Santo André Avelino - Sem. Carlos Garcia

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Santo André Avelino. Eucaristia e devoção a Maria na Espiritualidade Teatina

Posso afirmar uma grande compenetração de espírito e de ideais entre a espiritualidade de Avelino com a da Ordem Teatina. Tanto se parecem que pode-se considera-lo como discípulo e o mais ilustre maestro da espiritualidade que promoveu São Caetano. Aconselhava sempre aos seus formando a imitarem ao Fundador e aos primeiros teatinos, desejando assim manter vivo a genuidade do espírito da Ordem, inspirando-se diretamente nos exemplos concretos daqueles primeiros homens. Sempre buscou nutrir em sua própria alma os sólidos princípios de vida espiritual que encontrava no seio da Ordem. Por exemplo, somente sua própria direção espiritual àqueles que um dia ele mesmo havia guiado pelos caminhos do Espírito. Em sua ascese é evidente não apenas a fisionomia teatina do combate espiritual, como também uma espécie de elo de paz interior e de uma imperturbável tranquilidade de espírito, que forma a característica do otimismo espiritual. Esta paz e tranquilidade, este entusiasmo otimismo sobrenatural se fundamenta sobre uma confiança filial na Providencia Divina, a qual, vivida em espírito de abandono, eleva a vida espiritual um alto grau de íntima união com Deus. Santo André Avelino seguiu os passos de São Caetano de Thiene e assumiu como própria esta espiritualidade providencial. Segundo pensava Avelino, a espiritualidade teatina é prevalentemente apostólica. Uma vez formado e estabelecido solidamente na vida interior, deve estar disposto a abraçar a qualquer forma de apostolado que lhe indique a obediência ou a caridade. Sempre insistia, entre os religiosos, no amor e afeto pela família religiosa evitando qualquer sentimento de soberbia, também na necessidade de passar pela porta estreita que conduz à salvação (Lc 13,24/ Mt 7,13/ Filp 3,12/1Tim 6,12) Avelino contribui de modo decisivo a reforçar a direção primitiva do espírito da família religiosa, que se move principalmente em um estilo quase metódico e uniformemente ascético e ativo, e que ainda sem deixar os princípios unificadores da vida espiritual, insiste mais bem no esforço por combater os defeitos e a conseguir as virtudes. Este aspecto, devido a sua rigorosidade, não impede a possibilidade para a contemplação muito menos para a via mística, ao contrario, tende a preparar e a predispor a alma para os graus mais altos da vida interior. Nas figuras de André Avelino e de Caetano de Thiene me vejo unido e harmonizado os aspectos ascético-místico e apostólico da vida espiritual.


O principal aspecto da espiritualidade de André Avelino está no seu ardente amor a Cristo. Seu grande ideal é imitar a Jesus o mais perfeitamente possível, seguirlhe pelos mesmos caminhos e renunciar a tudo para poder unir se melhor a Ele. Buscar a Cristo e seguir-lhe. Este era o programa de vida e que sempre propôs aos seus filhos espirituais.

Espiritualidade Eucarística

Outro ponto característico de sua espiritualidade era seu ardente fervor pela eucaristia. Avelino acreditava que para sermos participantes dos méritos da Paixão, deveríamos receber-lhe na eucaristia com uma atual, ou pelo menos virtual, memória de seus sofrimentos. As imagens de André Avelino mostram a sua alma sacerdotal e eucarística. A missa era para ele um vivo encontro de amor; foi um apóstolo da comunhão, seguindo, assim, os passos de São Caetano e dos primeiros teatinos. Avelino, em suas direções espirituais, aconselhava sempre, além da comunhão, também a necessidade da confissão com frequência, pois considerava o sacramento da penitencia com um instrumento eficaz para adquirir uma consciência pura e sensível, e progredir dessa maneira, na vida espiritual e no caminho da perfeição. A comunhão e a confissão constituem os principais meios para avançar na virtude, e são condições para aqueles de desejam e amam purificar e embelezar a própria alma. Esta pureza de coração, no ensinamento de Avelino atrai sobre a alma o olhar de Deus e ajuda a unir-se com Ele; união que se reforça e se concreta na eucaristia e da qual Avelino estava sedento por unir-se e transformar-se em Cristo.

Espiritualidade Mariana

Sua devoção, além da eucaristia, estava acompanhada por um grande amor filial pela Virgem Maria, de quem se considera seu próprio filho também. Esta devoção, certamente, herdada por parte de sua mãe, Margarida Apelli, quem era devotíssima de Nossa Senhora. Avelino a proclama como sua protetora e intercessora junto a Jesus na hora de suas lutas para conservar sua pureza, nos esforços por vencer-se a si mesmo e


crescer constantemente na santidade. Além de protetora, a considera também como mestra da vida espiritual e modelo de humildade. Nos seus escritos sempre fazia alusão a Maria como aquela que solicita nossas necessidades no Céu. Sua homenagem preferida era que todos os dias ofereciam a Maria sua a meditação e a reza do terço.

Sem. Carlos Eduardo Garcia Pedroso


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