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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Segunda-feira, 17-03-2014 Edição às 08h30

Editor Raul Santos

Faltam "braços" no Serviço Social, mas "não se pode fechar a porta a quem pede ajuda" Natalidade tem de ser colocada na agenda política. “A situação é demasiado grave” Miguel Cadilhe: “A democracia está mal. Não segrega a tempo os puros sacanas” "Reduziram-nos a animais". O relato na primeira pessoa de um sequestrado pelo Estado Islâmico Médicos espanhóis Aberto inquérito à Recordações da convidados a "lista VIP" de Casa Cor-de-Rosa darem uma ajuda a contribuintes Portugal CRISTINA SÁ CARVALHO

Nova nota de 20 euros tem uma segurança adicional

Em 14 anos, só 5,5% dos "habeas corpus" foram aprovados

LIGA DE CLUBES

Duque revela buraco financeiro da Liga e admite redução de clubes


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Miguel Cadilhe: “A democracia está mal. Não segrega a tempo os puros sacanas” Antigo ministro das Finanças faz um diagnóstico grave do estado de saúde da democracia

Faltam "braços" no Serviço Social, mas "não se pode fechar a porta a quem pede ajuda" No Dia Mundial do Serviço Social, que se assinala esta terça-feira, a associação de profissionais do sector adverte para a perda, nestes anos de crise, de um terço dos efectivos. Ou seja, há menos gente numa fase em que aumentam os casos a que é necessário acorrer.

Miguel Cadilhe lamenta que a democracia deixe ficar os sacanas em detrimento dos honrados. Foto: Lusa

A democracia, muitas vezes, escolhe quem não presta, o puro sacana. A opinião é do economista Miguel Cadilhe, que identifica um quadro de crise no regime e lamenta que nem sempre a democracia privilegie os melhores e mais dignos. “Por vezes, a democracia escolhe pessoas que não prestam. Como é que a democracia nem sempre distingue a tempo e não segrega os políticos de pouca diligência, de débil carácter, puro sacana, velhaco? Por vezes, o grande venal?, questionou durante a sua intervenção no Clube dos Pensadores, em Vila Nova de Gaia, na segunda-feira à noite. “A democracia deveria ter mecanismos de alerta. E tem, mas funcionam mal e tarde. E por vezes a democracia afasta os melhores e flagela o mérito, a honra, a rectidão”, acrescentou Cadilhe. O antigo ministro das Finanças lamenta ainda que não tenha surgido nos últimos anos um verdadeiro reformador e que não se tenha promovido qualquer reforma do Estado. Neste quadro, as previsões de Miguel Cadilhe para o futuro próximo não são as melhores: “Já não é o político A ou B que avistamos. Já não é um Passos ou um Costa, pessoas de bem. Não são esses quem importa. Já cheguei a uma fase da vida em que conclui que é preciso estar acima disso, porque a democracia não está bem. Ora, desse mal ruim, as eleições de 2015, que estão aqui à porta, nada vão tratar e resolver, infelizmente, o que é grave e muito muito delicado”.

Por Teresa Almeida

A presidente da Associação de Profissionais de Serviço Social denuncia que a falta de profissionais e a crescente procura de apoios está a afectar o normal funcionamento do sector. O número de assistentes sociais caiu, há técnicos pouco qualificados e, assim, o apoio às famílias carenciadas pode estar comprometido. Em declarações à Renascença, Fernanda Rodrigues lembra que o serviço social é a área profissional que mais directamente trabalha com os problemas gerados pelo desemprego e pela pobreza. Com o agravamento destas realidades e a diminuição, em cerca de 30%, do número de técnicos, as dificuldades aumentaram, tanto para quem ajuda como para quem pede apoio. “A enorme contenção na contratação de profissionais, que impediu o sector de repor o número de saídas, está a afectar a qualidade da reposta aos problemas sociais", sublinha a presidente da Associação de Profissionais de Serviço Social. De acordo com Fernanda Rodrigues, as pilhas de casos repartidos por cada assistente social é elevada, o que impede uma resolução rápida dos problemas. "Há profissionais que chegam a ter 250 a 300 casos nas mãos, o que é impossível”. "A qualidade do serviço prestado pode ficar em causa, mas, como não há mais ninguém, não se lhes fecha a porta, não podem fechar”.


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Outro problema junta-se ao da sobrecarga de trabalho. Nesta terça-feira em que se assinala o Dia Mundial do Serviço Social, a presidente da associação do sector previne para outro custo do problema, precisamente o financeiro: “O adiamento de uma resposta a um problema social significa o seu agravamento e, muitas vezes, implica também que os custos da sua resolução em tempo posterior fiquem muito mais dispendiosos”. Neste quadro, Fernanda Rodrigues aponta como "razoável" um regresso ao número de funcionários existente antes da crise já seria razoável. "Nestes últimos anos de austeridade, seguramente, os serviços ficaram esvaídos de cerca de 30% dos profissionais. Por isso, imagino que uma reposição de alguma coisa equivalente poderia significar um desafogo relativamente às condições em que se trabalha”. "Voltar aos números anteriores já não seria mau", remata, reforça. Dia Mundial do Serviço Social

Natalidade tem de ser colocada na agenda política. “A situação é demasiado grave”

Na sua opinião, com o agravamento da crise de natalidade que o país vem atravessando e que se tem acentuado desde 2000, o próprio modelo de Estado Social pode estar em causa. “A situação é demasiado grave, mas a generalidade das pessoas não tem consciência da gravidade da situação em termos de futuro: compromete claramente o tipo de vida que construímos ao longo destes 40 anos e a sobrevivência do próprio modelo de Estado Social”, sustentou. Aos jornalistas, o coordenador da Comissão Independente para uma Política de Natalidade em Portugal reiterou a necessidade de voltar a trazer o tema para os debates da actualidade. “O debate que houve na Assembleia da República, entre todas as forças políticas em torno desta questão, devia agora ser trazido para a luz dos seus resultados e devia ser discutido de novo”, concluiu.

Médicos espanhóis convidados a darem uma ajuda a Portugal Depois do incentivo aos clínicos portugueses para exercerem no interior do país, o Governo avança para os médicos espanhóis que prestem serviço perto da fronteira.

O investigador que presidiu à Comissão Independente para uma Política de Natalidade disse num seminário que a generalidade das pessoas não compreende que a falta de crianças ameaça o próprio estado social. O autor do relatório sobre natalidade, Joaquim Azevedo, alerta para a necessidade de se trazer para a agenda política o tema da natalidade, com “medidas coerentes” que combatam “o grave problema que o país tem entre mãos”. “Estamos com um problema muito grave nas mãos, como país, e temos de lhe responder com urgência. Propomos medidas de incentivo à natalidade em diferentes áreas, mas tem de haver um todo coerente”, alegou. Na sua intervenção no seminário: “A crise da natalidade e o futuro do país: temos respostas?”, que decorreu ao longo da tarde em Viseu, o professor catedrático Joaquim Azevedo, que presidiu a Comissão Independente para uma Política de Natalidade, recordou algumas medidas de incentivo à natalidade que figuram no relatório “Por um Portugal amigo das crianças, das famílias e da natalidade” 2015-2035, de que é autor. O documento, encomendado no ano passado pelo Partido Social Democrata (PSD) a uma equipa de 11 personalidades de várias áreas, propõe um conjunto de medidas nas áreas da fiscalidade, saúde, educação, trabalho e família, que visam a formulação de uma política de promoção da natalidade.

Ministro da Saúde inclui espanhóis no plano de repovoar de médicos o interior do país. Foto: Lusa

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, estende aos médicos espanhóis o convite para exercer a sua profissão no interior de Portugal. A medida dirige-se, sobretudo, aos clínicos que se encontram junto à fronteira. Ao que avança esta segunda-feira o “Diário de Notícias”, os interessados vão receber 2.700 euros brutos por mês, metade do que se ganha em Espanha. Mas, para colmatar essa diferença, o jornal diz que a Administração Central do Sistema de Saúde admite que os clínicos contratados possam trabalhar nos dois países. A ideia é recrutar até 115 médicos de família, para ajudar a combater as falhas nos cuidados primários de saúde no interior do país. O concurso já foi divulgado na Galiza, em Andaluzia, na Extremadura e em Castela e Leão.


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"Reduziram-nos a animais". O relato na primeira pessoa de um sequestrado pelo Estado Islâmico Uma foto com um assassinato brutal (via-se "sangue e restos de cérebro"). Comer restos. Insultos diários. Um ano depois, o jornalista espanhol Javier Espinosa quebra silêncio sobre o cativeiro às mãos dos terroristas. Esta é a história do prisioneiro 43.

Javier Espinosa. Foto: Paco Campos/DR Por Matilde Torres Pereira

Os números escondem a terrível realidade. 43: O número da camisola cor-de-laranja que Javier Espinosa era obrigado a vestir. 50: A idade do jornalista espanhol quando voltou do cativeiro na Síria às mãos do Estado Islâmico. 194: Os dias que passou detido. 365: Os dias que levou a ganhar coragem para contar a sua impressionante história. O relato, contado em crónicas publicadas no jornal espanhol "El Mundo", faz-se na primeira pessoa, com todos os pormenores crus de meses passados fora do tempo. "O fio do sabre roçava-me a jugular. Aos 'Beatles' – essa era a alcunha com que nos referíamos aos milicianos – sempre lhes agradou a encenação", conta. Nos primeiros dias de cativeiro, era comum o abuso verbal: "'O que vês na foto? Conta aos outros!', gritava "George" [um dos carcereiros]. Queria que eu descrevesse o instante em que decapitaram Sergei antes de o executar. 'Diz-me, o que vês!?' - Vejo Sergei, está morto, tem sangue e restos de cérebro na barba. 'Sim, mas o que não vês é o enorme buraco que a bala lhe fez na nuca'." "Ao segundo dia de cativeiro", descreve Espinosa, "decidi pedir a Abu Bara [um dos carcereiros] que me ensinasse a rezar. Uma decisão inspirada no mero instinto de sobrevivência, mas que acabou por ser uma das únicas coisas positivas de todo o sequestro. Com o tempo, orar tornou-se dos únicos instantes de relaxamento de que disfrutaria."

