros por um extremista de direita israelense, em um comício pela paz, em Tel-Aviv. Em seguida, o partido Likud venceu as eleições israelenses, sob o líder linha-dura Benjamin Netanyahu. O novo governo rejeitou o legado de paz deixado por Rabin, e a esperança de os palestinos criarem um Estado palestino independente na Cisjordânia e em Gaza foi abalada. Os conflitos recomeçaram, e a perspectiva de solução para a questão palestina se diluiu. Então, os líderes palestinos passaram a usar a disposição do povo contra alvos civis em Israel. Um tipo de arma antes impensável surgiu: homens e mulheres-bomba, explodindo-se em atentados suicidas. O desespero era evidente e a opinião internacional começou a se perguntar o motivo daqueles jovens fanáticos. A posição de 16
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vítima do povo palestino – sofrendo com líderes radicais de um lado e com a brutalidade israelense de outro – ficava clara. Paz Inatingível A morte de Yasser Arafat, em 2004, abriu uma premissa para a volta das negociações. Arafat se colocava como o único representante do povo palestino, mas sua intransigência esbarrava na exigência de boa vontade que Israel demandava dos palestinos. A Autoridade Nacional Palestina, que preencheu o vazio deixado por Arafat, tinha, aos olhos da rigorosa administração Ariel Sharon (o mentor da chacina de refugiados palestinos nos campos de Sabra e Shatila, no Líbano, em 1982), condições de levar o processo adiante. Apesar dos ânimos deteriorados, em agosto de 2005, Israel começou a cumprir – com um atraso de 38 anos – a resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU. A devolução das terras ocupadas pelos judeus na Faixa de Gaza partiu do primeiro-ministro Ariel Sharon, notório por sua política linha-dura. A premissa seria a garantia para a formação de um Estado Palestino, o que poria um fim ao longo conflito. O plano apresentado por Sharon vem causou grande polêmica no país. Grupos religiosos acreditam que Israel tem o direito divino de permanecer em Gaza – ao contrário do que, de acordo com pesquisas, pensaria a maioria dos israelenses. Para os opositores do plano, a Faixa de Gaza iria se tornar uma base para a realização de 17
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ataques contra Israel. Os palestinos também não estão satisfeitos. Reclamam da intromissão de Israel em assuntos internos, uma vez que os israelenses exigem negociar apenas com os líderes que elege, sem considerar a vontade do povo palestino. O Hamas, partido palestino radical, volta e meia, ataca alvos judeus. Israel, em retaliação,ataca a população civil, destruindo casas e vidas, buscando, dessa forma, o extermínio do povo palestino e a conquista de seu território. Ao que parece, o conflito só irá terminar com a chacina total dos palestinos pelos israelenses, diante de uma comunidade mundial indiferente.
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Cronologia Um raio-X do conflito 1862 – 2005 1862 Publicação de Roma e Jerusalém, de Moses Hess, um marco do sionismo. 1882 – 1903 Primeiro Aliyah (emigração para a Palestina). 1891 Protestos árabes contra os colonos sionistas na Palestina. 1897 Primeiro Congresso Internacional Sionista 1903 Perseguição de judeus em Kishinev, na Rússia. 1904 Começo do Segundo Aliyah 1908-9 Oposição árabe aos colonos sionistas se intensifica. 1917 A Declaração de Balfour pelos britânicos apoia a fundação de uma pátria israelita. 1919-23 Terceiro Aliyah. 1920-21 Tumultos antijudeus na Palestina. 1924-32 Quarto Aliyah. 1930 O Documento Branco de Passfield, emitido pela GrãBretanha, busca isentar os britânicos do apoio à pátria nacional dos Judeus feito na Declaração Balfour. 1931 O Irgun Tzevai Leumi, a milícia judaica, é estabelecido 1933-5 Quinto Aliyah 1937 A Comissão Peel, estabelecida pela Grã-Bretanha, recomenda a divisão da Palestina. 19
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1939 Conferência no Palácio St. James: o Documento Branco favorece um Estado palestino independente. 1939
Cooperação entre as forças britânicas e os judeus na Palestina durante a Segunda Guerra Mundial.
