EDIÇÃO PDF Segunda-feira, 16-03-2015 Edição às 08h30
Directora Graça Franco Editor Raul Santos
“A melhor defesa da costa é uma praia” Fatia do PIB destinada à saúde pública nunca foi tão baixa
Francisco: "Tenho a sensação de que o meu pontificado vai ser breve"
Cruz Vermelha dá conta de muita destruição em Vanuatu
Silva Peneda: “Não reconheço competência técnica ao FMI”
AUDIÊNCIAS
Grupo Renascença volta a reforçar liderança
Leitura da íris será novidade nos aeroportos europeus em 2017
Judeus em Portugal vêem com bons olhos regresso a Israel
Governo de Dilma Vaticano aprova promete medidas uso da força contra a corrupção contra o Estado Islâmico
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“A melhor defesa da costa é uma praia” Grupo de trabalho criado pelo Governo conclui que dez milhões por ano para tratar da orla costeira é pouco. A costa precisa, de imediato, de reposição de areias nas praias para que não desapareçam.
subida do nível médio do mar e, em especial, a Ria de Aveiro, em localidades como Cortegaça e a Vagueira”. Com uma agitação marítima intensa, ventos fortes e com a subida do nível médio da água do mar, que se prevê de um metro até final do seculo, os problemas vão aumentar. Entre as recomendações do grupo é a de que se faça uma monitorização detalhada e sistemática de todas as situações na costa portuguesa. Esta monitorização da costa é, hoje em dia, pontual e, assim, "dificilmente se pode pôr no terreno uma política de protecção". "Não tem havido vontade política para assegurar uma monitorização adequada e sistemática da nossa costa”, reforça Filipe Duarte Santos. Outra conclusão a que chegou este grupo é a de que a coordenação entre os ministérios que virão a ser envolvidos tem de ser mais eficiente. Ouça as reportagens em Aveiro e na Costa de Caparica.
Foto: DR Por Teresa Almeida
Portugal vai ter de investir o dobro do que gasta para proteger a costa portuguesa. Entre 20 milhões e 30 milhões de euros anuais é a verba necessária para garantir a sustentabilidade da costa, de acordo com as conclusões do estudo do grupo de trabalho criado pelo Governo para apresentar soluções para o problema. O geofísico Filipe Duarte Santos, o coordenador do estudo, que vai ser apresentado esta segunda-feira, garante, em declarações à Renascença, que os actuais 10 milhões anuais são insuficientes para as intervenções necessárias à estabilização da orla costeira. “Vai ser preciso estudar muito e ponderar que soluções são as mais adequadas, mas temos a certeza de que será preciso gastar bem mais do dobro daquilo que se gasta nesta altura. Estarei a falar de valores entre os 20 e os 30 milhões de euros anuais”, afirma o especialista. Norte pior Com uma costa problemática, sobretudo entre a foz do rio Minho e a Nazaré, Portugal terá de actuar a muito curto prazo. A primeira medida a tomar no esforço de defesa da orla costeira será a reposição de areias nas praias, evitando a erosão. "A melhor defesa da costa é uma praia", sustenta Filipe Duarte Santos, sublinhando a necessidade de serem identificadas "fontes de sedimentos e de areia, especialmente no fundo mar e perto da costa". A situação é particularmente grave a norte, "devido a obras portuárias", destacando-se os casos da foz "do Mondego e do Vouga", onde a transposição e areias é fundamental "para que se possa restabelecer o equilíbrio sedimentar”. Ainda assim, teme-se que daqui por 80 anos algumas zonas possam vir a desaparecer ou a terem de ser redefinidas. O litoral de Aveiro vai ser muito afectado, aponta o investigador: "Diria que é, sobretudo ,a célula que vai desde a foz do Douro e a Nazaré que vai ser muito afectada, por ser particularmente vulnerável à
Fatia do PIB destinada à saúde pública nunca foi tão baixa OMS critica Portugal por não ter avaliado os efeitos da austeridade na saúde. Em 2012, o orçamento para o sector caiu, pela primeira vez, para um nível abaixo dos 14% do PIB.
As falhas nas urgências marcaram os últimos meses nos hospitais portugueses. Foto: RR
A Organização Mundial de Saúde (OMS) critica Portugal pela falta de avaliação do impacto da austeridade na saúde. Nunca o orçamento para o sector foi tão baixo. O estudo realizado pela OMS e pelo Observatório Europeu sobre Sistemas e Políticas de Saúde indica que, em 2012 (em pleno programa de ajustamento), a fatia do PIB para o sector caiu para os 12,5% – quando nunca tinha sido menos de 14%. Em contrapartida, a parte suportada pelos privados subiu para 37%. O documento que vai ser divulgado esta segunda-feira à tarde, em Coimbra, adianta que, não só o Governo não teve a preocupação de tomar medidas preventivas, que minimizassem o efeito da crise na saúde, como persistiu num comportamento prejudicial à qualidade
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do serviço prestado. Na opinião do presidente da secção regional do centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, este é um sinal concreto de que as questões económicas e financeiras se sobrepuseram às questões sociais e até de qualidade. Apesar de a experiência do passado mostrar que as crises económicas têm impacto negativo na saúde e no bem-estar das populações, o Governo português não teve isso em conta, refere. Carlos Cortes reconhece que as conclusões da OMS e do Observatório Europeu não coincidem com os dados divulgados pelo Governo, porque levam em conta a percepção de quem trabalha ano terreno. “Há uma sensibilidade muito importante que é a dos profissionais de saúde, que aponta para a dificuldade existente hoje em responder às necessidades da população no que diz respeito à saúde”, afirma à Renascença. Carlos Cortes considera que, a partir das conclusões conhecidas esta segunda-feira, e do que aconteceu durante a crise, o Governo pode tomar medidas que evitem a sua repetição no futuro. NOTA DE ABERTURA
Dois anos de Papa Francisco Uma proximidade que surpreende, entusiasma e assume uma verdadeira Nova Evangelização. Por Nota de Abertura
Estes dois anos de pontificado do Papa Francisco têm sido de uma extraordinária riqueza, em gestos e palavras proféticas, verdadeiramente reveladoras de uma proximidade com Deus. Uma proximidade que surpreende, entusiasma e assume uma verdadeira Nova Evangelização. Mas se somos confrontados com a novidade de gestos e decisões – acaba de ser anunciado o ano jubilar da Misericórdia! -, também somos interpelados pela essência da nossa Fé. Desde o primeiro momento, que o Papa Francisco nos pede que rezemos por ele e nos exorta a uma oração diária. Perante a actualidade, diz-nos o Papa: "Estamos saturados de notícias e imagens impressionantes que nos relatam o sofrimento humano, sentindo ao mesmo tempo toda a nossa incapacidade de intervir. Que fazer para não nos deixarmos absorver por esta espiral de terror e impotência? Em primeiro lugar, podemos rezar na comunhão da Igreja terrena e celeste. Não subestimemos a força da oração de muitos!" Para responder a este apelo, esta sexta-feira e no sábado, toda a Igreja está em oração, numa iniciativa chamada "24 horas para o Senhor". Nas grandes catedrais e nas mais pequenas paróquias, os cristãos estão a rezar. Por todos os que sofrem perseguições; por todos os que são vítimas da guerra, da fome, da violência. Durante 24 horas, somos todos convidados a rezar pela paz.
Francisco: "Tenho a sensação de que o meu pontificado vai ser breve" Eleito há dois anos, Jorge Bergoglio fala das viagens como uma "grande penitência" e revela que gostava de poder sair um dia sem que ninguém o reconhecesse e ir comer uma pizza. O Papa Francisco declarou esta sexta-feira, no segundo aniversário da eleição, ter "a sensação" que o pontificado pode ser breve, de quatro ou cinco anos, mas desmentiu sentir-se "só e sem apoio". Numa longa entrevista à cadeia de televisão mexicana Televisa, divulgada pela Rádio Vaticano, Jorge Bergoglio, 265.º sucessor do apóstolo Pedro, respondeu francamente sobre a possível duração do seu papado, que pode concluir-se com a sua morte ou com uma demissão. "Tenho a sensação que o meu pontificado vai ser breve. Quatro ou cinco anos. Não sei. Ou dois ou três. Dois já passaram. É uma sensação um pouco vaga que tenho", afirmou. "O Senhor colocou-me [aqui] para uma coisa breve, nada mais”, precisa. Neste contexto, o Papa elogia a "coragem" do seu predecessor, Bento XVI, que renunciou ao pontificado o primeiro Papa em sete séculos a resignar ao cargo, em Fevereiro de 2013 - entendendo que esse gesto não deve ser considerado como uma excepção. "Abriu uma porta institucional", sublinhou. Francisco, de 78 anos, não disse que pretende demitirse um dia. Declarações anteriores neste sentido geraram várias críticas e fortes reacções junto de alguns teólogos conservadores. "Não me agrada muito", afirmou, sobre a ideia de fixar um limite de idade, aos 80 anos, para a resignação de um Papa. O cargo de Papa "é uma graça especial", disse. Decretar que o fim é aos 80 anos "iria criar uma sensação de fim, de um pontificado destinado a não se acabar bem", acrescentou, aparentemente para tranquilizar os mais conservadores. Bento XVI, um "avô sábio" O Papa falou também do antecessor, retirado no Vaticano, que está "feliz, satisfeito, respeitado por todos". Revela que visita e conversa telefonicamente com Bento XVI, um "avô sábio" a quem se pode pedir conselho. "É leal até à morte", assegurou. À pergunta "gosta de ser Papa?", Francisco respondeu sobriamente e sem entusiamo excessivo: "Não me desagrada". Sublinhou que sempre detestou viajar e que é uma pessoa caseira. "A única coisa de que gostava era de poder sair um dia, sem que ninguém me reconhecesse, e ir comer uma pizza", afirmou. "Não me sinto só. A sério que não", afirmou, respondendo a uma outra questão. Viagens são uma “penitência”
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Francisco rejeita a ideia de que teria alguma antipatia pelo ambiente do Vaticano e confessa que a sua “grande penitência” são as viagens, porque é uma pessoa de hábitos enraizados. O Papa gostaria de ver preservada a privacidade dos seus telefonemas e mensagens, agradecendo que muitas pessoas o façam, mas deixa claro que vai continuar a comportar-se da mesma forma. “Se sentir que tenho de fazer alguma coisa, vou fazê-lo e corro o risco”, disse. Em 24 meses de pontificado, o Papa Francisco visitou o Brasil, a Terra Santa, a Coreia do Sul, a Albânia, a Turquia, o Sri Lanka e Filipinas e a cidade francesa de Estrasburgo, onde passou pelo Parlamento Europeu e o Conselho da Europa; realizou também sete viagens em Itália e várias visitas a paróquias de Roma, numa das quais entrou de surpresa num bairro de lata.