Dias mais tarde, cruza-se com outro carcereiro: "Abu Dhar foi honesto. 'Odeio-vos', disse, 'sem sequer os conhecer. Odeio os cristãos'." O relato contém episódios verdadeiramente impressionantes. Como a vez em que Espinosa e o seu companheiro de viagem, o fotojornalista Ricardo García Vilanova, tiveram de comer os restos mastigados deixados pelos raptores. "Reduziram-nos a simples animais. Uma vez deram-nos arroz. Tinham deixado ossos roídos de frango por cima, comidos por algum carcereiro. Como se fôssemos os seus cães." "Éramos réus da intolerância, mas, pela minha mulher e pelos meus filhos, tinha que resistir", escreve. "Numa outra ocasião encontramos uma mãe presa com a sua filha", lembra o jornalista espanhol. "A menina não teria mais de dois anos, só pronunciava monossílabos. Às vezes o carcereiro deixava-a sair para correr pelo corredor. Podíamos vê-la através de uma frecha na porta. Chamava 'tio' em árabe àquele corpulento militante encapuzado. Uma imagem devastadora. Os disparos isolados eram uma constante. Um só tiro de pistola. Nunca pudemos confirmar do que se tratava, mas Ricardo estava convencido de que eram execuções." "O interrogatório era um simples exercício de aparências. O nosso destino estava fixado. Formávamos parte do projecto 'Guantánamo' (…) O projecto de estabelecer uma Guantánamo de extremismo islâmico não durou nem duas semanas. Desvaneceu-se em princípios de 2014, quando as hostes do EI tiveram de evacuar a região." James Foley: "Passavam-se com ele" Uma das razões pela qual Espinosa se recusou a contar a sua história até hoje foi o medo de alguns antigos companheiros de cela virem a sofrer represálias. Outra razão foi o respeito pela memória dos colegas entretanto executados, nomeadamente, o norteamericano James Foley. Numa tentativa de fuga deste, conta Espinosa que "a guarda descobriu o britânico [Cantlie, colega de Foley] quando escorregou pelo muro. Foley podia ter tentado seguir sozinho, mas preferiu entregar-se. 'Não posso deixar o John sozinho', disse. Os 'Beatles' não eram fáceis de comover. Pelo contrário. James sempre foi uma das suas vítimas favoritas. Passavam-se com ele. Talvez porque o jornalista norte-americano aguentava as torturas com um estoicismo inaudito". Os jihadistas chamaram "Guantánamo" ao local na Síria onde mantinham os estrangeiros em cativeiro. "Como a sua homóloga americana, era um compêndio da insanidade", escreve Espinosa no "El Mundo". "Ao pé do comportamento sádico e violento de George, John e Ringo, Paul – chefe dos carcereiros de 'Guantánamo' – optou por pregar (…): 'nós apontamos, Alá é que dispara'", afirmava. Em Raqqa, já no fim do cativeiro, Espinosa voltou a encontrar Foley depois de dias sem saber do seu paradeiro. "O seu físico não podia ocultar os longos meses de penúrias. Estava envelhecido, adelgaçado. Mas continuava a manter aquele espírito inquebrável que o caracterizava." Mesmo tendo sobrevivido a episódios inenarráveis, Javier Espinosa conseguiu resgatar alguns episódio de humanidade. Como o tabuleiro de xadrez que fez com Ricardo Vilanova através de caixinhas de queijo. O


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resto, fica para a sua história. A história do prisioneiro número 43. CRISTINA SÁ CARVALHO

Recordações da Casa Cor-de-Rosa A superficialidade vingou como resposta ao horror do vazio que a presença invasiva de inúmeros ecrãs foi gravando na raça humana. Disso faz prova a forma como a necessária pré-campanha eleitoral foi substituída por um simulacro patético e pateta de corrida presidencial, ou de como o barulho das luzes nos distrai daquilo que está, literalmente, à nossa frente.

Os cidadãos das sociedades contemporâneas não têm motivação nem capacidade para pensar. Como quem não pensa também não se interroga sobre a necessidade de pensar, a questão incomoda cada vez menos gente. Sendo um fenómeno transversal e omnipresente, é mais grave quando atinge sectores estratégicos da sociedade, como a governação política. José Gil, um representante dos rebeldes incomodados, explicou ao jornal i que os media, transformados na mensagem, foram-nos progressivamente esvaziando a competência de problematizar. A superficialidade vingou como resposta ao horror do vazio que a presença invasiva de inúmeros ecrãs foi gravando na raça humana. Disso faz prova a forma como a necessária pré-campanha eleitoral foi substituída por um simulacro patético e pateta de corrida presidencial, ou de como o barulho das luzes nos distrai daquilo que está, literalmente, à nossa frente. Gil deseja menos superficialidade aos políticos e, de um modo geral, todos pretendemos ser governados pelos melhores. Mas a democracia e o seu poder, que aponta como objetos urgentes de análise, é um governo dos iguais, não dos superiores. Merecemos, pois, o que temos? Essa também é uma questão que vale algum esforço cerebral. De qualquer forma, antes de começarmos a limpar da alma as decrépitas e humilhantes recordações da Casa Cor-de-Rosa, desfrutaremos da possibilidade de escolher um governo. Dava-nos jeito perceber que ideias e projectos vão estar em jogo. Como fazendo as contas aos "deve" e aos "haver" desta legislatura, as políticas de educação apresentam

inquestionável saldo negativo, faço a minha parte cidadã e deixo duas reflexões alheias, em que me revejo, pois sugerem perspetivas alternativas e transformadoras. Nicholas Hénin foi entrevistado pela colega Isabelle Kumar, uma relevante Global Conversation da Euronews sobre o inquietante fenómeno do Estado Islâmico e a atracção que exerce sobre os jovens ocidentais. Hénin, que escreveu "Jihad Academy" (Fayard, 2015), dá na mouche quando se trata de perceber o papel do ocidente na fabricação destes novos terroristas: "O assassínio do museu hebraico na Bélgica, em maio de 2014, tinha uma ideologia mais baseada na televisão francesa do que no Corão", disse. E sobre como compreender o mundo que nos rodeia proponho o trabalho de um excelente investigador português, José Machado Pais. "Sexualidade e Afectos Juvenis" (ICS, 2012) é um estudo interessantíssimo sobre as variáveis que moldam a conduta sexual. Mereceu uma anódina apresentação de um desconhecido secretário de Estado mas, apesar de colocar questões relevantes aos estereótipos que vamos construindo sobre os adolescentes e de questionar, com propriedade, a visão higienista da educação sexual proposta pelo anterior governo socialista, não foi suficiente para provocar o actual gabinete relativamente ao progressivo desaparecimento da educação da sexualidade das escolas. Há nesta legislatura uma inércia consentida, ou um apagamento planeado, não sei, relativamente a questões essenciais nas sociedades modernas. A sexualidade e a prevenção das suas desordens é uma delas, tal como a surdina, circunstancial ou imposta, com que se tratam os problemas, crescentes, do par perfeito que é o consumo de drogas. Entretanto, as televisões persistem na senda de criar dependência e consumo por via do choque e dos horrores. A contabilidade das mortes pelo terrorismo faz rodapés constantes, a chacina às mãos da violência doméstica é tão extensa e horrenda que pouco falta para reagirmos com total indiferença. No meio disto tudo, gostava que os candidatos a primeiro-ministro me explicassem qual é a sua visão de pessoa. Não procuro um rei-filósofo, mas uma política ética e inteligente é boa até para a economia.

Aberto inquérito à "lista VIP" de contribuintes O acesso à alegada lista teria motivado inquéritos aos funcionários das Finanças. O Ministério das Finanças solicitou à Inspecção-geral de Finanças (IGF) a abertura de um inquérito sobre a alegada existência de uma lista de contribuintes na Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), cujo acesso pelos funcionários é vigiado pelas chefias. Este inquérito "destina-se a realizar o apuramento de todos os factos relativos a este assunto", pode ler-se no


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comunicado. O Governo e a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças já negaram a existência desta lista, avançada pela revista "Visão". Mas o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos tem sucessivamente reafirmado a sua existência, confirmando a existência de funcionários com processos internos por terem consultado esses nomes. O presidente do sindicato disse à Renascença na semana passada que Pedro Passos Coelho é um dos nomes que consta da alegada lista. No comunicado, o ministério justifica que solicitou o inquérito "tendo em conta notícias vindas recentemente a público". O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais admitiu processar a "Visão" que noticiou este caso. O gabinete de Paulo Núncio emitiu uma nota desmentindo a notícia e acrescentou que agirá judicialmente contra a revista. A medida anunciada esta segunda-feira pelo Ministério das Finanças não satisfaz, porém, o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, uma vez que "a tutela política é a mesma e este caso é iminentemente político". “Esta medida não chega. O que nós solicitámos é que seja feita uma peritagem à Autoridade Tributária e Aduaneira, independente e supervisionada pela PGR. Isto sim, de facto, poderá ajudar a esclarecer esta situação”, defende Paulo Ralha, do sindicato. [Notícia actualizada às 20h04]

Parceiros sociais a uma só voz: a energia é cara em Portugal Da CGTP aos patrões, todos dizem que é fundamental baixar os custos para melhorar a competitividade. Por isso, Península Ibérica deve deixar de ser uma "ilha" do ponto de vista energético. Os parceiros sociais são unânimes: o preço da energia é uma das principais preocupações para as empresas e famílias portuguesas. Por isso, é fundamental baixar os custos para melhorar a competitividade. Este foi um dos temas em cima da mesa na reunião que juntou esta segunda-feira confederações patronais e sindicais com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, antes da reunião do Conselho Europeu que vai decorrer na próxima quinta e na sexta-feira. Para o líder da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, a união energética com Espanha e França "é um factor determinante" para a economia e competitividade das empresas e é fundamental que seja concretizada até 2020. "Não devemos discutir se a energia é cara ou barata, mas se é competitiva e a portuguesa não é", disse, comparando os custos com outros parceiros comerciais como os Estados Unidos.

O presidente da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, saiu da reunião com "algumas pistas positivas" quanto à interconexão, que disse ser "essencial para baixar os custos" mas não se mostrou inteiramente confiante. "Já tem havido alguns compromissos de França sem concretização", argumentou. Também a presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, considerou "fundamental que a União Europeia comece a pensar num melhor equilíbrio dos custos energéticos para as empresas e famílias" pois "só assim Portugal pode ser mais competitivo". Já para o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, o que está em causa nas interligações energéticas "é perceber para que serve e a quem vai beneficiar". "A interligação com Espanha e França, se for com o objectivo de dar ganhos aos accionistas é mau, mas se for para baixar o preço da electricidade é positivo", afirmou o sindicalista, acrescentando que não lhe parece que esteja a ser seguido esse caminho, e sim "o da protecção dos grandes lóbis". Os governos de Portugal, Espanha e França assinaram uma declaração na qual se comprometem a trabalhar em conjunto para que a Península Ibérica deixe de ser uma "ilha" do ponto de vista energético, com uma meta de 10% de interconexões até 2020.

Trabalhadores da PSA Mangualde. Energia não pode ser "bode expiatório" para fecho O português que lidera a PSA – Peugeot Citroën voltou a avisar sobre os custos de energia e de transporte em Portugal. Os trabalhadores dizem que estão a ser discriminados e pedem não se "brinque" com o futuro de 800 pessoas.

