“Liguei minha vida a Cruz de Cristo”
Em meio de tantos conflitos, onde diversas pessoas abraçavam o sacerdócio como fonte de renda pessoal, São Caetano já ordenado sacerdote diz esta celebre frase: “Liguei minha vida à Cruz” Ora esta frase é o centro de toda espiritualidade de São Caetano, que era um homem rico que se despoja de tudo, passando a viver na pobreza, a serviço do próximo. Além deste ato de doação devemos analisar o significado desta frase, que possui muito poder. Inicialmente devemos voltar um pouco mais no passado, para ser mais preciso durante o período em que Cristo viveu em meio aos homens. A Cruz hoje que para nós cristãos é símbolo de fé, e de vitoria certamente no tempo de Jesus era como motivo de escândalo (1 Co, 17-23), também era instrumento de aplicação de pena de morte para as leis do Império Romano. Todavia só era julgados a morte de cruz, os escravos, estrangeiros e criminosos que não eram cidadãos Romanos, se constituía em uma morte agonizante e cruel, o prisioneiro sofria fome e sede insuportável, que lhe davam convulsões, a morte ocorria em um prazo de quatro a seis dias, porem com Jesus seu sofrimento foi tão intenso que sua morte durou cerca de seis horas. Sendo assim devemos nós perguntar como um homem, gostaria de ligar sua vida a cruz do próprio Cristo, como já falamos Caetano de Thiene, por sua vez queria ligar sua vida a cruz. Em uma carta que escrevia ao seu amigo Bartolomeu Scaini, Caetano dizia: “Ninguém, eu em particular, tem a semelhança, nem interior e nem exterior, com nossa Cabeça, Cristo”. Porém Caetano busca reproduzir em sua vida exatamente esta semelhança, com total consciência e humildade que não poderia ser como o Mestre, eis o início de uma reforma silenciosa de Caetano. Ademais, mais que uma reforma pessoal Caetano ao utilizar esta frase: “Liguei minha vida à Cruz”, assumindo para si as dores de Cristo na cruz, no sentido de querer sanar as chagas de Cristo na Cruz. Desta forma vai ao encontro dos mais necessitados, procurando viver de forma mais digna seu sacerdócio. Devemos lembrar que na época de Caetano os padres viviam uma grande depravação, vendas de indulgências, de não atender o povo com a fidelidade que lhe é imposta ao exercício dos ministérios. Sem. Marcos Segundo