1945
Depois do Holocausto, o presidente americano Truman apoia a exigência de um número maior de imigrantes na Palestina.
1946
Truman apoia a exigência da admissão de cem mil refugiados na Palestina. Isto é recusado pelos britânicos. Operações de sabotagem judaicas por toda a Palestina. O Irgun explode o Hotel King David, em Jerusalém, matando oficiais britânicos. Truman endossa a separação da Palestina e a criação de um Estado judaico.
1947
A assembleia geral das Nações Unidas vota pela separação da Palestina num Estado palestino e num judeu.
1948
O Irgun, liderado por Menachem Begin, massacra aldeões em Deir Yassin. Civis palestinos fogem em massa temendo destino semelhante. Ben Gurion declara o Estado de Israel. Fim do Mandato Britânico. Exércitos árabes ocupam áreas destinadas ao Estado palestino sob o plano de separação para apoiar a resistência palestina. A ONU nomeia como mediador o Conde Folke Bernadotte. Armistício entre Israel e os Estados árabes. 20
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Bernadotte é assassinado pelos judeus. Luta entre Israel e o Egito. Moshe Dayan retira todos os civis palestinos de Lydda e Ramlah à força. A Resolução 194 das Nações Unidas declara que os refugiados palestinos que desejam voltar às suas casas devem receber permissão para isto e que seja paga indenização por perda ou dano de propriedade. 1949
Israel faz acordos de armistício com o Egito, o Líbano e a Síria. A ONU vota em favor da internacionalização de Jerusalém. Ben Gurion declara Jerusalém a capital de Israel.
1950
Início da imigração a Israel de judeus provenientes de países árabes. O Rei Abdullah da Jordânia anexa formalmente a Cisjordânia na faixa do Rio Jordão. A Lei do Retorno, promulgada por Israel, dá a judeus do mundo todo o direito de se estabelecer no país.
1954
O exército judeu ataca Nahalin, na Cisjordânia.
1955
Israel lança um grande ataque contra os egípcios. Pacto militar entre o Egito e a Síria. Ben-Gurion se torna Primeiro-Ministro.
1956
Ataques israelenses no Sinai. Guardas de fronteira israelenses massacram quarenta e nove civis em Kufr Kassem. 21
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A Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas exigindo a retirada israelense do Sinai é vetada pela GrãBretanha e França. 1957
Israel anuncia intenção condicional de se retirar do Sinai. O Partido de Libertação Palestino (Fatah) é fundado.
1958
O Relacionamento entre Israel e os Estados Unidos é fortalecido.
1964
Fundação da Organização para Libertação da Palestina (OLP).
1967
O presidente Nasser do Egito envia tropas para o Sinai. Nasser fecha o Estreito de Tiran para os navios israelenses. Guerra dos Seis Dias. Promulgação da Resolução 242 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, determinando a devolução dos territórios ocupados por Israel.
1968
Golda Meir se torna Primeira-Ministra de Israel. O Egito inicia guerra de atrito com Israel. Yasser Arafat é eleito presidente do comitê executivo da OLP.
1970
Setembro Negro: o exército jordaniano age contra guerrilheiros da OLP na Jordânia.
1971
Os guerrilheiros da OLP deixam e Jordânia e vão para a Síria e o sul do Líbano.
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1972
A organização Setembro Negro captura atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique. Nove israelenses morrem em tiroteio no aeroporto.
1973
O Egito e a Síria iniciam guerra em larga escala contra as forças israelenses, ocupando a Península do Sinai e as Colinas de Golan.
1974
A reunião de cúpula dos líderes árabes em Rabat declara que a OLP é o único representante legitimo do povo palestino.
1975
A guerra civil estoura no Líbano. Guerrilheiros palestinos lutam ao lado de esquerdistas libaneses e de muçulmanos contra cristãos maronitas.
1976
Depois de uma intervenção da Síria na guerra civil libanesa, os líderes árabes concordam com um cessar-fogo.
1977
Anuar Sadat, presidente do Egito, vai a Jerusalém oferecer paz.