Supremo analisa mais um “habeas corpus” para libertar Sócrates Já foram apresentados seis pedidos. Defesa do ex-primeiro-ministro argumenta que a prisão preventiva já devia ter sido revista e sustenta que a investigação esteve em mãos erradas, já que caberia ao Supremo Tribunal de Justiça.
exercício da função de primeiro-ministro. Em segundo lugar, a defesa alega que, ao contrário do que manda a lei, a medida de coacção ainda não foi reavaliada, quando deveria ter sido ao fim de três meses. O “habeas corpus” foi apresentado pela defesa do exprimeiro-ministro há precisamente uma semana. A decisão vai ser tomada pelo juiz conselheiro Santos Cabral. Mas, se é mais ou menos consensual que a lei é meramente indicativa quando refere a necessidade de reavaliação de uma medida de coacção de três em três meses, a interpretação não é tão linear no que toca ao ponto de ser o STJ a conduzir processos de alegados crimes cometidos enquanto o arguido desempenha a função de primeiro-ministro. Nesta matéria, existe uma grande divisão entre a comunidade jurídica. José Sócrates está indiciado por crimes de fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais. Na passada segunda-feira, foi apresentado um outro pedido de “habeas corpus” relativo a Sócrates, requerido por um cidadão, mas, até agora, o STJ não marcou uma sessão para se pronunciar.
Pausa no calor. Chuva regressa esta semana Apesar da descida das temperaturas, há seis regiões do país com risco alto de exposição à radiação ultravioleta. Quanto ao estado do mar, estão duas barras de fechadas a toda a navegação e outras duas condicionadas, devido à previsão de agitação marítima forte.
Sócrates está indiciado por crimes de fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais. Foto: Lusa
O Supremo Tribunal de Justiça decide esta segundafeira o mais recente pedido de “habeas corpus” para libertar José Sócrates. A libertação imediata do antigo primeiro-ministro é, agora, reclamada com base em dois pressupostos essenciais. Em primeiro lugar, a defesa de José Sócrates considera que houve uma alteração do período temporal dos alegados crimes, que concentra os ilícitos no período em que Sócrates foi chefe do Governo. Alega, por isso, que a investigação é ilegal, uma vez que não devia estar a ser conduzida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), mas sim pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), quem tem a competência para investigar crimes cometidos no
Foto: DR
O sol vai brilhar esta segunda-feira, em todo o continente, mas as temperaturas máximas estão mais baixas. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê ainda um aumento gradual de nebulosidade a partir do final da tarde. As noites vão continuar frias, com formação de geada nas regiões do interior, em especial do Norte e Centro. Em Lisboa, as temperaturas vão variar entre os seis e os 17 graus, no Porto entre os cinco e os 15, em Vila Real entre os dois e 16, em Viseu entre os três e os 15, em Bragança entre zero e os 14, na Guarda entre um e 11
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graus, em Castelo Branco entre quatro e 17, em Coimbra entre três e 17, em Évora entre três e 19, em Beja entre seis e 20 e em Faro entre oito e 17. Ainda assim, é necessário ter atenção aos raios ultravioleta. Seis regiões do país apresentam esta segunda-feira um risco alto de exposição a esta radiação, segundo o IPMA: Faro, Beja, Évora, Penhas Douradas e, na Madeira, Funchal e Porto Santo. Nestas regiões, é recomendado o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt, guarda-sol e protector solar. Na terça-feira, chegam os chuviscos, que se vão manter, pelo menos, até quarta-feira. Forte agitação marítima As barras de Esposende e de São Martinho do Porto estão esta segunda-feira fechadas a toda a navegação e as de Póvoa do Varzim e de Vila do Conde estão condicionadas, devido à previsão de agitação marítima forte. A barra marítima da Póvoa do Varzim está aberta a embarcações com calado superior a dois metros, duas horas antes e duas horas depois da preia-mar. Em Vila do Conde, a Marinha aconselha as embarcações até 12 metros de comprimento e/ou calado inferior a dois metros a praticar a barra no período compreendido entre as duas horas antes e duas horas após a preia-mar. As embarcações com comprimento superior a 12 metros e/ou calado superior a dois metros, apenas podem praticar a barra de Vila do Conde no período da preia-mar. O IPMA prevê ondas de noroeste com dois a três metros na costa ocidental e na costa sul ondas de sudoeste com um metro.
Silva Peneda: “Não reconheço competência técnica ao FMI” O presidente do Conselho Económico e Social lança, na Renascença, severas críticas ao FMI, afirmando que, neste momento, já não é tão importante olhar para as recomendações do Fundo. Semanário "Expresso" noticia que a instituição liderada por Christine Lagarde reitera desconfiança em relação ao futuro da economia nacional.
Por João Carlos Malta
O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Silva Peneda, diz que não reconhece ao FMI "competência técnica” porque demostrou, ao longo do programa de ajustamento da troika, “muitas fragilidades”. Silva Peneda reage, desta forma, na Renascença, às críticas com que o Fundo brinda o Governo português e que o Expresso noticia este sábado. Segundo o FMI, Governo e parceiros sociais desistiram das reformas e teme que a economia portuguesa volte ao modelo que fez o país pedir ajuda externa há três anos. Silva Peneda pensa que o FMI não tem moral para dar, agora, lições, quando, no passado, cometeu “erros na elaboração do programa que nunca admitiram”. “Havia uma obsessão em manter esses erros”, lembra o presidente do CES, reportando-se a várias reuniões em que esteve presente ao longo dos últimos três anos com os elementos da missão da troika. Os resultados do programa, que, na opinião de Peneda, identificou mal o problema da economia de Portugal (que não era financeiro mas sim estrutural), não foram bons e nada têm a ver com as metas estabelecidas quando foi desenhado. Em relação aos riscos de retrocesso que o FMI identifica, Silva Peneda diz que estes “existem”, mas que “quem governa tem de ter consciência disso” e os executivos nacionais não precisam que o FMI “venha dizer que há riscos porque eles são evidentes”. Em relação à propalada interrupção das reformas
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estruturais, o presidente do CES admite que fica “nervoso” quando se fala do tema sem que se diga o que são "reformas estruturais". “O que é? Em que sectores?”, questiona. “Querem desregular o mercado de trabalho no seu todo? Eu gostava que concretizassem o que dignifica. Privatizações? Já foi tudo feito", afirma, rematando a dizer que o FMI já “não comanda as decisões”, já não é um factor primordial nas discussões. CONVERSAS CRUZADAS
Álvaro Santos Almeida: “As ruas são para andar, não para mudar regimes” Silva Peneda olha para o 15/15 como “o protesto da desilusão com Dilma”, não afastando, no limite, a demissão “o impeachment”. O economista Álvaro Santos Almeida está contra “o dar legitimidade a movimentos de rua”.