Foto: Lusa Por João Carlos Malta

O porta-voz da Comissão de Trabalhadores da fábrica da PSA – Peugeot Citroën de Mangualde, Jorge Abreu,


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diz à Renascença que a questão da energia não pode ser usada como "bode expiatório" para fechar o centro de produção. A fábrica tem um futuro incerto por causa de razões antigas: os custos de energia e de transporte em Portugal. O tema voltou há dias às páginas dos jornais graças a novas declarações do português que lidera a PSA. "Estamos a assistir a um jogo de pingue-pongue do Governo, por um lado, e da EDP, por outro", disse Carlos Tavares ao "Expresso" (edição de 9 de Março). "Demos um alerta bem forte há cerca de um ano, portanto tivemos um ano para trabalhar, o que significa que já passou tempo suficiente para resolver um problema como este". Carlos Tavares tem dito repetidamente que os custos energéticos em Portugal valem mais 40% do que nas fábricas francesas do grupo. É só "fazer contas" Para Jorge Abreu urge clarificar a questão. Diz que não é difícil comparar os números, mas que até agora nas reuniões com as várias entidades envolvidas no processo cada uma dá um valor. "Não é muito difícil fazer contas sobre os custos energéticos e provar se o senhor Carlos Tavares tem razão ou não. Não andem a brincar com estas situações e não as usem como bode expiatório para não atribuir modelo [automóvel] num 'timing' próximo", diz Jorge Abreu. "Seria muito mau para um português ficar na história pelo negativo", vinca. Para os 800 trabalhadores da fábrica, o tempo urge. "Nos 50 anos de história do grupo estamos habituados a viver em risco. E isso é muito mau. É meio século de sofrimento", reconhece Jorge Abreu. "É importante que no imediato e no curtíssimo prazo sejam tomadas decisões", vinca. "Há um empurrar não só entre a EDP e o Governo, mas também entre outras entidades – AICEP, empresa, a própria direcção de Madrid-Vigo-Mangualde", defende. "Cada dia que passa o desgaste é maior", prossegue. "A incerteza aumenta e só demonstra uma coisa: os anos passam, os governos mudam e as administrações também, mas não aprendem com os erros do passado." No ano passado, saíram da fábrica de Mangualde 53.510 veículos, menos 5,6% do que em 2013, o que permitiu atingir um volume de vendas de aproximadamente 460 milhões de euros. Autarca: Mangualde será "fundamental" Questionada pela Renascença sobre o andamento destas negociações, a EDP respondeu que não faz comentários sobre este assunto. O presidente da Câmara de Mangualde João Azevedo lê de outra forma as declarações de Carlos Tavares ao "Expresso". Coloca o encerramento de lado. "Não tenho essa informação", diz de forma liminar. "Tenho a convicção que a fábrica vai ter um novo modelo. Mangualde será uma peça fundamental na estratégia do grupo", diz o autarca. Menos convictos estão os trabalhadores. Queixam-se de não serem tratados de forma igual dentro do grupo PSA. A fábrica de Mangualde é um dos pólos de produção dentro da unidade que agrega, além da unidade portuguesa, Vigo e Madrid. "Temos cada vez mais certezas e é por demais evidente

que Mangualde está a ser tratado de forma desigual em relação aos outros centros e às outras fábricas da Europa. Temos de olhar para França e, se falamos de custos, temos de ver como é que são atribuídos novos modelos a França. É uma pergunta que deixo no ar", acusa Jorge Abreu. O trabalhador solidifica a argumentação com a qualificação sobre os salários praticados em Mangualde feita por Tavares. O CEO da PSA rotulou-os de "competitivos". Abreu discorda: "O custo de mão-de-obra não é unicamente competitivo, é 50% mais barato do que em Vigo" Não proteger PSA seria um "erro" Na vertente política, Carlos Tavares pressionou o Governo português ao dizer, na mesma entrevista ao "Expresso", que quer evitar uma eventual decisão drástica que passe por transferir para Vigo a produção de Mangualde. "Não acredito que os nossos governantes não pensem no futuro. Nem quero colocar essa hipótese, porque não faz sentido. Continuo a apostar em que se vai chegar a uma decisão feliz", disse Tavares. "Não proteger a indústria de montagem de automóveis seria um erro muito grave para o país." Fonte do Governo diz à Renascença que há um grupo de trabalho criado pelo ministro da economia, António Pires de Lima, no qual o secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves, tem mantido contactos muito próximos com a PSA. A mesma fonte diz que em breve haverá novidades.

Fraudes na Metro do Porto valem 17% das receitas Um relatório anterior apontava perdas de 2% por não pagamento de bilhete, mas o estudo feito pela nova concessionária indica que o montante é muito maior.

Metro do Porto sofria desvios de receitas que atingiam os 17%. Foto: RR Por Sandra Afonso

O metro do Porto perdeu até 17% das suas receitas devido a fraudes como, por exemplo, o não pagamento de bilhete por parte dos passageiros. Os números são avançados à Renascença por fonte do


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Ministério da Economia, com base nas conclusões a que chegou um estudo feito pela nova concessionária do metro portuense. O estudo, realizado pelo consórcio espanhol que venceu a concessão dos transportes públicos do Porto, detectou níveis de fraude significativa no metropolitano, com fugas de 17%. O número é muito superior aos 2% identificados noutro estudo, realizado pela anterior administração e autoridade metropolitana. Ainda segundo fonte do Ministério da Economia, a nova equipa já apresentou medidas para combater a situação, que podem aumentar as receitas em dois a quatro milhões de euros por ano, sendo que a maior parte deste dinheiro entra directamente nos cofres do estado. Em Lisboa, já tinha sido identificada um nível de fraude em rede aberta, entre 15 e 30%. No total a subconcessão dos transportes do Porto vai permitir poupar mais de 150 milhões de euros, durante os dez anos do contrato. O processo deverá estar concluído até 31 de Julho e a assinatura do contrato está prevista apenas para Abril. O governo decidiu prorrogar por mais três meses o contrato, devido a atrasos burocráticos e à apresentação de providências cautelares, que têm sido todas recusadas. Em Lisboa, o concurso público para a subconcessão do Metro e da Carris deverá ser lançado ainda esta semana. Fonte da tutela garante que há "um forte interesse por parte de concorrentes internacionais" e espera poupanças de 170 milhões de euros.

Advogado de Sócrates: "Não há pesadas derrotas. Foi, pelo contrário, um bom avanço" Supremo Tribunal de Justiça rejeitou, esta segunda-feira, o pedido de libertação imediata de Sócrates. Depois de visitar o exPM, João Araújo classifica decisão como "um bom avanço".

Foto: António Cotrim/Lusa

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o pedido de libertação imediata (habeas corpus) de José Sócrates, mas o advogado do ex-primeiro-ministro vê o acórdão como "um bom avanço". "Isto não é um jogo de futebol, não há pesadas derrotas. Foi, pelo contrário, um bom avanço", disse João Araújo, em declarações aos jornalistas. João Araújo, acompanhado pelo outro advogado de defesa, Pedro Delille, falava à saída do Estabelecimento Prisional de Évora, após uma reunião com José Sócrates, que aí se encontra em prisão preventiva desde Novembro do ano passado. O Supremo Tribunal de Justiça rejeitou esta segundafeira o pedido de libertação imediata de Sócrates apresentado pela defesa do ex-primeiro-ministro, num caso que teve como relator o juiz-conselheiro Santos Cabral. "O 'habeas corpus' não é o meio adequado para impugnar as decisões processuais ou arguir nulidades e irregularidades processuais, as quais terão de ser impugnadas através de meio próprio", lê-se na fundamentação da rejeição do pedido de libertação do ex-primeiro-ministro. É ainda indicado que, "sem embargo da relevância das questões suscitadas pela defesa de José Sócrates e da sua importância processual, o STJ entende que as mesmas não podem fundamentar a providência requerida". O Supremo entende ainda que o 'habeas corpus' constitui um mecanismo expedito que visa pôr termo imediato a situações de prisões manifestamente ilegais, sendo a ilegalidade directamente verificável a


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partir dos factos documentados".

Em 14 anos, só 5,5% dos "habeas corpus" foram aprovados De 2000 a 2014, o STJ recebeu 1.833 pedidos de libertação imediata de arguidos, dos quais 100 foram concedidos. Esta segunda-feira o arguido em análise é José Sócrates.

Ana Gomes não desiste do processo dos submarinos e vai recorrer O contrato da compra dos dois submarinos por mil milhões ocorreu em 2004, quando o primeiro-ministro português era Durão Barroso e o ministro da Defesa era Paulo Portas.

Foto: Lusa

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que vai analisar esta segunda-feira o pedido de libertação imediata de José Sócrates apreciou o ano passado 124 pedidos de "habeas corpus", tendo concedido seis, segundo fonte deste tribunal superior. Globalmente, de 2000 a 2014, o STJ recebeu 1.833 pedidos de libertação imediata de arguidos - "habeas corpus" - tendo concedido 100. Ou seja: esta ferramenta judicial tem uma taxa de sucesso para os requerentes que ronda os 5,5%. Em 2013, chegaram ao Supremo 153 pedidos de libertação imediata, tendo o tribunal diferido quatro. No ano de 2012 chegaram ao tribunal 122 pedidos de libertação imediata, dois dos quais foram concedidos, enquanto em 2011 dos 107 pedidos de "habeas corpus" entrados apenas um foi concedido. Em 2010, dos 113 pedidos de libertação imediata entrados, foram concedidos quatro, enquanto em 2009 deram entrada 105 pedidos. Foram concedidos sete. No ano de 2008, foram solicitados 134 pedidos de libertação imediata, dos quais 11 foram concedidos, e, em 2007, deram entrada no STJ 158 pedidos, dos quais 12 tiveram resposta positiva. Em 2006, o Supremo Tribunal de Justiça recebeu 126 pedidos de libertação imediata, tendo concedido cinco, e, em 2005, dos 130 pedidos entrados apenas sete tiveram resposta positiva. Dos 135 pedidos de "habeas corpus" entrados no Supremo em 2004 foram concedidos oito, em 2003, dos 153 pedidos feitos foram concedidos nove, em 2001 foram feitos 118 pedidos e concedidos dez, enquanto em 2001 derão entrada 113 pedidos e onze tiveram resposta positiva. No ano 2000, o Supremo recebeu 42 pedidos de libertação imediata, tendo concedido três.

Foto: Lusa

A eurodeputada socialista Ana Gomes anunciou que o seu requerimento de abertura de instrução no processo de aquisição dos submarinos foi indeferido, mas anunciou que vai recorrer da decisão do juiz, da qual discorda. Numa nota divulgada esta segunda-feira, em Bruxelas, a deputada ao Parlamento Europeu indica ter tido conhecimento, através dos seus representantes legais, "que foi proferido pelo juiz de instrução despacho a indeferir o requerimento de abertura de instrução" que apresentou, como assistente ao processo de investigação sobre a aquisição dos submarinos. Segundo Ana Gomes, o juiz entende não poder ser aberta instrução por inadmissibilidade legal do requerimento, considerando no despacho que o requerimento de abertura de instrução apresentado "está longe de constituir uma acusação alternativa susceptível de ser integralmente confirmada em sede de pronúncia e ulteriormente submetida a julgamento". "Discordo deste entendimento e considero que os factos já apurados pelo Ministério Público - aliás, reiterados no despacho do Juiz de Instrução - são de excepcional gravidade. Assim, recorrerei da decisão do juiz para o tribunal competente", anuncia Ana Gomes. A 29 de Janeiro passado, Ana Gomes anunciou, em Lisboa, que, como assistente do processo (arquivado pelo Ministério Público), requereu a abertura de instrução, contestando que os crimes de corrupção, prevaricação de titular de cargo político, fraude fiscal e branqueamento de capitais estejam prescritos. Defendeu na ocasião que "há elementos que justificam uma investigação ao património de Paulo Portas", que como ministro da Defesa (2002 a 2005), teve um "papel relevante" no negócio da compra, e sustentou que


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"Durão Barroso também devia ser investigado. No requerimento, a eurodeputada contesta que não existam já no processo indícios suficientes da prática destes crimes e que não seja possível obter prova dos mesmos através de mais diligências, designadamente tendo em conta a informação pública sobre o Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (GES), que "é relevante e deve ser investigada". O contrato da compra dos dois submarinos por mil milhões ocorreu em 2004, quando o primeiro-ministro português era Durão Barroso e o ministro da Defesa era Paulo Portas. Este último, dirigente do CDS/PP e actual vice-primeiro-ministro, foi ouvido este ano pelo Ministério Público, como testemunha, durante a investigação. O negócio da compra por Portugal daqueles submarinos alemães (baptizados de Arpão e Tridente) disponibilizou, aos quatro arguidos e a membros do Grupo Espírito Santo (GES), 27 milhões de euros, mas o Ministério Público não conseguiu obter provas sobre os fluxos financeiros e arquivou o caso.

Passos diz que Salgado queria 2,5 mil milhões de euros para salvar BES É o que diz Passos Coelho nas respostas que enviou à comissão de inquérito sobre o BES. O então presidente do BES queria linhas de financiamento de longo prazo, mas Passos terá respondido que o Governo não o podia ajudar.