1978
Israel invade o sul do Líbano e ataca bases de guerrilheiros palestinos. Acordos de Camp David assinados pelo Egito, Israel e EUA.
1979
Egito e Israel assinam tratado de paz.
1981
Guerra de Katyusha entre a OLP e Israel no Líbano. Anuar Sadat é assassinado por militantes egípcios durante um desfile militar em comemoração à vitória da guerra de 1973. 23
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1982
Israel invade novamente o Líbano numa ofensiva maciça contra a OLP. As forças israelenses chegam aos arredores de Beirute. Depois do cerco, a OLP deixa o Líbano, estabelecendo quartéis em Tunis, na Tunísia, e espalhando seus combatentes por todos os países árabes. Massacre de refugiados palestinos nos campos de Sabra e Shatila, no Líbano, estimulado por Ariel Sharon. Líbano e Israel assinam armistício.
1985
A força aérea israelense ataca os quartéis da OLP em Tunis. Começa a intifada palestina no Faixa de Gaza e na Cisjordânia, ocupados por Israel. Khalil al-Wazir (Abu Jihad), líder palestino, é assassinado por comandos israelenses em Tunis. O Conselho Nacional Palestino declara um Estado palestino independente. Arafat reconhece Israel e renuncia ao terrorismo nas Nações Unidas em Genebra. Os EUA concordam em abrir o diálogo. Começa a emigração em massa dos judeus soviéticos para Israel, estabelecendo-se no território palestino ocupado por Israel.
1992
O Partido Trabalhista de Izak Rabin vence as eleições em Israel e inicia diálogo com a OLP.
1994
O colono judeu Baruch Goldstein assassina muçulmanos palestinos que rezavam na mesquita de Hebron. 24
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Acordo do Cairo entre Israel e a OLP. Tratado de Paz entre Israel e a Jordânia: no gramado da Casa Branca, Rabin, Peres e Arafat apertam as mãos; os três recebem o Prêmio Nobel da Paz. As forças israelenses começam a se retirar de Jericó e da Faixa de Gaza. 1995
Rabin é assassinado por um extremista judeu numa caminhada pela paz em Tel-Aviv.
1996
Benjamin Netanyahu se torna primeiro-ministro de Israel.
1998
Acordo de Wye River entre Netanyahu e Arafat.
2000
Israel se retira do Líbano. Insurreição palestina. Colapso final do Acordo de Wye, quando os palestinos rejeitam o plano israelense que manteria grandes áreas da Cisjordânia sob controle de Israel. Num lance de provocação, Ariel Sharon visita o al-Haram alSharif, o Templo do Monte, detonando a intifada Al-Aqusa.
2001
Ariel Sharon é eleito Primeiro-Ministro de Israel. A discoteca Dolphinarium, em Tel-Aviv, é destruída num ataque suicida. Atentado suicida à bomba da Jihad islâmica à pizzaria “Sbarro” em Jerusalém. Israel assassina Abu Ali Mustafá. Partido da Frente de Libertação da Palestina assassina o Ministro do Turismo Israelense Rehav’am Ze’evi. 25
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2002
Israel monta a operação “Muro de Defesa” em retaliação aos bombardeios suicidas. Invasão do campo de refugiados de Jenin e de cidades da Cisjordânia. O Presidente Arafat é aprisionado no complexo “Mukata” em Ramallah. Fim do cerco ao Mukata e à Igreja da Natividade. Israel começa a construção da “Cerca de Separação”. O Presidente Bush pede a retirada de Israel e a formação de um Estado Palestino, mas insiste que a Autoridade Nacional Palestina seja reformada e que seus líderes sejam substituídos.
2003 Conferência de grupos palestinos no Cairo. Ariel Sharon é reeleito Primeiro-Ministro. 2004 Morre Yasser Arafat 2005 Colonos judeus são retirados da Faixa de Gaza, devolvendo com isso parte das terras tomadas da Palestina. Ariel Sharon sofre derrame, jamais retornando à vida pública, até sua morte. Fonte: O Conflito Israel-Palestina, São Paulo, Editora Palíndromo, 2006
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