Por José Bastos
“As ruas não são - e não podem ser - o instrumento consequente de manifestação da vontade popular. As ruas são o sítio para andar”, afirma Álvaro Santos Almeida neste domingo em que os protestos 15/15 prometem deixar marcas no Brasil. Milhões de brasileiros vão exigir este Domingo nas principais cidades o afastamento da presidente do Brasil, Dilma Rouseff, quando em 2013 ‘apenas’ pediam um país melhor. Agora os brasileiros não querem apenas uma melhoria no exercício da democracia sugerindo também alterações profundas de regime. “Se alguém acha que vai conseguir mudar o regime a partir da rua então estamos muito mal. Isso pode ser conseguido, mas estamos muito mal, porque em democracia não é assim que se faz”, sustenta o economista. “No nosso modelo de democracia o poder do povo é manifestado em eleições, não é manifestado nas ruas”, reforça Álvaro Santos Almeida. “Não estou de acordo que as ruas sirvam só para andar”, contrapõe o antigo ministro Silva Peneda, presidente do CES. “A voz do povo, ouvida
periodicamente, decorre do direito de liberdade de expressão e de manifestação”, defende. “O povo dizer que está descontente quando não está contente pode ter ou não implicações directas nos processos de queda dos governos. No caso do Brasil, o impeachment (destituição presidencial) é uma possibilidade prevista na Constituição”, observa Silva Peneda. A base de apoio de Dilma argumenta que o protesto deste domingo, conhecido como o 15/15, convocado inicialmente nas redes sociais, decorre apenas da insatisfação de uma minoria inconformada com o resultado da maioria. Dilma defendeu-se, esta semana, mas assumiu a crise. “É verdade que o Brasil passa por um momento difícil, mais difícil do que vivemos em anos recentes”, disse a presidente. “Mas nem de longe estamos vivendo uma crise das dimensões que alguns de nós dizem. Nós passamos por problemas conjunturais, estritamente conjunturais”, afirmou Dilma em São Paulo. Insistindo sete vezes na palavra ‘crise’, Dilma Rousseff reiterou que “não existe uma crise que paralise o país”. Álvaro Santos Almeida retira importância ao ‘plebiscito’ das ruas deste domingo. “Não tenho certeza que Dilma tenha descapitalizado em quatro ou cinco meses todo o capital político que tinha em Outubro”, nota. “O facto de haver manifestações contra não significa que a maioria do povo brasileiro não esteja com Dilma. Provavelmente não estará, mas uma coisa não implica a outra. Houve manifestações violentas contra o governo antes de Outubro de 2014 e Dilma ganhou as eleições”, recorda o professor de economia na Universidade do Porto. “Portanto, o facto de haver manifestações este domingo significa apenas que há uma parte da população brasileira descontente. Não significa que seja maioritária. Em democracia é a maioria nas urnas a determinar quem deve governar”, reitera Álvaro Santos Almeida. Silva Peneda: “o 15/15 é a manifestação da desilusão” “Este domingo tem lugar a manifestação da desilusão. O milagre brasileiro de que tanto se falava desapareceu”, resume Silva Peneda, presidente do Conselho Económico e Social. “Milhões saíram da pobreza, a classe média foi reforçada, havia crescimento económico, criação de emprego, investimento, procura interna e tudo isso, de repente, despareceu. Mais uma vez a economia comanda”, aponta. “Hoje não há investimento, a taxa de juro está nos 12%, a inflação dispara, não há expectativas de crescimento. Pior: na campanha Dilma disse que não aumentava impostos e já os aumentou”, refere o antigo ministro. “Na opinião pública estes fenómenos são terríveis sobretudo quando as pessoas transitam de períodos de grande euforia”, afirma Silva Peneda. “Ainda pior: temos o caso da corrupção na Petrobras. Estamos perante um caso que exige uma grande reforma até do sistema eleitoral brasileiro”, antecipa o antigo ministro. Álvaro Almeida retoma a grelha de análise que separa a situação económica dos casos de corrupção. “Não
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podemos e não devemos confundir: uma coisa são os problemas de corrupção. Podem levar ao ‘impeachment’ se a presidente Dilma estiver envolvida. Estamos de acordo”, concede. “Outra coisa diferente é dizer: ‘as pessoas estão descontentes por razões económicas. Misturar as duas coisas é dar legitimidade a movimentos de rua só porque existe uma questão de corrupção – há mais de 10 anos no Brasil – porque suspeitas e casos demonstrados do PT de Lula existem há pelo menos uma década”, refere o economista ex-FMI, em Washington. “Dilma está envolvida na Petrobras? Sim ou não? É a única questão relevante. Porque todas as acusações a elementos do PT, associados a casos de corrupção, já vêm do tempo de Lula”, afirma Álvaro Santos Almeida. “Não foi por isso que Lula não completou o mandato. Não foi por isso que a sua sucessora não foi eleita para o primeiro mandato e reeleita para um segundo”, conclui. Reforma do sistema eleitoral brasileiro? Mas não pode o maior esquema de corrupção da história brasileira na empresa estatal-símbolo do país, a Petrobras, minar o governo Dilma? Não pode o efeito combinado da operação “Lava Jacto” com a recessão económica, alterações na legislação de trabalho e aumento de impostos para cidadãos e empresas causar uma erosão do regime? Silva Peneda admite o cenário. “A opinião pública brasileira está cansada dos níveis de corrupção e da forma pouco transparente de financiamento dos partidos políticos”, sustenta. “Repare-se que neste caso da Petrobras estão em curso 21 inquéritos judiciais. Quantos deputados federais investigados? 22. Quantos senadores? São 17. E um vice-governador estadual”. “Veja-se o que isto representa de confusão no cenário político brasileiro”, observa. “Este domingo vai ter lugar uma grande manifestação. As coisas vão ser complicadas e julgo haver aqui uma janela de oportunidade para uma reforma do sistema eleitoral brasileiro”, é o olhar que Silva Peneda projecta. Já Álvaro Santos Almeida, reavalia o 15/15 á luz do resultado das presidenciais de Outubro. “O essencial resume-se assim: Dilma está envolvida ou não no processo de corrupção na Petrobras?” “Se está, obviamente, há razões substantivas para não terminar o mandato. Se não está envolvida a sua legitimidade é a mesma de há 5 meses quando ganhou as eleições”, remata o economista. Silva Peneda: “Sabemos como começa, não como acaba” Depois de 20 anos de ditadura militar o primeiro presidente eleito democraticamente não terminou o mandato. Desde 1992 - com o actual senador Collor de Melo – que o mecanismo constitucional de destituição do presidente tornou a expressão ‘impeachment’ familiar nos ouvidos brasileiros. O maior escândalo de corrupção da história do país, a ameaça de racionamento de água e energia e a recessão económica levam, de novo, o grito ‘impeachment’ para a rua. O jurista Ives Gandra Martins redigiu um parecer alegando base jurídica para a destituição. Gandra
Martins aponta para “a improbidade por culpa” da presidente no caso Petrobras. O parecer foi desqualificado pelos apoiantes de Dilma. No que os analistas convergem é no grau de gravidade do actual momento político. José da Silva Peneda explica a razão do 15/15 ser um protesto de maior complexidade que os anteriores. “A grande diferença da manifestação deste domingo com todas as outras – as de 2013 e outros anos – é a de ter lugar num quadro de grande fragilidade económica. Essa é a questão”, garante. “Enquanto os brasileiros se manifestavam, no passado, contra a corrupção havia a dimensão ética associada, mas tinham emprego e a economia crescia. Com o Mundial de Futebol uma minoria activista que condenava os projectos megalómanos teve destaque, mas agora a expressão do protesto é diferente”, sustenta Silva Peneda. “Agora há outra ordem de grandeza no descontentamento: é o emprego, a economia que não cresce, o crédito caríssimo e o aumento dos impostos”. “Donde, é a classe média a sentir-se ameaçada. Segmento social composto por quem veio de baixo e atingiu um patamar confortável. Quando as pessoas escalam o elevador social é muito difícil aceitar regredir”, afirma o próximo adjunto de Jean Claude Juncker. “Por isso é que o movimento popular vai ser muito mais profundo e, já agora, não afasto liminarmente a questão do ‘impeachment’”, admite Silva Peneda. “Sabemos como começam estes movimentos, mas nunca se sabe como acabam. Vamos ver, então, como decorre a manifestação este domingo no Brasil” EM NOME DA LEI
Luís Portela: “Preço dos medicamentos baixou 30% em Portugal” O presidente não-executivo dos laboratórios Bial, Luís Portela, diz que os preços dos medicamentos em Portugal são, em média, dos mais baixos da Europa, fixando-se ao nível dos praticados na Eslovénia e na Estónia. Portugal tem dos medicamentos mais baratos na Europa, garante Luís Portela, presidente não executivo do maior grupo farmacêutico nacional, a Bial. O empresário diz que os preços baixaram 30 por cento, nos últimos anos, fixando-se o preço médio de um medicamento em valores a rondar os 10 euros. “O preço médio dos medicamentos em Portugal é de 10,09 euros. Claro que há um ou outro muito mais caro, mas Portugal tem preços ao nível dos da Eslováquia e da Estónia. São dos preços mais baratos na Europa, em média, e baixaram 30% em média nos últimos três a quatro anos”, disse Portela no programa “Em Nome da
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Lei”, da Renascença. Em Portugal, já há uma grande prevalência de genéricos nos medicamentos vendidos e de medicamentos inovadores. Nestes últimos, os valores atingem níveis de custo astronómicos, como se verificou, recentemente, no caso dos doentes de hepatite C. Ao fim de mais de um ano de negociações, o Governo conseguiu baixar o custo do tratamento por doente para 25 mil euros. Ainda assim, um valor muito alto. Por isso, os Médicos do Mundo já contestaram no Instituto Europeu de Patentes, o monopólio da empresa americana Gilead. António Andrade, daquela organização internacional, adianta que os dos argumentos invocados foi o facto de o Sofosbuvir ter sido investigado em boa parte pelos laboratórios públicos britânicos. O presidente não executivo da Bial contrapõe que o grande esforço de investigação é das empresas farmacêuticas e não dos laboratórios públicos. Por isso, tem de haver patentes para garantir que, ao longo de 20 anos, só aquela empresa pode vender o medicamento que descobriu. Luís Portela diz que as empresas apostadas na descoberta de novos fármacos são muito poucas. Há apenas 25 instituições na Europa, que criam novos medicamentos. O empresário farmacêutico defende por isso que as patentes existem também para proteger os consumidores. FORA DA CAIXA
"Há tradição de algum isolacionismo dos Chefes de Estado" Pedro Santana Lopes e António Vitorino sublinham a utilidade do chamado "Grupo de Arraiolos" e analisam as competências do Presidente da República na área da Política Externa no programa Fora da Caixa, da Renascença. Chama-se Grupo de Arraiolos mas não é um clube de bordados. É por essa designação que responde um conjunto informal de Presidentes da República europeus sem poderes executivos, criado em 2003 por Jorge Sampaio, que reúne anualmente para debater várias matérias em clima de informalidade. Pedro Santana Lopes, possível candidato presidencial, defende que o grupo deve reunir-se mais vezes, se possível. "Não é fácil mas seria mais útil se o grupo fosse mais pequeno e se pudessem encontrar mais vezes. Há sem dúvida uma tendência tradicional para algum isolacionismo dos chefes de estado. Isso não faz sentido nos tempos de hoje". Santana explica melhor o que quer dizer com esta expressão. "Isolacionismo, no que diz respeito a uma muito vincada vassalagem a
uma agenda oficial um pouco incompatível com as exigências do trabalho politico, seja a que nível for, do Estado. Tomo-o como um grupo com alguma informalidade, na procura de conhecimento e na troca recíproca de informações. É importante no exercício da acção diplomática que cabe também aos chefes de Estado". António Vitorino diz que "esse tipo de grupos é sempre útil porque contribui para o conhecimento mútuo. E que melhor conhecimento mútuo que o dos chefes de estado que representam os respectivos países? Por não terem poderes executivos, podem ter até uma visão mais distanciada da agenda quotidiana, daquela negociação permanente que é a União Europeia, preocupando-se com questões de fundo". O antigo comissário europeu deixa mesmo uma questão que poderia merecer um debate entre os presidentes da República que não governam. "Porque é que há uma fractura cultural na Europa, que supúnhamos que 60 anos de integração tinham feito desaparecer, voltou de repente a galope no bojo da crise financeira?" Da política externa à defesa nacional Santana Lopes insiste na necessidade de analisar algumas regras da relação entre o primeiro-ministro e o Presidente da República no domínio da política externa. Existe uma prática política que fica sujeita aos humores dos protagonistas. "Faz pouco sentido o Presidente da República estar com o primeiro-ministro nas suas viagens oficiais um pouco 'a pedir' ao PM para a sua viagem ser tratada como deve ser. Há a questão de quem acompanha o Presidente. Devem ser ministros, mas quando há tensão, alguns PM mandam secretários de estado. Ou por exemplo, o ministro dos Negócios Estrangeiros vai só um dia em vez de dois. Há muita maneira de um primeiro-ministro mostrar o seu desagrado ao Presidente da República", exemplifica. Mesmo sem funções executivas, o Chefe de Estado detém um forte poder simbólico, observa António Vitorino. " O Presidente da República, como Chefe de Estado, tem a responsabilidade de ajudar a promover a economia portuguesa à escala global", acrescenta o antigo ministro socialista para quem há situações em que só os contextos dão corpo a funções que até podem estar minimamente inscritas na Constituição. "O que é isto de ser Comandante-Supremo das Forças Armadas? Do ponto de vista da lei não existe nenhum conteúdo especifico. Contudo, o PR preside ao Conselho Superior de Defesa Nacional e a vontade dele é necessária para nomear o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas e os chefes dos três ramos das Forças Armadas. Mas o PR vai além disso em matéria de defesa. De alguma forma, as Forças Armadas olham para o PR como o seu Comandante e dão conteúdo a esse cargo", defende o antigo ministro da Defesa. Santana Lopes concorda. "O Presidente tem mais poder real na área da Defesa Nacional do que na política externa. Quando o PR quer tratar da Defesa Nacional, o próprio primeiro-ministro deve-lhe muita atenção. Na área da política externa, não digo que o Presidente da República peça para falar, mas a relação entre primeiro-ministro e Presidente da República já é
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diferente", remata o antigo primeiro-ministro. O programa "Fora da Caixa" é uma parceria Renascença/Euranet, para ouvir depois das 23h00 de sexta-feira.