Foto: Lusa

Pedro Passos Coelho confirmou, esta segunda-feira, que Ricardo Salgado lhe pediu ajuda para salvar o Grupo Espírito Santo (GES). O primeiro-ministro respondeu às questões que lhe foram colocadas no âmbito da comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES, confirmando que Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, solicitou a sua ajuda. Passos Coelho relatou que teve duas reuniões com o líder histórico do Banco Espírito Santo (BES), a 7 de Abril e a 14 de Maio de 2014.

A segunda audição “tinha o propósito de sensibilizar e procurar o apoio do Governo para um plano de financiamento visando acudir ao desequilíbrio económico-financeiro do Grupo Espírito Santo (GES)”, segundo o documento a que a agência Lusa teve acesso. O plano apresentado por Salgado “como sendo de saneamento do sector não financeiro do Grupo, pressupunha a disponibilização de linhas de financiamento de longo prazo suportadas por troca de activos entre diversas entidades bancárias, particularmente a Caixa Geral de Depósitos”, escreveu o primeiro-ministro nas respostas dirigidas aos grupos parlamentares que integram esta comissão. Passos realçou ainda que “a ideia geral parecia ser a de dar tempo ao GES para gerir melhor a sua carteira de activos, de modo a garantir uma valorização adequada desses activos e, assim, fazer face às elevadas responsabilidades de curto e médio prazo” ao nível da dívida emitida por várias empresas da área não financeira do GES. “Respondi que tal plano, no que respeitava ao Estado, não teria viabilidade tendo em conta variadíssimos aspectos, entre os quais o elevado risco, não aceitável, a disseminar pelo sistema financeiro, bem como a prática impossibilidade de bancos que tivessem sido recapitalizados com recurso a fundos públicos virem a obter, quer do Banco de Portugal, quer da DirecçãoGeral da Concorrência da Comissão Europeia, aprovação para operações desta natureza e envolvendo valores tão elevados”, informou Passos Coelho. O primeiro-ministro alegou que não se recorda exactamente do montante em causa, mas disse ter ideia de ter sido referido um número em torno dos 2,5 mil milhões de euros. “Em qualquer caso, afirmei que o Governo nunca interferiria directamente na avaliação e na decisão que a CGD viesse a fazer do caso concreto, nesta como em quaisquer outras matérias respeitantes a decisões que só devem caber à sua administração na área económico-financeira da sua esfera de intervenção”, acrescentou. Salgado apreensivo com Banco de Portugal Passos Coelho revelou também aos deputados que, nesse encontro com Salgado, lhe recordou “a informação veiculada pelo senhor governador do Banco de Portugal [Carlos Costa] quanto ao 'ring fencing' do BES relativamente à exposição do banco às entidades não financeiras do GES". E realçou: “Recomendei, em qualquer caso, que quanto mais cedo o GES iniciasse uma abordagem prática e directa com os seus principais credores no sentido de organizar o eventual incumprimento melhor seria para todos e também para minimizar o impacto na economia nacional”. O primeiro-ministro disse ainda que aconselhou Salgado “a tratar destas matérias” com Carlos Costa e que trocou posteriormente “impressões” com a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, com o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e com Carlos Costa sobre o conteúdo da audiência. Passos revelou que estava acompanhado pelo seu chefe do gabinete nesta segunda reunião, enquanto Salgado se fez acompanhar por José Honório e José Manuel Espírito Santo.


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Quanto ao primeiro encontro, que decorreu entre o governante e Salgado, sem mais ninguém presente, Passos Coelho relatou que o ex-presidente do BES lhe “transmitiu a sua opinião geral sobre a evolução macroeconómica positiva no país, consubstanciada na análise do seu próprio banco”. O primeiro-ministro acrescenta que Salgado “transmitiu também a sua apreensão pela forma como o Banco de Portugal vinha exercendo as suas funções de supervisão no que respeitava ao BES e à sua equipa de gestão”. Segundo Passos Coelho, as “observações críticas” de Salgado constavam numa carta que este teria enviado a Carlos Costa e que lhe mostrou. “Dado que a supervisão bancária é matéria da estrita competência do Banco de Portugal, registei as opiniões que me foram transmitidas, mas, naturalmente, elas não conduziram a qualquer diligência, como de resto não tinham de conduzir”, vincou. [Leia aqui na íntegra as respostas de Pedro Passos Coelho]

Quem participa na campanha eleitoral da Madeira? Todos menos Passos Coelho A explicação para a ausência do líder do PSD é o respeito pela autonomia do partido regional. Por Paula Caeiro Varela

O presidente do PSD é o único dos líderes partidários nacionais que não participa na campanha para as eleições regionais da Madeira. Nem o presidente, nem qualquer outro dirigente nacional do partido apoiar a nova equipa do PSD-Madeira, liderada por Miguel Albuquerque. A explicação oficial é a do respeito pela autonomia do PSD-Madeira perante o partido. Apesar da relação de amizade entre Albuquerque e Passos, os socialdemocratas da Madeira querem fazer a campanha sozinhos, na luta por uma maioria absoluta. Na Madeira, onde não há coligação com o CDS, o segundo partido mais votado nas últimas regionais, vai estar, já esta segunda-feira, Paulo Portas. Fonte próxima do líder centrista disse à Renascença que é "normal este apoio", apesar de serem eleições regionais, acrescentando que há uma relação de proximidade entre Portas e o líder do CDS-Madeira, José Manuel Rodrigues. Quanto a António Costa, o secretário-geral do PS marcou presença na região autónoma logo no arranque da campanha, ao lado de Vitor Freitas, que encabeça a coligação "Mudança", juntando ao PS o Partido Trabalhista Português, de José Manuel Coelho, o MPT (Partido da Terra) e o PAN (Partido dos Animais). Jerónimo de Sousa, que já esteve na Madeira na sexta-

feira, vai voltar no último dia de campanha. Catarina Martins também vai à Madeira quase na recta final para um jantar do Bloco de Esquerda (BE), mas, no fim-de-semana, já esteve na região o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, numa participação mais activa para tentar reconquistar lugares na assembleia legislativa regional, perdidos nas ultimas eleições, quando o BE não elegeu qualquer deputado.

Açores. Suspeito de raptar e agredir menor em prisão preventiva O arguido, de 44 anos, foi detido no sábado por ser suspeito de raptar, agredir e violar uma menina de 12 anos de quem era vizinho.

Dezenas de pessoas concentradas à entrada do Tribunal de Ponta Delgada. Foto: Eduardo Costa

O Tribunal de Ponta Delgada, nos Açores, decidiu colocar o homem suspeito de raptar e agredir uma menina de 12 anos em prisão preventiva. O interrogatório do homem, de 44 anos, que foi realizado num local não divulgado por razões de segurança, demorou cerca de duas horas, enquanto nas imediações do Tribunal de Ponta Delgada dezenas de populares se mantinham concentrados. Ana Gomes, oficial de justiça no Tribunal de Ponta Delgada, adiantou aos jornalistas que os factos imputados ao homem "integram um crime de sequestro agravado, consistente em, através de violência, raptar" a criança, "com intenção de cometer sobre ela um crime sexual", e "precedendo a actuação de crime de ofensa à integridade física grave ou tratamento cruel". Na leitura do comunicado, a oficial de justiça esclareceu que o juiz decidiu pela medida de coacção de prisão preventiva "em razão dos fortes indícios resultantes da prova colhida, da gravidade dos factos que eles espelham, da prognosticável pena na sequência de julgamento" e "da personalidade do arguido, manifestada em termos e circunstâncias das quais se pode concluir pelo perigo de continuação da prática de factos análogos".


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O juiz levou ainda em consideração a "perturbação da tranquilidade pública que o acontecimento suscitou, sobretudo na área da residência da menor". O arguido foi detido no sábado por ser suspeito de raptar, agredir e violar uma menina de 12 anos de quem era vizinho. A PSP revelou no domingo que uma menina de 12 anos foi encontrada "amarrada, amordaçada e com marcas de violência física", no concelho de Ponta Delgada, e que tinha sido detido o homem suspeito de a ter raptado e agredido. A vítima está internada no hospital de Ponta Delgada, numa situação clínica considerada estável.

Agentes da PSP de Coimbra condenados a 11 e 10 anos por furtos

Detido no aeroporto. Passageiro engoliu mais de 100 cápsulas de cocaína

Dois agentes da PSP de Coimbra acusados de vários assaltos e outros crimes, praticados na Lousã e em Miranda do Corvo, foram condenados a 11 anos e 10 anos e meio de prisão. O Tribunal de Coimbra condenou o terceiro arguido do processo, um trabalhador de uma empresa de segurança privada, a nove anos de cadeia. Os arguidos eram acusados da prática de 16 crimes de furto qualificado na forma consumada e um crime de furto na forma tentada, entre outros crimes, incluindo o de associação criminosa, do qual foram todos absolvidos. O Ministério Público tinha pedido penas de prisão superiores a 12 anos para os dois agentes da PSP, residentes no concelho da Lousã. Para o terceiro arguido, residente em Miranda do Corvo e acusado de 14 crimes de furto qualificado, o MP tinha pedido 11 anos de prisão.

Cidadão vinha num voo proveniente do Brasil.

Foto: DR

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) interceptou, no aeroporto de Lisboa, um cidadão que transportava no organismo mais de um quilograma de cocaína. O homem, de 22 anos, foi interceptado domingo no posto de fronteira do aeroporto, quando chegava a Portugal e estava a fazer o controlo documental. O cidadão, que vinha num voo proveniente do Brasil com destino a Lisboa, transportava produtos estupefacientes no seu organismo, tendo confirmado aos inspectores daquele serviço de segurança que tinha engolido mais de 100 cápsulas de cocaína, num peso superior a um quilograma.

Eram acusados de vários assaltos e outros crimes, praticados na Lousã e em Miranda do Corvo.


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Passos Coelho garante que perspectivas mais favoráveis da economia serão aproveitadas De visita a Sines, o chefe do Governo lembrou que o país passou por um ajustamento da economia que teve um "custo social elevado" e que não se deve desviar dessa trajectória, colocando em causa os sacrifícios que foram feitos.