Metro de Lisboa volta a parar na manhã de segunda-feira Greve das 6h30 às 9h30. A Carris vai reforçar carreiras nos trajectos mais afectados. Os trabalhadores da Transportes Sul do Tejo também estão em greve: paralisação de 24 horas esta segunda-feira.
Foto RR/Cristina Nascimento
Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa voltam a fazer greve parcial esta segunda-feira. A paragem será entre as 6h30 e as 9h30. A empresa espera que a circulação esteja normalizada por volta das 10h00. Os funcionários manifestam-se contra a privatização da empresa e as condições de trabalho. Esta é a primeira de duas paralisações para esta semana. Na quarta-feira há uma nova greve parcial no mesmo horário de manhã. Segundo o sindicato, entre as razões para a greve estão "a falta de diálogo, quer por parte da empresa quer do Governo, para resolver os problemas concretos de trabalho da maior parte das categorias profissionais, a redução cada vez mais acentuada do número de trabalhadores" e "a defesa da empresa enquanto empresa pública". Devido à greve, a Carris vai reforçar o número de autocarros nos trajectos servidos pelas carreiras 726 (Sapadores-Pontinha), 736 (Cais do Sodré-Odivelas), 744 (Marquês de Pombal-Moscavide) e 746 (Marquês de Pombal-Estação da Damaia), que coincidem com eixos servidos pelo Metro, acrescentou o Metropolitano, em comunicado. Transportes Sul do Tejo também em greve esta segunda-feira Os trabalhadores da Transportes Sul do Tejo (TST) vão realizar uma greve de 24 horas que se inicia na madrugada de segunda-feira, em protesto contra os "baixos salários" na empresa.
A paralisação na rodoviária foi marcada pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) e começa às 3h00 de segunda-feira, estando também agendado um plenário junto à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) de Almada. "Avançámos para a greve de 24 horas porque é a única maneira que temos de todos os trabalhadores da empresa conseguirem estar no plenário. O facto de a greve ser de 24 horas não significa que os autocarros vão estar parados esse tempo, pois os trabalhadores são livres de decidir se vão ou não trabalhar depois do plenário", disse à Lusa João Saúde, da Fectrans. O sindicalista explica que os trabalhadores exigem uma melhoria salarial, considerando que os atuais salários são "muito baixos". "A empresa continua a fazer um caminho de empobrecimento salarial. Os trabalhadores têm muita responsabilidade e ganham 623 euros, o que é muito pouco e lutamos por um salário digno. A empresa tem condições para uma melhoria salarial", explicou. Em Fevereiro, os trabalhadores da TST também realizaram uma greve de 24 horas, com a empresa TST a explicar, na ocasião, que foi aplicada uma actualização salarial de 1%, com efeito a partir de 1 de Janeiro deste ano.
Homem apanhado a roubar cobre da estátua do Marquês de Pombal Foi apresentado ao Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, tendo-lhe sido aplicada a medida de coacção de apresentações quinzenais. O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP deteve um homem por furto de um dos corrimões de cobre que protegem a estátua do Marquês de Pombal, no centro da cidade, anunciou a entidade policial. Na sexta-feira, pelas 13h00, a PSP, através da 1ª Divisão Policial, deteve em flagrante delito, na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa, "um homem, com 44 anos de idade, pela prática do crime de furto de bem cultural com valor histórico", relata a polícia. Os agentes policiais encontravam-se em patrulhamento e depararam-se com um homem "a ausentar-se na posse de um dos corrimões de cobre, que integra a estátua do Marquês de Pombal". Ao ser surpreendido pelos polícias, o suspeito, que não ofereceu resistência, tinha também na sua posse uma serra manual destinada ao corte de metal, que foi apreendida. O detido foi conduzido ao Comando Metropolitano de Lisboa, onde recolheu às celas de retenção provisória e foi apresentado ao Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, tendo-lhe sido aplicada a medida de coacção de apresentações quinzenais, informou ainda a PSP.
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Menina de 12 anos encontrada amarrada e amordaçada nos Açores Os sinais apontam para violação. O suspeito, de 44 anos, já foi detido. Uma menina de 12 anos foi encontrada, este domingo, amarrada e amordaçada, em Ponta Delgada, nos Açores, de acordo com anúncio da PSP, através da página do Facebook. A menor foi resgatada com marcas de violência física, havendo indícios de que terá sido vítima de abusos sexuais. A PSP já deteve o suspeito, de 44 anos, existindo fortes indícios de rapto, violação e homicídio na forma tentada. A PSP relata que recebeu., no sábado, a notícia do desaparecimento de uma menina de 12 anos numa das freguesias de Ponta Delgada. “Face à gravidade da situação e por ser uma situação prioritária, foram encetadas todas as diligências policiais para descobrir o paradeiro da criança”, lê-se na página da rede social da força de segurança. A equipa de Investigação Criminal da PSP de Ponta Delgada, “munida de informações determinantes para a descoberta da criança, conseguiu encontrar a menina amarrada, amordaçada e com marcas de violência física”. “Foi possível assim salvar a menina e o suspeito foi detido por existirem fortes indícios de rapto, violação e homicídio na forma tentada”, acrescenta ainda a PSP. A Polícia Judiciária também colaborou nas investigações. O detido será presente a primeiro interrogatório judicial na manhã de segunda-feira. [notícia corrigida às 14h16, onde se lia Madeira, devia ler-se Açores]
Oito meninas do IPO ajudam a criar colecção para o ModaLisboa O estilista Filipe Faísca juntou nove meninas, entre os seis e os 16 anos, sendo que oito delas são tratadas no IPO para o ajudarem a criar a colecção “Darling”. O resultado é este Domingo conhecido no ModaLisboa.
A colecção "Darling" de Filipe Faísca, que vai ser apresentada este Domingo na ModaLisboa, foi feita com a ajuda de nove meninas, oito delas em tratamento no Instituto Português de Oncologia (IPO), autoras do padrão utilizado em algumas peças. Filipe Faísca juntou as nove meninas, com idades entre os seis e os 16 anos, no seu ateliê, em Lisboa, por duas vezes. Na primeira pediu-lhes que desenhassem sobre um tema, o Amor, e ensinou-lhes o que é um padrão e um tecido estampado. Mas só depois de os desenhos estarem prontos é que revelou que iriam ser usados na colecção. Quando o designer de moda disse para que iriam servir os desenhos, Beatriz achou que "ele estava maluco". Também Rita ficou "surpreendida", mas gostou, achou "uma boa ideia". O resultado final só foi desvendado algumas semanas depois, num outro “workshop”, a que a Lusa assistiu. À medida que Filipe Faísca ia mostrando as peças de roupa, as crianças apontavam para os desenhos da sua autoria - flores, rostos, corações e alguns rabiscos abstratos. Beatriz achou o resultado "engraçado e original" e Rita confessou que "superou" as suas expectativas. "Não imaginava melhor", disse. Tudo isto começou com um convite da Fundação Rui de Castro Osório (FROC), instituição sem fins lucrativos que concentra a sua actuação na área informativa e científica do cancro pediátrico, ao designer de moda. Mais do que um donativo, a interligação Para Filipe Faísca, "não fazia sentido" associar-se a esta causa contribuindo apenas com um donativo monetário, através de um leilão ou revertendo uma percentagem das vendas para a FROC. "Gostava que houvesse mais interligação entre aquilo
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que a fundação faz e o que eu faço", referiu à Lusa, decidindo por isso "envolver as crianças" na criação da colecção. No processo criativo deste designer de moda "há muito de criança", na parte de "experimentação, de corta e cola". Sempre senti que havia uma energia de criança que me ajudava. Achei interessante e oportuno fazer um trabalho com os miúdos e envolvi-os", contou. O entusiasmo com esta parceria; e a cumplicidade criada era visível tanto nas crianças como em Filipe Faísca. Também a FROC, através da sua diretora-geral Mariana Oliveira, faz um balanço positivo. "Elas acharam o máximo. Não tinham noção, nem nós, de como isto ia evoluir. O cancro tem visivelmente muitas questões físicas e o que poderia ser assustador foi uma vivência diferente do dia-a-dia. Dá-lhes uma autoestima e uma experiência diferente como miúdas", disse à Lusa. Por terem idades muito diferentes, as nove vivem esta experiência de maneiras distintas. "As mais pequenas acham graça porque é o desenho, mas as maiores por verem o que desenharam ser desfilado por manequins profissionais", contou Mariana Oliveira. Uma nova atmosfera para tirar peso A FROC, que trabalha com os IPO do Porto e de Lisboa, com o Hospital Pediátrico de Coimbra e com o Hospital de São João do Porto, não esperava tanto do convite feito a Filipe Faísca. "Ficámos surpreendidos, positivamente, porque era suposto ser uma coisa mais comedida", confessou Mariana Oliveira. Às meninas, considerou, "deu uma hipótese de, dentro de um tema pesado, estarem noutra atmosfera". Além da alegria dada às crianças, corroborada pelos pais, que "dizem que elas estão felizes e à espera do dia do desfile", esta parceria servirá também para angariar fundos para a FROC. Depois do desfile, marcado para as 16h00, realiza-se a iniciativa “Give and Take”; onde a colecção será mostrada e vendida às clientes habituais de Filipe Faísca. Do produto dessas vendas, 30% reverte a favor da fundação. Além disso, a FROC instalou uma banca nos Paços do Concelho durante os três dias da ModaLisboa (entre sexta-feira e esre Domingo), onde estão à venda tshirts e sacos estampados com desenhos feitos nos “workshops”.
V+ INFORMAÇÃO
Milhões precisam-se para preservar costa Neste noticiário: Portugal precisa de gastar mais de 20 milhões por ano na orla costeira; nunca o orçamento da saúde foi tão baixo; Brasil na rua em protesto contra a corrupção; ciclone deixa rasto de destruição no Vanuatu; FC Porto, Sporting e Benfica vencem para o campeonato. FRANCISCO SARSFIELD CABRAL
A racionalidade das famílias Muitas famílias recuperaram algum poder de compra. Ora, o facto mais positivo está em que, apesar dessa pequena recuperação, a maioria das famílias manteve o padrão sóbrio de consumo a que a crise obrigou.
Por Francisco Sarsfield Cabral
Em 2014, a dívida das famílias portuguesas baixou de 91,3% para 87,5% do PIB. Já no ano anterior essa dívida tinha descido. É um processo longo, que terá de prosseguir. Mas o clima é hoje menos pessimista do que há dois ou três anos. Muitas famílias recuperaram algum poder de compra. Ora, o facto mais positivo está em que, apesar dessa pequena recuperação, a maioria das famílias manteve o padrão sóbrio de consumo a que a crise obrigou. Um estudo da escola de marketing IPAM, citado pelo “Diário de Notícias”, revela que os cortes no consumo feitos há três anos pelas famílias se mantêm agora, na maioria dos casos. Ou seja, os hábitos de moderação no consumo ficaram, não obstante as perspectivas económicas serem hoje menos negras. O que evidencia a racionalidade do comportamento das famílias. Quando os juros baixaram e o poder político dizia que
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tudo corria pelo melhor na economia, as pessoas consumiram em força, frequentemente endividandose. Depois assustaram-se com a crise e hoje permanecem prudentes. Perceberam que a riqueza a crédito não é solução. GRAÇA FRANCO
Morte na praia Ou alguém de bom senso põe ordem no barco e se agarra ao leme ou corremos, de novo, risco de naufrágio, com a praia à vista.
Não. O ministro das finanças alemão não disse do colega grego que ele era “estupidamente ingénuo”. Parecia verosímil, mas não é, afinal, verdade. O que o ministro alemão disse e os jornais gregos, aparentemente, não perceberam, devido a um erro de tradução, foi que o ministro grego o surpreendeu por, “de repente”, ele, que até parecia um perito em comunicação e tinha tão boa imprensa, também se queixar dos jornalistas, confidenciando-lhe, em conversa a dois, que “eram terríveis” e “não percebiam nada do que ele dizia”. Na história contada por Schäuble, a expressão “de repente”, por ter em alemão uma sonoridade parecida, acabou erradamente traduzida por “estupidamente” ou “tolamente” e, a partir daí, gerou-se a confusão. Pior foi a reacção do próprio ministro grego perante o relato da conferência de imprensa onde o colega alemão se tinha mostrado simplesmente surpreendido com o facto de ele também precisar de ter algum cuidado com os jornais. Varoufakis confiou na tradução dos jornalistas e, sentindo-se insultado, antes de mesmo de confirmar a história com o colega, apressou-se a exigir um pedido formal de desculpas do Governo alemão, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Ou seja, por suprema ironia, o ministro do Syriza que não tinha sido chamado de “estupidamente” ingénuo face à media agiu como se o fosse. E porque é que a "gaffe" do ministro alemão não foi prontamente desmontada e desmentida nas horas seguintes, fazendo o seu caminho durante mais de dois dias com comentadores a analisar o caso um pouco por toda a Europa? A pergunta faz sentido. A primeira explicação é óbvia e resume-se à circunstância de muitos jornalistas desconhecendo alemão terem tomado como boa a tradução dos colegas gregos, sem mais confirmação. Mas a
verdadeira justificação é outra e prende-se com o facto da tradução errada, embora “chocante”, parecer absolutamente verosímil face ao clima de tensão crescente no triângulo Atenas-Bruxelas-Berlim. E a mera verosimilhança é grave e justifica debate. Bastava ter assistido ao discurso do presidente do Eurogrupo para ver na frase do ministro alemão a verbalização da atitude do colega dinamarquês. Este, sem utilizar expressamente nenhum insulto, disse alto e com bom som, e sem erros de tradução, que para ele “bastavam ” as semanas de “tempo perdido” a discutir com os gregos “quem falava com quem, onde e sobre que temas” pelo que decidira que não se perderia nem mais um minuto nesse tipo de discussão e era chegado o tempo de efectivamente começar a trabalhar no que “verdadeiramente interessa”. Nessa outra conferência de Imprensa, o aluno grego foi efectivamente humilhado perante toda a turma com o equivalente a um ríspido “ já chega de conversa, vá lá trabalhar!”. Merecia um pedido de desculpas. Ao tom desabrido do presidente do Eurogrupo e ao paternalismo sonso do ministro das Finanças alemão que parecem puxar a corda à beira de partir, soma-se a força bruta das gafes do narcísico ministro grego das Finanças na sua desastrada relação com a imprensa internacional. Como se isto não bastasse acresce a escandalosa chantagem sobre os parceiros europeus exercida pelo colega de coligação de extrema-direita. O ministro da defesa grego disse, nada mais, nada menos, que se a Alemanha não cedesse em matéria económica ele faria com que Berlim fosse invadida por imigrantes ilegais (incluindo militantes do autoproclamado Estado Islâmico). Anunciou, com pompa e circunstância, que não hesitaria em dar livre passe aos milhares de ilegais que hoje se encontram em centros de detenção grega sob a sua alçada. O pior é que, ao contrário do insulto alemão, esta ameaça além de verdadeira e perigosa é igualmente verosímil. Com actores deste calibre dos dois lados da corda o cenário de quebra parece real. Exactamente agora que a tempestade parecia serenar e a barca da Europa parecia ter ultrapassado o risco de naufrágio. Os juros estão a níveis historicamente baixos até em Portugal, o euro já desvalorizou mais de vinte por cento desde início do ano (num inesperado bónus às exportações) e o petróleo que se esperava que estabilizasse perto dos 80 está afinal vinte dólares abaixo. Os rombos no casco estão ainda um pouco por todo o lado mas barco parecia ter ganho força suficiente para chegar a terra. Dos companheiros gregos já só se esperava que ajudassem a acertar a rota, e eis que eles ameaçam com desordens a bordo, e desatam aos saltos. Ou alguém de bom senso põe ordem no barco e se agarra ao leme ou corremos, de novo, risco de naufrágio, com a praia à vista.
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PARCERIA RENASCENÇA/VER
As novas jogadas do xadrez geoeconómico Na actualidade, os mais desafiantes conflitos estão a ser travados entre as maiores potências mundiais e parece que não há canto do mundo que escape.
recalibrar o seu papel de uma forma ‘desorganizada’ que só contribui para colocar os seus aliados em processo de adivinhação”. Leia mais noportal VER.
Governo de Dilma promete medidas contra a corrupção Manifestações trouxeram milhões de pessoas para as ruas do Brasil.