Passos Coelho em Sines. Foto: Rui Minderico/Lusa

O primeiro-ministro reafirmou esta segunda-feira, em Sines, que as previsões do Governo apontam para uma taxa de crescimento de 1,5% em 2015, mas garantiu que serão aproveitadas eventuais perspectivas mais favoráveis da economia internacional. "As previsões que temos foram feitas num contexto um pouco diferente daquele que estamos a viver em termos internacionais, mas não deixaremos de aproveitar as oportunidades, mesmo que temporárias, que nos dão perspectivas melhores do que aquelas que estavam inicialmente previstas", disse Pedro Passos Coelho. "O mais importante aqui não é saber se vamos crescer mais ou menos umas décimas. Se crescermos mais umas décimas, tanto melhor, mas o importante é a trajectória de logo prazo", acrescentou Pedro Passos Coelho, durante uma visita para assinalar um investimento de 40 milhões de euros no lançamento de uma nova fase de expansão do Terminal XXI, no porto em Sines. O primeiro-ministro lembrou que o país passou por um ajustamento da economia que teve um "custo social elevado" e que não se deve desviar dessa trajectória, colocando em causa os sacrifícios que foram feitos. O Presidente da República afirmou esta segunda-feira, em Paris, que a taxa de crescimento da economia portuguesa em 2015 poderá ser de 2% devido à quebra do preço do petróleo e à depreciação do euro. "Em 2014, o crescimento económico foi de 0,9 %, sendo

que a previsão para 2015 é de 1,5 %. Contudo, a recente quebra do preço do petróleo e a depreciação do euro poderão conduzir a uma revisão em alta da taxa de crescimento para 2015, para valores em torno de 2%", disse Aníbal Cavaco Silva, em Paris, perante o conselho da OCDE. Confrontado com a alegada preocupação do Fundo Monetário Internacional com a alegada quebra de ímpeto reformista do governo português, Passos Coelho garantiu que não tem razões para temer a avaliação daquele organismo e reafirmou, também, a convicção de que o País atingirá os objectivos orçamentais em 2015 e que "sairá do procedimento por défice excessivo, ficando claramente com um défice abaixo dos 3%". "Em segundo lugar, mantemos a nossa expectativa de ter em Portugal um excedente externo mais ou menos em linha com o que estava programado, apesar de o mês de Janeiro não ter sido um mês tão bom como desejaria", declarou, assegurando, no entanto, que a situação está a ser corrigida. Em terceiro lugar, "o perfil mais competitivo, mais global, da economia portuguesa, continua a evidenciar bons resultados, portanto, o que temos é de prosseguir este caminho", acrescentou. "É o único caminho que nos permitirá continuar a baixar o desemprego, aumentar as oportunidades de emprego sustentável e ter uma recuperação da economia mais forte, que nos permita, reduzindo o défice, ao mesmo tempo, com prudência, reduzir também a nossa dívida e ter custos de financiamento mais favoráveis para a economia portuguesa", disse o primeiro-ministro. Confrontado com as notícias sobre as preocupações do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre a alegada quebra do ímpeto reformista do Governo, o primeiro-ministro garantiu que não teme a avaliação daquele organismo. As declarações de Pedro Passos Coelho foram feitas à margem de uma visita a Sines, para o lançamento de uma nova fase de expansão do Terminal XXI. Nas suas declarações aos jornalistas, o primeiro ministro classificou como "bastante bom" o acordo alcançado com a concessionária do terminal de contentores do Porto de Sines, que permitiu um investimento privado de 40 milhões de euros e criar 100 empregos.


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Cavaco garante a empresários franceses que Portugal é competitivo Presidente da República afirma em Paris que o mercado laboral português é flexível e bom para investir.

Recado da OCDE: Portugal "tem de reformar as reformas" Angel Gurría afirmou aos jornalistas que a organização acredita haver uma perspectiva positiva quanto ao crescimento português.

Por Susana Madureira Martins, em Paris

Foi um namoro pegado o encontro desta terça-feira de manhã entre o chefe de Estado português e os empresários franceses. Cavaco Silva tentou captar investimento em Paris e sublinhou que a mão-de-obra portuguesa é especialmente competitiva. “Portugal oferece, como sabem, uma localização competitiva para os investimentos. Há uma mão-deobra e mercado altamente qualificados e flexíveis. Dispõe ainda de infraestruturas físicas e tecnológicas de qualidade. Estradas, aeroportos e portos marítimos”, descreveu. E para reforçar esta ideia, o Presidente lembrou que o Governo português flexibilizou o mercado de trabalho. “As prioridades foram a flexibilidade do mercado de trabalho, a formação profissional e a criação de emprego, a reforma fiscal”, indicou perante 23 empresários franceses. Cavaco Silva sublinhou ainda que Portugal tem um crescimento económico positivo, que o desemprego diminuiu e as exportações aumentaram. O Presidente da República está desde segunda-feira em Paris para pôr em prática aquilo a que chamou de “diplomacia presidencial” na última edição dos seus “Roteiros”.

Foto: Mário Cruz/Lusa Por Susana Madureira Martins, em Paris

O secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) avisa: as reformas em Portugal têm de ser reformadas. "Tem de se reformar as reformas, porque é muito difícil logo à primeira vez ter as mudanças precisas. Mas, depois o contexto internacional também muda, e então é preciso mudar e adaptar as reformas às novas realidades", disse Angel Gurría esta segunda-feira, quando recebeu o Presidente da República, Cavaco Silva, em Paris. Para o secretário-geral da OCDE, Portugal, "apesar de elementos negativos [da economia mundial] está com uma perspectiva positiva e as reformas nos últimos anos estão a ter resultados". A recomendação? "As reformas têm que ser uma forma de vida." Na mesma ocasião disse acreditar que há uma perspectiva positiva quanto ao crescimento português, impulsionado por factores externos como a descida do preço do petróleo e a desvalorização do euro. "Acreditamos que é possível um crescimento de 2% para 2015. O contexto não é fácil, mas isso acentua o desempenho de Portugal porque o comércio mundial continua fraco, a metade da velocidade de cruzeiro, tem que ter o dobro, em vez de 6 ou 6,5% tem que ser de 7%". Um país de "factos" Também para Cavaco Silva é possível Portugal crescer em 2015 acima do esperado. "A recente quebra do preço do petróleo e a depreciação do euro poderão conduzir a uma revisão em alta da taxa de crescimento para 2015, para valores em torno de 2%", disse. O Presidente disse que Portugal apresenta "factos e não apenas palavras" quanto ao desempenho da economia, referindo-se ao facto de o défice orçamental poder ser


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inferior a 3% em 2015 (a previsão do Governo). "Se isto se verificar, significa que Portugal está em condições de sair do procedimento dos défices excessivos, isto é qualquer coisa que nós não conseguiríamos antecipar há cerca um ano atrás. É um contributo da maior importância para reforçar a confiança dos mercados internacionais e junto dos investidores. Quer dizer que Portugal apresenta factos e não apenas palavras", frisou. Cavaco Silva falava em Paris, na sede da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), numa conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral desta organização. Cavaco deixou ainda um pedido dirigido à comunidade internacional: “Não nos podemos enganar a nós próprios, não basta aquilo que cada Estado membro faz. É preciso que a União Europeia no seu conjunto, a OCDE e os países que a compõem e até o G20 dêem o seu contributo fazendo as reformas necessárias para que a economia progrida a um passo mais acelerado”.

abranger 200 mil ou 300 mil pessoas, mas quando eu ouvi [falar em] 40 pessoas... acho que na política portuguesa, e não só, vive-se destas pequenas coisas que se vão anunciando. Isso é que é um número político”. Nuno Morais Sarmento prefere classificar o estímulo ao regresso de emigrantes como um “pontapé de saída”. E defende a criação de condições para aqueles que saíram possam regressar. “Não acho que tenhamos, de repente, de garantir que voltam todos – tenho aí uma leitura aberta e é normal e saudável que uma parte dos nossos jovens esteja lá fora a trabalhar e a especializar-se. Muitos deles querem, ninguém os empurrou. Agora, começarmos a ter uma leitura, que até agora nunca existiu, de soluções para aqueles que saíram contra a vontade e que gostariam de regressar, acho que sim”, argumenta. “Só entendo esta medida como um primeiro pontapé de saída. De outra maneira, ele cingir-se-ia ao tal número político", acrescenta o comentador do “Falar Claro”.

FALAR CLARO

V+ INFORMAÇÃO

Morais Sarmento duvida que haja “estratégia a 10 anos” para as migrações

Quando "a democracia não segrega os puros sacanas"

O antigo ministro da Presidência só entende o incentivo ao regresso de emigrantes como “um pontapé de saída” para garantir a vinda dos que saíram do país contra a sua vontade. Já o ex-ministro da Justiça Vera Jardim fala num "número político" do Governo.

Neste noticiário: Ulrich e Portas ouvidos hoje na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES; Passos Coelho negou pedido de Ricardo Salgado para salvar o BES; Cadilhe aponta o que es; base de dados de condenados por abuso sexual de menores deve estar sob controlo de juiz; Israel vai a votos; aviso amarelo para quatro distritos.

Por José Pedro Frazão

Nuno Morais Sarmento tutelou a pasta da imigração no Governo de Durão Barroso e a matéria apaixona-o. Mas, no programa “Falar Claro”, questiona a existência de uma estratégia de longo prazo anunciada para o sector na última quinta-feira. “A estratégia não é para mim muito evidente. Somos confrontados todos os dias com notícias que dão conta da necessidade de receber não-nacionais para trabalhar entre nós, por causa da nossa difícil situação demográfica. Está ali uma estratégia para isso, a dez anos, que tenha envolvido os operadores do sector e até uma recolha de opinião dos principais protagonistas políticos? Eu tenho dúvidas. É essa estratégia que, muito mais que a questão dos emigrantes, me impressiona e que, para mim, era decisivo que fosse discutida", defende na Renascença. O socialista Vera Jardim considera, por seu lado, que o anúncio da última semana é “um número político. Uma coisa para mostrar sinais de vida, para mostrar que se está a fazer alguma coisa”. O antigo ministro da Justiça concorda com um esforço para “recuperar” uma parte das pessoas que emigraram – “é evidente que não pode ser um programa para


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FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

RAQUEL ABECASIS

A Hungria, a Rússia e a UE

Como é possível?

O alargamento da União Europeia a Leste foi claramente precipitado e pouco cuidadoso. Há países da antiga órbita soviética que não deveriam ter entrado, como a Hungria.

Não sei o que podemos fazer para acabar com esta tragédia, mas sei que cada um de nós pode fazer uma coisa: não ser indiferente, rezar, pensar, preocupar-se.

Por Raquel Abecasis

Por Francisco Sarsfield Cabral

No ano passado a Hungria e a Rússia acordaram construir dois reactores nucleares para produção de electricidade em território húngaro. O combustível nuclear seria importado da Rússia. Este negócio é estranho por dois motivos. Primeiro, porque iria agravar ainda mais a dependência europeia da energia russa. E sabe-se como Moscovo tem usado a arma da energia para fins políticos, como dividir a União Europeia. Depois, porque o acordo representaria um apoio a Putin, numa altura em que ele interfere de forma inaceitável na Ucrânia (até encarou usar armas nucleares na Crimeia). Acresce que a construção dos reactores não envolveu qualquer concurso público – foi atribuída por acordo secreto… Tudo isto acaba agora de ser bloqueado pela UE. Ainda bem, mas fica a bizarra imagem de um primeiroministro húngaro que diz que a democracia do seu país é “iliberal”; e que aposta em laços mais estreitos com a Rússia. O alargamento da UE a Leste foi claramente precipitado e pouco cuidadoso. Há países da antiga órbita soviética que não deveriam ter entrado na UE. É, infelizmente, o caso da Hungria.

Mais um dia, mais um banho de sangue cristão derramado em duas igrejas paquistanesas. O duplo atentado em Lahore, a segunda cidade do Paquistão, provocou pelo menos mais 14 mortos e 78 feridos. A poucas horas de avião, há homens e mulheres para quem ter fé é uma questão de vida ou de morte e o sacrifício das suas vidas não pode, nem deve, ser-nos indiferente. Num mundo globalizado em que, mais do que negócios e conhecimento, devíamos globalizar uma civilização, há seres humanos a serem mortos com requintes de barbárie por causa da religião que professam ou porque representam uma cultura em que todos os seres humanos são iguais. Se isto não é suficiente para nos inquietar e para fazer soar todas as campainhas no nosso mundo confortável, não sei o que será. Enquanto andamos preocupados com a nossa crise, o mundo está a ruir aqui muito perto e um dia os nossos netos vão perguntar-nos: como foi isto possível? Não sei o que podemos fazer para acabar com esta tragédia, mas sei que cada um de nós pode fazer uma coisa: não ser indiferente, rezar, pensar, preocupar-se. Sempre que entrar numa igreja, passear na rua sem medo de ser raptado e morto ou estiver livremente em locais onde todos, homens e mulheres, são iguais, lembre-se que do outro lado da fronteira há pessoas iguais a nós, com nome e apelido, que são mortas por coisas que para nós são tão simples. É o mínimo que podemos fazer para merecer o sangue destes mártires que seguramente já conquistaram o seu lugar no paraíso.