Foto: VER Por Helena Oliveira
De acordo com um relatório recentemente publicado pelo Fórum Económico Mundial, a principal batalha global a que estamos a assistir é económica e não militar. As sanções fazem as vezes dos ataques militares, os regimes de comércio concorrenciais estão a substituir as alianças militares, as guerras cambiais são mais comuns do que a ocupação de territórios e a manipulação do preço de determinados recursos, em particular do petróleo, gera mais consequências do que as corridas ao armamento. Antes da crise financeira global, a geopolítica jogavase, na sua maioria, a nível local. Mas, na actualidade, os mais desafiantes conflitos estão a ser travados entre as maiores potências mundiais e parece que não há canto do mundo que escape. A Ucrânia está no epicentro de uma crise que afecta a ordem europeia, com a Federação Russa e o Ocidente a utilizarem os mercados financeiros, a energia e o controlo da Internet como arma de arremesso para ganharem as suas próprias causas. Na Ásia, a competição entre uma China em ascensão e os seus vizinhos está a dar origem a disputas navais, em conjunto com o uso de sanções e restrições no acesso aos recursos naturais. No Médio Oriente, a escalada de violência da autoproclamada Entidade Islâmica (EI) está a transformar-se num conflito sectarista cada vez mais alargado liderado pelo Irão e pela Arábia Saudita. Em qualquer que seja a região do mundo, salvo raríssimas excepções, novos poderes e populações cada vez mais descontentes começam a ser norma e, como acrescenta Mark Leonard, presidente do Global Agenda Council on Geo-economics do Fórum Económico Mundial e que assina a introdução de um relatório recente intitulado Geo-economics: Seven Challenges to Globalization, estamos ainda perante “uma América crescentemente introvertida que está a
O protesto em São Paulo. Foto: Sebastião Moreira/EPA
O Governo de Dilma Rousseff já reagiu às manifestações que este domingo levaram às ruas milhões de pessoas em várias cidades do Brasil. O ministro brasileiro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou que vão ser divulgadas novas medidas contra a corrupção ainda esta semana e defendeu a reforma política no país. O governante falou numa conferência de imprensa realizada após uma série de protestos contra o governo de Rousseff que reuniram cerca de dois milhões de pessoas em 135 localidades de todas as regiões do país, segundo estimativas da Polícia Militar. Um novo pacote de medidas contra a corrupção era uma das promessas de campanha da actual presidente. Cardozo defendeu que a reforma política inclua uma proibição ao financiamento de campanhas por empresas, acção que gera desentendimentos com partidos da oposição. O ministro da Justiça afirmou também que as suspeitas de corrupção serão investigadas e aqueles que forem considerados culpados, punidos. Cardozo realçou que as manifestações de hoje foram pacíficas e democráticas, típicas de um Estado democrático que rejeita alternativas golpistas. "Estamos abertos ao diálogo, seja de quem apoia, seja de quem critica o governo. A presidente governa para todos e o Governo está aberto a sugestões", disse. Na mesma conferência de imprensa, em Brasília, também esteve Miguel Rosseto, ministro da presidência da República, que sublinhou que os protestos foram pacíficos e muitos contaram com o apoio da oposição. “A grande participação das manifestações de hoje é de eleitores que não votaram na Presidente Dilma. Foram manifestações pacíficas e fazem parte do
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processo democrático. Nós estamos atentos. Há uma expectativa da população brasileira no combate à corrupção e nós somamo-nos a isso. Todas as medidas estão a ser tomadas”, disse. Além de São Paulo, destaque também para as manifestações dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte (Minas Gerais), Salvador (Baía), Recife (Pernambuco), Fortaleza (Ceará), Curitiba (Paraná) e outras capitais regionais brasileiras. O senador e ex-candidato à Presidência brasileira, Aécio Neves, pediu que os manifestantes contrários ao Governo não se dispersem, num vídeo postado na rede social Facebook. "O povo [está] cansado de tantos desmandos, cansado de tanta corrupção. Mas o caminho só está começando a ser trilhado. Por isso, não vamos nos dispersar", afirmou Neves no vídeo, no qual aparece vestido com uma camisola da selecção brasileira de futebol, vestimenta comum nos protestos de hoje. Neves afirmou também que o dia 15 de Março ficará lembrado como o "Dia da Democracia" e realçou não ter participado nos protestos para "deixar claro quem é o protagonista: o povo brasileiro".
Detido homem acusado de ter disparado contra polícias em Ferguson
Primeiro-ministro timorense internado
Cruz Vermelha dá conta de muita destruição em Vanuatu
Rui Araújo está sob observação, podendo ter de ser transferido para Darwin, no norte da Austrália, ou para Singapura, para mais tratamento. O primeiro-ministro timorense, Rui Maria Araújo, está internado no Hospital Nacional Guido Valadares, em Díli, para onde foi transportado depois de se sentir mal em casa, após uma viagem de fim de semana para fora de Díli, disse à agência Lusa fonte hospitalar. A fonte, que se recusou a avançar mais infirmação, explicou apenas que Rui Araújo está sob observação, podendo ter de ser transferido para Darwin, no norte da Austrália, ou para Singapura, para mais tratamento. Fonte familiar disse à Lusa que estão a estudar a possibilidade de que primeiro-ministro timorense seja transportado nas próximas horas. A fonte hospitalar explicou que Rui Maria Araújo, que está acompanhado do ministro da Saúde, deu entrada na unidade hospitalar ao início da noite, hora local. Não foi possível, até agora, à agência Lusa, contactar qualquer membro do gabinete do chefe de Governo nem membros do executivo. Rui Araújo regressou hoje a Díli, depois de uma visita com uma agenda intensa ao distrito de onde é natural, a região de Ainaro.
Cidade tem estado em convulsão há vários meses depois de acusações racistas. Foi detido nos Estados Unidos um homem suspeito de ter disparado vários tiros contra agentes da polícia na cidade de Ferguson. O tiroteio ocorreu na semana passada e, depois de uma verdadeira caça ao homem, a polícia deteve um individuo que terá sido responsável da autoria dos tiros contra dois agentes. A cidade de Ferguson, no Missouri, tem sido palco de várias manifestações contra a polícia, acusada de actos racistas, depois da morte de um jovem negro de 18 anos atingido por seis tiros.
O ciclone “Pam” dirige-se agora para a ilha norte da Nova Zelândia, mas a perder intensidade.
As primeiras informações que chegam de Vanuatu apontam para uma destruição massiva de várias localidades. O arquipélago do Pacífico foi atingido por um ciclone na passada sexta-feira, uma tempestade que atingiu a categoria máxima, com rajadas de vento superiores a 300 quilómetros/hora. As autoridades estão com grande dificuldade para conseguir restabelecer as comunicações. As equipas de resgate começam agora a relatar a situação. Nas últimas horas, a Cruz Vermelha Internacional conseguiu chegar à fala com um piloto que sobrevoou algumas ilhas.
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As equipas de resgate começam agora a relatar a situação. Nas últimas horas, a Cruz Vermelha Internacional conseguiu chegar à fala com um piloto que sobrevoou algumas ilhas. Aurelia Balpe relatou à Rádio Nova Zelândia o testemunho, um dos primeiros depois da catástrofe. “O aeroporto está a funcionar, mas [os elementos da Cruz Vermelha] viram muitos destroços, a vegetação está completamente destruída com muitas árvores arrancadas. Todas as estruturas de ferro estão destruídas. O piloto contou-me que o cenário era de devastação com estruturas de betão sem telhado, conseguiu também voar até Erromango - uma pequena ilha entre Port Vila e Tanna – que, segundo as suas palavras, se encontra completamente arrasada”, disse. O ciclone “Pam”, considerado um dos mais destrutivos no Pacífico, dirige-se agora para a ilha norte da Nova Zelândia, mas a perder intensidade.
Leitura da íris será novidade nos aeroportos europeus em 2017 Novo programa europeu de fronteiras começa a ser testado este domingo, em Lisboa. Rapidez e segurança são os dois pilares do projecto.
Por Celso Paiva Sol
Os testes para o “Smart-Borders” arrancam, este domingo, no aeroporto de Lisboa. Trata-se de um novo programa europeu de fronteiras, que promete trazer rapidez no escoamento de passageiros, ao mesmo tempo que permite uma fiscalização mais rigorosa. Entre as novidades testadas está a introdução de uma nova forma de controlo individual: a leitura electrónica da iris. O projecto estará concluído em meados de 2017, altura em que os países do espaço Schengen terão a capacidade de registar as entradas e saídas de todos os estrangeiros oriundos de outros estados. O sistema permitirá fazê-lo de forma uniformizada com ligação entre os estados, mas, sobretudo, utilizando para o efeito os equipamentos de leitura de
passaportes electrónicos que já dispõem. Alargado a Schengen O sistema electrónico - conhecido por RAPID - passará a aceitar passaportes de todos os países que, entretanto, estabeleçam essa parceria com o Espaço Schengen, criando-se, inclusivamente, um registo de passageiros frequentes, uma ideia que ganhou força, nos últimos meses, com o aumento da ameaça terrorista. Uma das grandes novidades neste projecto é a tentativa de incluir a leitura da iris entre os dados biométricos que constam dos passaportes. Actualmente, os dados resumem-se à fotografia, às impressões digitais e aos de cariz biográfico. A Comissão Europeia entende que a aplicação deste programa irá tornar a passagem pelos aeroportos e portos europeus bastante mais rápida e também bastante mais segura. Os testes começam este domingo, no aeroporto de Lisboa, alargando-se, até Setembro, a outras cidades europeias. A participação de passageiros nos testes é voluntária e, no caso português, será direccionada apenas para meia dúzia de nacionalidades pré-definidas, entre as quais, a brasileira.
Antigo refém do EI descreve os 194 dias em que esteve detido Jornalista Javier Espinosa foi libertado em Março de 2014, mas só este domingo divulgou o que se passou. Os jihadistas do Estado Islâmico (EI) juntaram até 23 reféns de 11 nacionalidades diferentes, dos quais sete estão mortos, numa prisão na Síria, criada à imagem da prisão militar norte-americana de Guantánamo, revelou um refém espanhol libertado. Esta declaração consta de um relato publicado este domingo pelo jornal espanhol “El Mundo” sobre a experiência do jornalista Javier Espinosa, que durante 194 dias foi mantido como refém pelos terroristas do autodenominado Estado Islâmico. Espinosa, que era o prisioneiro número 43, acabaria por ser libertado em Março de 2014. No texto, o repórter espanhol descreve como ficou preso durante vários meses numa localidade a norte de Alepo (norte da Síria), com 22 europeus, americanos e uma refém latino-americana, cuja identidade não revela. Segundo Espinosa, o EI reuniu os reféns internacionais, trabalhadores humanitários ou jornalistas, numa única prisão que funcionava como uma réplica de Guantanamo, uma base militar norteamericana em solo cubano onde estão detidos os suspeitos de terrorismo e os suspeitos capturados no Afeganistão. Sobre esta questão concreta, o repórter espanhol cita o jornalista norte-americano James Foley, o seu companheiro de cela que foi sequestrado em
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Novembro de 2012 e executado em Agosto de 2013. De acordo com Espinosa, citando informações de Foley, o objectivo era reunir todos os ocidentais numa prisão de alta segurança, com câmaras de vigilância e muitos guardas. O jornalista do “El Mundo”, que foi libertado ao mesmo tempo com o seu colega Ricardo Garcia Vilanova (repórter fotográfico) e com o jornalista do “Periodico de Catalunya” Marc Marginedas, explica ainda os motivos pelos quais permaneceu em silêncio após a sua libertação. Espinosa afirma que os seus guardas, durante o cativeiro, ameaçaram executar outros reféns caso ele falasse. Do grupo de 23 reféns, segundo escreve Javier Espinosa, 15 foram libertados, seis executados e uma cidadã norte-americana, Kayla Mueller, foi morta em Fevereiro passado, durante um raide aéreo norteamericano, segundo o EI. A situação do repórter fotográfico britânico John Cantlie, que também estava detido no mesmo local, continua incerta. Os jihadistas divulgaram recentemente um vídeo que mostrava John Cantlie com vida. No texto publicado, o repórter do “El Mundo” fala igualmente sobre os actos de tortura física e psicológica que sofreu durante vários meses. Espinosa relata, por exemplo, as simulações de execuções e de decapitações que eram feitas por três guardas de rosto coberto, jihadistas que eram conhecidos entre os reféns como Beatles. Estes guardas obrigaram também os reféns a ver as fotografias da execução de um refém russo, o engenheiro Serguei Nicolayevitch Gorbounov, sequestrado em Outubro de 2013 e assassinado em Março de 2014, segundo Espinosa. O repórter espanhol refere ainda que todos os guardas manifestavam um "ódio doentio" contra o Ocidente e que consideravam que todos os jornalistas trabalhavam para os serviços secretos. Os jihadistas do EI, combatentes que iniciaram em Junho de 2014 uma grande ofensiva e que se assumem como participantes numa 'guerra santa', proclamaram um "califado" nos vastos territórios que controlam, na Síria e no Iraque.
Vaticano aprova uso da força contra o Estado Islâmico O embaixador do Vaticano nas Nações Unidas aprova uma acção militar contra o movimento Estado Islâmico no Iraque e na Síria, uma posição invulgar, uma vez que, tradicionalmente, o Vaticano opõe-se ao uso da força. Durante uma entrevista ao 'site' católico norteamericano Crux, o embaixador do Vaticano nas Nações Unidas, Silvano Tomasi disse que os combatentes do Estado Islâmico estão a cometer
atrocidades numa escala enorme e que o mundo tem de intervir. "Temos de parar este tipo de genocídio, de outro modo iremos questionar no futuro porque não fizemos alguma coisa, porque permitimos que acontecesse tal tragédia", defendeu o arcebispo italiano. Silvano Tomasi referiu ser necessária uma "coligação bem pensada" para fazer tudo o que é possível para conseguir uma decisão política sem violência. "Mas, se isso não for possível, então o uso de força será necessário", acrescentou. O papa Francisco já denunciou a "intolerável brutalidade" infligida aos cristãos e outras minorias no Iraque e na Síria pelos militantes do movimento Estado Islâmico.
Papa anuncia Jubileu da Misericórdia De 8 de Dezembro até Novembro de 2016, as igrejas serão convidadas a manterem-se abertas mais tempo para promover o sacramento da confissão. Por Filipe d’Avillez
"Será um ano santo da misericórdia". O Papa Francisco anunciou esta sexta-feira um Jubileu da Misericórdia. Começará a 8 de Dezembro deste ano e terminará a 20 de Novembro de 2016. A convocatória foi feita no decorrer de uma cerimónia penitencial, no Vaticano. "Caros irmãos e irmãs, tenho pensado muito sobre como a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia. É um caminho que começa com uma conversão espiritual. Por isso, decidi convocar um jubileu extraordinário que terá no seu centro a misericórdia de Deus. Será um ano santo da misericórdia", disse Francisco. "Estou convencido que toda a Igreja poderá encontrar neste jubileu a alegria de redescobrir e tornar fecunda a misericórdia de Deus, com a qual todos somos chamados a consolar os homens e as mulheres do nosso tempo", afirmou o Papa. Durante este período será enfatizada a misericórdia de Deus pelos homens e as igrejas de todo o mundo serão convidadas a abrirem as suas portas mais tempo do que o costume, para promover o acesso ao sacramento da confissão, ou da reconciliação, como é conhecido também. Tradição antiga Francisco dá assim seguimento a uma longa tradição da Igreja, que começou com o Papa Bonifácio VIII, no ano 1300. Na Bíblia, o povo de Israel celebrava um jubileu de 50 em 50 anos, como uma altura em que eram perdoadas dívidas e os escravos eram libertados. Segundo uma nota publicada pelo Gabinete de Imprensa da Santa Sé, "a Igreja Católica deu ao jubileu judaico um significado mais espiritual. Este consiste num perdão geral, uma indulgência aberta a todos, e a possibilidade de renovar a relação com Deus e com o
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próximo. Logo, o ano jubilar é sempre uma oportunidade de aprofundar a fé e de viver com um renovado compromisso o testemunho cristão". Segundo a mesma nota, "com o Jubileu da Misericórdia, o Papa Francisco chama a atenção para o Deus misericordioso que convida todos os homens e mulheres a regressar a ele. Este encontro com Deus inspira e nós a virtude da misericórdia". Sempre que é convocado um ano jubilar, são abertas as portas santas das quatro basílicas de Roma. A abertura destas portas é uma forma simbólica de mostrar que os fiéis têm agora um novo caminho para chegar à salvação. O Papa Francisco tem enfatizado muito a misericórdia de Deus durante o seu pontificado, dizendo em várias ocasiões que Deus nunca se cansa de perdoar os homens, como voltou a repetir esta sexta-feira. Durante a cerimónia penitencial, o Papa voltou a fazer como no ano passado e foi-se confessar, publicamente, antes de seguir para um confessionário para ouvir a confissão de outros. Este é o primeiro ano jubilar convocado desde o grande jubileu do pontificado de João Paulo II, para o ano 2000.
Judeus em Portugal vêem com bons olhos regresso a Israel Os atentados de Paris e Copenhaga - que vitimaram cidadãos judeus - contribuíram para um sentimento de insegurança acrescido. São cada vez mais os que abandonam a Europa para se fixarem em solo israelita. Por isso, a comunidade israelita do Porto vê com bons olhos a abertura do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para acolher em Israel, os judeus residentes na Europa. Por André Rodrigues e Marília Freitas
O que é o Homem? São Francisco de Assis responde O livro “O Homem nos Escritos de São Francisco de Assis” tem por autor um frade e apresenta a visão do Homem segundo o pensamento franciscano.
Frei Álvaro Silva. Foto: DR Por Olímpia Mairos
A obra, “O Homem nos Escritos de São Francisco de Assis”, da autoria do Frei Álvaro Silva, parte da questão “como vê Francisco o Homem, como se relaciona o Homem com Deus?” e tem como objectivo desvendar o significado e as dimensões do conceito de “Homem” nos Escritos de São Francisco. O livro, editado pela Editorial Franciscana, extrapola dos escritos de S. Francisco a noção de uma “antropologia” positiva, marcadamente teocêntrica e relacional, apresentando o Homem “criado à imagem e semelhança de Deus”, a quem é dada a “mais alta dignidade entre as criaturas” e que, “apesar da queda, conta sempre com o amor do Pai”. O livro, do qual sobressai a concepção de “Homem Criado, Homem Redimido, Homem Santificado”, enquadra-se no âmbito da Teologia Sistemática, na área da Antropologia Teológica, e pretende ser resposta a “algumas inquietações do Homem e do Homem crente nos nossos dias”. Para o autor, a condição humana proposta pelo santo deve ser interpretada “mais como forma de mostrar a liberdade e a generosidade divina – a Graça – do que para esparrinhar o homem com o pecado”. A obra classifica ainda a antropologia Franciscana como “cósmica e abrangente” e quer lançar ao Homem, através dos escritos de Francisco de Assis, a reflexão sobre a “sua grandeza e condição à luz de Deus”, em relação com o Criador e com o criado. “Francisco vê nas criaturas a significação do Criador, de quem elas dão imagem. E numa relação fraterna, experimentando a pobreza na fraternidade, não só entre os Irmãos, mas também com as criaturas todas suas irmãs”, acrescenta Frei Álvaro. “O Homem nos Escritos de São Francisco de Assis” é o resultado de um estudo sistemático de Frei Álvaro Cruz da Silva, na área da Antropologia Teológica, para a
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obtenção do 2º Grau Canónico em Teologia Sistemática, na Universidade Católica de Lisboa. A próxima apresentação do livro está agendada para o dia 21 de Março, às 17h00, na Livraria Franciscana, no Porto, com um Porto de Honra e sessão de autógrafos. O resultado da venda dos livros reverterá para a Editorial Franciscana em Portugal, que se encontra em fase de reestruturação.