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Igreja culpa o Governo por mais um massacre de cristãos no Paquistão O presidente da Conferência Episcopal do Paquistão diz que o Governo não tem sido capaz de garantir a segurança dos cristãos, vítimas frequentes do extremismo islâmico.

ligação aos bombistas. Também este facto foi criticado pelo Arcebispo que pediu aos cristãos que se manifestem sempre de forma pacífica.

Bruxelas pronta a usar “todos os instrumentos relevantes” para travar Estado Islâmico Declaração dos ministros dos Negócios Estrangeiros segue-se a uma moção de apoio aos grupos e milícias que combatem o Estado Islâmico no terreno, aprovado pelo Parlamento Europeu.

Sobreviventes do atentado que vitimou 14 cristãos em Lahore, no Paquistão. Foto: Rahat Dar/EPA Por Filipe d’Avillez

A Igreja Católica no Paquistão responsabiliza o Governo por mais um ataque que matou 14 pessoas e feriu perto de 70, no domingo, na cidade de Lahore. Numa mensagem enviada à fundação Ajuda à Igreja que Sofre, o arcebispo Joseph Coutts, do Paquistão, diz que parte da culpa de mais este massacre é do primeiro-ministro e do Governo por não terem aplicado uma decisão do Supremo Tribunal paquistanês de 2014, que obriga o Estado a proteger os locais de culto. As acusações são sublinhadas pela Comissão Nacional de Justiça e Paz no Paquistão, que deu um exemplo prático do problema: “Embora os extremistas tenham reivindicado a responsabilidade pelos dois ataques em Youhanabad, Lahore, a verdade é que os seguranças destacados estavam preocupados a ver um jogo de cricket, em vez de cumprirem o seu dever de proteger as igrejas. Devido a este negligência, muitos cristãos perderam a vida e muitas famílias perderam os seus entes queridos”. Criticando especificamente o primeiro-ministro Nawaz Sharif, o arcebispo Joseph Coutts, que é presidente da Conferência Episcopal do Paquistão, diz que “este novo acto de terrorismo mostrou, de forma cruel, o quão indefesos estamos devido a esta negligência”. “Mais uma vez, o Estado não foi capaz de garantir a segurança dos seus cidadãos. Milhões continuam a viver num estado de tensão e medo constante, sem saber o que esperar a seguir”, insiste o arcebispo. O duplo atentado de domingo atingiu duas igrejas, uma católica e outra da Igreja do Paquistão, da Comunhão Anglicana. Na sequência das bombas, houve protestos populares e duas pessoas terão sido mortas por alegada

Militares do Estado Islâmico. Foto: DR

A União Europeia compromete-se a recorrer a todos os instrumentos relevantes para combater o autodenominado Estado Islâmico. A mensagem foi transmitida no decurso do Conselho dos Ministros dos Negócios Estrangeiros, em Bruxelas, onde esteve o Ministro Rui Machete, e fez-se acompanhar de uma condenação aos actos bárbaros praticados pelos terroristas do ISIS. Os ministros dos Negócios Estrangeiros consideram o Estado Islâmico uma ameaça clara para a segurança internacional e para a Europa, condenam ainda os ataques, assassinatos, atrocidades e abusos dos direitos humanos, cometidos por este e por outros grupos terroristas. A condenação por parte dos Ministros dos Negócios Estrangeiros surge dias depois de o Parlamento Europeu ter aprovado uma moção não vinculativa de apoio aos grupos que lutam contra o Estado Islâmico no terreno, incluindo as milícias compostas por cristãos de etnia Assíria, que vivem sob ameaça directa do Estado Islâmico, e as forças armadas curdas. Apesar de não vinculativa, a aprovação da medida foi recebida com agrado por estes grupos uma vez que reconhece estar em causa uma tentativa de genocídio do povo assírio e de outras minorias étnicas e


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religiosas, como os yezidi.

Holanda. Mãe rapta os dois filhos para se juntar ao Estado Islâmico A mulher de 33 anos e as crianças, de 7 e 8 anos, viajaram para a Grécia e já estarão em Raqqa, um bastião dos terroristas no noroeste da Síria. Uma mãe chechena viajou com os seus dois filhos, sem o consentimento do pai de quem está divorciada, da Holanda para a Síria com o objectivo de se juntar ao autodenominado Estado Islâmico (EI). De acordo com a agência Reuters, é o primeiro caso conhecido em que um progenitor rapta os filhos para se juntar aos terroristas. O pai das crianças, um nacional holandês, e as autoridades holandesas não conseguiram impedir que a mulher de 33 anos, que não foi identificada, saísse do país. É provável que tenham viajado através da Europa utilizando passaportes falsos e a ajuda de recrutadores estrangeiros. A mãe, originária da província russa do sul da Chechénia e os seus dois filhos, de 7 e 8 anos, tinham estado a viver na cidade de Maastricht, mas não tinham sido vistos desde 29 de Outubro do ano passado. O director da escola islâmica que as crianças frequentavam alertou o pai para o facto de a mãe ter imprimido bilhetes de avião para a Grécia. Acredita-se agora que os três estarão em Raqqa, um bastião do Estado Islâmico no noroeste da Síria. As autoridades suspeitam que a mulher tenha tido ajuda de outros para viajar, porque conseguiu evitar um mandato de captura internacional, e estão a investigar o caso. Dúzias de famílias com filhos deixaram os Países Baixos ao longo dos últimos dois anos para se juntarem ao Estado Islâmico, que tem conquistado enormes bocados de território na Síria e no Iraque. Cerca de uma dúzia de menores holandeses juntaremse ao EI, que estabeleceu um califado onde segue um modelo puritano do Islão. O Ministério da Justiça holandês diz que são conhecidos um total de 180 pessoas que deixaram a Holanda. Cerca de 35 regressaram e 21 morreram na guerra civil, que já deixou mais de 200 mil mortos e fez milhões de refugiados.

Freira de 71 anos violada durante assalto na Índia Os homens fugiram com dinheiro, computadores e outros artigos da escola católica. As autoridades oferecem uma recompensa. Uma freira de 71 anos foi violada depois de tentar impedir um grupo de homens de assaltar uma escola católica na cidade de Ranaghat, na Índia. Cerca de oito homens entraram, no sábado, numa escola cristã, a cerca de 50 quilómetros de Calcutá, e amarraram os guardas. A freira tentou impedir o crime e foi violada por quatro dos assaltantes, descreveu à CNN um alto responsável do concelho, que fala num acto de "punição". Uma câmara de segurança da sala de funcionários da escola captou imagens da violação colectiva, que já foram divulgadas pelas autoridades indianas, juntamente com a oferta de uma recompensa na ordem dos 1.400 euros por informações acerca do seu paradeiro. Os homens fugiram com dinheiro, computadores e outros artigos. Na sequência da agressão, a religiosa foi hospitalizada e sujeita a uma cirurgia. "É um acto muito, muito vergonhoso", afirmou o padre Dominic Emmanuel, da Arquidiocese de Deli. "Mas isto é ainda pior porque, antes de tudo, ela é uma senhora de idade e, ainda por cima, é uma freira. Ela é uma religiosa e consagrou sua vida a Deus e manteve-se virgem toda a sua vida." O ataque de sábado é o mais recente de uma série de violações e assaltos a igrejas e a instituições cristãs, na Índia. Vários casos de violações têm afectado a reputação internacional da Índia e motivam protestos da população nas ruas. Entre os casos teve particular destaque a violação de uma estudante universitária, que morreu na sequência de uma brutal violação colectiva em 2012.

Ciclone "Pam" foi "um monstro que se abateu sobre Vanuatu" O ciclone atingiu o pico de intensidade na sexta-feira à noite, registando ventos, em média, entre 250 e 270 km/hora. O Presidente de Vanuatu fez um apelo emocionado à ajuda humanitária internacional, sublinhando que também ele não sabe se toda a sua família está em segurança. A passagem pelo arquipélago do ciclone


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tropical "Pam" fez, pelo menos, 24 anos, deixando um rasto de destruição. A partir do Japão, onde participava numa conferência mundial sobre redução de riscos naturais, Baldwin Lonsdale descreveu um país devastado. "Não sabemos o que aconteceu às nossas famílias. Houve uma falha nas comunicações que nos impede de fazer contactos e, por isso, não sabemos se estão a salvo ou não. Como Presidente da nação, saibam que o meu coração está com o povo de Vanuatu. Foi um monstro que atingiu a república", disse. "A primeira prioridade são as necessidades humanitárias. As pessoas perderam as suas casas, os seus pertences, as suas roupas, os bens de primeira necessidade que tinham em casa e que precisam”, afirmou Baldwin Lonsdale. Foto: EPA Para o Presidente, as alterações climáticas "contribuíram" para o poder devastador do ciclone, que arrasou aldeias inteiras daquele arquipélago do Pacífico Sul. As agências humanitárias afirmaram que o ciclone afectou áreas povoadas e provocou uma "completa devastação" naquele território. O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU afirmou que ainda não existem números oficiais de vítimas mortais e feridos, mas indicou que algumas informações apontam para que, pelo menos, 44 pessoas tenham morrido na província de Penama, no centro de Vanuatu. O ciclone "Pam" atingiu o pico de intensidade na sextafeira à noite, registando ventos, em média, entre 250 e 270 quilómetros por hora (km/hora). Em Port Vila, a capital, o ciclone tropical chegou a atingir rajadas de 340 km/hora. O arquipélago de Vanuatu, composto por mais de 80 ilhas que se estendem entre as ilhas Fiji e a Nova Caledónia, é um dos países mais pobres do mundo, sendo igualmente um reconhecido paraíso fiscal.

Putin desaparecido e doente? "A vida seria aborrecida sem rumores" A ausência mediática do Presidente russo, de 62 anos, durante dez dias fomentou várias teorias.

Putin (vivo e sorridente) com o Presidente do Quirguistão. Foto: Anatoly Maltsev/EPA

O Presidente russo, que já não era visto em público desde 5 de Março, reapareceu em São Petersburgo, onde era esperado. Vladimir Putin usou o humor para comentar as notícias que lhe atribuíram males variados, inclusivamente problemas de saúde. "A vida seria aborrecida sem mexericos", disse com um sorriso no rosto, durante uma emissão televisiva, feita a partir do Palácio Constantino. O desaparecimento de Putin, de 62 anos, da cena mediática fomentou várias teorias: desde várias doenças ao nascimento de uma filha na Suíça e até um golpe militar. Numa espécie de coreografia diplomática, também o Presidente do Quirguistão garantiu, esta segunda-feira, que Putin está bem de saúde. "Ainda há pouco demos um passeio de carro, com ele ao volante", acrescentou Almazbek Atambayev.

Nova nota de 20 euros tem uma segurança adicional A 25 de Novembro de 2015, data em que será colocada em circulação a nova nota, terão sido produzidas 4,3 mil milhões de unidades desta nota em todo o Eurosistema. O governador do Banco de Portugal apresentou em Lisboa a nova nota de 20 euros que inclui um elemento de segurança adicional, a janela com retrato no holograma.