Semana Nacional de Educação Moral apela à proximidade
AUDIÊNCIAS
Grupo Renascença volta a reforçar liderança Café da Manhã da RFM volta a subir, Renascença sobe no seu alvo dos 35/54 anos, Mega Hits sobe em todos os indicadores e Sim continua a ser a rádio com maior tempo médio de escuta por cada ouvinte.
“A Alegria de estar ConTigo” é o tema que preside à iniciativa. A reflexão parte da Exortação Apostólica "Evangelii Gaudium", do Papa Francisco. Por Ana Lisboa
“A Alegria de estar ConTigo” é o tema da Semana Nacional de Educação Moral, que começa esta segunda-feira, sob organização do Secretariado Nacional de Educação Cristã. Nas escolas, alunos e professores vão debater este tema a partir da Exortação Apostólica do Papa Francisco “A Alegria do Evangelho”. Fernando Moita, responsável pelo Departamento de Educação Moral, diz que o objectivo da semana “é proporcionar aos alunos, através dos professores de Educação Moral, uma oportunidade para reflectirem sobre uma temática importante". "Este ano, trazemos para o contexto educativo esta perspectiva da alegria, na linha da Exortação Apostólica, daquele documento belíssimo do Papa Francisco a 'Evangelii Gaudium', no sentido de proporcionar às crianças, aos adolescentes esta oportunidade de reflectirem sobre a vida, sobre a alegria", prescisa. De acordo com Fernando Moita, pretende-se que “cada turma, cada ano de escolaridade possa, a partir deste texto do Papa, poder trabalhar esta dimensão do ser humano, que é a dimensão de estar ao serviço do outro. Esta 'Alegria de estar ConTigo' é contigo quem? O próximo, o colega, o companheiro, a escola, a família, mas também esta dimensão do religioso e do transcendente".
Foto: RR
O Grupo Renascença voltou a subir em audiência no conjunto das suas rádios e mantém a liderança em todos os indicadores. A RFM, com 15,3% em AAV, obtém um dos seus melhores resultados de sempre. Destaque para a subida da audiência média do Café da Manhã que está apenas a 0,5 pp da liderança. A Renascença sobe em audiência no universo e no seu alvo - 35/54 anos. Destaque para a subida de audiência em todos os grupos profissionais activos, incluindo os quadros médios e superiores, e para a subida do "share" nas Manhãs da Renascença A Mega Hits sobe em todos os indicadores de audiência – "reach" semanal, audiência acumulada de véspera (AAV) e "share" – e está à frente da sua principal concorrente no seu alvo - 15/24 anos - e nos estudantes. Subiu também em Lisboa e no Porto. A Rádio Sim é a rádio com maior tempo médio de escuta por cada ouvinte: 3 horas e 5 minutos. Tem 214 mil ouvintes regulares.
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FUTEBOL
Resultados, marcadores e classificação
REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA
Sporting e FC Porto dividem manchetes
Na jornada 25, os três grandes venceram. Os três últimos "afundaram-se" ainda mais.
Tudo na mesma nos primeiros da classificação. Os três primeiros ganharam. Já os três últimos classificados foram derrotados nesta jornada. Resultados Jornada 25 P. Ferreira 1-0 Boavista [Manuel José] Benfica 2-0 Sp. Braga [Jonas e Eliseu] V. Guimarães 0-1 V. Setúbal [Rambé] Belenenses 2-2 Estoril [Ricardo Dias e Pelé; Balboa e Tozé] Académica 2-1 Nacional [Marcos Paulo e Lucas Mineiro; Marco Matias] Gil Vicente 0-1 Moreirense [Gerso] Penafiel 0-2 Rio Ave [Del Valle e Hassan] Marítimo 0-1 Sporting [Adrien] FC Porto 1-0 Arouca [Aboubakar] Classificação Jornada 25 1- Benfica 65 pontos 2- FC Porto 61 3- Sporting 53 4- Sp. Braga 46 5- V. Guimarães 40 6- Belenenses 36 7- P. Ferreira 36 8- Rio Ave 33 9- Nacional 32 10- Moreirense 31 11- Marítimo 30 12- Estoril 27 13- Académica 25 14- Boavista 25 15- V. Setúbal 23 16- Arouca 20 17- Gil Vicente 19 18- Penafiel 16
As vitórias de Sporting e FC Porto estão em destaque nas primeiras páginas dos diários desportivos. O Jogo escreve "Fórmula dez", numa alusão à expulsão madrugadora de Fabiano Freitas, guarda-redes do FC Porto, enquanto o Record destaca o Sporting com o título "Champions à vista". A Bola junta os dois jogos, com duas fotos e o título "Classe económica". Exigente, o jornal sublinha: "Sporting e FC Porto cumprem mas... sem brilho". Ainda em A Bola, quatro rostos - os de Gaitán, Jonas Lima e Salvio - com o título: "Poker de ases na mão de Jesus". Em O Jogo, o anúncio, a um mês do BelenensesBenfica, de duas contratações do Benfica ao Belenenses: "Quatro anos para Pelé, cinco para Dálcio".
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RIBEIRO CRISTÓVÃO
Tudo na mesma À medida que o campeonato se aproxima do fim, a imprevisibilidade do desfecho de cada desafio e a necessidade de ganhar pontos sobem de tom, mas até agora nem todas as exibições foram merecedoras dos proveitos recolhidos.
lugar que detém há muito tempo. Frente a uma equipa minhota quase reduzida a cisco, incapaz de ir além de um remate em todo o desafio e de causar mossa na estrutura contrária, os comandados de Jorge Jesus mostraram como está mais refinada a qualidade de um futebol que a concorrência vai ter dificuldade em combater nos tempos mais chegados. A nove jornadas do fim há ainda alguns capítulos para escrever. Mas, face aos dados agora disponíveis, tudo indica que o guião não vai sofrer grandes alterações.
Hamilton vence e brinca com Schwarzenegger
Por Ribeiro Cristóvão
Em circunstâncias diferentes e com graus de dificuldade diversos, o trio que comanda a tabela classificativa do campeonato português conseguiu ultrapassar, sem prejuízos acumulados, a jornada repartida por dois dias do passado fim-de-semana. É verdade que o foco maior se centrava no Estádio da Luz mas, como se viu, teria sido pouco avisado esvaziar o impacto de que também poderiam revestir-se os jogos do Dragão e da Madeira. Isto porque à medida a que o campeonato acelera rumo ao seu termo, a imprevisibilidade do desfecho de cada desafio e a necessidade de ganhar pontos para assim assegurar os lugares de maior conforto, sobem de tom e tornam-se susceptíveis de acumular surpresas no decurso de cada jornada. Por agora, Benfica, Porto e Sporting saíram-se a contento das tarefas que lhes cabiam. Porém, nem em todos os casos as exibições foram coincidentes com os proveitos recolhidos. Desde logo, no que toca ao Futebol Clube do Porto pode dizer-se que averbou três pontos frente ao Arouca, mas quase não ganhou para o susto. E não era isto que estava no cardápio. Vindo de uma exibição de luxo e de um resultado espectacular na Liga dos Campeões, frente a uma equipa aflita, seria lógico esperar por outro desfecho que não aquele que se traduziu por um triunfo escasso, e que chegou a estar em dúvida até ao fim. É verdade que a expulsão do seu guarda-redes em fase temporã do jogo do Dragão explica alguma coisa, mas não é suficiente para justificar as dificuldades sentidas perante uma plateia festiva que esperava tudo menos um fim de tarde tão em sobressaltos. Na capital madeirense, o Sporting venceu um jogo morno mas que teve o mérito maior de proporcionar aos leões uma maior tranquilidade naquela que parece ser, cada vez mais, a posição final que lhes está destinada. E, finalmente, o Benfica, que confirmou a justeza do
O piloto britânico venceu a primeira corrida da temporada de fórmula 1 na Austrália, num grande prémio dominado pela Mercedes. Entrega de prémios marcada por momento hilariante com o actor Arnold Schwarzenegger.
No circuito de Melbourne na Austrália, o campeão do mundo Lewis Hamilton partiu na “pole position” e terminou a prova no primeiro lugar. Na segunda posição a pouco mais de um segundo ficou o companheiro de equipa Nico Rosberg, marcando assim o domínio claro da escuderia alemã na primeira prova do ano. Sebastien Vettel na sua estreia pela Ferrari ficou com o último lugar do o pódio. Já o brasileiro Felipe Massa, da Williams, terminou em quarto lugar. O companheiro de equipa Valtteri Bottas não correu esta prova depois de uma acidente dura os treinos cronometrados. "I'll be back" Na entrega de prémios, as entrevistas rápidas estiveram a cargo de uma super-estrela de Hollywood. “É o Arnold Schwarzenegger ", exclamou o britânico ao ver o actor no pódio. "É incrível continuar a vencer e estar aqui em cima contigo. Achei que fosses mais alto", disse Hamilton de 1,74m, entre risos. Schwarzenegger, que tem 1,88m, divertiu-se com a observação do bicampeão mundial de Fórmula 1 e afirmou estar sem seus sapatos de salto alto, numa passagem citada pelo site brasileiro Terra Brasil.
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Os dois ainda disseram juntos a famosa frase dos filmes "Exterminador Implacável": " I’ll be back)". A segunda prova do calendário da Fórmula 1 é daqui a duas semanas no circuito da Malásia.
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