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"A nova nota de 20 euros é mais segura e ainda mais resistente à contrafacção. Isto é, em linguagem simples, à falsificação", afirmou Carlos Costa durante o lançamento da nova nota esta segunda-feira, em Lisboa, que é a terceira a ser introduzida da série Europa. "Tal como aconteceu com as notas de cinco euros e de dez euros da série Europa, lançadas em 2013 e em 2014, não será necessário trocar as notas de 20 euros da primeira série por estas novas notas da série Europa. As notas que estão em circulação continuam em circulação paralelamente com a nova nota que entrará em circulação", sublinhou. E reforçou: "As notas de 20 euros da primeira série vão continuar em circulação e poderão ser utilizadas para efectuar pagamentos sem quaisquer restrições. As notas de euro da primeira série nunca perderão o seu valor e poderão ser trocadas por tempo ilimitado no Banco de Portugal e nos restantes bancos centrais nacionais do Eurosistema". O governador salientou também que "a nova nota de 20 euros apresenta algumas semelhanças em relação à primeira série, por isso, é fácil de reconhecer": mantém a cor dominante azul e o desenho representa o mesmo estilo arquitectónico gótico. Além dos elementos de segurança já conhecidos, como o holograma, a marca de água e o número esmeralda, a nova nota de 20 euros apresenta um elemento de segurança inovador: a janela com retrato que a torna ainda mais segura. A 25 de Novembro de 2015, data em que será colocada em circulação a nova nota de 20 euros, terão sido produzidas 4,3 mil milhões de unidades desta nota em todo o Eurosistema, 44 milhões das quais na fábrica do Carregado do Banco de Portugal. Até lá, os fabricantes e outros fornecedores de equipamentos de notas vão ter de adaptar as suas máquinas e dispositivos para a aceitação da nova nota. A nova nota de 20 euros tinha sido apresentada em primeira mão a 24 de Fevereiro último na sede do Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt, na Alemanha.

Bispo tradicionalista pretende ordenar um bispo no Brasil Richard Williamson será automaticamente excomungado da Igreja Católica se avançar com a ordenação de um bispo na próxima quinta-feira.

Williamson, o segundo a contar da esquerda, rompeu com os restantes bispos da SSPX devido às aproximações a Roma e foi expulso da sociedade. Foto: DR Por Filipe d’Avillez

O bispo tradicionalista Richard Williamson, que não se encontra em comunhão plena com a Igreja Católica, pretende ordenar pelo menos um bispo, no Brasil, numa celebração que terá lugar na próxima quintafeira. A notícia está a ser avançada em primeira mão pelo “Rorate Caeli”, normalmente muito bem informado sobre assuntos ligados aos movimentos tradicionalistas. Richard Williamson era um dos quatro bispos da Sociedade Sacerdotal de São Pio X, (SSPX) fundada pelo arcebispo Lefebvre, que durante o pontificado de Bento XVI esteve muito próxima de ser readmitida à plena comunhão com a Igreja Católica. O processo de negociação nesse sentido acabou, contudo, por falhar. Williamson e os restantes três bispos foram automaticamente excomungados em 1988, juntamente com Lefebvre, quando este os ordenou bispos sem a autorização de João Paulo II. As excomunhões foram levantadas por Bento XVI, num gesto de boa vontade para facilitar a readmissão. Nessa altura o Papa foi muito criticado especificamente por ter incluído Williamson na lista, uma vez que o bispo, natural de Inglaterra, era conhecido por negar a verdadeira extensão do holocausto. Durante o período de negociação com Roma Williamson criticou abertamente a própria SSPX e o seu superior, o bispo Fellay. Eventualmente a SSPX tomou a decisão de o expulsar da sociedade. É nesse contexto que surge a nova ordenação anunciada agora para o dia 19 de Março, dia de São José. Tendo sido expulso da SSPX, Williamson pretende reforçar a sua posição, e a dos membros que saíram com ele, ordenando mais bispos. Uma vez que só um bispo pode ordenar sacerdotes, se alguma coisa


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acontecesse agora ao inglês os seus apoiantes ficariam com o futuro posto em causa e sem poderem ordenar mais padres. Segundo o “Rorate”, o ordenando será o padre JeanMichel Faure e a celebração terá lugar num mosteiro no Rio de Janeiro, no Brasil, que também rompeu com a SSPX. Há ainda a possibilidade de que Williamson irá ordenar mais um bispo, mas o blog diz que não o consegue confirmar. À luz do direito canónico da Igreja Católica, esta ordenação é ilícita, por não ter sido autorizada pelo Papa e, por isso, tanto o ordenando como o bispo Williamson incorrem automaticamente em excomunhão. Dar-se-á o facto curioso de Williamson, a confirmar-se o evento, ser excomungado pela segunda vez. Mesmo depois de ter sido levantada a excomunhão em 2013 nem Williamson nem os restantes bispos ou padres da SSPX viram a sua situação inteiramente regularizada na Igreja Católica, por isso na prática pouco irá mudar quanto ao estatuto do bispo e dos seus seguidores. Os tradicionalistas ligados a Marcel Lefebvre, conhecidos por vezes como “lefebvrianos” – um termo que rejeitam – rejeitam grande parte das reformas do Concílio Vaticano II embora não cheguem ao ponto, como fazem outros tradicionalistas mais radicais, de negar a legitimidade dos papas. O diálogo ecuménico e inter-religioso, a liberdade religiosa e as reformas litúrgicas são algumas das principais reformas rejeitadas. REPORTAGEM

Ser ministro extraordinário da comunhão. "A D. Joaquina traz Nosso Senhor para o pé de mim" Na cidade de Macedo de Cavaleiros, há dez ministros extraordinários da comunhão, que semanalmente visitam cerca de 30 idosos e doentes. Porque uma "paróquia que não é capaz de resolver os problemas dos seus pobres não se pode considerar cristã". Por Olímpia Mairos

Quinta-feira. 16h00. Joaquina Pedro, 56 anos, sai do trabalho, na autarquia de Macedo de Cavaleiros. Hoje tem uma missão especial para cumprir como ministra extraordinária da comunhão: vai visitar os idosos e doentes. Cumpre esta missão semanalmente desde 2002. "É tudo feito por amor", diz. "Sou feliz porque sinto muito amor e tenho muito amor para dar", revela. Admite que "é difícil dividir o tempo

para tudo": é "mãe, esposa, avó, filha, nora e sogra". Mas, "bem gerido, tudo se consegue". Artur Martins tem 81 anos. Regressou a casa há uns 15 minutos, vindo do hospital onde esteve internado. A esposa, Maria Miguéis, tem 88 anos e encontra-se muito debilitada. Em casa está ainda um filho, Artur Fernandes de 49 anos, doente do foro psiquiátrico. É precisamente este último que abre a porta. A visita de Joaquina "é muito importante porque é uma ajuda e um apoio à família". Entramos em casa. À lareira está Maria do Carmo. Depois das saudações iniciais dirigimo-nos ao quarto, onde está Artur Martins. "Boa tarde, senhor Artur. Está melhorzinho? Foi bem tratado no hospital?", pergunta Joaquina. Sorridente, Artur diz que já se sente melhor e que foi muito bem tratado. A família está reunida à volta do doente. Joaquina traz Jesus Sacramentado. Prepara a mesa para a celebração e convida à oração. Após a comunhão faz-se um pouco de silêncio. "Esta visita é muito importante porque a D. Joaquina traz Nosso Senhor para o pé de mim", diz Artur. "Conversa muito connosco, sempre com boa disposição e um sorriso nos lábios. Tem sempre uma palavra amiga e, quando é preciso, também faz recados", completa Maria do Carmo. À espera de quinta-feira A próxima paragem é numa casa de acolhimento onde se encontram quatro octogenários: João, Maria Luísa, Cacilda e Maximina. A cuidadora, Maria Emília, conta que "estão sempre à espera da quinta-feira. Gostam muito da Joaquina, porque lhes traz a comunhão e conversa muito com eles". Joaquina detém-se junto de cada idoso, conversa, faz carinhos e despede-se com um beijo e votos de "boa semana". A missão prossegue. A próxima etapa é na casa do casal Brás. António Augusto tem 75 anos e um cancro. Quase não sai de casa. A esposa, Maria Fernanda, de 74 anos, é a sua única companhia. A visita de Joaquina Pedro é um alento para a família, um estímulo e uma ajuda concreta. "Liga muitas vezes a perguntar se preciso de compras ou de alguma coisa", conta Maria do Carmo. Dá um exemplo recente. "Confidenciei-lhe que precisava de limpar o quarto. Passados cinco minutos, ela estava aqui para o limpar. Não me deixou limpar, fez tudo. E passa-me muitas vezes a ferro", conclui. António entra na conversa para dizer que Joaquina "é uma presença amiga". Além da companhia e da ajuda, leva-lhes Jesus. "E isso é muito importante para quem já quase não sai de casa." Mais uns dedos de conversa e segue-se a despedida. Joaquina ainda tem mais uma visita para fazer. Entre uma e outra desloca-se no seu automóvel porque as distâncias são significativas. Aurora Andrade, de 83 anos, já está à espera. Quem abre a porta é a filha, Alcina. A mãe "já está à espera". Sentada no sofá, Aurora esboça um sorriso. Durante largos anos foi impulsionadora da espiritualidade franciscana em Macedo de Cavaleiros. Na casa são visíveis os símbolos franciscanos. "A quinta-feira é sempre um dia especial", diz, porque


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recebe a "visita de Joaquina e pode comungar. Passa os dias à espera e até pede para comprar uma flor para receber a visita", conta Alcina, realçando que Joaquina "já faz parte da família". Joaquina Pedro despede-se com um beijo e promete regressar na próxima semana. Já é noite quando Joaquina conclui a tarefa de visitar os idosos. Percorreu alguns quilómetros na cidade, cumprimentou, conversou e deu a comunhão a oito pessoas. "É muito gratificante", confidencia. "Os idosos ficam satisfeitos e estão à espera deste dia. Parece que é um alento, um viver diferente". Igreja atenta Na cidade de Macedo de Cavaleiros, há dez ministros extraordinários da comunhão, que semanalmente visitam cerca de 30 idosos e doentes. São voluntários que "têm a preocupação de fazer companhia, de conhecer a realidade de cada idoso, deixando que falem das suas carências e dos seus problemas", explica o cónego Manuel Inácio de Melo, pároco de S. Pedro e coordenador da Unidade Pastoral de Macedo de Cavaleiros. "São muitas vezes os olhos que vêem, a voz que alerta para as carências e as mãos que repartem ajuda", realça o diácono Ilídio Mesquita. Cabe também aos ministros estabelecer a ponte com a comunidade, "a descoberta de pessoas mais carenciadas e informar a paróquia das maiores necessidades, para lhe ser prestada ajuda". Uma tarefa que faz parte da essência da Igreja porque, diz o cónego Melo, uma "paróquia que não é capaz de resolver os problemas dos seus pobres não se pode considerar cristã". Também o cónego Melo vai ao encontro dos idosos, a quem visita periodicamente. Numa das muitas visitas que faz encontrou "uma senhora só, a sentir-se mal e com muitas dores". "Telefonei para os bombeiros, vieram buscar a senhora para o hospital e contactei uma pessoa da família a informar sobre o que tinha acontecido", conta. Chegou àquela casa "na hora certa". "Passados uns dias encontrei-a e agradeceu-me muito, dizendo que a tinha salvo. Se eu não tivesse chegado, teria morrido". Esta reportagem, emitida no último programa Princípio e Fim, faz parte de um ciclo de trabalhos da Renascença que partem do desafio do Papa na sua mensagem para esta Quaresma. A Renascença partiu à procura de cristãos que se dão aos outros em áreas habitualmente esquecidas ou periféricas, contrariando a "indiferença" denunciada por Francisco.

RIBEIRO CRISTÓVÃO

Inconveniências Quase no fim da sua carreira, Ibrahimovic arrisca um castigo pesado pelas palavras ofensivas que dirigiu a toda a França após um jogo. Os seus ímpetos têm-lhe valido vários momentos desagradáveis ao longo dos cerca 20 anos de actividade.

Por Ribeiro Cristóvão

O futebolista sueco Zlatan Ibrahimovic, possuidor de uma classe futebolística de que não é fácil encontrar réplica por esse mundo fora, aquele que mais dinheiro movimentou no futebol (a soma das suas transferências ronda os 170 milhões de euros), tem sido assaltado por alguma falta de ponderação e bom senso ao longo de sua carreira. Zlatan já passou por alguns dos clubes mais prestigiados da Europa depois de ter iniciado a sua carreira no Malmo, da Suécia. Na Itália representou, Juventus, Inter e Milão, na Holanda o Ajax, na Espanha o Barcelona, e actualmente o Paris Saint Germain, cuja camisola veste desde 2012. A sua passagem por todos estes clubes tem sido marcada por controvérsias diversas. Ibra é, pelo seu estilo, claramente anti-regime, pelo que algumas polémicas por si protagonizadas têm feito a delícia dos amantes dos mexericos do futebol. Ainda há não muito tempo se manifestou crítico para com os adeptos do clube parisiense, afirmando não compreender as suas manifestações de exigência se, antes de ele chegar, não haviam ganho nada. Mas foram as suas mais recentes declarações, após um desafio em Bordéus, a contar para a Liga francesa, que caíram como uma autêntica bomba, e não apenas nos meios desportivos. Ibrahimovic não só dirigiu palavras ofensivas para toda a França (“nunca vi um árbitro tão mau como neste país de m…”) como acrescentou que o mesmo não merece um clube como o PSG. As reacções não se fizeram sentir, tendo as mais violentas partido de Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, que convidou o jogador a deixar imediatamente o país. Mais contido, o ministro francês do Desporto sugeriu a apresentação de desculpas, o que Zlatan Ibrahimovic fez logo a seguir. O assunto não está, porém, encerrado. A comissão de disciplina da Liga reúne-se a meio desta semana e daí


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poderá sair um castigo pesado para o jogador. Quase no termo da sua carreira, Ibra (vai fazer em Outubro 34 anos) não deseja certamente chegar ao fim suscitando a aversão dos desportistas e adeptos gauleses. Mas, para isso, terá de conter os ímpetos que lhe valeram vários momentos desagradáveis ao longo de cerca vinte anos de actividade. REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

A onda vermelha espraia-se pela manchetes

"Maioria quer Jesus", lê-se na manchete do Record desta terça-feira. O jornal fez uma consulta aos leitores que, diz o jornal, se mostram "sem dúvidas mesmo com a liga por decidir". O diário A Bola, também pintado a vermelho, mostra Jonas a quem chama "O melhor desempregado do mundo". O diário do Bairro Alto lembra ainda. "Há seis meses, estava sem contrato e agora já o apontam à selecção". O jornal O Jogo escreve "Helton ao leme", avançando que o guarda-redes vai jogar na Choupana, no fim-desemana, e também com o Marítimo, para a Taça da Liga. Na edição Sul, o destaque vai para o Sporting: "Jefferson com o pé na porta". Diz o jornal que o brasileiro está em rota de colisão com o presidente do clube e só joga para não se desvalorizar.

LIGA DE CLUBES

Duque revela buraco financeiro da Liga e admite redução de clubes Luís Duque diz que é preciso solucionar os graves problemas financeiros, e que os clubes estão disponíveis para fazerem parte da solução.

Luís Duque, o presidente da Liga de Clubes admite diminuir o número de clubes dos campeonatos profissionais na época 2016/2017. "Há uma série de soluções e medidas que têm de ser tomadas, entre elas uma reformulação dos quadro competitivos que pode passar naturalmente pela redução do números de equipas dos campeonatos profissionais. Isso também já está em estudo por uma comissão própria, mas como devem compreender nunca será para a próxima época, mas sim para 2016/17". Esta é uma das medidas em equação, para fazer face ao buraco financeiro que Luís Duque diz ter identificado, numa revelação feita após a Assembleia-Geral da Liga, onde o dirigente deu conta de um buraco financeiro superior a quatro milhões de euros, mas que deverá mesmo atingir os seis milhões de euros no final do exercício. Luís Duque diz que é preciso solucionar os graves problemas financeiros, e que os clubes estão disponíveis para fazerem parte da solução. "Os clubes já perceberam o que é necessário e foram dados passos seguros nesse sentido, mas mais do que olhar para trás é preciso perceber o que se tem de fazer no futuro para que isto não volte a acontecer. Neste momento a Liga já está mais credível e se daqui a dois anos conseguirmos voltar a ter uma competição que se sustente a si própria já será uma vitória nossa. Os clubes estão sensíveis ao que aconteceu e por isso aprovaram a afetação das receitas da Taça da Liga desta época para as contas da própria Liga, promovendo já algo de concreto para o orçamento".


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I LIGA

Jornada 27 com horários definidos Benfica e Sporting jogam no sábado, FC Porto na segunda-feira.

António Gaspar Dias revela em Bola Branca que espera apresentar o novo timoneiro "amanhã pela manhã", ou seja, o presidente dos penafidelenses quer "ter o assunto encerrado" o quanto antes. Carlos Brito é o nome mais forte e que não é desmentido pelo líder dos durienses. "É seguramente um português e Carlos Brito é uma possibilidade. Estamos a avaliar e veremos o que será melhor para o Penafiel. Mas será alguém com experiência", explica o presidente. Gaspar Dias aproveitou para agradecer "os préstimos de Rui Quinta, que foi sempre um homem honesto e leal com o Penafiel". A saída do treinador deve-se aos resultados e justifica a situação para "tentar melhorar e dar um abanão à equipa". Segundo o presidente do clube nortenho, o mau desempenho na 1ª liga deve-se também "à juventude" e inexperiência na competição. SPORTING

Horários da 27.ª jornada: Sexta-feira, 3 de Abril:Académica-Rio Ave, 16 horasVit. Guimarães-Arouca, 18 horasGil Vicente-Sp. Braga, 20H30 Sábado, 4 de Abril:Penafiel-Boavista, 16 horasBenficaNacional, 17 horasBelenenses-Moreirense, 18 horasP. Ferreira-Sporting, 20H15 Segunda-feira, 6 de Abril:Marítimo-Vit. Setúbal, 18 horasFC Porto-Estoril, 20 horas.

Bubacar Djaló assina com leões até 2020 O jogador que recentemente completou 18 anos, assinou com o Sporting um contrato profissional com duração de 5 anos e com uma cláusula de rescisão de 45 milhões de euros.

ANTÓNIO GASPAR DIAS

"Carlos Brito é uma das possibilidades para o Penafiel" Rui Quinta deixa boa impressão em Penafiel, mas o clube apresenta amanhã novo treinador.

O Penafiel vai apresentar amanhã um novo treinador, o terceiro esta temporada. A época começou com Ricardo Chéu, que saiu para dar o seu ligar a Rui Quinta, mas este por sua vez não resistiu à tirania dos resultados e após a derrota caseira com o Rio Ave (0-2), o chicote voltou a estalar nos durienses.

Foi através de comunicado que o Sporting revelou o acordo entre as duas partes. "A Sporting SAD chegou a acordo com Bubacar Djaló para a assinatura de contrato profissional com duração até 2020, tendo uma cláusula de rescisão de 45 milhões de euros.A Sporting SAD deseja a Bubacar Djaló os maiores sucessos profissionais e pessoais."


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INGLATERRA

Falcao na mira de Chelsea e Tottenham Colombiano está emprestado pelo Mónaco ao Manchester United até ao final da época. O jogador pode deixar Old Trafford e mudarse para Londres, de acordo com o Daily Mirror.

Radamel Falcao está a ser associado a Chelsea e Tottenham, pelo jornal inglês "Daily Mirror". O avançado foi emprestado pelo Mónaco ao Manchester United, até ao final desta temporada, mas a época está a correr aquém das expectativas e o destino do colombiano é longe do Old Trafford. Segundo a notícia publicada esta segunda-feira, o Manchester United não vai accionar a cláusula que possui no contrato de cedência para ficar com o avançado. Com a saída de cena dos "red devils", Chelsea e Tottenham surgem como potenciais interessados, até porque Falcao, de acordo com esta informação, deseja continuar a jogar na Premier League. Utilizado de forma intermitente por Louis Van Gaal, o ponta-de-lança vive a pior época desportiva, desde que chegou à Europa. Falcao marcou, apenas, quatro golos pelo clube inglês, numa temporada em que começou por marcar por duas vezes, em três jogos realizados ao serviço do Mónaco. O ponta-de-lança, de 29 anos, que se destacou no FC Porto e no Atlético Madrid, é um dos grandes goleadores dos últimos tempos no futebol europeu.

E se as janelas produzissem electricidade? Projecto luso-britânico usa células fotovoltaicas de terceira geração. As janelas são "mais eficientes e de custo reduzido em comparação com os actuais sistemas".

Foto: DR

Investigadores das universidades de Coimbra (UC) e de Sheffield, no Reino Unido, desenvolveram um estudo que contribui para o futuro desenvolvimento de janelas que transformam luz solar em energia eléctrica. As janelas - designadas pela comunidade científica como "células fotovoltaicas de terceira geração" -, que poderão produzir electricidade, em vez de painéis fotovoltaicos, são "mais eficientes e de custo reduzido em comparação com os atuais sistemas", afirma a instituição portuguesa, numa nota divulgada esta segunda-feira. "Pela primeira vez", uma equipa de investigadores, coordenada por Carlos Serpa e Hugh Burrows, "avaliou o potencial de alguns compostos de platina (platina ligada a um conjunto de moléculas orgânicas) para aplicações na transformação de energia solar em electricidade". Para isso, os especialistas adoptaram "um método sensível de calorimetria foto-acústica (tecnologia única desenvolvida na UC)", para determinarem "quão eficiente é a transferência de electrões destes compostos de platina para um material semicondutor, de forma a produzir electricidade, num aproveitamento racional da energia solar". Compostos de platina são candidatos promissores Os resultados da investigação, financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo LaserLab Europe, foram considerados ‘HOT Article’ e serão capa da edição 26 (a publicar em Julho, mas já disponível online) da revista científica editada pela Royal Society of Chemistry, "Dalton Transactions", adianta a UC. Segundo o investigador Carlos Serpa, os compostos de platina estudados são candidatos promissores para aplicações na conversão da energia solar em electricidade, porque "apresentam como grande vantagem a sua capacidade de intensa absorção no visível e em parte do espectro do infravermelho


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próximo". Mas "verificou-se que o tempo de vida do composto no estado necessário para a transformação em energia eléctrica é muito curto, entrando em competição com a transferência de electrões para o circuito eléctrico", ressalva o investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC. Além de Carlos Serpa e de Hugh Burrows, a equipa do Coimbra LaserLab da UC que participou na investigação é também integrada por Patrícia Jesus. O Coimbra Laser Lab Overview é um laboratório multidisciplinar dedicado ao estudo das interacções entre radiação e matéria em nível molecular, que faz parte da Laserlab Europe, um consórcio de organizações líderes em pesquisa à base de laser de 16 países patrocinados pelo 7.º Programa-Quadro da União Europeia.

Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.

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